Diversidade dos Seres Vivos

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Diversidade dos Seres Vivos – O que é

O mundo biológico é extremamente diversificada. Tem de haver uma abordagem que nos permite ter uma idéia de um grupo de organismos, estudando um tipo específico.

Os seres vivos são classificados como plantas e animais.

Classificação – o processo de agrupar coisas semelhantes em grupos ou categorias, com base em semelhanças e diferenças.

Classificação: Cinco reino por RHWhittaker:

1. Reino Monera
2. Reino Protista
3. Reino Fungi
4. Reino Plantae
5. Reino Animalia

Biodiversidade da Terra

Para estudar os seres vivos existentes na Terra, desde a Antiguidade procura-se reuni-los em grupos, formados de acordo com algum critério. O lugar onde eles vivem já foi um critério de agrupamento. Assim, os seres vivos eram classificados em aéreos, aquáticos e terrestres. Outra forma de classificá-los foi considerar a sua utilidade ao homem. E então eles foram divididos em úteis, nocivos e indiferentes.

Hoje, entretanto, os seres vivos podem ser classificados com base em características tanto externas quando interna, que revelam o grau de parentesco entre eles.

Mesmo técnicas de biologia molecular vem sendo utilizadas para identificar esse grau de parentesco. Os cientistas desenvolveram um sistema de classificação – universalmente aceito – e detalhado a seguir.

Com certeza, o homem não conhece todos os seres vivos que habitam a Terra, pois eles constituem uma variedade muito grande.

É essa grande variedade de seres vivos existentes no nosso planeta que chamamos de biodiversidade.

Sobre a biodiversidade da Terra, podemos destacar o seguinte:

Alguns deles são domesticados, outros estão próximos – no zoológico -, árvores e plantas estão em todo lugar: avenidas, jardins, parques, vasos, etc.

Há seres vivos que você conhece somente pro meio de filmes ou de revistas; Existem outros seres vivos na Terra que nem os cientistas e pesquisadores ainda conhecem.

Alguns especialistas estimam que existam entre cinco e trinta milhões de espécies de seres vivos na Terra, mas apenas cerca de um milhão e quatrocentas mil são conhecidas neste início de século XXI.

Classificação dos seres vivos

É muito difícil estudar isoladamente todos os seres vivos conhecidos na Terra. Saber como eles são, onde se abrigam, como se reproduzem, por exemplo, não é uma tarefa fácil.

Na tentativa de entender melhor a evolução dos grupos de seres vivos e suas relações de parentesco, os cientistas fazem a sua classificação. Classificar é agrupar, formar grupos, obedecendo a determinados critérios.

Exemplos: Grupo dos macacos (macaco-aranha, sagüi, bugio, etc.); Grupo dos pássaros (curió, canário, pardal, beija-flor, etc.); Grupo dos cães (pequinês, yorkshire terrier, perdigueiro, pastor alemão, etc).

Espécie e gênero

Espécie é o conjunto de indivíduos semelhantes que podem cruzar-se entre si, gerando descendentes férteis.

Para entender bem esta definição, veja o exemplo do cavalo e da égua. Eles podem cruzar-se e dão origem a um descendente fértil, isto é, que também pode originar descendentes. Por isso, eles são da mesma espécie.

Do cruzamento de um jumento com uma égua nascerá um burro (macho) ou uma mula (fêmea). Estes animais serão estéreis, isto é, não podem dar origem a descendentes. Portanto o cavalo (e a égua) e o jumento são de espécies diferentes.

Espécies mais aparentadas entre si do que com quaisquer outras formam um gênero.

Os cães e os lobos são parentes próximos e também muito semelhantes. Assim, todos esses animais foram classificados no gênero Canis.

Com as noções de gênero e espécie, o cientista sueco Carlos Lineu (1707 – 1778) classificou todos os seres vivos até então conhecidos. Para isso, empregou sempre duas palavras para dar nome a eles.

Nome científico

As duas palavras do nome científico são escritas no idioma latim. Essa língua, usava pelos antigos romanos, foi escolhida por ser um idioma morto, ou seja, ninguém mais o utiliza no dia a dia.

Os idiomas em uso geralmente sofrem alterações, trazendo mais de um significado para uma determinada palavra.

Outra vantagem de utilizar um idioma universal científico seria o fato de os seres vivos descritos em trabalhos científicos serem identificados por um pesquisador em qualquer parte do planeta, seja ele chinês, alemão, português, brasileiro ou finlandês.

O nome científico deve estar destacado do texto de alguma maneira para facilitar a sa identificação. Isso pdoe ser feito com letras em negrito, em itálico ou sublinhadas.

Lineu chamou o cão, por exemplo, de Canis familiaris e o lobo de Canis lupus. Observe que a primeira palavra é escrita sempre em maiúscula e a segunda em minúscula.

A expressão formada da primeira palavra (Canis) mais a segunda (familiaris ou lupus) representa a espécie a que pertence o animal. Assim, Canis, é o nome do gênero ao qual pertencem, que é o mesmo para o cão e para o lobo. Ou seja, cão e lobo são do mesmo gênero, mas de espécies diferentes.

O homem pertence à espécie Homo sapiens.

Gêneros podem ser agrupados e formar uma família

O conjunto de gêneros mais aparentados entre si do que com quaisquer outros forma a família. Assim, o cão (Canis familiaris) e animais aparentados a ele, como, por exemplo, o lobo (Canis lupus) e a raposa (Vulpes vulpes) fazem parte da família dos canídeos (Canidae).

Famílias podem ser agrupadas e formar uma ordem

O conjunto de famílias mais aparentadas entre si forma uma ordem. Assim o cão, o lobo e a raposa (da família dos canídeos) e o tigre (da família dos felídeos – Felidae) fazem parte da ordem dos carnívoros (Carnivora).

Esses animais tem várias semelhanças e normalmente se nutrem apenas de carne – daí o nome da ordem. Mas os ursos fazem parte da ordem carnívora e também se alimentam de mel e de frutas e o cão doméstico, come também outros tipos de alimento, além de carne.

Ordens podem ser agrupadas e formar uma classe

Um conjunto de ordens mais aparentadas entre si forma uma classe. Assim a raposa (da ordem dos carnívoros), o rato (da ordem dos roedores – Rodentia), o macaco e os seres humanos (da ordem dos primatas – Primates) e o coelho (da ordem dos lagomorfos – Lagomorpha) fazem parte da classe dos mamíferos – Mammalia).

A característica mais marcante dessa classe é a presença de glândulas mamárias, que nas fêmeas são desenvolvidas e produzem o leite que alimenta os filhotes.

Classes podem ser agrupadas e formar um filo

O conjunto de classes mais aparentadas entre si forma um filo. Assim, o boi (da classe dos mamíferos), a galinha (da classe das Aves – Aves), a tainha (da classe dos peixes – Osteichthyes), o sapo (da classe dos anfíbios – Amphibia) e a cobra (da classe dos répteis – Reptilia) fazem parte do filo dos cordados (Chordata).

Esses animais são semelhantes porque possuem, na fase de embrião, uma estrutura chamada notocorda, com função de sustentação. A notocorda pode desaparecer ou não. Nos animais que possuem vértebras (vertebrados), como os seres humanos, a notocorda desaparece durante o desenvolvimento embrionário. Em seu lugar forma-se a coluna vertebral.

Filos podem ser agrupados e formar um reino

O conjunto de filos mais aparentados entre si forma um reino. Assim, o filo dos cordados e todos os outros filos de animais formam o reino dos animais (Animalia).

Os animais são semelhantes porque são pluricelulares, heterotróficos e tem tecidos especializados.

Os cinco grandes reinos

Durante muitos séculos os seres vivos foram classificados em apenas dois reinos: animal e vegetal.

Para fazer esta classificação os cientistas levaram em consideração dois critérios:

Todos os seres vivos que se locomovem e são heterotróficos seriam animais;
Todos os seres que não se locomovem e que apresentam clorofila seriam vegetais.
Em muitos casos, essas características podem ser facilmente observadas. As girafas são animais porque se movimentam – anda, corre, mexe a cabeça para procurar alimento e a árvore e o capim são vegetais porque são fixos e tem clorofila (são verdes).
Em outros seres vivos, porém, as diferenças não são tão claras.
Os cogumelos não tem clorofila e não se locomovem. Portanto, não são animais nem vegetais;

Com o desenvolvimento do microscópio, descobriam-se microorganismos que não tinham características de vegetal nem de animal ou tinham características dos dois grupos, dificultando a sua classificação.

Um bom exemplo disso é a euglena. Ela possui clorofila e se locomove. Trata-se de um vegetal ou animal?

A partir de 1969, então, os cientistas estabeleceram um novo sistema de classificação, agrupando os seres vivos em cinco reinos.

