Babaçu

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Babaçu
Babaçu

O babaçu é uma das mais importantes representantes das palmeiras brasileiras, distribuido-se por mais de 18 milhões de hectares em todo o Brasil.

É constituído por um conjunto de seis espécies de palmeiras do gênero Orbignia, sendo as mais importantes O. speciosa e O. oleifera. Como espécie típica precursora, alastrou-se espontaneamente por uma grande área nos estados do Maranhão, Tocantins, Goiás, Pará e Piauí, vindo a constituir maciços muitos densos chegando a ter mais de mil indivíduos por hectare. Em verdade, a área de ocorrência desta palmeira abrange toda a Amazônia, a pré-Amazônia maranhense e o centro-oeste. Seu espetacular povoamento é uma característica marcante. Cresce muito rapidamente, logo após a retirada da floresta original, e de forma densa, como se houvera sido plantada.

Em termos socioeconômicos, o babaçu apresenta-se como um importante recurso utilizado há séculos para produção de óleo, sendo um vegetal em destaque para mais de 300 mil famílias extrativistas que têm na quebra manual do coco, para retirada da amêndoa, sua principal fonte de renda.

Em áreas de intensos conflitos agrários, que tem seu centro na região do Bico do Papagaio, vem a se constituir em elemento central deste conflito, que tem de um lado fazendeiros, que querem o corte das palmeiras, para ocupação do solo para atividades agropecuárias e, de outro lado, os extrativistas que precisam da palmeira para sua sobrevivência e, por conseguinte, precisam de aceso às áreas de produção.

Desta forma, o babaçu constitui o eixo central socioeconômico na região que vem gerando, nas últimas décadas, mortes, pobreza e êxodo rural.

A tese a ser explorada neste artigo é de que o recurso babaçu, se utilizado sustentavelmente, na totalidade de seu potencial, com o uso de tecnologias variadas na produção de diversos itens, para uso químico, energético e alimentício, pode conduzir ao oposto da situação atual, a geração de riqueza, emprego e renda numa das regiões mais pobres do Brasil.

Deve ser lembrado ainda que, além do fruto, podem ser exploradas outras partes da palmeira, tais como, por exemplo, talo da folha para produção de fibras; o talo do cacho que abriga os frutos para uso energético, em queima direta ou gaseificação, e ainda, a possibilidade de implantação de sistemas agro-florestais, com o cultivo de outras espécies florestais, que podem servir de cultura de subsistência e comercialização de outros produtos alimentícios, madeireiros, aromáticos, medicinais e outros não-madeireiros.

Há também, a possibilidade de consórciar com cultivos, como por exemplo, a baunilha natural que cresce espontaneamente, como uma trepadeira, na palmeira babaçu.

O recurso

Os babaçuais apresentam uma cobertura de mais de 10 milhões de hectares, apenas no estado do Maranhão.

A produção nacional de amêndoas chega a cerca de 200 mil toneladas por ano, produzindo 70 mil toneladas de óleo (SOUZA et al, 1980) o que é inferior à demanda nacional e mundial. O aumento da produção depende da adoção de técnicas de manejo adequado, do uso diversificado de todas as partes da palmeira, corrigindo os desperdícios da produção.

Não há dúvidas quanto à abundância e potencial produtivo do recurso babaçu.

Em verdade, a quantidade de recurso não deve ser interpretada como eixo central e responsável único pelos investimentos na região, mas sim o seu manejo adequado com as preocupações centradas nas vertentes sociais, ambientais e econômicas com sólida base tecnológica a apoio governamental.

Assim, é válido ressaltar que o incentivo a esta atividade como forma capaz de mudanças no quadro atual de pobreza, conflitos agrários e degradação ambiental, passa pela compreensão das falhas encontradas atualmente na produção, pelo entendimento dos conflitos e pela valorização de novas formas e técnicas de organizar o trabalho já desempenhado.

Desta forma, sinaliza-se que a potencialização da cadeia produtiva do babaçu deve ter como base compromisso ambiental e social, no que diz respeito a técnicas florestais e o reconhecimento das comunidades presentes na região, buscando a geração de trabalho digno para as mulheres quebradeiras-de-coco babaçu e um melhor aproveitamento do recurso já coletado há tantos anos.

Multiusos do Babaçu

A grande vantagem do babaçu está na sua capacidade de fornecer uma ampla variedade de produtos úteis, pois toda a planta é aproveitada e muitos subprodutos são obtidos.

O fruto fornece uma manteiga vegetal de sabor agradável e de valor nutritivo.

As amêndoas podem ser consumidas in natura, como também produzem um óleo rico em ácido láurico que usado em diversos fins: na alimentação humana, na produção de cosméticos, como lubrificante e pode ser transformado em biodiesel. O mesocarpo do fruto produz carvão de excelente qualidade, sendo empregado como fonte de energia em siderurgias.

De todas as partes da planta, o fruto é a que apresenta o maior potencial econômico, chegando a produzir mais de 64 subprodutos.

Atualmente o óleo da amêndoa é o produto do babaçu mais utilizado e comercializado no mercado. Porém existe uma carência de estudos que viabilizem um maior aproveitamento dessas matérias primas.

A planta adulta produz por ano aproximadamente 2 mil frutos, sendo que em um quilo contém cerca de 4 frutos maduros (LORENZI et al, 1996). Cada fruto pode pesar entre 40 a 400 g de peso seco (REVILLA, 2002). Em 17,6 mil kg de coco obtém-se 2,64 mil kg de epicarpo, 3,52 kg mil de mesocarpo, 10,384 mil kg de endocarpo e 1,056 kg de amêndoas (WISNIEWSKI, 1981).

Cada 1.700 quilos de coco babaçu correspondem ao poder calorífico de 1.000 Kg do melhor carvão mineral. Em média, para cada 100 kg de coco obtém-se 5,4 kg de óleo e 4,5 kg de torta (FONSECA, 1992). A amêndoa constitui apenas 6 a 10% do fruto, e dela se obtém 66% de óleo. Assim, para cada 100 kg de coco se obtém 6 kg de óleo (CARVALHO et al, 1952). Para cada quilo de casca obtém-se 30% de carvão, 60% de ácido acético, 1,5% de ácido metílico e 8% de alcatrão. Uma tonelada de coquilhos destilados fornece 15% de coque siderúrgico (150 kg), 28,2% de gás combustível (287 m³), 5,1% de alcatrão (51 kg) e 57,7% de elementos pirolenhosos (GOMES, 1977).

