Pantanal

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Pantanal

HISTÓRIA

Estudos sobre a ocupação humana da área correspondente aos pantanais indicam que, no mínimo há 8000 A. P. (antes do presente), a região já era habitada por indígenas.

Os primeiros homens brancos chegaram em 1524, quando ocorreu a primeira expedição de reconhecimento da região. Subindo o rio Paraguai, chegaram até a barra do rio Miranda, no atual MS. Pelo Tratado de Tordesilhas, o Pantanal pertencia aos espanhóis. Estes depararam-se com um território ocupado por sociedades indígenas, Guarani em sua maioria. Entretanto, com as descobertas das minas de ouro e prata no Peru e no México, a colonização da região pantaneira não foi prioridade.

A partir da segunda metade do século XVI, os bandeirantes paulistas foram se interiorizando pelo Brasil, alcançando as áreas sob o domínio espanhol, desbravando essas terras com a finalidade de capturar indígenas para a escravização e em busca de pedras e metais preciosos. Deste modo, chegaram à chapada cuiabana no início do século XVIII, seguindo pelos rios Tietê, Paraná e afluentes do Paraguai.

A descoberta dos aluviões de ouro em Cuiabá, às margens do rio Coxipó, atraiu um contigente populacional, dando início a um período de sangrentos conflitos entre bandeirantes e os tradicionais habitantes da terra: as comunidades Bororo, Paiaguá (os índios canoeiros, hoje já extintos), Guató (atualmente ocupantes da Ilha Insua, Mato Grosso do Sul), Guaikuru (ascendentes dos Kadiweo), entre outros.

Estas comunidades resistiram à invasão de seus territórios, (a Leste a pressão lusitana, a Oeste, a espanhola), constituindo um sério entrave à colonização; algumas sociedades foram levadas à extinção e outras, empurradas para regiões mais interiores, rumo às áreas de menor interesse econômico.

Tratado de MadriTratado de TordesilhasSão Pedro del ReiVila Maria do ParaguaiCáceres

Em 1750, o Tratado de Madri, oficializou a incorporação de vastas possessões espanholas ao território colonial português.

As disputas com os espanhóis pela consolidação e ampliação das fronteiras nacionais levou os colonizadores luso-brasileiros a erguerem fortalezas militares como o Forte Coimbra (1775), nas proximidades de Corumbá; vários núcleos e vilas surgiram nesse contexto: Corumbá, São Pedro del Rei (Poconé), Vila Maria do Paraguai (Cáceres) e Miranda.

No entorno das minas, instalaram-se atividades econômicas visando o abastecimento do incipiente mercado consumidor:pequenos engenhos de cana, lavoura e pecuária, contribuindo para a ocupação gradual do território.

A partir do momento que as populações indígenas deixaram de constituir obstáculo à colonização e com o declínio dos aluviões, tornava-se necessário garantir a posse definitiva dessa região fronteiriça. Mesmo antes do Tratado de Madri, surgiram em 1727 as primeiras sesmarias. As sesmarias eram propriedades doadas pela coroa portuguesa a quem pudesse comprovar a posse de recursos, como mão-de-obra, para a ocupação do território, e destinava-se à grande lavoura e à criação de gado. “Traduzia a exploração econômica da terra de maneira rápida; e fundamentou a organização social e de trabalho implantada no Brasil, com a fazenda, isto é, a grande propriedade latifundiária, monocultora e escravagista” (Diégues Jr., op. cit.).

As primeiras terras doadas foram as mais próximas das minas, alcançando progressivamente a serra da Bodoquena.

Surgiram no Pantanal grandes fazendas de pecuária extensiva que, associadas a fatores ambientais como a existência de pastagens naturais, consolidaram uma estrutura de latifúndios.

Em pouco tempo, as cabeças de gado, que não existiam na América antes da chegada de Colombo, já eram contadas aos milhares, e a seleção natural permitiu o surgimento de uma raça bovina bem adaptada ao meio ambiente: o boi pantaneiro.

De 1864 a 1870, o Pantanal foi palco do mais cruento conflito da América do Sul: a Guerra do Paraguai. Os atores deste embate, de um lado a Tríplice Aliança formada por Uruguai, Argentina e Brasil, mais o apoio britânico, e do outro, o Paraguai. Liderados por Solano Lopez, os paraguaios invadiram o Mato Grosso, conquistando cidades de Corumbá a Cáceres, provocando o êxodo dos fazendeiros e da população urbana para Cuiabá. Apesar da ofensiva paraguaia, o poderio da Tríplice Aliança com os reforços do capital inglês, foi vitorioso. Pouco sobrou das cidades e fazendas pantaneiras. O gado que sobreviveu estava disperso e selvagem. Após a guerra, ao mesmo tempo que os antigos povoadores retornavam de Cuiabá, houve um grande afluxo de capital estrangeiro, uma redivisão das imensas propriedades rurais e a reabertura da navegação fluvial do rio Paraguai até o estuário do Prata, entre Buenos Aires e Montevidéu.

Como resultado da guerra e da derrota do Paraguai, o Brasil ampliou seu território na região, incorporando cerca de 47000km² de terras que pertenciam ao Paraguai, uma área superior à de países como a Suíça ou a Dinamarca. Uma parte dessa área conquistada integra o chamado Pantanal mato-grossense.

Após a reabertura da navegação no rio Paraguai, antigos engenhos nas margens do rio Cuiabá, transformaram-se em usinas de açúcar, através da importação de equipamentos europeus. Atendiam a demanda regional de Mato Grosso. Estas usinas permaneceram em atividade até quase a metade do século XX, quando com a abertura da estrada de rodagem ligando Cuiabá a São Paulo, o açúcar paulista penetrou no mercado mato-grossense, provocando a decadência das refinarias.

As primeiras atividades em moldes industriais no Pantanal estavam relacionadas à pecuária. Em meados do século XIX instala-se na Fazenda Descalvados, às margens do rio Paraguai, em Cáceres, MT, uma fábrica de extrato e caldo de carne, utilizando-se, inclusive, a mão-de-obra indígena. Na Fazenda Barranco Vermelho, também em Cáceres e às margens do rio Paraguai, existiu um curtume e uma fábrica de beneficiamento de chifres para a fabricação de guampas.

Apesar de ser uma área onde predominavam os latifúndios voltados ora para a pecuária, ora para a cana-de-açúcar, existiam espaços ocupados por pequenas comunidades camponesas, quilombolas e indígenas, as quais podiam ali desenvolver a lavoura, a caça e a pesca artesanal, além da fabricação da rapadura e da farinha.

Com o parcelamento das antigas sesmarias em virtude das partilhas hereditárias e com a incorporação da região aos grandes projetos de desenvolvimento, a propriedade rural foi hiper-valorizada. O resultado foi o aumento dos conflitos fundiários, com a expulsão das comunidades humanas tradicionais para as áreas ribeirinhas. Isso reduziu as alternativas de subsistência dessa população, trazendo o empobrecimento e a dependência da pesca para a sobrevivência.

