Sociedade do Japão

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Precoce Modernização Japonesa

A rápida transformação de um Japão feudal em uma nação moderna, sendo o primeiro país não ocidental a se unir aos poderosos do mundo, tem sido objeto de estudo entre observadores ocidentais.

Fatores históricos e geográficos

Vários fatores têm sido apontados como responsáveis ou causadores da rápida modernização japonesa. Entre eles há alguns fatos históricos como a chegada dos europeus na metade do século passado, exigindo assim, a abertura dos portos exatamente quando o Japão estava preparado internamente para grandes mudanças devido a uma enorme crise política e econômica em seu sistema feudal. Dessa forma, a drástica transição política deu-se de maneira relativamente suave.

Outro aspecto considerável é o geográfico. Sendo um pais geograficamente isolado, incursões e tentativas de colonização estrangeira tornavam-se relativamente difíceis se comparado, por exemplo, Korea. Além disso, o pequeno tamanho de seu território facilitava o controle econômico, político e social.

Fatores econômicos e sociais

É importante lembrar que o Japão já dispunha de uma organização desenvolvida com muitas qualidades necessárias para o processo de modernização, tais como:

Organização política bem desenvolvida
Sistema de impostos bem estruturado
Sociedade estratificada
Centros urbanos
Alfabetização e instituições educacionais em números satisfatórios.

O papel do governo

Não se deve ignorar a importância do Governo em planejar a rota da modernização nipônica, estimulando o desenvolvimento econômico e promovendo o nacionalismo.

Como em outros países ocidentais, o governo japonês tomou grandes iniciativas desenvolvendo urna economia industrial e sistema educacional de alta qualidade, tão como introduzindo ideologias nacionalistas e transformando o Japão em urna potência militar.

Com este intuito, o governo japonês convidava e admitia inúmeros professores e técnicos estrangeiros para ensinar em suas universidades. O mesmo enviava cidadãos japoneses para estágios no exterior.

Também foram feitos grandes investimentos industriais.

O JAPÃO COMO SEGUNDA POTÊNCIA

A grande empresa: Identificação e desempenho

“(…..) Nas fábricas japonesas, os empregados parecem trabalhar mesmo sem o controle dos chefes de turma.

Os operários não demonstram estar zangados com seus superiores e realmente parecem desejar que a empresa tenha sucesso”. Esta observação foi feita por um visitante, em oposição às fábricas americanas.

Os japoneses sentem orgulho de seu trabalho e são leais em relação a sua empresa, produzindo mercadorias competitivas no preço e de qualidade.

Nas indústrias com requisitos de proficiência mais baixos, a mão-de-obra treinada e especializada não eram necessárias. A agilidade e vigor físicos pensaram mais. Havia interesse maior por operários mais jovens ( final do século XIX, início do século XX).

Nas indústrias modernas, onde a alta especialização é necessária, e, portanto de tempo e investimentos consideráveis, foi desenvolvido um sistema de aumento de salário baseado em tempo de serviço para motivar os empregados a permanecer.O sistema de tempo de serviço e emprego permanente paternalistas tornaram-se predominantes na indústria de larga escala.

Nas décadas de 50 e 60, sob a tutela do governo, muitas firmas pequenas se consolidaram e se modernizaram. Novas administração e tecnologia americanas foram introduzidas.

Chegaram a considerar a introdução do modelo americano, não paternalista, mas no final dos anos 60, as empresas começaram a sobrepujar as companhias do ocidente.

A nova filosofia de administração, então, incorpora muitos conceitos da moderna administração ocidental (estratégias básicas de negócios, ciclos de vida dos produtos, levantamentos de mercado e estratégias de marketing, contabilidade, modelos econômicos, propaganda, etc), mas alguns fundamentos japoneses permanecem (perspectivas a longo prazo, emprego permanente, tempo de serviço e lealdade para com a companhia) e algumas características se desenvolvera (separação de cargo e tarefa, pequenas diferenças em pagamento e status para operários de uma determinada idade, gerência e responsabilidade de pequenos grupos).

A empresa japonesa investe alto visando retorno a longo prazo. Isso é possível porque não depende da venda de títulos (1/6 do capital) e sim de empréstimos bancários.

