História dos Agrotóxicos

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História dos Agrotóxicos

Publicado em 1962, Primavera Silenciosa (Silent Spring) de Rachel Carson, foi a primeira obra a detalhar os efeitos adversos da utilização dos pesticidas e inseticidas químicos sintéticos, iniciando o debate acerca das implicações da atividade humana sobre o ambiente e o custo ambiental dessa contaminação para a sociedade humana.

A autora advertia para o fato de que a utilização de produtos químicos para controlar pragas e doenças estava interferindo com as defesas naturais do próprio ambiente natural e acrescentava: “nós permitimos que esses produtos químicos fossem utilizados com pouca ou nenhuma pesquisa prévia sobre seu efeito no solo, na água, animais selvagens e sobre o próprio homem”.

A mensagem era diretamente dirigida para o uso indiscriminado do DDT: barato e fácil de fazer, foi aclamado como o pesticida universal e tornou-se o mais amplamente utilizado dos novos pesticidas sintéticos antes que seus efeitos ambientais tivessem sido intensivamente estudados. Com a publicação de “Primavera Silenciosa” o debate público sobre agrotóxicos continuou através dos anos 60 e algumas das substâncias listadas pela autora foram proibidas ou sofreram restrições.

Cabe ressaltar que o deslocamento da questão dos agrotóxicos, antes restrita aos círculos acadêmicos e publicações técnicas para o centro da arena pública, foi, sem dúvida, o maior mérito de Rachel Carson, como pioneira na denúncia dos danos ambientais causados por tais produtos.

No Brasil, no início dos anos 50, a introdução de inseticidas fosforados para substituir o uso do DDT, veio acompanhada de um método cruel. Foi ensinado que para misturar o DDT, formulado como pó solúvel na água, o agricultor deveria usar o braço, com a mão aberta girando meia volta em um e outro sentido, para facilitar a mistura.

Como o DDT tem uma dose letal alta (demanda uma alta absorção do produto para provocar a morte), somente cerca de 15 anos depois os problemas de saúde apareciam. Contudo, quando o agricultor tentava repetir a técnica com o Parathion, primeiro fosforado introduzido no Brasil, caía morto, fulminado; fato que se repetiu em diversas regiões do país.

Os agrotóxicos chegaram ao sul do país junto com a monocultura da soja, trigo e arroz, associados à utilização obrigatória desses produtos para quem pretendesse usar o crédito rural. Hoje em dia, os agrotóxicos encontram-se disseminados na agricultura convencional, como uma solução de curto prazo para a infestação de pragas e doenças.

Um fato histórico muito importante também correlacionado com o uso desses produtos foi a Guerra do Vietnã, ocorrida entre os anos de 1954 e 1975.

O país se dividiu em duas metades: o Vietnã do Norte, apoiado pelos soviéticos e chineses e o Vietnã do Sul, fortemente armado pelos norte-americanos que para lá enviaram milhares de soldados.

Dentre as todas armas de guerra presentes, destacaram-se os herbicidas desfolhantes ( o mais famosos ficou conhecido como “agente laranja”), que foram utilizados pelos norte-americanos pela seguinte razão: como a resistência vietnamita era composta por bandos de guerrilheiros que se escondiam nas florestas, formando tocaias e armadilhas para os soldados americanos, a aspersão de nuvens de herbicidas por aviões fazia com que as árvores perdessem suas folhagens, dificultando a formação de esconderijos.

Contudo, essa operação militar aparentemente bem sucedida trouxe consequências ambientais e de saúde catastróficas para a população local, que foram:

Contaminação das águas dos rios e do mar, de todos os seres vivos presentes nesses ambientes e dos seres humanos pelo consumo desta água.

Os herbicidas que compõem o agente-laranja (o 2,4-D e o 2, 4, 5-T) também são tóxicos a pequenos animais terrestres e aquáticos, assim como a muitos insetos benéficos para as plantas.

O herbicida 2.4.5-T é sempre acompanhado da dioxina, que é o mais ativo composto causador de deformações em recém-nascidos que se conhece (tetranogênico), permanecendo no solo e na água por um período superior a um ano.

história dos agrotóxicos
Herbicidas disseminados por avião contaminam não apenas as plantações, mas o solo e a água.

Fatos como estes nos remetem a outro tema importante na história desses produtos: a toxicologia dos agrotóxicos (estudo dos efeitos tóxicos desses produtos para os seres humanos).

Esta teve início com a verificação da letalidade para um indivíduo de forma aguda (capacidade de provocar a morte num curto prazo de tempo) Atualmente, ela já se preocupa com a letalidade crônica e com as alterações sobre aparelhos (nervoso, circulatório, excretor, entre outros) do corpo nos médio e longo prazos.

Também já existe a preocupação com alterações em nível celular (tumores). Amanhã, é provável que enfoque o nível molecular e até energético do metabolismo humano. Isso significa o reconhecimento por parte da comunidade científica que os agrotóxicos não agem mais sobre o indivíduo, seus órgãos e aparelhos, mas sobre suas células e o interior destas.

Hoje já se sabe que o veneno atua sobre a membrana, o citoplasma ou sobre o núcleo da célula. Sua ação dependerá da função desta célula, que responderá alterando suas reações, secreções, velocidade de reações; estimulando ou inibindo reações específica.

Agrotóxicos: o que são e como se classificam

Os agrotóxicos podem ser definidos como quaisquer produtos de natureza biológica, física ou química que têm a finalidade de exterminar pragas ou doenças que ataquem as culturas agrícolas.

Os agrotóxicos podem ser :

Pesticidas ou praguicidas combatem insetos em geral)

Fungicidas (atingem os fungos)

Herbicidas (que matam as plantas invasoras ou daninhas)

Os agrotóxicos podem ser classificados de acordo com os seguintes critérios:

Quanto à finalidade:

ovicidas (atingem os ovos dos insetos)

larvicidas (atacam as larvas), acaricidas (específicos para ácaros),

formicidas (atacam formigas).

Quanto à maneira de agir:

através de ingestão ( a praga deve ingerir a planta com o produto),

microbiano (o produto contém microorganismos que atacarão a praga ou o agente causador da doença)

por contato ( ao tocar o corpo da praga o produto já faz efeito).

Quanto à origem:

Inorgânicos

Orgânicos.

Os pesticidas inorgânicos foram muito utilizados no passado, porém, atualmente não representam mais do que 10% do total de pesticidas em uso. São eles produtos à base de arsênico e flúor e os compostos minerais que agem por contato matando a praga por asfixia (visto que os insetos respiram através da “pele”).

Os pesticidas orgânicos compreendem os de origem vegetal e os organo-sintéticos. Os primeiros, muito utilizados por algumas correntes da Agroecologia são de baixa toxicidade e de curta permanência no ambiente (como o piretro contido no crisântemo e a rotenona extraída do timbó). Já os organo-sintéticos, além de persistirem muitos anos nos ecossistemas, contaminando-os, também trazem uma série de problemas de saúde para os seres humanos, o que torna seu uso proibido pelas correntes agroecológicas.