Relevo do Pantanal

A Planície do Pantanal ou Depressão Pantaneira ou simplesmente Pantanal possui altitudes que variam, em média, de 100 a 200 metros. Trata-se de um prolongamento, para o norte, da Planície do Chaco (Paraguai). Apresenta-se deprimida, circundada por cuestas e formações soerguidas.

As partes mais elevadas, que não sofrem inundações, recebem o nome de “Cordilheiras”, as partes mais baixas, sujeitas à inundações, recebem nome de “Baías ou Largos” (onde são encontradas as Lagoas Xaraiés). Rompendo com a monotonia do relevo, aparecem morros isolados, como é o caso do Maciço do Urucum, nas proximidades da cidade de Corumbá. Foram identificados vários padrões de Pantanais, com aspectos estruturais, pedológicos, morfológicos, hidrológicos e de cobertura vegetal.

A paisagem é formada por feições bastante peculiares e de denominação tipicamente regional:

As “baías” são lagoas temporárias ou permanentes, de dimensões e formas variadas, muito frequentes no Pantanal da Nhecolândia; 
As “cordilheiras” são elevações arenosas, estreitas e alongadas, cobertas de vegetação de cerrado com altura de até dois metros; 
As “vazantes” são escoadouros naturais da água na época das enchentes, com características de curso fluvial intermitente, com vários quilômetros de extensão. 
Os “corixos” são pequenos cursos fluviais perenes, de leito próprio, que ligam “baías” contíguas.

Hidrografia do Pantanal

Hidrograficamente, todo o Pantanal faz parte da bacia do rio Paraguai.

Com 1.400 Km de extensão em território brasileiro, esse rio e seus afluentes: São Lourenço (670 Km), Cuiabá (650 Km), ao norte; Miranda (490 Km), Taquari (480 Km), Coxim (280 Km), Aquidauana (565 Km), ao sul, assim como rios de menores extensões – Nabileque, Apa e Negro, formam a trama hidrográfica de todo complexo pantaneiro (são cerca de 175 rios que formam a bacia do rio Paraguai). Mas esse sistema não é constituído apenas de rios. O Pantanal é uma imensa planície de áreas alagáveis.

Ao contrário dos brejos, as águas do Pantanal estão em constante movimento, variando com as épocas (cheia e de seca).

Quatro fatores influenciam na formação dos pântanos de água corrente: a geografia, o solo, o elevado número de rios (175) e as formações que o circundam. O Pantanal é uma região plana, com altitudes que não vão além dos 200 m acima do nível do mar. A declividade, quase nula, de 6 a 12 cm/Km no sentido leste-oeste e de 1 a 2 cm/km no sentido norte-sul, favorece as inundações que propagam-se de norte para o sul e de leste para o oeste, ao longo do Rio Paraguai, único escoadouro do Pantanal.

Circundado pelo Planalto Brasileiro (a leste) e, mais ao longe, pela Cordilheira dos Andes (a oeste), estas regiões acabam vertendo suas águas para o Pantanal nas épocas de cheia ou degelo. Este fenômeno geográfico acaba sendo responsável pela formação de um solo rico em argila, que impede a absorção da água.

Quando do período das cheias justifica a lenda sobre sua origem, que seria um imenso mar interior – o mar de Xaraés. Esse complexo hidrográfico, compreende ainda incontáveis “baías” – lagos – das mais variadas superfícies, interligadas ou não pelos corixos e vazantes – pequenos rios perenes ou periódicos. Nas enchentes de rio ou de chuva ocorre uma extraordinária interligação entre rios, braços, baías.

As águas, enfim, tornam-se uma só: o Mar de Xaraés. Na vazante, enriquecida pelo húmus, a região transforma-se na maior e mais rica concentração de alimentos naturais que irá sustentar toda sua flora e fauna. É o período que verdejam as mais extensas e vigorosas pastagens do mundo.

GEOLOGIA DO PANTANAL

A vasta abóbada de escudo existente até o Cretáceo comportou-se depois como anticlinal esvaziada, de grande amplitude regional. Isto teria acontecido porque durante o soerguimento pós-cretácico de conjunto teriam ocorrido nela falhamentos importantes facilitando seu desventramento.

Hoje o Pantanal Matogrossense se caracteriza por extensas planícies de acumulação, com cotas inferiores a 200 metros. Sua evolução pretérita, atual e futura está submetida às condições das áreas elevadas que o rodeiam, pois estas constituem sua fonte de água e sedimentos (Godói Filho, 1986).

Este autor apresenta algumas características geológicas das formações que ocorrem nas planícies de acumulação e daquelas que constituem sua área de influência: Complexo Rio Apa, Complexo Xingu, Grupo Rio Branco, Suite Intrusiva Guapé, Grupo Cuiabá, Grupo Corumbá, Grupo Jacadigo, Grupo Alto Paraguai, Grupo Amoguijá, Suite Intrusiva Alumiador, Suite Intrusiva Rio Alegre e Grupo Aguapeí (Pré-Cambriano); Formações da Bacia Sedimentar do Paraná, Basalto de Tapirapuã, Formação Jauru e Intrusivas Ácidas (Paelozóico e Mesozóico); Cobertura Detrito-laterítica, depósitos detríticos, Formação Xaraiés e Formação Pantanal (Cenozóico).

Ao longo dos trabalhos de mapeamento geomorfológico realizados através do Projeto RADAMBRASIL (Franco & Pinheiro, 1982) foram identificadas nove unidades geomorfológicas na região, destacando-se a unidade denominada Planícies e Pantanais Matogrossense, que os autores descreveram como sendo um enorme anfiteatro voltado para oeste.

Esta unidade foi subdividida em oito Pantanais, individualizados por suas características morfogenéticas (altimetria relativa, litologia e pedologia) e botânicas: Pantanal do Corixo Grande-Jauru-Paraguai, do Cuiabá-Bento Gomes-Paraguaizinho, do Itiquira-São Lourenço – Cuiabá, do Taquari, do Negro, do Miranda-Aquidauana, do Jacadigo-Nabileque, e de Paiaguás. Toda a discussão relativa à incorreção do uso do termo Pantanal (uma vez que não se trata de uma área com características pantanosas) e às diferentes propostas de sub-divisões da região foi extensamente relatada por da Silva (1990).

O principal fato é que embora toda a área esteja submetida a uma gênese comum, caracterizada pelo processo de acumulação, a diferente disposição dos sedimentos confere características distintas a cada subunidade.

O Grupo Cuiabá é o substrato mais importante da Bacia do Bento Gomes. De acordo com Almeida (1948, citado por Franco & Pinheiro, 1982), o Grupo Cuiabá consiste de rochas de baixo grau de metamorfismo, constituídas predominantemente por filitos com intercalações de quartzitos.

