Fernão de Magalhães

Fernão de Magalhães – Vida

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Fernão de Magalhães liderou a primeira viagem europeia de descoberta para circunavegar o globo.

Fernão de Magalhães nasceu em Portugal, por volta de 1480.

Quando menino, ele estudou confecção de mapas e navegação.

Por volta de seus 20 anos, ele estava navegando em grandes frotas e estava envolvido em combate.

Em 1519, com o apoio do rei Carlos V de Espanha, Magalhães partiu em busca de uma melhor rota para as Ilhas das Especiarias.

Ele montou uma frota de navios que, apesar de enormes reveses e morte de Magalhães, circumnavigated o mundo em uma única viagem.

Fernão de Magalhães navegador e explorador Português, que navegava sob as bandeiras de Portugal (1505-1513) e Espanha (1519-1521).

Da Espanha navegou pela América do Sul, descobrindo o Estreito de Magalhães, e do outro lado do Pacífico.

Embora ele foi morto nas Filipinas, um de seus navios continuou para o oeste da Espanha, realizando a primeira circunavegação da Terra. A viagem foi encerrado com sucesso pelo navegador basco Juan Sebastián del Cano.

Fernão de Magalhães – Navegador

Fernão de Magalhães
Fernão de Magalhães

Com a sua viagem à volta do mundo, Fernão de Magalhães provou que a terra era redonda. Este homem sem medo participou em diversas batalhas no Oriente.

Devido a boatos na corte, D. Manuel dispensou os seus serviços.

Fernão de Magalhães partiu para Sevilha, onde apresentou os seus serviços ao imperador Carlos V. Iniciou em 1519 a sua viagem de circum-navegação do globo. Nunca chegou a terminá-la.

Morreu em combate nas Filipinas.

Foi ele quem deu o nome ao maior oceano do mundo: o Pacífico. Foi “uma empresa decisiva na história mundial”, diz o historiador Luís Adão da Fonseca.

A vida de Fernão de Magalhães dava um filme. A sua personalidade forte e temerária colocava-o sempre no centro da ação. Um homem que “agia para conseguir os seus objetivos”, afirma o tenente Gonçalves Neves, investigador do Museu de Marinha.

Era um romântico pragmático. As suas estratégias eram preparadas como passos de dança.

Fernão de Magalhães dominava, como poucos, as técnicas de navegação.

Isso levou-o a projetar uma viagem espantosa, que respondeu à grande questão da época: saber se a terra era esférica ou não.

Numa altura em que todos tinham medo do oceano – medo, afinal, do que não se conhece, do que não se entende – Fernão de Magalhães avançou com a determinação obstinada de quem descobriu a sua missão.

Fernão de Magalhães é, no entanto, uma figura mal amada. Nunca lhe perdoaram o fato de ter servido o imperador Carlos V, que também era rei de Espanha, depois de ter sido dispensado pelo português D. Manuel. “Não foi por culpa dele, mas de quem não acreditou nele”, declara a escritora Alice Vieira. Magalhães foi, também por isto, um sobrevivente crônico. Demonstrou tenacidade extraordinária.

Fernão de Magalhães terá nascido em Trás-os-Montes no ano de 1480. Pertencia a uma família da baixa nobreza. A sua educação foi orientada para uma carreira militar, estudou navegação em Lisboa e com 25 anos embarcou para a Índia. Em 1511, tomou parte na conquista de Malaca. “Estava constantemente em ação”, conta Gonçalves Neves.

Regressou a Lisboa em 1513, quando lhe foi concedida uma pensão pelo rei D. Manuel I. Um ano mais tarde partiu novamente para a guerra, desta vez em Marrocos. Foi ferido e regressou a Portugal.

Foram postos a circular boatos de que terá feito vários negócios com os mouros. Apesar de estas alegações nunca terem sido provadas, Fernão de Magalhães tornou-se indesejado na corte. D. Manuel comunicou-lhe que dispensava os seus serviços.

Desiludido, Fernão de Magalhães partiu para Sevilha. Uma vez chegado à capital da Andaluzia, foi ter com um antigo companheiro de armas, Diogo Barbosa. Contou-lhe a ideia de uma viagem de circum-navegação do planeta, cujo objetivo era chegar às ilhas Molucas, as míticas ilhas das especiarias sem fim.

Diogo Barbosa apresentou o navegador a pessoas influentes que ficaram impressionadas com a argumentação. Uma demonstração do aperfeiçoado estado da ciência náutica portuguesa. Para o tenente Gonçalves Neves, “Fernão de Magalhães representa a exportação do saber português”.

O projeto foi apresentado ao imperador Carlos V, que depressa percebeu que poderia contornar o Tratado de Tordesilhas e dominar o comércio nas ilhas das especiarias. Acatou a ideia e nomeou Magalhães almirante da frota, decisão que foi mal recebida pelos comandantes castelhanos. Coube a Magalhães “organizar a autoridade política e militar dentro das frotas”, explica Luís Adão da Fonseca, vice-reitor da Universidade Lusíada.

