Carcassonne

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Carcassonne

CITÉ

Com os muros duplos (a muralha interna construida pelos romanos no século II, com 29 torres e a externa, no século XIII, com 17 torres e pontes elevadiças) fazia da cidade uma fortaleza inconquistável.

A entrada da “cité” é feita pela “Porte d’Aude”. Andar pelas ruas estreitas, com suas lojinhas de lembranças e produtos típicos da região, suas confeitarias e restaurantes e tudo sob a atmosfera medieval, é muito agradável.

Pode-se visitar, dentro das muralhas:

Castelo Comtal: Separado da cidade por um fosso seco; abriga atualmente o museu da escultura.

Igreja de St. Nazaire: Em estilo românico, do século XI, com lindos vitrais coloridos que dão uma beleza rara à capela.

Gastronomia

Seu prato principal é o “cassoulet” ( feijão branco cozido com carne de porco, de frango, pedaços de carne defumada e bastante tempero).

É conhecida por nosso turistas como a “feijoada francesa”.

Fonte: www.geocities.com

Carcassonne

Uma volta no tempo

Imagine-se caminhando por uma cidade medieval… as muralhas, as ruas estreitas e sinuosas, torres. Pois Carcassonne, ao sul da França, atravessou as brumas do tempo e preservou seu passado. Sua origem se perde no tempo: as pesquisas arqueológicas encontraram sinais que remontam ao século VI a.C. Em 122 está sob controle romano…

E depois, visigodos, gauleses… No começo do século VII a luta é contra os sarracenos…

Os árabes vão dominar a cidade entre 725 e 759, quando são expulsos por Pepino, o Breve.

Século X: os cruzados sitiam a cidade para combater os cátaros…

São Luís fortalece a cidade no século XIII mas em 1355 é saqueada por Eduardo, o Príncipe Negro (da Inglaterra).

A maior fortaleza da França medieval entrava em decadência.

Fonte: www.cliohistoria.hpg.ig.com.br

Carcassonne

Vivendo num país tão jovem como o Brasil, é quase inevitável sentir um fascínio especial por coisas mais antigas (onde mais antigas neste caso significa, no mínimo, uns setecentos anos de idade…).

Talvez aí resida o interesse e encanto que castelos e fortificações medievais sempre exerceram em nossas mentes. Naquele ano fazíamos um giro pela França, e ao constatarmos no mapa que, na rota entre Toulouse e Montpellier iríamos passar bem próximos à mais bem conservada cidade medieval murada da Europa, ela imediatamente entrou em nossos planos de visita.

La Cité de Carcassonne iria se transformar no ponto alto de nossas férias daquele ano.

Carcassonne (veja uma vista aérea, na imagem acima ) é a cidade medieval murada mais bem preservada da Europa. Situada no sul da França, ela é o típico lugar que as pessoas só acreditam que ainda existe, quando chegam lá e vem por si mesmas.

À medida que suas torres e sua grande muralha externa se tornavam visíveis e cada vez mais próximas, nossa emoção e espanto se tornavam cada vez maiores. Era como se o passado tivesse surgido de repente, após uma curva da estrada e era difícil acreditar que algo coisa que julgávamos pertencer somente aos livros de história e filmes pudesse estar bem ali na nossa frente.

Carcassonne
Le Château Contal Data do século XII. O castelo é retângular, flanqueado por uma torre 
quadrada e oito torres semi-circulares, protegidas por um barbicã.

Carcassonne nos atraía como um ímã, e embasbacados, fascinados e quase mudos chegamos ao hotel, situado a poucos metros da grande muralha externa.

Era final de tarde quando chegamos. E após fazer o registro no hotel deixamos as coisas no quarto de qualquer maneira e saímos apressados, quase correndo, na direção da cidadela medieval.

Porque tanta pressa não sabíamos dizer, pois certamente Carcassonne não iria sair de lá, nem sumir com o cair da noite, mas de alguma forma sentíamos que aquele era um lugar tão especial que nenhum minuto poderia ser desperdiçado, nem um instante poderia ser jogado fora.