As rochas dominantes na região de Poconé são sedimentares, que sofreram posterior metamorfismo (sequência metassedimentar detrítica do Grupo Cuiabá).

Caracterizam-se por filitos sericíticos, grafitosos e piritosos. Normalmente os filitos acham-se cortados por veios de quartzo, que preenchem as zonas de fraturamento de orientação N25-60W, e que podem atingir desde poucos centímetros até decímetros de espessura. O ouro está concentrado nestes veios (Fernandes, 1989).

Segundo este mesmo autor, os processos de concentração aurífera no sistema de fraturamento provavelmente foram decorrentes da ação de fluídos hidrotermais. Os fluídos provocaram a remobilização do ouro contido nas rochas encaixantes, representadas pelos filitos grafitosos e/ou sericíticos, principalmente nos estágios finais do último evento tectônico que afetou as unidades geológicas da região.

Almeida (1965, apud Fernandes 1989), considera este evento como parte do Ciclo Brasiliano (900-600 milhões de anos). Nesta fase, as modificações da crosta terrestre relacionadas a um tectonismo rígico provocaram fraturamentos nas zonas de fraqueza para onde, devido ao alívio da pressão, migraram os fluídos hidrotermais que lixiviaram o ouro disseminado nas encaixantes.

Luz et alii (1980, apud Barros et alii 1982) descrevem três modos distintos de ocorrência de ouro no Grupo Cuiabá: em veios de quartzo, em elúvio-coluviões e em aluviões. O ouro que ocorre em veios de quartzo, discutido anteriormente, atualmente se constitui como o principal tipo em exploração. A ocorrência do tipo elúvio-coluvionar, de menor importância em termos de quantidade disponível, fornece ouro como subproduto da extração de cascalho para a construção civil. O tipo aluvionar de jazimento constituiu a principal fonte do metal garimpado no passado, por ocorrer na superfície dos solos das planícies de inundação.

SOLOS

Os solos, em sua maioria, são arenosos e pobres, com pequenas manchas argilosas e calcáreas, mais ricas.

Os Plintossolos (tipo de solo mais encontrado no Pantanal Matogrossense) são originários de sedimentos areno-argilosos do Quaternário, são pobres em húmus, com a propriedade de endurecer irreversivelmente quando submetido a ambiente oxidante e, em geral, de baixa fertilidade natural.

A maior limitação ao uso destes solos é decorrente do excesso de água. São encontrados, com maior intensidade, em áreas planas e rebaixadas, sujeitas a inundações.

CLIMA

O clima é tipo quente no verão, com temperatura média em torno de 32°C e frio e seco no inverno, com média em torno de 21°C, ocorrendo ocasionalmente, geadas nos meses de julho e agosto. A precipitação pluviométrica anual está entre 1.000 e 1.400 mm, sendo dezembro e janeiro os meses mais chuvosos. No verão, entre outubro e maio, época das chuvas, as terras são literalmente inundadas.

Podemos dividir o clima na região também em quatro estações distintas: seca (de junho a setembro), enchente (de outubro a dezembro), cheia (de janeiro a março) e vazante (abril e maio).

ECONOMIA DO PANTANAL

Esparsas explorações do mate nativo e de garimpos a partir de 1.700, provocaram alguns fluxos migratórios, sem entretanto fixarem os exploradores. Com a introdução do gado, em meados do século XVIII (o primeiro gado introduzido é de origem européia e veio do Paraguai, no início do século XVIII), é que ocorreu a ocupação econômica mais expressiva e permanente da região.

Pecuária

Ao lado da pesca, ainda hoje a pecuária extensiva de corte representa a mais importante atividade regional – com mais de dez milhões de cabeças – e tem se mostrado compatível com a preservação/conservação do Pantanal. O sistema de criação de livre pastoreio em pastagens nativas, sem nenhuma seleção, forjou um tipo de gado adaptado às condições adversas da região, denominado “Boi Pantaneiro”. O entusiasmo despertado pelo gado zebuíno, no começo do século, iniciou a era do zebú no Pantanal, o qual substituiu gradativamente o “Bovino Pantaneiro” com predomínio do nelore.

O sistema de criação abrange as fases de cria e recria em grandes propriedades e com poucas divisões. O manejo do rebanho é limitado, com alto índice de mortalidade de bezerros e mão-de-obra deficiente. A alimentação é quase que exclusivamente de pastagens naturais de oferta sazonal, devido às cheias. A comercialização tem sido adversa para a pecuária pantaneira. O pecuarista, forçado pelas condições climáticas da região, transfere para o invernista a sua produção nas épocas em que os preços estão baixos. Em Cáceres e Corumbá encontra-se o maior rebanho bovino do Pantanal. Em Cáceres a função econômica principal do rebanho encontra-se voltada para a produção de carne.

O sistema de criação é o extensivo, existindo uma predominância da raça Nelore. Este gado de corte é exportado principalmente para o Mercado Comum Europeu. Em Corumbá é encontrado o maior rebanho bovino da região. Nessa área pratica-se a pecuária extensiva, sendo a criação voltada para o corte, visando abastecer os frigoríficos do Oeste de São Paulo (Araçatuba, Barretos, Presidente Prudente, etc.).

Homem Pantaneiro

O Homem Pantaneiro, recebeu dos indígenas Guaranis, Paiaguás, Guatós a agilidade física e o respeito à natureza, a qual encontra-se praticamente inalterada com mais de 200 anos de ocupação e exploração econômica.

A colonização da região remonta ao século XVIII. Através dos rios Tietê, Paraná e Paraguai, chegaram os primeiros bandeirantes provenientes de São Paulo à Chapada Cuiabana onde encontraram ouro. Após a Guerra do Paraguai e com o declínio do ouro, o povoamento se dá no sentido Norte-Sul, surgindo no Pantanal grandes fazendas de pecuária extensiva que, associadas aos fatores ambientais, consolidaram uma estrutura fundiária de grandes propriedades (56 % da área, com mais de 10.000 Ha).

No início deste século, o acesso aos grandes centros urbanos do País fazia-se por Assunção, Buenos Aires e Montevidéo, resultando daí a absorção de inúmeras manifestações culturais e folclóricas – música, vestimenta, linguagem e alimentação.

A chegada da Estrada de Ferro (noroeste do Brasil – 1914) incorporou novos hábitos e costumes. As distâncias e o difícil acesso às fazendas fizeram o homem pantaneiro acostumar-se ao isolamento e à solidão, porém manifesta o sentimento de cooperação quando trabalha seu gado (manejo tradicional) ou nas festividades típicas entre as fazendas.

Vivendo a realidade de uma região inóspita, enchentes, ataque de animais silvestres, problemas de transporte e, sem política diferenciada para a região, o homem pantaneiro pecuarista, vaqueiro ou pescador) mantém amor, respeito e apego à sua terra.