A frota içou as velas no dia 10 de Agosto de 1519. Levava cerca de 250 tripulantes, de várias nacionalidades. O rei de Portugal não ficou de braços cruzados e enviou duas esquadras com ordens para interceptar Magalhães. Em vão.

Fernão de Magalhães apontou para sul e percorreu a costa africana. Uma vez chegado ao largo da Guiné, tomou os ventos em direção ao Brasil. Um segredo de navegação que os espanhóis desconheciam. No decorrer da travessia do Atlântico, os comandantes espanhóis decidiram contestar a navegação.

Fernão de Magalhães deu ordem de prisão a um deles. Chegou em 13 de Dezembro de 1519 à baía de Guanabara, onde permaneceu 13 dias.

Em Janeiro, a frota entrou numa larga enseada. De início, pensou que seria a passagem para o outro lado do continente sul-americano. Após semanas de pesquisa, concluiu que se tratava apenas de uma vasta enseada a que se irá dar o nome de rio da Prata.

Esta busca infrutífera foi motivo para mais um motim, por parte de dois comandantes espanhóis. Um dos comandantes foi morto e o outro abandonado à sua sorte, na Patagônia. Mesmo “não conhecendo nada, não sabendo o que era o mundo”, de acordo com as palavras do jornalista Gonçalo Cadilhe, Fernão de Magalhães nunca perdeu a determinação.

A passagem para o Pacífico foi encontrada em 24 de Agosto de 1520. Tinha cerca de 600 km de comprimento.

Fernão de Magalhães deu-lhe o nome de estreito de Todos os Santos. Hoje é denominado estreito de Magalhães.

A frota encontrava-se em situação crítica. O escorbuto espalhava-se pela tripulação. A comida e a água apodreciam. O desastre parecia iminente, quando foi avistada uma ilha. A equipa pôde saciar a fome e os mantimentos foram repostos. Fernão de Magalhães estava num oceano desconhecido.

Como o tempo esteve calmo durante a travessia, decidiu chamar-lhe “Pacífico”. Semanas mais tarde, avistaram outra ilha. Fernão de Magalhães pensava que se tratava das Molucas, mas estava enganado. Tinha acabado de descobrir o arquipélago das Filipinas. Aproveitou a ocasião para fazer alguma diplomacia em nome do rei de Espanha.

A sorte abandonou-o quando desembarcou em Mactan: foi morto em combate. A primeira viagem marítima em redor do globo terrestre foi concluída em 1522, por Sebastião de El Cano, um dos seus capitães.

O fato de Fernão de Magalhães ter concretizado a sua odisseia ao serviço de um rei espanhol não lhe retira o mérito. Pelo contrário. É admirável que tenha conseguido montar uma expedição desta envergadura num país que não era o dele. “Fernão de Magalhães representa um grupo de homens que saíram de Portugal e projetaram o seu saber para fora das fronteiras”, diz Gonçalves Neves.

E nunca deixou de ser português. Foi graças a ele que Portugal esteve no início da globalização.

Fernão de Magalhães – Descobridor

Fernão de Magalhães
Fernão de Magalhães, pintura, 1970

Quando da sentença do Papa Alexandre Vi em 1493 que dividiu o mundo a descobrir entre Dom João II e os reis de Castela, e nesta divisão coube a Espanha a América Central e setentrional por ter descoberto as mesmas, e a Portugal a Índias onde os seus navios chegaram ao seguirem pelo pacifico e cruzarem os mares do oriente para além de Malaca pelas Molucas.

Fernão de Magalhães que nasceu por volta de 1480 tinha o pensamento de chegar a Índia pelo lado oposto rodeando a América da mesma maneira que Vasco da Gama fizera com à África, e em 1505 ele embarcou como soldado na armada de Dom Francisco de Almeida primeiro Vice-rei da Índia e no ano de 1508 novamente se alistou em uma esquadra para fazer saque no oriente e no ano de 1509 sob as ordens de Diogo Lopes de Sequeira na viagem que tentou conquistar Malaca e no ano de 1514 esteve com Albuquerque quando o mesmo conquistou Malaca

E ao retornar a Portugal, Fernão de Magalhães obteve um lugar na corte devido aos seus serviços prestados, e ao se alistar na expedição de Dom Jaime de Bragança a Marrocos onde participou com grande galhardia ao cerco de Azamar.

Ao retornar ao reino com a esperança de ser reconhecido pelos seus atos, ele encontrou uma grande indiferença da corte, por este motivo Fernão de Magalhães que tinha em mente o seu projeto com bases em estudos realizados através de informações prestada por Faleiro que era um grande nome na astrologia e cosmografia e em outras ciências humanas que vivia em Covilhã e através do seu amigo Francisco Serrão que se correspondia com Magalhães de Ternate dando-lhe indicações geográfica sobre as Molucas através de mapas, e as circunstancias da forma comum às metades austrais do continente já conhecidos, acabou levando a Fernão de Magalhães a supor que a América se adelgaria num cabo como o de Moluca.

E devido ao fato de Portugal ter repelido e desprezado aquele que dera seis anos de briosos serviços ao reino, acabou levando a Fernão de Magalhães a um grande descontentamento, e para conquistar a liberdade ele chegou a Sevilha em Outubro de 1517 na época em que chegava as Astúrias o jovem Rei Carlos I, futuro imperador da Alemanha, em cujas coroas se reuniriam a Espanha e grande parte da Europa com o domínio de quase toda a América.

