Linguística

Linguística – O que é

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Linguística é a ciência que estuda a linguagem verbal humana. Um lingüista é alguém que se dedica a esse estudo.

O Linguísta investiga as línguas das sociedades humanas para saber como cada Língua é constituída e as suas características inerentes, mas também para determinar como ela se mantém e varia no tempo e no espaço.

A Linguística ajuda em outras áreas como: psicolinguística, informática, antropologia, sociologia e psicanálise.

A função de um lingüista é estudar toda e qualquer manifestação lingüística como um fato merecedor de descrição e explicação dentro de um quadro científico adequado.

Para um linguista é muito mais interessante uma passagem do tipo:

Cumé qui é?

a outra:

Como é que é?

pois as variações linguísticas e seus motivos socio-culturais são, cientificamente, muito mais relevantes do que a norma padrão da língua, isto é, o jeito “correto” de falar.

O linguista quer descobrir como a língua funciona, estudando várias dessas línguas, de forma empírica (através de dados baseados na experiência), dando preferência às variações populares faladas em diversas comunidades.

Os critérios de coleta, organização, seleção e análise dos dados linguísticos obedecem a uma teoria linguística expressamente formulada para esse fim.

Divisões da Linguística

1. Considerando o foco da análise:

Linguística Descritiva (ou sincrônica): Fala de uma língua, descrevendo-a simultaneamente no tempo, analisa as relações existentes entre os fatos linguísticos em um estado da língua, além de fornecer dados que confirmam ou não as hipóteses. Modernamente, ela cede lugar à Linguística Teórica, que constrói modelos teóricos, mais do que descreve;

Linguística História (ou diacrônica): Analisa as mudanças que a língua sofre através dos tempos, preocupando-se, principalmente, com as transformações ocorridas;

Linguística Teórica: Procura estudar questões sobre como as pessoas, usando suas linguagens, conseguem comunicar-se; quais propriedades todas as linguagens têm em comum; qual conhecimento uma pessoa deve possuir para ser capaz de usar uma linguagem e como a habilidade linguística é adquirida pelas crianças;

Linguística Aplicada: Utiliza conhecimentos da linguística para solucionar problemas, geralmente referentes ao ensino de línguas, à tradução ou aos distúrbios de linguagem.

Linguística Geral: Engloba todas as áreas, sem um detalhamento profundo. Fornece modelos e conceitos que fundamentarão a análise das línguas.

2. Considerando o que constitui a língua:

Fonologia: Estuda os menores segmentos que formam a língua, isto é, os fonemas;

Morfologia: Estuda as classes de palavras, suas flexões, estrutura e formação;

Sintaxe: Estuda as funções das palavras nas frases;

Semântica: Estuda os sentidos das frases e das palavras que a integram;

3. Considerando suas conexões com outros domínios:

Psicolinguística: Estuda a relação entre a linguagem e a mente;

Sociolinguística: Estuda a relação entre a linguagem e a sociedade;

Etnolinguística: Estuda a relação entre a linguagem e a cultura (cultura não no sentido de erudição ou conhecimento livreiro, mas sim como as tradições de um povo, esta cultura que todos possuem.)

Variação Linguística

A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes.

O uso de uma língua varia de época para época, de região para região, de classe social para classe social, e assim por diante. Nem individualmente podemos afirmar que o uso seja uniforme. Dependendo da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades de uma só forma da língua.

Ao trabalhar com o conceito de variação lingüística, estamos pretendendo demonstrar:

Que a língua portuguesa, como todas as línguas do mundo, não se apresenta de maneira uniforme em todo o território brasileiro;

Que a variação lingüística manifesta-se em todos os níveis de funcionamento da linguagem;

Que a variação da língua se dá em função do emissor e em função do receptor;

Que diversos fatores, como região, faixa etária, classe social e profissão, são responsáveis pela variação da língua;

Que não há hierarquia entre os usos variados da língua, assim como não há uso lingüisticamente melhor que outro. Em uma mesma comunidade lingüística, portanto, coexistem usos diferentes, não existindo um padrão de linguagem que possa ser considerado superior. O que determina a escolha de tal ou tal variedade é a situação concreta de comunicação.