Para cada 500 kg de carvão obtido a partir do endocarpo do fruto, é necessário coletar frutos em 1,7 ha de babaçual (BALICK & PINHEIRO, 2000) com 50 a 100 palmeiras produtivas por hectare (COSTA et al, 2000).

Kono (1977 in: WISNIEWSKI, 1981) observou em babaçuais nativos praticamente virgens, que ocorrem 56,2 palmeiras produtivas por hectare cada uma com 1,8 cachos por ano e 101 cachos por há-ano. Cada cacho pesa cerca de 24 kg e por hectare produz-se 2,5 toneladas /ha/ano. Analisando a relação entre palmeiras, encontra-se 969 plantas/ha entre 2 a 5 anos, 21 palmeiras/ha de 6 a 8 anos e 120 palmeiras adultas, totalizando 1.110 indivíduos. Se considerada apenas a produção de óleo, em comparação com outras oleaginosas, o rendimento do óleo é considerado baixo, 90 a 150 kg / ha / ano ou 1,5 toneladas / ha / ano de frutos, no Maranhão. A espécie Orbignya oleifera produz cerca de 5 t / ha / ano mostrando grande potencial de exploração comercial e possibilidades de aumentar essa produtividade (BALICK & PINHEIRO, 2000).

Extrativismo e Comercialização

No total de 5 anos, quando houve o Censo Agropecuário (1970, 75, 80, 85, 96), foram produzidas 700 mil t de amêndoa de babaçu, que geraram como valor de venda e ingresso para as comunidades envolvidas neste período, 840 milhões de reais (Censo Agropecuário, IBGE).

Assim, por ano, foram extraídos 140 mil t que renderam à Amazônia 170 milhões de reais. Desse modo, cada quilo de babaçu foi vendido a um preço médio de 0,80 reais (1970-96, segundo o Censo Agropecuário do IBGE). Um trabalhador, em média, extrai cerca de 130 kg por mês durante a safra de babaçu (6 meses) e ganha com a venda deste produto 160,00 reais/mês.

O que demonstra que o babaçu é um investimento promissor de renda familiar das comunidades rurais brasileiras, sobretudo as do estado do Maranhão, que maior contribuem com seu potencial de extração deste fruto.

Por outro lado, é importante colocar que ao diversificar e estimular o uso e aproveitamento de todas as partes do fruto, bem como o melhor refinamento, para obtenção de inúmeros subprodutos é a adoção de um posicionamento de maior agregação de valor, logo, de maior renda para as famílias rurais da região de ocorrência dos babaçuais.

Pontos promissores para aprimoramento tecnológico

Quando se comparam os esforços investidos em pesquisas tecnológicas e o potencial de geração de riquezas e trabalho do babaçu, se percebe a enorme desproporção aplicada a este recurso e o quanto a preocupação governamental não consegue se traduzir em soluções viáveis em campo.

O babaçu, ao longo de décadas é reconhecido como um grande potencial, mas pouco vem sendo estudando, o que inviabiliza por muitas vezes o aprimoramento tecnológico de sua cadeia produtiva, conseqüentemente a obtenção de novas e eficazes técnicas de obtenção e valorização de todas as partes do fruto.

Também, muitas vezes os esforços de pesquisa têm um viés equivocado, ao não se contemplar as comunidades, em todo o seu potencial, nas propostas de solução, como foram os casos de algumas máquinas desenvolvidas para a quebra do duro endocarpo, que tecnologicamente tiravam os extrativistas da cadeia produtiva e que resultaram em fracasso.

A separação das etapas de coleta e beneficiamento é uma importante medida de avanço para a eficiência na obtenção dos subprodutos do babaçu.

Atualmente, as quebradeiras de coco babaçu realizam este trabalho de coleta e trato do material coletado no mesmo local.

A atividade é realizada de forma coletiva, onde as quebradeiras congregam-se em um encontro de mulheres, é um rito realizado cotidianamente, uma bonita manifestação cultural, com muita conversa, cantorias e troca de experiências. Após a coleta do fruto, para a quebra da casca e obtenção da amêndoa, a mulher, fica sentada sobre o chão, prendendo com uma das pernas um machado, cujo fio é usado para abrir o endocarpo com o uso de um macete de madeira.

Nesta condição, vários são os riscos de ferimentos e de exposição da saúde pela possibilidade de ataques por animais peçonhentos e pelo posicionamento incorreto do ponto de vista ergonômico. Há, ainda, um desperdiço muito grande do material babaçu que é deixado no campo e acaba sendo inutilizado.

Desta maneira, a forma que vem sendo realizada a exploração e o beneficiamento do babaçu, pode ser considerada pouco eficiente e produtiva.

Uma nova abordagem, aqui sugerida para a quebra do coco babaçu, não só respeita a forma cultural como a atividade é desenvolvida atualmente, como também valoriza o papel fundamental da mulher neste processo.

A intenção é criar um método que assegure a produtividade, mas que priorize o trabalho desempenhado pelas mulheres quebradeiras.

Semi-Mecanização do processo

A semi-mecanização da produção, certamente, trará dinamismo ao processo, com aumento de produtividade, aproveitamento de partes do fruto anteriormente inutilizadas, e a mudança da postura de trabalho da quebradeira, melhorando em muito a questão de saúde, ergonomia e a diminuição de riscos e acidentes de trabalho. O debate em relação à mecanização dos métodos de extração e beneficiamento de produtos florestais, muitas vezes apresenta-se polêmico por prever a dispensa do trabalho dos extrativistas, como já aconteceu com o próprio babaçu.

O melhoramento tecnológico, não pode ter por base somente a a vertente da eficiência produtiva econômica, mas sim a distribuição dos benefícios nas dimensões sociais, econômicas e ambientais.

A máquina para beneficiamento do babaçu, aqui proposta, se diferencia por assumir a importância social, cultural e ecológica das mulheres quebradeiras – de – coco.

