Duque de Caxias

Duque de Caxias – Quem foi

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Militar e estadista, é o patrono do Exército brasileiro.

Nasceu na Fazenda da Tuquam, Vila de Porto de Estrela, hoje Duque de Caxias – RJ, e faleceu na Fazenda de Santa Mônica, Desengano, hoje Juparanã – RJ.

Em 1823, partiu como capitão para a Guerra Cisplatina (1825-28), da qual regressou promovido a major, ficando adido ao Batalhão do Imperador até sua dissolução (1831).

Passou em 1837 para o comando do Corpo da Guarda da Corte, como tenente-coronel.

Foi em 1839 ao Rio Grande do Sul, conflagrado pela revolução Farroupilha, em viagem de inspeção, retornando à Corte e seguindo no mesmo ano para o Maranhão, à frente da Divisão Pacificadora do Norte, para dar fim à rebelião conhecida por Balaiada.

Foi promovido a coronel e agraciado com o título de Barão de Caxias em 1841. Como Marechal-de-Campo, acabou com a guerra dos Farrapos, tendo por isso sido elevado a conde e escolhido senador em 1846 pela Província do Rio Grande do Sul.

Foi Ministro da Guerra em 1855 e presidiu o Gabinete Ministerial entre 1861-62 e 1875-78.

A atuação política de Caxias no Senado restringiu-se basicamente a assuntos militares, tal como um projeto que defendeu em 1846 em favor das guardas nacionais gaúchas, em que deu especial atenção às tropas localizadas no sul do país – ponto instável e estratégico.

Caxias também criou o Supremo Conselho Militar, substituindo as juntas de justiça militar, e propôs o fim do alistamento militar obrigatório.

Duque de Caxias – Ministro

Duque de Caxias
Duque de Caxias

Em 18 de novembro, o marechal Luís Alves de Lima e Silva, marquês de Caxias, assumiu o comando das forças brasileiras, e, com o afastamento de Mitre e Flores por motivo de graves perturbações internas em seus países, encarregou-se também de comandar as forças aliadas.

Caxias dedicou-se de imediato à reorganização do Exército, que começava a sofrer os perigos da desagregação, devido ao insucesso de Curupaiti e da crise de comando que se seguira ao conflito, e providenciou um sistema de abastecimento compatível com o elevado efetivo existente em torno de Humaitá.

Constituiu ainda um corpo de saúde não só para recuperar o grande número de feridos, mas para deter os progressos da cólera que grassava nos dois campos.

Conseguiu também que a esquadra imperial, que se ressentia do comando de Mitre, colaborasse nas manobras contra Humaitá.

Apesar de seus esforços, os aliados só reiniciaram a ofensiva em 22 de julho de 1867, com a marcha de flanco sobre a ala esquerda das fortificações paraguaias, na direção de Tuiu-Cuê. Embora a manobra tenha sido bem-sucedida, o tempo decorrido possibilitou a López fortificar-se também nessa região e fechar de vez o chamado Quadrilátero.

PARA UM GRANDE EXÉRCITO UM GRANDE PATRONO

Luís Alves de Lima e Silva – o Duque de Caxias é o insigne Patrono do Exército Brasileiro, que o reverencia na data de seu nascimento – 25 de agosto – “Dia do Soldado”

Caxias pacificou o Maranhão, São Paulo, Minas Gerais e o Rio Grande do Sul, províncias assoladas, no século passado, por graves rebeliões internas, pelo que recebeu o epíteto de “O Pacificador”.

Marechal do Exército, Conselheiro de Estado e da Guerra, Generalíssimo dos Exércitos da Tríplice Aliança, Barão, Conde, Marquês, Duque, Presidente de Províncias, Senador, três vezes Ministro da Guerra, três vezes Presidente do Conselho de Ministros, o “Artífice da Unidade Nacional”, eis Caxias, Patrono do glorioso e invicto Exército Brasileiro!

Duque de Caxias – Luís Alves de Lima e Silva

Duque de Caxias
Duque de Caxias

Luís Alves de Lima e Silva, o duque de Caxias, (Porto da Estrela, 25 de agosto de 1803 — Desengano, 7 de maio de 1880), foi um dos mais importantes militares e estadistas da história do Brasil, responsável por importantes ações militares pacificadoras em movimentos revoltosos internos. Reprimiu os movimentos contra a escravidão.