Todo o tempo de nossa permanência naquele lugar deveria ser dedicado a conhecer, explorar, vivenciar e, se possível, até mesmo perder-se entre as muralhas e vielas daquela cidade medieval.

Dez minutos depois já estávamos cruzando a ponte levadiça que dá acesso à parte interna das muralhas. Abaixo, um gramado verde cobria o que presumimos ter sido no passado um fosso, destinado a proteger a cidade dos ataques de seus inimigos. E inimigos e ataques Carcassonne teve diversos.

Carcassonne

Começando pelas tribos gaulesas, e depois romanos e mais tarde passando pelos visigodos, sarracenos, francos, diversos senhores feudais, e os reis da França, muitos povos contribuíram para o crescimento, fortalecimento e história de Carcassonne.

A história de Carcassonne está também muito ligada ao Catarismo, uma seita cristã politeísta, surgida na região de Languedoc, em fins do século XI. Os adeptos desta religião, conhecidos como Cátaros, tinham sua própria interpretação das leis divinas, muitas delas conflitantes com o que pregava a igreja católica.

Além disso acreditavam que os homens não precisavam de intermediários para se dirigir à Deus, portanto não reconheciam a autoridade do Papa ou de seus bispos.

Acreditavam também, entre diversas outras coisas, que os todas as pessoas vivas tinham como objetivo evoluir através da expiação de suas faltas, e que levando uma vida dedicada ao bem e progredindo sempre, o que seria atingido através de sucessivas encarnações, um dia teriam direito a chegar ao paraíso.

Isto tudo foi um pouco demais para a igreja católica, que perdeu a paciência, declarou que os moradores de Carcassonne eram todos herejes e decidiu dar um basta àquela história toda, convocando os cruzados para invadir a cidadela, acabar com os Cátaros e dar um fim àquela doutrina.

Seguindo a ordem Papal, foi organizado um exército de cruzados, que se dirigiram a Carcassonne, tomaram e invadiram a cidade. Conta-se que cátaros guardavam, entre seus mais preciosos bens, o cálice que Jesus teria usado na última ceia, conhecido como Santo Graal, e que antes da cidade ser invadida pelos cruzados, alguns Cátaros conseguiram escapar, levando com eles o Santo Graal.

Após invadir Carcassonne, os cruzados tinham ordem de impor aos cátaros o catolicismo. No entanto, praticamente todos se recusaram a abandonar sua fé e foram condenados à morte na fogueira.

Mesmo assim as idéias religiosas dos cátaros não desapareceram, como pretendiam os cruzados, e muitos de seus conceitos de fé podem ser encontrados atualmente em outras religiões, como aquelas difundidas por Allan Kardec em seus livros espíritas.

Conhecendo alguns dos eventos históricos ocorridos em Carcassonne torna-se ainda mais emocionante chegar à base de suas muralhas, e é inevitável imaginar este mesmo local há 900 anos atrás, ocupado por cavaleiros armados com espadas e catapultas, tentando escalar as altas muralhas ou transpor o fosso enquanto os defensores lutavam desesperadamente para repelir os invasores, sabendo que suas vidas dependiam disso.

A imagem ao lado mostra um trecho entre as muralhas internas e externas, que fazem o contorno completo da cidade. Este perímetro tem cerca de dois quilômetros e é uma boa sugestão para iniciar sua visita à cidadela. Caminhando por ali não vemos quase movimento, e é uma boa forma de poder sentir o tamanho de Carcassonne.

Fazendo este contorno encontra-se diversas passagens, rampas, torres de guarda, e se tem uma ótima noção do tamanho e características da cidadela medieval.

Depois de circular toda a cidade pelo trecho entre as muralhas, voltamos à sua entrada principal, que é feita por uma ponte levadiça e coberta. Nós fomos para lá na mesma tarde que chegamos, passamos o dia seguinte inteiro percorrendo a cidade,e no terceiro dia ainda voltamos ao local mais uma vez, antes de partir, e mesmo assim não deu para ver tudo.