Desta forma, como um pressuposto básico na equação do problema, elas devem permanecer como ponto chave na cadeia produtiva e não apenas como ponte de ligação do babaçu com a máquina, como já proposto em outras oportunidades e que não obtiveram sucesso.

Com intuito de dinamizar e aproveitar integramente a matéria babaçu, a semi-mecanização apresenta-se como via tecnológica factível, no ponto de vista econômico e social.

Para melhor esclarecer a proposta, é apresentada abaixo uma fotografia do coco cortado ao meio onde podem se ver as várias partes do babaçu.

O epicarpo, chamado de casca, é fibroso, ligno-celulósico e representa 15% do peso seco do fruto. O mesocarpo é uma camada marrom-clara que se localiza depois do epicarpo, de natureza amilácea, e corresponde a 20% do peso seco do fruto. O endocarpo, camada mais escura que envolve as amêndoas, é altamente concentrado em lignina, representa 59% do fruto. As amêndoas, ocorrem entre 3 a 6 unidades por fruto, podendo chegar a 8, correspondem a 6% do peso do fruto seco. Da amêndoa se produz óleo (66%) e o restante é material fibroso, que, após extração do óleo, pode ser utilizado na alimentação animal.

Consideramos que o melhoramento tecnológico da cadeia produtiva passa, primeiramente, pela inserção de uma máquina simples que realizará a primeira etapa do beneficiamento, após a coleta do coco pelas mulheres e chegada do material ao galpão.

Esta etapa tem como objetivo a seguinte separação: epicarpo e mesocarpo para uma via e endocarpo e amêndoa para outra. Em seguida, a mesma máquina, ou uma segunda, separa o epicarpo do endocarpo. Enquanto o primeiro poderá ter emprego na fabricação de chapas, o segundo, o mesocarpo em forma farinácea, tem grande potencial de uso direto como rico alimento humano. Esta máquina idealizada, em uma rampa central libera o endocarpo juntamente com a amêndoa sobre uma esteira que leva o material ao alcance da mão das mulheres.

As mulheres neste momento assumem seu papel na cadeia produtiva, pela segunda vez, de forma confortável e segura, sentadas em volta de uma longa mesa, que certamente será transformada em roda de conversa, de amplo convívio. Elas recebem o material (endocarpo + amêndoa) e executam a quebra com equipamento simples, contendo o fio do machado, sobre uma mesa com pequeno declive em formato de bacia, que manterá o material seguro, facilitando o manuseio. Suas mãos estarão protegidas com uma luva de aço, evitando acidentes. A mulher separa o endocarpo da amêndoa. O endocarpo tem amplo emprego na preparação de carvão de alta qualidade ou pode ser empregado para queima direta.

As amêndoas podem ser consumidas in natura, como também, produzem um óleo rico em ácido láurico que pode ser usado para diversos fins: na alimentação humana, na produção de cosméticos, como lubrificante e pode ser transformado em biodiesel. Atualmente o óleo da amêndoa é o produto do babaçu mais utilizado e comercializado no mercado.

2. Conclusões

Desde o início de sua exploração buscou-se inventar e implementar a utilização de máquinas para a realização da quebra do fruto do babaçu.

Muitas destas tentativas, várias delas infrutíferas, excluíam a mulher do processo produtivo, numa lógica tradicional da evolução tecnológica, que no caso do babaçu tem que necessariamente ser revista.

Por outro lado não se pode vangloriar o método tradicional, de baixa produtividade, insalubre, de alto risco de acidentes e, essencialmente de subsistência, inviabilizando a ampliação da renda e a acumulação de capital, aprisionando o produtor primário a uma forma atrasada de produção e de vida. Poucos estudos sociais, econômicos e tecnológicos associados à carência de políticas públicas para o setor tornam complexas as lacunas da cadeia produtiva do babaçu, como também cada vez mais precária a situação de centenas de milhares de famílias que sobrevivem deste recurso.

A possibilidade de semi-mecanização do processo com foco social poderá trazer uma nova força a comercialização do babaçu, bem como encorajar as mulheres a continuarem acreditando no excepcional potencial desta palmeira.

3. Bibliografia

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Fonte: www.lateq.unb.br

Babaçu

Nome popular: baguaçu; coco-de-macaco

Nome científico: Orrbignya speciosa (Mart.) Barb. Rodr.

Família botânica: Palmae

Origem: Brasil – Região amazônica e Mata Atlântica na Bahia.

Características da planta

Espécie elegante que pode atingir até 20 m de altura. Estipe característico por apresentar restos das folhas velhas que já caíram em seu ápice, com 30 a 40 cm de diâmetro. Folhas em número de 15 a 20 contemporâneas, com até 8 m de comprimento, arqueadas, mantendo-se em posição retilínea, pouco voltando-se em direção ao solo. Orientando-se para o alto, o babaçu tem o céu como sentido, o que lhe dá uma aparência bastante altiva. Flores creme-amareladas, aglomeradas em longos cachos. Cada palmeira pode apresentar até 6 cachos, sustentados por pedúnculo de 70 a 90 cm de comprimento, surgindo de janeiro a abril.

Fruto

Frutos ovais alongados, de coloração castanha, que surgem de agosto a janeiro, em cachos pêndulos. A polpa é farinácea e oleosa, envolvendo de 3 a 4 sementes oleaginosas.

Cultivo

Cresce espontaneamente nas matas da região amazônica, 2.000 frutos anualmente, porém não suporta longos períodos.

Utilidade

O babaçu é uma das mais importantes representantes das palmeiras brasileiras.

Sobre este gênero de plantas, afirmou Alpheu Diniz Gonsalves, em 1955, que “é difícil opinar em que consiste a sua maior exuberância ia: se na beleza dos seus portes altivos ou se nas suas infinitas utilidades na vida da humanidade” E esta é a mais pura verdade!

O babaçu destaca-se entre as palmeiras encontradas em território brasileiro pela peculiaridade, graça e beleza da estrutura que lhe é característica: chegando a atingir entre 10 a 20 metros de altura, suas folhas mantêm-se em posição retilínea, pouco voltando-se em direção ao solo; orientando-se para o alto, o babaçu tem o céu como sentido, o que lhe dá uma aparência bastante altiva.