Filho do brigadeiro e regente do Império, Francisco de Lima e Silva, e de Mariana Cândida de Oliveira Belo, Luís Alves de Lima – como assinou seu nome por muitos anos – foi descrito por alguns dos seus biógrafos como um predestinado à carreira das armas que aos cinco anos de idade assentou praça no Exército (1808). O que os biógrafos não explicitam é que essa trajetória “apoteótica” é devida às especificidades da carreira militar nessa época.

Ter sido cadete aos cinco anos não era um sinal de seu caráter especial: a honraria era concedida aos filhos de nobres ou militares e muitos alcançaram o mesmo privilégio, até mesmo com menor idade.

Caxias foi um militar do século XIX. Pertencia a uma tradicional família de militares. De um lado, a família paterna, constituída de oficiais do exército. Do lado materno, a família era de oficiais de milícia. Foi com o pai e com os tios que Luís Alves de Lima e Silva aprendeu a ser militar.

Duque de Caxias – Biografia

Luís Alves de Lima e Silva desde cedo ingressou na vida militar. Teve intensa carreira profissional no Exército, ascendendo ao posto de marechal-de-campo aos trinta e nove anos de idade.

Cadete desde os cinco anos de idade, ingressou na Academia Militar aos 15 anos e, em 1822, organizou a Guarda Imperial de D. Pedro I. O batismo de fogo teve lugar no ano seguinte, ao entrar em campanha para combater na Bahia, quando das lutas da Independência. Participou do esforço pela manutenção da ordem pública na capital do Império após a abdicação de Pedro I, em 1831. Depois disso, tomou parte nas ações militares da Balaiada, no Maranhão, em 1839.

O papel que desempenhou, na resolução do conflito, valeu-lhe o título de Barão de Caxias. Foi nomeado para Presidente (governador) da Província do Maranhão e Comandante das Forças Militares.

Dominou os movimentos revoltosos dos liberais em Minas Gerais e São Paulo (1842). Em 1845, quando decorria a Guerra dos Farrapos, recebeu o título de Marechal de Campo. Passou a ocupar o cargo de Presidente (governador) do Rio Grande do Sul. A sua ação militar e diplomática levou à assinatura da Paz de Ponche Verde em 1845, que pôs fim ao conflito. Sua atuação aliou ação militar com habilidade política, respeitando os vencidos. Contribuiu, assim, para a consolidação da unidade nacional brasileira e para o fortalecimento do poder central. Foi feito Conde de Caxias.

No plano externo, participou de todas as campanhas platinas do Brasil independente, como a campanha da Cisplatina (1825-1828), contra as Províncias Unidas do Rio da Prata. Comandante-chefe do Exército do Sul (1851), dirigiu as campanhas vitoriosas contra Oribe, no Uruguai, e Juan Manuel de Rosas, na Argentina (1851 – 1852). Comandante-geral das forças brasileiras (1866) e, pouco depois, comandante-geral dos exércitos da Tríplice Aliança (1867), na Guerra do Paraguai (1864-1870). O conflito com o Paraguai, no qual teve importante atuação estratégica, comandando uma fase de vitórias, como nas batalhas do Avaí e Lomas Valentinas, em dezembro de 1868, conduzindo à ocupação da cidade de Assunção, valeu-lhe o título de duque, o único atribuído durante a época imperial.

Na vida política do Império seu papel foi, também, significativo, como um dos líderes do Partido Conservador. Tornando-se senador vitalício desde 1845, foi presidente (governador) das províncias do Maranhão e Rio Grande do Sul, por ocasião dos movimentos revolucionários que venceu, e vice-presidente da província de São Paulo. Ministro da Guerra e presidente do Conselho por três vezes na segunda metade do século XIX (1855-1857, 1861-1862 e 1875-1878), procurou modernizar os regulamentos militares, substituindo as normas de origem colonial.

Na terceira vez em que ocupou a presidência do Conselho apaziguou os conservadores, divididos no que dizia respeito à questão da escravatura, encerrou o conflito entre o Estado e os bispos (“questão religiosa”) e iniciou o aperfeiçoamento do sistema eleitoral. Em reconhecimento aos seus serviços, o Imperador Pedro II agraciou-o, sucessivamente, com os títulos de Barão, Conde, Marquês e Duque de Caxias.

Faleceu em 7 de maio de 1880, na Fazenda Santa Mônica, Desengano (hoje Juparanã, Rio de Janeiro). Foi enterrado no jazigo de sua esposa, no Cemitério do Catumbi, onde repousou até 1949, quando seus restos foram exumados e trasladados para o Panteão Duque de Caxias.

