Corrida Pelo Domínio Nuclear

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Primeiro, Hitler anexou a Áustria e ninguém disse nada. Mais uns territórios e depois a Polônia, dividindo-a com a União Soviética. Depois invadiu a França e bombardeou a Inglaterra esperando que se rendesse. Avançou sobre a União Soviética e desenvolveu novas armas para dominar o mundo e estabelecer o Terceiro Reich.

Corrida Pelo Domínio Nuclear

Movido por Leo Szilard, húngaro que 10 anos antes viu no que poderia dar a união da equação de equivalência entre massa e energia com a radioatividade, Einstein no começo da Segunda Guerra (1939) escreveu uma carta ao então presidente Franklin Roosevelt sugerindo que os EUA fabricasse a bomba antes que a Alemanha nazista o fizesse, mencionando que os alemães estavam tentando purificar o U235.

Logo depois, 12/10/1939, os Estados Unidos empreendeu um projeto de mais de 6 anos que consumiu US$ 1,8 bilhão (agosto de 1945/valor atualizado após 50 anos – US$ 20 bilhões) e 150 mil pessoas envolvidas.

Após o domínio da reação de fissão, um dia antes do ataque japonês a Pearl Harbor é que a decisão foi tomada em em 06.12.1941, fornecer suporte financeiro e técnico para construir uma bomba.

A primeira reunião foi realizada em 18.12.1941 com o grupo que tinha o nome-código S-1 (Section One/Office of Scientific Research and Development).

Em 1942 a direção do projeto foi transferida para o Comitê de Política Militar composto pelo brigadeiro general Wilhelm D. Styer, almte. W.R. Purnell, brigadeiro general Leslie Richard Groves, dr. Vannevar Bush e dr. James Conant, sob a supervisão do Army Corps of Engineers, Brehom Somervell.

Depois de 13.08.1942 o projeto passou a ser conhecido como Manhattan Engineer District ou Manhattan Project.

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A comandar o projeto estava o general Leslie Groves, do Army Corps of Engineers. O processo mais importante, no entanto, acontecia na Universidade de Chicago, em Stagg Field, que culminou com uma reação controlada por Enrico Fermi (02.12.1942).

Antes de mais nada, teriam que desenvolver o programa de enriquecimento de urânio para depois confeccionarem um artefato militar.

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O local para este processo baseado em difusão gasosa e separação isotópica eletromagnética foi Oak Ridge, no Tennessee, que utilizava a energia elétrica da TVA (Tennessee Valley Authority).

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O processo de extração de U235 começou em Clinton Engineer Works, Oak Ridge, a 32 km de Knoxville, Tenn.

O trabalho começou em 1942. Em 1943, as instalações passaram a se chamar Oak Ridge. Sendo um dos maiores complexos industriais norte-americano, 1.000 famílias foram removidas de suas propriedades.

Daí em diante, foram 27 meses até o teste. Muito menos que os 4 anos avaliados inicialmente. A usina começou a produzir em setembro de 1944. Em Hanford, Estado de Washington, foi produzido a carga necessária de plutônio.

A procura por um local apropriado de teste começou em maio de 1944. Para o teste era necessário um lugar plano, isolado e com bom clima. Não apenas cientistas, mas mulheres e crianças passaram a viver ali.

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Tal local deveria estar à distância razoável de Los Alamos. Oito lugares em quatro estados do oeste foram visitados. Um deles era o Vale de Jornada del Muerto.

Ficava dentro da área da base de Alamogordo no Novo México, sob controle do governo americano. Ao sul de Los Alamos, uma área foi escolhida e denominada secretamente de Trinity.

Nome dado por Oppenheimer devido a um soneto de John Donne:

“Batter my heart, three-personed God: for, you (…)

As yet but knock, breathe, shine, and seek to mend;

That I may rise, and stand, o’erthrow me, and bend

Your force, to break, blow, burn, and make me new.”

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A casa do rancho de George McDonald foi reformada para ser o laboratório de campo. Uma torre pré-fabricada de aço foi levantada no ponto zero do campo de Trinity.

Para acionar a bomba, haviam explosivos e 32 detonadores. A primeira bomba atômica tinha uma potência de 18,6 t de TNT. Enquanto os últimos detalhes eram resolvidos, um B-29 realizava vôos sobre a área de detonação para treinar lançamento e evasão.

A torre de 33 m de altura desapareceu sob o efeito da explosão da volumosa esfera metálica chamada de Gadget (Dispositivo); uma cratera de 400 m de diâmetro foi aberta num milionésimo de segundo, a explosão foi ouvida a mais de 300 km de distância.

Dentro dela, surgiu um material verde e transparente de quase 1 km de diâmetro, resultado da fundição dos minerais. A substância foi chamada trinitita, em referência ao ponto do deserto onde ocorreu a explosão. Alguns juraram que o sol raiou duas vezes naquele dia.

