Iluminismo

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Iluminismo – O que é

O Iluminismo foi um movimento que tinha como princípio o uso da razão como principal caminho para alcançar a liberdade, no qual o seu lema é: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.

Corrente de pensamento, também chamada de Ilustração, dominante no século XVIII, especialmente na França, sua principal característica é creditar à razão a capacidade de explicar racionalmente os fenômenos naturais e sociais e a própria crença religiosa.

A razão humana seria então a luz (daí o nome do movimento) capaz de esclarecer qualquer fenômeno.

Representa a hegemonia intelectual da visão de mundo da burguesia europeia e, assim, rejeita as tradições e ataca as injustiças, a intolerância religiosa e os privilégios típicos do Antigo Regime, abrindo caminho para a Revolução Francesa.

Tem início no Renascimento, com a descoberta da razão como chave para o entendimento do mundo, e seu ponto alto no século XVIII, o Século das Luzes, difundido nos clubes, salões literários e nas lojas maçônicas.

Fornece o lema principal da Revolução Francesa: “Liberdade, igualdade, fraternidade”.

Iluminismo – Iluminação

Um termo para qualquer ensino relativo à iluminação da mente humana; é atribuído a entusiastas de dois tipos distintos: aqueles que têm a “luz” como uma comunicação direta de uma fonte superior; e aqueles que possuem “iluminação” como resultado de uma condição esclarecida e exaltada da razão humana.

Iluminação direta. À primeira classe pertencem várias seitas religiosas que reivindicaram a iluminação direta de Deus, principalmente os gnósticos, os Alumbrados da Espanha e os Illuminés da França. Historicamente, o primeiro entre esses foi o gnosticismo, um nome genérico para um grupo de movimentos religiosos heréticos que floresceu durante os primeiros séculos cristãos, todos os quais comumente defendiam que a salvação vem por meio do “conhecimento esclarecido”, um conhecimento que é secreto e misterioso, baseado em revelação, e limitado a uma elite talentosa.

Alumbrados. Na Espanha do século 16, os adeptos do iluminismo eram chamados de Alumbrados. O nome identifica um grupo de pseudo-místicos espanhóis que afirmavam atuar sempre sob a iluminação recebida direta e imediatamente do Espírito Santo, e independentemente dos meios de graça dispensados pela Igreja.

Iluminados. Em 1623, apareceu no sul da França o que parecia ser um ramo dos Alumbrados, com o nome de Iluminados. A seita se desenvolveu e ganhou proporção quando foi aderida em 1634 por Pierre Guérin, cura de Saint Georges de Roye. Sob sua forte influência, o grupo logo ficou conhecido como Guérinets. Tanto os Alumbrados como os Guérinets foram suprimidos em meados do século XVII.

Em seu significado mais amplo, o iluminismo poderia ainda ser aplicado a todo e qualquer grupo ou seita que reivindique a posse de uma luz interior por um grupo seleto de almas iluminadas que receberam a iluminação como uma revelação diretamente de Deus. Os exemplos são os rosacruzes, que chegaram ao conhecimento público em 1537 – uma seita que combinava a posse iluminada dos princípios esotéricos da religião com os mistérios da alquimia; os Molinistas, fundados por Miguel de molinos em 1697; os Martinistas franceses fundados em 1754 por Martinez Pasqualis, bem como os Martinistas Russos chefiados por Schwartz de Moscou por volta de 1790.

Ambos os últimos grupos eram cabalistas e alegoristas, e seguidores das ideias de Jakob böhme e Emanuel swedenborg.

Razão Humana Iluminada. O iluminismo se aplica também, e mais comumente, àqueles que possuem a iluminação como resultado de uma condição esclarecida, purificada e exaltada da razão humana. Nesse sentido da palavra, o iluminismo tem duas aplicações históricas principais, a saber, o Iluminismo e os Iluminados

O Iluminismo. Em primeiro lugar, cronológica e influentemente, o iluminismo se refere ao movimento intelectual e cultural mais amplamente conhecido como iluminismo. Originário da Inglaterra em 1688, no final da Revolução Gloriosa, atingiu seu clímax violento na Revolução Francesa, um século depois. Este iluminismo entronizou a razão e a capacitou infalivelmente para julgar, condenar e banir toda a falta de razão do passado. A cultura, a religião e o governo do passado eram considerados indignos do homem esclarecido e, portanto, tinham que ser mudados ou abolidos.

Tal iluminismo não poderia existir, nem pode ser compreendido, à parte do racionalismo filosófico, empirismo e mecanismo que o precedeu, nem isolado dos males sociais e políticos do final dos séculos XVII e XVIII, do progresso da ciência, nem do o espírito de independência e rebelião contra a tradição e autoridade característicos dos europeus desde o século XVI. Filosoficamente, era um amálgama de empirismo, deísmo, racionalismo, hedonismo, utilitarismo, relativismo, anti-historicismo, humanismo egoísta, otimismo e uma veneração da ciência – todos surgindo da natureza e convergindo para o naturalismo, com sua ênfase nos direitos naturais, sociedade natural, e religião natural.

Iluminados. Novamente, o iluminismo é identificado com um grupo de entusiastas da Baviera, conhecidos como os Iluminados (Perfectibilistas ou Perfektibilisten). Seu principal objetivo era estabelecer e propagar uma nova religião e, politicamente, estabelecer uma república democrática universal que se seguiria à derrubada do governo existente. O fundamento de ambos era a “razão iluminada”, ou seja, a razão liberada da autoridade dominante da Igreja e do Estado. O grupo foi fundado por Adam Weishaupt em 1º de maio de 1776. Weishaupt foi educado pelos Jesuítas e se tornou o primeiro professor leigo de Direito Canônico na Universidade de Ingolstadt.