Para culto de sua memória, o governo federal proclamou-o, em 1962, “patrono do Exército brasileiro”. O dia do seu nascimento, 25 de agosto, é considerado o Dia do Soldado. Seu nome está inscrito no “Livro dos Heróis da Pátria”.

Os cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras prestam o seguinte juramento durante a cerimônia de graduação: “Recebo o sabre de Caxias como o próprio símbolo da Honra Militar!”

O homem e o mito

A semana de 19 a 25 de agosto de 1949 era de festa nacional em todo o território brasileiro. No então Distrito Federal as comemorações se sucediam com grande pompa e o presidente da República, general Eurico Gaspar Dutra, emprestava mais importância ao cortejo que conduzia as urnas funerárias do homenageado e da duquesa de Caxias para o seu destino final – o panteão à frente do ministério da Guerra, palco central das festividades. A semana se encerra e fixa na população a imagem de um general extremamente disciplinado, rigoroso e “avesso à política”.

O segundo sepultamento de Caxias contraria a vontade do “duque-homem” mas ergue o herói sem sombras, que sempre se distinguiu pelo mérito e que nunca teve dúvidas ou conflitos: “o duque-monumento”.

Luís Alves de Lima e Silva morreu em 1880 e só em 1923 passou a ser cultuado oficialmente.

Nesse intervalo, Caxias ficou praticamente esquecido pelo Exército, lembrado apenas de maneira episódica, como no centenário do seu nascimento. Somente em 1923, portanto, o ministro da Guerra introduz oficialmente o “culto a Caxias” e, em 1925, o Exército oficializa a data do nascimento do Duque de Caxias como “Dia do Soldado”.

O culto do Exército brasileiro a Caxias era parte de um processo que levaria à opção por esse personagem como tipo ideal do soldado brasileiro. A imagem de Caxias funcionaria como um antídoto à indisciplina e à politização militar.

Nos anos 1920, o Exército vivia momentos de ameaças por revoltas internas e divergências políticas: “Caxias era um símbolo mais conservador que o liberal Osório, e estava claramente ligado a valores como legalidade e disciplina.”.

Gabinete de 3 de setembro de 1856

Foi Presidente do Conselho de Ministro e simultaneamente ministro da Guerra.

Ministro da Fazenda: João Maurício Wanderley
Ministro do Império: Luís Pedreira do Couto Ferraz
Ministro da Justiça: José Tomás Nabuco de Araújo Filho
Ministro dos Estrangeiros: José Maria da Silva Paranhos
Ministro da Marinha: José Maria da Silva Paranhos

Gabinete de 2 de março de 1861

Foi Presidente do Conselho de Ministro e simultaneamente ministro da Guerra

Ministro da Fazenda: José Maria da Silva Paranhos
Ministro do Império: Francisco de Paula Negreiros de Saião Lobato, José Antônio Saraiva, José Ildefonso de Sousa Ramos
Ministro da Justiça: Francisco de Paula Negreiros de Saião Lobato
Ministro dos Estrangeiros: José Maria da Silva Paranhos, Antônio Coelho de Sá e Albuquerque, Benevenuto Augusto Magalhães Taques
Ministro da Marinha: Joaquim José Inácio de Barros

Gabinete de 25 de junho de 1875

Foi Presidente do Conselho de Ministro e simultaneamente ministro da Guerra

Ministro da Fazenda: João Maurício Wanderley
Ministro do Império: José Bento da Cunha Figueiredo
Ministro da Justiça: Diogo Velho Cavalcanti de Albuquerque
Ministro dos Estrangeiros: João Maurício Wanderley
Ministro da Marinha: Luís Antônio Pereira Franco
Ministro da Agricultura, Comércio e Obras Públicas: Tomás José Coelho de Almeida

Representações na arte e espetáculos

O Duque de Caxias já foi retratado como personagem na televisão, interpretado por Sérgio Britto na minissérie Chiquinha Gonzaga (1999) e Nelson Diniz na minissérie A Casa das Sete Mulheres (2003).

Também teve sua efígie impressa nas notas de Cr$ 2 (dois cruzeiros) e nas de Cr$ 100,00 (cem cruzeiros) de 1981.

Homenagens

Há no Centro da cidade de Niterói a rua Marquês de Caxias em sua homenagem.

