Cabo Frio

Cabo Frio: Uma cidade aberta

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Na história do Brasil, Cabo Frio começou na dianteira. Aqui foi instalada a primeira feitoria, onde Americo Vespucio via a ponta de entrada para uma terra desconhecida e rica. Mas por mais de um século a relação entre estrangeiros e nativos foi conflituosa. Os tupinambás resistiam à presença portuguesa. Apenas os franceses eram bem vindos. Tanto que Cabo Frio só foi fundada 50 anos depois do Rio de Janeiro, em 1615, quando os portugueses então já dominavam o Brasil.

Mas este começo de história conflituosa acabou formando uma sociedade aberta em Cabo Frio. Aberta aos brasileiros e aos estrangeiros de todas as partes.

Cabo Frio também atraiu os viajantes do século XIX. E no século XX, os artistas e intelectuais. Para dar dois exemplos simbólicos, por nossa cidade passaram e até moraram tanto o renomado artista plástico Carlos Scliar como um dos nossos maiores romancistas, José Lins do Rego.

O autor de “Menino de engenho” se inspirou em Cabo Frio para escrever o notável romance “Água-mãe”, além de ter dedicado artigos a Cabo Frio. Neste sentido, publicar o texto do sociólogo e jornalista José Correia, hoje nosso secretário de Cultura, é uma maneira de homenagear a nossa cidade assim como a um escritor tão importante para as nossas letras, como é José Lins do Rego.

Cabo Frio na vida de José Lins do Rego

Os passos do escritor José Lins do Rego (1901-1957) em Cabo Frio no final dos anos 30 para 40 merecem ser um dia reconstituídos. Não só para sabermos mais sobre as andanças do escritor por Cabo Frio, mas para conhecermos detalhes sobre os gestos, as opiniões, as vivências de José Lins, que nos ajudariam a pensar melhor nossa cidade. No final da década de 30, José Lins, no cargo de fiscal do imposto do consumo – expediente que lhe dava todo o tempo para fazer o que mais gostava, escrever -, veio várias vezes à Região e chegou a morar em Cabo Frio. Carlos Massa, figura ilustre da cidade e empresário, que havia conhecido José Lins do Rego nessa época, dizia que o escritor nunca fiscalizou ninguém e o que gostava mesmo de fazer era jogar sinuca.

O escritor Cardoso da Fonseca também tinha alguns depoimentos sobre José Lins. Em um deles, José Lins teria lido o grande poeta cabofriense Waldemir Terra Cardoso (morto em 1936 de tuberculose com apenas 24 anos de idade) e deixado a opinião de que o considerava um poeta notável.

O que sabemos das impressões de José Lins do Rego sobre sua passagem por Cabo Frio estão no romance “Água-Mãe”, lançado em 1941, e dois artigos intitulados Cabo Frio I e II, enfeixados no livro “Gordos e Magros”, de 1942. No romance, a característica tão singular de José Lins do Rego, o lado sombrio e pessimista da vida, ou, como julgou Otto Maria Carpeaux, o lado profundamente triste.

A obra de José Lins do Rego é “uma epopéia da tristeza, da tristeza da sua terra e da sua gente, da tristeza do Brasil. Carpeaux concluía: José Lins do Rego é brasileiríssimo.

“Água-Mãe” é a história de três famílias, a do cabo Candinho – de onde sai o jogador Joca, numa carreira meteórica e trágica -, a da salineira dona Mocinha, que vê os filhos tomarem o rumo da perdição em contato com a rica família Mafra, do Rio de Janeiro, que faz renascer a Casa Azul, amaldiçoada e temida pelos pescadores (lembra “Fogo Morto”: “E o Santa Fé foi ficando assim o engenho sinistro da várzea”). A Casa Azul, presença que anula a paisagem, a água-mãe que dormia nos quadros das salinas, a natureza, com as terras abandonadas, água podre, céu azul, beijo da brisa macia nas árvores, carícia boa da lagoa nas pedras e o mistério cobrindo tudo isso de desgraça, de maus fados (palavras de José Lins do Rego em uma passagem do livro), tomam a forma humana no retrato final do livro, no desespero de dona Candinha pela morte do filho Luiz, no desespero da família Mafra com a morte de Marta, morte inexplicável na Lagoa de Araruama. Paulo daria a notícia para sua mãe. A natureza retorna estampada no rosto do desespero da morte. “Parecia a água-mãe, descendo para a lagoa”. É como José Lins do Rego termina o romance. A natrueza e o homem num destino comum.

No romance, José Lins do Rego se refere a Mário Salles, caracterizado como prefeito da cidade, opina sobre a índole do povo e pontos históricos, como o Convento e o Forte.

Nos dois artigos sobre Cabo Frio no livro “Gordos e Magros” (tenho a primeira edição de 1942, da Casa do Estudante do Brasil), fica claro que o que mais chama a atenção dele é a paisagem transformada pela ação do homem: o canal Palmer que corta a Lagoa, os quadros das salinas, enfim, “o homem em Cabo Frio deu à paisagem uma contribuição mais sua”. A vida é fácil. Se a pesca no mar está difícil, tem a tranqüilidade da lagoa. É fácil a vida do pescador. Cal, peixe, sal, “aqui tudo é dado por Deus de mão beijada”. O povo, calmo e manso. “A cadeia de Cabo Frio vive vazia”. Em relação ao elemento humano, diz José Lins do Rego, Cabo Frio é como todas as cidades do interior do Brasil. Outro escritor paraibano, Pedro Guedes Alcoforado, foi quem expôs no romance “Culpa dos paes” esse Cabo Frio do interior do início do século XX, a sociedade fechada e sufocante.

José Lins do Rego, com uma obra sólida e reconhecida no Brasil, merece há muito tempo ser reconhecido em Cabo Frio.

Laura Barreto

José Correia Baptista

Fonte: www.municipionline.com.br

Cabo Frio

Cabo Frio Rio de Janeiro – RJ

Histórico

Cabo Frio, terra habitada pelos tamoios, foi descoberto pelo navegador Américo Vespúcio em 1503, quando aportou numa praia a que chamou de Praia de Cabo Rama, hoje Praia dos Anjos. situada no atual Distrito do Arraial do Cabo. Foi a primeira feitoria estabelecida no Brasil por Américo Vespúcio, tendo como feitor o colono João de Braga. Américo Vespúcio, voltando a Portugal, deixou ali construída uma casa de barro coberta de palha e 24 homens para guarnecer o litoral.

É uma das mais antigas localidades brasileiras, podendo ser considerada como o marco inicial da história do devassamento da província fluminense. Cabo Frio foi palco de lutas sangrentas entre portugueses e aventureiros de outras nações que alí iam com o fim de contrabandear madeira nessa região. Os invasores francêses chegaram a se instalar nas terras de Cabo Frio, construindo um forte, o São Mateus, A expulsão destes aventureiros coube ao português Constantino Menelau que, em 1615, ajudado por Mem de Sá, Salvador de Sá e o índio Araribóia, após várias guerrilhas, assegurou a vitória para Portugal. Daí se iniciou a imigração portuguêsa para aquêle local, fixando-se na Cidade de Santa Helena, atual Cabo Frio, fundada logo após a expulsão dos invasores.

Braço escravo ajudou a vida econômica do Município, quando este era chamado o “Celeiro da Baixada Fluminense”, isto até a abolição, quando sofreu colapso em sua situação econômica, só voltando a ser redescoberto com o impulso turístico e as indústrias extrativas do sal e da pesca que são a base da economia local.

Formação Administrativa

Elevado a categoria de município com a denominação de Santa Helena, em 13-11-1615. Constituído do distrito sede. Instalado em 15-08-1616.

Distrito criado com a denominação de Cabo Frio, por alvará de 1678, o distrito de Cabo Frio teve sua criação confirmada pelos decretos estaduais nº 1, de 08-05-1892 e 1-A, de 03-06-1892.

Pela deliberação de 20-01-1891, e por decretos estaduais nºs 1, de 08-05-1892 e 1-A, de 03-06-1892, é criado o distrito de Araçá e anexado ao município de Cabo Frio.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de 2 distritos: Cabo Frio e Araçá. Pela lei estadual nº 1816, de 28-01-1924, foram criados os distritos de Arraial do Cabo e Saco Fora e anexados ao município de Cabo Frio.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município de Cabo Frio é constituído de 4 distritos: Cabo Frio, Araçá, Arraial do Cabo e Saco Fora.

Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.

Pelo decreto estadual nº 641, de 15-12-1938, os distritos de Saco de Fora tomou o nome de Armação dos Búzios o distrito de Araçá a denominar-se Campos Novos.

No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município de Cabo Frio é constituído de 4 distritos: Cabo Frio, Armação dos Búzios (ex-Saco de Fora), Arraial do Cabo e Campos Novos.

Pelo decreto-lei estadual nº 1056, de 31-12-1943, o distrito de Campos Novos passou a chamar-se Tamoios.

Em divisão territorial datada de I-VII-1960, o município de Cabo Frio é constituído de 4 distritos: Cabo Frio, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo e Tamoios (ex-Campos Novos).

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1983.

Pela lei estadual nº 839, de 13-05-1985, desmembra do município de Cabo Frio, o distrito de Arraial do Cabo. Elevado à categoria do município.

Em “Síntese” de 31-XII-1994, o município é constituído de 3 distritos: Cabo Frio, Armação de Búzios e Tamoios.

Pela lei estadual nº 249, de 28-12-1995, desmembra do município de Cabo Frio o distrito de Armação de Búzios. Elevado à categoria de município.

Em divisão territorial datada de 1999, o município é constituído de 2 distritos: Cabo Frio e Tamoios.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

Fonte: biblioteca.ibge.gov.br

Cabo Frio

Roteiros Turísticos

Anjo Caído

Cabo Frio

Situado nas águas do Canal do Itajurú, no bairro Portinho, a estátua do Anjo Caído foi erguida em 1907 para assinalar a abertura do canal artificial de Leger Palmer, que veio facilitar o escoamento da produção de sal da Laguna de Araruama, realizada na época, através das barcaças à vela. Monumento de inspiração clássica representa a Deusa da Vitória, alada sobre uma coluna com nove metros de altura, com capitel em estilo coríntio. Com o passar do tempo, a força das correntezas das águas inclinou a coluna de modo acentuado, motivando o nome popular de ‘Anjo Caído’.

Boulevard Canal

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Localizado às margens do Canal Itajurú, entre o bairro São Bento e o Centro, o Boulevard Canal é um dos principais pontos turísticos de Cabo Frio. De dia, oferece passeios de barcos (escunas) no Terminal Marítimo e visitas culturais ao espaço Carlos-Scliar. De noite, bares e boates dão um novo ritmo à cidade.

Apresenta ainda um dos principais pontos gastronômicos da Região dos Lagos com restaurantes de diferentes culinárias (italiana, japonesa, brasileira e francesa) e adegas.

Canal Itajurú

O Canal Itajurú tem cerca de seis quilômetros de extensão e liga a Laguna de Araruama ao oceano Atlântico. Do seu lado esquerdo encontra-se o Mercado de Peixe, no bairro Jacaré, e a Rua dos Biquínis, no bairro Gamboa. À direita, o bairro boêmio Portinho, o noturno Boulevard Canal, e o bucólico bairro São Bento.

Nele esportes náuticos como vela, canoagem, jet ski e outros são praticados. O setor pesqueiro e de artesanato (feira) também o compõe.

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Seu monumento mais famoso é a ponte Feliciano Sodré, inaugurada em 1926, em homenagem ao governador do Estado naquele ano. Na época tratava-se do maior vão livre do Brasil, o que permitia a navegação dos veleiros de sal por sua parte central. Até 2005 era o único ponto de acesso às praias do norte da cidade, quando foi inaugurada a ponte Márcio Corrêa, ao lado, duplicando a capacidade de escoamento do trânsito.

Convento Nossa Senhora dos Anjos

O Convento Nossa Senhora dos Anjos é um dos mais expressivos exemplares da arquitetura colonial no Brasil. Os destaques ficam por conta das pinturas no teto da capela-mor, dos painéis dos altares laterais e do piso de lajotas de barro.

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O Convento abriga ainda uma capela e cemitério da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência/São Francisco das Chagas. O convento levou dez anos para ser concluído, sendo inaugurado em 1686. Mais tarde, surgiram o cemitério, as celas, a igreja, a sacristia, o claustro e os pátios internos. Edificação típica do século XVII, em formato quadrangular, com pequeno claustro. Destaca-se o Cruzeiro de Santo Antônio, em frente ao convento, provavelmente construído na mesma época da igreja.

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Desde 1924, o espaço abriga também o Museu de Arte Sacra, com imagens barrocas dos séculos XVI e XVII em terracota e madeira. Patrimônio Histórico tombado pelo Iphan em 1957. Há visitas guiadas. O convento fica localizado no Largo de Santo Antônio, s/n, Centro.

Dormitório das Garças

O parque ecológico Dormitório das Garças, inaugurado no Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho) de 2007, foi a primeira unidade de conservação em Cabo Frio instalado pela Prefeitura. Seu fundamento é ser um pólo permanente para a difusão de técnicas preservacionistas das espécies de garça e do mangue.

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Possui um auditório, com capacidade para quarenta pessoas, um mirante para se ver a chegada (17h20) e a partida das aves (4h) e o monumento do poeta cabofriense Cardoso da Fonseca (1919-2007)criado pela escultora Cristina Ventura. Cardoso da Fonseca foi fundador da Academia Cabofriense de Letras.