São eles:

Reino da moneras (ou reino Monera) – Engloba todos os seres unicelulares e procariontes, isto é, que não possuem núcleo individualizado por uma membrana em suas células; o material genético desses seres encontra-se disperso no citoplasma. São as bactérias e as cianofíceas (também chamadas de cianobactérias e de algas azuis);
Reino dos protistas (ou reino Protista) –
É formado somente por seres unicelulares e eucariontes, isto é, que possuem núcleo individualizado pro uma membrana. São os protozoários e as algas unicelulares eucariontes;
Reino dos fungos (ou reino Fungi) –
Engloba seres vivos eucariontes, unicelulares ou pluricelulares e heterotróficos; suas células possuem parede celular;
Reino das plantas ou dos vegetais (ou reino Plantae ou Metaphyta) –
Engloba todas as plantas. Esses seres são pluricelulares, autotróficos e possuem tecidos especializados;
Reino dos animais (ou reino Animalia ou Metazoa) –
Engloba todos os seres vivos pluricelulares, heterotróficos e com tecidos especializados. Suas células são possuem parede celular.

Curiosidade => O lobo-da-tasmânia, animal que parece um lobo ou um cão, é encontrado na Austrália e desempenha atividades e funções em seu ambiente semelhantes às dos lobos e cães de outras regiões do planeta.

No passado, os taxonomistas – cientistas que estudam a evolução e a classificação dos seres vivos -, considerando as características externas desse animal, pensavam que ele fosse parente próximo dos lobos e cães.

Estudando o desenvolvimento embrionário e outras características do lobo-da-tasmânia, os taxonomistas modernos perceberam que o animal possui uma bolsa especial que abriga os filhotes ainda na forma de feto e que lhes dá proteção e os alimenta. Constataram, então, que o lobo-da-tasmânia é mais aparentado com gambás e cangurus. Ele é um marsupial.

Sistemática ou Taxonomia

É a parte da Biologia que trata do estudo dos seres vivos, classificando-os em grupos ordenados (os táxons ou categorias hierárquicas), e estabelecendo um sistema natural de classificação.

Etimologicamente vem do grego: taxis = ordem e nomos = lei.

A Terra existe como planeta consolidado há cerca de 4,5 bilhões de anos. Calcula-se, porém, que a vida só surgiu há um bilhão de anos atrás.

Eras, Períodos e Épocas geológicas se sucederam no transcorrer de muitos milhões de anos, durante os quais os seres evoluíram.

Desde os mais simples microrganismos, que proliferaram nos mares cambrianos, até o surgimento do homem, a biodiversidade foi fantástica.

A vida se diversificou por incríveis e surpreendentes caminhos.

Apareceram as plantas, os animais e seres que, ainda hoje, são tão indefinidos nas suas formas e maneiras de viver que, por vezes, torna-se difícil identificar a sua verdadeira natureza. Os protozoários já foram considerados animais; alguns já estiveram em classificação de vegetais. Hoje, são todos enquadrados entre os protistas.

A tendência para classificar seres vivos ou brutos, reais ou imaginários, remonta à pré-história. Aos poucos, nossos ancestrais foram aprendendo a diferenciar plantas comestíveis das venenosas; os solos férteis dos estéreis; os metais mais apropriados para confecção de utensílios e armas. Ao longo da história, o homem aprendeu que a prática de classificar seres e objetos facilita a manipulação e a compreensão das entidades classificadas, além de permitir que seu estudo seja compartilhado entre pessoas, constituindo um eficiente método de comunicação.

Classificar alguma coisa é agrupar tipos com características comuns, tendo por objetivo tornar mais fáceis os conhecimentos gerais, particulares e comparativos desses tipos.

Um sistema natural de classificação não se baseia apenas na morfologia e na fisiologia dos organismos adultos, mas também no desenvolvimento embrionário dos indivíduos, no cariótipo de cada espécie, na sua distribuição geográfica e no posicionamento dos seres perante seus ancestrais no processo de evolução das espécies.

Uma classificação é tão mais perfeita quanto mais desenvolva uma visão geral anatômica, fisiológica, embriológica, citológica, bioquímica, genética, geográfica e evolutiva dos organismos.

A Nomenclatura Científica

Em cada um dos idiomas existentes, os seres vivos receberam nomes, formando uma coletânea de muitos milhares de denominações, impossíveis de serem conhecidas no mundo todo.

Esse fato mostrou a necessidade de se padronizar todos os nomes dos seres vivos de modo que a denominação de qualquer um deles seja entendida em qualquer língua.

Após várias tentativas, em 1758, Karl von Linnë, botânico e médico sueco, propôs as regras de uma nomenclatura binominal que serviram de base para o sistema ainda hoje utilizado.

Essas regras foram adotadas em 1901 e revistas em 1927 e 1961.

As principais regras são:

Todo nome científico deve ser latino de origem ou, então, latinizado. Ex: Trypanosoma cruzi
Em obras impressas, todo nome científico deve ser escrito em itálico (letra fina e inclinada). Em trabalhos manuscritos ou datilografados, na impossibilidade de se usar o itálico, esses nomes serão grifados. Ex: Zea mays ou Zea mays (milho)
Cada organismo deve ser reconhecido por uma designação única binominal, onde o primeiro nome indica o gênero a que ele pertence, e o segundo nome indica a sua espécie em particular. Ex: Oryza sativa – arroz Phaseolus vulgaris – feijoeiro

O nome relativo ao gênero deve ser um substantivo simples ou composto, escrito com inicial maiúscula. O nome relativo à espécies deve ser um adjetivo, escrito com inicial minúscula. Ex: Homo sapiens.

Os nomes de família levam, em zoologia, a terminação idae (ide, com e aberto) e, em botânica, a terminação aceae (acee, com o segundo e aberto). Ex: o cão e o lobo são da família Canidae. o coqueiro e as palmeiras são da família Palmaceae.

Os Táxons ou Categorias Taxonômicas

A espécie é a unidade básica de classificação.

ESPÉCIE é um grupamento de indivíduos com profundas semelhanças recíprocas (estrutural e funcional), os quais mostram ainda acentuadas similaridades bioquímicas; idêntico cariótipo (equipamento cromossomial das células diplóides) e capacidade de reprodução entre si, originando novos descendentes férteis e com o mesmo quadro geral de caracteres.

Indivíduos de espécies diferentes não se cruzam por falta de condições anatômicas ou por desinteresse sexual. Quando se cruzam não geram descendentes porque seus cromossomos não formam pares. E, quando geram, esses descendentes são estéreis.

É o caso do cruzamento entre cavalo (Equus cabalus) e jumenta (Equus asinus), cujos descendentes, híbridos, são os burros ou mulas.

Criadores e sitiantes sabem que a mula (exemplar fêmea) e o burro (exemplar macho) são híbridos estéreis que apresentam grande força e resistência. São o produto do acasalamento do jumento ( Equus asinus, 2n = 62 cromossomos) com a égua ( Equus caballus, 2n = 64 cromossomos).

O burro ou a mula têm 2n = 63 cromossomos, porque são resultantes da união de espermatozóide, com n = 31 cromossomos, e óvulo, com n = 32 cromossomos.

Considerando os eventos da meiose I para a produção de gametas, o burro e a mula são estéreis. Os cromossomos são de 2 espécies diferentes e, portanto, não ocorre pareamento dos chamados cromossomos homólogos, impossibilitando a meiose e a gametogênese.

As espécies são agrupadas em gêneros.

Os gêneros se juntam de acordo com suas semelhanças e formam as famílias.

Diversas famílias podem ser agrupadas numa única ordem.

Por sua vez, as ordens mais aparentadas se congregam em classes.

O conjunto de classes afins constitui um filo.

(*No reino Metaphyta ou Vegetal usa-se o termo divisão).

A reunião de filos identifica um reino.

O reino é a categoria mais abrangente e a espécie é a mais particular.

REINO Metazoa Mataphyta
FILO Chordata Tracheophyta
CLASSE Mammalia Angiospermae
ORDEM Primata Dicotyledoneae
FAMÍLIA Hominidae Papilionaceae
GÊNERO Homo Caesalpinia
ESPÉCIE Homo sapiens Caesalpinia echinata
Nome popular homem moderno pau-brasil

Das Espécies aos Reinos

Os gatos domésticos (siamês, persa, vira-lata) pertencem à mesma espécie: Felis catus.

Já o gato selvagem europeu exibe outras características e é chamado Felis silvestris, e a nossa jaguatirica é denominada Felis pardalis.

Todos esses animais, embora sejam de espécies diferentes, são portadores de características bastante próximas, fazendo parte do mesmo gênero: Felis.

Do mesmo modo, leões (Panthera leo), tigres (Panthera tigris), onças (Panthera onca) e leopardos (Panthera pardus), animais silvestres de porte relativamente grande, pertencem ao mesmo gênero: Panthera.

Mas esses animais assemelham-se aos gatos e, por isso, tanto o gênero Felis como o gênero Panthera pertencem à mesma família: Felidae. Muitas outras famílias de animais podem ser consideradas.

A família Canidae engloba o cão (Canis familiaris), o lobo (Canis lupus) e a raposa (Vulpes vulpes).

Os felídeos e os canídeos são comedores de carne, assim como a família Ursidae (ursos) e Hyaenidae (hienas). Todas pertencem à ordem Carnívora. Como nem todo animal é carnívoro, existem outras ordens como a dos roedores (paca, rato), a dos primatas (macaco, homem), a dos cetáceos (baleia, golfinho), etc.