Os agrotóxicos organo-sintéticos de uso proibido na Agricultura e Agroecológica são:

Clorados: grupo químico dos agrotóxicos compostos por um hidrocarboneto clorado que tem um ou mais anéis aromáticos. Embora sejam menos tóxicos (em termos de toxicidade aguda que provoca morte imediata) que outros organo-sintéticos, são também mais persistentes no corpo e no ambiente, causando efeitos patológicos no longo prazo. O agrotóxico organoclorado atua no sistema nervoso, interferindo nas transmissões dos impulsos nervosos. O famoso DDT faz parte deste grupo.

Cloro-fosforados: grupo químico dos agrotóxicos que possuem um éstere de ácido fosfórico e outros ácidos à base de fósforo, que em um dos radicais da molécula possui também um ou mais átomos de cloro. Apresentam toxidez aguda (são capazes de provocar morte imediata) atuando sobre uma enzima fundamental do sistema nervoso (a colinesterase) e nas transmissões de impulsos nervosos.

Fosforados: grupo químico formado apenas por ésteres de ácido fosfórico e outros ácidos à base de fósforo. Em relação aos agrotóxicos clorados e carbamatos, os organofosforados são mais tóxicos (em termos de toxidade aguda), mas se degradam rapidamente e não se acumulam nos tecidos gordurosos. Atua inibindo a ação da enzima colinesterase na transmissão dos impulsos nervosos.

Carbamatos: grupo químco dos agrotóxicos compostos por ésteres de ácido metilcarbônico ou dimetilcarbônico. Em relação aos pesticidas organoclorados e organofosforados, os carbamatos são considerados de toxicidade aguda média, sendo degradados rapidamente e não se acumulando nos tecidos gordurosos. Os carbamatos também atuam inibindo a ação da colinesterase na transmissão dos impulsos nervosos cerebrais. Muitos desses produtos foram proibidos em diversos países também em virtude de seu efeito altamente cancerígeno.

Fonte: www.planetaorganico.com.br

história dos agrotóxicos

O termo agrotóxico é de uso muito controvertido em decorrência dos significados dos substantivos que o formam, seja,. Agro-tóxico

Se admitirmos que Agro seja um designativo daquilo que se refere às atividades humanas dedicadas ao cultivo das plantas, e tóxicos é aquilo que tem a propriedade de envenenar, teremos que nos perguntar:

Envenenar o que ?

Obviamente se pretende envenenar pragas e doenças que atacam as plantas, e somente plantas, quando nos referirmos aos agrotóxicos, nunca a qualquer tipo de parasitas ou agentes que causariam doenças em animais, muito menos ao homem.

Portanto agrotóxicos são utilizados no controle de parasitas e moléstias que atacam as plantas, ou de plantas outras que concorram com a cultura comercial implantada (matos que estejam prejudicando a cultura principal).

Mas, se é assim, poderíamos defender o seguinte:

Então, seria lógico chamar os medicamentos animais que são usados para erradicar vermes ou micróbios de cavalos, bois, coelhos cães, aves, peixes, gatos etc de zootóxicos?

E também poderíamos chamar os medicamentos que usamos como antibióticos, analgésicos, vermífugos, antimicóticos, antiparasíticos (um mata-piolho como exemplo), de antropotóxicos?

Bem, fosse qual fosse o termo designativo para cada uma destas vertentes do controle de patologias, que fique claro que os produtos usados na agricultura para estes fins são chamados de agrotóxicos, e em animais são chamados de medicamentos animais, como os medicamentos humanos.

Alguns tipos de agrotóxicos possuem uma formula química que pode ser convertida em medicamento animal e agrotóxico.

Exemplos:

a) Avermectin: é um composto químico descoberto em um fungo que habita os solos, ele foi então estudado e sua molécula copiada em laboratório, daí então, transformado em um agrotóxico para combater ácaros, que são como que pequenos piolhos que atacam e envenenam plantas.

Mas o Avermectim foi também transformado em uma espécie de antiparasítico para bovinos. Ele é derramado em pequenas quantidades sobre o dorso destes animais e seu efeito é de envenenar e matar parasitas como bernes, carrapatos etc que habitam o couro;

b) o DIAZINON: é outro agrotóxico, muito venenoso, que é usado em controle de insetos diversos que sugam plantas como repolho, alface, couve etc.

Mas ele também é usado no combate a parasitas em animais ( na forma de sua versão veterinária);

c) A deltametrina: é um produto usado tanto para matar insetos de plantas, como piolhos em animais e também em seres humanos, sendo que, volto a lembrar em cada um dos seus usos existe uma versão própria da substância, seja para planta, ou para animais e outra para seres humanos, mas fundamentalmente são a mesma coisa;

d) A Terramicina, ( quem não ouviu falar ?): é outra substância, desta vez adotada no controle de bactérias porque éum antibiótico, também éum agrotóxico, que toma o nome de ” remédio” quando usado para debelar infecção nos seres humanos ou animais.

Mas, afinal como poderíamos conceituar Agrotóxicos?

Façamos sua conceituação segundo o que dispõe a legislação:

Entende-se por agrotóxicos as substâncias ou misturas de substâncias de natureza química quando destinadas a prevenir, destruir ou repelir, direta ou indiretamente qualquer forma de agente patogênuico ou da vida animal ou vegetal, que seja nocivo às plantas ou animais úteis seus produtos e subprodutos e ao homem. Sendo considerados produtos afins os hormônios, reguladores de crescimento e produtos químicos e bioquímicos de uso veterinário.

NRR 5 ‚ 5.1.1 da Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Mas a lei Federal que dispõe sobre agrotóxicos e afins, a lei 7802 de 1989 define assim:

Art. 2† Para os efeitos desta Lei, consideram-se:

I – agrotóxicos e afins:

a) os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hÌdricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos;

Veja portanto que a lei federal retirou da definição os produtos destinados à defesa animal e inclui entre os agrotóxicos, aqueles destinados a alterar a flora e fauna, mesmo em ambientes urbanos hídricos e industriais.

Isto significa que um veneno que vise matar baratas ou ratos, por exemplo, em uma rede de esgoto é considerado um agrotóxico também.

Os venenos usados para controle de mosquitos em saúde pública também são agrotóxicos.

Então, fiquemos com esta definição ampla que a lei 7802 nos dá.

HISTÓRICO DOS AGROTÓXICOS

Para falar sobre origem histórica dos agrotóxicos, temos que remontar a períodos pré cristãos, quando já se fazia uso de produtos destinados a estes fins.