POVOS INDÍGENAS DO PANTANAL

Em harmonia com o meio ambiente desde tempos imemoriais os povos indígenas tem sofrido muito com a chegada do homem branco. Doenças e novos costumes acompanharam as rodovias e a estrada de ferro e trouxeram desespero a muitos povos da região. Com o plano de construção da Hidrovia Paraguai-Paraná os povos indígenas, recentemente se uniram para divulgar um manifesto, datado de 29 de janeiro de 1996, onde questiona a construção da hidrovia. Este manifesto foi amplamente divulgado e discutido na Internet, resultando num estudo mais aprofundado da questão da Hidrovia Paraguai-Paraná bem como do posicionamento de órgãos ambientalistas quanto a questão.

Os povos indígenas que tradicionalmente habitam o Pantanal são:

Paiaguás

Povo indígena hoje extinto, habitavam o pantanal quando da chegada dos Portugueses e travaram, juntamente com os Guaikuru, intensas batalhas, das quais muitos portugueses não sobreviviam.

Perseguidos e acuados, foram progressivamente sendo exterminados não restando qualquer registro da presença de seus descendentes atualmente.

Guaikuru

Aliados dos Paiaguás contra um inimigo comum, os exímios cavaleiros guaikurus ofereceram grande resistência à povoação do Pantanal matogrossense. Um tratado de paz em 1791 os declara súditos da Coroa Portuguesa.

Guatós

Povo de lingua do tronco Macro-Jê. Foi considerado extinto por 40 anos, até que, em 1977, foi reconhecido um grupo Guató na ilha Bela Vista do Norte. Vive no Pantanal Mato-Grossense e disperso ao longo dos rios do médio e alto Paraguai, São Lourenço e Capivara, no município de Corumbá (MS). Segundo a Funai, em 1989 eram 382 índios.

Terenas

Ou Tereno. Povo de língua da família Aruák. Parte dele (cerca de 12.000 indivíduos) vive no oeste de Mato Grosso do Sul, em oito áreas indígenas; outra parte (350 índios) ocupa terras nas áreas indígenas de Icatu, Araribá e Venuíre, no interior do Estado de São Paulo, juntamente com os Kaingang.

Bororos

Povo falante de língua do tronco macro-jê. Os Bororo atuais são os Bororo Orientais, também chamados Coroados ou Porrudos e autodenominados Boe. Os Bororo Ocidentais, extintos no fim do século passado, viviam na margem leste do rio Paraguai, onde, no início do séc. XVII, os jesuítas espanhois fundaram várias aldeias de missões. Muito amigáveis, serviam de guia aos brancos, trabalhavam nas fazendas da região e eram aliados dos bandeirantes. Desapareceram como povo tanto pelas moléstias contraídas quanto pelos casmentos com não-índios.

Os Bororo Orientais habitavam tradicionalmente vasto território que ia da Bolívia, a oeste, ao rio Araguaia, a leste e do rio das Mortes, ao norte, ao rio Taquari, ao sul. Ao contrário dos Bororo Ocidentais, eram citados nos relatórios dos presidentes da província de Cuiabá como nômades bravios e indomáveis, que dificultavam a colonização.

Foram organizadas várias expedições de extermínio. Uma delas, a de Pascoal Moreira Cabral, em 1718 ou 1719, após ser derrotada pelos indígenas, descobriu ouro às margens do rio Coxipó. Estimados na época em 10 mil índios, os Bororo sofreram várias guerras e epidemias até sua pacificação, no fim do século XIX, quando foram reunidos nas colônias militares de Teresa Cristina e Isabel e estimados pelas autoridades em 5 mil pessoas. Nas colônias, a convivência com os soldados, a promiscuidade, o consumo de álcool e as doenças reduziram ainda mais a população. Entregues aos salesianos para catequese, em 1910, os Bororo somavam 2 mil índios. Em 1990, com uma população de aproximadamente 930 pessoas, vivem em cinco pequenas áreas indígenas (Merure, Teresa Cristina, Tadarimana, Perigara e Jarudore) que somam 133 mil hectares, nos municípios de Barra do Garça, Barão do Melgaço, General Carneiro, Poxoréu e Rondonópolis no Estado do Mato Grosso. Há também um grupo em Sangradouro, no mesmo estado.

Este povo, que era caçador e coletor, vive hoje da agricultura e da venda de artesanato. Sua cultura, muito complexa, foi objeto de muitos estudos. As pessoas são separadas em várias categorias sociais, com papéis de oposição; durante o ritual funerário, que pode durar até dois meses, juntam-se em papéis complementares e fazem novas alianças, reforçando a coesão grupal.

Umotinas

Subgrupo Bororo de língua da família Otukê, do tronco Macro-Jê. Eram conhecidos como “barbados”, porque usavam barba, às vezes postiça – feita de pêlos de macaco bugio ou de cabelos das mulheres da tribo. Vivem na Área Indígena Umutina, no município de Barra dos Bugres no Mato grosso, juntamente com os Paresí, Kayabí e Ñambikwára.

Parecis

Ou Paresí. Denominação dada a vários povos indígenas que falavam dialetos da língua Paresí, da família Aruák. Viviam no planalto do Mato Grosso e eram uma das fontes de escravos preferidas dos bandeirantes; dóceis e pacíficos, trabalhavam na agricultura e fiavam algodão para a confecção de redes e tecidos. No início do século XX foram encontrados pela comissão do Marechal Rondon, ainda traumatizados pela violência dos contatos anteriores. Rondon os conduziu para terras protegidas por suas tropas e os Paresí se tornaram seus principais guias na região. Um desses povos, autodenominado Halíti, vive na região dos rios Juruena, Papagaio, Sacre, Verde, Formoso e Buriti, no oeste de Mato Grosso, em várias áreas indígenas, nos municípios de Tangará da Serra, Vila Bela da Santíssima Trindade e Diamantino. Em 1990, segundo a Funai, eram 900 índios.

Turismo

A beleza cênica de seus cenários naturais associada aos mais diversos processos de divulgação, e da modernização e ampliação dos sistemas infraestruturais assinalam novos status econômicos para o Pantanal. Dentre eles, o Turismo desponta como a mais promissora atividade regional. Riquíssima em manifestações culturais provocadas pelas suas várias etnias, a tradição pantaneira alia-se a uma portentosa produção artística contemporânea, criando um caldo de cultura vigoroso, capaz de seduzir e conquistar visitantes das mais diversas origens. As possibilidades ilimitadas da prática de esportes amadores – desde a pesca à produção de safaris – são também atraentes possibilidades ao estímulo do ecoturismo regional.