Três fatores na formação de Weishaupt se manifestaram em seu grupo: (1) sua associação e familiaridade com os métodos jesuítas de educação, organização e disciplina, embora aqui ele tenha perdido o ponto essencial e realmente tenha feito uma caricatura da autoridade e obediência dos jesuítas; (2) sua associação e conhecimento da Maçonaria, que ele usou como um protótipo para a estrutura e modelo para os graus e cerimoniais de sua organização; e (3) o racionalismo, o pensamento livre, o naturalismo, o anticlericalismo, o humanismo egoísta e o antitradicionalismo, característicos do Iluminismo, que ele absorveu de seus contemporâneos. Seu grande objetivo, a saber, um mundo onde todos os homens seriam livres e felizes, seria alcançado pelo estabelecimento de uma Ordem dos Iluminados secreta e altamente organizada. Weishaupt considerou este fim desejável o suficiente para justificar todo e qualquer meio para alcançá-lo.

Ética iluminista. Do exposto, é imediatamente evidente que o iluminismo inclui uma ampla gama de teorias éticas, da iluminação divina e passivismo, ao hedonismo, utilitarismo, naturalismo, humanismo, altruísmo; e destes últimos, alguns ateus, alguns deístas; alguns associados ao racionalismo como base, alguns ao empirismo; alguns otimistas, alguns pessimistas, alguns até niilistas.

Uma crítica detalhada da ética iluminista implicaria uma crítica de cada uma das teorias éticas acima mencionadas.

No entanto, em todo e qualquer um deles, uma ou mais das seguintes verdades que são fundamentais para uma discussão sobre moralidade foram negligenciadas ou negadas: (1) O homem tem uma natureza racional; ou seja, ele é uma pessoa dotada de razão e livre arbítrio. Portanto, seus julgamentos morais, como todos os outros julgamentos, ou são verdades evidentes por si mesmas ou são alcançados pelo raciocínio; e ele é pessoalmente responsável por suas decisões e ações morais. (2) O homem é salvo cumprindo sua natureza, isto é, sabendo e fazendo. Ação sem conhecimento é pouco inteligente, e conhecimento sem ação é estéril no que diz respeito à salvação. A salvação exige inteligência, fé e boas obras. (3) Por sua natureza, o homem tem a obrigação moral de obedecer à lei natural. O homem possui direitos naturais, mas também tem deveres morais. (4) Embora Deus atue dentro do homem, Ele ordenou que essa ação seja por meio da Igreja, e que normalmente Sua orientação interior de uma alma é condicionada por Sua orientação exterior por meio da Igreja estabelecida por Jesus Cristo, Seu Filho. Assim, Ele “ilumina” as mentes humanas para aceitar o que a Igreja ensina; Ele move a vontade humana para executar o que a Igreja aconselha e ordena.

Iluminismo – Contexto histórico

O Iluminismo surge em uma época de grandes transformações tecnológicas, com a invenção do tear mecânico, da máquina a vapor, entre outras. É o período que marca o fim da transição entre feudalismo e capitalismo.

Iluminismo – História

Iluminados

A Revolução Gloriosa marcou o fim do absolutismo na Inglaterra, criando assim, um país burguês = tudo que existe de recursos (tanto no campo material, quanto no campo humano) seria usado em favor da burguesia, gerando acumulo de capital, o que faz da Inglaterra o país mais rico da Europa.

As burguesias dos outros países perceberam que os ingleses conseguiram abater o Antigo Regime = o rei é deposto, acaba o absolutismo, acaba a sociedade estamental e acaba o Mercantilismo. Então, eles tentam fazer a mesma coisa, sobretudo na França que é “grudada” na Inglaterra. Tudo que se faz na Inglaterra, reflete na França e a burguesia percebeu que se não tomasse uma atitude quanto à destruição do A.R., eles seriam destruídos, pois os ingleses vão acumular toda a riqueza existente na Europa e os outros países vão empobrecer, as burguesias vão à falência (se não há lucro, não há como viver dentro do sistema capitalista).

Desse modo, torna-se necessário derrubar o A.R. e o processo mais traumático foi na França. Os principais filósofos iluministas estarão na França, os pensadores econômicos também.

A burguesia surgiu no Mercantilismo e tinha espaço = criava cartas de monopólio, concessões, falta de concorrência; assim a burguesia surge e vai tomando os espaços, mas vai chegar um momento em que a burguesia está tão grande que ela precisa acabar com o Mercantilismo, precisa assumir o controle da sociedade que era tripartida (Absolutismo nada mais é que um feudalismo transformado):

As 2 primeiras camadas não fazem nada e ainda acabam com a riqueza do Estado, enquanto isso todo o resto da população tem que trabalhar para sustentar as outras 2 camadas.

Então deve-se destruir essa sociedade e criar uma sociedade de classes.

Maquiavel, Hobbes, Bodin e Bossuet diziam que o rei devia ser absoluto, agora a burguesia tem que pagar para filósofos para que estes combatam os ideais absolutistas, criando outras filosofias (deve-se negar os princípios mercantilistas e defender a igualdade entre os homens).

O Iluminismo é o momento (corrente) filosófica que tem como base a Razão. E os dois filósofos que não são iluministas, mas serviram de fundamento para a racionalidade foram René Descartes e Isaac Newton, são eles que vão dar a base para que o movimento aconteça.

René Descartes: Descartes dizia que o homem deve desconfiar de tudo para poder acreditar em alguma coisa. Criou o método cartesiano para explicar um assunto através de um ponto racional.

O sobrenatural não existe.

Isaac Newton: diz que tudo o que existe no mundo respeita as leis físicas = o sobrenatural não existe.

Iluminismo – Características principais

O iluminismo é deísta, isto é, acredita na presença de Deus na natureza e no homem e no seu entendimento através da razão. É anticlerical, pois nega a necessidade de intermediação da Igreja entre o homem e Deus e prega a separação entre Igreja e Estado. Afirma que as relações sociais, como os fenômenos da natureza, são reguladas por leis naturais.

Iluminismo – Visão do homem

Para os teóricos do Iluminismo o homem é naturalmente bom e todos nascem iguais. É corrompido pela sociedade, em consequência das injustiças, opressão e escravidão. A solução é transformar a sociedade, garantindo a todos a liberdade de expressão e culto e fornecendo mecanismos de defesa contra o arbítrio e a prepotência.

Iluminismo – Organização da sociedade

Deve ser norteada pelo princípio da busca da felicidade.