Em sua homenagem o Palácio Duque de Caxias na Cidade do Rio de Janeiro, antiga sede do Ministério do Exército, atual sede do Comando Militar do Leste.

Em frente ao Palácio Duque de Caxias há o Panteão Duque de Caxias, com uma estátua eqüestre do patrono do Exército, monumento onde estão sepultados seus restos mortais e de sua esposa.

Em 14 de março de 1931, a antiga Porto da Estrela, onde nasceu, foi nomeada Distrito de Caxias. Em 31 de dezembro de 1943, através do Decreto-Lei 1.055, elevou-se à categoria de município, recebendo o nome de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.

Em sua homenagem, foi dado o nome de 25 de agosto, data de seu nascimento, a um dos principais bairros do município de Duque de Caxias.

Títulos e condecorações

Títulos nobiliárquicos

Barão por decreto de 18 de julho de 1841;
Visconde por decreto de 15 de agosto de 1843;
Conde por decreto de 25 de março de 1845;
Marquês por decreto de 20 de junho de 1852;
Duque por decreto de 23 de março de 1869.

Títulos agremiativos

Membro honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro;
Presidente de Honra do Institut D’Afrique;
Sócio honorário do Instituto Politécnico do Brasileiro;
Sócio efetivo da Sociedade dos veteranos da Independência da Bahia;
Sócio honorário do Instituto Literário Luisense.

Condecorações

Cavaleiro da Imperial Ordem do Cruzeiro;
Medalha de Ouro da Independência;
Comendador da Ordem de São Bento de Avis;
Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa;
Grã-cruz da Ordem Militar de Avis;
Medalha de Ouro da Campanha do Uruguai;
Grã-cruz efetivo da Imperial Ordem da Rosa;
Medalha de Ouro Comemorativa da Rendição de Uruguaiana;
Grã-cruz da Imperial Ordem do Cruzeiro;
Grã-cruz da Imperial Ordem de D. Pedro I;
Medalha do Mérito Militar;
Medalha Comemorativa do término da Guerra do Paraguai.

Campanhas pacificadoras

Primeiro reinado

Guerra da Cisplatina – 1825

Período regencial

Balaiada (Maranhão/Piauí) – 1841
Revolução Liberal em São Paulo –
1842
Revolução Liberal em Minas Gerais –
1842

Segundo Reinado

Revolução Farroupilha – 1835 a 1845

Construção de cidades

Luís Alves de Lima e Silva, junto com Domingos José de Almeida, foi responsável pela reformulação do povoado de Santana do Uruguai, e a posterior demarcação das divisas e dos traçados belos e uniformes que após tornou-se a cidade de Uruguaiana.

Duque de Caxias – Resumo

Duque de Caxias
Duque de Caxias

Luis Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, nasceu em 25 agosto de 1803, na fazenda de São Paulo, no Taquaru, Vila de Porto da Estrela, na Capitania do Rio de Janeiro quando o Brasil era Vice Reino de Portugal. Hoje, é o local do Parque Histórico Duque de Caxias, no município de Duque de Caxias, no estado do Rio de Janeiro.

Filho do Marechal-de-Campo Francisco de Lima e Silva e de D. Mariana Cândida de Oliveira Belo. Ao seu pai, Vereador da Imperatriz Leopoldina, coube a honra de apresentar em seus braços à Corte, no dia 2 de dezembro de 1825, no Paço de São Cristóvão, o recém-nascido que, mais tarde, viria a ser o Imperador D. Pedro II.

Em 22 de 1808, época em que a Família Real Portuguesa transfere-se para o Brasil, Luis Alves é titulado Cadete de 1ª Classe, aos 5 anos de idade.

Pouco se sabe da infância de Caxias. Pelos almanaques do Rio de Janeiro da época e publicados pela Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, os quais davam o nome das ruas em que moravam às autoridades governamentais, sabe-se que seu pai, desde capitão, em 1811, residia na rua das Violas, atual rua Teófilo Otoni. Esta rua das Violas, onde existiam fabricantes de violas e violões e onde se reuniam trovadores e compositores, foi o cenário principal da infância de Caxias. Sabe-se que estudou no convento São Joaquim, onde hoje se localiza o Colégio D.Pedro II, e próximo do Quartel do Campo de Santana que ele viu ser construído e que hoje é o Palácio Duque de Caxias, onde está instalado o Comando Militar do Leste.