Os indivíduos dessas ordens, embora bem diferentes, apresentam uma característica comum: todas as fêmeas possuem glândulas mamárias e são agrupados na mesma classe: Mammalia (mamíferos).

Os mamíferos, assim como os peixes, anfíbios, répteis e aves, apresentam na fase embrionária um eixo de sustentação denominado notocorda, que origina a coluna vertebral.

Por isso esses animais pertencem ao mesmo filo: Chordata.

O filo dos cordados, juntamente com o dos equinodermos (estrela-do-mar), artrópodes (insetos), anelídeos (minhoca), moluscos (caramujo) e outros, constituem o Reino Animalia ou Metazoa.

O Mundo Vivo: Divisão em Reinos

Os Critérios Básicos de Classificação:

Em 1969, foi idealizado o atual sistema de classificação que distribui os seres vivos em cinco grandes reinos.

Para essa classificação foram utilizados os seguintes critérios:

Número de células – Conforme os seres vivos sejam unicelulares ou multicelulares (pluricelulares);
Tipo de organização celular –
Define se os seres vivos são procariontes (destituídos de carioteca – membrana nuclear) ou eucariontes (possuidores de carioteca, nucléolo e organelas membranosas em suas células).
Tipo de nutrição –
Indicando se os organismos são autótrofos(sintetizam matéria orgânica a partir da matéria inorgânica) ou heterótrofos (se nutrem por absorção ou ingestão do material orgânico disponível no ambiente).

Os Cinco Grandes Reinos

Reino Monera: Abrange todos os organismos unicelulares e procariontes. Representado pelas bactérias e pelas algas azuis (cianofíceas ou cianobactérias).
Reino Protista:
Compreende os organismos unicelulares e eucariontes. Representado pelos protozoários e certas algas.
Reino Fungi:
Compreende os organismos eucariontes e heterotróficos por absorção. Representado pelos fungos, cogumelos, mofos, leveduras.
Reino Metaphyta ou Plantae:
Abrange os organismos pluricelulares, eucariontes e autótrofos. Representado por algas e todos os outros vegetais ou plantas como as briófitas (musgos), pteridófitas (avencas), gimnospermas (pinheiros) e angiospermas (feijão, coqueiro).
Reino Metazoa ou Animalia:
Compreende os organismos pluricelulares, eucariontes e heterótrofos por ingestão. Representado pelos poríferos (esponjas), celenterados (corais), platelmintos (solitária), nematelmintos (lombriga), anelídeos (minhoca), artrópodes (aranha), moluscos (polvo), equinodermos (ouriço-do-mar) e cordados (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos).

OS VÍRUS

Vírus (do latim, virus, veneno) são agentes infectantes de células vivas, causadores de doenças em animais e plantas, e capazes de atacar outros organismos mais simples, até mesmo bactérias.

Apesar de ainda não terem sido qualificados entre os seres vivos, alguns biólogos, virologistas, microbiologistas e pesquisadores já deram nomes científicos a muitos deles. Atualmente, os vírus são quase sempre reconhecidos por letras ou siglas. Temos como exemplo o vírus causador da AIDS chamado de HIV (Human Immunodeficiency Vírus), o causador do papiloma chamado de HPV (Human Papiloma Vírus) ou alguns vírus que atacam bactérias, os fagos ou bacteriófagos, batizados como T2, T3, T4, etc.

Os vírus não possuem organização celular, apenas uma estrutura molecular. Essencialmente, são moléculas de nucleoproteínas auto-reprodutíveis e com capacidade de sofrer mutações.

Essas duas características são típicas dos seres vivos. Todavia, como não possuem organelas capazes de lhes permitir a obtenção, armazenamento e utilização de energia, só conseguem subsistir no interior de células vivas, de cujo equipamento funcional se utilizam para obter tudo de que necessitam. Fora de células vivas eles se cristalizam e podem manter-se num vidro, por tempo indeterminado, como um sal qualquer se mantém. Postos em contato com novas células hospedeiras reassumem imediatamente sua atividade. Por isso, todos os vírus são necessariamente parasitas intracelulares e não podem ser cultivados em meios artificiais.

A sua estrutura é formada por uma cápsula de natureza protéica e um miolo formado de ácido nucléico. Esse miolo pode conter uma molécula longa de DNA (vírus do herpes, adenovírus, bacteriófagos e outros) ou de RNA (da gripe, da poliomielite, da AIDS, do mosaico do tabaco, etc). Nunca são encontrados DNA e RNA em um mesmo vírus.

Alguns vírus, como os bacteriófagos, atacam as células injetando-lhes o seu ácido nucléico. Outros penetram por inteiro na célula hospedeira, como faz o vírus da gripe. No protoplasma da célula atacada, o DNA ou RNA viral se reproduz, utilizando os nucleotídeos da célula. Depois, ainda se valendo do equipamento enzimático e da energia fornecida por moléculas de ATP dessa mesma célula, os provírus já formados (partículas virais em formação) roubam-lhes os aminoácidos para a fabricação da cápsula protéica. Rapidamente eles se reproduzem dentro da célula, originando vírus completos, que a destroem e partem para atacar outras.

Na espécie humana, os vírus determinam numerosas doenças (viroses) tais como hepatite infecciosa, poliomielite, herpes, varíola, febre amarela, hidrofobia, gripe, AIDS, febres hemorrágicas (ebola, dengue), certas pneumonias e encefalites, rubéola e as habituais viroses de infância como sarampo, catapora ou varicela e caxumba, entre outras.

Existe perfeita relação bioquímica entre a natureza molecular de cada tipo de vírus e certos receptores específicos da superfície das células, justificando o tropismo dos vírus por determinados tipos de tecidos. Assim, o vírus da gripe ataca as células das vias respiratórias; o da hidrofobia ataca as células do sistema nervoso; o da caxumba acomete as glândulas salivares parótidas; o da AIDS destrói os linfócitos T4 do sistema imunológico. Por isso, os vírus são comumente classificados como pneumotrópicos, neurotrópicos, adenotrópicos, dermotrópicos, etc.

Alguns grupos recebem nomes especiais como arbovírus e retrovírus.

Os arbovírus (arthropod-bornvirus, vírus oriundos de artrópodes) são transmitidos ao homem e outros mamíferos por meio de insetos silvestres. São exemplos o da febre amarela e o da dengue, que são transmitidos por mosquitos do gênero Aedes.

Os retrovírus são aqueles cujo miolo de RNA tem de formar uma molécula de DNA na célula hospedeira, a qual vai presidir a reprodução de numerosas cópias do RNA viral. O vírus da AIDS pertence a este grupo.

O REINO MONERA

Reúne os organismos procariontes, aqueles cujas células, ainda que dotadas de material nuclear, não possuem um núcleo individualizado pela falta de cariomembrana e, por isso, simulam ter células anucleadas.

Também não se observam no seu citoplasma as estruturas ou organelas membranosas como mitocôndrias, cloroplastos, complexo golgiense e outras.

Até mesmo o retículo endoplasmático está ausente ou é muito reduzido.

As moneras são unicelulares, mas comumente se mostram em grupamentos multicelulares, formando filamentos, cachos ou outras formas de agregação.

O reino Monera compreende os filos Schizophyta e Cyanophyta.

Filo Schizophyta (bactérias)

São os organismos mais disseminados pela face da Terra.
Estão presentes no ar, na água, no solo, nos objetos, na superfície do nosso corpo; vivendo livremente ou praticando o parasitismo.
Têm dimensões muito pequenas e são medidas em micrômetros (um milésimo do milímetro). Algumas medem menos de um micrômetro.
Algumas são providas de flagelos, os quais são apenas modificações da membrana celular.
A imensa maioria é heterotrófica, vivendo de saprobiose (nutrem-se de matéria orgânica em decomposição), do mutualismo (nas raízes das leguminosas) ou do parasitismo (causando doenças nos animais e vegetais). As autótrofas realizam a fotossíntese ou quimiossíntese (sulfo, ferro e nitrobactérias). Na fotossíntese bacteriana não há liberação de oxigênio para o ambiente e ela se realiza mesmo no escuro, pois a luz utilizada é a infravermelha. Algumas espécies são anaeróbias (Clostridium tetani) embora a maioria tenha respiração aeróbia.
A forma mais comum de reprodução é a assexuada por bipartição ou cissiparidade, ainda que por vezes ocorra a conjugação.
Muitas são utilizadas pela indústria na fabricação do vinagre, do iogurte e de antibióticos como a tirotricina, a bacitracina e a polimixina, produzidos pelos Bacillus brevis, B. subtilis e B. polymyxa.

