Arte Sacra

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O que é

Arte Sacra todas estas definições têm sido usadas em um momento ou outro para definir a arte religiosa.

A definição mais comum é que a arte religiosa é aquela que retrata temas bíblicos.

Essa arte é abundante, especialmente aquele feito em séculos anteriores, porém ainda hoje é proeminente.

Arte religiosa ou arte sacra são imagens artísticas usando inspiração religiosa e motivos e muitas vezes destina-se a elevar a mente para o espiritual.

A arte sacra envolve as práticas rituais e cultuais e os aspectos práticos e operativos do caminho da realização espiritual dentro da tradição religiosa do artista.

Arte sacra
Arte Sacra – Capela Sistina

No entanto, numa análise mais aprofundada, essas definições se referem ao “conteúdo” religioso, em vez da “qualidade” religiosa. Por exemplo, uma pintura de uma cena de crucificação que chamou a atenção para algum atributo físico fundamentalmente estranho ou blasfemo do Cristo moribundo dificilmente mereceria a descrição de arte religiosa.

Além disso, certas religiões (ortodoxos orientais, Islam) têm certas regras que circunscrevem o tipo de arte permitida: uma escultura de Muhammad seria considerada como uma blasfêmia, ao invés de uma obra de arte religiosa.

Assim, para se qualificar como “religioso”, a pintura, a escultura ou a arquitetura em questão deve ter alguma narrativa moral reconhecível, que impregna o trabalho com a necessária sagrada “qualidade”.

Tal como acontece com a avaliação de toda a arte, determinar se ou não este atributo moral está presente, é essencialmente um exercício subjetivo, embora na maioria dos casos, a resposta é provável que seja bastante simples.

Cerca de um terço das pinturas coleção de arte européia ocidental da Galeria Nacional são de temas religiosos e quase todos eles são cristãos.

A elevada percentagem de obras sobre este tema reflete o fato de que, após a antiguidade clássica, o cristianismo se tornou o poder predominante que moldou a cultura europeia entre os séculos XIII e XIX.

Definição

A arte religiosa é qualquer obra cujo tema sustente a mensagem moral da religião que pretende ilustrar. Neste contexto, a religião significa qualquer conjunto de crenças humanas relativas ao que eles consideram sagrado, santamente, espiritual ou divino – ou não divindades estão envolvidos.

Dependendo do fim a que se destina uma obra de arte, pode ser considerada sacra (de culto) ou religiosa (de devoção).

Objetivo

A obra de arte sacra é um fenômeno comunicativo, tem como objetivo expressar uma verdade que vai além do racional, do conhecido, do humano. Seu objetivo é celebrar com a comunidade. Não é apenas a expressão do artista, mas de toda a comunidade na qual ele está inserido e a qual sua arte serve. É uma arte simbólica e teocêntrica. Suas formas são simples, cruas, as cores são chapadas e sem nuances, sem efeitos especiais. É expressão de algo maior, não cabe em si mesma. A arte sacra é meio e não fim. Não tem a presunção de ser o centro, o fim em si mesma, ao contrário, sabe que serve a algo maior. Não é antropológica, nem lírica, nem acadêmica. É uma arte imaginativa, geométrica, abstrata e idealista.

A arte sacra primitiva difere um pouco da arte sacra atual ou mesmo do final do século XIX. É preciso que se leve em conta as mudanças sociais, políticas, econômicas, científicas e culturais que ocorreram deste o início do cristianismo e interferiram na religiosidade do homem. O homem do século XIX e XX não é o mesmo homem do início do cristianismo. Sua expressão artística, portanto, difere da expressão artística dos primeiros cristãos.

A arte sacra está ligada a imagens de culto, enquanto a arte religiosa está ligada a imagens de devoção. A imagem de devoção nasce da vida interior do indivíduo crente e embora se refira a Deus o faz com conteúdo humano. A imagem de culto dirige-se à transcendência, enquanto a imagem de devoção surge da imanência.

Tipos comuns de arte religiosa

Desde a Antiguidade, o tipo mais comum de arte religiosa tem sido pintura e escultura portátil. No entanto, a forma de arte religiosa com maior impacto visual é, sem dúvida, a arquitetura.

Das pirâmides egípcias ao círculo de pedras de Stonehenge, da Hagia Sophia em Istambul à Grande Mesquita dos Omíadas de Damasco, da Cúpula da Rocha em Jerusalém às Catedrais Góticas Francesas, da Basílica de São Pedro em Roma ao Taj Mahal, autoridades religiosas Sempre se voltaram para a arquitetura para reverenciar e influenciar suas congregações.