Em 2003, ganhou o 1º lugar na categoria poesia no Prêmio Teixeira e Sousa de Literatura. Sua última obra foi “Canto Azul de Amor, de Mar e de Sol à Cultura, ao Turismo e à Ecologia da Região dos Lagos e Litoral do Norte Fluminense, em Noite de Luar”. Esse livro exalta em versos as belezas naturais, a cultura e as personalidades de destaque de Cabo Frio e mais 15 cidades fluminenses.

O Dormitório das Garças fica localizado às margens da Avenida Wilson Mendes, bairro Porto do Carro. A entrada é gratuita.

Fonte do Itajurú

Em 1847 o Major Bellegard, por ordem de Dom Pedro II, em uma visita à cidade, põe em prática seu projeto de construção da proteção da Fonte do Itajurú, marcada com o brasão do Império. Mais tarde, em 1896, foi construída uma caixa d’água no Morro da Guia e uma casa de máquinas junto à Fonte, de onde a água era impulsionada até a caixa.

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No mesmo ano, Adolfo Lindenberg propõe fazer obras de encanamento para o centro da cidade utilizando os recursos hídricos da fonte.

As bicas são colocadas em quatro pontos: no Largo de Santo Antônio, na Travessa do Ribeiro, na atual Rua Érico Coelho, e a última ao lado do Prédio Municipal. A obra de canalização foi inaugurada em 29 de agosto de 1897.

Hoje, a Fonte do Itajurú é um espaço aberto a visitações e nos seus jardins encontram-se árvores nativas como o pau-brasil e a guabiroba. A fonte está localizada na Avenida Júlia Kubitscheck, bairro Centro, e fica aberta diariamente das 8h às 17h.

Forte São Mateus

No período colonial, o Brasil ocupava um lugar importante nos interesses mercantis e políticos da Europa. Durante a expansão colonial no Atlântico Sul, os europeus tiveram aqui um ponto de apoio e um alvo considerável. Ao longo da costa atlântica, Cabo Frio foi uma das primeiras feitorias estabelecidas no extenso litoral. Supostamente fundada por Américo Vespúcio em 1503, a feitoria portuguesa registrava, em 1526, a presença de treze homens chefiados pelo feitor Manoel Braga, segundo os dados registrados na viagem guarda-costas de João Caboto.

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Portanto, tornava-se necessário uma política de defesa do território por parte das metrópoles colonizadoras, que passasse pela fundação de feitorias, vilas, cidades e fortificações. Essas garantiam, além da exploração econômica da região, a solidez dos regimes políticos da Europa. A formação de núcleos de povoamento era uma exigência à instalação de fortes e fortalezas, no princípio, pela abundância do pau-brasil. Dessa maneira, os principais núcleos de povoamento do litoral norte fluminense foram fundados a partir da construção do Forte São Mateus. Cabo Frio primeiro, depois Campos dos Goitacazes e Macaé, entre outras. Abriam-se, portanto, os caminhos em busca do sertão.

Havia no litoral brasileiro, nos primeiros anos do século XVII, cento e trinta e uma “bocas de fogo” para defender a colônia portuguesa. O Forte São Mateus fazia parte dessa estratégia de defesa. Nos reinados dos Felipes de Espanha, durante a União Ibérica (1580-1640), reforçava sua linha de fortificações no território ultramar, para proteger suas possessões. Nesse sentido, o Forte cumpria um objetivo militar e geopolítico.

Os franceses, ao tentarem estabelecer-se em Cabo Frio na segunda metade do século XVI, depois de serem expulsos do Rio de Janeiro, construíram um pequeno forte ou reduto (Casa da Pedra), demolido posteriormente pelas autoridades coloniais. Em seu ligar surgiria a Fortaleza de Santo Inácio, consagrando o auto de fundação da cidade, em 13 de novembro de 1615. Anos depois (1616-1620), por questões logísticas seria erguido, por ordens de Felipe II de Espanha, o Forte São Mateus, construído por portugueses e índios tamoios chefiados por Estevão Gomes. O forte, localizado na Boca da Barra – entrada do Canal do Itajurú, é uma das mais antigas obras da arquitetura colonial latino-americana.

Construídas em pedra e argamassa, utilizando cal e óleo de baleia, fortes e fortalezas, na maioria das vezes, exibiam uma arquitetura em linhas retas, que formavam cortinas extensas, interrompidas por torres ou baluartes de formas simples. O Forte São Mateus é parte do patrimônio histórico nacional e compõe junto com a Praia do Forte um dos mais belos cartões postais do litoral do Brasil.

Igreja Matriz de Nossa Senhora de Assumpção

A Igreja Matriz Nossa Senhora da Assumpção de Cabo Frio viu nascer a cidade. Por ordem de Dom João V foi erguida e para ela mandou que se desse um sino e alguns ornamentos, e “mandou igualmente assistir com dois mil cruzeiros para o retábulo do altar de Nossa Senhora Aparecida”.

Construída em 1615, em estilo jesuítico, seus altares são barrocos: no altar-mor está a imagem da padroeira, esculpida em madeira ricamente estofada feita em Lisboa.

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Para algumas obras, concorreu a Fazenda Real (provisões de 14-06-1724) que mandou pagar a importância de um retábulo de madeira lisa pintado à semelhança de pedra, para a Capela Mór. É a sétima igreja mais antiga do Brasil. Localiza-se na praça Porto Rocha, no centro da cidade.

Malibu

Área mais nobre da cidade, possui melhor trecho da Praia do Forte, com águas calmas e areia marítima sem valas. Hotéis, restaurantes, bares e lojas de roupas e moda praia situam-se neste trecho. Destaque também para pizzarias e jogos (games) no local.

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Morro da Guia

O Morro da Guia possui o maior mirante de Cabo Frio e oferece uma belíssima vista da cidade. Dele é possível se ver todo o Centro e bairros entornos, além do Canal Itajurú e Praia do Forte.

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Nele está a Capela Nossa Senhora da Guia, construída em 1740, pela Câmara Municipal, em homenagem à Sagrada Família (Ordem Franciscana). A capela não só é parte de um conjunto arquitetônico religioso de expressiva riqueza, como faz parte de um importante conjunto patrimonial.

O Morro da Guia apresenta em seu entorno uma vasta coleção de espécies nativas da restinga e da mata atlântica e diversas pedras sulcadas que formam um sítio arqueológico datado do período Arcaico ou Pré-cerâmico (2.200 A.C. a 500 D.C.). Desde 2005, a Capela passou a ser um santuário dotado de um retábulo com a imagem de Nossa Senhora da Guia.

Morro do Arpoador

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O Morro do Arpoador, localizado na Boca da Barra – próximo ao Forte São Mateus, é definido como o ponto em que o navegador italiano Américo Vespúcio aportou e instalou a primeira Fortaleza – Feitoria portuguesa no Brasil em 1503. Também é o marco de fundação da cidade (13 de novembro de 1615).

O Morro da Guia apresenta em seu entorno uma vasta coleção de espécies nativas da restinga e da mata atlântica e diversas pedras sulcadas que formam um sítio arqueológico datado do período Arcaico ou Pré-cerâmico (2.200 A.C. a 500 D.C.). Desde 2005, a Capela passou a ser um santuário dotado de um retábulo com a imagem de Nossa Senhora da Guia.

Museu do Surf

Berço de surfistas como o campeão brasileiro Victor Ribas, Cabo Frio conta com o Museu do Surf, considerado o maior da América Latina. No acervo estão mais de 300 pranchas nacionais e importadas – algumas das décadas de 40 e 50 -, além de livros, roupas, troféus, skates, fotos, vídeos e documentos que ajudam a contar um pouco da história do surf no Brasil e no mundo.

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As visitas guiadas são comandadas pelos proprietários a partir das 10h. O Museu do Surf está localizado à Rua Jorge Lóssio, 899, bairro Centro.

Parque das Dunas

O Parque das Dunas, localizado no bairro Foguete, constitui o mais importante registro ativo eólico do sudeste brasileiro. A areia que forma as dunas tem origem nos depósitos marinhos adjacentes, de onde são removidos e lançados na praia pela ação das ondas.

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Entre as dunas do parque, destaque para a Duna Dama Branca, que apresenta uma altura de 33 metros. Sua movimentação é lenta e gradual, soterrando a planície costeira coberta por vegetação de restinga. Além da excepcional beleza geológica e paisagística, a Duna Dama Branca é a maior duna isolada do sudeste brasileiro e foi tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC) em 1988.

No parque a segurança é feita por dois quadriciclos da Polícia Militar, e alguns pontos se pratica o esporte Sandboar.

Passagem

O bairro Passagem ainda mantém características da época da fundação da cidade, pois ali surgiram as primeiras construções como o Largo de São Benedito e a Igreja de São Benedito.

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O Largo de São Benedito abrangia da Rua Grande (ex-Penha e atual Manoel Antônio Ribeiro) até a Igreja, onde os pescadores estendiam suas redes e observavam os barcos ancorados em frente. A festa em homenagem ao Santo Padroeiro dos negros no Brasil era promovida pela Irmandade de São Benedito. Até as décadas iniciais do século XX, as comemorações tinham a participação majoritária da população negra de Cabo Frio. No meio de barraquinhas, prendas e leilões, cantava-se e dançava-se o “jongo”.

O Largo está situado na margem de restinga do Canal do Itajurú. É a área de povoação portuguesa mais antiga de Cabo Frio e o único núcleo urbano entre 1616 e 1660. Sua denominação provém do ponto de embarque e desembarque de pessoas e mercadorias que atravessavam o Canal do Itajurú. Após a transferência do centro administrativo da Cidade para o Largo da Matriz (atual Praça Porto Rocha), entre 1661 e 1662, o porto e bairro da Passagem consolidaram-se como local de moradia e trabalho.

A festa de Nossa Senhora dos Navegantes também era comemorada pela população da Passagem, sendo palco de brigas famosas entre capoeiras e policiais, ao som de tambores, palmas e cantigas de “bangulê”.

Já a Igreja de São Benedito foi fundada por João Botelho, em 1761, no largo para abrigar os escravos que se associavam em irmandades. A pequenina Igreja de São Benedito é um primor de arquitetura religiosa colonial. O seu interior é relativamente modesto. Até a segunda metade do século XIX, os membros da Irmandade eram enterrados sob o piso da nave. O historiador Hanssen (1988) ensina que a “simplicidade da construção e da parte interna, a localização numa pracinha à sombra de velhas árvores, as modestas casas de moradores ao seu redor, do tempo passado, tudo ali respira paz e tranqüilidade”. Em 1989, a Igreja de São Benedito foi declarada bem patrimonial cultural, protegida pelo Município.

Uma bela visão do Forte se pode ter a noite, admirando-o de longe, com sua iluminação especial e colorida, que refletida nas águas calmas da praia é um espetáculo a parte.

Seguindo pela Avenida Assunção até o final é só virar à direita ou seguir pela Avenida do Contorno, até o final da Praia do Forte e virar à esquerda e você chega a Passagem. Bom passeio.

Rio São João

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Rua dos Biquinis

Situada no bairro Gamboa, a Rua dos Biquínis é conhecida internacionalmente como a maior rede de moda praia da América Latina, sendo até mesmo citada no Guiness Book. Possui mais de cem lojas cujo seus produtos são vendidos em todo o Brasil e exportados para diversos países da Europa, Asia e América.

Para chegar à Rua dos Biquínis, que fica do outro lado do Canal do Itajurú, é preciso atravessar a Ponte Feliciano Sodré e virar à direita. Do centro da cidade é possível ir á pé. O horário de funcionamento é a partir das 9h. E na alta temporada, as lojas não fecham antes da meia-noite.

Sambaquis

Cabo Frio possuí mais de 20 sambaquis, muitos deles demarcados e protegidos. O trecho do final da Praia do Forte é um desses exemplos. Sambaquis são sítios arqueológicos onde foram encontradas ossadas de índios que viveram na Região, há séculos. Em breve fotos e texto.

Fonte: cabofrio.rj.gov.br

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HISTÓRIA

A descoberta das terras do município data do início do século XVI, com a exploração econômica subordinada ao ciclo do pau-brasil, registrando-se período de lutas entre portugueses e estrangeiros que vinham contrabandear a madeira e, para isso, chegaram até a aliar-se com os índios tamoios, primeiros habitantes da região.

A região pertencia à Capitania de São Vicente e, posteriormente, à do Rio de Janeiro. Consta que Américo Vespúcio ali aportou, num local conhecido como “Praia do Cabo da Rama”, a serviço da Coroa portuguesa. Entre os meses de dezembro de 1503 e janeiro de 1504, construiu a primeira feitoria lusa nas terras recém-descobertas e lá deixou cerca de 24 pessoas sob o comando de João Braga.

Tal feitoria não resistiu muito aos ataques indígenas, sendo destruída dois anos após sua criação. Entretanto, João Braga conseguiu reconstruí-la, numa ilha defronte à povoação chamada “Ilha do Cabo”.

Houve um grande interesse, principalmente por parte dos franceses, pelo contrabando do pau-brasil, abundante na região, o que levou o Rei Felipe II a ordenar ao governador do Rio de Janeiro, Constantino Menelau, que promovesse a expulSão dos franceses daquela região.

Seguiu-se um fluxo migratório, ocasionando um aumento populacional, para logo em seguida ser construído um forte, denominado “Santo Inácio”, com o objetivo de manter os franceses afastados da região. Com a emancipação, dada pelo Alvará de 13 de novembro de 1615, foi fundada a cidade de Santa Helena.