Que a possibilidade de variação da língua expressa a variedade cultural existente em qualquer grupo. Basta observar, por exemplo, no Brasil, que, dependendo do tipo de colonização a que uma determinada região foi exposta, os reflexos dessa colonização aí estarão presentes de maneira indiscutível.

Níveis de variação lingüística

É importante observar que o processo de variação ocorre em todos os níveis de funcionamento da linguagem, sendo mais perceptível na pronúncia e no vocabulário. Esse fenômeno da variação se torna mais complexo porque os níveis não se apresentam de maneira estanque, eles se superpõem.

Nível fonológico – por exemplo, o l final de sílaba é pronunciado como consoante pelos gaúchos, enquanto em quase todo o restante do Brasil é vocalizado, ou seja, pronunciado como um u; o r caipira; o s chiado do carioca.

Nível morfo-sintático – muitas vezes, por analogia, por exemplo, algumas pessoas conjugam verbos irregulares como se fossem regulares: “manteu” em vez de “manteve”, “ansio” em vez de “anseio”; certos segmentos sociais não realizam a concordância entre sujeito e verbo, e isto ocorre com mais freqüência se o sujeito está posposto ao verbo. Há ainda variedade em termos de regência: “eu lhe vi” ao invés de “eu o vi”.

Nível vocabular – algumas palavras são empregadas em um sentido específico de acordo com a localidade. Exemplos: em Portugal diz-se “miúdo”, ao passo que no Brasil usa-se ” moleque”, “garoto”, “menino”, “guri”; as gírias são, tipicamente, um processo de variação vocabular.

Tipos de variação lingüística

Travaglia (1996), discutindo questões relativas ao ensino da gramática no primeiro e segundo graus, apresenta, com base em Halliday, McIntosh e Strevens (1974), um quadro bastante claro sobre as possibilidades de variação lingüística, chamando a atenção para o fato de que, apesar de reconhecer a existência dessas variedades, a escola continua a privilegiar apenas a norma culta, em detrimento das outras, inclusive daquela que o educando já conhece anteriormente.

Existem dois tipos de variedades lingüísticas: os dialetos (variedades que ocorrem em função das pessoas que utilizam a língua, ou seja, os emissores); os registros ( variedades que ocorrem em função do uso que se faz da língua, as quais dependem do receptor, da mensagem e da situação).

Variação Dialetal

Variação Regional
Variação Social
Variação Etária
Variação Profissional

Variação de Registro

Grau de Formalismo
Modalidade de Uso
Sintonia

Língua

Um conceito de língua é o mais usual entre os membros de uma comunidade lingüística, pelo menos em comunidades como as nossas. Segundo tal forma de ver a questão, o termo língua recobre apenas uma das variedades lingüísticas utilizadas efetivamente pela comunidade, a variedade que é pretensamente utilizada pelas pessoas cultas. É a chamada língua padrão, ou norma culta. As outras formas de falar (ou escrever) são consideradas erradas, não pertencentes à língua. Definir língua desta forma é esconder vários fatos, alguns escandalosamente óbvios. Dentre eles está o fato de que todos ouvimos diariamente pessoas falando diversamente, isto é, segundo regras parcialmente diversas, conforme quem fala seja de uma ou de outra região, de uma ou de outra classe social, fale com um interlocutor de um certo perfil ou de outro, segundo queira vender uma imagem ou outra. Esta definição de língua peca, pois, pela exclusão da variedade, por preconceito cultural.

Esta exclusão não é privilégio de tal concepção, mas o é de uma forma especial: a variação é vista como desvio, deturpação de um protótipo. Quem fala diferente fala errado. E a isso se associa que pensa errado, que não sabe o que quer etc. Daí a não saber votar, o passo é pequeno. É um conceito de língua elitista.