Cabe ao governo garantir os “direitos naturais”: liberdade individual, direito de posse, tolerância, igualdade perante a lei.

doutrina do liberalismo político substitui a noção de poder divino pela concepção do Estado como criação do homem e entregue ao soberano mediante um contrato, o contrato social.

Como a ideia de contrato implica sua revogabilidade, abre as portas para diversas formas de governo.

Iluminismo – Formas de governo

Alguns iluministas, como Montesquieu e Voltaire, têm como modelo a monarquia inglesa. Outros, como Rousseau, preferem uma república com fundamentos éticos.

Precursores dos iluministas

Os principais são René Descartes (1596-1650), matemático e filósofo francês, defensor do método lógico e racional para construir o pensamento científico; e Isaac Newton (1642-1727), cientista inglês, descobridor de várias leis físicas, entre elas a lei da gravidade. Para Newton, a função da ciência é descobrir leis universais e enunciá-las de forma precisa e racional.

Filósofos do Iluminismo

Os principais são John Locke (1632-1704); Voltaire, pseudônimo de François-Marie Arouet (1694-1778); Jean-Jacques Rousseau (1712-1778); Montesquieu, como é conhecido o escritor francês Charles Louis de Secondat, barão de La Brède e de Montesquieu (1689-1755); e Denis Diderot (1713-1784). John Locke é considerado o “pai do Iluminismo”.

Representa o individualismo liberal contra o absolutismo monárquico. Para Locke, o homem, ao nascer, não possui qualquer ideia e sua mente é como uma tábula rasa. O conhecimento, em decorrência, é adquirido por meio dos sentidos, base do empirismo, e processado pela razão.

Voltaire critica violentamente a Igreja e a intolerância religiosa e é o símbolo da liberdade de pensamento. Defende uma monarquia que garanta as liberdades individuais, sob o comando de um soberano esclarecido.

Rousseau propõe um Estado governado de acordo com a vontade geral do povo e capaz de oferecer igualdade jurídica a todos os cidadãos. Montesquieu prega a separação dos poderes do Estado em Legislativo, Executivo e Judiciário, como forma de proteger as garantias individuais. Diderot, ao lado do físico e filósofo Jean Le Rond d’Alembert (1717-1783), organiza uma enciclopédia que pretende reunir o conhecimento científico e filosófico da época. Por essa razão os iluministas também são conhecidos como “enciclopedistas”.

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) nasce em Genebra, na Suíça, mas se transfere para a França. É o iluminista mais radical, precursor das ideias socialistas, ao contestar a propriedade privada, e do romantismo, ao afirmar o primado dos sentimentos sobre a razão. Fica órfão de mãe aos 10 anos de idade, é abandonado pelo pai, de origem calvinista, e entregue aos cuidados de um pastor. Em sua obra mais conhecida, O contrato social, defende um Estado voltado para o bem comum e a vontade geral, estabelecido em bases democráticas. No Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens (1755), outra de suas obras, realça os valores da vida natural e critica o mundo civilizado. Para Rousseau o homem nasce bom e sem vícios ? o bom selvagem ? mas depois é pervertido pela sociedade civilizada.

Defende a pequena burguesia e inspira os ideais da Revolução Francesa. No livro Emílio apresenta seu projeto educacional para manter o homem bom. Tem cinco filhos, todos entregues a orfanatos.

John Locke (1632-1704) filósofo inglês, precursor do Iluminismo. Estuda medicina, ciências naturais e filosofia em Oxford, principalmente as obras de Bacon e Descartes. Participa da Revolução Inglesa, em 1688.

Passa vários anos na França e na Holanda. Volta à Inglaterra quando Guilherme de Orange sobe ao trono. Representante do individualismo liberal, em sua principal obra, Ensaio sobre o entendimento humano, de 1690, propõe que a experiência é a fonte do conhecimento, que depois se desenvolve por esforço da razão.

Iluminismo – A Enciclopédia

É planejada em 1750 por Diderot e pelo físico e filósofo Jean Le Rond d’Alembert (1717-1783), sob o título Enciclopédia ou Dicionário racional das ciências, das artes e dos ofícios.

Sua publicação sofre violenta campanha contrária da Igreja e de grupos políticos afinados com o clero. Entre 1751 e 1772 são publicados 17 volumes de texto e 11 de pranchas de ilustração.

É de inspiração racionalista e materialista, propõe a imediata separação da Igreja do Estado e combate às superstições e às diversas manifestações do pensamento mágico, entre elas as instituições religiosas.

Sofre intervenção da censura e condenação papal, mas acaba por exercer grande influência no mundo intelectual e inspira os líderes da Revolução Francesa.

Os mais importantes colaboradores são: Montesquieu e Voltaire (literatura), Condillac e Condorcet (filosofia), Rousseau (música), Buffon (ciências naturais), Quesnay e Turgot (economia), Holbach (química), Diderot (história da filosofia), D’Alembert (matemática).

Iluminismo – Teorias econômicas

Aplicado à vida social e política, o Iluminismo produz duas correntes de pensamento, a fisiocracia e o liberalismo econômico.

Iluminismo – Fisiocratas

São contrários à intervenção do Estado na vida econômica. O mais importante representante da escola fisiocrata é François Quesnay (1694-1774), médico francês que defende a existência de um poder natural em ação nas sociedades, que não deve ser contrariado por leis e regulamentos. É partidário de um capitalismo agrário, com o aumento da produção agrícola, única solução para gerar riquezas para uma nação.

Iluminismo – Liberalismo econômico

Seu principal inspirador é o economista escocês Adam Smith, considerado o pai da economia política, autor de O ensaio sobre a riqueza das nações, obra fundamental da literatura econômica.

Ataca a política mercantilista por ser baseada na intervenção estatal e sustenta a necessidade de uma economia dirigida pelo jogo livre da oferta e da procura de mercado, o laissez-faire. Para Adam Smith, a verdadeira riqueza das nações está no trabalho, que deve ser dirigido pela livre iniciativa dos empreendedores. O liberalismo econômico recebe, posteriormente, a colaboração do sociólogo e economista inglês Thomas Robert Malthus e do economista inglês David Ricardo.