HISTÓRIA DO USO DE AGROTÓXICOS

Nos últimos anos, (basicamente pós-Segunda Guerra Mundial) agrotóxicos químicos tornaram-se a forma conscientemente aplicada mais importante da gestão de pragas. Esta é uma generalização, é claro, pois algumas culturas em algumas áreas, formas alternativas de controle de pragas ainda são muito usados, como a queima dos campos de grama que nós experimentamos no verão e outono no Vale do Willamette.

Os agrotóxicos “primeira geração” foram compostos em grande parte, altamente tóxicos, como arsênico e cianeto de hidrogênio. Seu uso foi abandonada porque eles eram muito ineficazes ou muito tóxicos.

Os agrotóxicos “segunda geração” incluído em grande parte compostos orgânicos sintéticos. (‘Sintética’ aqui significa feito por seres humanos – que não ocorrem naturalmente, enquanto que “orgânico” significa que contém carbono, para não ser confundido com o uso popular de “orgânico”, como em “agricultura biológica”.)

DDT ESTUDO DE CASO:

O primeiro pesticida orgânico sintético importante foi a hydrocarboon clorada (ou organoclorados): diclorodifeniltricloroetano ou DDT. DDT foi descoberto em 1939 por um químico suíço Paul Muller.

Em seus primeiros dias, ele foi saudado como um milagre para uma série de razões:

Foi tóxico para vasta gama de pragas de insectos (“amplo espectro”) ainda parecem ter uma baixa toxicidade para mamíferos.

Foi persistente (não quebrar-se rapidamente no ambiente), de modo que não têm de ser reaplicados frequentemente.

Não era solúvel em água (insolúvel), por isso não se lavado pelas chuvas.

Foi barato e fácil de aplicar

Foi tão eficaz em matar as pragas e, assim, aumentar o rendimento das culturas e foi tão barato para fazer que o seu uso se espalhou rapidamente sobre o globo.

Em 1948, Muller recebeu o Prêmio Nobel em Fisiologia ou Mecine para a sua descoberta. Ele foi usado para muitas aplicações não-agrícolas também.

Por exemplo, ele foi usado para despojar os soldados na Segunda Guerra Mundial, e, até a década de 1960 para controlar mosquitos em áreas residenciais de os EUA. Lembro-me como uma criança, em uma pequena cidade em Minnesota, a visão empolgante estranha eo som do “caminhão mosquito” subir e descer as ruas à noite, produzindo uma névoa suave atrás dele …. Nós, muitas vezes sair e jogar para estar perto dele!

A magia do DDT parecia se espalhar. Os rendimentos aumentaram em culturas tratadas, as doenças como a malária foram colocados sob controle, como nunca antes … (aliás, a malária é agora está a aumentar de novo como os insetos vetorização desenvolver resistência a pesticidas químicos). Tudo parecia tão maravilhoso – as pessoas podiam mais barato e fácil controlar tantas pragas!

Então, as coisas começaram a moderar o entusiasmo por pesticidas. Notável entre estes foi a publicação de melhor livro de Rachel Carson seller “Silent Spring” (Primavera Silenciosa), que foi publicado em 1962. Ela (a cientista) emitiu graves advertências sobre os pesticidas, e previu a destruição maciça de ecossistemas frágeis do planeta a menos que mais foi feito para deter o que ela chamou de “chuva de produtos químicos.” Em retrospectiva, este livro realmente lançou o movimento ambiental.

Ela estava se concentrando em hidrocarbonetos clorados, como o DDT, e apontou para evidências ligando-os à morte de criaturas não-alvo (exceto aqueles que o pesticida é a intenção de matar organismos), como aves.

Ela argumentou que a morte de nontargets ocorreu através de duas formas básicas:

1) toxicidade direta. Foi descoberto que o DDT era tóxico para os peixes (especialmente os jovens) e caranguejos, não só para os insetos.

2) toxicidade indireta, relacionado com a sua persistência (É persistência veio em parte de sua insolubilidade, a partir do fato de que era um sintético, composto introduzido recentemente que microconsumers, tais como bactérias, faltou enzimas capazes de degradar – basicamente eles não tinha ‘t evoluído para usá-lo como uma fonte de energia, bem como de outras características da sua composição química.)

Ela relatou que os pássaros que comem insetos e vermes estavam morrendo em áreas onde pesticidas haviam sido aplicados via aérea (daí o seu título, “Silent Spring” (Primavera Silenciosa).

Os fabricantes de agrotóxicos, disse que as quantidades mínimas encontrados no meio ambiente não poderia ser matá-los. No entanto, algum trabalho experimental demonstrou que mesmo pequenas quantidades de alguns dos agrotóxicos pode afectar a sobrevivência e reprodução de algumas espécies.

Mais importante, a pesquisa demonstrou que, embora as concentrações foram muito baixas no solo, atmosfera e água, as concentrações foram maiores nas plantas, maior ainda em herbívoros, e ainda maior quando se moveu para a cadeia alimentar.

A toxicidade indireta relacionada a dois princípios:

1) bioconcentração – a tendência para um composto se acumular nos tecidos de um organismos (especialmente em tecidos adiposos para organoclorados lipossolúveis, como o DDT) e

2) biomagnificação – Um aumento da concentração na cadeia alimentar.

(Esses termos são usados ??de forma descuidada, às vezes “bioacumulação” também é usada para significar qualquer um destes, e as pessoas costumam usar todos esses termos como sinônimos.)

Como o DDT foi (é) persistente, houve oportunidade abundante para que possa ser feita a partir do ambiente por organismos.

Por exemplo, no ecossistema estuarino ao lado de Long Island Sound, foram encontradas as seguintes concentrações de DDT:

Na água = 3 ppt (0,000003 ppm)

Em zooplâncton = 0,04 ppm (bioconcentração e biomagnificação de comer plantas)

Em peixinhos = 0,5 ppm (bioconcentração + biomagnificação) (Por causa da ineficiência de transferência de energia, cada peixinho tem que comer muita zooplâncton, e assim adquire um fardo muito com eles.)

Em grandes peixes = 2,0 ppm

Em Ospreys (aves comer peixe) = 25,0 ppm

Assim, as concentrações aumentaram 10 milhões de vezes até esta progressão, em grande parte por causa de biomagnificação (absorção diferencial e secreção também podem estar envolvidos). Estas concentrações não eram sempre diretamente letal para os mais altos carnívoros de ordem, mas não prejudicar a sua reprodução. DDT (na verdade, o seu produto de decomposição DDE) reduziu a deposição de cálcio em cascas de ovos. Assim, as aves produzido casca mais fina que rachou mais facilmente durante a incubação.

As populações de muitas populações de predadores (os mais altos carnívoros ordem), como águias e pelicanos marrons foram quase eliminados.

O falcão peregrino desapareceu em os EUA de Leste, como resultado de falhas reprodutivas por 1960.