Atualmente, no Brasil, encontram-se vastos babaçuais espalhados ao sul da bacia amazônica, onde a floresta úmida cede lugar à vegetação típica dos cerrados. São os Estados do Maranhão, Piaui e Tocantins que concentram as maiores extensões de matas onde predominam os babaçus, formando, muitas vezes e espontaneamente, agrupamentos homogêneos, bastante densos e escuros, tal a proximidade entre os grandes coqueiros.

É muito provável que nessa mesma região, antes mesmo dos europeus aqui aportarem, já existissem babaçuais de relevante significado para as populações indígenas locais.

Camara Cascudo nos conta que, já em 1612, o frei viajante Claude d’Abbeville informava sobre a importância dos “frutos da palmeira” na alimentação dos indígenas do nordeste do Brasil, “lá nas bandas de Pernambuco e Potiú” Tal palmeira era, provavelmente, o babaçu, batizada na língua tupi de uauaçu.

No entanto, estes antigos babaçuais estavam diluídos em meio a áreas de alta complexidade e variedade biológica, de forma muito diferente do que ocorre atualmente: vastos e homogêneos babaçuais crescendo sem parar.

Como afirmam os pesquisadores Anthony Anderson multiplica-se por sementes. Cada palmeira pode produzir até s de armazenamento.

Prefere clima quente, em cultivo e Peter May, foram os desmatamentos periódicos com queimadas sucessivas os principais causadores do grande aumento dos babaçuais, especialmente na Região Nordeste do Brasil.

Estas práticas, relacionadas a uma agricultura itinerante, são freqüentemente utilizadas com o objetivo de eliminar os próprios babaçuais tendo, porém, um efeito contrário.

Explica-se: logo após uma grande queimada, são justamente as “pindovas” de babaçu – palmeirinhas novas – as primeiras a despontar.

Isto porque, sabe-se hoje, o babaçu é extremamente resistente, imune aos predadores de sementes e tem uma grande capacidade e velocidade de regeneração.

Com a queima do babaçual e da vegetação ao seu redor, seus principais competidores vegetais são eliminados, abrindo maior espaço para o seu desenvolvimento subseqüente .

O principal produto extraído do babaçu, e que possui valor mercantil e industrial, são as amêndoas contidas em seus frutos.

As amêndoas – de 3 a 5 em cada fruto – são extraídas manualmente em um sistema caseiro tradicional e de subsistência.

É praticamente o único sustento de grande parte da população interiorana sem terras das regiões onde ocorre o babaçu: apenas no Estado do Maranhão a extração de sua amêndoa envolve o trabalho de mais de 300 mil familias.

Em especial, mulheres acompanhadas de suas crianças: as “quebradeiras”, como são chamadas.

Não obstante as inúmeras tentativas de se inventar e implementar a utilização de máquinas para a realização da tarefa, a quebra do fruto tem sido feita, desde sempre, da mesma e laboriosa maneira.

Sendo a casca do fruto do babaçu de excepcional dureza, o procedimento tradicional utilizado é o seguinte: sobre o fio de um machado preso pelas pernas da “quebradeira”, fica equilibrado o coco do babaçu; depois de ser batido, com muita força e por inúmeras vezes, com um pedaço de pau, finalmente, o coco parte-se ao meio, deixando aparecer suas preciosas amêndoas.

De maneira geral, praticamente todas as palmeiras em especial o dendê, o buriti e o babaçu – concentram altos teores de matérias graxas, ou seja, gorduras de aplicação alimentícia ou industrial.

Assim, o principal destinatário das amêndoas do babaçu são as indústrias locais de esmagamento, produtoras de óleo cru.

Constituindo cerca de 65% do peso da amêndoa, esse óleo é subproduto para a fabricação de sabão, glicerina e óleo comestível, mais tarde transformado em margarina, e de uma torta utilizada na produção de ração animal e de óleo comestível.

Mas não é só isso! Apesar de demorar para atingir a maturidade e começar a frutificar, do babaçu tudo se aproveita, também como acontece com a maioria das palmeiras.

Especialmente nas economias de subsistência e em regiões de pobreza.

Suas folhas servem de matéria-prima para a fabricação de utilitários – cestos de vários tamanhos e funções, abanos, peneiras, esteiras, cercas, janelas, portas, armadilhas, gaiolas, etc. – e como matéria-prima fundamental na armação e cobertura de casas e abrigos. Durante a seca, essas mesma folhas servem de alimento para a criação.

O estipe do babaçu, quando apodrecido, serve de adubo; se em boas condições, é usado em marcenaria rústica.

Das palmeiras jóvens, quando derrubadas, extrai-se o palmito e coleta-se uma seiva que, fermentada, produz um vinho bastante apreciado regionalmente.

As amêndoas verdes – recém-extraídas, raladas e espremidas com um pouco de água em um pano fino fornecem um leite de propriedades nutritivas semelhantes s do leite humano, segundo pesquisas do Instituto de Recursos Naturais do Maranhão. Esse leite é muito usado na culinária local como tempero para carnes de caça e peixes, substituindo o leite de coco-da-baía, e como mistura para empapar o cuscuz de milho, de arroz e de farinha de mandioca ou, até mesmo, bebido ao natural, substituindo o leite de vaca.

A casca do coco, devidamente preparada, fornece um eficiente carvão, fonte exclusiva de combustível em várias regiões do nordeste do Brasil.

A população, que sabe aproveitar das riquezas que possui, realiza freqüentemente o processo de produção do carvão de babaçu durante a noite: queimada lentamente em caieiras cobertas por folhas e terra, a casca do babaçu produz uma vasta fumaça aproveitada como repelente de insetos.

Outros produtos de aplicação industrial podem ser derivados da casca do coco do babaçu, tais como etanol, metanol, coque, carvão reativado, gases combustíveis, ácido acético e alcatrão.

Apesar de tantas e tão variadas utilidades, por sua ocorrência não controlada do ponto de vista econômico e agrícola, o babaçu continua a ser tratado como um recurso marginal, permanecendo apenas como parte integrante dos sistemas tradicionais e de subsistência.