A cidade de Bonito é um exemplo de ecoturismo. A cidade tem várias atracões: – Grutas pré históricas; – cachoeiras com quedas de até 50 metros; – lagoas; – baías; – nascentes; – monumentos; – sítios arqueológicos; – folclore; e – artesanato. Bonito é um dos mais belos lugares da microrregião da Serra de Bodoquena. A diversidade de belezas naturais proporciona passeios e roteiros turísticos em qualquer época do ano. Na Baía Bonita a água azul jorra como se fosse um chafariz.

Nas cachoeiras do rio Mimoso o espetáculo da piracema (a migração rio acima para a desova dos peixes) é magnífico.

O rio Aquidauana, descendo por encostas de morros e prados, forma quedas d’água e lindas piscinas naturais. A visita à gruta do Lago Azul é um grande espetáculo. Em seu interior existe um profundo e cristalino lago cercado por paisagens milenares. Na Ilha do Padre, a força da natureza prossegue com cachoeiras, matas e muito animais

Agricultura

A agricultura é incipiente, ganhando destaque, apenas, os cultivos de subsistência.

Zona de Processamento de Exportações

A Zona de Processamento de Exportações – ZPE de Cáceres é um Incentivo Fiscal para um Programa de Desenvolvimento Regional (notadamente no campo industrial), criado pelo Governo Federal, com a vantagem de isenção total nas exportações. Não restam dúvidas que a implantação da ZPE, no município de Cáceres, representa um grande incremento para a economia do Pantanal. A excelente localização do município, principalmente quanto ao posicionamento estratégico em termos de saída para os mercados Europeu e Asiático, aliado ao comprometimento do governo atual do Mato Grosso, poderá fazer com que Cáceres seja convertida no principal centro de negócios do MERCOSUL (Mercado do Cone Sul), e cidade “entroncamento da América do Sul”. A Zona de Processamento de Cáceres leva vantagem, sobre as demais, em função do aproveitamento da hidrovia, da ferrovia e das estradas ligando Cáceres à Bolívia e ao Pacífico.

Exploração Mineral

Um dos fatores que mais limita a expansão do setor mineral no Pantanal é a deficiência energética e as grandes distâncias dos grandes centros urbanos. A maior área produtora localiza-se no município de Corumbá. A grande distância dos centros mais desenvolvidos do país e falta de recursos são fatores que tem dificultado a exploração da jazida com maior intensidade

POLUIÇÃO DO PANTANAL

A poluição do pantanal tem se acelerado com a crescente ocupação urbana das bacias hidrográficas que entornam o Pantanal propriamente dito. No caso da região norte do Pantanal, a questão é mais preocupante, uma vez que além da poluição urbana, somam-se à mesma a poluição dos garimpos de ouro e diamante.

Concomitante a isso nota-se uma destruição gradual dos seus entornos através das nascentes dos rios, dos agrotóxicos e fertilizantes das lavouras. Outro ecossistema ligado diretamente ao Pantanal é o Cerrado, cujo aproveitamento econômico, através do plantio de extensas lavouras de soja e outros produtos, tem impactado negativamente toda a região do Pantanal.

Erosão

O mau uso do solo nas sub-bacias que compõem o Pantanal faz com que os processos erosivos aumentem de intensidade ano a ano, aumentando por conseguinte a quantidade de resíduos totais e o transporte de sedimentos no leito dos rios.

Sub-Bacia do Rio Cuiabá

A principal sub-bacia comprometida é a bacia do rio Cuiabá. De acordo com levantamentos preliminares dos técnicos da FEMA, feitos a partir do Projeto de Monitoramento da Qualidade da Água (MQA), 71 indústrias são potencialmente poluidoras, sendo que 30,9% são responsáveis por toda a carga de origem industrial lançada principalmente nos rios Cuiabá e Coxipó. Os córregos da Prainha, Gambá, Mané Pinto, Barbado e o rio Coxipó recebem diretamente em seus leitos e sem qualquer tratamento a carga de esgoto da Grande Cuiabá (Cuiabá e Várzea Grande). Nas praias de Santo Antonio do Leverger (a poucos quilometros de Cuiabá) o alto índice de coliformes fecais registrado torna impróprio o banho de moradores e turistas.

Poluição Urbana

A poluição urbana, além de seus dejetos naturais, origina-se principalmente de:

Usinas de cana-de-açucar; 
Frigoríficos; e 
Curtumes.

Piracema

Piracema é o período entre Outubro e Março, quando os peixes nadam contra a correnteza para a desova e a reprodução.

Este fenômeno é considerado essencial para a preservação da piscosidade das águas dos rios e lagoas do Pantanal. Os governos do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, através de suas secretarias de meio ambiente e de suas polícias florestais, bem como o governo federal, através do IBAMA, tem envidado esforços no sentido de coibir a pesca predatória nos dois Estados.

Tais esforços passam por uma fiscalização conjunta entre os órgãos dos pescadores amadores e profissionais que atuam nos dois estados.

Mato Grosso

No Estado de Mato Grosso é considerado crime pescar:

Nos lugares e épocas interditadas pelo órgão ambiental; 
Nos lugares e épocas interditadas pelo órgão ambiental; 
Com explosivos ou substâncias tóxicas; 
A menos de 500 metros das saídas de esgoto; 
A 200 metros a montante a e jusante de barragens, corredeiras, cachoeiras, escadas de peixes ou das embocaduras das baias;
Espécies que devam ser preservadas ou indivíduos com tamanhos inferiores ao permitido; 
Com o emprego de apetrechos e métodos proibidos.

Fonte: www.geocities.com

Pantanal

PANTANAL – MATO GROSSO DO SUL (MS) – BRASIL

HISTÓRIA

pantanal Sul-Mato-Grossense, uma das maiores planícies de sedimentação do mundo, ocupa grande parte do Estado de Mato Grosso do Sul – aproximadamente 140 mil km2 – estendendo-se, também, por países vizinhos como Argentina, Bolívia e Paraguai. A planície inundável, com leves ondulações, pontilhadas por morros isolados e rica em depressões rasas, tem seus limites demarcados por variados sistemas de elevações como chapadas, serras, e é cortada por grande quantidade de rios, todos pertencentes à Bacia do Paraguai.

Na região pantaneira, a paisagem altera-se profundamente nas duas estações bem definidas do ano: a seca e a chuvosa.

Durante a seca, nos campos extensos cobertos predominantemente por gramíneas e vegetação de cerrado, a água chega a escassear, restringindo-se aos rios perenes de leitos definidos, às lagoas próximas a esses rios e a alguns banhados em áreas mais rebaixadasda planície. De novembro a março, o Pantanal vive o período das cheias. A vegetação muda segundo o tipo de solo e de inundação, predominando espécies de cerrado nas terras arenosas – conhecido como Pantanal Alto – e gramíneas nas terras argilosas, do Pantanal Baixo.