DDT (e DDE, um dos produtos de degradação do DDT) também apareceu nos tecidos gordurosos de focas e esquimós, longe de qualquer área de uso, indicando que, por causa de sua persistência, que estava sendo transportado por longas distâncias na atmosfera e pela marinha mamíferos e peixes. Ele também apareceu no leite materno em notavelmente altas concentrações – tão alto que o leite não pode ser vendido legalmente através do comércio interestadual se fosse leite de vaca! DDE é um dos contaminantes mais comuns no leite humano em todo o mundo.

Fonte: people.oregonstate.edu

História dos Agrotóxicos

História do Uso de Pesticidas

A prática da agricultura começou há aproximadamente 10.000 anos no Crescente Fértil da Mesopotâmia (parte do atual Iraque, Turquia, Síria e Jordânia), onde sementes comestíveis foram inicialmente recolhidos por uma população de caçadores / coletores 1. O cultivo de trigo, cevada, ervilhas, lentilhas, grão de bico, ervilhaca amarga e linho, em seguida, seguiu como a população tornou-se mais estável e agricultura tornou-se o modo de vida. Da mesma forma, na China, o arroz eo milho foram domesticados, ao passo que cerca de 7.500 anos atrás, arroz e sorgo foram cultivadas na região do Sahel da África. As culturas locais foram domesticados independentemente na África Ocidental e, possivelmente, na Nova Guiné e na Etiópia. Três regiões das Américas Caseiro independentemente de milho, abóboras, batata e girassol 2.

É evidente que as culturas cultivadas sofreriam de pragas e doenças causando uma grande perda no rendimento com a sempre presente possibilidade de fome para a população. Mesmo hoje em dia com os avanços nas ciências perdas agrícolas devido a pragas e doenças variam de 10-90%, com uma média de 35 a 40%, para todas as culturas de alimentos e fibras potenciais 3. Havia, portanto, um grande incentivo para encontrar maneiras de superar os problemas causados ??por pragas e doenças. O primeiro registro do uso de inseticidas é de cerca de 4.500 anos atrás por sumérios que usavam compostos de enxofre para controlar insetos e ácaros, enquanto que cerca de 3200 anos atrás, os chineses estavam usando compostos de mercúrio e arsenicais para controlar piolhos do corpo 4.

Escritos da Grécia e Roma antigas mostram que a religião, magia popular eo uso do que pode ser chamado de métodos químicos foram julgados para o controle de doenças de plantas, ervas daninhas, insetos e pragas animais. Como não havia indústria química, os produtos usados ??tinham de ser de planta ou animal derivação ou, se de natureza mineral, de fácil obtenção ou disponível. Assim, por exemplo, cigarros são registrados como sendo usado contra mofo e pragas. O princípio era para queimar algum material, como a palha, palha, aparas de hedge, caranguejos, peixe, esterco de boi ou de outro chifre animal a barlavento, de modo que a fumaça, preferência malcheiroso, que se espalhou por todo o pomar, colheita ou vinha. Foi generalizada de que tal fumaça iria dissipar a praga ou bolor.

Fuma também foram usados ??contra insetos, assim como uma variedade de extratos de plantas, como tremoço amargo ou pepino selvagem.

Tar foi usado também em troncos de árvores para armadilha insetos rastejantes.

As plantas daninhas foram controladas principalmente por capina manual, mas vários métodos “químicos” também são descritos, tais como o uso de sal ou 5,6 água do mar. Piretro, que é derivada a partir de flores secas de Chrysanthemum. “margaridas piretro”, tem sido utilizada como um insecticida para mais de 2000 anos. Persas usado o pó para proteger os grãos armazenados e mais tarde, os cruzados trouxeram informações de volta para a Europa que secou margaridas redondas controlado piolhos 7. Muitos produtos químicos inorgânicos têm sido usadas desde os tempos antigos como pesticidas 8, de fato Bordeaux mistura, com base em sulfato de cobre e cal, ainda é usado contra várias doenças fúngicas.

Até 1940 os substâncias inorgânicas, tais como clorato de sódio e ácido sulfúrico, ou produtos químicos orgânicos derivados de fontes naturais ainda foram amplamente utilizados no controlo de pragas. No entanto, alguns agrotóxicos foram subprodutos da produção de gás de carvão ou outros processos industriaisAssimclorofenóis, creosoto, naftaleno e de petróleo, foram usados ??produtos orgânicos precoces, como óleos nitrofenóis, fungos e pragas de insetosenquanto que o sulfato de amónio e de arseniato de sódio foram usados ??como herbicidas. A desvantagem para muitos , destes produtos era suas altas taxas de aplicação, falta de seletividade e fitotoxicidade 9. O crescimento de agrotóxicos sintéticos acelerado na década de 1940 com a descoberta dos efeitos do DDT, BHC, aldrin, dieldrin, endrin, clordano, parathion , captan e 2,4-D. Estes produtos foram eficazes e de baixo custo com DDT é o mais popular, devido à sua atividade de amplo espectro 4, 10. DDT foi amplamente utilizado, pareceu ter baixa toxicidade para mamíferosdoenças transmitidas por insetos, como a malária, febre amarela e tifo e, conseqüentemente, em 1949, o Dr. Paul Muller ganhou o Prêmio , e reduziu Nobel de Medicina pela descoberta de suas propriedades inseticidas. No entanto, em 1946, a resistência ao DDT por moscas domésticas foi comunicada ede seu uso generalizado, houve relatos de danos para as plantas não visadas e animais e problemas com resíduos 4,10.

Durante a maior parte da década de 1950, os consumidores ea maioria dos formuladores de políticas não eram excessivamente preocupados com os potenciais riscos à saúde no uso de agrotóxicos. Comida era mais barato por causa das novas formulações químicas e com os novos agrotóxicos não houve casos documentados de pessoas que morrem ou seriamente feridos por seu “normal” usa 11. Houve alguns casos de danos de mau uso dos produtos químicos.

Mas os novos pesticidas parecia bastante seguro, especialmente em comparação com as formas de arsênico que matou pessoas na década de 1920 e 1930 12.

No entanto, problemas podem surgir com o uso indiscriminado e, em 1962, estes foram destacados por Rachel Carson em seu livro Primavera Silenciosa 13.

Isso trouxe para casa os problemas que podem ser associados com o uso indiscriminado de agrotóxicos e pavimentou o caminho para produtos ecologicamente mais seguros e mais.

A investigação sobre agrotóxicos continuou e os anos 1970 e 1980 viu a introdução de maior herbicida do mundo de venda, o glifosato, o sulfonylurea baixa taxa de uso e imidazolinonas (IMI) herbicidas, bem como dinitroanilinas eo ariloxifenoxipropionatos (FOP) e ciclohexanodionas (dim) famílias.