Em 1818, aos quinze anos de idade, matriculou-se na Academia Real Militar, de onde egressou, promovido a Tenente, em 1821, para servir no 1º Batalhão de Fuzileiros, unidade de elite do Exército do Rei.

O retorno da família real e as conseqüências que daí advieram, concorreram para almejada emancipação do país. D. Pedro proclama a independência do Brasil e organiza, ele próprio, em outubro de 1822, no Campo de Sant’Ana, a Imperial Guarda de Honra e o Batalhão do Imperador, integrado por 800 guapos militares, tipos atléticos e oficiais de valor excepcional, escolhidos da tropa estendida à sua frente. Coube ao Tenente Luis Alves de Lima e Silva receber, na Capela Imperial, a 10 de novembro de 1822, das mãos do Imperador D. Pedro I, a bandeira do Império recém-criada.

No dia 3 de junho de 1823, o jovem militar tem seu batismo de fogo, quando o Batalhão do Imperador foi destacado para a Bahia, onde pacificaria movimento contra a independência comandando pelo General Madeira de Melo. No retorno dessa campanha, recebeu o título que mais prezou durante a sua vida – o de Veterano da Independência.

Em 1825 iniciou-se a campanha da Cisplatina e o então Capitão Luis Alves desloca-se para os pampas, junto com o Batalhão do Imperador. Sua bravura e competência como comandante e líder o fazem merecedor de várias condecorações e comandos sucessivos, retornando da campanha no posto de Major.

A 6 de janeiro de 1833, no Rio de Janeiro, o Major Luis Alves casava-se com a senhorita Ana Luisa de Loreto Carneiro Viana que contava, na época, com dezesseis anos de idade.

Em 1837, já promovido a Tenente Coronel, Caxias é escolhido “por seus descortino administrativo e elevado espírito disciplinador” para pacificar a Província do Maranhão, onde havia iniciado o movimento da Balaiada.

Em 2 de dezembro de 1839 é promovido a Coronel e, por Carta Imperial, nomeado Presidente da Província do Maranhão e Comandante Geral das forças em operações, para que as providências civis e militares emanassem de uma única autoridade.

Em agosto de 1840, mercê de seus magníficos feitos em pleno campo de batalha, Caxias foi nomeado Vereador de Suas Altezas Imperiais.

Em 18 de julho de 1841, em atenção aos serviços prestados na pacificação do Maranhão, foi-lhe conferido o título nobiliárquico de Barão de Caxias. Por quê Caxias? “Caxias simbolizava a revolução subjugada. Essa princesa do Itapicuru havia sido mais que outra algema afligida dos horrores de uma guerra de bandidos; tomada e retomada pelas forças imperiais, e dos rebeldes várias vezes, foi quase ali que a insurreição começou, ali que se encarniçou tremenda; ali que o Coronel Luis Alves de Lima e Silva entrou, expedindo a última intimação aos sediciosos para eu depusessem as armas; ali que libertou a Província da horda de assassinos.

O título de Caxias significava portanto: disciplina, administração, vitória, justiça, igualdade e glória”, explica o seu biógrafo Padre Joaquim Pinto de Campos.

Em 1841, Caxias é promovido a Brigadeiro e, em seguida, eleito unanimimente, deputado à Assembléia Legislativa pela Província do Maranhão e, já em março de 1842, é investido no cargo de Comandante das Armas da Corte. Em maio de 1842 iniciava-se um levante na Província e São Paulo, suscitado pelo Partido Liberal. D. Pedro II, com receio que esse movimento, alastrando-se, viesse fundir-se com a Revolta Farroupilha que se desenvolvia no sul do Império, resolve chamar Caxias para pacificar a região. Assim, o Brigadeiro Lima e Silva é nomeado Comandante-chefe das forças em operações da Província de São Paulo e, ainda, Vice-Presidente dessa Província. Cumprida a missão em pouco mais de um mês, o Governo, temendo que a Província de Minas Gerais se envolvesse na revolta, nomeiam Caxias como Comandante do Exército pacificador naquela região, ainda no ano de 1842. Já no início do mês de setembro a revolta estava abafada e a Província pacificada.