Com as cheias, as depressões são inundadas, formando extensos lagos, reconhecidos como Baías, de extrema beleza, principalmente se forem alcalinas, apresentando diferentes cores em suas águas, de acordo com as algas que ali se desenvolvem e criam matizes de verde, amarelo, azul, vermelho ou preto. Com a subida das águas, volumosa quantidade de matéria orgânica é carregada pela correnteza a grandes distâncias.Durante a vazante, esses detritos são depositados nas margens e praias de rios, lagoas e banhados, passando a se constituir em elementos fertilizantes do solo. Este verdadeiro patrimônio ecológico, habitado por incontáveis espécies de mamíferos e répteis, de aves e peixes, tem uma vegetação exuberante e é traduzido em movimento de formas, cores e sons , sendo um dos mais belos espetáculos da Terra.

A PLANÍCIE E OS PANTANAIS

O Pantanal constitui extensa área plana, com altitudes que variam de 80 a 150 m acima do nível do mar, circundada por planaltos escarpados, situada no centro da América do Sul. A planície pantaneira apresenta área aproximada de 140.00 km quadrados, que equivale uma vez e meia o tamanho de Portugal. A principal característica desta região é a de estar sujeita a inundações periódicas. Isto ocorre porque, de norte para sul , o Rio Paraguai, que constitui o principal escoadouro e regulador das cheias, tem declividade praticamente inexpressiva – em média de 1 cm para cada quilômetro – o que dificulta o escoamento das águas.Além da baixa declividade, no extremo sul do Pantanal, nas proximidades de Porto Murtinho, existe uma barragem natural, conhecida como Fecho dos Morros, o que também contribui para o represamento das águas.

Apesar das inundações, alternadas com intervalos de seca, o clima do Pantanal é semi-árido, comparável ao da Caatinga Nordestina. Suas águas têm origem principalmente nas partes altas,nas cabeceiras do rios, onde as chuvas são mais intensas, especialmente ao Norte, nas nascentes do Rio Paraguai. Lá, nas épocas chuvosas, as águas transbordam os leitos dos rios e a inundação desce lentamente rumo ao Sul, como a gigantesca e vagarosa onda. Desta forma, apesar do período chuvoso compreender os meses de dezembro a fevereiro, é nos meses de maio a julho que as águas atingem seu nível máximo na planície. É também durante as cheias que ocorre o abastecimento das lagoas que depois funcionam como reservatórios, realimentando os rios quando estes começam a baixar.

O que se denomina Pantanal são paisagens diversificadas dentro da planície, ou seja, o Pantanal, na verdade, é um conjunto de pantanais distintos relacionados principalmente às sub-bacias hidrográficas do Rio Paraguai. Desta forma temos, de norte para o sul, o Pantanal do Jauru-Paraguai, Pantanal do Cuiabá, Pantanal do Itiquira-São Lourenço, Pantanal do Taquari, Pantanal do Paiaguás, Pantanal do Negro, Pantanal do Miranda-Aquidauana e Pantanal do Jacadigo-Nabileque.

Em cada sub-bacia ocorre regime hídrico distinto e os tipos de solos e geologia são diferentes dos demais o que, que por sua vez acaba influenciando na distribuição da fauna e flora. No Pantanal do Miranda-Aquidauana , por exemplo, parte das águas do Rio Miranda têm origem na Serra da Bodoquena, onde o maciço calcário contribui com grande quantidade de carbonato de cálcio dissolvido, fornecendo, assim, o característico gosto salôbro de suas águas. Em função desta disponibilidade química, as lagoas desta região são preferencialmente procuradas pelos moluscos, que ali secretam suas grandes e espessas conchas carbonáticas.

FAUNA

O Pantanal é especialmente notável pela abundância de sua fauna, ela é exuberante e riquíssima, tanto a aquática quanto a alada, sendo, segundo alguns cientistas, o bioma brasileiro onde a concentração faunística atingiu sua maior expressão, com fantástica quantidade de indivíduos de numerosas espécies, em especial a avifauna aquática, que são as mais adaptadas as condições climáticas da região.

Devido a sua facilidade de deslocamento, aproveita ao máximo os ciclos de enchentes e vazantes e com isso determinam o comportamento alimentar e reprodutivo não apenas das aves como de toda a fauna.

As inundações periódicas e o clima, aliados a outros fatores, criaram um ambiente diverso de rara beleza, além de condições para o desenvolvimento de variadas formas de vida. É a região com maior densidade faunística das Américas, representada por 650 espécies de aves, 405 de peixes (destacando-se a piranha, o pintado, o pacú, o curimbatá e o dourado), 80 de mamíferos, 50 répteis (dos quais os mais famosos são as cobras sucuri, jararaca, boca-de-sapo, etc.), além dos jacarés que vivem ao redor das lagoas e baías e dentre os insetos são mais de mil espécies de borboletas.

Essa quantificação é uma análise prematura, pois considerando que a região esta em constante evolução e não há um conhecimento de todas as espécies catalogadas em estudos e pesquisas científicas, não pode ser afirmado com certeza.

Segundo o Biólogo Eliezer José Marques, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, observa que: as regiões limítrofes exercem grande influência na formação da fauna e da flora pantaneira, mas acha difícil precisar a dimensão exata em que essa influência ocorre.

Muitas espécies ameaçadas de extinção em outras regiões do País ainda apresentam populações vigorosas como é o caso da capivara, tamanduá-bandeira, tamanduá-mirim, lobinho, veado-mateiro, entre outros.

Dentre a riqueza animal, destacam-se os enormes rebanhos de bovinos e eqüinos.

De acordo com as condições do meio geográfico e em conseqüência de migrações, se agrupam determinadas espécies de fauna. Praticamente todos os animais da região de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso estão aí representado.

FLORA

A complexidade das condições ambientais e a conseqüente variedade de vegetação chegam a justificar a designação atribuída à região de Complexo do Pantanal.

Na variedade dos tipos de vegetação, multiplicam-se nichos ecológicos, que condicionam cada qual uma fauna e flora específica, e existem áreas bastante diversificadas cobertas por vegetação variada em que se alternam plantas sabedoria que o contato direto e contínuo com a natureza proporciona aos habitantes da região.

A vegetação da bacia do Alto Paraguai pode ser dividida em 3 sub-regiões principais: “Chaco” e “Cerrado” nas planícies inundáveis e “Florestas de Transição ou Amazônica” ao norte. A vegetação do Chaco cresce numa argila pesada e impermeável; a vegetação do cerrado cresce em solos arenosos profundos, permeáveis e leves que ocorre nos afloramentos. Dentro dessas faixas maiores de vegetação, ocorrem comunidades, associações e misturas de cerrado e Chaco que coexistem de acordo com as condições do solo local e da água subterrânea.

Os ecossistemas podem ser reconhecidos pelas suas características morfológicas, sem identificação das espécies individuais. Esses tipos morfológicos supõem-se ser o reflexo dos fatores de controle ambiental, embora o estudo da vegetação reconhecida deste modo não seja suficiente para permitir interpretações definitivas das inter-relações entre vegetação e os fatores ambientais.