Porém, verificou-se que havia um local mais estratégico para assentar a Vila, sendo a mesma transferida para a “ponta sul”, onde foram iniciados os trabalhos de construção da igreja matriz e de um novo forte, em substituição ao antigo, o qual recebeu o nome de “São Mateus”.

A partir de 15 de agosto de 1616, data da instalação do município, a cidade passou a chamar-se Nossa Senhora da Assunção de Cabo Frio, tendo sido ponto importante para o desenvolvimento e conquista do território fluminense.

O núcleo urbano prosperou lentamente até fins do século XIX, baseando-se a economia na agricultura com mão-de-obra escrava, realizada em grandes latifúndios. A abolição da escravatura ocasionou o colapso econômico de que Cabo Frio só se restabeleceria bem mais tarde, com o desenvolvimento da indústria do sal, da pesca e do turismo, e sobretudo a implantação da rodovia e da estrada de ferro (atualmente desativada).

A ferrovia Niterói-Cabo Frio, as melhorias no porto de Arraial do Cabo e a posterior inauguração da rodovia RJ-106, a Amaral Peixoto, contribuíram para o aumento da produção do sal e para o transporte eficiente até a capital da República e outros importantes centros consumidores do país.

O auge do desenvolvimento setorial ocorreu na década de 60, com a instalação de duas grandes usinas de beneficiamento de sal em Cabo Frio, e com a construção do complexo industrial da Cia. Nacional de Álcalis, no antigo distrito de Arraial do Cabo, que abriu salinas e passou a extrair conchas na lagoa para produção de barrilha.

O processo que gerou a ocupação da sede do município foi o resultado da rápida mudança funcional ocorrida nos últimos quarenta anos, durante os quais o pequeno núcleo pesqueiro e salineiro se transformou em importante centro turístico do Estado. O núcleo de Cabo Frio situa-se em Área de topografia plana, com pequenas elevações, tendo sido seu crescimento fortemente condicionado pela presença do canal que liga a Lagoa de Araruama ao mar, cortando a cidade.

Mais recentemente, foram desmembrados de seu território os distritos de Arraial do Cabo e Armação dos Búzios.

CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

Cabo Frio pertence à Região das Baixadas Litorâneas, que também abrange os municípios de Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cachoeiras de Macacu, Casimiro de Abreu, Iguaba Grande, Rio Bonito, Rio das Ostras, São Pedro da Aldeia, Saquarema e Silva Jardim.

O município tem uma área total de 410,4 quilômetros quadrados, correspondentes a 8,1% da área da Região das Baixadas Litorâneas.

Os limites municipais, no sentido horário, são: Casimiro de Abreu, Oceano Atlântico, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, São Pedro da Aldeia e Araruama.

O principal acesso à cidade é feito pela variante da RJ-140, que permite a ligação com a RJ-106, em São Pedro da Aldeia. A mesma RJ-106 chega ao território de Cabo Frio na altura de Tamoios e segue rumo norte para Barra de São João, distrito de Casimiro de Abreu. Há ainda a RJ-102, estrada no sentido norte-sul do cabo, que acessa Armação dos Búzios e Arraial do Cabo.

Aspectos demográficos

Em 2010, de acordo com o Censo, Cabo Frio tinha uma população de 186.227 habitantes, correspondente a 23% do contingente da Região das Baixadas Litorâneas, com uma proporção de 95,2 homens para cada 100 mulheres. A densidade demográfica era de 453,7 habitantes por km2, contra 160,4 habitantes por km2 de sua região. A taxa de urbanização correspondia a 75% da população. Em comparação com a década anterior, a população do município aumentou 46,8%, o 9º maior crescimento no estado.

Fonte: www.cedca.rj.gov.br

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História

A pré história

Os sítios arqueológicos são fragmentos da história humana a ser desenterrada. Cabe ao arqueólogo, a partir do estudo, análise e interpretação dos testemunhos dessas atividades humanas, e auxiliado por outras áreas do conhecimento (Biologia, Geologia, Arquitetura, dentre outras), a tarefa de tentar recompor a vida das sociedades desaparecidas. Isto é, definir os tipos de cultura, sua trajetória (evolução ou decadência), sua duração, o espaço geográfico que ocupou, sua adaptação ao ambiente; se houver sucessão de culturas, sua origem e difusão no tempo e no espaço, e suas relações.

Resumindo, uma cultura se desenvolve em um tempo e espaço definidos, transformando-se gradativamente. É através da pesquisa arqueológica, com seus métodos e técnicas, que se escreve ou reescreve a história de um dado lugar.

Cabo Frio
Morro do Índio (Praia do Forte

Cabo Frio é um município rico em vestígios arqueológicos. Possui sítios do período pré-histórico, perfazendo até então um total de mais de 50 sítios cadastrados.

Destacamos, para exemplo, as pesquisas realizadas no sambaqui do Forte, sítio arqueológico localizado na Praia do Forte, denominado pela população, sabiamente, de Morro dos Índios.

Cabo Frio
Pesquisa arqueológica no Sambaqui do Morro do Índio

Chamamos de sambaqui ao tipo de sítio arqueológico cuja composição é predominantemente de carapaças de moluscos. Ele é o testemunho de uma sociedade cuja economia era baseada, principalmente, na coleta desses animais.

A Existência dos sítios arqueológicos pré-históricos, leva-nos a concluir que esta região já era habitada há cerca de 6 mil anos.

Os homens que habitavam nossas terras eram caçadores, coletores e viviam em pequenos grupos, explorando o ambiente e mudando de lugar quando o alimento escasseava.

Muitos povos viviam do que o mar oferecia. Recolhiam vários moluscos, escolhiam um lugar bem alto para se fixarem, amontoando as conchas. Neste amontoado passavam a viver, construindo suas cabanas, fabricando seus instrumentos de osso e pedra e enterrando seus mortos.

Após vários estudos, os arqueólogos constataram que esses povos eram baixos, cabeça volumosa, pescavam muitos tipos de peixes, caçavam (macacos, antas, gambás, tartarugas…), fabricavam objetos de pedra lascada e também poliam seus instrumentos, fabricando inúmeras esculturas. Eles se alimentavam de vários vegetais. Tinham uma grande diversidade de alimentos retirados do mar, da lagoa, da mata. Utilizavam canoas e redes.

O indígena

Os tupinambá

A maior fonte de informação sobre os índios tupinambá nos é dada através dos relatos de viajantes do século XVI. Os tupinambá – assim chamados pelos franceses, e de Tamoios pelos portugueses – habitavam o litoral do Cabo de São Tomé até Angra dos Reis.

Tinham como vizinhos: ao norte, os Goitacá; ao sul, os Tupiniquim; para o interior, os Carajá; próximos a eles, na serra, viviam os Guaianá e entre ambos os Maracajá. Todas estas tribos guerreavam entre si.

Os índios Tupinambá viviam em aldeias com aproximadamente 5 a 7 cabanas que eram construídas em mutirão. Cada uma contava com 14 pés de largura por 150 pés de comprimento e duas braças de altura. Eram arredondados, cobertos por palha, com três portas. Não existia divisão interna. Várias famílias habitavam uma mesma casa. No meio da aldeia ficava o terreiro para as comemorações.

Cabo Frio
Cunhambebe é o famoso morubixaba tupinambá

Os tupinambá eram robustos, morenos, alegres; depilavam o corpo com uma espécie de grama cortante; dormiam em rede; as tarefas eram divididas pelo sexo.

As mulheres plantavam, colhiam, preparavam o alimento, a bebida (cauim), cestaria, cerâmica. Os homens guerreavam, caçavam, pescavam, faziam armas etc.

Os tupinambá abriam covas no chão com o “pau de cavar”, para plantar a mandioca, feijão, batata-doce, algodão, tabaco. Faziam também remédios com raízes e folhas. Usavam tempero feito com sal e pimenta. Faziam farinha de peixe, muito utilizada em época de guerra.

Faziam vários objetos de cerâmica (panelas, jarros, pratos, urnas funerárias etc). Pintavam em vermelho, branco e preto, realizando inúmeros desenhos geométricos.

Viviam para a guerra, por isso o sexo masculino era tão valorizado.

Suas armas eram: tacape, arco e flecha, escudo, lança.

Os pajés eram os curandeiros. Eles curavam usando a fumaça dos cachimbos, maracá, ervas e raízes.

Os caraíbas profetizavam, interpretavam sonhos relacionados com questões de interesse geral.

Os tupinambá também praticavam com seus vizinhos o comércio de penas, colares, conchas. A partir do século XVI, com a chegada dos europeus, a troca se intensifica.

O escambo foi amplamente utilizado: em troca de vários produtos da terra recebiam facas, tesouras, panelas de ferro, anzóis etc.

Os goitacá

Donos absolutos das planícies de restinga, os índios goitacá dominavam 100 léguas de costa, desde o sul da Bahia até as proximidades de Cabo Frio.

Existem dois significados para a palavra goitacá: “índios corredores” e “índios nadadores”. Tanto um como outro servem para designar esses índios que, correndo 8 perseguiam a caça até apanhá-la; e também viviam nadando ao redor de suas aldeias lacustres. Eles moravam em choupanas construídas sobre as águas, com portas tão pequenas que só conseguiam entrar nelas com o corpo abaixado.

Os goitacá eram altos, fortes e usavam o cabelo comprido. Viviam em campo aberto com abundância de caça e pesca. Eles utilizavam como arma o arco e a flecha. Como meio de transporte, em vez de canoas, preferiam as jangadas. No mar, chegavam a caçar tubarões, enfiando-lhes um pau pela garganta. O que lhes interessava nos tubarões não era a carne, mas os dentes, que colocavam nas pontas das flechas.

Os colonizadores

Alguns historiadores acreditam que quando Américo Vespúcio veio ao Brasil em 1501, em sua 1ª expedição (comandada por Gonçalo Coelho) veio conhecendo a costa, descobrindo portos. Ele menciona características de local semelhante a Cabo Frio nas cartas datadas daquela época.

Durante a 2ª expedição, Gonçalo Coelho e Américo Vespúcio se separam na Ilha de São Lourenço, atual Fernando de Noronha. Américo Vespúcio viaja para a Baía de Todos os Santos e de lá parte para o sul. Chega à região de Cabo Frio, onde funda uma feitoria e ali permanece por uns cinco meses, explorando a região. Ao retornar para Portugal, deixa em Cabo Frio João Braga e mais 24 homens com a finalidade de defender o litoral e aprender a língua e hábitos dos habitantes.

A feitoria foi constante alvo de pirataria, não tendo assim condições de prosperar.

O contrabando de pau-brasil tornou-se intenso na nossa região.

Os franceses comercializavam com os tupinambá, seus aliados.

Praticavam o escambo: em troca dos produtos da terra recebiam espelhos, anzóis, facas, machados etc. Os franceses fundam, na boca da barra, no Morro do Arpoador, uma Casa de Pedra.

A presença francesa é tão ameaçadora que Portugal dá ordem ao governador do Rio de Janeiro, Antonio de Salema, em 1575, para organizar uma tropa e atacar a região (Guerra do Cabo Frio).

Antonio de Salema organizou uma expedição formada por portugueses e índios para expulsar os invasores. Após o cerco e a rendição da fortaleza, franceses e índios foram mortos. As tropas portuguesas vencedoras ainda entraram pelo sertão, queimando aldeias, matando muitos índios e aprisionando outros tantos.

Cabo Frio, entretanto, continuou abandonado pelos colonizadores portugueses e sujeito aos ataques de corsários estrangeiros:franceses, holandeses, ingleses, todos queriam contrabandear o pau-brasil.

Essa situação perdurou até o ano de 1615, quando o então governador do Rio de Janeiro, Constantino Menelau, veio a Cabo Frio com o objetivo de expulsar definitivamente os invasores e fundar a povoação de Santa Helena, o que fez a 13 de novembro do mesmo ano.

Para defender o território ele ergueu o Forte de Santo Inácio.

O território de Cabo Frio abrangia: Campos, Macaé, Casimiro de Abreu, Silva Jardim, Rio Bonito, Maricá, Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Búzios e Arraial do Cabo.

Em 1616, o capitão-mor Estevão Gomes transferiu o sítio da povoação original para o atual bairro Passagem, rebatizando a cidade como Nossa Senhora d’Assunção de Cabo Frio. Ele inicia a construção do Forte de São Matheus, no morro em frente ao do Arpoador, destruindo o primeiro. Cabo Frio, enfim, começou a povoar-se com colonos vindos da Guanabara (Rio de Janeiro).

Origem do nome de Cabo Frio

Os índios que aqui habitavam chamavam o lugar de Gecay (sal e pimenta) devido à existência desses produtos na região, largamente utilizados em sua alimentação como tempero.

Segundo o livro de Abel Beranger: “A denominação Cabo Frio deve datar da viagem de Gonçalo Coelho em 1504, e surge pela primeira vez no mapa de Kunstmann III, em 1506”.

Deve ter nascido o nome do contraste: região fria em zona quente. Notavam os navegantes, ao passarem neste ponto da costa, mudança brusca de temperatura, a ponto de os macacos que levavam a bordo, morrerem ou se sentirem mal.

Tem Cabo Frio quase a mesma idade histórica do Brasil.

Cabo Frio através dos tempos

Apesar de ter sido formada com o título de cidade, Cabo Frio não passava de um simples povoado habitado por alguns portugueses, religiosos e indígenas, reunidos em uma cidade administrada pelos jesuítas e um Forte com alguns soldados.

As casas eram simples, feitas de barro e cobertas de palha. As pessoas viviam da caça, da pesca e praticavam a agricultura para o seu próprio sustento.

“Em 1629 foi criada a Capitania Real de Cabo Frio.