Os acionistas não têm força para exigir lucro anual e os bancos dependem das companhias tanto quanto estas dependem dos bancos.

O sucesso da empresa é julgado mais pela valorização da empresa no mercado de ações e isso se dá a longo prazo, mantendo a lucratividade e diminuindo os custos.

As grandes empresas japonesas contraem grandes dívidas, mas por serem consideradas importantes para o conjunto da economia, o Banco de Japão, apoiado pelo Ministério da Fazenda, auxilia os bancos que emprestam dinheiro às companhias. Os mais importantes ministérios do governo também ajudam, em caso de emergências.

Uma empresa em dificuldades econômicas sempre vai procurar contornar a situação sem sacrificar o sistema de emprego permanente, com ligeiras adaptações, reduzindo os valores dos bônus e dos aumentos, as horas de trabalho, as admissões; fazendo cortes de salário; despedindo empregados temporários; encorajando a aposentadoria; transferindo empregados para empresas filiadas.

Os funcionários com o mesmo tempo de serviço, são considerados iguais. Nos primeiros anos recebem o mesmo pagamento para diminuir a competição e fortalecer a amizade entre colegas.

O mais importante critério para medir qualidade, visando a promoções regulares por período de tempo, é a capacidade de trabalhar bem com os outros.

O empregado que progride mais rapidamente não é o que tem idéias originais, mas o que pode colaborar bem com os outros para achar uma conclusão satisfatória para todos.

A realização pessoal não pode ser separada da capacidade de trabalhar em grupos. Eventualmente, o prêmio pelo desempenho e esforço inclui salário e posição, mas a recompensa verdadeiramente satisfatória é a estima de seus colegas.

Mesmo que numa seção o chefe seja de forma notória medíocre e menos apto ao serviço que seu subalterno, o importante é o desempenho do grupo. O grupo, como um todo, tem grande força e responsabilidade, pois, dentro de sua esfera, não espera ordens dos executivos, mas toma as iniciativas identificando problemas, fazendo consultas, preparando documentos e propondo soluções para os problemas.

Somente quando o grupo não consegue resolver os problemas sozinhos, os executivos tomam as decisões finais.

O sucesso e o fracasso vêm do esforço do grupo e não são nunca colocados nos ombros de uma única pessoa. Na pior das hipóteses, se um alto funcionário agir mal, seu mandato será terminado mais cedo ou ele não será promovido tão rapidamente.

A empresa japonesa acredita que o ritmo da evolução da moderna tecnologia e da mudança organizacional, tornam a especialização rapidamente ultrapassada. O jovem empregado japonês, por ser generalista, se interessa em ter conhecimentos vastos sobre sua empresa.

Um funcionário japonês, que sabe que será mantido e retreinado no decorrer da carreira, geralmente não se preocupa com inovação e não resiste à mudança tecnológica, pois esta é necessária para o desenvolvimento de sua companhia. O trabalhador japonês é flexível e está disposto a ajudar os companheiros em diferentes tarefas.

A empresa japonesa coloca seu compromisso com os empregados acima dos compromissos com lucros e com acionistas. O trabalhador, por sua vez, responde com compromisso de lealdade.

O sucesso das companhias japonesas em evitar inquietações perturbadoras por parte dos empregados, foi reforçado pelo tratamento dispensado aos sindicatos dos trabalhadores. Depois da II Guerra Mundial, quando a ocupação dos aliados ordenou uma rápida expansão dos sindicatos, os executivos das grandes empresas japonesas tomaram providências para que os empregados se tornassem membros dos sindicatos, que nasceram não de lutas violentas, mas da iniciativa dos líderes responsáveis.

No início, o movimento trabalhista, protegido pela ocupação aliada, tornou-se uma força política poderosa e as vezes, violenta.

A administração percebeu que incentivando os funcionários fieis e de escritório a tomarem parte nas atividades dos sindicatos e tentando satisfazer alguns pedidos dos trabalhadores, criaria melhores relações de trabalho e uma força operária mais satisfeita.

Os sindicatos japoneses são organizados pelas empresas. Os sindicatos profissionais nacionais tendem a ser fracos. Em algumas áreas, os sindicatos se envolveram em longas greves e perturbações, mas isso aconteceu porque estavam convencidos de que as perturbações não poriam em perigo o futuro de sua organização.