De imediato ele percebeu o alcance do projeto de Fernão de Magalhães que junto com Faleiro se dirigiu para Valhadolid onde obteve a proteção do sevilhano Aranda e do bispo de Burgos que abriram as portas da corte espanhola para a negociação do projeto de Fernão de Magalhães.

E após o termino das negociações foi assinado o contrato em 22 de Março de 1518 para a realização da expedição que partiu com seus navios em 10 de Agosto do porto de Sevilha para São Lucas de Barrameda de onde em 20 de Setembro se afastaram com destino as Ilhas Canárias de onde partiram para o sul em 3 de Outubro.

E logo no inicio da viagem ocorreu o primeiro conflito entre Fernão de Magalhães e o adjunto castelhano Cartagena que acabou sendo amarrado ao cepo no navio Trindade e no dia 13 de Dezembro a expedição entrou na baia do Rio de Janeiro de onde prosseguiu viagem para o sul ao longo da costa americana até o Rio da Prata onde entraram em 10 de Janeiro de 1520, e após explorarem o vasto estuário das águas continental sul americanas Fernão de Magalhães fez-se de novo ao mar em 14 de Fevereiro explorando as consta reconhecendo todos os cabos e baias em demanda do estreito em meio a um tempo frigido que o fez entrar em 31 de Março no porto de São Julião onde ocorreu uma nova conspiração na noite de 1 de Abril

Quando Quesada que tinha a responsabilidade de manter Cartagena preso acabou aderindo a revolta e soltou o castelhano que junto à guarnição assaltou e prendeu o Capitão Álvaro de Mesquita e apunhalou o mestre do navio Santo Antonio e partiu para tomar o navio Vitória onde havia sido morto Luis de Mendonça que era o tesoureiro de toda a armada.

Os revoltosos que queriam levar Fernão de Magalhães preso para Castela mantinham o controle sobre os três navios no momento que o Capitão Fernão de Magalhães resolveu mandar o meirinho mor Espinosa em um batel com um certo número de homem até a nau Vitória para cobrar a libertação das naus apreendidas, porém em virtude do assassinato a punhalada do meirinho mor, Fernão de Magalhães mandou Duarte Barbosa com destino a nau Vitória para degolar e esquartejar Gaspar de Quexada e se apoderar da nau, enquanto isto as naus Conceição e Santo Antonio tentavam fugir, porém Fernão de Magalhães em rápida manobra fechou a entrada do porto e varou as mesmas com seu fogo de artilharia e os abordou com grande crueldade para abafar a revolta.

Após reparar os navios, Fernão de Magalhães ordenou que Serrão a bordo da nau São Tiago saísse para o sul em reconhecimento da costa através do rio Santa Cruz onde acabou naufragando, e no dia 24 de Agosto Fernão de Magalhães a bordo da nau Trindade ordenou que Mesquita seguisse no comando da nau Santo Antonio, Serrão na nau Conceição e Duarte Barbosa na nau Vitória deixassem o porto de São Julião com destino ao sul até a embocadura do Rio Santa Cruz onde foram obrigados a se abrigarem em virtude dos fortes temporais até o dia 18 de Outubro quando voltaram ao mar com destino a boca do estreito que recebeu o nome de Magalhães em homenagem ao descobridor.

E ao realizar algumas sondagens ao visitar algumas léguas na oca atlântica, Fernão de Magalhães realizou uma breve reunião de conselho a bordo do navio Trindade e comunicou a decisão de baixar ate setenta e cinco graus e rumar a leste e demandar as Molucas pelo caminho da Índia ou dar por consumada a descoberta, e na oportunidade o piloto português Gomes alegou o mau estado das naus e a falta de mantimentos para a viagem e ressaltou que, mas de que valiam as opiniões prudentes para a audácia forte do capitão, então Fernão de Magalhães respondeu-lhe que se havia de prosseguir, ainda que não houvesse nada para comer, em vista dos fatos o piloto Gomes subjugou o capitão do navio Santo Antonio e fugiu para a Espanha aonde chegou em 6 de Maio de 1521 em Sevilha e se dirigiu e relatou os acontecimentos aos oficiais da casa de contratação que procederam da mesma forma como agiram com Albuquerque na Índia quando condenaram o herói. Logo após a fuga do navio Santo Antonio.

Fernão de Magalhães com a sua determinação de conquistar a passagem entre os dois mares, penetrou na solidão do estreito agitado pelos bramidos do mar e ensombrado pelo alcantilado das margens, e sóbrio como o seu próprio destino Fernão de Magalhães não cedeu pelas más condições de navegação nem pela escassez de alimento, e nem pelo rastro de cadáveres que deixava no mar, pois seguia direto ao encontro de um oceano em bonança que foi chamado de Pacifico par conquistar o estreito em 27 de Novembro, quando seguiu para oeste com os seus três navios que reatavam da armada em demanda das Molucas

Impelidos por um vento favorável que parecia uma ironia da natureza, pois era a monção da morte para o herói Fernão de Magalhães e para os seus melhores companheiros que findaram os seus dias em luta com os selvagens nas Filipinas.