De acordo com suas formas, classificam-se em:

Cocos: grânulos arredondados.
Isolados – micrococos:
Micrococcus ureae
Associados – pares (diplococos):
Gonococos
Fileiras (estreptococos):
Streptococcus haemolyticus
Cachos (estafilococos):
Staphylococcus aureus
Bacilos:
bastonetes – Bacilo de Koch e de Hansen
Espirilos:
filamentos longos, espiralados, rígidos, que se deslocam por meio dos movimentos de flagelos situados nas extremidades – Spirillum gallinarum
Espiroquetas:
filamentos longos, espiralados, flexíveis, que se deslocam por meio de movimentos ondulatórios do corpo – Treponema pallidum; Leptospira icterohaemorragiae
Vibriões:
Bastões em forma de vírgula – Vibrio cholerae
Os Micrococcus ureae são encontrados nos sanitários, decompondo a uréia da urina em amônia;
Os gonococos (Neisseria gonorrheae) causam a gonorréia ou blenorragia;
O Streptococcus haemolyticus é comum nas infecções das amídalas e suas toxinas lançadas no sangue provocam a febre reumática e doenças cardíacas;
Os Staphylococcus aureus formam pus nos abscessos.

As menores e mais rudimentares bactérias são as riquétsias e os micoplasmas, também conhecidos como PPLO (pleuropneumonia like organisms – organismos semelhantes aos da pleuropneumonia).

As riquétsias são tão pequenas que há quem as considere um meio-termo entre vírus e bactérias. A Rickettsia prowazeki, causadora do tifo exantemático é transmitida por piolhos e pelo chato (piolho pubiano).

Os PPLO são menores que as riquétsias e, à vezes, menores do que alguns vírus. São as menores células conhecidas. São encontradas nos esgotos, no solo e nos organismos, causando doenças pulmonares, renais, nas articulações de aves, ratos e até na espécie humana.

Filo Cyanophyta (cianofíceas, cianófitas ou cianobactérias ou algas azuis)

Enquadra organismos isolados ou coloniais, com clorofila, mas sem cloroplastos.

Todos autótrofos fotossintetizantes e bons assimiladores do nitrogênio do ar, razão pela qual se constituem, geralmente, em espécies pioneiras na instalação de sucessões ecológicas.

Reproduzem-se por cissiparidade e são comuns em solo úmido e em rochas, bem como na água doce ou salgada.

Atualmente são considerados como um tipo de bactéria – as cianobactérias – pois sua estrutura se identifica mais com bactérias do que com algas.

Apesar de serem conhecidas como algas azuis, podem se revelar vermelhas, pardas e até negras.

Possuem um rudimento de retículo endoplasmático na periferia de seu citoplasma. Nas membranas desse proto-retículo se localizam os pigmentos de clorofila.

Não possuem flagelos. Algumas espécies se locomovem por meio de movimentos oscilatórios.

Os principais exemplos são dos gêneros Oscillatoria, Anabaena e Nostoc.

O REINO PROTISTA

Formado por organismos unicelulares eucariontes (com núcleo individualizado pela presença da cariomembrana). O citoplasma já possui algumas estruturas membranosas como retículo endoplasmático, vacúolos, mitocôndrias e plastos, embora nem sempre estejam todas elas presentes no mesmo indivíduo.

Esse reino compreende os filos Protozoa, Euglenophyta, Chrysophyta e Pyrrophyta.

Filo Protozoa (protozoários)

Organismos microscópicos, unicelulares que podem viver isolados ou em colônias.

Todos são heterótrofos.

Alguns têm vida livre enquanto outros realizam o parasitismo, raramente são comensais.

Sua reprodução é assexuada por cissiparidade ou gemulação; entre paramécios pode ocorrer a conjugação.

A maioria deles pode se apresentar sob duas formas, conforme as circunstâncias: a forma trofozoítica que é característica da espécie; e a forma cística que é sempre esférica e se constitui num recurso de defesa ou proteção quando o meio se torna inóspito ou no período de reprodução.

A classificação dos protozoários se baseia principalmente nos meios de locomoção. Eles se dividem em Rhizopoda, Flagellata, Ciliophora e Sporozoa.

Classe Rhizopoda ou Sarcodina (rizópodos): Movimentam-se por meio de pseudópodos. Realizam a fagocitose para captura de alimentos. Seus principais representantes são as amebas.

Existem amebas de vida livre na água (Amoeba proteus), comensais do tubo digestivo dos animais (Entamoeba coli) e parasitas intestinais do homem (Entamoeba histolytica).

Classe Flagellata ou Mastigophora (flagelados): Movimentam-se por meio de flagelos cujo número é variável de acordo com a espécie. Os tripanossomos possuem apenas um; as tricomonas apresentam 4 ou 6; as giárdias têm 8; as triconinfas possuem dezenas. A Trichonynpha aggillis e o Lophomonas blattarum vivem em mutualismo nos intestinos de cupins e baratas, respectivamente, decompondo a celulose da madeira, do papel ou de outros materiais ingeridos. A maioria vive em parasitismo.

São parasitas da espécie humana:

Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas;
Leishmania brasiliensis, provoca a úlcera de Bauru ou leishmaniose;
Trichomonas vaginalis, ocasiona corrimento vaginal;
Giardia lamblia, provoca fortes cólicas intestinais e biliares.

Classe Ciliophora (ciliados): Movimentam-se por meio de cílios numerosos. Têm dois ou mais núcleos e são quase todos de vida livre, infusórios, saprobiontes ou comensais.

O exemplo mais conhecido é o paramécio. A única espécie parasita do homem é o Balantidium coli, causador de disenteria.

Classe Sporozoa (esporozoários): Não possuem organelas locomotoras. São todos parasitas, geralmente parasitando o sangue. Penetram nas hemácias e nelas se reproduzem, rompendo-as para reinfectar outras.

São por isso qualificados como hemosporídeos. Os exemplos mais importantes são do gênero Plasmodium (P. malariae, P. falciparum, P. vivax) causadores da malária humana e transmitidos por meio do mosquito Anopheles sp. Há doenças parecidas no boi e no cão produzidas pelo gênero Piroplasma e transmitidas por carrapatos.

Filo Euglenophyta (euglenas)

Representam um grupo com numerosas espécies todas de hábitat dulcícola, dotadas de um único flagelo longo e numerosos cloroplastos bem definidos.
São autótrofas, mas se tornam heterótrofas se perderem os cloroplastos.
Reproduzem-se por cissiparidade longitudinal.
Possuem apenas um núcleo central e um a dois vacúolos pulsáteis.
O protótipo é a Euglena viridis.

Filo Chrysophyta (crisófitas ou diatomáceas)

Do grego chrysos = ouro e phyton – planta; são conhecidas como algas amarelas ou douradas.

Possuem uma carapaça silicosa constituída de duas peças que se encaixam; apresentam contornos e desenhos variáveis com ornamentos delicados. Após sua morte, suas carapaças sedimentadas no fundo das águas formam a ?terra das diatomáceas?, industrializada como diatomito para o fabrico de filtros, isolantes térmicos (amianto) e abrasivos para polir metais.

São todas autótrofas fotossintetizantes e reproduzem-se por divisão direta binária. Há espécies dulcícolas e marinhas.

Filo Pyrrophyta (dinoflagelados ou pirrófitas)

São aquáticos, na maioria marinhos e alguns apresentam bioluminescência (Noctiluca milliaris).

Fazem parte do plâncton.

Todos possuem carapaça e dois flagelos e movem-se em rodopios (pião).

A superpopulação de pirrófitas provoca as ?marés vermelhas?. Nesses casos, a grande quantidade de catabólitos tóxicos eliminados por esses organismos provoca grande mortandade de peixes, tartarugas, focas, aves litorâneas e outros.

O REINO FUNGI

Compreende um grupo particular de seres conhecidos como fungos ou eumicetos (do gr. eu = bem, verdadeiro, perfeito e mykes = cogumelo).

Nele se enquadram organismos eucariontes unicelulares e pluricelulares, mas suas células muito longas, as hifas, não apresentam contornos bem definidos, formando uma massa contínua com muitos núcleos, o micélio.

Os tipos maiores como as orelhas-de-pau e os portadores de um píleo (chapéu) em forma de sombrinha são conhecidos como cogumelos.

Não se deslocam livremente e são heterótrofos por absorção (digestão extracorpórea).

Suas células apresentam uma parede celular formada por quitina.

O glicogênio é seu carboidrato de reserva.

Reproduzem-se por meio de esporos.

A parte aérea dos cogumelos macroscópicos é na realidade o seu órgão reprodutor, chamado de corpo de frutificação.

Os unicelulares e microscópicos podem ser parasitas ou desenvolvem ação fermentativa, sendo chamados de leveduras ou fermentos.

Alguns produzem antibióticos e outros formam o mofo ou bolor.

Entre os macroscópicos existem espécies comestíveis e outras extremamente venenosas.

Eles se dividem em várias classes como os ficomicetos, ascomicetos, basidiomicetos e outras.

Ficomicetos: são microscópicos quando isolados, mas em conjunto podem assumir formações macroscópicas. Algumas espécies são parasitas de plantas, atacando as batatas, cereais e videiras; outras provocam doenças em animais como o gênero Saprolegnia que parasita os peixes; outras provocam o mofo ou bolor dos alimentos como o Rhizopus stolonifer (mofo negro) e o Mucor racemosus (mofo branco-esverdeado). O Aspergillus fumigatus provoca uma reação alérgica respiratória nos seres humanos.