No setor público as greves são oficialmente ilegais, e quando algum sindicato testa essa legalidade, como ocorreu em 1976, a greve é interrompida não pela lei, mas pela opinião pública.

Os empregados do setor privado que não fazem greve em virtude da dedicação que têm por sua empresa, exercendo pressão pública, não consideram correto o Governo oferecer melhores condições e salários servidores públicos grevistas. Os filhos de grevistas chegam a ser ridicularizados pelos colegas nas escolas.

Com riqueza crescente e emprego total, no final dos anos 60, muitos jovens se tornaram confiantes em suas habilidades para ganhar a vida mesmo se deixassem sua atual companhia e essa atitude ameaçou a disciplina da empresa. Contudo, desde a crise do petróleo em 1963, os trabalhadores, com medo do desemprego, sentiram-se dependentes de sua empresa e a disciplina melhorou. Assim, mesmo com um padrão de vida alto, o japonês não deu fim ao trabalho duro.

Incentivos Pessoais

As empresas japonesas oferecem incentivos econômicos por lealdade a longo prazo e reforços para o funcionário se identificar com a empresa, por exemplo:

Hipotecas com juros subsidiados pela empresa, bônus, presentes
Descontos especiais
Festas, viagens, cursos, exibições
Instalações para recepções e festas
Colônias de férias
Atividades esportivas diversas.

Os executivos japoneses, em geral, querem seus funcionários sob seus cuidados até mesmo nas horas de folga, mesmo que isto represente um alto custo.

Nomes Japoneses

Sobrenomes

No Japão, como também na China e na Coréia, o nome de família vem antes do nome. Por exemplo, em Utada Hikaru, Utada é o sobrenome e Hikaru é o nome. Até o final do período Edo (1603-1867) somente os samurais e os nobres tinham sobrenome, as pessoas de outras classes sociais não tinham direito a usar sobrenomes. Somente após a restauração Meiji (1868) os japoneses de todas as classes adquiriram o direito de usar sobrenome.

Todos os sobrenomes japoneses devem ser escritos em kanji (ideograma chinês). Quando um estrangeiro naturaliza-se japonês, ele tem que escolher com que kanji irá escrever seu sobrenome.

O jogador de futebol brasileiro naturalizado japonês Alex Santos, que jogou na seleção japonesa na copa de 2002, tem seu sobrenome escrito da seguinte forma em kanji: Alguns dos sobrenomes japoneses mais comuns são: Suzuki, Sato, Tanaka, Watanabe, Yamamoto, Nakamura, etc.

Casamento

Ao casar-se a mulher japonesa perde o seu sobrenome e passa a usar o sobrenome do marido. Uma pessoa chamada Akiko Sato (mulher) ao casar com outra chamada Ichiro Yamamoto (homem) passaria a se chamar Akiko Yamamoto.

Somente em alguns casos especiais isto não acontece. Se uma família importante, dona de uma empresa, por exemplo, não tiver descendentes homens, o genro casado com a filha mais velha perde seu sobrenome e adquire o da mulher, passando assim a ser o herdeiro da família da esposa.

Nomes

Os nomes japoneses podem ser escritos em hiragana, katakana, ou kanji.

Nomes terminados em ko geralmente são femininos, como por exemplo: Haruko, Kyoko, Michiko, etc.

Note que nem todos os nomes terminados em ko são femininos, Norihiko, por exemplo, é um nome masculino.

Já os nomes masculinos podem indicar a ordem de nascimento dos filhos utilizando o prefixo -ro, Ichiro (primeiro filho), Jiro (segundo filho), Saburo (terceiro filho), Shiro (quarto filho) e assim por diante.

Outros nomes masculinos comuns são: Akira, Ken, Ken`ichi, Hiroshi, etc.

Significado

O significado dos nomes de família japoneses geralmente tem relação com o local em que vivia a família quando esta começou a utilizar o sobrenome, lembrando que a maioria dos japoneses só começaram a utilizar sobrenomes após a restauração Meiji (1868).

Exemplos: Tanaka, dentro do campo de arroz, Inoshita, embaixo do poço, Yanamoto, base da montanha, Matsushita, embaixo do pinheiro, etc.