E Sebastião Del Cano um dos últimos companheiros heróicos da extraordinária expedição de Fernão de Magalhães, e que coube a façanha de terminar a jornada de circunavegação do globo que comprovou definitivamente que a terra era redonda e de comunicar a façanha da expedição as côrtes da Espanha.

Fernão de Magalhães – Biografia

Nascimento: 1480, Sabrosa, Portugal.

Falecimento: 27 de abril de 1521, Mactan, Filipinas.

Fernão de Magalhães
Fernão de Magalhães, detalhe de uma pintura de um artista desconhecido; na Galeria Uffizi, Florença

Navegador português nascido na região portuguesa de Trás-os-Montes, descobridor do estreito que leva seu nome, no extremo meridional da América do Sul, entre os oceanos Atlântico e Pacífico, em cuja expedição realizou a primeira viagem de circunavegação do globo, embora tenha morrido antes de completar a façanha.

De origem nobre, teve sua primeira experiência quando participou da expedição de Francisco de Almeida, primeiro vice-rei português do Extremo Oriente, que se empenhava em conter o poderio muçulmano na África e na Índia (1505).

Esteve na costa de Moçambique (1506-1507), na Índia (1508-1512), onde participou da tomada da cidade de Malaca (1511), ponto estratégico para as ambições portuguesas na Ásia. Voltou a Portugal (1512) e participou da tomada a cidade Azamor, no Marrocos.

Um ferimento de guerra deixou-lhe coxo (1514) e, diante da negativa do rei Manuel I de Portugal em idenizá-lo, mudou-se para a Espanha (1516).

Em Sevilha (1517) ofereceu-se para trabalhar para o rei Carlos I, futuro imperador Carlos V do Sacro Império Romano-Germânico.

Como o caminho pelo cabo da Boa Esperança estava dentro do domínio português, segundo o Tratado de Tordesilhas, propôs ao rei decobrir uma passagem que ligasse os oceanos Atlântico e Pacífico, através da América, permitindo alcançar às ilhas Molucas, no Pacífico sul, ricas em especiarias.

A proposta foi aceita e a expedição começou a se preparar no porto de Sevilha (1518).

A missão partiu de Sanlúcar de Barrameda (1519) com cinco naus da coroa espanhola: Trinidad, nau capitânia de Magalhães, San Antonio, Concepción, Santiago e Victoria e 270 homens.

Antes de atingir o cabo Vírgenes, no sul do continente, e entrar naquele que seria conhecido como estreito de Magalhães (1520), por duas vezes pensaram ter encontrado essa passagem quando penetraram na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro (1519) e no estuário do Prata (1520).

Conta-se que nesta ocasião houve um motim, que o navegador sufocou sem piedade, executando o capitão de um navio e deixando outro em terra, abandonado própria sorte.

Em outubro do mesmo ano, a expedição deu a volta ao cabo Vírgenes, no sul do continente, e entrou por fim naquele que logo seria conhecido como estreito de Magalhães. Com a tripulação sofrendo de escorbuto, sem água potável e se alimentando de bolachas, iniciou-se a grande travessia do Pacífico.

Após cerca de 100 dias de travessia alcançaram, já em janeiro do ano seguinte, o arquipélago de Tuamotu, e dois meses após, Guam, uma das ilhas Marianas, onde se reabasteceram.

Depois seguiram para as futuras Filipinas, onde dois meses depois, em 27 de abril, na ilha de Mactan, o navegador foi morto numa luta com os nativos.

A viagem, porém, não foi interrompida e a expedição prosseguiu sob o comando de Juan Sebastián Elcano.

Com apenas uma única nau remanescente, a Victoria, e 17 homens dos 270 iniciais, a expedição, ou que restou dela, chegou ao porto espanhol de Sevilha (1522), depois de completar a volta ao globo, passando pelo sul da África, demonstrando, na prática, a esfericidade da Terra.

Fernão de Magalhães – Quem foi

Descobridor, guerreiro (1480? – 1521)

Fernão de Magalhães
Fernão de Magalhães

QUANDO TUDO ACONTECEU…

1480: Data provável do nascimento de Fernão de Magalhães, talvez em Trás-os-Montes.
1505:
 Parte para a Índia na armada de D. Francisco de Almeida.
1509: 
Sob o comando de Lopes Sequeira participa na desastrada expedição a Malaca; faz grande amizade com Francisco Serrão.
1511:
 Participa, sob o comando de Afonso de Albuquerque, na conquista de Malaca.
1513: 
Regressa a Lisboa.
1514:
 É ferido em combate, em Azamor (Marrocos); novamente em Lisboa, D. Manuel recusa-lhe aumento de tença.
1517:
 Dirige-se a Sevilha para apresentar a Carlos V o seu plano de alcançar as Ilhas das Especiarias por ocidente .
1519:
 Inicia a que será a primeira viagem de circum-navegação; alcança a baía da Guanabara.
1520: 
Alcança a foz do Rio da Prata; faz invernada na baía de S. Julião; domina motim; atravessa o Estreito e desemboca no Pacífico.
1521: 
Descobre a Ilha dos Ladrões; descobre o arquipélago das Filipinas e aí é morto em combate.
1522:
 Sebastian d’Elcano conclui a primeira viagem de circum-navegação.