Entre os pontos mais visitados de Carcassonne estão o Portão de Narbonne, a Torre da Justiça, e a Torre da Inquisição. Não deixe de conhecer o castelo, construído no ano 1130. E inclua também em seu roteiro o museu arqueológico, onde estão guardadas relíquias dos séculos 12 e 14. Veja ainda a Basílica de Saint Nazaré e a torre da prisão.

Nem tudo é perfeito, e nossa maior decepção em Carcassonne foi, logo ao cruzarmos o portão de entrada, quando ouvimos um bip-bip atrás da gente. Sim, em Carcassonne circulam automóveis. Poucos, é verdade, somente aqueles pertencentes à moradores e que atendem ao comércio interno, mas mesmo assim, eles são demais. Poucas coisas são tão incompatíveis quanto automóveis e cidades medievais.

Depois de atravessar o grande portão de entrada tem-se acesso à parte interna da cidade. A principal via de acesso, que segue rumo à praça central é ladeada por lojinhas destinadas ao turismo. Artesanato, louças, roupas, postais, miniaturas de cavaleiros medievais, símbolos templários, reproduções de espadas, crepes, sorvetes etc etc.

O preço que Carcassonne tem que pagar para continuar viva é agradar aos turistas e oferecer o que eles desejam. E turistas Carcassonne tem muitos, sempre, à procura de lembranças de todo o tipo.

Além de lembranças, turistas sempre querem comer. E neste ponto Carcassonne também está bem servida. Principalmente em torno da pracinha central, existem diversos restaurantes com mesas ao ar livre. Na verdade Carcassonne tem uma estrutura turística muito completa, com livrarias, lojas diversas e até mesmo hotéis, fazendo dela uma cidade praticamente normal, com um visual completamente diferente.

A parte mais antiga de Carcassonne foi construída no século 9, sendo depois aumentada nos séculos XII e XIII. Foi o rei francês Luis IX, da dinastia dos Capetinos e que entraria para a história com o nome de São Luis, que em 1240 teve a idéia de construir uma segunda linha de muralhas em torno de toda a cidade, pois assim eventuais atacantes precisariam romper duas barreiras em vez de apenas uma.

A eficiência desta defesa foi tão grande que durante a guerra dos cem anos com a Inglaterra, quando os Ingleses chegaram até o sul da França, eles conseguiram atear fogo à torre mais baixa de Carcassonne, mas não conseguiram realizar seu intento principal, que era entrar e dominar a cidadela.

Após tantos séculos suportando combates, guerras, cercos, cavaleiros cruzados Carcassonne foi praticamente abandonada. Ela não tinha mais importância militar nem política. A cidade baixa, situada logo do outro lado do rio (também chamada Carcassonne), ganhava importância à medida que a cidade medieval (Cité de Carcassonne) perdia.

Somente a partir do século XIX começou a surgir a consciência a respeito da importância da preservação dos lugares históricos do país, dentre eles Carcassonne. A cidade, completamente arruinada acontecem as primeiras restaurações, da qual participaram nomes famosos como Prosper Mérimée e Eugène Viollet-le-Duc.

Os trabalhos de restauração em Carcassonne duram mais de 50 anos, durante os quais são feitas diversas expropriações e removidas habitações temporárias construídas irregularmente. Assentamentos internos e externos são removidos e seus moradores são transferidos para outros locais.

Ao mesmo tempo são pesquisados registros históricos diversos, tentando restaurar a cidade de forma a deixá-la o mais próximo possível do esplendor que ela teve durante o século XIII. Enquanto isso, polêmicas são criadas questionando os critérios adotados durante os trabalhos de restauração, particularmente algumas idéias de Eugène Viollet-le-Duc, como os telhados pontiagudos colocados sobre as torres, o que, no entender de alguns historiadores, não eram habituais no século XIII.

Mesmo assim, os trabalhos de restauração chegam ao fim com sucesso, e devolvem à Carcassonne sua beleza e grandiosidade original.