Babaçu
Babaçu

Florescimento – janeiro a abril

Frutificação – agosto a janeiro

Fonte: www.vivaterra.org.br

Babaçu

Babaçu
Babaçu

Características

É uma planta altamente resistente, principalmente aos predadores de sementes, além de ter uma imensa capacidade de regeneração. Palmeira elegante que pode atingir até 20 m de altura. Estipe característico por apresentar restos das folhas velhas que já caíram em seu ápice. Folhas com até 8 m de comprimento, arqueadas. Flores creme-amareladas,aglomeradas em longos cachos. Cada palmeira pode apresentar até 6 cachos, surgindo de janeiro a abril.

Fruto

Floresce numa palmeira que pode atingir até 20 metros de altura. Tem a forma oval e são alongados, de cor castanha – conhecido como “castanha”.

Uma curiosidade: é extraído manualmente por uma verdadeira população nativa, chegando a sustentar, só no Maranhão, cerca de 300 mil famílias, principalmente as mulheres e seus filhos, conhecidas como “quebradeiras” – uma árvore leva entre 15 e 20 anos para produzir o fruto – de cem quilos de coco quebrado aproveitam-se de oito a dez quilos de amêndoas.Surgem de agosto a janeiro, em cachos pêndulos.

Polpa: É oleosa e farinácea, contendo de 3 a 5 sementes.

Folhas: Medem cerca de 8 metros de comprimento, e crescem em forma de arco;

Flores: Sua cor é entre creme e amarela, e ficam aglomeradas em longos cachos; cada palmeira pode apresentar até 6 cachos.

Produtos

A árvore produz mais de sessenta derivados e tudo é aproveitado:

Mesocarpo: Parte intermediária ou polpa: ingrediente para ótimos pratos da culinária local; – a farinha, mais conhecida como pó de babaçu, tem propriedades terapêuticas, como será visto adiante.

Epicarpo (uma das camadas da casca): Depois de preparado, pode servir como combustível para os habitantes das comunidades rurais, substituindo a lenha

Óleo: Usado para cozinhar, fazer margarina, sabão, sabonete e xampu

Palmas (ou folhas) e cocos: Fabricam-se redes, tapetes, peças de artesanato, jóias

Palha: Serve para cobertura de casas e confecção de cercas e são matéria-prima para fazer papel e sacos

Casca do coco: Depois de devidamente preparada, é usada como fonte de energia (combustível). Essa prática, geralmente, é feita à noite, devido ao fato de a fumaça que produz ser um eficiente repelente contra insetos; também produz: etanol, metanol, coque, carvão reativado, gases combustíveis, ácido acético e alcatrão, de grande aplicação industrial

Caule da palmeira jovem: Produzem palmito e uma seiva que é transformada em vinho, depois de fermentada

Amêndoas ainda verdes

Depois de raladas e espremidas, junta-se um pouco d’água e passa-se por um pano fino, dando como resultado um leite vegetal de grande capacidade nutritiva idêntica a do leite humano. É muito usado na culinária como tempero para carnes e peixes em geral, ou ingerido ao natural, em substituição ao leite animal, com grandes vantagens.

Adubo

Depois de apodrecido e também serve de alimento para animais.

Biomassa

Pode gerar o equivalente a 105 Mw (2% da matriz energética nacional), a partir das cerca de mil toneladas de cascas por ano, devido ao aproveitamento de, aproximadamente, 120 mil toneladas de castanhas de babaçu, segundo tese de doutorado de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual de Campinas (SP), feita pelo Dr. Marcos Alexandre Teixeira.

Composição

Contém amido, vitaminas e sais minerais diversos.

Indicações Terapêuticas

A farinha do Mesocarpo ou pó do babaçu tem propriedades anti-inflamatórias e analgésicas, é rica em fibras, portanto, ótima para combater prisão de ventre, colite e obesidade, pois torna o fluxo intestinal mais eficiente.

Fonte: www.paty.posto7.com.br

Babaçu

Nome científico: Orbignya phalerata (sinonímia: Attalea speciosa, Attalea lydiae, Orbignya barbosiana, Orbignya lydiae, Orbignya martiana, Orbignya speciosa)

Família: Arecáceas (sinonímia: Palmas, Palmae)

Nome comum: Babaçu, baguaçu, coco-de-macaco

Origem: Brasil, região Amazônica e Mata Atlântica na Bahia

Babaçu
Babaçu

Descrição e característica da planta

O babaçu é uma palmeira com tronco (estipe) reto, não ramificado e pode atingir 10 a 20 metros de altura. As folhas são verdes, voltadas para o céu, arqueadas e pode atingir até 8 metros de comprimento.

As flores são produzidas em inflorescência tipo cacho e de cor amarelo-clara a branca. Os frutos são ovais, alongados, de coloração castanha e a sua polpa, farinácea de coloração branca. Mas, a maior parte do fruto é ocupada por um caroço central duro e contém, no seu interior, 3 a 5 sementes (amêndoas), ricas em óleo comestível.

As plantas de babaçu se desenvolvem bem em regiões de clima quente, e ocorrem principalmente nos estados do Maranhão, Piauí, Mato Grosso e áreas isoladas dos estados do Ceará, Pernambuco e Alagoas. São encontradas também na Bolívia, Guianas e Suriname. A propagação da planta é feita através de sementes.

Produção e produtividade

A produção de babaçu é por extrativismo e feita principalmente por comunidades de pequenas vilas das regiões Norte e Nordeste do Brasil.

No Maranhão, as mulheres que extraem as amêndoas de babaçu são conhecidas como “quebradeiras” e hoje existem diversas cooperativas.

Além das amêndoas, as folhas são usadas na confecção de artesanatos.

Utilidade: do babaçu se aproveita tudo:

1) das amêndoas: É extraído o óleo, usado como óleo comestível e para fabricação de sabão e glicerina
2) das amêndoas verdes:
Extrai-se um líquido branco que é consumido como leite.
3)
As folhas são usadas no fabrico de cestos de vários tamanhos e funções, abanos, peneiras, esteiras, cercas, janelas, portas, armadilhas, gaiolas, para cobertura de casas e abrigos, como alimentos para a criação durante a seca
4)
Das palmeiras jovens, extrai-se o palmito e um líquido para produzir um vinho bastante apreciado na região
5)
estipes ou troncos, usados na marcenaria ou como adubo quando apodrecidos
6)
a parte dura dos frutos resulta num carvão de excelente qualidade. Ainda hoje, essa planta não é bem explorada de forma racional no Brasil.