DE MALACA ÀS MALUCAS

Nas Molucas, Francisco Serrão recebe uma carta de Fernão de Magalhães. E, entretanto, o que está a acontecer no resto do mundo? Consulta a Tábua Cronológica.

Manhã de 1515, Mar de Sonda. Vindo de Malaca, um junco lança ferro no porto de Ternate, uma das ilhas das especiarias. Também chamadas de Malucas (Molucas), pois incertas são ainda as suas coordenadas. O comandante árabe pede audiência ao soberano Quechil Boleif. É portador de uma carta para Serrão, o Vizir. O da pele clara, o cristão, o português…

Há 3 anos Francisco Serrão partira de Malaca em busca das Malucas. Naufragara nas costas de Ternate. Aspirando regressar, com os seus homens pensara construir ou conquistar um barco. Mas abrandado pelos trópicos acabou por desistir da empreitada.

Quechil Boleif nomeou-o Vizir e deu-lhe uma princesa como esposa. E a princesa deu-lhe três filhos, um por ano.

Serrão escreveu carta ao seu amigo Magalhães, assentado em Malaca: Vinde ter comigo, Fernão. Encontrei aqui um novo mundo, mais rico e maior do que o de Vasco da Gama…

Em 1509 Magalhães e Serrão haviam feito amizade a bordo de um dos quatro navios da frota comandada por Lopes Sequeira, o qual tinha por missão abrir negociações com o rei de Malaca, praça que dominava todo o comércio do Oriente. O sultão abriu as portas da cidade à marinhagem.

Magalhães pressentiu a cilada e avisou Lopes Sequeira. Este reagiu, abriu caminho a tiros de bombarda por entre as barcaças malaias que cercavam a sua frota.

Em tempo, pois já começava a matança de portugueses, gritos e correrias pelas ruas da cidade.

Magalhães remou para terra e juntou a sua espada à de Serrão, deu-lhe fuga no seu escaler, amizade confirmada. A frota fez-se ao largo, desaire.

Dois anos mais tarde o revide: Afonso de Albuquerque conquista Malaca. Entre os guerreiros, Magalhães e Serrão.

Só em 1515 chega a Ternate resposta de Magalhães.

Remetida de Lisboa, não de Malaca: Irei a Ternate, mas não pelo caminho usual… Serrão dobra a carta. Saudades muitas. Do amigo, também da língua natal…

APENAS MAIS CEM REAIS…

Fernão de Magalhães
Fernão de Magalhães

Em 1513, em busca de especiarias, diariamente arribam a Lisboa navios mercantes de toda a Europa. Em 1513 o arquiteto Boitaca continua a edificar o Mosteiro dos Jerónimos.

Em 1513 Fernão de Magalhães regressa à capital do Império.

Passou nove anos a batalhar pela Coroa portuguesa em terras do Oriente: Sofala, Cananor, Diu e Malaca.

Das muitas riquezas que conquistou, pouco lhe coube: algumas moedas d’ouro e um escravo pardo que mandou baptizar com o nome de Henrique.

Fidalgo menor, tem porém direito a frequentar o Paço. Pela sua carreira militar também tem direito a pensão. São-lhe atribuídos 1850 reais mensais. Acha pouco. Por isso parte para Marrocos em nova incursão comandada pelo Duque de Bragança.

Em Azamor sofre lançada no joelho que o deixa mutilado. Retorna a Lisboa. Coxeando, em 1514 apresenta-se a Sua Majestade. Exige que a sua tença seja aumentada de 100 reais, apenas mais 100 reais… Há intrigas e El-rei recusa. Magalhães exige depois o comando de uma nau para a Índia. El-rei volta a negar.

Não atende a exigências mas apenas a solicitações.

– Majestade, parecer-vos-á ofensa procurar eu servir a outro monarca católico na esperança de alcançar maiores proventos ?

– Que não, que não ! e El-rei D. Manuel despede aquele guerreiro altivo, sempre vestido de preto, arrogância, solidão, qualquer coisa de tigrino a arrastar a perna por entre as colunas de mármore…

ALCANÇAR O ORIENTE, POR OCIDENTE

Fernão de Magalhães concebe o projeto de alcançar o Oriente, por ocidente. E, entretanto, o que está a acontecer no resto do mundo? Consulta a Tábua Cronológica.

Irei a Ternate, mas não pelo caminho usual…» Magalhães a remoer o projeto inicial de Colombo: se o planeta é uma esfera, pode-se alcançar o Oriente, por Ocidente. Dois irmãos cosmógrafos, Francisco e Rui Faleiro, fazem cálculos, dão-lhe razão.

Rui chega mesmo a garantir-lhe que a sul das Terras de Vera Cruz (Brasil), a cerca de 40 graus de latitude, há passagem do Atlântico para os Mares do Sul, bem a vira cartografada em mapa muito secreto.