Adam Smith (1723-1790), mais importante teórico do liberalismo econômico no século XVIII, nasce na Escócia e estuda em Glasgow e Oxford. Em 1751 é nomeado professor de lógica na Universidade de Glasgow e, no ano seguinte, assume a cátedra de filosofia moral. Publica Teoria dos sentimentos morais em 1759. Viaja à França e Suíça e, em 1763, entra em contato com os fisiocratas.

Volta à Escócia e publica sua obra principal, Ensaio sobre a riqueza das nações (1776). Prega a não-intervenção do Estado na economia e um Estado limitado às funções de guardião da segurança pública, mantenedor da ordem e garantidor da propriedade privada. Defende a liberdade contratual, pela qual patrões e empregados são livres para negociar os contratos de trabalho.

Thomas Robert Malthus (1766-1834) estuda em Cambridge e é ordenado sacerdote da Igreja Anglicana em 1797. Em 1805 passa a lecionar economia política em Haileybury e vive como um modesto vigário rural.

Ganha celebridade com a teoria exposta em Um ensaio sobre o princípio da população, de 1798, elaborada de acordo com as estatísticas da época. Segundo Malthus, a produção de alimentos cresce em progressão aritmética e a população em progressão geométrica, gerando fome e miséria das grandes massas. A natureza corrige essa desproporção por meio das guerras e epidemias, que reduzem a população. Malthus recomenda ao governo antecipar-se à natureza negando assistência social às populações, especialmente hospitais e asilos. Às populações, aconselha a abstinência sexual como forma de diminuir os índices de natalidade.

David Ricardo (1772-1823) nasce em Londres, filho de judeus espanhóis, e, aos 21 anos, converte-se ao cristianismo. Ganha dinheiro e prestígio profissional em negócios realizados na bolsa de valores.

Sob a influência da leitura casual de Adam Smith passa a estudar detalhadamente as questões monetárias. Em Princípios de economia política e tributação expõe suas principais ideias econômicas.

É o pioneiro na exigência de rigor científico nos estudos econômicos e analisa os aspectos mais significativos do sistema capitalista de produção.

Iluminismo – Despotismo esclarecido

As ideias racionalistas e iluministas influenciam alguns governantes absolutistas, que pretendem governar segundo a razão e o interesse do povo, sem abandonar, porém, o poder absoluto.

Os mais célebres são: Frederico II, da Prússia; Catarina II, da Rússia; o marquês de Pombal, ministro português; e Carlos III, da Espanha. Eles realizam reformas que ampliam a educação, garantem a liberdade de culto, estimulam a economia, fortalecem a igualdade civil, uniformizam a administração pública, introduzem a separação dos poderes judicial e executivo, mas mantêm a servidão da gleba e a autocracia, aguçando as contradições sociais e políticas.

Governo de Frederico II, da Prússia

Acontece de 1740 a 1786. Influenciado principalmente pelas ideias de Voltaire, permite liberdade de culto aos prussianos e torna obrigatório o ensino básico.

Acaba com a tortura aos criminosos e organiza novo código legal. Permite a liberdade de expressão e estimula a construção e o desenvolvimento da indústria.

Apesar dessas mudanças, a Prússia mantém o regime feudal.

Governo de Catarina II, da Rússia

No poder de 1759 a 1796 e, apesar de manter contato com muitos filósofos do Iluminismo, muda muito pouco a estrutura social e econômica da Rússia.

Constrói escolas e hospitais e estimula a influência da cultura francesa na vida cultural do país. Autoriza a liberdade de culto e submete a Igreja ortodoxa ao Estado. A situação dos servos, porém, só piora, principalmente quando os proprietários conseguem ter o direito de condená-los à morte.

Governo de José II, da Áustria

Pode ser considerado o padrão de déspota esclarecido. Governa de 1780 a 1790 e nesse período acaba com a escravidão no país e a liberdade de culto religioso e garante emprego aos não-católicos.

Promove a igualdade de todos perante a lei e às tarifas e reorganiza a estrutura de organização do Império.

Introduz o serviço militar obrigatório e moderniza o Exército.

Marquês de Pombal

Marquês de Pombal (1699-1782), como é conhecido Sebastião José de Carvalho e Melo, estadista português que se destaca pela atuação como déspota esclarecido durante o governo de dom José I. Estuda direito, história e política. É nomeado secretário dos Negócios Estrangeiros de dom José I em 1750 e, em pouco tempo, adquire poderes absolutos por quase 30 anos.

Fortalece o monopólio comercial e equilibra a balança comercial portuguesa. Reconstrói Lisboa, destruída pelo terremoto de 1755, e transforma a capital em uma cidade moderna.

Expulsa os jesuítas de Portugal e das colônias por se oporem às suas reformas educacionais. Abre Portugal para a influência do Iluminismo. Moderniza o ensino, cria a Imprensa Régia, bibliotecas e indústrias.

Regulamenta o salário dos camponeses e o tamanho das propriedades rurais. Contestado por praticamente toda a nobreza e pelas elites coloniais é obrigado a se demitir com a morte de dom José I, em 1777.

Iluminismo e a Ciência

Nos séculos XVII e XVIII, enquanto as ideias iluministas se espalhavam pela Europa, uma febre de novas descobertas e inventos tomou conta do continente.

O avanço científico dessa época colocou à disposição do homem informações tão diferentes quanto a descrição da órbita dos planetas e do relevo da Lua, a descoberta da existência da pressão atmosférica e da circulação sanguínea e o conhecimento do comportamento dos espermatozoides.

A Astronomia foi um dos campos que deu margem às maiores revelações. Seguindo a trilha aberta por estudiosos da Renascença, como Copérnico, Kepler e Galileu, o inglês Isaac Newton (1642.1727) elaborou um novo modelo para explicar o universo. Auxiliado pelo desenvolvimento da Matemática, que teve em Blaise Pascal (1623.1662) um de seus maiores representantes, ele ultrapassou a simples descrição do céu, chegando a justificar a posição e a órbita de muitos corpos siderais.