Para insecticidas houve a síntese de 3 ª geração de piretróides, a introdução de avermectinas, benzoilureias e B t (Bacillus thuringiensis) como um tratamento de pulverização. Este período também viu a introdução dos triazóis, morfolina, imidazol, pirimidina e dicarboxamida famílias de fungicidas.

Como muitos dos agroquímicos introduzidas neste momento tinha um único modo de ação, tornando-os mais seletivos, os problemas com a resistência ocorreu e estratégias de gestão foram introduzidas para combater este efeito negativo.

Na década de 1990 atividades de pesquisa concentrou-se na descoberta de novos membros de famílias existentes, que têm uma maior selectividade e melhores perfis ambientais e toxicológicos. Além de novas famílias de agrotóxicos foram introduzidos no mercado, como o triazolopirimidina, tricetona e herbicidas isoxazol, as estrobilurinas e azolone fungicidas e chloronicotinyl, spinosin, fiprole e inseticidas diacil-hidrazinas. Muitos dos novos produtos agroquímicos podem ser utilizados em gramas, em vez de os quilogramas por hectare.

Novo inseticida e fungicida 14 15 química permitiu uma melhor gestão da resistência e melhor seletividade Este período também viu o refinamento de produtos maduros em termos de padrões de uso com a introdução de formulações user-friendly e ambientalmente segura mais recentes e mais 9.

Sistemas de manejo integrado de pragas, que utilizam todas as técnicas de controle de pragas disponíveis, a fim de desencorajar o desenvolvimento de populações de pragas e reduzir o uso de pesticidas e outras intervenções para níveis que são economicamente justificada, também contribuíram para a redução do uso de pesticidas 16.

Hoje, a caixa de ferramentas de manejo de pragas tem se expandido para incluir o uso de cultivos geneticamente modificados destinados a produzir seus próprios inseticidas ou apresentam resistência a grandes produtos herbicidas de espectro ou pragas. Estes incluem herbicidas culturas tolerantes tais como soja, milho, canola, algodão e variedades de milho e algodão resistentes a broca do milho e lagarta 9, respectivamente. Além disso, o uso de sistemas de Manejo Integrado de Pragas (MIP) que desencorajam o desenvolvimento de populações de pragas e reduzir o uso de defensivos agrícolas também se tornaram mais generalizada.

Essas mudanças alteraram a natureza do controle de pragas e têm o potencial de reduzir e / ou mudança a natureza de agroquímicos utilizados.

John Unsworth

Referências

1. Impulso para a semeadura eo início da agricultura: coleta terra de cereais selvagens; ME Kislev, E. Weiss e A. Hartmann, Proceedings of the National Academy of Sciences, 101 (9) 2692-2694 (2004) http://www.weizmann.ac.il/kimmel-arch/pdf/17_Kislev2004.pdf
2. Sementes primordial, origem da agricultura http://www.primalseeds.org/agricult.htm
3. Benefícios Econômicos da Gestão de Pragas; R. Peshin, Encyclopedia of Pest Management, páginas 224-227, bar. Marcel Dekker, 2002
http://books.google.co.uk/books?id=ytFoAcwI4sQC&pg=PA224&lpg=PA224&dq=global+crop+losses+without+pesticides&source=web&ots=nNOWp
1gqyo&sig=S6scf7yN5aOE1j7n4QhAVy3qNCI&hl=en&ei=3uKbSc_gD4Oh-gbChpXhBA&sa=X&oi=book_result&resnum=2&ct=result#PPA227,M1
4. A História de Agrotóxicos, pesticidas orgânicos, 19 de Setembro 2008 http://blog.ecosmart.com/index.php/2008/09/19/the-history-of-pesticides/
5. História da Horticultura, Roman History Agrícola; J. Janek, da Universidade Purdue http://www.hort.purdue.edu/newcrop/Hort_306/text/lec18.pdf
6. Precursores de pesticidas na Grécia clássica e Roma; AE Smith e DM Secoy, J. Ag. Food Chem. 23 (6) 1050 (1975)
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8. Um compêndio de substâncias inorgânicas usado no controle de pragas Europeia antes de 1850; AE Smith e DM. Secoy, J. Ag.. Food Chem. 24 (6) 1180 (1976) Ver http://www.hort.purdue.edu/newcrop/history/lecture31/r_31-1.html
9. Uma História de Proteção de Cultivos e controle de pragas em nossa sociedade; CropLife Canadá (2002) http://www.croplife.ca/english/pdf/Analyzing2003/T1History.pdf
10. Uso de pesticidas nos Estados Unidos: história, benefícios, riscos e tendências; Bulletin 1121, novembro de 2000, KS Delaplane, Cooperative Extension Service, The University of Georgia College de Ciências Agrárias e Ambientais http://pubs.caes.uga.edu/caespubs/pubs/PDF/B1121.pdf
11. Wessels Living History Farm, York, Nebraska; Agricultura na década de 1950 e 60 http://www.livinghistoryfarm.org/farminginthe50s/pests_08.html
12. Wessels Living History Farm, York, Nebraska; Agricultura na década de 1930 http://www.livinghistoryfarm.org/farminginthe30s/pests_04.html
13. Silent Spring, 40 ª edição de aniversário, Rachel Carson, Houghton Mifflin Harcourt, 2002
14. Modos de novo inseticida de ação: De onde Seletividade? J. Coats, Iowa State University, Ames, Iowa, EUA
15. Uma Breve História do Fungicidas, V. Morton e T. Staub, APSnet, março de 2008 http://www.apsnet.org/online/feature/fungi/
16. SÉRIE OCDE sobre pesticidas, no número 8, Relatório do Workshop OCDE / FAO sobre Manejo Integrado de Pragas e Redução de Riscos de pesticidas, de Abril de 1999http://www.olis.oecd.org/olis/1999doc.nsf/LinkTo/NT00000FBE/ $ FILE/04E94320.PDF

Fonte: agrochemicals.iupac.org

História dos Agrotóxicos

O termo agrotóxico é de uso muito controvertido em decorrência dos significados dos substantivos que o formam, seja,. Agro-tóxico

Se admitirmos que Agro seja um designativo daquilo que se refere às atividades humanas dedicadas ao cultivo das plantas, e tóxicos é aquilo que tem a propriedade de envenenar, teremos que nos perguntar:

Envenenar o que ?

Obviamente se pretende envenenar pragas e doenças que atacam as plantas, e somente plantas, quando nos referirmos aos agrotóxicos, nunca a qualquer tipo de parasitas ou agentes que causariam doenças em animais, muito menos ao homem.

Portanto agrotóxicos são utilizados no controle de parasitas e moléstias que atacam as plantas, ou de plantas outras que concorram com a cultura comercial implantada (matos que estejam prejudicando a cultura principal).