Os limites eram: da Ponta Negra, entre Macaé e Saquarema, ao Rio Macaé. A cidade não se desenvolve.

Em 1648 apenas 24 moradores habitavam a região e o Forte encontrava-se estagnado.

Entre os anos de 1661/62 o prédio da Câmara foi erguido e foi aberta a atual Rua Érico Coelho. A Igreja Matriz Nossa Senhora da Assunção foi inaugurada em 1666 e o governo fincou o pelourinho para que se fixassem os editais e ordens portuguesas. Em 1664 os beneditinos recebem uma sesmaria urbana e em 1668 o convento dos franciscanos começa a ser construído, sendo inaugurado em 1696. Nesse período constrói-se a Igreja Nossa Senhora dos Remédios, em Arraial do Cabo.

Em 1690 a fazenda Campos Novos servia para a engorda de gado proveniente de Campos. O sal era retirado pelo sistema de cacimbas; a região interiorana produzia mandioca, feijão.

Em 1728, João de Almeida constrói uma armação de baleia em Búzios, sendo ampliada em 1729/1748 pelo novo contratador Brás Pina, que funda a Capela Nossa Senhora de Sant’ Anna, em 1740.

Em 1761 foi construída a Igreja de São Benedito, na Passagem.

Em 1797 a Câmara Municipal arrendou as praias da região para pescaria. Neste período Cabo Frio possuía 5408 escravos que produziam feijão, mandioca, farinha, milho etc.

A partir de 1799 Cabo Frio começa a perder território: Rio Bonito e Araruama (1799), Juturnaíba (1801), Macaé (1811), São Pedro D’ Aldeia (1892), Mataruna (1859), São Vicente (1860), Saquarema (1860), Maricá (1814), Arraial do Cabo (1985) e Armação dos Búzios (1995).

Por todo o período colonial o desenvolvimento da nossa região foi restrito. Na área rural, pequena produção de alimentos e criação de gado; na área urbana, uma pequena cidade, basicamente de pescadores. Esta situação não se modifica muito com a proclamação da independência, ocorrida em 07 de setembro de 1822.

O alemão Luiz Lindenberg vem para o Brasil para fazer parte do quadro de prdenanças de D. Pedro I. em visita a nossa região fica encantado com a produção natural de sal em trechos da Lagoa de Araruama. Retornando ao Rio de Janeiro, solicita a D. Pedro I terras para produzir sal. E, em 1824 D. Pedro I concede “meia légua de terras, dita devolutas, no lugar denominado Ponta do Costa”. Em 1829, Lindenberg consegue a exclusividade da extração do sal por 6 anos. Utilizava caldeirões para obtenção do sal, através de evaporação.

Em 1846 o presidente da província, Aureliano Coutinho,convida negociantes e fazendeiros do Rio de Janeiro para explorarem o sal da região, criando uma companhia exploradora de sal. Arrendam terrenos à MARGEM DA Lagoa de Araruama e passam a produzir sal também pela fervura da água, o que acaba encarecendo a produção. Em 1851 esses empreendedores abandonam a região.

Em 1847, D. Pedro II visita a nossa região. A Câmara Municipal de Cabo Frio melhora as estradas, pintam a igreja e a Câmara e, no dia 24/04/1847, às 17 horas, recebem D. Pedro com as chaves da cidade, as bandas Euterpe e Bertioga tocam o Hino Nacional. O imperador visita as salinas de Luiz Lindenberg, vai a Arraial do Cabo e retorna ao Rio de Janeiro em 26/04/1847. Deixa dinheiro para a construção da casinha da Fonte do Itajurú.

Em 1850 a nossa região é assolada por uma epidemia de febre amarela e o Forte São Matheus torna-se lazareto. Novas ondas de epidemias ocorrem em 1870 a 1878.

Leger Palmer compra a salina dos índios em São Pedro e, como ela se situava afastada da lagoa, constrói canais de 1500m de comprimento, onde a água chegava através de uma calha até um tanque natural e, de lá, ia para um outro poço para cristalizar.

Para facilitar o escoamento de sua produção, Palmer abriu dois canais: Canal Palmer I e II. Em 1881 implantou a navegação a vapor em nossa região; em 1882 criou uma olaria, também a vapor, uma caieira, uma fábrica de conservas de pescado.

Construiu sua segunda salina: Trapiche.

Com as obras de abertura da barra de Cabo Frio (1880), Palmer consegue do governo provincial a concessão para instalar armazéns em terrenos próximos à Boca da Barra.

Neste período, duas indústrias se estabelecem nas margens do Canal do Itajuru: a da cal e a da construção naval.

Muitos imigrantes sírio-libaneses vêm para a nossa região, instalando casas comerciais.

Em 1885, o português João Gago, antigo conhecedor das salinas do Aveiro (Portugal), constrói a salina Acahira, nos moldes portugueses (técnica francesa), impermeabilizando o solo com algas cionofícias e utilizando os moinhos de vento para puxarem as águas dos canais para os quadros de sal, que era obtido pela evaporação natural.

Em 1887, Dr. Adolpho Lindenberg constrói novas salinas. Desta época em diante, a exploração da indústrua salineira se desenvolve.

Para melhorar o transporte de sal era necessário melhorar a barra de Cabo Frio. O Major Bellegard melhora a barra, o que acaba permitindo a entrada de navios maiores. Faz também projetos de arruamentos, funda a irmandade de Santa Isabel e constrói a Charitas.

Toda a produção agrícola de nossa região é levada ao Rio de Janeiro através de lanchas. Levam mandioca, farinha, café, feijão, arroz, madeiras, aguardentes, telhas, tijolos etc. O porto de Cabo Frio era o mais utilizado para este tipo de transporte a vapor. O de Búzios e o de Arraial do Cabo eram usados para abrigar embarcações em trânsito.

Os transportes mais utilizados nesse período eram as lanchas a vapor, carroças, cavalos.

No período imperial o sal é a grande mola propulsora do desenvolvimento da nossa cidade. Estaleiros, companhias de navegação a vapor, caieiras, melhoramentos nas ruas, iluminação pública no porto da barra, criação da casa de Caridade e do Hospital acontecem com o dinheiro vindo do sal.

Com a abolição da escravatura e a proclamação da república, muitas transformações ocorrem.

Algumas atividades produtivas são substituídas: o café pelo gado; ex-escravos fundam povoações na praia da Raza (Búzios), enquanto que escravos urbanos fundam a povoação Abissínia (Vila Nova) e continuam trabalhando na retirada de carvão da restinga para fornecer lenha para os navios a vapor.

Em 1890 o trem chega a Marica; de lá até Cabo Frio a viagem continua em lombo de burro ou lanchas de passageiros pela Lagoa de Araruama.

Melhora o fornecimento de água, em 1892, com a instalação de uma caixa d’água no Morro da Guia, de onde saíam os canos para as bicas (1897), onde a população se abastecia.

A cidade crescia e era necessário uma ponte que ligasse a parte continental à restinga. Em 1898 foi inaugurada a ponte de ferro, construída por funcionários espanhóis. Mas ela acaba desabando em 1920.

Em 1913 o trem chega a Araruama e Iguaba. Ao longo do Canal do Itajuru inúmeros estaleiros e caieiras são instalados.

Cabo Frio possuía 48 salinas, 6 caieiras, 3 fábricas de conservas de camarão e peixe, 2 olarias, 38 casas comerciais (padarias, farmácias, tavernas, bilhares, alfaiates, sapateiros, hotel, o Cinema Recreio) o abastecimento de água é por poços artesianos, a iluminação é de lampião e nenhuma casa possuía instalações sanitárias. A luz só chegou em 1915, com a usina de Alberto Mazur, e só funcionava por algumas horas.

Os primeiros sindicatos surgiram em 1918 e 1921 – o dos Estivadores e o dos Arrumadores.

Nova epidemia de varíola assola a região, a ponte de concreto é inaugurada em 14/07/1926.

Inaugura-se a estrada São Pedro – Cabo Frio, iniciando um serviço de ônibus diário. Somente em 1922 Cabo Frio passa a ser governado por prefeito, o Sr. Francisco Vasconcelos Costa.

Em 1923 dois prédios são construídos em estilo neoclássico: o Grupo Escolar Francisco Sá (atual Instituto de Educação Profª Ismar Gomes de Azevedo) e a Delegacia (atual Corpo de Bombeiros). O Hospital Santa Izabel atendia a toda a população.

Em 1930 cria-se a primeira fábrica de gelo e torna-se viável a venda de peixe fresco para o Rio de Janeiro. Em 1932 Paes de Abreu cria a usina de luz, cujo fornecimento continua sendo precário.

Finalmente, em 1937, o trem chega a Cabo Frio, sua estação era onde hoje funciona o camping da Estação, na Estrada dos Passageiros.

Cabo Frio
Família Salles – década de 30

Em 1943 a Álcalis é criada pelo governo federal para a produção de barrilha. Somente em 1960 inicia-se a produção de barrilha, a partir do sal marinho+ calcário e da amônia.

É insumo básico para diversas indústrias: vidro, química, sabão, detergente, metalúrgica de alumínio, indústria mineral, papel, celulose, fertilizantes, indústria têxtil, petróleo, cerâmica, siderurgia, fotografias, indústria do couro etc. Em 1992 a companhia foi privatizada e, em 1995, faz uma série de modificações e passa a produzir também cloreto de sódio, de cálcio e carbonato de cálcio.

Na década de 60, a fazenda Campos Novos passa para o Sr. Henrique da Cunha Bueno que, desde então, tenta expulsar os antigos moradores. O conflito de terra continua até hoje.

Em 1964 a atriz Brigitte Bardot descobre Búzios, vila de pescadores, e turistas estrangeiros passam a visitar o local, colocando Búzios no cenário turístico internacional.

Na década de 70 as transformações ocorrem na rede de telefonia, melhoramentos de vias de acesso, de água e luz. O turismo passa a ser uma nova fonte de renda para o município que já começa, nesse período, a enfrentar o início da queda da produção salineira.”

Em 1974, com a inauguração da Ponte Costa e Silva, ou, como é mais conhecida, Ponte Rio Niterói, facilitando o acesso e diminuindo o tempo de viagem entre o Rio de Janeiro e outras cidades brasileiras, como a cidade de Cabo Frio, despertou o interesse em várias empreiteiras de investir na construção de casas, apartamentos e condomínios para temporada em nossa cidade .

As primeiras construtoras que começaram a erguer prédios eram das cidades de Juiz de Fora/MG, Petrópolis e Teresópolis. Como a mão de obra local era pouca, foram contratados homens de outras cidades, principalmente de Campos.

Ao final das construções, vários destes homens que vieram trabalhar em nosso município foram ficando por aqui, pois não tinham opções de emprego em suas cidades. E por acreditarem que trabalhando em Cabo Frio, principalmente no comércio ambulante na praia, poderiam ganhar mais…

Mas o maior problema encontrado por eles foi a moradia, já que não tinham condições financeiras de comprar, alugar ou até mesmo construir sua própria residência. Começaram, então, a invadir terrenos e áreas, que até então eram valorizadas e construíram suas moradias, feitas principalmente de madeira, formando as favelas.

“Na década de 80 a maior parte da população de Cabo Frio (80%) está concentrada na área urbana. Começa o êxodo rural, por falta de incentivos e de rede distribuidora da produção. Na década de 90 ocorrem privatizações no setor público – CERJ, CEDAE, TELERJ. Grande número de pessoas escolhem a nossa região, fugindo da violência das grandes cidades. Mas ela também está presente em nosso município. Assaltos a bancos, roubos, estupros, violência doméstica, passam a ser notificações corriqueiras na Delegacia de Cabo Frio.”

Localização do município

O município de Cabo Frio está localizado a sudoeste do Rio de Janeiro, na região das Baixadas Litorâneas e possui duas frentes aquáticas:

O Oceano Atlântico (a leste do litoral)

A Lagoa de Araruama (que o separa da parte meridional do município de São Pedro da Aldeia)

Limites e distritos de Cabo Frio

Cabo Frio limita-se:

Ao Norte: Casimiro de Abreu

Ao Sul: Arraial do Cabo

À Leste: Oceano Atlântico / Armação de Búzios

À Oeste: Araruama e São Pedro da Aldeia.

O município de Cabo Frio não é formado só pelo centro da cidade e seus bairros. Nos arredores da cidade existem outros lugares onde são produzidos alimentos e moram muitas pessoas que trabalham em várias atividades. Esses lugares, juntamente com o centro da cidade, são os distritos que formam o município de Cabo Frio.

1º distrito : CABO FRIO (sede do município) – é formado por vários bairros, distribuídos pela parte continental e pela restinga.

No primeiro distrito estão localizados os bancos, as lojas comerciais, o cinema, as repartições públicas, os restaurantes, hospitais, o fórum, o corpo de bombeiros etc.

Alguns bairros do 1º distrito: Jacaré, Gamboa, Jardim Esperança, Jardim Caiçara, Palmeiras, Passagem, Centro, Braga, Vila Nova, Algodoal, Palmeiras, São Cristóvão, Célula Máter etc.

2º distrito : TAMOIOS – é uma área menos povoada em alguns bairros. É a zona rural onde predomina a pecuária de gado leiteiro e de corte.

Suas principais culturas agrícolas são: mandioca, milho, feijão, cana-de-açúcar, laranja, banana, etc.

Características físicas do município de Cabo Frio

Relevo: O relevo do município de Cabo Frio apresenta planícies, que ocupam grande área do município e pequenas elevações.

As planícies podem ser classificadas quanto à sua origem em:

Planícies marinhas, localizadas ao longo do litoral leste e sudeste do município; elas formam praias, cordões de areia, brejos, dunas, restingas.