Ascomicetos: do gr, ascon = bolsa, saco e mykes = cogumelo. Constituem a classe mais numerosa. Sua característica é a presença de esporos (ascóporos) que se desenvolvem dentro de hifas especiais em forma de pequenas bolsas ou sacos chamados de ascos. São comuns os ascomicetos bem desenvolvidos e comestíveis.

Entre os microscópicos destacamos o Penicillium notatum, produtor da penicilina; os P. camembert e P. roquefortii usados na fabricação dos queijos camembert e roquefort; e o Saccharomyces cerevisiae ou levedura de cerveja, usado na fabricação de cerveja, pão, cachaça, etc., e que provoca a fermentação alcoólica do açúcar. “Arpergillus” e “Penicillium” são ascomicetos relativamente comuns sobre frutos podres, que dão a cor azulada às laranjas emboloradas e que se reproduzem por conidiósporos.

Basidiomicetos: compreende a maioria dos cogumelos de jardim e cogumelos comestíveis. Sua característica é a formação de hifas especiais chamadas basídios, com aspecto de clava, que se desenvolvem nas bordas das lamelas encontradas na parte inferior do píleo, onde ficam os esporos. São exemplos importantes a Amanita muscaria (cogumelo mata-mosca) extremamente venenosa e do qual se extraem a muscarina e o LSD, que atuam sobre o sistema nervoso central; e o Cantharellus cibarius ou agárico que é comestível.

Alguns fungos formam associações mutualísticas com algas, constituindo os liquens.

As algas, sendo clorofiladas, produzem carboidratos que nutrem o fungo. Estes, por sua vez, absorvem água e sais minerais do ambiente, facilitando a vida da alga.

O Lecanora esculenta se desenvolve nos desertos, incluindo o Saara; é suculento e comestível, provavelmente terá sido o ?maná do céu? que alimentou os hebreus na sua fuga do Egito.

Na espécie humana alguns fungos microscópicos causam doenças conhecidas como micoses.

Entre as mais comuns temos a impigem ou pitiríase, aspergilose pulmonar, frieira ou pé-de-atleta e candidíase ou monilíase (vaginal, intestinal e sapinho).

As micoses que atacam a pele são chamadas genericamente de dermatomicoses.

Juntamente com as bactérias, os fungos desempenham papel vital na reciclagem da matéria ao decompor os restos orgânicos, transformando-os em compostos inorgânicos e devolvendo-os ao ciclo natural.

O REINO METAPHYTA OU PLANTAE

Também chamado reino vegetalia ou vegetal, abrange todos os organismos qualificados como plantas.

Suas principais características são:

Organismos eucariontes pluricelulares;
Todos clorofilados e autótrofos fotossintetizantes;
Possuem células com parede celular formada de celulose, ainda que sobre ela possam ocorrer outros reforços de natureza química diversa (suberina, lignina, cutina, etc).
Têm o amido como carboidrato de reserva principal;
Mostram-se, na quase totalidade, incapazes de se locomover, exceto algumas espécies de algas verdes dotadas de flagelos.

Eles constituem os grandes produtores de matéria orgânica dos ecossistemas terrestres e nutrem direta ou indiretamente os outros seres vivos (heterótrofos), produzindo oxigênio.

Neste reino estão incluídas as algas pluricelulares, as briófitas, as pteridófitas, as gimnospermas e as angiospermas.

As plantas podem ser classificadas de acordo com a forma de reprodução e de transporte de substâncias.

Forma de reprodução:

Criptógamas – sem flores nem sementes
Algas
Briófitas
Pteridófitas
Fanerógamas ou espermáfitas – com flores e sementes
Gimnospermas – sem frutos
Angiospermas – com frutos

Forma de transporte de substâncias:

Avasculares – sem vasos condutores de seiva
Algas
Briófitas
Vasculares ou traqueófitas – com vasos condutores de seiva
Pteridófitas
Angiospermas
Gimnospermas

As algas pluricelulares

São plantas cujo corpo é desprovido de raízes, caule, folhas, flores e frutos; são formadas apenas por um talo, com estrutura histológica elementar, sem diferenciação de tecidos.

Por vezes apresentam formações que lembram raízes (rizóides) e folhas sem, contudo, mostrar as estruturas teciduais próprias desses órgãos.

Compreendem as divisões Chlorophyta, Rhodophyta e Phaeophyta.

Divisão Chlorophyta (algas verdes, clorófitas ou clorofíceas)

Representam as algas mais numerosas e espalhadas pelos ambientes terrestres.

Vivem na água doce ou salgada; na terra úmida e em locais secos; sobre troncos de árvores ou em mutualismo com fungos, formando os liquens.

Há espécies unicelulares e pluricelulares; microscópicas e macroscópicas. As espécies unicelulares são geralmente portadoras de flagelos locomotores.

A clorofila se apresenta na estrutura de cloroplastos

As clorófitas integrantes do plâncton marinho são responsáveis pela maior parte do oxigênio do ar atmosférico, eliminado graças à intensa fotossíntese que realizam.

Reproduzem-se por meio de esporos (zoósporos ou esporos móveis, dotados de flagelo) ou então sexuadamente, por conjugação.

Pode ocorrer também a hormogonia: o talo se fragmenta e cada parte origina um novo filamento.

Entre as mais conhecidas citamos a Spirogyra charcos e rios) e a Ulva ou alface-do-mar (usada como alimento).

Divisão Rhodophyta (algas vermelhas, rodófitas ou rodofíceas)

São geralmente muito desenvolvidas, quase todas pluricelulares, macroscópicas e marinhas.

Suas células, além da clorofila, possuem um pigmento vermelho – a ficoeritrina – responsável pela cor que apresentam.

A gelidium oroduz uma substância gelatinosa conhecida como gelose ou ágar-ágar, utilizada pela indústria farmacêutica no fabrico de laxantes; é também empregada no preparo de gomas e como meio de cultura para bactérias. A carragem, gelatina usada na fabricação de sorvetes, é também retirada dessas algas.

Divisão Phaeophyta (algas marrons ou pardas, feófitas ou feofíceas)

São muito desenvolvidas e já apresentam rudimentos de órgãos, ainda que sem a estrutura verdadeira de raízes, caules e folhas. Contudo já revelam rizóides, caulóides e filóides.

Algumas espécies alcançam mais de 10 metros de comprimento.

Além da clorofila, possuem a fucoxantina, um pigmento marrom que lhes dá a cor característica.

São muito usadas na China e no Japão para a alimentação humana. Na Europa algumas espécies servem de forragem para o gado. Nos EUA são empregadas como fertilizantes, pois são ricas em sais de potássio, sódio e iodo, constituindo-se em ótimo adubo para o solo.

Os exemplos mais conhecidos são os sargaços as laminárias e o gênero Fucus (Fucus vesiculosus).

Divisão Bryophyta (briófitas ou muscíneas)

São vegetais minúsculos, com poucos milímetros de altura.

Já apresentam uma estrutura orgânica definida, ainda que muito simples, pois ainda não são portadores de todos os órgãos que caracterizam uma planta superior.

São dotados de folhas, de um pequeno caule e de rizóides que servem para a absorção da água. Não possuem flores, sementes nem frutos.

Como não apresentam vasos condutores de seivas, a água e os nutrientes passam de célula a célula por difusão direta, abastecendo toda a estrutura.

Reproduzem-se por metagênese ou alternância de gerações. Em seu ciclo de vida verifica-se a participação de gametas que dependem da água para que ocorra a fecundação. Nesse caso, o gameta masculino se desloca no meio líquido até o gameta feminino. A fase de esporófito é curta, enquanto a fase de gametófito é duradoura.

Os musgos são os espécimes mais significativos do filo.

Divisão Tracheophyta (traqueófitas: pteridófitas, gimnospermas e angiospermas)

Esta divisão engloba todos os vegetais que apresentam vasos condutores de seivas.

Pteridófitas

Foram as primeiras plantas vasculares que apareceram na Terra.

Durante o Período Carbonífero, há 300 milhões de anos, elas dominaram a Terra, formando enormes florestas com espécies de grande porte.

São mais desenvolvidas do que as briófitas, pois já possuem raízes, caule (sempre do tipo rizoma) e folhas. Todavia não apresentam flores nem frutos.

Reproduzem-se por meio de esporos, no processo conhecido por metagênese. A fase de esporófito é duradoura, enquanto a fase de gametófito é passageira.

Dependem da água para a fecundação, pois os gametas masculinos precisam nadar até a oosfera (gameta feminino).

Os principais representantes são os fetos, avencas, samambaias e xaxins.

Gimnospermas

Abrangem todas as plantas traqueófitas dotadas de órgãos bem desenvolvidos como raízes, caule, folhas, flores (sem ovários) e sementes.

As gimnospermas (do gr. gymnos = nu e sperma = semente) possuem as sementes nuas; não existe a estrutura de um fruto envolvendo ou encobrindo a semente.

Uma característica fundamental é a de não mais dependerem da água para sua reprodução, pois o grão de pólen (elemento reprodutor masculino) pode ser transportado para outra flor pelo vento ou pequenos animais (insetos, aves e moluscos), isso permite também que esses vegetais possam se propagar por todos os tipos de ambiente.