No dia 30 de julho de 1842, “pelos relevantes serviços prestados nas Províncias de São Paulo e Minas” , é promovido ao posto de Marechal-de-Campo graduado, quando não contava sequer quarenta anos de idade. Ainda graçava no sul a Revolta dos Farrapos. Mais de dez Presidentes de Província e Generais se haviam sucedido desde o início da luta, sempre sem êxito. Mister de sua capacidade administrativa, técnico-militar e pacificadora, o Governo Imperial nomeou-o, em 1842, Comandante-chefe do Exército em operações e Presidente da Província do Rio Grande do Sul. Logo ao chegar a Porto Alegre fez apelo aos sentimentos patrióticos dos insurretos através de um manifesto cívico.

A certo passo dizia: “Lembrai-vos que a poucos passos de vós está o inimigo de todos nós – o inimigo de nossa raça e de tradição. Não pode tardar que nos meçamos com os soldados de Oribes e Rosas; guardemos para então as nossas espadas e o nosso sangue. Abracemo-nos para marcharmos, não peito a peito, mas ombro a ombro, em defesa da Pátria, que é a nossa mãe comum”. Mesmo com carta branca para agir contra os revoltosos, marcou sua presença pela simplicidade, humanidade e altruísmo com que conduzia suas ações.

Assim ocorreu quando da captura de dez chefes rebeldes aprisionados no combate de Santa Luzia onde, sem arrogância, com urbanidade e nobreza, dirigiu-se a eles dizendo: “Meus senhores, isso são conseqüências do movimento, mas podem contar comigo para quanto estiver em meu alcance, exceto para soltá-los”. Se no honroso campo da luta, a firmeza de seus lances militares lhe granjeava o rosário de triunfos que viria despertar nos rebeldes a idéia de pacificação, paralelamente, seu descortino administrativo, seus atos de bravura, de magnanimidade e de respeito à vida humana, conquistaram a estima e o reconhecimento dos adversários. Por essas razões é que os chefes revolucionários passaram a entender-se com o Marechal Barão e Caxias, em busca da ambicionada paz.

E em 1º de março de 1845 é assinada a paz de Ponche Verde, dando fim à revolta farroupilha. É pois com justa razão que o proclamam não só Conselheiro da Paz, senão também – o Pacificador do Brasil – epíteto perpetuado em venera nobilitante. Em 1845, Caxias é efetivado no posto de Marechal-de-Campo e é elevado a Conde. Em seguida, mesmo sem ter se apresentado como candidato, teve a satisfação de ter seu nome indicado pela Província que pacificara há pouco, para Senador do Império.

Em 1847 assume efetivamente a cadeira de Senador pela Província do Rio Grande do Sul. A aproximação das chamas de uma nova guerra na fronteira sul do Império acabaram por exigir a presença de Caxias, novamente, no Rio Grande do Sul e em junho de 1851 foi nomeado Presidente da Província e Comandante-chefe do Exército do Sul, ainda não organizado.

Essa era a sua principal missão: preparar o Império para uma luta nas fronteiras dos pampas gaúchos. Assim, em 5 de setembro de 1851 Caxias adentra o Uruguai, batendo as tropas de Manoel Oribe, diminuindo as tensões que existiam naquela parte da fronteira.

Em 1852, é promovido ao posto de Tenente-general e recebe a elevação ao título Marquês de Caxias. Em 1853, uma Carta Imperial lhe confere a Carta de Conselho, dando-lhe o direito de tomar parte direta na elevada administração do Estado e em 1855, é investido do cargo de Ministro da Guerra. Em 1857, por moléstia do Marquês de Paraná, assume a Presidência do Conselho de Ministros do Império, cargo que voltaria a ocupar, em 1861, acumulativamente com o de Ministro da Guerra.

Em 1862, foi graduado Marechal-do-Exército, assumindo novamente a função de Senador no ano de 1863. Em 1865 inicia-se a Guerra da Tríplice Aliança, reunindo Brasil, Argentina e Uruguai contra as forças paraguaias de Solano Lopez.

Em 1866, Caxias é nomeado Comandante-chefe das Forças do Império em operações contra o Paraguai, mesma época em que é efetivado Marechal-do-Exército. Cabe destacar que, comprovando o seu elevado descortínio de chefe militar, Caxias utiliza, pela primeira vez no continente americano, a aeroestação (balão) em operações militares, para fazer a vigilância e obter informações sobre a área de operações. O tino militar de Caxias atinge seu ápice nas batalhas dessa campanha. Sua determinação ao Marechal Alexandre Gomes Argolo Ferrão para que fosse construída a famosa estrada do Grão-chaco, permitindo que as forças brasileiras executassem a célebre marcha de flanco através do chaco paraguaio imortalizou seu nome na literatura militar. Da mesma forma, sua liderança atinge a plenitude no seu esforço para concitar seus homens à luta na travessia da ponte sobre o arroio Itororó – “Sigam-me os que forem brasileiros”. Caxias só deu por finda sua gloriosa jornada ao ser tomada a cidade de Assunção, capital do Paraguai, a 1º de janeiro de 1869.