Planícies fluviais, correspondentes aos depósitos feitos pelos rios São João e Una.

As elevações correspondem às colinas e aos maciços, localizadas entre os rios Una e São João.

Entre os morros localizados em nosso município destacam-se: do Arpoador (Boca da Barra), do Telégrafo (Gamboa) , da Guia (Centro), do Vigia (Praia das Conchas), do Peró (Praia do Peró) e da Lajinha (Boca da Barra).

Clima: O município de Cabo Frio apresenta um clima saudável do tipo tropical – quente e úmido.

O vento sopra sempre do mar para a terra, fazendo com que se mantenha uma temperatura anual agradável, não havendo meses só quentes ou frios demais.

O vento constante também contribui para a diminuição das chuvas, fazendo com que Cabo Frio tenha sol durante quase todo o ano, o que atrai visitantes do mundo inteiro.

Vegetação: por causa do relevo quase plano e do clima semi-árido, a vegetação dessa região apresenta-se diferenciada em relação ao Sudeste brasileiro. A densa floresta que ocupava as colinas e as encostas na margem norte da lagoa era local onde predominava o pau-brasil e leguminosas. A presença de vegetais como salsa-da-praia e gramíneas, desempenha um papel marcante, pois constituem um obstáculo ao deslocamento de grãos de areia, dando lugar à formação de dunas.

As palmeiras dos coqueirais já cobriram grande parte do município, notadamente nos bairros do Portinho e Palmeiras e hoje, com o avanço da urbanização, estão diminuindo cada vez mais.

São frutas nativas do município e da região: gabiroba, bajuru, caju, araçá, cambucá, cambuim, pitanga, coco do guriri, guapeba.

Ilhas: Temos em Cabo Frio muitas ilhas, sendo as mais conhecidas:

Ilha dos Papagaios

Ilha dos Pargos

Ilha dos Cabritos

Ilha do Japonês

Ilha da Âncora

Ilha dos Franceses

Dunas: As dunas em tempos passados eram enormes, altas, com sua vegetação de restinga. Hoje, nem tanto exuberantes, mas ainda importantes e lutando pela sobrevivência:

Dunas do Peró (localizada na Praia do Peró)

Dunas da Praia do Forte (situadas nesta praia, estendem-se pela terra, chegando a atravessar a rodovia que liga Cabo Frio ao Arraial do Cabo. Destaca-se a Duna Dama Branca, a mais alta da região).

Hidrografia: possui três principais bacias hidrográficas: a do Rio Una e a bacia drenante à Lagoa de Araruama, desaguando no Oceano Atlântico. Cabo Frio tem ainda o Canal do Itajuru que faz ligação da lagoa e o mar.

Litoral: O município de Cabo Frio possui 30 km de litoral, com 12 lindas praias. Caracteriza-se pela presença marcante das águas da Lagoa de Araruama, o Canal do Itajuru e o Oceano Atlântico formando várias praias.

As principais praias, formadas por águas do Oceano Atlântico, são as seguintes:

PRAIA DO FORTE

PRAIA DO PERÓ

PRAIA DAS CONCHAS

PRAIA BRAVA

PRAIA DO FOGUETE

PRAINHA OU LIDO

PRAIA DAS DUNAS

As mais importantes formadas por águas da Lagoa de Araruama são:

PRAIA DO SUDOESTE

PRAIA DO COQUEIRAL

PRAIA DO SIQUEIRA

PRAIA DE SÃO BENTO

PRAIA DAS PALMEIRAS

Alguns bairros de Cabo Frio

São eles: Centro, Passagem, São Bento, Vila Nova, Itajuru, São Cristóvão, Jardim Esperança, Tangará, Eldorado, Jacaré, Jardim Caiçara, Guarani, Braga, Manoel Correa, Porto do Carro, Marlim, Algodoal, Ogiva, Gamboa, Recanto das Dunas, Parque Burle, Algodoal, Portinho, Palmeiras, Praia do Siqueira..

Dados demográficos de Cabo Frio

A partir da colonização a população de Cabo Frio foi sendo formada pelos descendentes dos primeiros habitantes indígenas, europeus, africanos e, posteriormente, de vários imigrantes europeus e não-europeus.

A população de Cabo Frio aumentou muito de 1970 até hoje devido à chegada de pessoas vindas de outros lugares do Brasil para trabalhar na construção civil.

Aspectos Culturais

Cabo Frio destaca-se como o mais desenvolvido e conhecido município da Região das Baixadas Litorâneas e famoso por suas praias de águas claras, dunas de areia branca e fina, além do seu respeitável patrimônio histórico.

Nosso município tem em sua tradição, grandes e talentosos artistas, tanto filhos da terra, como os de coração, que escolheram a cidade por suas encantadoras belezas.

Ao longo de seus 391 anos de existência, tem filhos famosos na cultura cabo-friense e brasileira.

Dentre os já falecidos, destacamos:

Poeta e prosador Teixeira e Souza, “o Pai do Romance Brasileiro”

Poeta Antonio de Gastão compositor, pescador e grande contador de histórias do município

Poeta Victorino Carriço

Poeta Waldemir Terra Cardoso – também jornalista e pintor

Dr. Abel Beranger – conhecido médico, autor da obra “Dados Históricos de Cabo Frio”

Professor Márcio Werneck da Cunha – pesquisador que recebeu o prêmio “Golfinho de Ouro” na área de Patrimônio Histórico e Cultural, profundo estudioso dos sítios arqueológicos do município

Adail Bento Costa – restaurador dos templos católicos como Convento e Igreja Matriz

Professora Lair Gago – artista plástica

Artista plástico José de Dome – cujo nome está perpetuado no museu da cidade

Cabo Frio ainda conta com uma infinidade de artistas plásticos, poetas e prosadores, intelectuais e homens do povo, conhecidos por sua sabedoria popular.

Destacamos apenas alguns, na certeza de que poderemos escrever páginas e páginas daqueles “criadores” da cultura em nosso município.

Poeta José Casimiro dos Santos

Poeta Célio Guimarães

Hilton Massa – autor do livro “Nossa Terra, Nossa gente”, fonte preciosa de informações da vida do município

Dr. Demócrito Jônatas de Azevedo – membro da Academia Brasileira de Médicos Escritores e da Academia Fluminense de Letras. Médico, poeta e escritor, voraz defensor da nossa cultura.

Professor Rudnei Queiroz – autor do busto de Teixeira e Souza

Empresário Ernesto Galioto – grande amigo da cultura cabofriense

Artista plástico Gago Pereira; Artista plástico Carlos Lima

Artista plástico José Novaes

Artista plástico Carlos Mendonça Artista plástico Ivan Cruz

Pesquisadora e ambientalista Meri Damaceno

Pesquisador Elísio Gomes da Silva

Monumentos históricos do município de cabo frio

Forte São Matheus

Cabo Frio

Em 1615 o governador do Rio de Janeiro, Constantino Menelau recebeu ordens do rei de Portugal para combater os ingleses que freqüentavam o litoral de Cabo Frio. A expulsão acontece e é estabelecida a povoação de Santa Helena, e erguido o Forte de Santo Inácio instalado na boca da barra da Lagoa de Araruama.

Respondendo a uma consulta Real sobre a melhor maneira de se fortificar Cabo Frio, em 20 de abril de 1617, Martim de Sá – governador do Rio de Janeiro – conclui ser necessário desfazer o forte existente por ser fácil de ser tomado por naus inimigas.

A aprovação dessa conclusão é afirmada pela CARTA RÉGIA de 18 de julho de 1617, dirigida ao governador do Brasil, D. Luís de Souza. E em 14 de abril de 1618, a carta régia transfere a responsabilidade das obras de construção para o governador do Rio de Janeiro.

Em 1620, verifica-se a conclusão da nossa fortaleza, na carta enviada ao governador do Brasil pelo jesuíta superior da Aldeia dos Índios de São Pedro.

No século XVIII, a fortificação estava guarnecida por uma tropa auxiliar composta de um superior e 7 soldados, sendo que um destes era de cavalaria, e todos sujeitos às ordens do oficial do terço de regimento de milícia em Cabo Frio. (Abel Beranger).

Em 1818 era guardado por 6 soldados de milícia que se renovavam de 15 em 15 dias e eram comandados por um Cabo, que era obrigado a dar aviso ao Coronel do distrito da entrada e saída de embarcações que passavam pela boca da barra. (Abel Beranger). Em 1899 o Forte tornou-se lazareto recolhendo doentes portadores de varíola.

O Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) tombou o Forte São Matheus em 30/11/1977.

Em 1980, o então presidente do clube de Regatas Flamengo, Márcio Braga, instala na frente da sede do clube, no Rio de Janeiro, um canhão retirado do Forte SÃO Matheus.

Convento de Nossa Senhora dos Anjos

Cabo Frio

O conjunto Arquitetônico do Convento de Nossa Senhora dos Anjos é composto pela igreja e cemitério da Ordem Terceira de São Francisco e Capela de Nossa Senhora da Guia.

A idéia da construção do Convento data de 1617, logo após a fundação da cidade. Coube a tarefa a Frei Agostinho da Conceição, provincial entre 1684 e 1687, que mandou a Cabo Frio, em 13 de abril de 1684, dois religiosos incumbidos de assistirem o povo e reunirem material para a obra.

Frei Agostinho da Conceição tinha conseguido “pessoa abastada” para ser o padroeiro do Convento. Chamava-se José de Barcelos Machado. O benfeitor era possuidor de fazendas e extensos campos. Comprometeu-se através de escritura, a doar anualmente 25 bois, para sustento dos religiosos, cumprindo uma graça alcançada.

A pedra fundamental do Convento foi colocada em 2 de agosto de 1686.

As obras progrediram lentamente. Somente em 13 de janeiro de 1696 foi inaugurado dando posse como primeiro guardião ao Frei Serafino de Santa Rosa.

Em 1707, o Convento passou à Casa de Noviciado e, logo depois, em suas dependências foram ministradas aulas de “primeiras letras” (ler, escrever, contar) às crianças do local e aulas de gramática para os coristas.

Em 1898 uma explosão acidental num depósito de pólvora do Convento, por ocasião das obras de construção da primeira ponte de Cabo Frio, destruiu parcialmente o monumento.

Em 1950 foi restaurado parcialmente pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Esse magnífico conjunto arquitetônico situa-se no centro da cidade, em frente ao Largo de Santo Antônio, na base do Morro da Guia, cujo topo pode ser alcançado através de uma estrada que serpenteia suas encostas. Lá em cima ergue-se a Capela de Nossa Senhora da Guia, de onde descortina-se o mais lindo cenário de toda a região.

Todo conjunto natural arquitetônico está tombado e protegido pelo SPHAN, Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

O Convento de Nossa Senhora dos Anjos é sede do Museu de Arte Religiosa e Tradicional de Cabo Frio.

Na condição de um dos marcos da arquitetura religiosa do período colonial, encontra-se hoje, o monumento, recuperado e aberto à visitação pública.

Através do Museu, diversas atividades de caráter educativo-cultural são desenvolvidas, tais como: exposições temporárias, lançamento de livros, apresentação de corais, cursos. São realizadas ainda, visitas orientadas a estudantes.

Capela de nossa Senhora da Guia

Cabo Frio

A Capela só foi construída depois de 1740. Era local de passeio dos frades, com a restrição porém, de serem sempre dois deles para cima e não poderem apartarem-se da vista do Convento.

Uma lenda conta que os franciscanos colocavam a Santa Nossa Senhora da Guia no altar da Capela no alto do Outeiro. No dia seguinte ela aparecia no Convento. Era levada à Capela e novamente aparecia no Convento. Por várias vezes este fato sucedeu-se. Essa lenda está relacionada a do misterioso túnel subterrâneo que ligaria a Capela ao Convento. Alguns afirmam que Nossa Senhora da Guia alcançava o Convento através desse túnel.

Ao lado da Capela de Nossa Senhora da Guia, foram localizados alicerces do antigo posto meteorológico. De acordo com a tradição oral da cidade, sua função era a de alertar os navios das condições meteorológicas através de sinais codificados, bandeiras, cone etc que eram hasteados em torre metálica de 12 m.

Segundo pesquisas orais na cidade, consta que sob o altar existia um túnel que saía dentro do Convento e este túnel era usado para guardar peças valiosas do Convento que piratas vinham roubar em nossa cidade. Do alto do morro era possível ver os navios piratas chegando em nossa costa e rapidamente as peças eram guardadas no suposto túnel.

Mirante do Morro da Guia

Centro de emanações energéticas, santuário espiritual, sítio predestinado, espelho onde o homem pré-histórico mira-se, memória viva feita de pedra e fé.

Com essa obra o povo cabo-friense resgata um dos locais culturalmente mais importantes do Brasil.

O que era esquecimento ontem, revela hoje o conhecimento, a inteligência e o deslumbramento.

O homem do passado integra-se ao homem do presente, que projeta o futuro.

Igreja Matriz Nossa Senhora da Assunção

Cabo Frio

A fundação da cidade de Cabo Frio propriamente dita deu-se em 1616, no bairro Passagem, mas, a partir de 1660 criou-se o novo centro urbano denominado de São Francisco.