As mais comuns entre nós são as coníferas.

Suas folhas são aciculares, ou seja, em forma de agulhas longas e verdes.

Suas flores são secas e grosseiras e se chamam cones ou estróbilos, e são formadas por folhas ou escamas. Os cones masculinos produzem grãos de pólen e os femininos produzem óvulos.

Após a fecundação dos óvulos, o cone feminino se transforma em uma pinha repleta de sementes. Cada semente é um pinhão.

As gimnospermas mais conhecidas são o pinheiro comum (Pinus silvestris), o cipreste (gêneros Cupressus e Thuya), o pinheiro-de-Natal (Criptomeria japonica), o cedro comum (Cedrus libani), os abetos ou pinheiro-do-Canadá (Abies balsamea) e a gigantesca e milenar sequóia (Sequoiadendron giganteum), a maior árvore do mundo, capaz de viver por cerca de 3 mil anos.

No Brasil temos como único representante, a araucária ou pinheiro-do-Paraná (Araucaria angustifolia), que forma a mata de araucárias no sul do país.

Angiospermas

São as plantas mais evoluídas dos tempos atuais.

Possuem raízes, caule, folhas, flores e frutos com sementes.

Suas flores são, geralmente, vistosas, coloridas, perfumadas e delicadas, e se constituem em estruturas destinadas a proteger os órgãos de reprodução – o androceu e o gineceu.

A semente é protegida pelo fruto, que se forma a partir do desenvolvimento do ovário (do gr. aggeion = caixa, urna, vaso e sperma = semente).

O fruto contém substâncias nutritivas que irão enriquecer o solo onde a semente irá germinar.

De acordo com o número de cotilédones encontrados nas sementes, elas são divididas em monocotiledôneas e dicotiledôneas.

As monocotiledôneas apresentam apenas um cotilédone em cada semente. O albúmen ou endosperma é bem desenvolvido e nutre o embrião nas suas primeiras fases de crescimento.

São exemplos importantes: as gramíneas (arroz, trigo, milho, capins, bambu, cana-de-açúcar); as palmeiras (carnaúba, babaçu, coco-da-bahia, dendê, buriti); as bromeliáceas (abacaxi, sisal, agave) e as musáceas (bananeiras).

As dicotiledôneas apresentam dois cotilédones em cada semente que irão nutrir o embrião, pois o albúmen ou endosperma é pouco desenvolvido.

São exemplos importantes: as leguminosas (pau-brasil, feijão, amendoim, soja, ervilha); as cucurbitáceas (abóbora, melancia, melão, pepino); o cafeeiro e a laranjeira.

Estrutura da Flor

Verticilos florais protetores
Cálice:
sépalas
Corola:
pétalas
Verticilos florais reprodutores
Androceu:
estames (filetes e anteras)
Gineceu:
carpelos ou pistilos (ovário, estiletes e estigmas)

Estrutura do Fruto

Pericarpo
Epicarpo
Mesocarpo
Endocarpo
Semente
Tegumentos
Amêndoa (albúmen e embrião)
Polinização é o transporte do grão de pólen de uma flor para outra, pode ser feita pelo vento, pela água ou por animais.
Fecundação é a união do núcleo espermático do pólen (gameta masculino) com a oosfera (gameta feminino).

A dispersão das sementes é feita pelo vento, água, animais ou pela própria planta.

O REINO METAZOA OU ANIMALIA

Aqui se enquadram todos os seres vivos que são qualificados tipicamente como animais.

O reino é extremamente heterogêneo e as características mais comuns, ainda que nem sempre estejam integralmente presentes em todas as espécies, são:

Organismos eucariontes multicelulares;
Células desprovidas de parede celular embora, em alguns casos, possa ocorrer um reforço de quitina;
Carboidrato de reserva representado, geralmente, pelo glicogênio;
Maioria dotada de movimentos ativos, com algumas espécies fixas;
Nutrição sempre heterotrófica, geralmente por ingestão;
Quase todos dotados de sistema nervoso e com capacidade de responder rapidamente à ação de estímulos externos;
Reprodução sexuada, por meio de gametas, na quase totalidade das espécies, fazendo exceção apenas alguns celenterados que podem realizar a gemulação ou brotamento, e alguns vermes turbelários e anelídeos poliquetos que podem reproduzir-se por divisão simples assexuada.

O reino se divide em nove filos: Porifera, Coelenterata, Platyhelminthes, Nemathelminthes, Annellida, Arthropoda, Mollusca, Echinodermata e Chordata.

Filo Porifera (poríferos ou espongiários)

São os mais simples na escala zoológica, com a estrutura do corpo formada apenas por duas camadas de células que não chegam a formar tecidos.
Não apresentam simetria, órgãos ou sistemas e são fixos às rochas no fundo das águas (bentônicos).
Há espécies dulcícolas, mas a maioria é marinha.
A sustentação do corpo é feita por meio de uma estreita malha de espículas calcárias ou silicosas. Alguns não possuem espículas, sendo macios e usados como esponja natural.
De forma geral, o corpo pode ser interpretado como um saco com numerosos pequenos orifícios inalantes (os óstios ou poros) e um único orifício exalante (o ósculo). Há uma cavidade central chamada espongiocele.
A água circula entrando pelos óstios, passando pela espongiocele e saindo pelo ósculo. Detritos alimentares e oxigênio são absorvidos da água que entra, enquanto os excretas celulares são eliminados com a água que sai. A espongiocele é revestida por células (os coanócitos – providos de flagelo e uma gola ou colariinho) que realizam a digestão intracelular dos alimentos.
Não possuem sistema nervoso.
Exibem cores variadas como amarelo, vermelho, cinza, esverdeado, etc.

A reprodução é sexuada (do zigoto se forma uma larva ciliada) ou assexuada (brotamento). Têm grande capacidade de regeneração.

Filo Coelenterata (celenterados ou cnidários)

São animais aquáticos, geralmente marinhos, já dotados de células organizadas em tecidos e dispostas em duas camadas, embora o corpo mostre consistência gelatinosa.
Todos têm simetria radial e não possuem sistemas circulatório, respiratório nem excretor.
A rede nervosa é difusa.
São todos predadores de outros animais.
Têm uma única abertura que se abre na cavidade gastro-vascular e que funciona como boca e como orifício retal.
Apresentam tentáculos com células urticantes, os cnidoblastos ou cnidócitos, especializadas para a defesa e captura de alimentos. Essas células possuem uma cápsula com filamento distensível e inoculador de substâncias irritantes.
A reprodução pode ser assexuada ou sexuada.
A maioria tem um ciclo vital com uma fase medusóide (livre) e outra polipóide (fixa). Geralmente as formas medusóides se reproduzem sexuadamente, dando formas polipóides, e estes, assexuadamente, originam novos medusóides. Esse é um caso de alternância de gerações ou metagênese.
Há espécies que só passam pela fase de pólipo, como as anêmonas e os corais. Estes se reproduzem ou por processos assexuados (divisão binária simples ou gemulação) ou sexuados.
Os indivíduos podem ser independentes ou coloniais.

Os principais representantes são os corais, as anêmonas-do-mar, as hidras, as caravelas e as águas-vivas.

Filo Plathyhelminthes (platelmintos)

São vermes achatados; aquáticos, terrestres ou parasitas.
O corpo é dotado de três extratos de células.
Apresentam simetria bilateral do corpo.
O sistema nervoso é ganglionar.
O sistema digestivo, quando presente, tem uma única abertura (planária e esquistossomo). As tênias não possuem qualquer rudimento de sistema digestivo e se nutrem por absorção através da vasta superfície corporal.
O sistema excretor é formado por protonefrídias (células-flama).
O aparelho reprodutor é bem desenvolvido, principalmente nos parasitas, podendo ocorrer a reprodução assexuada e a autofecundação. Alguns apresentam grande capacidade de regeneração.

Tênias e esquistossomos são parasitas, a planária tem vida livre.

Filo Nemathelminthes (nematelmintos)

São aquáticos, terrestres ou parasitas.
Caracterizam-se pelo corpo longo, cilíndrico, não segmentado em anéis, revestido por uma espessa cutícula de quitina.
O tubo digestivo é completo (boca e orifício retal).
Não possuem sistemas circulatório nem respiratório.
O sistema excretor é rudimentar e a reprodução é sexuada com fecundação interna (ovíparos).
Compreendem diversas classes, dentre as quais a principal é a dos nematóides, que abrange diversas espécies parasitas de plantas e do homem.
Na espécie humana, causam doenças chamadas de verminoses ou helmintoses.

São exemplos mais notáveis: Ascaris lumbricoides, Ancylostoma duodenale, Necator americanus e Enterobius vermicularis (oxiúro), todos parasitas intestinais.

A Wuchereria bancrofti, conhecida como filaria, parasita os vasos linfáticos.

Filo Annellida (anelídeos)

São seres aquáticos, terrestres ou parasitas.
Invertebrados vermiformes, têm o corpo segmentado (repetição de partes iguais), com segmentação homônoma, cada anel ou metâmero externo corresponde a uma loja distinta internamente, ainda que essas lojas se comuniquem e façam continuidade.
Apresentam simetria bilateral.
A respiração é cutânea nos terrestres e branquial nos aquáticos.
A circulação é fechada e simples.
A maioria já possui apêndices locomotores (cerdas) que não são articulados.
O sistema nervoso é ganglionar.
O tubo digestivo é completo.