Mas, se é assim, poderíamos defender o seguinte:

Então, seria lógico chamar os medicamentos animais que são usados para erradicar vermes ou micróbios de cavalos, bois, coelhos cães, aves, peixes, gatos etc de zootóxicos?

E também poderíamos chamar os medicamentos que usamos como antibióticos, analgésicos, vermífugos, antimicóticos, antiparasíticos (um mata-piolho como exemplo), de antropotóxicos?

Bem, fosse qual fosse o termo designativo para cada uma destas vertentes do controle de patologias, que fique claro que os produtos usados na agricultura para estes fins são chamados de agrotóxicos, e em animais são chamados de medicamentos animais, como os medicamentos humanos.

Alguns tipos de agrotóxicos possuem uma formula química que pode ser convertida em medicamento animal e agrotóxico.

Exemplos:

a) Avermectin: é um composto químico descoberto em um fungo que habita os solos, ele foi então estudado e sua molécula copiada em laboratório, daí então, transformado em um agrotóxico para combater ácaros, que são como que pequenos piolhos que atacam e envenenam plantas.
Mas o Avermectim foi também transformado em uma espécie de antiparasítico para bovinos. Ele é derramado em pequenas quantidades sobre o dorso destes animais e seu efeito é de envenenar e matar parasitas como bernes, carrapatos etc que habitam o couro;
b) o DIAZINON
: é outro agrotóxico, muito venenoso, que é usado em controle de insetos diversos que sugam plantas como repolho, alface, couve etc.
Mas ele também é usado no combate a parasitas em animais ( na forma de sua versão veterinária);
c) A deltametrina:
é um produto usado tanto para matar insetos de plantas, como piolhos em animais e também em seres humanos, sendo que, volto a lembrar em cada um dos seus usos existe uma versão própria da substância, seja para planta, ou para animais e outra para seres humanos, mas fundamentalmente são a mesma coisa;
d)
A Terramicina, ( quem não ouviu falar ?): é outra substância, desta vez adotada no controle de bactérias porque éum antibiótico, também éum agrotóxico, que toma o nome de ” remédio” quando usado para debelar infecção nos seres humanos ou animais.

Mas, afinal como poderíamos conceituar Agrotóxicos?

Façamos sua conceituação segundo o que dispõe a legislação:

Entende-se por agrotóxicos as substâncias ou misturas de substâncias de natureza química quando destinadas a prevenir, destruir ou repelir, direta ou indiretamente qualquer forma de agente patogênuico ou da vida animal ou vegetal, que seja nocivo às plantas ou animais úteis seus produtos e subprodutos e ao homem. Sendo considerados produtos afins os hormônios, reguladores de crescimento e produtos químicos e bioquímicos de uso veterinário.

NRR 5 ‚ 5.1.1 da Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Mas a lei Federal que dispõe sobre agrotóxicos e afins, a lei 7802 de 1989 define assim:

Art. 2† Para os efeitos desta Lei, consideram-se:

I – agrotóxicos e afins:

a) os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hÌdricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos;

Veja portanto que a lei federal retirou da definição os produtos destinados à defesa animal e inclui entre os agrotóxicos, aqueles destinados a alterar a flora e fauna, mesmo em ambientes urbanos hídricos e industriais.

Isto significa que um veneno que vise matar baratas ou ratos, por exemplo, em uma rede de esgoto é considerado um agrotóxico também.

Os venenos usados para controle de mosquitos em saúde pública também são agrotóxicos.

Então, fiquemos com esta definição ampla que a lei 7802 nos dá.

HISTÓRICO DOS AGROTÓXICOS

Para falar sobre origem histórica dos agrotóxicos, temos que remontar a períodos pré cristãos, quando já se fazia uso de produtos destinados a estes fins.

Acompanhe na tabela o histórico de suas descobertas:

DATA PRODUTO OBSERVAÇÃO
1000 anos AC O enxofre elementar, extraído de rochas já era usado como agrotóxico.

Homero, na antiga Grécia escreveu sobre seu uso para o controle de diversas pestes  agrícolas.

Ainda hoje se usa este produto em forma se uma solução feita domesticamente chamada calda sulfo-cálcica.

Ela é considerada de baixo impacto, muito segura para aplicar sobre plantas alimentares ou ornamentais de jardins e interiores.

1637 O sal de cozinha era usado para controlar o ” carv“o” uma doença que ataca espigas de milho deixando-as totalmente tomadas por uma massa de fungos negros.
1705 Cloreto de arsênio e mercúrio era recomendado para carvão do milho por Homberg. O mercúrio foi usado até a década passada no Brasil como componente de alguns agrotóxicos, mas hoje é proibido este uso.

O mercúrio se transloca nas cadeias tróficas e chega finalmente no homem onde causa sérios problemas de saúde, principalmente afetando o sistema nervoso.

1761 Schultess Recomendava o sulfato de cobre para tratamento de carvão do milho.
1874 Zeidler descobre o DDT, mas ele não conhecia o uso do DDT como inseticida.  O DDT só vai ser usado como agrotóxico a partir de pesquisas de Paul Muller feitas na CIA Geigy, na Basiléia Suíça em 1939. Embora Muller procurasse pesquisar um repelente de traças, ele topou com as propriedades inseticidas do DDT.

Em 1948, Paul Muller recebeu o prêmio Nobel de medicina por esta descoberta.

Isto porque o DDT possibilitou o combate de uma enormidade de vetores de doenças, bem como de pragas que atacavam as lavouras e os animais.

Finalizando o século XX, o DDT foi banido de muitos países, inclusive o Brasil porque, apesar de ser um inseticida pouco tóxico, ele possui altíssima capacidade de bioacumulação, isto é, fica retido nos tecidos dos seres vivos por muitos anos.

Além disso, ele se desloca para regiões longínquas daquelas onde foi aplicado.

Exemplo: encontrou-se traços de DDT em gordura de esquimós e pingüins vivendo a 5000 Km dos locais de uso do DDT.

1886 Pierre Aléxis na França descobre a calda-bordalesa. O sulfato de cobre ainda hoje é muito usado como componente da calda bordalesa, um agrotóxico de baixo impacto ao meio ambiente e toxicidade ao homem, aceito largamente pelas correntes de agricultura orgânica.
1932 Gerard Schrader sintetiza os principais gases dos nervos, utilizados como armas de guerra. Gases como Sarin (uma substância constuída de fósforo)  vieram mais tarde a se transformar em substâncias líquidas usadas para matar insetos e outras pragas agrícolas.

Mas, ha alguns anos atrás, nesta década já, o Sarin gás, foi usado como arma para cometer um dos mais graves atentados políticos da história, matando várias pessoas e contaminando outras no metrô de Tóquio.

Década de 90 A pesquisa lança os novos produtos, com uma forma de ação, técnica de obtenção, forma de aplicação totalmente inédita até então.