Nele, traça-se a praça (atual Porto Rocha) e constrói-se o prédio da Câmara Municipal, entre 1661 e 1662. O poder religioso acompanha esse deslocamento e, em 1666 é criada pelo Vigário Bento de Figueiredo a Igreja Matriz Nossa Senhora da Assunção. No altar mor foi colocada a imagem da Padroeira de Cabo Frio, Nossa Senhora da Assunção – recomendada a Lisboa nos princípios da ereção e fundação da igreja, e que sem dúvida foi a devoção dos primeiros habitantes da cidade. Consta que essa imagem é uma das mais antigas o Brasil. À direita de quem entra na Igreja Matriz, há uma capela, erguida em 1731, onde está a imagem da Virgem Aparecida, que foi encontrada entre uns penedos no mar de Arraial do Cabo, pelo pescador Domingos André Ribeiro, no ano de 1721.

A igreja matriz foi restaurada em 1966, sob a direção artística do professor Adail Bento Costa. Porém, no início da década de 70, os religiosos responsáveis pela matriz construíram um anexo na parte posterior que se tornou um elemento arquitetônico altamente perturbador ao estilo do monumento do século XVII.

No início do ano de 1984 a Igreja Matriz foi assaltada.

Além das imagens de Nossa Senhora da Aparecida e Nossa Senhora da Conceicão, os ladrões levaram: 3 cálices com patenas (2 cálices dourados e 1 prateado), 2 estensórios (1 grande dourado e 1 pequeno prateado), 1 crucifixo de arte sacristia, coroa, punhal de prata e broche de Nossa Senhora da Assunção, 2 crucifixos laterais , espada e coroa de Nossa Senhora das Dores, 3 túnicas de celebração, 2 anjos, e coroa do Sr. dos Passos. Até os dias de hoje, essas peças não foram recuperadas.

Capela Santo Inácio

Cabo Frio

Construída por padres jesuítas no final do século XVII, a fazenda agropecuária Campos Novos abriga uma capela dedicada a Santo Inácio de Loyola e um pequeno cemitério, que originalmente serviu aos jesuítas.

Após graves conflitos de terra, a área foi desapropriada pelo governo municipal em 1993.

O bairro da Passagem Igreja de São Benedito

Cabo Frio

O Bairro da Passagem está situado na margem de restinga do Canal do Itajuru e próximo à barra da Lagoa de Araruama. Ao chegar em Cabo Frio, em 1616, Estevão Gomes dirigiu-se à fortaleza de Santo Inácio para assumir o comando e passar a tropa em revista. Provavelmente foi, em seguida, para o local onde pretendia dar início à cidade de Nossa Senhora da Assunção de Cabo Frio, o Bairro Passagem. Ele é então, a área de população portuguesa mais antiga da cidade de Cabo Frio e o único núcleo urbano entre 1616 e cerca de 1660.

A denominação PASSAGEM provém do ponto de embarque e desembarque de pessoas e mercadorias que atravessavam o canal do Itajuru.

Após a transferência do centro administrativo da cidade para o Largo da Matriz (atual Praça Porto Rocha), em cerca de 1660 e 1662 o porto e Bairro da Passagem consolidaram-se como locais de moradia e trabalho dos pescadores interessados na pesca oceânica e navegação costeira, além dos artífices construtores de embarcações, em função da proximidade do porto na Boca da Barra.

Os patrões da pesca oceânica e navegação costeira eram homens ricos, proprietários de lanchas e possuíam escravos africanos, empregados nas atividades marítimas.

Através da provisão de 9 de abril, João Botelho da Ponte foi autorizado a construir a Igreja de São Benedito na Passagem.

Até o fim do Período Imperial, o porto e o Bairro Passagem continuaram centralizando as atividades ligadas à construção de embarcações, à pesca oceânica e à navegação costeira de Cabo Frio, além de empregar novos escravos africanos na produção de cal e estiva do sal.

A festa em Homenagem ao Santo Padroeiro da raça negra no Brasil era promovida pela Irmandade de São Benedito até as décadas iniciais de século XX. Tinha a participação majoritária da população negra da cidade de Cabo Frio. Em meio a barraquinhas, prendas e leilões, cantava-se e dançava-se o “jongo”.

A herança negra finalmente tornou a Passagem um dos berços do CARNAVAL cabo-friense.

A pequena Igreja de São Benedito é um primor de arquitetura religiosa colonial.

O seu interior é modesto: além da imagem de São Benedito, existem ainda as imagens de São João Batista, São Bento, Nossa Senhora dos Navegantes em seu barco, São Pedro em seu pequeno barco e o menino Jesus.

Até a Segunda metade do século XIX os membros da Irmandade eram enterrados sob o piso da nave.

Charitas

Cabo Frio

Cabo Frio viveu um período em que era agravante o estado de abandono de crianças, frutos de união entre brancos, escravos e índias.

Em 21 de julho de 1834 foi criada uma comissão provisória que deu origem à Irmandade de Santa Isabel. Um ano depois, o major do Imperial Corpo de Engenheiros, Henrique Luiz Memeyer Belegard, apresenta a planta do projeto do edifício “Casa da Caridade”, que seria construída com um orçamento de 2 contos de réis e complementado com contribuições voluntárias dos habitantes.

Lançada a pedra fundamental em 27 de julho de 1836, as obras iniciaram-se em 1837, mas por falta de recursos foram interrompidas no ano seguinte.

Para obter recursos, o Major Bellegard criou a Irmandade de Misericórdia, em 1938, e junto com mais 26 pessoas confere o título de Protetor da Irmandade ao Imperador D. Pedro II.

Com auxílio de Assembléia Provincial da CÂMARA MUNICIPAL as obras reiniciaram em 1839 e foi inaugurada a Charitas em 16 de fevereiro de 1840.

A razão de ser da Casa de Caridade era acolher as crianças abandonadas na calada da noite. Foi popularmente denominada de “Casa da Roda”, devido a existência de uma roda na porta de entrada onde era colocada a criança e por onde a “dona” da Charitas, a matrona, retirava esta criança, sem sair do interior da casa, usando esse mecanismo que ao rodar fazia a criança entrar. Em virtude das inúmeras epidemias que assolaram a cidade do século XIX, a Charitas passou a funcionar, também, como hospital.

Na 2ª Guerra Mundial a Charitas foi abrigo do primeiro grupo de artilharia de Dorso, sediado em Cabo Frio.

O estabelecimento já foi usado também como Fórum, Escola, Biblioteca Municipal. Hoje, com a finalidade de divulgar as artes plásticas no município a CHARITAS abriga a Casa da Cultura José de Dome. Este espaço é aberto a todas as manifestações artísticas da comunidade cabo-friense, visando promover intercâmbio cultural no âmbito nacional e internacional.

Fonte do Itajuru

Cabo Frio

Os primeiros povoadores de Cabo Frio já se utilizavam das águas da fonte do Itajuru. Mas é somente a partir de 1845 que é criado o serviço de proteção e vigia da fonte, pois o local era utilizado pelos escravos que aí iam buscar água para seus senhores.

Existia em Cabo Frio alguns poços d’água: o do Soldado, da Pedra, do Convento, da Passagem e do Zé Ferro.

A água do Itajuru provinha de uma nascente, de cor cobre e gosto de terra, devido a presença de raízes de tatagiba na área, sendo conduzida por valas de pedras até o poço da Fonte. A Fonte do Itajuru foi construída por ordem de D. Pedro II, quando de sua passagem em Cabo Frio, no ano de 1847.

Em 1892, por ordem da CÂMARA MUNICIPAL foi construída uma caixa d’água na encosta do morro da GUIA e a casa de máquina, junto à fonte onde uma bomba impulsionava a água até a caixa.

Em 1896 foi construída a rede distribuidora da água do Itajuru, formada por dois ramais. Um na rua da Praia – Major Belegard e o outro pela rua Direita – Érico Coelho, que passava pala Praça Porto Rocha e ia até o Largo de São Benedito, na Passagem. A população que não possuía água encanada, retirava a água para o consumo nas várias bicas que foram instaladas em seu percurso.

Com o crescimento da cidade, a água do Itajuru passou a ser insuficiente para atender todo o consumo. Vários poços foram perfurados nas residências e a água passou a ser retirada com o bombeamento manual para as caixas d’água. A Fonte do Itajuru foi caindo no abandono.

Em 1845 estudos foram iniciados pelo Estado para a captação do lençol freático do Braga. Em 1948 foi construída a estação de tratamento d’água e a caixa no alto do Morro da Guia.

Em 1951 foi inaugurado o serviço de abastecimento de água mantido pelo estado. Com o aumento da população este serviço também tornou-se insuficiente, sendo necessário utilizar a rede distribuidora da Álcalis. Mais tarde, o Estado constrói sua própria adutora com estação de tratamento na Lagoa de Juturnaíba.

Em 1979 a Prefeitura Municipal de Cabo Frio comprou de particulares a área da Fonte do Itajuru, criando no seu entorno o primeiro Parque Municipal de Cabo Frio; e contratou o Professor Adail Bento Costa para o serviço de restauração.

Anjo Caído

Cabo Frio

Em função do incremento da produção salineira de Cabo Frio, no início do século XX, tornou-se necessária a abertura de canais, que fizessem escoar a produção de sal do município pelo interior da Lagoa de Araruama até o porto de Cabo Frio. A questão passa a ser discutida devido ao assoreamento dos canais de navegação da lagoa.

O engenheiro Leger Palmer, que na época tinha a concessão para transportar o sal através da lagoa, inicia e conclui os trabalhos de abertura dos canais I e II, sendo assim canalizadas as águas da Lagoa de Araruama, tornando franca a navegação da mesma, e dando ensejo à organização de uma companhia de navegação a vapor.

Em 1904, por intermédio do então vereador Anastácio Novellino, esses canais receberam da Câmara Municipal de Cabo Frio a denominação de Canais Palmer. Em comemoração à abertura dos mesmos, é erguido o monumento do “Anjo” (1907).

O Anjo Caído é uma escultura (9 metros de altura) de um anjo com asas abertas sobre uma coluna de capitel em estilo coríntio.

Com o tempo, devido à força da correnteza das marés, a torre inclinou de modo acentuado tornando motivo de espanto e admiração, passando a ser conhecido como o “Anjo Caído”. Em 1979, às vésperas do aniversário da cidade, o anjo caiu totalmente dentro da lagoa. Mas foi restaurado e recolocado em seu lugar (1980).

O monumento do Anjo Caído, apesar de sua grande importância para o Canal do Itajuru é pouco visitado por turistas e desconhecido de alguns moradores devido a sua localização.

É interessante ressaltar que o Anjo Caído era chamado de “Boneca” pelos moradores mais antigos de Cabo Frio.

Ponte Feliciano Sodré

Cabo Frio

Com o desenvolvimento da indústria salineira em nossa região fez-se necessário a travessia permanente do Canal do Itajuru. Em 7 de julho de 1898, graças ao empenho do presidente da Câmara, Jonas Garcia da Rosa Terra, que mantinha estreitas relações políticas no Rio de Janeiro, como também aos esforços do farmacêutico Porto Rocha, inaugura-se a Ponte de Ferro, construída por operários espanhóis. Essa ponte ficava entre o Morro da Guia e do Telégrafo. Ela acabou por desabar em 1920.

Em 14 de julho de 1926, foi inaugurada a Ponte Feliciano Sodré, cujo nome foi dado em homenagem ao presidente do Estado que se empenhou para sua construção.

Durante meio século foi a única ponte da cidade, sendo duplicada em 1981, no governo de José Bonifácio, então prefeito da cidade.

A ponte duplicada foi entregue à comunidade em 31/10/82.

Pelourinho

Cabo Frio

Erguido em 1660 em frente à Igreja Matriz, na atual Praça D. Pedro II. Trata-se de uma coluna de pedra, símbolo “das armas e as insígnias costumadas por bem da justiça”. Nele afixava-se os editais da Câmara e expunha-se às vistas do povo os criminosos que teriam de ser castigados.

Palácio das Águias

Cabo Frio

O palácio das Águias é tradicionalmente chamado de “Sobrado do Tutu”, nome que provém do seu primeiro proprietário, Tertuliano Ferreira. O nome Palácio das Águias é porque no alto do telhado existem 3 águias. As telhas foram trazidas da França. Além das águias, o sobrado constitui-se de 3 janelas, 3 portas, escada de meta e tem traços de arquitetura da época do romantismo, de influência européia, predominantemente francesa, mas denunciando também alguns traços arabescos e portugueses.

Câmara Municipal

Foi durante o governo do Capitão-Mor José Varela, sucessor de Estevão Gomes, que se ergueu o primeiro prédio da Câmara Municipal de Cabo Frio, entre 1661 e 1662 na Rua Direita, atual Rua Érico Coelho. Era local de vereanças e para audiência do juiz, além de cadeia.

Corpo de Bombeiros

Cabo Frio

Antiga Cadeia Pública de Cabo Frio, inaugurada no ano de 1923.

Em 1980 passou por reformas e abriga a Corpo de Bombeiros, inaugurado em 1981. seu estilo de construção é o neoclássico.

Prédio do Instituto de Educação Profª Ismar Gomes de Azevedo

Cabo Frio

Construído em 1923/24, funcionava inicialmente com o nome de Grupo Escolar Francisco Sá; posteriormente o grupo recebeu o nome de Jansen de Mello.

Em 1944 o grupo escolar passa a ser denominado Miguel Couto QUE em 1958 transfere-se para a Av. Treze de Novembro, onde funciona até hoje.

O prédio ficou abandonado entre 1959 e 1967, quando foi restaurado, e reinaugurado com o nome de Escola Estadual Profª Ismar Gomes de Azevedo. Em 1998 foi transformada em Instituto de Educação.

Seu estilo de construção é o neoclássico.