Quando chega a noite Carcassonne se transforma, e assume um aspecto ainda mais dramático. Suas ruelas escuras, o calçamento de pedra, rampas e torres que conduzem a lugares desconhecidos, portinhas estreitas, janelas semi iluminadas, arcos, portais, luzes e sombras criam uma atmosfera mágica e são um convite à exploração.

Se você foi para seu hotel antes do anoitecer para descansar um pouco tudo bem, mas não deixe de voltar à cidadela antes do final do dia. E ao chegar novamente aqui procure por uma passagem, siga por uma ruela, desça aquela rampa, explore aquela torre, e quando encontrar aquele pequeno restaurante muito especial e uma mesinha redonda iluminada por uma vela, que parece estar ali esperando por você não exite.

Dê um sorriso, cumprimente o garçon, entre, sente, olhe o menu com calma, escolha qualquer coisa, quem sabe uma taça de vinho para dar aquele clima, e simplesmente curta cada minuto, sabendo que aquele momento ficará em sua memória para sempre.

O feriado nacional do 14 de julho é comemorado em Carcassonne com muitos fogos de artifício, que iluminam os céus sobre a cidade com as cores nacionais francesas. Não estivemos lá nesta época (nossa visita foi em setembro) mas se você estiver percorrendo o sul da França nesta época fica aqui a dica para um espetáculo muito bonito.

E se tiver dificuldades em se hospedar nos hotéis situados junto à Cité de Carcassonne lembre que existem muitas outras opções de hospedagem na Ville de Carcassonne, esta última uma cidade normal (conhecida também por Cidade Baixa) situada em frente à cidadela, na outra margem do rio l’Aude.

A chegada do turismo, a partir do início do século XX, seria o impulso definitivo para transformar Carcassonne num local não somente histórico mas também famoso em todo o pais e mesmo pelo mundo afora.

Carcassonne está situada ao no sul da França, entre as cidades de Toulouse e Montpellier. A autoestrada A61 passa bem pertinho do acesso à cidade e se você estiver percorrendo aquela região esteja certo que vale a pena ir até lá, pois este é um daqueles lugares únicos, marcantes, fascinantes e totalmente inesquecíveis.

Fonte: www.imagensviagens.com

Carcassonne

Com um pouco de atraso, mas a pedido de várias familias aquando do thread de Albi.. ai está Carcassonne:

Situada no Sul da França, na região do Languedoc, entre Narbonne e Toulouse, encontra-se a a cidade feudal de Carcassonne, a maior fortaleza medieval de toda a Europa. Um conjunto arquitetônico que testemunha 2500 anos de história.

Carcassonne

Aqui pode optar por visitar a Basílica de Saint-Nazaire, o castelo do Conde, que abriga hoje o famoso Museu Lapidário, o Museu de Cera, que mostra os costumes da população local na Idade Média, ou o castelo Callares, onde se encontra o museu dos instrumentos de tortura da Inquisição. Além disso, a formidável paisagem proporciona um passeio inesquecível.

Carcassonne

Fonte: www.skyscrapercity.com

Carcassonne

Ponte Levadiça, Muralhas, Castelos. A sensação é de que a qualquer momento, reis e rainhas vão dobrar a esquina.

Se você não leu o romance ” O Labirinto” que está há semanas nas listas de best-sellers, deve comprá-lo correndo pois é devorável.

A história se passa nesta região conhecida como Midi-Pirineus.

Carcassonne é a mais bem preservada cidadela medieval de toda a Europa. Construída no alto de uma colina, no sul da França, perto de Tolouse e dos Montes Pirineus, ela foi no passado a principal fortaleza militar da região.

Do alto de suas impressionantes muralhas, que eram protegidas por mais de 1200 guerreiros, podia-se controlar uma importante via comercial que ligava a Península Ibérica com o resto do continente. Por causa de sua posição fronteriça e estratégica, Carcassonne foi palco das mais ferozes batalhas.

Carcassonne

A primeira visão do centro histórico, cuja construção foi iniciada há cerca de mil anos, é inesquecível. A impressão que dá é que voltamos no tempo, para uma época de reis, cavaleiros e batalhas medievais. A fortaleza é protegida por 52 torres e duas muralhas (uma interna e outra externa) circulares de até 20 metros de altura, que totalizam quase 3 quilômetros.