Os novos produtos, entre eles os fisiológicos atuam não mais envenenando o inseto através de intoxicação do sistema nervoso, mas impedindo que se forme a chamada ecdise, ou troca de pele mais comum entre as lagartas.

Surgem também os transgênicos, plantas inoculadas com seqüências de genes de outros seres como bactérias e vírus.

As plantas produzem venenos que matam alguns dos insetos ou fungos que as atacam.

Intensifica um pouco mais o uso dos feromônios.

Eles são substâncias que imitam o ” cheiro ” dos insetos transmitindo a eles informações falsas que possibilitam sua atração e captura, ou induzem o medo e fuga, ou mesmo atrapalham o processo de atração sexual.

CURIOSIDADES:

Algumas curiosidades históricas das descobertas já foram narradas acima, tal como a descoberta incidental da utilidade do DDT por Paul Muller, o prêmio Nobel ganho, mas que na verdade foi mesmo descoberto por Zeiddler 65 anos antes.

Também a utilidade mórbida dos gases dos nervos como arma de guerra, que mais tarde vieram a se transformar em agrotóxicos.

É comum ver pessoas confundir esta história dos gases dos nervos usados intensamente na primeira guerra mundial com outro fato ligando os agrotóxicos com armas de guerra.

Na guerra do Vietnã, os Estados Unidos lanÁavam sobre extensas áreas de florestas o agrotóxico 2,4,5 T que é um desfolhante, o chamado agente laranja, visando matar as árvores das florestas onde se escondiam os ” inimigos vietcongs “.

O 2,4,5 T foi proibido no Brasil desde a década passada em função de uma impureza que era produzida durante o processo de fabricação, a dioxina é mais tóxica substância já sintetizada pelo homem, além de apresentar efeitos teratogênicos (provoca alterações no processo de fecundação animal). Entretanto os processos atuais reduziram os níveis de dioxina no 2,4,5 T em 80 vezes, continuando mesmo assim, ainda proibido no Brasil.

Portanto não se permita confundir o evento do uso de 2,3,5 T na guerra do Vietnã com o uso do Sarin, Tabum e Schradan como gases dos nervos na primeira guerra mundial.

Ainda não confundir o 2,4,5 T banido do Brasil com o 2,4 D ainda amplamente usado para controle de ervas daninhas em pastagens.

Outro fato curioso foi a forma como se descobriu o grupo dos agrotóxicos denominados Carbamatos.

No início do século, em alguns países da Costa da África, se usava uma forma curiosa de fazer justiça:

O réu era forçado a comer de uma planta venenosa hoje conhecida como Physostigma venenosum, caso ele sobrevivesse era considerado inocente, se morresse era culpado…desnecessário dizer que pouquíssimos réus eram absolvidos!

Os Ingleses se interessaram por esta planta e passaram a estuda-la descobrindo que ela produzia um ácido extremamente tóxico, que como os inseticidas fosforados atacavam o sistema nervoso matando o organismo envenenado.

Em 1947 eles passaram a produzir a substância em laboratório e a utilizaram como agrotóxicos do grupo carbamatos.

Mas, o mais antigos dos agrotóxicos orgânicos são as ” piretrinas “.

As piretrinas que são substâncias extraídas de plantas do gênero Chrysantemum foram usadas durante muito tempo para controlar pragas de lavouras e ainda são muitíssimo usadas no controle de insetos domésticos, elas compõem a maioria dos inseticidas aerossóis que compramos em supermercados.

Elas estão presentes nestes aerossóis na forma de ácido crisantêmico, ácido pirétrico, piretrolona e cinerolona.

São amplamente usados na agricultura também, entretanto não como piretrinas naturais como as domésticas, mas como piretróides, moléculas semelhantes as piretrinas, produzidas em laboratórios.

QUALIFICAÇÃO, FORMAS DE USO E PERIGO DOS AGROTÓXICOS:

Existem hoje no Brasil em torno de 2000 substâncias registrada como agrotóxicos.

CLASSE QUANTIDADE REGISTRADA  (até 1999) Observações
Acaricida 259
Adesivos 4 Em sua grande maioria são apenas substâncias colantes para fazer com que a solução adira à folha.

Possuem baixíssimo potencial tóxico, mas podem em grande quantidade poluir seriamente águas fluviais.

Adjuvantes 28
Bactericida 19 Antibióticos que se mal administrados podem afetar seriamente a microfauna do agroecossistema e também o homem.
Cupinicida 3
Espalhante adesivo 30 Também praticamente inócuo ao ser humano e a maioria dos animais silvestres, mas podem ser muito perigosos a ictiofauna pois seu poder emulsificante reduz o oxigênio disponível em corpos d’água.
Estimulante 4
Estimulante de crescimento 1 Hormônios vegetais
Estimulante vegetativo 1
Feromônio 5 Substâncias que simulam os sinais de comunicação entre os insetos e os confundem, permitindo o controle de suas populações.
Formicida 33
Fumicante 6
Fungicida 343
Herbicida 426 A grande maioria possui baixa periculosidade, mas alguns deles, especialmente os herbicidas que atuam na ” fosforilação oxidativa ”  causam um colapso no sistema de geração de energia da planta, sistema também presente nos seres animais.

Também os herbicidas a base de pentaclorofenol ( pó-da-China) muito usados na preservação de madeira são muito tóxicos e perigosos ao homem.

Herbicida pós-emergente 123
Herbicida pré-emergente 106
Inseticida 545 É neste grupo que se localizam a maioria dos agrotóxicos que causam intoxicações agudas e crônicas no homem, além de impactos ambientais de grandes intensidades.
Inseticida biológico 11 Praticamente não apresentam nenhum risco de intoxicação humana, ou impactos ao ecossistema pois são organismos cultivados em laboratórios de biotecnologia que já existem na natureza, sendo apenas aumentada sua população no ecossistema para causarem doenças, ou predatismo nos insetos que se quer controlar.
Maturador 1
Moluscicida 4

De forma resumida podemos dizer que os mais usados entre os agrotóxicos são pela ordem:

Inseticidas;
Herbicidas;
Fungicidas;
Acaricidas.

A forma de aplicação mais comumente usada é através de pulverizações sobre as culturas ou no solo, realizadas com o auxilio de equipamentos manuais, automotores, tratorizados, em em menor grau por aviões.

Esta forma de aplicação é a que mais causa intoxicações ou contaminção ambiental porque é extremamente ineficiente, pois os equipamentos fazem uma nuvem de gotículas pequenas sobre a cultura. Esta nuvem em sua maioria não atinge o alvo biológico a ser controlado, chegando apenas uma minoria do veneno aplicado até ele.

Alvo biológicoé o inseto, a doença ou a erva daninha que se quer controlar (matar).

A lei 7802 de 1989, vide Legislção federal, obriga, em tese que um agrotóxico só seja comprado pelo produtor após emitido o receituário agronômico, que é de competência de Engenheiros Agrônomo e Engenheiros Florestais.