Festas religiosas e profanas

Divino Espírito Santo

A festa em louvor ao Divino Espírito Santo foi incorporada aos costumes cabo-frienses em meados do século XVIII, vinda da Corte. É uma festa móvel, realizada ao calendário da Igreja Católica, variando de acordo com a Semana Santa.

O primeiro dia de festa acontece no primeiro Domingo da Ressurreição, quando é feito o levantamento do mastro, também chamado de bandeira – diz a tradição que para o lado que o mastro tombar é de onde sairá o novo festeiro. À noite, a coroa é conduzida pelo Imperador e sua corte – esposa, filhos, parentes e amigos – até a igreja, onde é depositada em almofada de veludo vermelho, em trono armado na lateral do altar-mor, e tem início a novena, que se repete durante 8 dias, ao final dos quais os folguedos anunciam a quermesse, o leilão e o sorteio do novo Imperador do Divino, que recebe a coroa do anterior. São sorteados, ainda, o pai do estoque, que cuida dos donativos, o alferes da bandeira, encarregado de levar a bandeira e o mordomo, encarregado de auxiliar o festeiro.

Foi extinta dessa festa a cerimônia do anúncio, onde a bandeira fazia o giro dois meses antes, percorrendo todos os cantos do município, acompanhada pela folia do Divino – constituída por 7 membros: o bandeireiro, 2 violeiros, 1 rabequeiro, o mestre e 2 garotos denominados salva, que recebiam os donativos – entravam nas casas, recolhendo as mais diversas prendas dando em troca pedaços de fitas da bandeira para abençoar a casa e a família.

Corpus Christi

Essa festa de data móvel, celebrada na primeira Quinta-feira que se segue ao Domingo da Santíssima Trindade, tem a participação de toda a comunidade que, ao amanhecer, se encontra no centro da cidade, riscando ruas, misturando tintas ao sal, ao calcário e a outras matérias-primas, transformando o centro da cidade em um imenso tapete colorido, com os mais diversos motivos – religiosos, históricos, ecológicos etc.

À tarde, a procissão solene passa, vagarosamente, por cima dos tapetes e é acompanhada pela a população e por um grande número de turistas que aqui chegam para participar dessa festa que a todos encanta.

Festas Juninas

A festa de Santo Antonio comemora-se em 13 de junho e abre os festejos juninos que passam por São João, em 24 de junho e São Pedro, em 29 de junho. Neste período, são armados arraiás em diversos pontos da cidade, com barracas de comida e bebidas típicas, bandeirinhas, fogos, dança de quadrilha e o casamento na roça.

Festa de São Pedro

É uma festa dos pescadores, comemorada no dia 29 de junho, com desfile de barcos e traineiras embandeiradas pelo Canal do Itajuru, saindo barra a fora, percorrendo a frente da Praia do Forte, retornando pelo mesmo canal, até o desembarque na Gamboa. A imagem de São Pedro, então, é carregada pelos fiéis em procissão terrestre até o porto, onde acontece a missa com a participação da comunidade.

Festa de Nossa Senhora da Assunção

Durante 15 dias, o povo de Cabo Frio homenageia sua Santa padroeira, que tem no dia 15 de agosto o seu grande dia, quando a imagem de Nossa Senhora da Assunção – Padroeira do município de Cabo Frio – é carregada pelos fiéis pelas ruas centrais da cidade, recebendo por onde passa palmas e choros dos seus devotos. Depois de procissão, é rezada missa, onde são feitas as louvações à santa que, em seu andor, dentro da igreja, recebe o povo, vindo dos mais diversos recantos do município.

Na Praça Porto Rocha realiza-se uma típica festa com barraquinhas, que vendem comidas e bebidas tradicionais, prendas, leilões, artesanato. Também são realizados shows com músicos locais e grupos famosos.

Festa da Cidade

Comemora-se a 13 de Novembro, data da fundação da cidade, que ocorreu no ano de 1615.

Nesta data, tradicionalmente, realizam-se desfiles comemorativos com a participação de escolas do município, bandas, polícia militar, cavalaria, Corpo de Bombeiros etc. Paralelamente, são realizadas exposições de arte, apresentação de grupos musicais, folclóricos, teatrais, dentre outros eventos culturais.

Passagem de ano ou Reveillon na Praia do Forte

Com milhares de turistas, manifestações religiosas, fogos de artifício especiais e shows de artistas conhecidos no cenário nacional e internacional o povo comemora a passagem de ano em 31 de dezembro.

Carnaval

Nos últimos anos milhares de turistas dirigem-se ao município de Cabo Frio, atrás dos trios elétricos e dos blocos carnavalescos.

O bloco que marcou a vida dos cabofrienses e encantou os turistas por longos anos foi o Bloco da Rama, que tinha como homenagem Otília, uma mulher do povo que se tornou figura folclórica com seus cães, sua cruz e seu lugar de repouso: a porta do Convento Nossa Senhora dos Anjos.

Hoje, blocos e escolas de samba alegram o nosso carnaval e a prefeitura patrocina o desfile, premiando também os vencedores.

Semana Santa

Na Sexta-feira Santa, católicos, numa demonstração maravilhosa de fé, realizam a Via-Crucis de Jesus Cristo, com passagens da Bíblia, num trabalho emocionante de artistas amadores. O ponto alto da festa é a ressurreição de Jesus Cristo, no alto do Morro da Guia.

Economia do município de Cabo Frio

A pesca

Atividade que em tempos passados atraiu bandos nômades à região, ainda é um setor importante na economia do município. Mesmo enfrentando problemas diversos como a destruição de criadouros naturais, pesca predatória, ainda há em Cabo Frio uma quantidade expressiva de embarcações e profissionais ativos no setor, graças, por um lado, ao empenho e organização dos pescadores, e por outro, à riqueza marinha que ainda impera na região.

O sal

Outra economia da região, é industrializado há mais de 100 anos. A sua formação natural e o seu cultivo primitivo datam de muito antes da conquista de nossas terras pelos portugueses e teve períodos altos e baixos.

Em 1797 eram nove os lugares próprios de salinas que se formavam nas pontas de terras que adentram o centro da lagoa. Naquela época, o sal tirado das salinas era conduzido para lugares altos, e cobertos com folhas de guriri que, queimadas, formava um cascão que preservava o monte das chuvas.

Em 1824 foram feitas as primeiras exportações para o Rio de Janeiro. Nesse ano foi construída a primeira salina de Cabo Frio no lugar denominado Perinas.

Em 1868, depois de um ano promissor, a exploração de sal foi quase abandonada. Só em 1895 o sal de Cabo Frio toma impulso.

Em 1962 existiam 41 salinas com a produção anual de 102.000 toneladas.

Atualmente, a industrialização e comercialização de sal na região tornou-se sem importância, as áreas de salinas foram e continuam sendo aterradas e loteadas, dando assim lugar a indústria do turismo.

A agricultura

Apesar de ter um bom solo para o plantio, essa atividade não foi devidamente instaurada em Cabo Frio. Os conflitos de terras, são um dos problemas, a falta de estímulos aos agricultores, que acabam reduzindo o seu cultivo, quando não os abandonam para abraçarem outras atividades para melhorar a sua subsistência, é outro grande problema.

Atualmente, antigas plantações dão lugar a fazendas de criação de cavalos e gado. A atividade rural na região é conflituosa e insignificante, ficando limitada a algumas áreas na zona rural, destacando-se Campos Novos.

O Turismo

Cabo Frio tem muitos atrativos ideais para a exploração do turismo. Dotado de micro-clima especial e riquezas naturais abundantes o município passa a atrair, a partir do início da década de 50, mergulhadores, caçadores submarinos que vinham nos fins de semana, à procura do paraíso pesqueiro e, junto destes, vinham suas famílias. Assim passaram a veranear, dando início à área do lazer moderno na região.

A abertura da rodovia Amaral Peixoto e o desenvolvimento da indústria automobilística brasileira, na década de 60, fortalecem a vocação turística de Cabo Frio.

Começava-se assim o processo de transformação ecológica e cultural da cidade. Aterros para loteamento, construções diversas, assimilação superficial de culturas e até mudanças de costume, foram-se dando na cidade e no povo.

Após 1971, quando foi inaugurada a ponte Rio-Niterói, a especulação imobiliária tomou conta da região.

Cabo Frio é uma cidade acolhedora e aconchegante que conta com a presença do sol, praticamente o ano inteiro, que parece ser uma exigência de turistas para se deliciarem das belas praias de águas cristalinas e areias finas e brancas.

Suas belezas naturais e sua rica história estão exigindo da Prefeitura, nos últimos anos, maiores investimentos em infra-estrutura e transformação urbana.

Com um espetacular acervo histórico esta é uma cidade que conta com uma enorme quantidade de patrimônios. Uma beleza histórica que deve ser valorizada e propagada.

Infelizmente, “nem tudo são flores”! Hoje temos uma cidade bonita, mas que sofreu as conseqüências das transformações. O turismo mal empreendido ocasionou danos irreparáveis ao meio ambiente e prejuízos à atividade pesqueira.

O Comércio

Enquanto que a comercialização de sal vem acabando, notamos o crescimento acelerado das micros empresas especializadas na confecção de roupas de banho, práticas de esportes, vestuário para uso diário etc.

Fonte: www.semecabofrio.net.br

Cabo Frio

História

A ocupação humana das terras onde viria se estabelecer o município de Cabo Frio teve início há mais ou menos seis mil anos, quando um pequeno bando nômade de famílias chegou em canoas pelo mar e acampou no Morro dos Índios até então pequena ilha rochosa na atual barra da Lagoa de Araruama e ponto litorâneo extremo da margem de restinga do Canal do Itajuru.

Conforme as evidências arqueológicas encontradas nesse “sambaquí”, que mais tarde seria abandonado pelo esgotamento de recursos para sobrevivência, o grupo nômade dispunha de tecnologia rudimentar e baseava-se numa economia de coleta, pesca e caça, onde os moluscos representavam quase todo o resultado do esforço para fins de alimentação e adorno. Há mais de 1.500 anos, os guerreiros indígenas tupinambás começaram a conquista do litoral da região.

Os restos arqueológicos das aldeias Tupinambás estudados na região de Cabo Frio (Três Vendas em Araruama e Base Aero Naval em São Pedro da Aldeia) e também nos acampamentos de pesca (Praia Grande no Arraial do Cabo) evidenciam uma adaptação ecológica mais eficaz que a dos bandos nômades pioneiros. O profundo conhecimento biológico da paisagem regional, em particular a Lagoa de Araruama e dos mares costeiros riquíssimos em recursos naturais, fez com que o pescado se tornasse a base alimentar dos tupinambás, reforçada pela captura de crustáceos, gastrópodes e moluscos.

A vegetação de restingas e mangues da orla marítima ofereciam excepcionais possibilidades de coleta de recursos silvestres, o que levou ainda a horticultura de várias espécies botânicas, destacando-se a forte presença da mandioca no cardápio e ao domínio das técnicas de cerâmica. A caça, atividade masculina exclusiva, era muito importante como complemento de proteínas na dieta alimentar dos grupos locais.

Os índios tupinambás batizaram a região de Cabo Frio como Gecay, único tempero da cozinha, feito com sal grosso cristalizado. Nos terrenos onde viria se estabelecer a Município de Cabo Frio, foram encontrados quatro possíveis sítios tupinambás. Os dois primeiros, o Morro dos Índios e a Duna Boavista, apresentavam indícios de serem acampamentos de pesca e coleta de moluscos, enquanto o terceiro, a Fonte do Itajuru, próxima do morro de mesmo nome, era a única forma segura de abastecimento de água potável e corrente disponível na restinga.

Na referida elevação junto a fonte, o atual Morro da Guia, acha-se o sítio mais importante da região e um dos mais relevantes do Brasil pré-histórico: o santuário da mitologia tupinambá, formado pelo complexo de pedras sagradas do Itajuru (“bocas de pedra” em tupi-guarani). Sobre estes blocos de granito preto e granulação finíssima, com sulcos e pequenas depressões circulares, os índios contavam histórias do seus heróis feiticeiros que ensinavam as artes de viver e amar a vida. Quando estes heróis civilizadores morriam, transformavam-se em estrelas, até que o sol decidisse enviá-los ao itajuru, sob forma de pedras sagradas, para serem veneradas pela humanidade. Caso fossem quebradas ou roubadas, todos os índios desapareciam da face da terra.

Em 1503, a terceira expedição naval portuguesa para reconhecimento do litoral brasileiro, sofreu um naufrágio em Fernando de Noronha e a frota remanescente se dispersou. Dois navios, sob o comando de Américo Vespúcio, seguiram viagem até a Bahia e depois até Cabo Frio. Junto ao porto da barra de Araruama, os expedicionários construíram e guarneceram com 24 “cristãos” uma fortaleza feitoria para explorar o pau-brasil, abundante na margem continental da lagoa.

Em 1512, este estabelecimento comercial-militar pioneiro, que efetivou a posse portuguesa da “nova terra descoberta” e deu início a conquista no continente americano, e que foi destruído pelos índios tupinambás em função das “muitas desordens e desavenças que entre eles houve” em 1526. Os franceses traficavam pau-brasil e outras mercadorias com os índios, na costa brasileira, desde 1504. Durante as três primeiras décadas do século XVI, praticamente restringiram sua atuação ao litoral da região nordeste.

A partir de 1540, por causa do rigoroso policiamento naval português nestes mares, os franceses exploraram o litoral e levantaram os recursos naturais de Cabo Frio. Em 1556, construíram uma fortaleza-feitoria para exploração de pau-brasil, na mesma ilhota utilizada anteriormente pelos portugueses, junto ao porto da barra de Araruama. A “Maison de Pierre” cabofriense ampliou e consolidou o domínio francês no litoral sudeste, iniciado com o Forte Coligny no Rio de Janeiro, um ano antes.