Além disso, anunciou ao mundo a lei da gravitação universal, que explicava desde o movimento de planetas longínquos até a simples queda de uma fruta.

Newton foi ainda responsável por avanços na área do cálculo e pela decomposição da luz, mostrando que a luz branca, na verdade, é composta por sete cores, as mesmas do arco-íris.

Tanto para o estudo dos corpos celestes como para a observação das minúsculas partes do mundo, foi necessário ampliar o campo de visão do homem. Os holandeses encarregaram-se dessa parte, descobrindo que a justaposição de várias lentes multiplicava a capacidade da visão humana.

Tal invento possibilitou a Robert Hooke (1635-1703) construir o primeiro microscópio, que ampliava até 40 vezes pequenos objetos (folhas, ferrões de abelha, patas de insetos).

Esse cientista escreveu um livro sobre suas observações e criou o termo célula, hoje comum em Biologia.

As primeiras experiências com a então recém-descoberta eletricidade demonstraram que o corpo humano é um bom condutor elétrico, O menino suspenso por cordas Isolantes recebe estímulos elétricos nos pés, os quais são transmitidos à outra criança (à esquerda), a quem esta dando a mão.

A Biologia progrediu também no estudo do homem, com a identificação dos vasos capilares e do trajeto da circulação sanguínea. Descobriu-se também o princípio das vacinas a introdução do agente causador da moléstia no organismo para que este produza suas próprias defesas.

Na Química, a figura mais destacada foi Antoine Lavolsier (1743-1794), famoso pela precisão com que realizava suas experiências. Essa característica auxiliou-o a provar que, embora a matéria possa mudar de estado numa série de reações químicas, sua quantidade não se altera, conservando-se a mesma tanto no fim como no começo de cada operação. Atribuiu-se a ele igualmente a frase: Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma.

Além dos nomes citados, houve muitos outros inventores e estudiosos que permitiram, por exemplo, a descoberta da eletricidade; a invenção da primeira máquina de calcular; a formulação de uma teoria, ainda hoje aceita, para explicar a febre; a descoberta dos protozoários e das bactérias. Surgiu mesmo uma nova ciência a Geologia, a partir da qual se desenvolveu uma teoria que explicava a formação da Terra, refutando a versão bíblica da criação do mundo em sete dias.

Tendo herdado o espírito curioso e indagador dos estudiosos renascentistas, os pesquisadores dos séculos XVII e XVIII construíram teorias e criaram inventos, em alguns casos posteriormente contestados pela evolução da ciência. Sua importância, entretanto, é inegável, tendo sido fundamental para os progressos técnicos que culminaram na Revolução Industrial.

Iluministas Franceses

As ideias dos pensadores iluministas ingleses encontraram grande aceitação na França do século XVIII, onde atingiram seu auge. Investigando problemas políticos, religiosos e culturais, os franceses procuraram idealizar uma sociedade na qual houvesse liberdade e justiça social.

Dos franceses, Voltaire (1694-1770) foi o maior dos filósofos iluministas e um dos maiores críticos do Antigo Regime e da Igreja. Defendeu a liberdade de pensamento e de expressão. Como forma de governo, era a favor de uma monarquia esclarecida, na qual o governante fizesse reformas influenciado pelas ideias iluministas.

Outro crítico do Antigo Regime foi Montesquieu (1698-1755), que propunha a divisão do poder em executivo, legislativo e judiciário, mantendo-se os três em equilíbrio permanente. Escreveu O espírito das leis e

Cartas persas. Defendeu ainda a posição de que somente as pessoas de boa renda poderiam ter direitos políticos, ou seja, direito de votar e de candidatar-se a cargos públicos.

François Marie Arouet (Voltaire) um dos grandes
intelectuais do Iluminismo francês

Rousseau (17 12-1778), outro pensador francês, distinguiu-se dos demais iluministas por criticar a burguesia e a propriedade privada. Considerava os homens bons por natureza e capazes de viver em harmonia, não fosse alguns terem se apoderado da terra, dando origem à desigualdade e aos conflitos sociais.

Propunha um governo no qual o povo participasse politicamente e a vontade da maioria determinasse as decisões políticas.

Expôs suas idéias principalmente em duas obras: O contrato social e Discurso sobre a origem da desigualdade.

As propostas desses e de outros iluministas franceses difundiram-se pela Europa e América em boa parte graças à Enciclopédia. Esta volumosa obra, organizada pelos iluministas Diderot e DAlembert e escrita por grandes pensadores e cientistas, sintetizava o conhecimento e as ideias vigentes na época.

Também em relação à economia surgiram ideias novas, que atacavam o mercantilismo e a interferência do Estado na vida econômica. Na França apareceram os fisiocratas (fisio = natureza; cracia = poder), como Quesnay, para quem a riqueza de uma nação provém da agricultura e, portanto, da natureza. A economia seria regulada por leis naturais, sendo desnecessária a intervenção do Estado. O principio Laissez faire, laissez passer (Deixe fazer, deixe passar) era defendido pelos fisiocratas, onde pregavam o ideal de liberdade.

Os fisiocratas influenciaram na formação de uma corrente de pensamento chamada liberalismo econômico, da qual fazem parte os ingleses Adam Smith, Thomas Malthus e David Ricardo. ”

Iluministas Ingleses

No século XVII, as ideias iluministas mais brilhantes surgiram na Inglaterra, país que apresentava grande desenvolvimento econômico Vejamos algumas das figuras que mais se destacaram nesse país.

Isaac Newton (1642-1727), matemático, astrônomo e físico, preocupou-se com o estudo do movimento dos corpos do universo. Demonstrou que os corpos exercem atração uns sobre os outros, formulando a lei da gravitação universal.

Os conhecimentos de Newton em Matemática e Física permitiram-lhe avançar em suas investigações astronômicas e criar, inclusive, um telescópio.