A entrada principal, batizada de Portão Narbonne, é guardada por uma ponte levadiça. Nos aúreos tempos medievais, cerca de 50 homens ficavam de guarda para impedir a entrada e inimigos.

Carcassonne, na verdade, são duas cidades. A Cidadela, que permaneceu intacta e protegida dentro das muralhas, e a Bastide Saint-Louis ou Cidade Baixa, que cresceu ao redor do centro medieval. à noite, a cidade se transforma. Com menos de 400 moradores e apenas dois hotéis, suas ruas ficam desertas e silenciosas.

Uma das maiores atrações da cidade, é o Castelo Comtal, uma pérola da arquitetura medieval. Construído no século 12 por um nobre chamado Bernard Trencavel (que é mencionado no romance acima citado), ele foi, durante anos, a morada de senhores feudais que mandavam na região.

O castelo é formado por duas alas, com um pátio no meio delas. Durante a visita guiada, é possível conhecer suas torres e boa parte de seus aposentos. O Museu Arqueológico, que tem em seu acervo ânforas romanas, sarcófagos e lápides cátaras (os cátaros faziam parte de uma corrente do cristianismo que pregava a não-violência e foram muito perseguidos pela Inquisição e dizimados pelo Papa Inocêncio IV, o rei da França e os barões do norte (leiam o livro !).

Para entender um pouco mais da história do lugar, vale a pena conhecer também o Museu da Inquisição, que expôe instrumentos de arrepiar. Esse triste período da história ocidental teve início no século 12 e ganhou força quando o papa Inocencio IV autorizou o uso da tortura para obter a confissão dos heréticos.

Verdadeiras atrocidades eram cometidas em nome da fé e, nesse museu, você poderá ver instrumentos como a cadeira de cravos, uma espécie de trono cheio de pregos onde o acusado era amarrado com cintos de ferro; e o berço de Judas, um triâgulo de madeira com uma base de 30 centímetros e vértice de 60 usado para martirizar os hereges.

Carcassonne é também um importante centro culinário. A cidade é cheia de bares, café e charmosos restaurantes, que lembram antigas tavernas medievais e tem seu centro gastronômico na praça Marcou.

Escolha uma mesa ao ar livre e experimente um cassoulet, o mais famoso prato da região. Para acompanhar, saboreie um dos bons vinhos do lugar, como Corbieres, Minervois e Malepère e na sobremesa peça um profiterole (que eu amo!). Uma refeição digna de reis e rainhas medievais.

Fonte: rosegrims.multiply.com

Carcassonne

A primeira impressão que se tem em Carcassonne é a de um castelo encantado, que alguma fada terá feito nascer no cimo da colina com um toque da sua varinha mágica. Uma vez dentro das muralhas, descobre-se uma verdadeira relíquia da Idade Média, justamente procurada por milhões de turistas todos os anos.

Não há castelo encantado que se preze que não tenha as suas lendas. Carcassonne justifica o seu nome com a história da dama de Carcas: quando Carlos Magno cercou a cidadela desta dama sarracena, achando-se desprovida de soldados, Carcas distribuiu pelas torres e muralhas bonecos feitos de palha, armados para combate.

O estratagema resultou, e Carlos Magno levantou o cerco, desanimado com inimigo tão numeroso. Terá dito então a dama: “Sire, Carcas te sonne.” (“Senhor, Carcas vence-te”, em tradução livre). Daí o nome da cidade, que a lenda assegura que se tornou cristã, dando a dama origem à primeira linhagem de condes de Carcassonne.

A verdade, porém, é que os romanos já tinham uma fortificação na zona a que chamavam Carcasso, e os sarracenos, que se sucederam aos visigodos e não ficaram por aqui muito tempo, chamavam-lhe Carchachouna.