Considerando-se que os falantes não falam uma língua uniforme e não falam sempre da mesma maneira, uma outra concepção de gramática opera a partir de uma noção de língua mais difícil de explicitar. Digamos, em poucas palavras, que neste sentido língua é o conjunto das variedades utilizadas por uma determinada comunidade e reconhecidas como heterônimas de uma língua. Isto é, formas diversas entre si, mas pertencentes à mesma língua. É interessante observar que a propriedade “pertencer a uma língua” é atribuída a uma determinada variedade bastante independentemente dos seus traços lingüísticos internos, isto é, de suas regras gramaticais, mas preponderantemente pelo sentimento dos próprios usuários de que falam a mesma língua, apesar das diferenças. Assim, não importa se uma determinada variedade A de uma língua é mais semelhante a uma variedade X de outra língua do que a uma variedade B da mesma língua. A e B serão consideradas variedades de uma mesma língua, X será uma variedade de outra língua. Este tipo de fenômeno é comum em fronteiras políticas, que são muito comumente fronteiras também lingüísticas por causa das atitudes dos falantes mais do que por causa dos traços gramaticais das formas lingüísticas. Língua é, pois, neste sentido, um conjunto de variedades.

O curso

O currículo inclui disciplinas como fonética, sintaxe, análise do discurso, estudo das línguas (portuguesa, clássicas, estrangeiras modernas e indígenas) e neurolinguística. Recentemente, algumas universidades incluíram a matéria tratamento computacional das línguas, na qual o aluno aprende a manusear programas de computador que fazem tradução e correção (gramatical e léxica) de textos. Há instituições que realizam trabalhos de campo, nos quais se investiga a língua de uma determinada comunidade para documentar suas particularidades. Em algumas faculdades, exige-se a apresentação de uma monografia para a conclusão do curso.

Aptidões Desejáveis

É preciso ter capacidade de raciocínio, fazer bom uso da linguagem, saber transmitir e interpretar idéias.

Campos de Atuação

Pesquisa
Ensino superior
Elaboração de livros, gramáticas e dicionários em editoras
Ensino de línguas estrangeiras
Ensino e aprendizagem da leitura e escrita
Desenvolvimento de linguagem artificial

Atuação profissional

O bacharelado em Linguística forma profissionais capacitados a planejar, desenvolver e avaliar atividades relacionadas ao campo da linguagem em diferentes esferas da sociedade. O linguista deve ser capaz de descrever e analisar a linguagem humana em suas múltiplas dimensões (social, biológica, cultural, histórica, etc.), para atuar em campos de conhecimento que exijam uma ampla compreensão sobre a forma e o funcionamento das línguas naturais. O profissional da área pode atuar, por exemplo, na elaboração e avaliação de livros didáticos, gramáticas e dicionários e também de ortografia para línguas indígenas; em projetos que envolvam ensino e aprendizagem da leitura e da escrita; em parceria com médicos, fonoaudiólogos, psicólogos e psicopedagogos, para avaliar dificuldades de linguagem e orientar acompanhamento terapêutico; em trabalhos que exijam o emprego de diferentes tecnologias de informação e comunicação voltadas à produção editorial e elaboração de arquivos para documentação histórico-linguística.

Há muitas interfaces extremamente interessantes que podem ser estabelecidas com as investigações sobre a linguagem. As ciências humanas, de uma forma geral, têm na Linguística uma interlocutora importante. Para aqueles que pretendem desenvolver estudos formais sobre o funcionamento das línguas, estabelecer parceria com a computação pode ser muito proveitoso. O linguista também desempenha um papel muito importante na definição de políticas linguísticas, principalmente em sociedades multilíngues e pluriculturais como a brasileira. Na área da comunicação pode colaborar com atividades relacionadas ao jornalismo, divulgação científica e multimeios.

Após a graduação, o bacharel em Linguística pode complementar a sua formação com cursos de pós-graduação e se dedicar à carreira acadêmica, atuando em centros de pesquisa teórica e/ou aplicada. Os alunos que pretendem atuar como professores nos níveis fundamental e médio poderão pedir a complementação de seus estudos no curso de Letras. Da mesma forma, os formados em Letras que desejarem ampliar seus conhecimentos sobre a linguagem podem solicitar a complementação no curso de Linguística.