John Locke (1632-1704), ao contrário de seu contemporâneo Thomas Hobbes, que era a favor do absolutismo, escreveu o Segundo tratado sobre o governo civil, defendendo a teoria do governo limitado. Para Locke, os homens formavam a sociedade e instituíam um governo para que este lhes garantisse alguns direitos naturais, como o direito à vida, à felicidade, à propriedade, etc. Por isso, caso o governo abusasse do poder, poderia ser substituído. Outra de suas afirmações era que todos os indivíduos nascem iguais, sem valores ou ideias preconcebidas.

Filósofos Iluministas

No Iluminismo, os principais filósofos foram: Locke, Montesquieu, Voltaire e Rousseau.

As idéias desses filósofos foram o lema que dirige a sociedade burguesa: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. É com estes filósofos que se forma toda a estrutura social que vivemos hoje = a sociedade burguesa. Houve também os economistas que vão gerar o sistema capitalista liberal que vivemos hoje = o neoliberalismo.

John Locke

Locke foi um filósofo que atacou a concepção absolutista de Thomas Hobbes = o mundo vivia num caos, mas o homem criou o governo e formou-se a sociedade civil, essa sociedade foi feita em um acordo entre o governante e o governado e esse acordo jamais poderia ser rompido e essa impossibilidade de romper o contrato caracterizava o absolutismo.

Locke concorda com a sociedade civil (o contrato), porém o contrato não só pode como deve ser rompido se o governante mostrar ser um mau governante = acaba o absolutismo. Se o rei é ruim, tira-o e põe outro. Isso existe até os dias de hoje.

O primeiro país que trouxe na sua constituição o princípio de Locke foram os Estados Unidos.

Locke também disse que os direitos individuais são dons, são nossos, ninguém pode mexer, as nossas habilidades e aquilo que conseguimos através delas também é nosso.

Fala-se do individualismo das pessoas na sociedade e sobre a propriedade privada que pertence a uma determinada pessoa.

A teoria de Locke serve corretamente para a burguesia: direitos individuais assegurados, propriedade privada inviolável e a possibilidade de tirar os governantes se não estiverem atendendo a seus interesses.

Resumo: ataca Hobbes. Diz que podemos retirar o governante do poder se ele não estiver sendo bom; diz que a propriedade é um bem inviolável e defende o individualismo que cada pessoa tem.

Montesquieu

Montesquieu também vai combater o absolutismo, principalmente as ideias de Maquiavel = o rei pode fazer o que quiser, porque está acima das nossas regras morais e éticas. Montesquieu falava que isso está errado, porque quando uma pessoa detém todos os poderes na sua mão, essa pessoa faz mau uso do poder.

Então ele diz que só se combate o poder com o poder, para isso deve-se fracionar o poder que é uno em três, então Montesquieu cria a tripartição dos poderes:

1-) Legislativo
2-)
 Executivo
3-) 
Judiciário.

Resumo: combate Maquiavel. Dizia que o rei não podia ter poderes totais, porque ele faria mau uso do poder. Então, “somente o poder detém o poder” = cria-se a tripartição do poder em: executivo, legislativo e judiciário.

Voltaire

É o mais irreverente. Expõe sua filosofia em romances (mais fácil de ler). Ele diz que o Estado (monarquia) deve ser dirigido por um rei filósofo, ou então, um rei que tenha ministros filósofos, então ele defende a razão e os princípios iluministas para dirigir o Estado.

Resumo: ele defende a razão e os princípios iluministas par dirigir o Estado. O rei deve ser filósofo ou ter ministros filósofos.

Jean-Jaques Rousseau

Rousseau é o mais radical de todos, ao invés de ver os problemas da burguesia, ele vê os problemas do povo.

Ele vai analisar as causas da pobreza e vai chegar à conclusão de que os problemas da sociedade na qual vivia eram causados pela propriedade privada (depois que ela veio, veio junto a pobreza) = isso vai contra os desejos da burguesia que defendia a propriedade privada, então Rousseau será um filósofo pobre (quem patrocinava os filósofos era a burguesia e como ele era contra os interesses desta, não receberá dinheiro).

Rousseau é um filósofo romântico, porque propõe a volta antes dos maus acontecerem. Por isso ele cria o mito do Bom Selvagem = o índio que vivia feliz e contente sem a propriedade privada.

Esse mito pode ser comparado a uma criança que é pura, mas depois ela se torna ambiciosa (por causa da sociedade competitiva e da propriedade privada) e começam os problemas da sociedade.

Ele propõe a democracia = o governo do povo. É o único que fala em República (coisa do povo). “Devemos obedecer a voz da maioria”. Ele é tão radical que vão considerá-lo o 1.º socialista, mas não foi. Socialismo só no séc. XIX (ainda está no XVIII).

Resumo: Fala em igualdade social, democracia (o poder emanando da maioria), faz crítica à sociedade e à propriedade privada através do mito do Bom Selvagem.

Diderot e D’Alembert

Eles vão juntar todo o saber burguês existente naquela época (fazem um convite a vários filósofos iluministas) em um Enciclopédia. Demoram 30 anos para fazê-la. Estando em livros, as pessoas que não podiam ver os filósofos, poderiam saber sobre suas idéias. Com isso, as idéias se espalharam com maior facilidade, ajudando a derrubar o Antigo Regime.

Resumo: Vão juntar todo o saber burguês em uma Enciclopédia e fazendo assim, mais pessoas poderiam saber sobre as idéias dos filósofos e assim espalham os ideais para derrubar o Antigo Regime. A sociedade (burguesa) na qual vivemos hoje é fruto das idéias feitas pelos filósofos do iluminismo que fazem uma série de idéias compostas na frase: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.

Fisiocratismo

Os economistas do Iluminismo vão mudar o pensamento econômico que antes era mercantilista para que houvesse a transformação do capitalismo mercantilista para o capitalismo liberal (industrial).

A mudança começa com uma “escola econômica” chamada fisiocratismo = “das atividades econômicas que se baseiam na natureza só temos a agricultura”. Então, defende-se a agricultura, combatendo o mercantilismo (comércio). O homem mais importante do fisiocratismo é o médico Quesnay = foi o primeiro que percebeu que existe um mercado, onde existe produção e circulação de mercadorias, de serviços e de pessoas.