As decorações artísticas interiores e exteriores destas igrejas cristãs, islâmicas e budistas incluem tipicamente uma vasta gama de artes decorativas, incluindo: caligrafia, cerâmica, artesanato, ícones, manuscritos iluminados, trabalhos em metal, mosaico, vitrais, tapeçaria e escultura em madeira.

Diferença entre Arte Sacra e Religiosa

A “arte sacra” é aquela arte feita para a religião, que tem um destino de liturgia, isto é, o culto divino. A “arte sacra” fomenta a vida litúrgica nos fiéis, conduzindo a uma atitude religiosa, ao culto divino. Por exemplo, o artista que cria esculturas de santos, para altares de igrejas, está produzindo arte sacra, pois sua obra será foco de adoração nos cultos divinos.

A “arte religiosa” é aquela que reflete a vida religiosa do artista. A doutrina de uma determinada religião tende a produzir no ser humano virtudes ou valores, como o amor, a submissão, a fé, a esperança e, sobretudo, a adoração a Deus. A “arte religiosa” mantém os valores da religião retratada, mas não é destinada a realização do culto divino.

Atualmente, nos deparamos com artistas da “arte do grafite”, produzindo tanto arte religiosa quanto arte sacra.

A autêntica arte sacra

A arte sacra tem a tarefa de servir com a beleza à sagrada liturgia.

Na Sacrosanctum Concilium está escrito: “A Igreja nunca considerou um estilo como próprio seu, mas aceitou os estilos de todas as épocas, segundo a índole e condição dos povos e as exigências dos vários ritos,criando deste modo no decorrer dos séculos um tesouro artístico que deve ser conservado cuidadosamente” (n. 123).

A Igreja, portanto, não elege um estilo. Isso quer dizer que não privilegia o barroco ou o neoclássico ou o gótico. Todos os estilos são capazes de servir ao rito.

Isso não significa, evidentemente, que qualquer forma de arte possa ou deva ser aceita acriticamente.

De fato, no mesmo documento,afirma-se com clareza: “A Igreja julgou-se sempre no direito de ser como que o seu árbitro, escolhendo entre as obras dos artistas as que estavam de acordo com a fé, a piedade e as orientações veneráveis da tradição e que melhor pudessem servir ao culto” (n. 122). Torna-se útil, portanto, perguntar-se”que” forma artística pode responder melhor às necessidade de uma arte sacra católica, ou, o que é o mesmo, “como” a arte pode servir melhor, “desde que sirva com a devida reverência e a devida honra às exigências dos edifícios e ritos sagrados”.

Os documentos conciliares não desperdiça palavras, e elas dão diretrizes  precisas: a arte sacra autêntica deve buscar nobre beleza e não mera suntuosidade, não deve contraria a fé, os costumes, a piedade cristã, ou ofender o genuíno sentido religioso.

Este último ponto vem explicitado em duas direções: as obras de arte sacra podem ofender o sentido religioso genuíno”pela depravação da forma, que pela insuficiência, mediocridade ou falsidade da expressão artística” (n. 124).

Requer-se da arte sacra a propriedade de uma forma bela, “não depravada”, e a capacidade de expressar de forma apropriada e sublime a mensagem. Um claro exemplo está presente também na Mediator Dei, em que Pio XII pede uma arte que evite “o realismo excessivo por um lado e, por outro, o exagerado simbolismo” (n.190).

Essas duas expressões referem-se a expressões históricas concretas. Encontramos de fato “excessivo realismo” na complexa corrente cultural do Realismo, nascido como reação ao sentimentalismo tardio romântico da pintura de moda, e que podemos encontrar também na nova função social assinalada ao papel do artista, com peculiar referência a temas tomados diretamente da realidade contemporânea, e também a podemos relacionar com a concepção propriamente marxista da arte, que conduzirão as reflexões estéticas da II Internacional, até as teorias expostas por G. Lukacs. Além disso, há”excessivo realismo” também em algumas posturas propriamente internas à questão da arte sacra, ou seja, na corrente estética que entre finais do século XIX e inícios do XX propôs pinturas que tratam de temas sagrados sem enfrentar corretamente a questão, com excessivo verismo, como por exemplo uma Crucifixão pintada por Max Klinger, que foi definida como uma composição”mista de elementos de um verismo brutal e de princípios puramente idealistas” (C. Costantini, Il Crocifisso nell’arte, Florença 1911, p.164).