As 3 comunidades vegetais são divididas da seguinte maneira:

70% – Província do Cerrado – Representada pelos tipos estruturais constituídos pelos campos limpos e sujos, campo cerrado e cerradão. Cobrindo 97.388 Km quadrados da área pantaneira.21% – Florestas de Transição ou Amazônica – Corresponde às Várzeas e bosques em galeria do Rio Paraguai, e cursos inferiores dos seus afluentes com uma área de 29.213 Km quadrados na grande baixada de inundação.
9% – Província Chaquenha – 
Com bosques densos de quebracha e urundaí (em zonas relativamente bem drenadas) e savanas de carandaí, com uma área de 12.520 Km quadrados.

Dentro do cerrado e campo as espécie de plantas mais comuns encontradas na região são: capim-mimoso, capim-d’água, capim-colonião, barba-de-bode, carandá, onze-horas, amendoim-do-campo, mata-pasto, aromita, unha-de-vaca, rosa-da-Turquia, araça-do-campo, assa-peixe, cambarazinho, jurubeba, bocaiúva, caraguatá, croatá, angicos, bálsamo, orelha-de-pau, mulungu, jatobá, pau-terra, aroreira, pau-de-tucano, juazeiro, imbiruçu, barriguda, piquí, maracujá, urucum, mandacaru, tarumã, fruta-do-lobo, jurubeba, arrabidéias, ipês, jenipapo e outros.

HABITANTES

O homem pantaneiro que há mais de duzentos anos habita o Pantanal aprendeu a conviver, em harmonia com o “seu mundo “inundado, úmido ou seco”.

Quando se fala de cultura pantaneira, não se pode deixar de mencionar além do ambiente natural em que vive, a diferença entre o pantaneiro, o peão e o fazendeiro, todos interligados e chegando mesmo a confundir-se, nos costumes hábitos e crenças.

Todos ligados a um conjunto econômico que configura as tendências culturais de um, em oposição a cultura mais requintada do fazendeiro, que valoriza uma tradição mais feudal, ou mesmo burguesa, que normalmente prefere viver no conforto da cidade, entre elas Campo Grande, Corumbá, ou Cuiabá, como também há os fazendeiros que preferem viver nas fazendas mantendo um alto padrão de vida.

Os peões, homens afeitos à vida rude do campo e à lida com o gado, gente de quase ou nenhuma alfabetização, vivem praticamente isolados nas fazendas, longe mesmo de parentes ou família. São diferentes do pantaneiros, em apenas alguns aspectos, como não mantendo moradia fixa, trabalhando de fazenda em fazenda, onde oferecer trabalho, e o aspecto parecido com o pantaneiro, está em nunca sair do pantanal; como a mão-de-obra em uma região isolada como o Pantanal é sempre bem vinda, sempre acham trabalho, como funcionários ou fazendo empreitadas.

Apesar dessa aparente liberdade, a vida do peão gera uma forte relação com o proprietário da fazenda, constituindo-se um elemento de confiança do patrão.

É um tipo típico da região – o peão do Pantanal difere dos outros pela indumentária necessária ao meio em que habita, região sujeita a alagação por ocasião das chuvas e pelos trasbordamento dos rios, que lhe dá uma rotina completamente diferenciada.

Nas fazendas o peão mora junto a sede, com relativo conforto, ou em locais afastados da sede chamados de retiros, onde muitas vezes habita em choupanas rústicas, cobertas de palha e chão de terra batida, e dorme em rede. Esses retiros afastados, são em conseqüências das fazendas serem muito extensas e a necessidade desses locais afastados para um melhor controle da criação.

Toda generalização, em relação a peões e fazendeiros, não pode abranger todo o seu universo, os níveis de vida variam muito de fazenda para fazenda e derivam da mentalidade de cada proprietário.

Sua principal tarefa consiste em conduzir o gado ante qualquer prenúncio de cheia, para os pontos mais elevados das pastagens, as “cordilheiras”. Mesmo assim muito gado se perde.

A vida do peão está ligada estreitamente a natureza, ao mundo ao seu redor; exemplo disso está no seu modo alimentar, muito simples, reduzido a três repletas refeições diárias à base de arroz, mandioca, farofa, feijão, carne em abundância, peixe a vontade, e verduras raramente. A primeira refeição, feita ao amanhecer, o que chamam de quebra-torto, e para passar o dia trabalhando no campo, o peão leva a matula. E o tereré, tomado antes do almoço e no meio da tarde.

Outra peculiaridade do peão que o caracteriza como um homem simples, são suas receitas medicinais como: melado de aroeira, sendo excelente para torções e fraturas, gordura de sucuri tira bronquite, entre outros.

O pantaneiro, no passado dizia-se que era o caboclo ou mestiço, filho de branco com índio, de cabelos lisos, cor acobreada, queimado de sol e habitante da região do Pantanal, mas não existe um estudo científico e comprovado sobre sua sociedade, costumes e hábitos, o que ocorre, são pesquisas e levantamentos sobre seu habitat e suas peculiaridades, habitando num mundo, onde as condições são ímpares, seja ele pantaneiro, peão, morador da cidade ou mesmo o fazendeiro, integrado a tudo que o rodeia.

É um homem simples, calmo, resistente, acostumado ao sertão, e a solidão, se alimenta do que colhe, planta ou cria, também de peixes tão abundante na região, frutas silvestres e raízes.

O pantaneiro é um conhecedor de plantas e mantém com elas um relacionamento diário. Para orientação e locomoção no Pantanal, ele observa como marco uma piúva ou um capão que, ao recém-chegado, parece igual a centenas de outras; onde tem, caeté, o carro atola. Onde tem embaúba, dá bom poço; onde tem acuri, pode ter porco.

Quando a fome ou a sede aperta, várias frutas nativas podem amenizar a dura jornada: ananás, araça, ariticum, bocaiúva, cabrito, cajuzinho, etc.

O trabalho no campo exige do pantaneiro habilidade e grande resistência, para passar grande parte do dia em cima das montarias. Os arreios sofreram modificações ao longo do tempo, como o acolchoado que antes era de capim passou mais tarde para pele de animal, e assim várias outras indumentárias foram mudando com o tempo.

Homem Pantaneiro

O homem pantaneiro que há mais de duzentos anos habita o Pantanal e aprendeu a conviver, em harmonia com o “seu mundo “inundado, úmido ou seco”.

Pantanal

Quando se fala de cultura pantaneira, não se pode deixar de mencionar além do ambiente natural em que vive, a diferença entre o pantaneiro, o peão e o fazendeiro, todos interligados e chegando mesmo a confundir-se, nos costumes hábitos e crenças.