Habitualmente se reproduzem por processo sexuado (as minhocas são hermafroditas de fecundação cruzada), mas entre os poliquetos alguns fazem a reprodução assexuada por fragmentação do corpo (hormogonia).

Divide-se em três classes:

Poliquetos: com muitas cerdas, geralmente marinhos. Nereis sp.
Oligoquetos:
com poucas cerdas, habitualmente terrestres. Lumbricus terrestris (minhoca).
Hirudíneos:
sem cerdas, aquáticos (dulcícolas), todos parasitas hematófagos, portadores de ventosas. Hirudo medicinalis (sanguessuga).

Filo Arthropoda (artrópodes)

São invertebrados providos de apêndices articulados (arthron = articulação).
É o filo mais numeroso e polimorfo dentre todos.
São animais de simetria bilateral, corpo segmentado e revestido por uma cutícula de quitina que representa o seu exoesqueleto.
Exoesqueleto não é estrutura exclusiva de insetos, pois ocorre também em outros artrópodes como crustáceos e aracnídeos, além de aparecer em moluscos (ostras, caramujos) e celenterados (corais).
Ele confere proteção contra o ataque de predadores, porém, limita o crescimento e, muitas vezes, a locomoção do animal.) Algumas espécies realizam mudas periódicas do tegumento (ecdises). Alguns crustáceos apresentam uma carapaça calcária por fora do esqueleto quitinoso.
O tubo digestivo é completo e com glândulas anexas.
A circulação é aberta.
A respiração é branquial nos de hábitat aquático e traqueal ou filotraqueal nos de vida terrestre.
O sistema nervoso é ganglionar, com uma dupla cadeia ventral de gânglios.
Os órgãos dos sentidos são muito especializados e situados na cabeça (olhos, órgãos auditivos e antenas sensoriais).
A reprodução é sexuada com fecundação interna (ovíparos). O desenvolvimento geralmente ocorre por meio de metamorfose completa ou incompleta.

Classes principais: aracnídeos, insetos, crustáceos, quilópodos e diplópodos.

Aracnídeos: Seres terrestres. Corpo dividido em cefalotórax e abdome, com quatro pares de patas (octópodos) e sem antenas. São portadores de palpos (apêndices parecidos com patas) destinados à função sexual e à preensão de alimentos. Muitos causam doenças no homem. A classe se divide em diversas ordens, das quais as principais são os araneídeos, os ácaros e os escorpionídeos.

Os araneídeos ou aranhas possuem, junto à boca, órgãos inoculadores de veneno chamados quelíceras. Algumas espécies tecem teias. Existem espécies peçonhentas.

Os ácaros enquadram os carrapatos e certos parasitas semimicroscópicos da pele, como o Demodex folliculorum, que ataca os folículos pilosos, desencadeando as crises de acne ou cravo; e o Sarcoptes scabiei, causador da sarna. Ácaros semimicroscópicos, que vivem em nossas casas, são os principais causadores das crises de alergia respiratória.

Os escorpionídeos reúnem os escorpiões ou lacraus. Apresentam palpos em forma de pinças e um aguilhão (na extremidade posterior do abdome) inoculador de peçonha bastante perigosa.

Insetos: É a classe mais numerosa. Seres terrestres, aéreos e aquáticos. Corpo dividido em cabeça, tórax e abdome. Um par de antenas (sensorial), um par de mandíbulas (nutrição) e três pares de patas (hexápodos).

A maioria possui asas (dípteros ou tetrápteros) embora algumas espécies sejam ápteras como a traça, a pulga, o piolho e as formas mais comuns de formigas. A metamorfose pode ser completa (ovo, larva, pupa e imago) ou incompleta (ovo, ninfa e imago).

Compreendem diversas ordens como: dípteros (moscas e mosquitos), lepidópteros (borboletas e mariposas), hemípteros (percevejos), coleópteros (besouros), ortópteros (baratas, gafanhotos e grilos), himenópteros (formigas, abelhas e vespas), etc.

Alguns insetos têm importância médica por atuarem como vetores ou transmissores de doenças infecto-contagiosas como a malária, a doença do sono, o mal de Chagas, a febre amarela, a dengue, a filariose, a leishmaniose, etc. as moscas berneiras, na fase de larva, parasitam a pele de mamíferos, causando a berne ou bicheira.

Crustáceos: Seres aquáticos, com exceção do tatuzinho. Podem apresentar uma crosta calcária. O corpo se divide em cefalotórax e abdome, na grande maioria.

Apresentam dois pares de antenas; olhos pedunculados em alguns e sésseis em outros; um par de mandíbulas; cinco pares de patas ambulacrárias no cefalotórax (decápodos) e número variável de patas natatoriais no abdome. Geralmente utilizados na alimentação humana. São exemplos: o camarão, a lagosta, o siri, etc.

Quilópodos e Diplópodos: Seres terrestres. Corpo cilíndrico, vermiforme, longo; com cabeça e tronco segmentado em muitos anéis. Um par de antenas.

Os quilópodos (lacraia) têm um par de patas em cada anel, onde o primeiro serve para injetar veneno.

Os diplópodos (embuá ou piolho-de-cobra) possuem dois pares de patas por anel.

Filo Mollusca (moluscos)

Animais de corpo mole, podem ser aquáticos (maioria) ou terrestres.
O corpo apresenta simetria bilateral e às vezes é protegido por uma concha calcária; são constituídos de cabeça, pé e massa visceral.
Na cabeça se encontram os órgãos dos sentidos: olhos, tentáculos táteis e receptores de gosto e olfato.
A massa visceral é o conjunto de órgãos destinados à digestão, respiração, circulação, excreção e reprodução.
O pé é especializado para a locomoção, fixação e escavação.
O corpo é envolvido por uma prega dorsal da epiderme, o manto, que secreta a concha, a qual funciona como esqueleto.
O sistema digestivo é completo.
A circulação é aberta.
A respiração pode ser branquial, cutânea (lesmas) ou ?pulmonar? (caracóis).
O sistema nervoso é ganglionar.
A reprodução é sexuada por fecundação externa (pelecípodos) ou interna (cefalópodos e gastrópodos).

As principais classes são: os gastrópodos, pelecípodos e cefalópodos.

Os gastrópodos, conhecidos como caramujos, caracóis e lesmas, possuem concha univalva (exceto a lesma), dois pares de tentáculos (um olfativo e um com olhos), corpo dividido em cabeça, massa visceral (com manto) e pé. Possuem rádula, língua áspera com dentes quitinosos, que raspa os alimentos.

Os pelecípodos são as ostras, mexilhões, mariscos e outros. Possuem concha bivalva, cabeça pouco distinta da massa visceral e pé em forma de lâmina de machado.

São geralmente fixo às pedras do fundo através do bisso (estruturas produzidas por glândulas do pé). Algumas espécies produzem pérolas.

Os cefalópodos são exclusivamente marinhos e desprovidos de concha (exceto o Nautilus e a fêmea do Argonauta). Abrangem o polvo, a lula, o nautilus e o argonauta.

Apresentam tentáculos com um bico córneo no centro (boca) para triturar os alimentos. Algumas espécies possuem uma bolsa com tinta (nanquim ou sépia) usada como defesa.

Filo Echinodermata (equinodermos)

Exclusivamente marinhos.
Simetria radial no adulto e bilateral na larva.
Dotados de endoesqueleto calcário com projeções espinhosas, recoberto por uma epiderme fina.
O sistema digestivo é completo, com boca ventral e orifício dorsal.
Podem ser carnívoros e predadores ou herbívoros e detritívoros.
A respiração é branquial.
A reprodução é sexuada, com fecundação externa e desenvolvimento por metamorfose. Apresentam capacidade de regeneração.
Possuem um sistema aqüífero, substituto do sistema circulatório, e que também ativa os pés ambulacrários, pequeninas formações na base desses animais que lhes permite o deslocamento sobre o funda do mar sem movimentar os braços.

Os principais representantes são: as estrelas-do-mar, pepinos-do-mar, ouriços-do-mar e lírios-do-mar.

Filo Chordata (cordados)

São os mais evoluídos.
Apresentam um eixo de sustentação dorsal, a notocorda.
O sistema respiratório é derivado da faringe (fenda branquiais).
O tubo nervoso é único e dorsal.
A circulação é fechada e o sangue possui hemoglobina em quase todas as espécies, o coração é ventral.
O tubo digestivo é completo e com glândulas anexas.
Possuem cauda na fase embrionária, podendo permanecer no adulto.

Dividem-se em subfilos: Protochordata (hemicordados, urocordados e cefalocordados) e Vertebrata.