A cidade-fortaleza foi palco de combates, cercos, destruições maciças e, por fim, expulsão dos seus habitantes, que resultou na ruína do que ainda estava de pé. Lendária mesmo parece ser a sua reconstrução no século XIX, pelo arquiteto Viollet-le-Duc, o mesmo que restaurou os santuários de Notre-Dame de Paris e Sainte-Madeleine de Vézelay.

Hoje, Carcassonne é, depois da Torre Eiffel e do Monte Saint-Michel, o local mais visitado de França. As suas calçadas de pedra são percorridas, não por cavaleiros medievais, mas por turistas de todas as nacionalidades, armados de vídeos e máquinas fotográficas.

O seu casario antigo abriga uma infinidade de restaurantes e hospedarias que revivem, através da decoração e da cozinha local, a época dourada da cidade, entre os séculos XI e XIII. A basílica de Saint-Nazaire, construída nessa altura, atrai visitantes de todos os credos para o seu recinto escuro, que convida ao recolhimento, iluminado por magníficos vitrais.

O encontro do românico com o gótico dá-se aqui de uma forma harmoniosa, justificando o nome de “jóia da fortaleza”, com que os folhetos turísticos a mimoseiam. O seu órgão é um dos mais importantes e antigos do sul de França, e de Junho a Setembro há concertos diários – “Les Estivales d’Orgue” – que encham a cidadela de sonoridades quentes e arcaicas.

Pelas suas praças, onde ainda resistem alguns poços de pedra que abasteciam de água a população, distribuem-se agora esplanadas muito concorridas, com espectáculos diários de música ao vivo, bem distinta da dos trovadores Ramon de Miraval ou Peire Vidal, que aqui viveram durante algum tempo.

Raymond-Roger Trencavel, visconde de Albi e último senhor da fortaleza, certamente não reconheceria a sua cidade. É certo que qualquer loja de souvenirs vende conjuntos de capacete e espada, e mesmo armaduras completas.

Também é fácil encontrar relógios de sol e saquinhos de pano com ervas cheirosas, das que perfumavam as roupas das damas da época. Mas a animação é sempre pacífica, e a magnífica iluminação noturna não dá paz aos fantasmas, impedindo o seu turismo noturno e doloroso; durante os meses de Verão, Carcassonne é uma cidade profusamente habitada e muito viva.

Para reconstituir ainda melhor o ambiente medieval, em Agosto organizam-se torneios de cavalaria e falcoaria, com participantes vestidos a rigor, como no tempo dos cruzados.

As velhas pedras da cidade não devem apreciar particularmente a lembrança, uma vez que foram estes que, em 1209, ditaram o seu fim: o visconde de Trencavel teve a ousadia de oferecer abrigo e proteção aos cátaros, dissidentes de um catolicismo que se afundava na decadência moral.

O seu pecado era defenderem a pureza dos costumes cristãos e não respeitarem a hierarquia eclesiástica. Carcassonne foi das primeiras cidades a sofrer o embate da guerra santa declarada pelo Papa Inocêncio III. Cercada, perdeu o acesso crucial ao rio Aude e, numa manobra pouco “cavaleiresca”, o visconde de Trencavel foi feito prisioneiro ao sair do castelo para negociar.

A partir daí, começou o declínio. Simon de Monfort, o comandante da cruzada, administrou a cidade até à sua morte, mas o seu filho foi incapaz de manter o território conquistado, e entregou-o à autoridade direta do rei.

Quando o filho do visconde de Trencavel tentou reaver as terras do pai, Luís VIII dá ordens para arrasar a fortaleza e exilar os seus habitantes; só sete anos mais tarde conseguem obter autorização real para se instalarem de novo na zona – mas do outro lado do rio.

O turismo anuncia Carcassonne como “la ville aux deux cités”, a cidade das duas cidadelas: a antiga fortaleza, no cimo da colina, e o novo burgo que nasceu no século XIII, aos pés da primeira, na margem esquerda do rio Aude.

Desde sempre as duas zonas tiveram existências distintas, com toda a atividade comercial e social a desenrolar-se em baixo, enquanto a cidade-alta abrigava uma guarnição de mais de mil soldados.