E as Malucas estarão dentro da metade do mundo que, pelo Tratado de Tordesilhas, cabe à Coroa de Castela… Faleiro comete dois erros. Não tem meios, ninguém os tem ainda, para detectá-los e corrigi-los. Mas há um plano e há D. Carlos, jovem neto dos Reis Católicos e futuro rei de Espanha. Desobrigado por D. Manuel, em 1517 Magalhães parte para Sevilha.

ENTREVISTA COM CARLOS V

Já conhece os golpes da intriga palaciana, doem mais do que lançadas no joelho. Toma cautelas. Em Sevilha aproxima-se de Diogo Barbosa, também português e velho companheiro de armas no Oriente. Por seu passado e saber, muito respeitado na Casa de Contratación, a Casa del Oceano.

Mais olhando que falando, Fernão corteja Beatriz, a filha do amigo. Ela cede e acabam por casar. Dentro de dois anos dar-lhe-á um filho.

É Diogo Barbosa quem depois apresenta o genro aos conselheiros da Casa de Contratación. Um deles, Aranda, entusiasma-se e quer investir no projeto.

Magalhães chama a Sevilha Rui Faleiro e Aranda marca audiência com o futuro Carlos V. Três negociadores, três tipos de argumentação. A cosmonáutica, por Faleiro. A mercantil, por Aranda. A prática, por Magalhães. Este mostra as cartas de Serrão.

Exibe o escravo Henrique e uma escrava de Sumatra que, entretanto, fizera vir de Lisboa.

Ficam espantados os conselheiros da Coroa, nunca se vira gente assim, em Espanha. D. Carlos deita contas: se conquistar, por Ocidente, as ilhas das especiarias, num repente roubará o grande objetivo da expansão lusitana.

Apadrinha o projeto de Magalhães. Aos dois portugueses garante proventos extraordinários em caso de sucesso. Afronta assim os dignatários da Casa de Contratación, também os comandantes espanhóis que ficarão subordinados a um almirante estrangeiro. Fomenta hostilidades, já divide para reinar…

Magalhães demora mais de um ano a aparelhar as cinco naves postas à sua disposição. Examina e manda reparar, cada uma, ao pormenor.

A Lisboa chegam novas do projeto. Emissário de D. Manuel tenta que Magalhães retorne à pátria, a troco de honrarias e aumento de tença. Fernão recusa, não quebra palavra dada. O bispo de Lamego propõe o seu assassínio… Não haverá oportunidade de executá-lo.

Desavindo com Magalhães, nas vésperas da largada Faleiro entrega-lhe as suas tábuas e cartas de marear. Fizera o seu próprio horóscopo e os astros profetizaram-lhe morte violenta, caso embarcasse…

Fernão redige testamento no qual consta a alforria do escravo Henrique, que o acompanha. Cada vez mais sozinho, a 20 de Setembro de 1519 larga de Sanlúcar de Barrameda, a bordo da Trinidad (110 tonéis, medida de capacidade náutica).

Seguem-no a San Antonio (120 tonéis), a Concepcion (90 tonéis), a Victoria (85 tonéis) e a Santiago (75 tonéis). Frota com 250 tripulantes, amálgama de espanhóis, portugueses, italianos, alemães, ingleses, mouros e cipriotas. Muitos deles criminosos a procurarem fuga sobre águas distantes. Dispostos a tudo por algumas moedas.

A TRAVESSIA DO ATLÂNTICO

Magalhães aponta ao sul, bordeja a costa africana. Só ao largo da Guiné é que toma barlavento para as Terras de Vera Cruz. Essa é arte da marinharia portuguesa para a boa travessia do Atlântico Sul. Os espanhóis desconhecem-na, murmuram, conspiram. Todos os dias, antes do anoitecer, as quatro naves aproximam-se da Trinidad.

Os comandantes saúdam, conforme a praxe:

– Deus vos guarde, senhor capitão-general, ao mestre e à boa companhia !

O comandante da San Antonio é Juan de Cartagena. Fidalgo, vedor principal da frota, cargo de confiança d’El-rei. Hostiliza o português, desafia a sua autoridade, subverte a praxe.

Em vez dele, e por ele, quem saúda é um furriel e suprimindo a palavra general:

– Deus vos guarde, senhor capitão e ao mestre !

Durante três dias Magalhães engole a afronta. Depois convoca os quatro comandantes para uma conferência na Trinidad.

Pretexto: discutir a punição a aplicar a dois marinheiros. Cartagena aproveita a assembleia dos comandantes para contestar o plano de navegação. Interpreta o silêncio do português como fraqueza e exorbita no ataque, cega, não mede as palavras, chama o Almirante de incompetente, insulta-o, cai na armadilha.

De rompante, Magalhães segura-o pelo braço, dá-lhe ordem de prisão, manda que a sua guarda o ponha a ferros, volte-face. Só mais tarde consentirá que ele fique à guarda de Luís de Mendoza, comandante da Victoria. Clemência que mais aturde…

A 13 de Dezembro arriba a frota à baía de S. Januário (Guanabara). Fazem aguada e dura quase duas semanas o descanso da marinhagem.