Chukichi Kurozawa

Fonte: globoruraltv.globo.com

Babaçu

Babaçu
Babaçu

O Babaçu é o fruto de uma palmeira nativa da região norte do Brasil e que apresenta em seu interior várias sementes ou amêndoas de onde é extraído o Óleo de Coco Babaçu.

O babaçu é uma cultura extrativista, não havendo plantações comerciais.

Características da planta

Palmeira elegante que pode atingir até 20 m de altura. Estipe característico por apresentar restos das folhas velhas que já caíram em seu ápice. Folhas com até 8 m de comprimento, arqueadas. Flores creme-amareladas,aglomeradas em longos cachos. Cada palmeira pode apresentar até 6 cachos, surgindo de janeiro a abril.

Fruto

Frutos ovais alongados, de coloração castanha, que surgem de agosto a janeiro, em cachos pêndulos. A polpa é farinácea e oleosa, envolvendo de 3 a 4 sementes oleaginosas.

Cultivo

Cresce espontaneamente nas matas da região amazônica, 2.000 frutos anualmente, porém não suporta longos períodos.

Sobre o Óleo de Coco Babaçu

Do fruto apenas 6 a 8% são sementes. Destas sementes são extraídos de 65 a 68% de um óleo de cor branca a levemente amarelada.
Esta cor vai depender da temperatura, pois o Óleo de Coco Babaçu apresenta-se como uma gordura à temperatura ambiente.
O óleo de Coco babaçu apresenta odor e sabor suave característico.

Utilização do Óleo de Coco Babaçu

O Óleo de Coco Babaçu é muito utilizado para fins alimentícios e na fabricação de margarinas. Este óleo apresenta propriedades semelhantes ao óleo de dendê (ou palma), apresentando alto teor de ácido láurico.

Aplicação do Óleo de Coco Babaçu

O Óleo de Coco Babaçu tem várias aplicações, dentre as quais podemos destacar: indústria cosmética, alimentícia, sabões, sabão de coco, detergentes, lubrificantes, entre outras.

O principal produto extraído do babaçu, e que possui valor mercantil e industrial, são as amêndoas contidas em seus frutos. As amêndoas – de 3 a 5 em cada fruto – são extraídas manualmente em um sistema caseiro tradicional e de subsistência.

É praticamente o único sustento de grande parte da população interiorana sem terras das regiões onde ocorre o babaçu: apenas no Estado do Maranhão a extração de sua amêndoa envolve o trabalho de mais de 300 mil famílias.

Em especial, mulheres acompanhadas de suas crianças: as “quebradeiras”, como são chamadas.

Não obstante as inúmeras tentativas de se inventar e implementar a utilização de máquinas para a realização da tarefa, a quebra do fruto tem sido feita, desde sempre, da mesma e laboriosa maneira.

Sendo a casca do fruto do babaçu de excepcional dureza, o procedimento tradicional utilizado é o seguinte: sobre o fio de um machado preso pelas pernas da “quebradeira”, fica equilibrado o coco do babaçu; depois de ser batido, com muita força e por inúmeras vezes, com um pedaço de pau, finalmente, o coco parte-se ao meio, deixando aparecer suas preciosas amêndoas.

De maneira geral, praticamente todas as palmeiras em especial o dendê, o buriti e o babaçu – concentram altos teores de matérias graxas, ou seja, gorduras de aplicação alimentícia ou industrial.

Assim, o principal destinatário das amêndoas do babaçu são as indústrias locais de esmagamento, produtoras de óleo cru. Constituindo cerca de 65% do peso da amêndoa, esse óleo é subproduto para a fabricação de sabão, glicerina e óleo comestível, mais tarde transformado em margarina, e de uma torta utilizada na produção de ração animal e de óleo comestível.

Apesar de demorar para atingir a maturidade e começar a frutificar, do babaçu tudo se aproveita, também como acontece com a maioria das palmeiras.

Especialmente nas economias de subsistência e em regiões de pobreza. Suas folhas servem de matéria-prima para a fabricação de utilitários – cestos de vários tamanhos e funções, abanos, peneiras, esteiras, cercas, janelas, portas, armadilhas, gaiolas, etc. – e como matéria-prima fundamental na armação e cobertura de casas e abrigos.

Durante a seca, essas mesma folhas servem de alimento para a criação.

O estipe do babaçu, quando apodrecido, serve de adubo; se em boas condições, é usado em marcenaria rústica. Das palmeiras jovens, quando derrubadas, extraise o palmito e coleta-se uma seiva que, fermentada, produz um vinho bastante apreciado regionalmente. As amêndoas verdes – recém-extraídas, raladas e espremidas com um pouco de água em um pano fino fornecem um leite de propriedades nutritivas semelhantes às do leite humano, segundo pesquisas do Instituto de Recursos Naturais do Maranhão. Esse leite é muito usado na culinária local como tempero para carnes de caça e peixes, substituindo o leite de coco-da-baía, e como mistura para empapar o cuscuz de milho, de arroz e de farinha de mandioca ou, até mesmo, bebido ao natural, substituindo o leite de vaca.

A casca do coco, devidamente preparada, fornece um eficiente carvão, fonte exclusiva de combustível em várias regiões do nordeste do Brasil.

A população, que sabe aproveitar das riquezas que possui, realiza freqüentemente o processo de produção do carvão de babaçu durante a noite: queimada lentamente em caieiras cobertas por folhas e terra, a casca do babaçu produz uma vasta fumaça aproveitada como repelente de insetos.

Outros produtos de aplicação industrial podem ser derivados da casca do coco do babaçu, tais como etanol, metanol, coque, carvão reativado, gases combustíveis, ácido acético e alcatrão.

Conclusões e recomendações

O fruto do Babaçu apresenta um grande potencial energético, e seu aproveitamento passa pela utilização integral do fruto, sem que ocorra o descarte do mesocarpo (que contém mais da metade da massa e a maior parte do potencial energético).

Uma aplicação que vem ganhando destaque é a produção de álcool de babaçu a partir das sementes.

O babaçu é a única palmeira que pode ser utilizada para este fim, pois contém amido.