Localização

Estado: Rio de Janeiro

Mesorregião: Baixada Litorânea I

Microrregião: Costa do Sol

Municípios limítrofes: Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Casimiro de Abreu e São Pedro da Aldeia

Distância até a capital: 155 quilômetros

Características Geográficas

Área: 410.415 Km²

População: 186.227 hab. (IBGE 2010)

Densidade: 453,75 hab./Km²

Altitude: 4 metros

Clima: Tropical litorâneo

Fuso horário: UTC-3

Por que ir

Referência quando o assunto é a Região dos Lagos, Cabo Frio capricha no visual e na infraestrutura.

Além do mar cristalino e das dunas de areia branquinha, a maioria das praias da cidade oferece confortáveis quiosques para atender ao público cativo: famílias com filhos adolescentes. Na alta temporada, a turma toma conta da extensa praia do Forte, repleta ainda de bares e restaurantes e cenário da bonita queima de fogos na passagem do ano.

Cabo Frio
Panorâmica: Cidade cresceu caprichando na infra-estrutura

A concorrida praia, que começa no Forte São Mateus, estende-se até os picos preferidos dos surfistas, como as praias do Foguete e das Dunas – esta última, com montes que chegam a 30 metros. As pranchas marcam presença também nas praias do outro lado do Canal do Itajuru, como Brava, frequentada também pelos naturistas, e Peró.

O esporte, aliás, é reverenciado até mesmo fora d´água – no Museu do Surf, o primeiro do país e o maior da América Latina sobre o tema, há exposição de centenas de pranchas, troféus, fotos e vídeos. Cabo Frio é generosa também com os adeptos do iatismo – os ventos são fortíssimos por lá – e do mergulho, que encontram rica vida marinha nas ilhas Comprida e do Papagaio.

Quando o assunto é noite e gastronomia, todos os caminhos levam ao Boulevard Canal, um calçadão repleto de bares e restaurantes. Entre eles estão o estrelado Picolino, um dos mais tradicionais da cidade e famoso pelo couvert. Também a Avenida do Contorno, onde fica a creperia Chez Michou – eterno ponto de encontro da garotada, sempre há movimento . Para as boas compras, basta atravessar a ponte. Na Rua dos Biquínis, mais de 70 lojas oferecem roupas de banho e acessórios produzidos na cidade. Além da qualidade, os preços em conta garantem o movimento em qualquer estação.

As praias de Cabo Frio

Praia do Forte

A principal praia de Cabo Frio é bastante extensa – tem 7,5 quilômetros de extensão e, mesmos assim, fica lotada na alta temporada. Cartão-postal da cidade em função das águas transparentes (e geladas), da areia clarinha e do forte São Mateus no canto esquerdo, é urbanizada e tomada por quiosques. A praia foi considerada por velejadores internacionais a maior raia do mundo para a prática do esporte.

Cabo FrioCabo Frio

Peró

Bastante procurada pelos surfistas, Peró também é extensa, com sete quilômetros de águas limpas e de temperatura amena. A parte urbanizada é tomada por casas de veraneio e barracas enquanto o canto esquerdo abriga dunas de areia branca e fina. Fica a oito quilômetros do Centro.

Cabo FrioCabo Frio

Praia das Conchas

Freqüentada por famílias e adeptos dos esportes náuticos, a pequena praia de águas calmas é ponto de encontro também dos pescadores de arremesso. Tem quiosques e, na alta estação, aluguel de caiaques e cavalos. Fica a sete quilômetros do Centro e é separada da praia do Peró por um morro.

Cabo FrioCabo Frio

Brava

Deserta e protegida por escarpas, a praia Brava é freqüentada por nudistas e surfistas, que lá encontram ondas fortes e areia fofa. Fica entre a Ponta do Peró e o Morro do Farolete (Ogiva). O final do percurso é feito a pé, por trilha de pedra.

Cabo FrioCabo Frio

Praia das Dunas

As ondas fortes fazem da praia das Dunas a mais procurada para a prática do surf. Cercada por dunas gigantescas, tem acesso pela praia do Forte e não é indicada para banhos em função das correntezas. Tem quiosques apenas nos trechos que não fazem parte da área de preservação ambiental. Não é aconselhável andar sozinho nas dunas, há risco de assalto. Fica a dois quilômetros do Centro.

Cabo FrioCabo Frio

Praia do Foguete

Cenário dos campeonatos de surf, a praia do Foguete tem águas frias, profundas e correntezas perigosas. Extensa – tem 7,5quilômetros -, é pouco freqüentada apesar de oferecer quiosques na areia, além de bares e restaurantes no calçadão. Fica a quatro quilômetros do Centro.

Cabo Frio

Passear de barco

Escunas, traineiras e lanchas partem do Canal para passeios com cerca de três horas de duração pela Lagoa de Araruama, Ilha do Japonês e praia Brava. Os passeios da manhã são os melhores para mergulhar, enquanto os do fim do dia são perfeitos para apreciar o pôr do sol.

Cabo Frio

Nas Redondezas de Cabo Frio

Cabo Frio está no meio de dois destinos distintos – ambos, porém, bastante agradáveis. De um lado está Arraial do Cabo, cidade tranquila e procurada pelos mergulhadores que lá encontram alguns dos melhores pontos do país. Do outro fica a cosmopolita Búzios, famosa pelo glamour da Rua das Pedras, o charme das praias e o agito das noites.

Búzios

Destino mais badalado da Região dos Lagos, Búzios – a apenas 25 quilômetros de Cabo Frio – combina belezas naturais com charme e glamour. Incluída no mapa na década de 60 depois de uma visita da atriz francesa Brigitte Bardot, a antiga vila de pescadores abriga hoje restaurantes e pousadas sofisticadas, boates e bares descolados e um comércio repleto de lojas de griffe. O balneário tem mais de vinte praias, cada uma com seu estilo – Geribá, por exemplo, é território dos surfistas e da paquera, enquanto João Fernandinho é um mar de tranqüilidade e Ferradura atrai famílias com crianças. Búzios é famosa também por sua noite agitada, que começa na Rua das Pedras e se estende até à Orla Bardot, ambas com bares e música para todos os gostos.

Como chegar: Acesso pela RJ-102

Arraial do Cabo

Arraial do Cabo reúne algumas das mais belas características do litoral brasileiro, como dunas de areia branca, vegetação de restinga, lagoas e praias de mar cristalino, além de costões que funcionam como mirantes para apreciar tudo isso.

E ainda tem mais: embora localizada na Região dos Lagos e tendo como vizinhas as badaladas Cabo Frio e Búzios, a cidade mantém características típicas de uma vila de pescadores – até mesmo na alta temporada os ares de tranquilidade imperam.

Quem agradece são os mergulhadores, que lá encontram os melhores pontos do país para praticar o esporte. Além das águas transparentes, Arraial do Cabo abriga uma diversificada vida marinha – são tartarugas, meros, lulas, lagostas, arraias e até golfinhos que vivem em harmonia nas ilhas do Farol e dos Porcos, nos sacos do Cherne e do Cordeiro, na praia do Forno, na Ponta d’Água e na Gruta Azul.

Esportes e Ecoturismo em Cabo Frio

As praias de Cabo Frio, além de bastante limpas e boas para banho, oferecem condições ideais para a prática de esportes. Entre eles, mergulho, surf e iatismo.

Surf

Os points para a prática do surf são as praias do Peró (com as águas mais quentes da região), das Dunas (com ondas fortes), do Foguete (cenário de campeonatos) e Brava, deserta e acessível por trilha de pedra.

Cabo Frio

Iatismo

O esporte é praticado na praia do Forte, considerada por velejadores internacionais uma das maiores raias do mundo para a prática da atividade.

Cabo Frio

Mergulho

A Região dos Lagos é bastante conhecida no universo dos mergulhadores pela diversificada vida marinha. Os melhores pontos para a prática do esporte são as ilhas Comprida e do Papagaio, procuradas tanto para o mergulho de credenciados como para o batismo – mergulho monitorado para quem não tem experiência.

Cabo Frio

Atrativos Culturais em Cabo Frio

Entre os atrativos culturais de Cabo Frio está um de seus maiores ícones – o Forte de São Mateus. Além da importância histórica, a construção descortina uma das mais bonitas vistas da região. Já uma outra forte referência da cidade, o surf, ganhou um museu especialmente para o esporte.

Forte São Mateus

A construção que dá nome à principal praia de Cabo Frio – praia do Forte – descortina uma das mais bonitas vistas da região. Dos mirantes da fortaleza, erguida em 1620, aprecia-se toda a orla, o Canal e da Ilha do Japonês. O espaço ainda preserva os canhões, que protegiam os portugueses das invasões de espanhóis e holandeses. A antiga casa dos guardas foi transformada em espaço cultural, expondo obras de artistas locais.

Endereço: Praia do Forte, s/n

Cabo FrioCabo Frio

Casa Charitas

Erguida em 1837, a casa de caridade que já serviu de abrigo para crianças abandonadas, funciona hoje como espaço cultural. Na programação, exposições temporárias, seminários, oficinas, palestras e apresentações de música, dança e teatro.

Endereço: Av. Assunção, 855

Casa-Ateliê Carlos Scliar

Na casa, que funciona como instituto cultural, estão expostas fotos e pinturas do artista e também de seus amigos – entre eles, Di Cavalcanti, Pancetti, Anna Letycia e Glauco Rodrigues.

Endereço: R. Marechal Floriano, 253 e 265

Convento Nossa Senhora dos Anjos

Construída em 1696, a igreja é um dos mais expressivos exemplares da arquitetura colonial em Cabo Frio. Os destaques ficam por conta das pinturas no teto da capela-mor, dos painéis dos altares laterais e do piso de lajotas de barro. O espaço abriga também o Museu de Arte Sacra, com imagens barrocas dos séculos 16 e 17 em terracota e madeira. Há visitas guiadas.

Endereço: Largo de Santo Antônio, s/n

Cabo FrioCabo Frio

Onde Comer em Cabo Frio

Grande parte dos restaurantes de Cabo Frio está reunida no Canal e no bairro da Passagem, com ruas estreitas, calçamento antigo e casas em estilo colonial. Também há opções na Praia do Forte. Peixes e frutos do mar são as estrelas da maioria das saborosas receitas, mas o turista também encontra endereços para degustar carnes e culinária internacional.

L Café Noir

O bistrô aconchegante serve pães quentinhos – estrategicamente expostos na vitrine – e pretos incrementados, como o cherne com queijo brie e geléia de damasco acompanhado de arroz com gergelim.

Picolino

Instalado em um casarão centenário, o tradicional restaurante é famoso pelo couvert, que inclui frutos do mar.

Chez Michou

A filial da casa de Búzios tem o mesmo movimento intenso da matriz, com filas, famílias e muitos jovens que chegam em busca dos variados e recheadíssimos crepes.

Vida Noturna em Cabo Frio

Com diversos bares e restaurantes com música ao vivo, o Boulevard Canal – um calçadão às margens do Canal do Itajuru – é o point da noite de Cabo Frio. Por lá fica a concorrida creperia Chez Michou, sempre animada. Antes de seguir para o Canal, a garotada costuma se reunir nos bares dos arredores do Hotel Malibu, na praia do Forte.

Compras em Cabo Frio

As melhores compras em Cabo Frio são, sem dúvidas, de roupas de banho. A fama da “Rua dos Biquínis” atrai gente de todos os estilos em busca das peças de qualidade e preços em conta. O endereço, antes sem conforto e pouco organizado, foi transformado em um shopping com dezenas de lojas. Também o artesanato é forte na região, com duas feirinhas tradicionais realizadas no Canal e na praia do Forte.

Biquíni

As muitas fábricas instaladas na cidade vendem seus produtos na “Rua dos Biquínis”, do outro lado do Canal, no bairro da Gamboa. Nas prateleiras, além dos modelos de duas peças, encontram-se sungas, maiôs, roupas de ginástica e uma infinidade de acessórios de praia como cangas, bolsas e chapéus. Reformada e ampliada, a rua se tornou um calçadão coberto e as mais de 70 lojas não fecham antes das 20h.

Artesanato

Tradicionais, as feiras do Canal e da praia do Forte existem há mais de 20 anos. Na primeira, são mais de 500 expositores, enquanto a segunda reúne cerca de cem barracas na Avenida do Contorno. Os espaços começam a ser ocupados no final da tarde.

Circulando em Cabo Frio

O burburinho concentra-se na praia do Forte durante o dia e no Canal à noite. Quem está hospedado no Centro pode circular a pé para os dois sentidos, principalmente na alta estação, quando os congestionamentos são constantes. Para ir às praias mais afastadas, vá de carro.

Quando ir a Cabo Frio

No verão – em especial no Réveillon, na segunda quinzena de janeiro e no Carnaval – as praias ficam lotadas e há congestionamentos em boa parte da cidade. É recomendável fazer reservas de hospedagem com antecedência. Durante todo o ano as temperaturas são agradáveis – mesmo assim, leve um agasalho para os passeios à noite e de barco, venta muito na cidade.

Réveillon

A virada do ano em Cabo Frio é badalada, com shows e belo espetáculo pirotécnico na praia do Forte. Areias, calçadão e quiosques ficam lotados de turistas.

Cabofolia

A micareta – Carnaval fora de época -, que teve a primeira edição em 1998, leva uma multidão de fãs da axé music à praia do Forte, no mês de janeiro.

Fonte: cabofrio.rj.gov.br

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