Em 1869, Caxias tem seu título nobiliárquico elevado a Duque, mercê de seus relevantes serviços prestados na guerra contra o Paraguai. Eis aí um fato inédito pois Caxias foi o único Duque brasileiro.

Em 1875, pela terceira vez, é nomeado Ministro da Guerra e Presidente do Conselho de Ministros. Caxias ainda participaria de fatos marcantes da história do Brasil, como a “Questão Religiosa”, o afastamento de D. Pedro II e a Regência da Princesa Isabel. Já com idade avançada, Caxias resolve retirar-se para sua terra natal, a Província do Rio de Janeiro, na Fazenda Santa Mônica, na estação ferroviária do “Desengano”, hoje Juparaná, próximo à Vassouras.

No dia 7 de maio de 1880, às 20 horas e 30 minutos, fechava os olhos para sempre aquele bravo militar e cidadão, que vivera no seio do Exército para glória do próprio Exército.

No dia seguinte, chegava, em trem especial, na Estação do Campo de Sant’Ana, o seu corpo, vestido com o seu mais modesto uniforme de Marechal-de-Exército, trazendo ao peito apenas duas das suas numerosas coondecoraçõoes, as únicas de bronze: a do Mérito Militar e a Geral da Campanha do Paraguai, tudo consoante suas derradeiras vontades expressas.

Outros desejos testamentários são respeitados: enterro sem pompa; dispensa de honras militares; o féretro conduzido por seis soldados da guarnição da Corte, dos mais antigos e de bom comportamento, aos quais deveria ser dada a quantia de trinta cruzeiros (cujos nomes foram imortalizados em pedestal de seu busto em passadiço do Conjunto Principal antigo da Academia Militar das Agulhas Negras); o enterro custeado pela Irmandade da Cruz dos Militares; seu corpo não embalsamado. Quantas vezes o caixão foi transportado, suas alças foram seguras por seis praças de pré do 1º e do 10º Batalhão de Infantaria.

No ato do enterramento, o grande literato Visconde de Taunay, então Major do Exército, proferiu alocução assim concluída: “Carregaram o seu féretro seis soldados rasos; mas, senhores, esses soldados que circundam a gloriosa cova e a voz que se levanta para falar em nome deles, são o corpo e o espírito de todo o Exército Brasileiro. Representam o preito derradeiro de um reconhecimento inextinguível que nós militares, de norte a sul deste vasto Império, vimos render ao nosso velho Marechal, que nos guiou como General, como protetor, quase como pai durante 40 anos; soldados e orador, humildes todos em sua esfera, muito pequenos pela valia própria, mas grandes pela elevada homenagem e pela sinceridade da dor”.

Em 25 de agosto de 1923 ,a data de seu aniversario natalício passou a ser considerada como o Dia do Soldado do Exército Brasileiro, instituição que o forjou e de cujo seio emergiu como um dos maiores brasileiros de todos os tempos. Ele prestou ao Brasil mais de 60 anos de excepcionais e relevantes serviços como político e administrador público de contingência e, inigualados, como soldado de vocação e de tradição familiar, a serviço da unidade, da paz social, da integridade e da soberania do Brasil Império. Em mais uma justa homenagem ao maior dos soldados do Brasil, desde 1931 os Cadetes do Exército da Academia Militar das Agulhas Negras, portam como arma privativa, o Espadim de Caxias, cópia fiel, em escala, do glorioso e invicto sabre de campanha de Caxias que desde 1925 é guardado como relíquia pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, a que o Duque de Caxias integrou como sócio Honorário a partir de 11 de maio 1847.

O Decreto do Governo Federal de 13 de março de 1962 imortalizou o nome do invicto Duque de Caxias como o Patrono do Exército Brasileiro.

Atualmente, os restos mortais do Duque de Caxias, de sua esposa e de seu filho, repousam no Panteon a Caxias, construído em frente ao Palácio Duque de Caxias, na cidade do Rio de Janeiro.

Fonte: geocities.yahoo.com.br/www.vidauniversitaria.com.br/www.cep.ensino.eb.br

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