Já o primeiro nome geralmente procura passar uma idéia de força e/ou vitalidade no caso dos nomes masculinos, e beleza e/ou suavidade no caso dos nomes femininos.

O significado do nome e do sobrenome depende do kanji com o qual é escrito e não com a pronúncia. O nome Akira, por exemplo, dependendo do kanji, pode significar, entre outros, verdade ou luz.

Sistema Trabalhista

Níveis Salariais

Após um período de vida onde se gastava o que se ganhava, logo após a II Guerra Mundial os níveis salariais subiram a níveis iguais aos de antes da guerra. Agora, os níveis de salário do Japão estão entre os mais altos de todas as nações industrializadas, e estão subindo continua e paralelamente com o crescimento econômico. Não obstante, o sistema salarial reflete sua singular história política, econômica e social.

Diferenças no Sistema Salarial

O Sistema por Antiguidade

Segundo o sistema atual de emprego permanente, os empregados são promovdos tanto por antiguidade como por mérito. Assim, um novato mediano de uma grande companhia pode prever que seu salário dobrará quando tiver trinta e cinco anos, e triplicar quando tiver mais ou menos cinquenta anos, à medida que escala firmemente os degraus da companhia.

De acordo com o modelo de 1985 do rendimento anual, um graduado de uni­versidade do sexo masculino com a idade de vinte e dois anos ganhava ¥ 2.150.000 (aproximadamente U$ 21.500) anualmente; seu rendimento anual aumentava para ¥ 2.750.000 na idade de vinte e cinco, e então subia para aproximadamente um milhão de ienes (aproximadamente U$ 10.000) a cada cinco anos de serviço, finalmente alcançando ¥ 7.890.000 aos cinqüenta anos. Gratificações regulares, geralmente dadas duas vezes ao ano, somam aproximadamente a trinta por cento deste rendimento anual.

Diferenças de Salários de Acordo com o Tamanho da Firma

Ainda existe, entretanto, uma considerável diferença nos níveis salariais de acordo com o tipo de indústria, e o tamanho e desempenho dos negócios da firma dentro da mesma indústria.

De acordo com uma pesquisa feita pelo Ministério do Trabalho em 1983, os salários em fábricas com 500 empregados ou mais foram classificados a 100, em empre­sas com 100-499 empregados foram classificados a 79, naquelas com 30-99 empregados a 64, e nas com 5-29 empregados a 56,6.

Diferenças de Salários de Acordo com:

Antecedentes Escolares
Sexo
Posição So­cial

A diferença entre os salários pagos a graduados de escolas secundárias e graduados de universidades é insignificante no momento de entrada na companhia, mas aumenta com o passar do tempo.

Aos cinquenta e cinco anos de idade, quando a diferença chega a seu máximo, os salários para a maioria de graduados de escolas secundárias são aproximadamente de 60 a 80 por cento dos salários dos graduados em universidades.

A diferença de salários por sexo é ainda maior; embora o índice de aumento salarial para os empregados do sexo feminino tem aumentado mais do que para os empregados do sexo masculino em recentes anos.

De acordo com a posição social, as diferenças de salários são comparativamente pequenas entre os trabalhadores braçais e o pessoal administrativo, e entre o pessoal administrativo e os executivos de gerência.

Se os empregados são da mesma idade e têm antecedentes escolares e carreiras profissionais similares, normalmente, seus salários ou remunerações não diferem mais que 10 por cento (em média, os presidentes de corporações recebem aproximadamente de seis a dez vezes o salário de um graduado universitário). Devido ao fato que o índice progressivo de impostos no Japão é muito alto, para os que têm rendimentos altos, as diferenças de rendimentos brutos é relativamente pequena.

Seguridade Social

Surgiu em 1961 o estabelecimento de um compreensivo sistema público de seguridade social no Japão, que incorporou as pensões e seguros de toda a nação. O sistema teve uma enorme expansão na década de 1970, nas esteira do crescimento econômico rápido, que criou no povo novas exigências de seguridade social.

No início dos anos 70, o governo adotou várias medidas para atender essa exigências, inclusive aumentos nos seguros médicos e pagamentos de pensões, melhorias no seguro-desemprego e a introdução de salários-famílias.