De todos os óleos vegetais de uso industrial o óleo de coco babaçu tem o mais alto índice de saponificação e o mais baixo valor de iodo e refração, o que o qualifica para o preparo de pomadas cremosas.

Joana D’Arc Vieira

Fonte: sbrtv1.ibict.br

Babaçu

O babaçu é um tipo específico de palmeira que cresce de forma extensiva no nordeste do Brasil e produz um coco muito pequeno.

O coco é geralmente coletado por mulheres de uma das regiões mais pobres do Brasil, chamadas de quebradeiras de coco babaçu.

A fruta do babaçu é suplemento essencial da dieta e fonte de renda para famílias em comunidades rurais da região, e ainda hoje tem um grande valor econômico, porque rende um número infinito de produtos derivados.

Da castanha se produz o óleo de babaçu, que tem aroma de avelã e é usado em pratos regionais, especialmente a base de peixe. ,

Os cocos são coletados nos babaçuais pelas quebradeiras, que quebram as castanhas com um machado para extrair o óleo. Os cocos caem das árvores quando estão maduros e são coletados em pequenas áreas de terra trabalhadas coletivamente pela comunidade local e trabalhadores sem terra.

A apropriação ilegal da terra por grandes empresas e o aumento de cultivo de soja em grandes monoculturas industriais estão ameaçando a sobrevivência da produção do coco de babaçu. A maior parte das castanhas é vendida para a cooperativa de pequenos produtores de Lago do Junco (na região do Médio Mearim), que produz o óleo e outros produtos derivados. O óleo extraído é usado para a fabricação de sabonetes, cosméticos, margarina, gorduras especiais e óleo de cozinha. Para extrair o óleo comestível, as castanhas são torradas, esmagadas no pilão e misturadas à água quente, que facilita a separação das partes oleosas das castanhas.

A farinha do mesocarpo do babaçu, rica em amido, é usada em receitas locais e para preparar uma bebida nutritiva. Com o endocarpo, produz-se carvão.

A produção de coco de babaçu está concentrada no parte sul do estado do Maranhão, ao norte do estado de Tocantins e no estado do Pará.

No sul do Maranhão cerca de 1550 famílias de agricultores familiares e extrativistas vivem da produção do babaçu e produtos derivados.

Fonte: www.slowfoodbrasil.com

Babaçu

O babaçu é uma palmeira de origem das palmáceas Arecaceae que tem frutos e sementes comestíveis e oleaginosas. Cresce de forma extensiva em vários estados do Brasil, principalmente no Maranhão, Piauí, Pará e Tocantins. A palmeira pode chegar a até 20 metros de altura e tem inflorescência em cachos.

Das palmas do babaçu faz-se telhados para casas, cestas e outros objetos artesanais; do caule faz-se adubos e estruturas para construções; da casca produz-se carvão e do mesocarpo faz-se o mingau usado na alimentação infantil.

Da amêndoa obtém-se óleo, combustíveis, lubrificantes e sabão. A coleta do côco que cai da palmeira é uma atividade tradicionalmente feminina. As mulheres quebram o côco,usando machados e porretes de madeira, sentadas no chão, em grupos. São chamadas as “quebradeiras de côco”. Essa atividade é fundamental para a sobrevivência de centenas de milhares de famílias das regiões mais pobres do país.

Entre as espécies de palmeiras utilizadas na indústria extrativista brasileira está o babaçu, a mais rica do ponto de vista econômico, pois é aproveitada por inteiro.

Palmeira oleaginosa, cientificamente chamada de Orbignya martiana, o babaçu é de grande valor industrial e comercial e é encontrado em extensas formações naturais em estados como Maranhão, Piauí e Tocantins.

O babaçu chega a alcançar 20 metros de altura, aproveitados da raiz às folhas.

Dele se extrai a matéria-prima utilizada na fabricação de margarinas, banha de coco, sabão e cosméticos. Seu broto fornece palmito de boa qualidade e o fruto, enquanto verde, serve para defumar a borracha. Quando maduro, a parte externa é comestível.

O caule é empregado em construções rurais e as folhas para a fabricação doméstica de cestos, sendo ainda utilizadas como cobertura de casas. Pode também servir na fabricação de celulose e papel. A exemplo de outros tipos de palmeiras, do pedúnculo cortado é extraído um líquido que, fermentado, resulta em bebida alcoólica apreciada por índios da região.

O Babaçu

Um dos mais importantes recursos vegetais do Brasil, o babaçu fornece matéria-prima para o fabrico de sabões e detergentes, margarina e óleos comestíveis, além de atender a um sem-fim de necessidades impostas pela vida cotidiana das populações rurais fixadas em suas áreas de ocorrência.

A denominação babaçu é comum a várias palmeiras brasileiras conhecidas também por outros nomes, como aguaçu, uauaçu, coco-de-macaco e coco-pindoba. Embora sejam conhecidas várias espécies do gênero Orbignia, assumem particular importância, por serem boas produtoras de frutos, Orbignia speciosa (ou O. martiana) e O. olifera, de frutos maiores que a primeira.

O caule ou estipe pode alcançar 15m de altura e quarenta centímetros de diâmetro em O. speciosa, que começa a frutificar com sete a oito anos. Existem, em conjunto, 15 a 20 folhas ou palmas, de cinco a dez metros de comprimento, com bainha e pecíolo persistentes e fibrosos. As flores sésseis, providas de cálice, são protegidas por espatas lanceoladas. O fruto, castanho quando maduro, mede de 8 a 15cm de comprimento e cinco a sete de diâmetro. Esse tamanho depende das condições ecológicas e das variedades de cada espécie. Cada fruto pode conter até oito sementes ou amêndoas, que constituem a parte de maior valor, por encerrarem óleo, sais minerais, fibras, proteínas e carboidratos. O óleo é de cor branca, levemente amarelada.

O babaçu ocorre espontaneamente nos estados do Maranhão e Piauí, em terras arenosas e baixas dos vales dos rios Itapecuru, Pindaré, Grajaú, Mearim e Parnaíba, entre a costa e o planalto. Nessa região, a espécie mais comum é a Orbignia speciosa.