Para Quesnay o Estado JAMAIS deve intervir na economia, mas no Mercantilismo o Estado sempre intervinha = monopólios, cartas de concessão, preços, quantidade, qualidade. Com isso, ele defende a Liberdade Econômica.

Ele defende que a agricultura é a única atividade que gera riqueza = o comércio é estéril (não produz riqueza, ele só passa a riqueza de um lugar para o outro) e a indústria também é estéril (ela não gera riqueza, apenas transforma a riqueza já existente), já a agricultura, por exemplo: com um grão de milho formam-se 3000 grãos, isto é, criou-se uma coisa que não existia.

Quesnay diz que a economia deve funcionar por si mesma, dizendo esta frase: “Laissez-faire, laissez-passer, le monde va de lui-même” (Deixar fazer, deixar passar, que o mundo vai por si mesmo) = liberdade econômica. Ele cria a “idéia da oferta e da procura” = quanto maior a procura do produto, maior o preço, quanto menor a procura e maior a quantidade de produtos, menor o preço. Se houver liberdade, produz-se e consome-se o necessário, há estabilidade do preço e equilíbrio.

Essas leis de mercado, Quesnay chamou de Leis Naturais = funciona como o corpo humano = sem um governo estabelecido = Ex.: respira-se involuntariamente = assim ocorrem as leis da oferta e da procura: elas acontecem!

Resumo: Quesnay defende a liberdade econômica, criticando o mercantilismo. Ele fala contra o comércio e a indústria, defendendo a agricultura. Fala que a economia é regida por leis naturais: “lei da oferta e da procura”. Dizia que o Estado jamais deve intervir na economia. Mas o problema é que Quesnay só é favorável à agricultura e da posse da terra, mas isso não interessa à burguesia = tem que falar bem da indústria, do comércio e é por isso que houve o avanço das ideias. Passa-se, então, do Fisiocratismo para o Liberalismo Clássico (agora são economistas) e o fundador é o escocês Adam Smith.

Liberalismo Clássico

Quesnay só é favorável à agricultura e da posse da terra, mas isso não interessa à burguesia = tem que falar bem da indústria, do comércio e é por isso que houve o avanço das ideias. Passa-se, então, do Fisiocratismo para o Liberalismo Clássico (agora são economistas) e o fundador é o escocês Adam Smith.

Adam Smith

Smith vai criticar o Mercantilismo e dizer a mesma coisa que Quesnay falou sobre a liberdade (ela deve existir).

Ele disse que o Estado só deve intervir na economia para fazer o trabalhador trabalhar, pois para Smith: “O trabalho é a riqueza das nações” = Ex.: no Mercantilismo, Portugal possuía o metalismo (exploração de ouro e prata) e os metais vinham do Brasil, mas como Portugal não produzia nada, teve que comprar produtos da Inglaterra e ela é que ficou rica.

O mesmo ocorreu com os EUA que tinham capacidade de produzir (trabalho).

Com isso, se o trabalho é a riqueza das nações, então todas as atividades são abençoadas: a agricultura, a indústria e o comércio. Esse pensamento serve corretamente para a burguesia.

Smith ainda fez a ideia da Harmonia de Interesses = para Smith, o capitalismo geraria tanta riqueza que todo mundo ia ficar rico: “o homem, procurando seu lucro individual, inconscientemente traz benefícios para toda a comunidade”. Ele achava que o patrão iria abrir um negócio e gerar vários empregos, mas há um problema, pois não se menciona o salário que, devido à ambição do patrão, seria muito pequeno.

Smith só aborda a quantidade de empregos, mas não a qualidade do emprego: “buscando-se o lucro, causa-se a desgraça alheia”. Portanto, essa teoria não acontece, não funciona, mas como a teoria é otimista, ela faz com que o trabalhador se confunda. Então, quando se diz que o bem estar sendo distribuído para todos e que o interesse do patrão está junto com o interesse do empregado, o trabalhador confunde a sua riqueza com a do patrão e vai cuidar bem dessa riqueza, mas o patrão sabe aquilo é só dele. Com isso, Smith é a favor do patrão (burguês).

Smith também dividiu o trabalho em partes (fases), antes o trabalho era artesanal (uma pessoa começava e terminava o produto), mas esse trabalho gerava produtos muito caros, em pequena quantidade e, às vezes, um diferente do outro. Com o trabalho em partes, cada trabalhador faz uma função e, assim, não precisa pensar para fazer o trabalho, torna-se algo mecânico e a produção vai mais rápida, com isso, o produto vem em maior quantidade para o mercado e mais barato, além disso, os produtos em série são iguais (com qualidades iguais), isso trazia competitividade (o produto do artesão não seria mais comprado); era bom para o patrão, mas o operário (trabalhador) teria que trabalhar bem mais para ganhar bem menos = favorece-sede novo o burguês.

Resumo: Foi o introdutor do capitalismo liberal, ele falou várias coisas, entre elas defendeu a liberdade econômica, ele dividiu o trabalho em fases, falou sobre a Harmonia de Interesses (“o homem procurando seu lucro individual, inconscientemente traz benefícios para toda a comunidade”) e todas essas ideias são favoráveis ao patrão.

David Ricardo

Ricardo já vive na época em que se viu que a teoria de Smith estava errada quanto à distribuição da riqueza = ela passou a ser concentrada nas mãos de poucos, mas Ricardo não vai defender o lado da população.

Ricardo é um especulador = ele era professor duma universidade e quando ele entrava na bolsa de valores e comprava ações de uma pequena empresa, então todos achavam que era um bom negócio e compravam também, assim o preço das ações subia e Ricardo vendia as suas ações e desse modo ia ganhando muito dinheiro = essa é a chamada especulação.

Ricardo criou a Lei Férrea dos Salários = definia quanto deveria ser o salário do trabalhador = dizia que o salário deveria ser o suficiente para que o sistema se reproduza = trabalhador não pode morrer de fome, se morrer, é o fim do capitalismo = só funciona com duas coisas: com o Capital (dinheiro, prédio, máquinas,…) e o Trabalhador. Para manter vivo o trabalho, depende-se da comida, então o salário deveria ser o suficiente para comprar a comida e alimentar os trabalhadores e a família, com isso, se o preço da comida subir, o salário também deve subir e se o preço da comida descer, o salário também deve descer para que o trabalhador não se torne “vagabundo”.