Por outro lado o receituário agronômico não pode ser entendido apenas como uma receita escrita, mas sim como um processo em que o Engenheiro vá até a propriedade do agricultor, verifique as condições da cultura, em todo seu contexto sócio-econômico-ambiental, e então somente depois desta rigorosa inspeção, seja emitido ou não, uma receita agronômica para que o agricultor compre e aplique o agrotóxico.

Na receita deve conter também os equipamentos de proteção obrigatórios para a aplicação do produto, que visam proteger o trabalhador, a dosagem, o equipamento usado para aplicar o agrotóxico, bem como, o mais importante fator de proteção ao consumidor que é o chamado ” Prazo de Carência “.

Prazo de carência é o intervalo obrigatório entre a aplicação de um agrotóxico e a colheita do produto tratado.

O prazo de carência, pode ser desde alguns dias até meses, dependendo da cultura que está sendo tratada, do produto que está sendo usado, da formulação do produto etc.

Exemplos:

NOME DO AGROTÓXICO CARÊNCIA EM DIAS PARA:
Stroby Maçã 35 Tomate 3 Pepino 7
Photon Café 30 xxxxxxxxxx xxxxxxxxx
Decis Tab Tomate 3 dias Cebola 2 dias Batata 1 dia
Folicur Amendoim 30 Batata 30 Citrus 20

Este que decorre entre a última à aplicação e a colheita do produto é extremamente importante para a redução ou eliminação dos depósitos ou resíduos dos agrotóxicos na cultura.

Em verdade, os perigos do agrotóxico não se manifestam de forma contundente, visÌvel, aguda…

Embora os agrotóxicos mais carcinogênicos já tenham sido proibidos no Brasil ( DDT, BHC, Lindane etc) a cautela nos obriga a tomarmos cuidados intensos no controle destes produtos, pois algumas pesquisas mostram, ainda que em menor grau outros grupos de agrotóxicos podem vir causar câncer, principalmente hepático em mamíferos.

O consumidor dificilmente irá ter sintomas de intoxicações agudas com agrotóxicos que o levem ao hospital com um quadro toxicológico evidente. Isto ocorre mais com o produtor e o aplicador que estão mais próximos do produto em sua forma pura, e muito mais comum durante o processo de preparo da solução que será aplicada, do que durante a aplicação em si.

Ainda durante a aplicação, as maiores portas de entrada do agrotóxico no homem, são, por ordem decrescente:

Pele;
Vias respiratórias;
Boca.

Isto está longe de significar que não há riscos para o consumidor de se intoxicar com estes produtos, a bem da verdade, o fato de não ser comum o consumidor apresentar estes sintomas agudos, pode estar mascarando intoxicações crônicas (gradualmente ocorrendo sem que ele se aperceba). Esta modalidade de intoxicação é pois muito perigosa também, porque a pessoa afetada não identifica o mal como sendo decorrente de um agrotóxico, que ao longo do tempo, pode sim, se manifestar em forma de lesões, tumores, lesões neurológicas etc.

Mas, o prejuízo ambiental ainda é muito mais contundente.

Veja que o emprego abusivo, indiscriminado destes produtos faz com que os insetos (pragas das lavouras) criem resistência aos venenos, isto acontece por seleção genotípica. Isto é, quando os produtos são utilizados de forma incorreta não matam todas as pragas, mas, geralmente somente aquelas menos resistentes ao veneno, isto implica que, estas que sobraram , ” mais resistentes ” procriem uma nova geração de pragas ” mais resistentes ” ao produto, novamente o veneno é aplicado, e desta vez morrem menos insetos ainda, porque esta geração é mais forte que a primeira, imagine este processo se repetindo sucessivamente.

O que ocorre é que num certo ponto não se obtém mais os mesmo resultados de controle que na primeira vez então o produtor aumenta a quantidade de inseticida, elevando o perigo para os trabalhadores e para o consumidor final.

O grande responsável por estes problemas é sem dúvida a má prática agronômica, isto é, uso de produtos inadequados para a cultura em questão, doses exageradas, prazo de carência não cumprido o que leva o produto agrícola para a mesa do consumidor antes da degradação do agrotóxico no produto agrícola.

Neste sentido, há mais responsabilidade por parte de governos omissos no cumprimento da legislação de agrotóxicos, ou de proteção ao consumidor dos que do produtor ou da indústria.

Os instrumentos que temos para controlar estes problemas são:

Boa técnica agronômica;
Educação ambiental;
Educação do consumidor;
Legislação coercitiva;
Repressão pesada sobre os infratores.

Alguns conselhos para o consumidor podem ajudar a reduzir os perigos dos resíduos e depósitos de agrotóxicos nos vegetais:

Dar preferência a produtos cultivados organicamente;
Lavar bastante ou descascar quanto possível os vegetais a serem consumidos;
O processo de cozimento reduz significativamente os resíduos de agrotóxicos;
Prestigiar produtores que respeitem os prazos de carência e as demais boas práticas agronômicas (claro que isto só é possível quando se mora em cidades onde os produtores e consumidores estão mais próximos).

Não é verdade que os produtos cultivados com agrotóxicos se apresentam, obrigatoriamente com melhor aspecto que aqueles cultivados organicamente.

Produtos orgânicos cultivados com boa técnica, cuidados culturais e atenção nos tratos podem apresentar igual ou melhor aspecto que os cultivados com agrotóxicos, isto é mais função do produtor do que da linha escolhida.

Algumas evidências mostram que os orgânicos, que são cultivados de forma natural, sem o uso de agrotóxicos ou fertilizantes solúveis possuem maior teor de açucares solúveis que os não orgânicos, isto indicaria uma maior qualidade nutritiva.

A atual agricultura intensiva não poderia prescindir, entretanto do uso de agrotóxicos de forma radical e imediata, todo o sistema de produção está embasado neste uso, não só de agrotóxicos como de adubos químicos e uso intensivo de máquinas pesadas, a agricultura está, sistemicamente ligada a um modelo produtivo que só pode ser convertido a uma produção mais natural gradualmente, pois os produtores não sabem fazer de outra forma, os trabalhadores não foram treinados para este novo modelo, o consumidor não entende genericamente estas vantagens.

A nível nacional, propostas de conversão para uma agricultura, dita sustentável, que comporte esta filosofia estão sendo gestadas nos mais diversos seguimentos tecnológicos, mas uma iniciativa que comeÁou em SP, através do Sindicato dos Economistas daquele estado, está reunindo um banco de dados e propondo discussão para se criar a BECE, Brazilian Environment Commodities Exchange, uma bolsa de mercadorias que trabalhe com estes produtos originados de sistemas de produção sustentáveis, não só no sentido ecológico mas também econômico e social.

Fonte: www.profcupido.hpg.ig.com.br

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