O sistema de seguridade social existente no Japão consiste de cinco divisões: a assistência pública, os serviços de bem-estar, o seguro social (a assistência médica, as pensões, o salário-família, o seguro-desemprego e as indenizações por acidente de trabalho), a saúde pública e a aposentadoria do serviço público e o auxílio às vítimas da guerra.

Cada uma dessas divisões proporciona, por sua vez, uma grande variedade de planos. A assistência médica, por exemplo, incorpora o seguro de saúde nacional, o seguro de saúde dos empregados, o seguro dos marítimos, as associações de ajuda mútua dos empregados do governo nacional e local e do pessoal das escolas particulares, e o seguro para a velhice, cujos custos são divididos entre os vários planos de seguro.

As pensões incluem o plano de pensão nacional, as pensões dos empregados, o seguro dos marítimos e as associações de ajuda mútua dos empregados do governo e das organizações da agricultura, da silvicultura e da pesca.

As duas crises do petróleo da década de 1970 introduziram um período de baixo crescimento econômico, que deixou o governo com poucos fundos em uma época em que o envelhecimento da sociedade aumentava a carga das despesas com seguridade social. Para enfrentar essa situação, o governo tomou medidas para transferir parte da carga dos gastos com seguridade social para os beneficiários.

Em 1983 foi abolido o sistema de cobertura total dos custos da assistência médica para os idosos, que foi substituído por um sistema que exige que o indivíduo participe dos custos. E em 1986, o governo modificou o esquema do seguro-saúde dos empregados, de modo que o empregado tem de arcar com 10% de suas despesas médicas.

Como a situação fiscal continuou deteriorando-se, o governo começou a empreender uma revisão radical da estrutura da seguridade social da nação e a acelerar o processo de reforma.

O sistema de seguridade social do Japão provavelmente está destinado a sofrer uma importante reestruturação em preparação para o século XXI, quando uma proporção significantemente mais elevada da população chegará à velhice.

Essas ações para modificar o sistema público de seguridade social têm sido acompanhada por uma dramática expansão dos planos de pensão particulares.

O valor das apólices de seguro-pensão vendidas pelas empresas de seguro do setor privado, por exemplo, ultrapassou a marca de um trilhão de ienes em julho de 1987. No futuro, os planos particulares de aposentadoria deverão desempenhar um importante papel na complementação dos planos públicos.

O problema principal que o Japão enfrentará no sistema de seguro-saúde nos anos vindouros será o rápido aumento da proporção de idosos na população. No início do século XXI, um em cada sete japoneses terá 65 anos de idade ou mais e, por volta do ano 2025, a proporção terá aumentado para um em cada quatro.

À medida que a sociedade envelhecer, a maioria das pessoas de idade avançada se transferirá dos planos de seguro-saúde dos empregados para os de seguro-saúde nacional.

Provavelmente os atuais padrões de gastos deverão continuar, enquanto for mantido o atual sistema de seguro nacional para todos.

Pensões

As pensões situam-se, ao lado do seguro-saúde, com componente chave do sistema de seguridade social.

Em vista do fato de que o meio social e econômico do Japão mudou consideravelmente desde o estabelecimento do plano de pensão nacional universal em 1961, o governo aprovou, em abril de 1986, uma legislação para alterar o sistema.

O objetivo principal da alteração foi abrir o caminho para a introdução de um sistema de pensão unificado. No presente momento existem sete planos com níveis variados de benefícios e custos.

Os dois maiores são o plano de seguro-pensão dos empregados, que proporciona pensões para os trabalhadores assalariados, e o plano de pensão nacional, que destina-se sobretudo aos autônomos.

Com o objetivo de corrigir esta situação, o governo ampliou a cobertura do plano de pensão nacional, que fornece o nível mais baixo de benefícios, para toda a população, transformando-o, desse modo, num plano geral para fornecer uma pensão básica a todos os beneficiários.

Os outros planos de pensão foram estruturados, então, de modo a fornecerem benefícios adicionais em cima desse sistema de pensão básica. Ao usar a pensão nacional como base para todos os outros planos, o governo cria o alicerce para a formação de um sistema unificado.