Ricardo também disse como se deve calcular o preço final do produto: deve-se somar o que gasta com matéria-prima, energia, desgaste do maquinário e o gasto com o salário, com essa soma se obtém o Custo, aí vê a procura do produto no mercado, se tiver grande procura, terá um preço maior e o Lucro será maior. “Custo + Lucro = Preço do Produto”.

Karl Marx dizia diferente: o salário do trabalhador deve ser o preço daquilo que ele produziu, com isso, o patrão não ganharia nada (ele não existiria) = socialismo.

Ricardo também disse sobre a Lei dos Rendimentos Decrescentes, isto é, quanto devemos investir na empresa para que não se tenha prejuízo, pois nos primeiros investimentos, os rendimentos serão grandes, mas depois, se investir mais, os rendimentos vão diminuindo até começar a perder dinheiro. Ricardo, então, traça uma margem de satisfação (ideal), se passar disso, os investimentos não passarão a ter o mesmo rendimento (rendimento decrescente).

Resumo: Ele falou da Lei Férrea dos Salários, onde o salário do trabalhador deve estar relacionado ao preço da comida para que este não morra de fome. Definiu qual deve ser o preço do produto (custo + lucro) e falou da Lei dos Rendimentos Decrescentes que serve para calcular a quantidade de investimentos que um empresário deve realizar numa empresa para ter o máximo de lucro, evitando os excessos.

Thomas Robert Malthus

Malthus tinha como preocupação o crescimento da população. Malthus criou a Teoria Malthusiana = comida cresce em ritmo de Progressão Aritmética (1, 2, 3, 4,…) e a população em ritmo de Progressão Geométrica (1, 2, 4, 8,…), ou seja, em um momento vai haver mais gente do que comida e vai haver uma grande crise. E dizia que as guerras e as pestes eram boas porque limitavam o crescimento da população.

Por haver mais pobre, ele é responsável pela crise, ele não consegue se conter sexualmente e tem muitos filhos. E para limitar os filhos, tem que se diminuir o salário.

Resumo: Ele diz que faltará comida, pois enquanto a comida cresce em P.A., a população cresce em P.G.; e o principal culpado é o pobre, então deve-se baixar o salário do pobre para que este tenha menos filhos.

Jean Batista Say

Say cria a teoria de que tudo que é produzido, será consumido, então não deveriam haver estoques porque alguém sempre iria comprar o produto.

Isso prejudica o trabalhador porque impossibilita de ser considerado um consumidor, portanto, o trabalhador não precisa ganhar altos salários para consumir também, porque sempre alguém vai comprar.

Essa teoria (Lei) de Say está errada e será negada várias vezes na prática. O melhor exemplo é a crise de 1929 (ocorreu um grande acúmulo de produtos que não conseguiram ser vendidos).

Se o capitalismo não for monitorado e se não houver um Estado para controlar o pagamento dos salários e impedir que os salários caiam a um nível muito baixo, vai acontecer o fenômeno da Superprodução (muitos produtos que não serão absorvidos pelo mercado). Em 1929, o capitalismo passou pela sua pior crise, onde havia a superprodução e o subconsumo. Com uma crise, as ações caem, a moeda se desvaloriza, os produtos ficam estocados, etc..

Resumo: Dizia que tudo que é produzido, será consumido = não existem os estoques, com isso, o pobre não é considerado um consumidor (outros irão comprar o produto), então não precisa ter salários altos.

John Stuart Mill: Mill vai falar contra o sindicato.

O sindicato tem a função de amenizar a exploração do dono para cima dos trabalhadores.

Mill dizia que o sindicato faria greves e com as greves, ele dizia que muitos trabalhadores seriam demitidos para que se pudesse subir o salário do restante, mas esse restante que ficou teria que trabalhar bem mais para compensar a produção. Portanto, para Mill, o sindicato demite pessoas e faz com que outros trabalhem mais para compensar a produção.

Essa ideia está errada, ele contou essa estória para favorecer a burguesia, pois não haveria apoio aos sindicatos e não haveria greves, pois com greves, não há produção, nem dinheiro.

Resumo: ele diz que os sindicatos são responsáveis pelo desemprego e ele diz isso para que não haja greves, pois se há greve, não há produção, nem lucro.

Despotismo Esclarecido

Algumas ideias formadas pelo Iluminismo chegam aos ouvidos do rei (Antigo Regime). Os reis percebem que algo deve ser feito para se modernizar os seus reinos, então eles vão usar algumas idéias do Iluminismo para modernizarem seus reinos, por isso são chamados de déspotas (rei absoluto) iluminados. O problema é que quando o rei usa as ideias do Iluminismo, ele não pode aprofundar muito, porque senão ele acaba com o Regime Absoluto. Ele não vai poder usar as ideias de qualquer filósofo = Rousseau (defende a democracia), Montesquieu (divide o seu poder em três).

Mas ele pode usar a ideia de Igualdade Jurídica = “a partir de agora o clero e a nobreza vão pagar impostos também e não só a burguesia e os servos (trabalhadores)”, mas o imposto que era cobrado ao clero e à nobreza é muito pequeno quando comparado aos dos outros.

Alguns reis vão chamar pessoas mais inteligentes para dirigir o reino em nome deles = foi o caso de Portugal, onde o rei chamou o Marquês de Pombal, que vai tirar gastos, racionalizar a administração, melhorar a exploração do Brasil, etc..

Essas medidas não vão funcionar tão bem a ponto de impedir o fim do Antigo Regime, mas vão retardar o fim deste.

Resumo: foi uma tentativa dos monarcas europeus visando reformar o Antigo Regime, evitando sua decadência, mas haverá apenas um retardamento no processo.

Fonte:  www.saberhistoria.hpg.ig.com.br/www.eurekabr.hpg.ig.com.br/www.encyclopedia.com

 

 

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