A tendência manteve-se até hoje: só cerca de cento e vinte, dos seus quarenta e cinco mil habitantes permanentes, habitam a cidade antiga.

Mas apesar da atividade evidente nas suas ruas e praças arborizadas, que substituíram as muralhas e estão agora semeadas de cafezinhos acolhedores, a atração será sempre a “cité”, marco milenar da história da região do Languedoc.

Para além das comodidades e serviços turísticos de que dispõe, a Bastide Saint-Louis, como é conhecida a cidade-baixa, serve apenas para compor a magnífica vista que nos oferecem as torres altas da fortaleza – e do cimo desta sentinela de pedra, não se consegue evitar a sensação de fragilidade que vem do casario baixo e pálido da Bastide.

Nada é regular ou simétrico nesta obra-prima da arquitetura militar, o que se explica pela longa história de reconstruções, modificações e acrescentos, que já dura há séculos e ainda não acabou. Mesmo depois da expulsão dos seus habitantes, a fortaleza foi modificada e aperfeiçoada, de modo a tornar-se um eficaz posto militar avançado.

Ao mesmo tempo que se reforçou o sistema defensivo com a construção de uma segunda muralha exterior, também a austera Catedral de Saint-Nazaire foi aumentada e melhorada. O castelo do conde foi rodeado por um fosso, transformando-se numa fortaleza dentro da fortaleza.

São cerca de três quilómetros de fortificação, por onde se distribuem cinquenta e duas torres para todos os gostos: há torres quadradas e redondas, de envergadura e tamanho diferentes; umas têm seteiras, outras janelas e algumas são, aparentemente, fechadas.

Toda a cidade parece estar cheia de armadilhas: cotovelos estreitos para que só passe um inimigo de cada vez, degraus gigantescos, fossos dissimulados, enfim, todo o mostruário do engenho militar que veio sendo aperfeiçoado desde os romanos, destinado a guerras de cerco, tão comuns nos tempos medievais.

Só a mudança das técnicas de guerra, nomeadamente a utilização generalizada da artilharia a pólvora, nos séculos XV e XVI, a tornou definitivamente obsoleta.

Apesar de tudo, é impressionante o seu aspecto exterior de castelo, ao mesmo tempo irreal e inexpugnável. Contorná-la por entre as suas duas muralhas, espreitando pelas janelas e varandins para a paisagem verde de vinhas e campos cultivados, é um convite para uma viagem no tempo, que continua quando atravessamos a ponte levadiça.

As ruas estreitas de pedra cinzenta, sombrias no Verão e protegidas dos ventos frios no Inverno, transformam-se num labirinto, e nunca sabemos se terminam nas muralhas, na basílica ou na praça principal. Pouco importa.

Os passos ecoam de longe, e a cada esquina esperamos ver aparecer alguém de cota de malha e elmo reluzente. As carroças que conduzem os turistas em visitas guiadas reforçam a esperança, com o ruído dos cascos e o soprar dos cavalos a ressoarem nas paredes de pedra.

Para continuar o recuo no tempo, é possível visitar o castelo do visconde, que dá acesso exclusivo a certas partes da muralha. E para terminar a viagem, nada melhor que uma visita ao Museu Medieval e ao da Inquisição, que nos proporcionam pormenores nem sempre agradáveis da história da cidade.

Outro museu ao gosto da época é o da Tortura, que exibe sádicos e requintados instrumentos, concebidos em noites de insónia, destinados a punir sabe-se lá que crimes medievais…

Dizem os seus apreciadores mais sinceros que a cidade não se visita de Verão: há demasiada agitação e pouca privacidade para percorrer a velha Carcassonne, e a viagem no tempo, que deve ser feita na solidão, é constantemente interrompida por grupos de turistas ruidosos.

Das esplanadas sai música durante o dia inteiro e os restaurantes abarrotam de gente. A fama da “donzela do Languedoc’ ultrapassou já a do destino turístico de eleição: já são cerca de setenta os filmes rodados neste cenário de contos de fadas; um dos últimos foi o Robin dos Bosques, de Kevin Kostner.