Mercado de Trabalho

Embora o mercado encontra-se estável, oportunidades têm aparecido em diferentes segmentos da profissão. A demanda por especialistas em avaliação da linguagem normal e patológica apresenta boas perspectivas de crescimento.

Nesse caso, as vagas aparecem com mais frequência nas regiões Sudeste e Sul e em Brasília. Manaus é outro pólo atrativo para o profissional, pois há empresas multinacionais na Zona Franca que o contratam para treinamento de língua estrangeira.

Nas editoras, é requisitado para cuidar da preparação de livros didáticos e edição de textos. O linguista encontra ainda vagas em laboratórios de fonética, onde atua com o fonoaudiólogo na elaboração de laudos.

As melhores oportunidades estão no ensino universitário: essa é uma área carente de professores, e muitos profissionais optam por uma pós-graduação a fim de se qualificar para dar aulas em faculdades.

O linguista ainda pode trabalhar em projetos modernos de alfabetização, elaborar currículos e material didático para o ensino da linguagem, fazer análise e dar parecer técnico sobre o discurso político, orientar a linguagem escrita e oral de profissionais de todas as áreas, revisar textos em editoras e formar leitores em ambientes não escolares (como hospitais e casas para idosos). No campo da pesquisa, o trabalho do linguista é essencial para a recuperação e a preservação de línguas de grupos étnicos minoritários, como os índios.

Duração média do curso: 04 anos.

Linguística – Profissão

O linguista é o profissional que se encarrega da compreensão científica dos processos verbais de comunicação. É ele quem estuda a história das línguas, suas transformações e influências na organização das sociedades.

É da alçada do linguista compreender as relações entre as diversas línguas e entre a linguagem verbal e o desenvolvimento do pensamento. Também se encarrega do estudo das significações semânticas da linguagem verbal e da construção de sentido das palavras através do seu uso.

Tipos de Curso

Muitos pensam que a profissão sempre leva à docência. No entanto, nem só de dar aulas vive o linguista, outras atividades também requisitam esse profissional, como, por exemplo, a neurolinguística, que está em alta no mercado.

Em associação com outros profissionais o linguista também encontra boas oportunidades de trabalho. Junto com o fonoaudiólogo, na elaboração de laudos de avaliação sobre o desenvolvimento da linguagem; junto com os peritos forenses emitindo laudos de autoria de texto ou fazendo reconhecimento de fala; em parceria com os desenvolvedores de software de reconhecimento de voz para programas de computador.

a) Nível Superior

Bacharelado

Duração media de 4 anos. Muito entrelaçado com o curso de Letras é, na maioria das vezes, uma habilitação dessa faculdade. Algumas escolas oferecem especializações, em outras o aluno faz a opção pela linguística já no primeiro ano do curso de Letras.A grade curricular circula em torno das disciplinas como sintaxe, semântica, fonologia, fonética, estudos de línguas antigas, estudos dialetos, análise do discurso. Algumas escolas oferecem uma ampla grade de disciplinas optativas como neurolinguística, sociolinguística, antropologia, teoria literária e semiótica.

b) Nível Superior

Licenciatura

Duração média de 4 anos. Existem cursos de licenciatura, que habilitam para a docência e de bacharelado mais voltados para a pesquisa e para o trabalho com linguística aplicada. Especializações e pós-graduação complementam a formação do profissional. As atividades acadêmicas envolvem também a pesquisa de campo, em comunidades, e atividades em laboratório de fonética.

Ofertas de Emprego

Como a linguagem é uma das engrenagens do desenvolvimento das sociedades, o profissional linguista é sempre requisitado, encontrando um mercado de trabalho estável.

A globalização e o crescente interesse pelas línguas estrangeiras também reforçaram a procura por profissionais ligados ao estudo das línguas e sua utilização. O mercado editorial é um outro nicho de empregos para elaboração e avaliação de livros didáticos, gramáticas normativas e dicionários.

A regulamentação das novas leis de inclusão de portadores de necessidades especiais, também abriu um campo novo para os linguistas especializados nessas diferentes linguagens, como a Libras – Língua Brasileira de Sinais.

Fonte: www.cliografia.com/www.comvest.unicamp.br/www.cursocerto.com.br

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