Também se tomaram providências para impedir o excesso de pagamentos no futuro. As pessoas que hoje recebem pensões contribuíram em média durante pouco mais de trinta anos para seus planos de pensão.

Enventualmente, a maioria dos beneficiários terá contribuído cerca de quarenta anos para seus planos e, como resultado disso, aumentarão os pagamentos por pessoa.

Se o velho sistema fosse mantido, o nível dos benefícios teria atingido mais de 80% da renda das pessoas que não dependem das pensões para seu sustento (em outras palavras, 80% da média dos salários dos homens, excluindo o bônus).

Isto teria significado uma carga excessiva para a população economicamente ativa. Por conseguinte, o governo introduziu medidas para impor limitações graduais aos níveis de benefícios a fim mantê-los em torno do nível atual de 70%.

Essa importante reforma, que se tornou necessária pelos fortes aumentos do custo das pensões públicas, constitui um ponto de virada na história do sistema de pensão do Japão. À medida que a população envelhece, o nível dos pagamentos de pensão como porcentagem da renda nacional aumentará inevitavelmente de modo dramático.

Um grupo consultivo particular do Ministério de Saúde e Bem-Estar, criado para estudar as necessidades da seguridade social do Japão a longo prazo, calculou que a proporção subirá para 12,7% por volta do ano 2000 e para 16,9% por volta de 2010. Surgiu um modelo semelhante nas previsões feitas pelo comitê de perspectivas a longo prazo do Conselho Econômico, que previu que no ano 2025 a proporção terá atingido 19,4% no Japão.

As previsões atuais sugerem que o sistema de pensões enfrentará o colapso fiscal, a menos que se quadruplique a contribuição do plano de seguro-pensão dos empregados e que se triplique a contribuição do plano de pensão nacional, a fim de compensar esse forte aumento dos pagamentos.

A recente alteração das pensões destinou-se a minimizar a carga dos custos, que ameaça exceder o nível máximo de pagamento, e a corrigir desigualdades entre os pensionistas.

Nos países da Europa ocidental, demorou entre oitenta e 120 anos para a porcentagem das pessoas idosas na população dobrar de 7,5% para 15%, mas acredita-se que no Japão o mesmo processo levará apenas quarenta anos. Embora o governo vá usar como modelo os sistemas de seguridade social de outros países, ele também deve realizar esforços para formular e implementar um sistema de seguridade social ao estilo japonês, capaz de enfrentar esse dramático aumento da população idosa do Japão.

Vida Social

Vida Familiar

Antes da Segunda Guerra Mundial, a maioria dos japoneses vivia em uma extensa família de três gerações ou mais. as relações familiares eram dirigidas por um rígido sistema hierárquico e a autoridade paterna era forte.

Os pais exigiam obediência e respeito de seus filhos e, por seu turno, ofereciam o mesmo aos seus próprios pais; esperava-se das mulheres casadas que elas obedecessem fielmente a seus maridos e sogros. Entretanto, o processo de democratização do pós-guerra transformou todos os aspectos de vida familiar japonesa.

A revisão do Código Civil em 1947 teve uma importância especial, dando às mulheres status legal igual ao dos homens em todas as fases da vida, abolindo desse modo o velho caráter patriarcal da família.

O rápido crescimento econômico também teve um grande impacto sobre a vida familiar. Uma das mudanças mais notáveis foi o aumento do número de pessoas que vivem em famílias nucleares, compostas apenas de pais e filhos, tendência que tem sido fortalecida pela urbanização e pelo desenvolvimento tecnológico.

Uma outra mudança importante na família foi o forte decréscimo no número de filhos que as mulheres vêm tendo. Este declínio, junto com a tendência crescente entre os jovens de procurar trabalho nas cidades e de viver em dormitórios de empresa ou sozinhos, contribuiu para diminuir o tamanho médio da família japonesa.

Como resultado da morte da família extensa e da expectativa de vida cada vez mais longa dos japoneses, aumentou o número de pessoas idosas que vivem sozinhas. Recentemente, o exame dos problemas que as pessoas idosas enfrentam quanto vivem sozinhas, assim como dos méritos de se viver em famílias extensas, levou a uma reavaliação da unidade familiar maior.