Dificilmente se encontra uma obra arquitetônica desta envergadura tão bem preservada, das torres de telhados pontiagudo, em telha vermelha ou lousa negra, às pontes levadiças que permitem ultrapassar os fossos das muralhas.

Os seus críticos dizem que – imagine-se! – é demasiado bela, demasiado perfeita. Mas nem sempre foi assim.

O século XVII trouxe-lhe um golpe fatal: a Paz dos Pirenéus, que consolida de vez a anexação pela França da zona do Roussillon, afastando para longe dali os problemas da fronteira espanhola.

Quase desabitada, a cidade vai caindo na ruína, enquanto a parte de baixo prospera e cresce, às vezes à custa das pedras da Cité. No início do século XIX, a bela catedral de Saint-Nazaire perde o título a favor de Saint-Michel, na cidade-baixa.

A velha Carcassonne vai-se transformando na pedreira da região, e o ministério da guerra chega mesmo a autorizar a demolição e aproveitamento das muralhas. Merimée, escritor parisiense e inspector dos monumentos históricos, conhece a cidade e interfere a seu favor.

Ao arquiteto Viollet-le-Duc, especialista na restauração de monumentos medievais, é entregue o trabalho da sua reconstrução que lhe vai levar cerca de trinta e cinco anos. Cerca de trinta por cento da cidade vai sofrer intervenção e restauro durante esta época, mas os seus habitantes continuam a decrescer em número, preferindo os confortos da Bastide.

Em 1955, só cerca de oitocentas pessoas habitam intramuros e hoje, parte da centena de “resistentes” que aí se fixaram é estrangeira.

O destino de Carcassonne está traçado: será para sempre uma obra de arte inegável, e uma das maiores atrações turísticas do país. A reconstrução fixou-a para sempre na Idade Média, apesar da cidade ter atravessado muitas outras épocas.

E é, talvez, esta operação de “congelamento” temporal o que lhe empresta toda a magia de cenário perfeito, que nos faz mergulhar profundamente num passado distante.

Fonte: www.almadeviajante.com

Carcassonne

A cidade medieval está situada no sul da França, nos Pirineus franceses, próxima à fronteira com a Espanha, entre as cidades de Montpellier, Toulouse e Perpignan. Está localizada em uma colina, ao lado da estrada que une o Atlântico ao Mediterrâneo, a uns 60 km do último, e é banhada pelo rio Aude.

Carcassonne foi restaurada na segunda metade do século XIX e se encontra em excelente estado de conservação. A cidade é bem pequena, com cerca de 45 mil habitantes, mas se encontra cheia de turistas durante todo o ano.

Carcassonne

A maneira mais fácil de chegar é de trem, desde Toulouse, Montpellier, Barcelona, etc, a cidade conta com inúmeros hotéis, de todos os preços, além de albergues.

A vila fortificada de Carcassonne, chamada de ‘’La cit钒, foi declarada patrimônio da humanidade pela UNESCO, no ano de 1997, e todos os anos milhões de turistas lotam suas ruas para admirar está colossal fortaleza.

A parte antiga da cidade é um lugar de grande atração não só a nível francês, mais com alcance europeu devido ao ótimo estado de conservação do monumento. Devido ao forte turismo a maior parte do interior das muralhas foi convertido em comércio, como restaurantes, bares, lojas de suvenir, hotéis e outros.

A melhor maneira de conhecer a cidade é caminhando, já que a La Cité se encontra bem perto da parte nova da cidade (do outro lado do rio), e a parte interior das muralhas é pequena.

Os principais pontos turísticos são:

– A Basílica de St-Nazaire
– O castelo
– A porta de Narbona
– A porta de Aude
– O teatro

Carcassonne é um dos lugares mais interessantes do sul da França, é praticamente voltar à idade média e reviver o passado. Durante a visita ao castelo, são dadas explicações sobre batalhas medievais, lugares estratégicos, posicionamento dos arqueiros, etc. Carcassonne é uma das cidades medievais mais bem conservadas, e merece ser visitada.

Fonte: www.queromorarfora.com

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