O MOTIM

A 10 de Janeiro de 1520, a cerca dos 40 graus de latitude sul, vai a frota surdir em larga enseada de caudal impetuoso. Será talvez a passagem anunciada por Faleiro…

Após uma semana de pesquisas fica evidente o primeiro dos erros do cosmógrafo: não há comunicação entre oceanos. É apenas um vasto rio a que hão-de chamar da Prata. Ameaçado o sucesso da campanha e posta em perigo a comandância do português. Que não se dobra nem aceita comentários.

Manda apenas que se avance mais para o sul e no caminho vai reconhecendo, exaustivamente, cada nova baía, angra, recorte ou enseada.

A 31 de Março fundeia numa baía de arribas escalavradas a que dá o nome de São Julião. Para temor e espanto da marinhagem aí decide passar o Inverno. Mal sabe o capitão-general que, a dois passos mais ao sul, localiza-se o Estreito que um dia há-de levar o seu nome.

Domingo de Páscoa e Magalhães convida os quatro comandantes a almoçarem consigo a bordo da Trinidad.

Comparece apenas um: o seu primo Álvaro de Mesquita que nomeara comandante da San Antonio. Nesse mesmo dia santo, mas à noite, um escaler aproxima-se da San Antonio.

Sobem a bordo os capitães Cartagena, Gaspar Quesada e Antonio de Coca. Aprisionam Álvaro de Mesquita. Mestre Floriaga quer opor-se à traição. Quesada liquida-o às punhaladas, seis. Os amotinados enviam parlamentar à Trinidad.

Por carta, respeitosamente pedem ao Almirante que ouça o parecer dos outros capitães na elaboração da rota futura. Apenas a minúscula Santiago se pronuncia fiel a Magalhães. Três naves contra duas.

Será fatal a rendição do Almirante, assim parece. Mas ele não cede. Toma o escaler do parlamentar e manda cinco homens de confiança entregar uma carta, não à San Antonio, mas ao comandante da Victoria. Convida-o a conferenciar na Trinidad. Luís Mendoza lê, larga-se a rir. Golfada de sangue, um dos cinco acaba de lhe cortar a garganta com punhalada certeira.

Ao mesmo tempo, por estibordo, sobem quinze homens de armas comandados por Duarte Barbosa, cunhado de Magalhães. É assim que a Victoria muda de campo. Já são três naves leais ao Almirante contra duas dos rebeldes. Mais outro volte-face, desalento, amotinados que se rendem.

Julgamento: Quesada, o primeiro a verter sangue, é decepado. Cartagena e o Pe. Reinas, instigadores da sedição, ficam abandonados à sua sorte. Deus que decida se os traidores merecem viver, ou morrer, entre os nativos de pés grandes, os patagões… De Coca e Sebastian d’Elcano, que assumira o comando da San Antonio, são perdoados.

A Santiago é enviada a reconhecer a costa mais ao sul. Durante uma tempestade naufraga na foz de um rio. Os sobreviventes atingem, por terra, a baía de S. Julião. E Magalhães dá ordem de largada. Faz-se ao mar a frota. Nas arribas, dois vultos acenam despedida, desterrados, solidão.

O ESTREITO

Parece apenas um fiorde, como há tantos na Europa do norte. Apenas um braço de mar por entre montanhas a pique. Ninguém acredita que por ali haja passagem. O capitão-general não quer avisos.

Manda avançar a San Antonio e a Concepcion. Dá-lhes cinco dias de prazo para a exploração. Súbita tempestade abate-se sobre a frota em pleno Estreito. Magalhães teme pelas duas unidades avançadas.

Espera o regresso durante quatro dias e finalmente um sinal de fumo e um trovão, salva vitoriosa de artilharia, velas enfunadas e pavilhão desfraldado. Há um labirinto a decifrar mas há Passagem, pois é constante o fluxo e refluxo das marés.

Avançam, esquadrinham cada um dos falsos canais. Finalmente avistam o imenso Mar do Sul. O grande Oceano Pacífico, como lhe chamará Fernão. Talvez lágrimas a escorrer pelo seu rosto…

A TRAVESSIA DO PACÍFICO

O desastre

Aproveitando as pesquisas do labirinto do Estreito a San Antonio desertara, sedição, Álvaro de Mesquita de certo preso. Justamente a nave melhor abastecida…

Sem víveres garantidos será temeridade prosseguir. Não vacila o Almirante, ordena a travessia. Coage os outros dois comandantes a declarar, por escrito, que a decisão é conjunta.

Dias e dias e o sol a castigar. O balançar monótono, a comida e a água que apodrecem, a caça às ratazanas que serão assadas, pústulas a rebentar, os olhos encovados, as gengivas a sangrar, o escorbuto. Fernão pensa já ter ultrapassado a ilha de Cipângu (Japão) e está apenas a um terço da viagem…

Começa a revelar-se o segundo erro dos cálculos de Faleiro: por ter roubado 1/3 ao diâmetro da Terra, reduziu a uma insignificância o Pacífico, justamente o maior dos Oceanos…

A 6 de Março de 1521 avistam uma ilha luxuriosa. Nativos sobem a bordo, algazarra e alegria. Deitam a mão ao que podem. Cortam a amarra do escaler da Trinidad e conduzem-no para a praia. Magalhães não pode consentir em tal.