Estilo de vida

estilo de vida dos japoneses mudou bastante pelo uso muito difundido dos modernos aparelhos domésticos, pela expansão das indústrias de alimentos instantâneos e congelados e pela existência de roupas prontas e outras necessidades diárias. Essas comodidades deram às famílias mais tempo para o lazer, para atividades educacionais e culturais.

Com menos tempo necessário para o trabalho doméstico e mais tempo livre para o lazer, um número cada vez maior de mulheres casadas tem procurado trabalho, se matriculado em cursos nos centros comunitários ou nas universidades, ou participando de atividades voluntárias.

O aumento e a relativa consistência do padrão de vida produziu uma forte consciência de classe média entre os japoneses.

A abolição da sociedade de classes após a guerra levou à realização de uma sociedade mais igualitária, na qual foi minimizadas a discriminação com base em classe ou antecedentes. Essa igualdade é refletida na renda.

A diferença entre as rendas mais altas e as mais baixas no Japão é a menor entre os países industrializadas avançados.

A difusão da propriedade de carros e de aparelhos domésticos como os televisores, os aparelhos de som estéreo, os vídeos e aparelhos de ar condicionado, assim como o aumento do tempo de lazer, significam uma melhoria na esteira da revolução da informação ocorrida nos últimos anos, também aumentou a melhoria qualitativa. Hoje em dia, as pessoas almejam uma prosperidade espiritual maior na forma da redução da jornada de trabalho, de mais oportunidades de participação em atividades voluntárias e assim por diante.

Sociedade do Japão – Resumo

sociedade japonesa é marcada por uma combinação de valores tradicionais profundamente enraizados e influências modernas.

Aqui estão algumas características-chave da sociedade japonesa:

Respeito pela Hierarquia e Tradição: A hierarquia é um aspecto central da sociedade japonesa, tanto no âmbito pessoal quanto no profissional. Existe um forte senso de respeito pelos mais velhos, autoridades e tradições. As relações sociais são frequentemente guiadas por protocolos e etiqueta.

Coletivismo: A sociedade japonesa valoriza o bem-estar do grupo sobre o individualismo. Isso se reflete em decisões que buscam o consenso e na ênfase dada à harmonia social. O senso de pertencimento a grupos, como família, empresa, escola ou comunidade, é muito forte.

Trabalho Dedicado: A cultura de trabalho no Japão é conhecida por sua dedicação e comprometimento. Longas horas de trabalho são comuns, e muitos funcionários evitam tirar férias ou se ausentar do trabalho, demonstrando lealdade à empresa.

Educação de Qualidade: A educação é altamente valorizada no Japão, e há uma forte pressão social para alcançar o sucesso acadêmico. Os estudantes frequentemente participam de aulas extracurriculares e atividades de reforço para se prepararem para os exames de admissão em universidades prestigiadas.

Inovação e Tecnologia: O Japão é conhecido por sua indústria de tecnologia e inovação. Empresas japonesas como Sony, Toyota, Nintendo e Panasonic são líderes globais em seus respectivos setores. Além disso, o país tem uma cultura de criatividade e design que se manifesta em várias formas, desde produtos eletrônicos até arquitetura e moda.

Cultura Pop: O Japão é uma potência cultural global, conhecida por sua influência na música, moda, entretenimento e cultura pop. Anime, mangá, J-pop e moda urbana japonesa são apreciados em todo o mundo e têm uma base de fãs dedicada.

Envelhecimento da População: O Japão enfrenta desafios demográficos significativos, incluindo uma população em rápido envelhecimento e baixas taxas de natalidade. Isso está gerando preocupações sobre o impacto econômico e social a longo prazo, incluindo questões relacionadas à previdência social e ao cuidado dos idosos.

Em resumo, a sociedade japonesa é uma mistura única de tradição e modernidade, caracterizada por valores como respeito, coletivismo, dedicação ao trabalho e inovação.

Esses elementos ajudaram a moldar uma cultura rica e diversificada que continua a evoluir à medida que o Japão enfrenta novos desafios e oportunidades.

Fonte: www.japaonline.com.br/www.colegiosaofrancisco.com.br/www.rio.br.emb-japan.go.jp

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