Em Minas Gerais, as palmeiras são freqüentes ao longo do rio São Francisco e seus afluentes e, ao norte, em direção ao rio Urucuri. Em Goiás, acham-se na região norte, e, em Mato Grosso, a oeste. Solo arenoso e água disponível no solo são de importância para o sistema radicular e é talvez por isso que o babaçu ocorre tão intensamente em certas áreas e de modo muito esparso em áreas vizinhas.

A população das regiões onde vegeta o babaçu usa o caule e as folhas da planta para a construção de casas rústicas e o palmito em sua alimentação ou na de animais domésticos. Há referências de que o caule pode ser usado na produção de açúcares e proteínas.

Apenas seis a oito por cento do peso do fruto correspondem às sementes, que encerram de 65 a 68% de óleo, utilizável na fabricação de sabões e detergentes e, após a refinação, para fins alimentícios e produção de margarina. Esse óleo é semelhante, em suas propriedades, ao de coco e de dendê e, como alguns outros, possui elevada quantidade de ácido láurico.

Calcula-se que cada palmeira produtiva é capaz de dar cerca de 3,5kg de óleo por ano. A torta de sementes, após a extração do óleo, pode ser utilizada na alimentação de animais e como fertilizante nitrogenado e fosfatado. Assemelha-se, em composição, à torta de coco.

Não há plantações sistemáticas de babaçu.

Toda a produção provém de palmeiras espontâneas. Os estados do Maranhão e Piauí são os maiores produtores. A cada ciclo de floração e frutificação, formam-se de dois a seis cachos, cada qual com 150 a 300 frutos, de modo que uma palmeira produz por ano cerca de 800 frutos.

O caule e as folhas do babaçu são utilizados na construção de casas rústicas e o palmito na alimentação doméstica.

Fonte: www.trekearth.com/www.emdiv.com.br

Babaçu

Coco de Babaçu

Babaçu
Coco de Babaçu

Os “babaçuais” ou “mata dos cocais” são formações florestais características da porção norte do Brasil que ocupam enormes extensões de terras onde há a presença de diversas palmeiras: macaúba (Acrocomia sclerocarpa), bacaba (Oenocarpus ssp.), babaçu (Orbignia martiana), tucum (Bactris setosa) etc.

Vale destacar que de todas essas palmeiras, o babaçu, também conhecido como boi vegetal, é a que apresenta maior importância ecológica, social e política como produto extrativo, pois a sua extração envolve uma infinidade de famílias nos Estados do Tocantins, Maranhão, Pará e Piauí.

O babaçu pode gerar, além do biodiesel, uma miscelânea de produtos, tais como: metanol, carvão vegetal, grafite, alcatrão, combustível de fornos e caldeiras, rações, aglomerados para construção civil, aglomerados para fabricação de móveis, entre outros.

Suas folhas servem de matéria-prima para a fabricação de utilitários: cestas de vários tamanhos e funções, abanos, peneiras, esteiras, cercas, janelas, portas, armadilhas, gaiolas etc. O caule da palmeira serve na armação e cobertura de casas e abrigos.

As possibilidades de uso do babaçu são enormes, mas o seu principal produto extrativo, que possui alto valor mercantil e industrial, são as amêndoas contidas em seus frutos. As amêndoas, de 3 a 5 em cada fruto, são extraídas manualmente em um sistema caseiro tradicional, repassado de geração a geração.

O óleo retirado das amêndoas do babaçu é usado na alimentação, na fabricação de margarina, sabonetes e também pode ser empregado no funcionamento de motores. De modo geral, a extração das amêndoas é praticada pelas mulheres, donas de casa e suas filhas, conhecidas como quebradeiras de coco, que contribuem significativamente no sustento de seus lares.

Ressalta-se também que a importância social do extrativismo do coco babaçu é ainda maior porque a sua exploração acontece no período de entressafra das principais culturas regionais, favorecendo a manutenção dessas famílias e contribuindo para conter o êxodo rural.

Apesar de tantas e variadas utilidades, por sua ocorrência não controlada do ponto de vista econômico e agrícola, o babaçu continua a ser tratado como um recurso marginal, permanecendo apenas como parte integrante dos sistemas tradicionais e de subsistência dessa região.

Na tentativa de vencer esses obstáculos foi criado o “Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu” (MIQCB), que integra as quebradeiras de coco babaçu desses quatro Estados brasileiros.

Esse Movimento está sediado na capital do Maranhão, São Luís, e conta com seis regionais espalhadas nessa região, sendo três no Maranhão, uma na Baixada Maranhense (município de Viana), outra no Médio Mearim (em Pedreiras) e ainda outra no Sul (em Imperatriz); uma regional no Tocantins (região do Bico do Papagaio); outra no Sudeste do Pará (município de São Domingos do Araguaia); e ainda outra no Piauí (município de Esperantina).

Desde sua criação, o MIQCB tem mobilizado os diversos segmentos sociais e inúmeras instituições governamentais com o objetivo de conquistar melhores condições de vida e de trabalho, trazendo desenvolvimento sustentável para a região.

Acreditamos que esse grupo tradicional, reconhecido como uma minoria étnica, precisa ser mais valorizado e reconhecido por todos nós, pois com baixo investimento e com o emprego de tecnologia nacional e comercialmente já disponível é possível transformar esse recurso em energia a partir da produção de biodiesel e com isso agregar valor a um produto agroextrativista, beneficiando assim as quebradeiras de coco, suas famílias, a região dos babaçuais e nosso país como um todo.

Giovanni Salera Júnior

Fonte: recantodasletras.uol.com.br

Babaçu

Babaçu
A venda da amêndoa do côco é a principal fonte de lucro para a economia familiar do babaçu

O Babaçu do Amazonas tem origem e distribuição amazônica. Ocorrem em áreas de terra firme na Amazônia Ocidental e, com maior frequência, em áreas desmatadas de floresta primária.

É descrita como uma palmeira monocaule de crescimento lento. Possui a base protegida por bainhas foliares persistentes, quando jovem

Produz fruto ovóide com extremidade apontada e o cálice persistente na base, de 9 cm a 10 cm de diâmetro longitudional. A propogação é feita por sementes.

A planta produz em média 4 cachos com 330 frutos, pesando cerca de 28 quilos.

A amêndoa é consumida in natura e os frutos são utilizados para a obtenção de farinha, carvão e alimentação natural.

Fonte: portalamazonia.globo.com

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