Com os seus homens desce a terra. Alguns tiros de pólvora e põe os nativos em fuga. Os marinheiros apanham galinhas e frutas, matam a fome de cem dias. Renovam as provisões, enchem os barris com água fresca. E partem. Para trás fica a Ilha dos Ladrões.

Uma semana depois avistam outra ilha. Fernão pensa que será uma das Malucas. Já pensa abraçar, em breve, o seu amigo Serrão. Engana-se. Acaba de descobrir um novo arquipélago a que dá o nome de S. Lázaro. Mais tarde será crismado de Filipinas, em homenagem a Filipe II.

O ESCRAVO HENRIQUE JÁ DEU A VOLTA AO MUNDO

Ilha de Saluan, nove dias de paraíso. Um povo hospitaleiro, sombras e água fresca, frutas, carne, ócio, moças bronzeadas que gentilmente não regateiam os seus favores. O escravo Henrique anda eufórico, entende-se com os nativos, uns e outro falam dialetos do mesmo grupo linguístico, o malaio. Viajando sempre para Ocidente, retornara à sua região natal.

É o primeiro homem a ter dado a volta ao mundo. Magalhães abraça-o. Mandara decepar um comandante; abandonara um fidalgo e um padre numa baía desolada; e agora esse mesmo capitão-general ri, festeja e abraça um escravo…

A MORTE DE MAGALHÃES

De Saluan, Magalhães passa à ilha de Massava. E de Massava passa à ilha de Cebu, a maior do arquipélago. Usando o escravo Henrique como língua, durante uma semana conferencia com o soberano local. Afinal o disciplinador também sabe conversar, convencer e seduzir. E assim converte ao cristianismo o rei de Cebu.

Este, por sua vez, declara-se aliado de Carlos V. Magalhães proclama-o senhor do arquipélago, ao qual todos os reis das outras ilhas devem obediência. E resolve participar numa incursão punitiva contra a ilha de Mactan, cujo rei não quer reconhecer a nova autoridade.

Para ganhar para os seus a fama de invencíveis, desembarca com poucos homens em Mactan. Raciocínio politicamente justo. Não conta é com os recifes de corais que impedem a aproximação dos escaleres com bombardas. O seu grupo é cercado por uma horda de nativos. Luta demoradamente, sem arredar pé nem tentar a fuga.

Uma seta crava-se-lhe no rosto. E logo outra num braço. E a terceira numa das pernas. Tomba o capitão-general e os nativos saltam sobre ele, despedaçam-no. Assim tiraram a vida ao nosso espelho, à nossa luz, ao nosso amparo, ao nosso capitão fiel, escreverá mais tarde um dos tripulantes, o italiano Pigaffeta.

O FIM DA VIAGEM

Desaparecido o capitão-general, a tripulação descamba em roubos e desordens. Durante um banquete, capitães e mestres de navegação são trucidados pelos guerreiros do rei de Cebu. Entre eles Duarte Barbosa, cunhado de Magalhães.

Os sobreviventes levantam ferro. Durante seis meses navegam às cegas, pirataria garante-lhes abastecimento. Por sorte alcançam Ternate. São informados que Francisco Serrão morrera há cerca de um mês. Conhecida é já a rota por ocidente. Mas 60 tripulantes optam por ficar em Tidore, outra das Malucas. Sebastian d’Elcano assume o comando.

Ali abandona a Trinidad que mete água e incendeia a Concepcion. Carrega com especiarias a Victoria. Atravessa o Índico. Dobra o Cabo da Boa Esperança a 18 de Maio de 1522. A 5 de Setembro lança ferro em Sanlúcar de Barrameda. Assim termina a primeira volta ao mundo. Dos 250 homens regressam 18 espectros.

As especiarias de um único navio cobrem todos os custos da expedição, dão lucro ainda. Fizeram desaparecer o diário de bordo de Fernão e Sebastian d’Elcano, que participara no motim, é glorificado. Passa a ter direito a usar brasão. Ninguém fala em Magalhães. A não ser um marinheiro italiano, chamado Pigaffeta…

Entretanto morrera Beatriz, a esposa de Magalhães. Também o seu filho primeiro, e o segundo que não chegou a conhecer. Duarte de Barbosa, o seu cunhado, já fora morto em Cebu. Álvaro de Mesquita, o seu primo, ex-comandante da San Antonio, continua preso por lhe ter sido fiel.

Rui Faleiro fora detido ao entrar em Portugal. Apesar da alforria constar no testamento de Fernão, Henrique é mantido como escravo. Já compreende que o mundo seja redondo. Mas não sabe o que pensar dos homens de pele branca, espanhóis e portugueses…

Em 1529, por 350.000 ducados, as ilhas das especiarias serão vendidas por Carlos V de Espanha a D. João III de Portugal. Fernando Correia da Silva

Fonte: www.biography.com/www.geocities.com/ www.rtp.pt/www.vidaslusofonas.pt

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