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Muitos cientistas após o teste em Trinity firmaram um abaixo-assinado pedindo o engavetamento do projeto, como Niels Bohr, Joseph Rotblat. (Durante a II Guerra Mundial, Rotblat trabalhou no projeto na Universidade de Liverpool, depois foi transferido para Los Alamos.

Quando ficou claro que os alemães não estavam produzindo a bomba, retirou-se do projeto e foi o único a fazer isso antes que a arma fosse testada. Desde então, dedicou-se à Não-Proliferação de Armas Nucleares.) O documento ficou conhecido como Frank Report.

Einstein se retirou do projeto dizendo se opor ao uso bélico da energia nuclear. Várias empresas privadas estiveram envolvidas no desenvolvimento desta tecnologia e a saúde de trabalhadores e o meio-ambiente não estavam entre as prioridades.

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Em 1944, quando os aliados já haviam tomado a maioria dos territórios ocupados pelos nazistas, descobriram-se documentos que mostravam que os alemães tentaram realmente construir a bomba, mas tomaram o rumo errado em suas pesquisas.

Três horas após o teste no deserto, o navio Indianapolis deixou o porto de San Francisco com destino ao arquipélago das Marianas, carregando outro exemplar da bomba.

O secretário da Guerra, Henry Stimson vai ao encontro de Truman e seu secretário de Estado James Byrnes que estavam em Potsdam para reunirem-se com Churchill e Stalin.

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Stimson comunicou o feito obtido e buscou o uso diplomático da bomba, enquanto Byrnes preferiu o lançamento da bomba para desestimular os russos e obter a rendição incondicional dos japoneses.

Quando a bomba dos EUA foi testada, a Segunda Guerra já estava encerrada na Europa, e o conflito se restringia ao Pacífico (os EUA contra o Japão). O campo de provas foi transferido do deserto do Novo México para o arquipélago do Japão com a autorização do presidente Harry Truman, sucessor de Roosevelt, em 24 de julho de 1945. (Declaração oficial do Governo americano).

Assim, o mundo tomou conhecimento de uma nova arma originada nos laboratórios de pesquisa nuclear, que abriu caminho para outras pesquisas.”Little Boy” (Garotinho) foi lançada sobre Hiroshima (06.08.1945) e “Fat Man” (Gordo) em Nagasaki (09.08.1945).

Los Alamos também conviveu com a espionagem e a transferência de informações. Julius e Ethel Rosenberg foram sentenciados à morte (21.06.1953) por passarem aos soviéticos informações obtidas através de um cunhado que trabalhava como segurança no Projeto.

No cinema, em filmes de ficção quase tudo era “nuclear” ou “atômico”. Batman e Robin conviviam normalmente com o batreator da batcaverna e não havia barreiras de aço ou concreto. Milhares de filmes de espionagem, ameaça nuclear e destruição exploraram o assunto.

A ficção era calcada na realidade: as malas 007 transportadas por ajudantes do presidente norte-americano e que com os códigos de acesso podem acionar o lançamento de mísseis nucleares contra alvos transcontinentais, de onde quer que o presidente se encontre e começar uma destruição suicida, além do avião Air Force One, uma Casa Branca voadora e da nova tentativa de construir um escudo espacial contra mísseis inimigos, que desde o governo Reagan ficou conhecido como “Guerra nas Estrelas”.

A guerra de informações e contra-informações deu início ao período chamado de “Guerra Fria”, que se estendeu até o fim da União Soviética em 1991. Com seu esfacelamento, os Estados Independentes não tinham orçamento e capacidade para rivalizar com os EUA.

Em 25.07.1946 os Estados Unidos fizeram mais um teste atômico. Desta vez, a área escolhida para o lançamento da bomba foi o Atol de Bikini, no Pacífico.

A sensação causada pela explosão foi tanta que a criação do estilista francês Jacques Heim, que lançara pouco antes uma roupa de banho com duas peças batizada de átomo, trocou de nome. Apesar de a palavra átomo ser apropriada para descrever a minúscula vestimenta, o termo biquíni fez justiça ao poder de detonação da libido da roupa: uma explosão só comparável com a realizada no atol do Pacífico.

No Largo da Carioca, no Centro do Rio de Janeiro, pode-se comprar numa banca o “guaraná atômico”: uma mistura de ervas com guaraná, catuaba, marapuama e outras mais para resolver o problema de impotência sexual. Se resolvesse, se atômico fosse, pelo menos seria um garanhão estéril.

Antes do fim de 1949 a URSS já testava seu artefato nuclear. A energia nuclear chegava também ao cinema em filmes de ficção e pra fazer sucesso tinha que ter alguma coisa atômica. Julius Oppenheimer, mais tarde foi alvo de investigação. Pairavam dúvidas sobre seu comportamento político e se transferiu informações secretas para os soviéticos.

Fonte: www.energiatomica.hpg.ig.com.br

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