Protocordados: Hemicordados: São longos, vermiformes e marinhos. Ex.: balanoglosso.
Urocordados ou tunicados:
Seu representante é a ascídia, animal fixo, globoso, geralmente colonial, sem cauda e sem notocorda. Na fase larvar é móvel, com cauda e notocorda. São marinhos.
Cefalocordados:
Seu representante é o anfioxo. Animal que lembra um peixe pequeno sem nadadeiras pares. É marinho e apresenta fendas branquiais e notocorda durante toda a vida.
Vertebrados ou Eucordados:
Possuem notocorda na fase embrionária, na fase adulta ela é substituída pela coluna vertebral (vértebras ósseas ou cartilaginosas) que serve de eixo de suporte do corpo. Possuem caixa craniana envolvendo os órgãos do sistema nervoso central que é bem desenvolvido.

O subfilo está dividido em seis classes: Cyclostomata, Pisces, Amphibia, Reptilia, Aves e Mammalia.

Os ciclóstomos são cartilaginosos; sem mandíbulas e sem nadadeiras pares nem escamas; boca circular em ventosa; sete fendas branquiais; ectoparasitas de peixes. Seu representante é a lampréia.

Peixes: Seres exclusivamente aquáticos; com cinco fendas branquiais persistentes, com paredes ramificadas (brânquias); nadadeiras. Pecilotermos. Circulação fechada simples e coração com duas cavidades.

Linha lateral que percebe as vibrações e pressão da água. Excreção por rins. Reprodução sexuada, fecundação interna (ovovivíparos e vivíparos) ou externa (ovíparos), larva chamada de alevino.

Os condrícties são cartilaginosos. Têm nadadeiras pares e ímpares; não possuem bexiga natatória; a boca é ventral e as fendas branquiais são descobertas. Predominantemente vivíparos.

Possuem cloaca e intestino com válvula espiral. São os tubarões e as arraias.

Os osteícties (maioria) são ósseos. Têm nadadeiras pares e ímpares e escamas; possuem bexiga natatória; a boca é anterior e as fendas branquiais são protegidas pelo opérculo. A bexiga natatória funciona como pulmão em alguns casos (pirambóia). Predominantemente ovíparos. São exemplos o cavalo-marinho, o poraquê, a enguia, o bacalhau, a piranha, o pirarucu, a piaba, o tilápia, etc.

Anfíbios: Nascem na água e tornam-se terrestres. Possuem brânquias na fase larvar (girino) e pulmões na fase adulta. Podem apresentar cauda e patas na fase adulta (salamandras), só patas (sapo) ou só cauda (cobra-cega). O esqueleto é ósseo. A pele é úmida, lisa, com glândulas mucosas e cromatóforos (células pigmentadas).

O sistema digestivo é completo, apresentando cloaca. Excreção por meio de rins. Reprodução sexuada com fecundação externa; são ovíparos e sofrem metamorfose.

Possuem respiração cutânea intensa para compensar a respiração pulmonar precária. São pecilotermos. A circulação é fechada, dupla e incompleta, o coração tem três cavidades. O sistema nervoso apresenta encéfalo, medula e nervos cranianos.

Répteis: São terrestres ou aquáticos, mas só se reproduzem na terra. Movimentam-se por rastejamento. A reprodução é sexuada com fecundação interna, põem ovos com casca calcária e o embrião apresenta alantóide e bolsa de água (âmnio, o que evita a desidratação). O sistema digestivo é completo, com cloaca.

A pele é seca e impermeável (queratinosa), desprovida de glândulas; com escamas, carapaças ou placas. Alguns realizam mudas periódicas do tegumento. São pecilotermos. A circulação é fechada dupla e incompleta, o coração tem três cavidades (exceto nos crocodilianos). Os pulmões são bem eficientes. O sistema nervoso se divide em encéfalo, medula e nervos cranianos. A excreção é feita por meio de rins bem desenvolvidos.

As ordens mais comuns são: ofídios, lacertílios, quelônios e crocodilianos.

Os ofídios abrangem as cobras e serpentes. Alguns possuem dentes especiais que injetam um veneno produzido pelas glândulas salivares.
Os lacertílios ou sáurios são os lagartos. Não são peçonhentos, com exceção do monstro de Gila, do golfo do México, e do dragão de Komodo, da Indonésia.
Os quelônios compreendem as tartarugas (marinhas), cágados (dulcícolas) e jabutis (terrestres).
Os crocodilianos são os mais desenvolvidos. Compreendem os jacarés (Brasil) e crocodilos (América do Norte, África e Ásia).

Aves: Seres adaptados ao vôo; com esqueleto ósseo leve e reforçado, ossos pneumáticos ligados aos sacos aéreos dos pulmões. Pele seca (escamosa nos membros posteriores) e coberta de penas.

Na cauda possuem glândulas uropigeanas que secretam gordura para lubrificar as penas. Olhos com membrana nictante.

Quatro membros (os anteriores em forma de asa); homotermos (temperatura constante). Circulação fechada, dupla e completa (coração com quatro cavidades).

O bico córneo é adaptado a vários tipos de alimentos. Sistema digestivo completo e terminado em cloaca. Excreção por rins. Sistema nervoso com encéfalo, medula e nervos cranianos.

Sexos separados com acentuado dimorfismo sexual. Reprodução sexuada com fecundação interna; todos ovíparos; incubam os ovos e cuidam da prole.

Erroneamente chamados de pássaros, tal denominação pertence apenas à ordem passeriforme (sabiá, canário, pardal, etc). Os pingüins, emas, avestruzes, e outros não conseguem voar.

Mamíferos: São os mais evoluídos; estão adaptados à vida aquática, aérea, subterrânea e, principalmente, terrestre. A cobertura de pêlos, a gordura e o coração eficiente garantem a homotermia.

O sistema nervoso é muito desenvolvido com encéfalo, medula e nervos cranianos.

Reprodução sexuada com fecundação interna (vivíparos e com útero – exceto os monotremados); placentários (exceto os monotremados e marsupiais); e grande proteção à prole. Glândulas mamárias, sebáceas, sudoríparas, etc. Endoesqueleto ósseo. Sistema digestivo completo, com glândulas anexas, terminado no orifício retal (exceto nos monotremados). Pele queratinizada coberta de pêlos.

Excreção por rins. Respiração pulmonar auxiliada pelo músculo diafragma. Circulação fechada, dupla e completa (coração com quatro cavidades), hemácias anucleadas.

Formam um grupo muito heterogêneo quanto ao tamanho, forma do corpo e hábitat.

O homem, o canguru, a baleia, o hipopótamo, o porco, o morcego, a preguiça, o rato, o coelho, o gato, o leão e o macaco são exemplos de mamíferos. Os monotremados, ornitorrinco e éqüidna põem ovos, embora amamentem os filhotes.

Diversidade dos Seres Vivos – Organismos

Todo organismo planta ou animal é único em si mesmo.

Existe uma grande diversidade na flora (plantas) e fauna (animais) no mundo.

A diversidade que vemos hoje é o resultado de 3,5 bilhões de anos de evolução orgânica.

Durante o curso desta evolução várias espécies desapareceram da superfície da Terra e tornou-se extinta.

Estima-se que mais de cinquenta vezes das espécies existentes foram extintos.

Com um grande número de organismos, tais – vivos e extintos, torna-se impossível estudar cada um deles a nível individual.

Esta tarefa de estudar a diversidade de organismos vivos pode ser feita mais fácil e mais eficaz se os vários organismos estivessem dispostos de uma maneira ordenada.

Nomenclatura

Carl Linnaeus, pai da botânica moderna, foi um naturalista sueco que lançou as bases da classificação moderna e nomenclatura em 1758 ele desenvolveu um sistema binomial de nomenclatura (sistema de nomes), em que um organismo é dada dois nomes:

Um nome genérico (nome do gênero) que compartilha com outros organismos estreitamente relacionados, que tem características semelhantes o suficiente para colocá-los no mesmo grupo.
Um nome específico (nome da espécie), o que distingue o organismo de todas as outras espécies. Nenhum outro organismo pode ter a mesma combinação de género e espécie.

O nome científico derivada usando o sistema de nomenclatura é seguido em todo o mundo como eles são guiados por um conjunto de regras estabelecidas no Código Internacional de Nomenclatura.

As diferenças entre plantas e animais e Células

Plantas Animais
Parede celular de celulose
envolve a membrana celular

Parede celular é ausente em células animais

Plastídios estão presentes
especialmente um pigmento
verde chamado clorofila

A clorofila está ausente em células animais

Vacúolos grandes contendo seiva
celular estão presentes em
células vegetais

Vacúolos são geralmente ausentes

A maioria das plantas não
apresentam movimento
de locomoção

A maioria dos animais apresentam
movimento de locomoção

Continuar crescendo através de
fora a sua vida e estão localizadas
no meristema apical

Crescimento pára após a maturação, mas as
células do corpo são substituídos periodicamente.
O crescimento é uniforme e proporcional

Fabricação seu próprio alimento
por fotossíntese

Não pode fazer a sua própria comida.
Eles dependem direta ou indiretamente das plantas
para a sua alimentação

Órgãos dos sentidos e ausente do
sistema nervoso

Bem – desenvolvido sistema nervoso

Fonte: www.tutorvista.com/clickbios.vilabol.uol.com.br/www.conhecimentosgerais.com.br

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