Encontramos em contrapartida “exagerado simbolismo” em outra corrente artística que se contrapõe à realista. Entre os precursores do pensamento simbolista podem-se encontrar G. Moureau, Puvis deChavannes, O. Redon, e mais tarde aderiram a essa corrente artistas como F.Rops, F. Khnopff, M. J. Whistler. Nos mesmos anos, o crítico C. Morice elaborou uma verdadeira e própria teoria simbolista, definindo-a como uma síntese entre espírito e sentidos. Até chegar, depois de 1890, a uma autêntica doutrina levada adiante pelo grupo dos Nabis, com P. Sérusier, que foi seu teórico, pelo grupo dos Rosa cruzes, que unia tendências místicas e teosóficas, e finalmente pelo movimento do convento beneditino de Beuron.

A questão se esclarece mais, portanto, se se enquadra imediatamente nos termos histórico-artísticos corretos;  na arte sacra, é necessário evitar os excessos do imanentismo por um lado e do esoterismo por outro. É necessárioempreender o caminho de um “realismo moderado”, junto a um simbolismomotivado, capazes de captar o desafio metafísico, e de realizar, como afirmaJoão Paulo II na Carta aos Artistas, um meio metafórico cheio de sentido.Portanto, não um hiper-realismo obcecado por um detalhe que sempre escapa, masum sadio realismo, que no corpo das coisas e rosto dos homens sabe ler ealudir, e reconhecer a presença de Deus.

Na mensagem aos artistas, diz-se: “Vós [os artistas]ajudastes [a Igreja] a traduzir sua divina mensagem na linguagem das formas edas figuras, a fazer perceptível o mundo invisível”. Parece-me que nestapassagem toca-se no coração da arte sacra. Se a arte, da forma à matéria,expressa o universal mediante particular a arte sacra, a arte a serviço daIgreja, realiza também a sublime mediação entre o invisível e o visível, entrea divina mensagem e a linguagem artística. Ao artista se pede que dê forma à matéria, recriando inclusive esse mundo invisível mas real que é a suprema esperança do homem.

Tudo isso me parece que conduz para uma afirmação da arte figurativa – ou seja, uma arte que se empenha em “figurar” como realidade – como máximo instrumento de serviço, como melhor possibilidade de uma arte sacra. A arte realista figurativa, de fato, consegue servir adequadamente ao culto católico, porque se funda na realidade criada e redimida e, precisamente comparando-se com a realidade, consegue evitar os escolhos opostos dos excessos. Precisamente por isso, pode-se afirmar que o mais próprioda arte cristã de todos os tempos é um horizonte de “realismomoderado”, ou, se queremos, de “realismo antropológico”, dentrodo qual se desenvolveram, no tempo, todos os estilos próprios da arte cristã(dada a complexidade do tema, remeto a artigos posteriores).

O artista que queira servir a Deus na Igreja não pode senãomedir-se como a “imagem”, a qual faz perceptível o mundo invisível.

Ao artista cristão se pede, portanto, um compromisso particular: o derepresentar a realidade criada e, através dela, esse “mais além” que a explica, funda, redime. A arte figurativa não deve tampouco temer como inativa “narração”, a arte é sempre narrativa, tanto mais quando se põe aserviço de uma história que sucedeu em um tempo e um espaço.

Pela particularidade desta tarefa, ao artista se pede também que saiba “o quenarrar”: conhecimento evangélico, competência teológica, preparação histórico-artística e amplo conhecimento de toda a tradição iconográfica da Igreja. Por outro lado, a própria teologia tende a se fazer cada vez mais narrativa.

A obra de arte sacra, portanto, constitui um instrumento de catequese, de meditação, de oração, sendo destinada “ao culto católico, à edificação, à piedade e à instrução religiosa dos fiéis”; os artistas,como recorda a já muitas vezes citada mensagem da Igreja aos artistas,”edificaram e decoraram seus templos, celebraram seus dogmas, enriqueceram sua liturgia” e devem continuar fazendo isso.

Assim também hoje nós somos chamados a realizar em nossotempo obras e trabalhos dirigidos a edificar o homem e a dar Glória a Deus,como recita a Sacrosanctum Concilium: “Seja também cultivada livremente’na Igreja a arte do nosso tempo, a arte de todos os povos e regiões, desde quesirva com a devida reverência e a devida honra às exigências dos edifícios eritos sagrados. Assim poderá ela unir a sua voz ao admirável cântico de glóriaque grandes homens elevaram à fé católica em séculos passados” (n. 123).

Fonte: www.religious-art.org/www.comshalom.org

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