Todos ligados a um conjunto econômico que configura as tendências culturais de um, em oposição a cultura mais requintada do fazendeiro, que valoriza uma tradição mais feudal, ou mesmo burguesa, que normalmente prefere viver no conforto da cidade, entre elas Campo Grande, Corumbá, ou Cuiabá, como também há os fazendeiros que preferem viver nas fazendas mantendo um alto padrão de vida.

Os peões, homens afeitos à vida rude do campo e à lida com o gado, gente de quase ou nenhuma alfabetização, vivem praticamente isolados nas fazendas, longe mesmo de parentes ou família. São diferentes dos pantaneiros, em apenas alguns aspectos, como não mantendo moradia fixa, trabalhando de fazenda em fazenda, onde oferecer trabalho, e o aspecto parecido com o pantaneiro, está em nunca sair do pantanal; como a mão-de-obra em uma região isolada como o Pantanal é sempre bem vinda, sempre acham trabalho, como funcionários ou fazendo empreitadas.

Apesar dessa aparente liberdade, a vida do peão gera uma forte relação com o proprietário da fazenda, constituindo-se um elemento de confiança do patrão.

É um tipo típico da região – o peão do Pantanal difere dos outros pela indumentária necessária ao meio em que habita, região sujeita a alagação por ocasião das chuvas e pelos trasbordamentos dos rios, que lhe dá uma rotina completamente diferenciada.

Nas fazendas o peão mora junto a sede, com relativo conforto, ou em locais afastados da sede chamados de retiros, onde muitas vezes habita em choupanas rústicas, cobertas de palha e chão de terra batida, e dorme em rede. Esses retiros afastados, são consequências das fazendas serem muito extensas e a necessidade desses locais afastados para um melhor controle da criação.

Toda generalização, em relação a peões e fazendeiros, não pode abranger todo o seu universo, os níveis de vida variam muito de fazenda para fazenda e derivam da mentalidade de cada proprietário.

Sua principal tarefa consiste em conduzir o gado ante qualquer prenúncio de cheia, para os pontos mais elevados das pastagens, as “cordilheiras”. Mesmo assim muito gado se perde.

A vida do peão está ligada estreitamente a natureza, ao mundo ao seu redor; exemplo disso está no seu modo alimentar, muito simples, reduzido a três repletas refeições diárias à base de arroz, mandioca, farofa, feijão, carne em abundância, peixe a vontade, e verduras raramente. A primeira refeição, feita ao amanhecer, o que chamam de quebra-torto, e para passar o dia trabalhando no campo, o peão leva a matula. E o tereré, tomado antes do almoço e no meio da tarde.

Outra peculiaridade do peão que o caracteriza como um homem simples, são suas receitas medicinais como: melado de aroeira, sendo excelente para torções e fraturas, gordura de sucuri tira bronquite, entre outros.

O pantaneiro, no passado dizia-se que era o caboclo ou mestiço, filho de branco com índio, de cabelos lisos, cor acobreada, queimado de sol e habitante da região do Pantanal, mas não existe um estudo científico e comprovado sobre sua sociedade, costumes e hábitos, o que ocorre, são pesquisas e levantamentos sobre seu habitat e suas peculiaridades, habitando num mundo, onde as condições são ímpares, seja ele pantaneiro, peão, morador da cidade ou mesmo o fazendeiro, integrado a tudo que o rodeia.

É um homem simples, calmo, resistente, acostumado ao sertão, e a solidão, se alimenta do que colhe, planta ou cria, também de peixes tão abundante na região, frutas silvestres e raízes.

O pantaneiro é um conhecedor de plantas e mantém com elas um relacionamento diário. Para orientação e locomoção no Pantanal, ele observa como marco uma piúva ou um capão que, ao recém-chegado, parece igual a centenas de outras; onde tem, caeté, o carro atola. Onde tem embaúba, dá bom poço; onde tem acuri, pode ter porco.

Quando a fome ou a sede aperta, várias frutas nativas podem amenizar a dura jornada: ananás, araça, ariticum, bocaiúva, cabrito, cajuzinho, etc.

O trabalho no campo exige do pantaneiro, habilidade e grande resistência, para passar grande parte do dia em cima das montarias. Os arreios sofreram modificações ao longo do tempo, como o acolchoado que antes era de capim passou mais tarde para pele de animal, e assim várias outras indumentárias foram mudando com o tempo.

Fonte: www.pantanalms.tur.br

Pantanal

Localização: No coração da América do Sul, entre os paralelos 16 e 22 graus de longitude sul e os meridianos 55 e 58 graus de longitude oeste.

Área: Ocupa uma área na região Centro Oeste do Brasil de 189 mil quilômetros quadrados, conforme o Dicionário Geográfico do IBGE, dos quais 63% em Mato Grosso do Sul e 37% em Mato Grosso.

Altitude: Média de 110 metros.

Declividade: De 6 a 12 cm por quilômetro no sentido leste-oeste e de 1 a 2 cm por quilômetro no sentido norte-sul.

Temperatura: O clima é tipo quente no verão, com temperatura média em torno de 32°C e frio e seco no inverno, com média em torno de 21°C, ocorrendo ocasionalmente, geadas nos meses de julho e agosto. A precipitação pluviométrica anual está entre 1.000 e 1.400 mm, sendo dezembro e janeiro os meses mais chuvosos. No verão, entre outubro e maio, época das chuvas, as terras são literalmente inundadas.

Podemos dividir o clima na região também em quatro estações distintas: seca (de junho a setembro), enchente (de outubro a dezembro), cheia (de janeiro a março) e vazante (abril e maio).

Umidade relativa do ar: De 50% à 60% no inverno e em torno de 80% no verão.

Chuvas: Diluvianas de Novembro a Fevereiro, quando se registram de 150mm à 300mm. De Julho a Agosto (seca), entre 5mm e 50mm.

Clima e Solo

No Pantanal, o clima predominantemente tropical, apresenta características de continentalidade, com diferenças bem marcantes entre as estações seca e chuvosa.

Localizada na porção centro-sul do Continente Sul-Americano, a região não sofre influências oceânicas, mas está exposta à invasão de massas frias provenientes das porções mais meridionais, com penetração rápida pelas planícies dos pampas e do chaco. A temperatura usualmente alta, pode baixar rapidamente e até haver ocorrências de geadas, ficando as mínimas ao redor de 0º enquanto as máximas atingem quase 40º. As médias anuais registradas, em torno de 25º, têm como mínima 15º e máxima 34º.

De abril a setembro é a estação seca ou inverno , com chuvas raras e temperatura bastante agradável. Durante o dia pode fazer calor, mas as noites são frescas ou frias. Com o início das chuvas, geralmente em outubro, começa o verão que se prolonga até março. A temperatura, bastante elevada, só cai durante e logo após as pancadas fortes , voltando a subir até que novamente as grossas massas d’ água desabem sobre a região. É quando o Pantanal, úmido e quente, se transforma em imenso alagado onde os rios, banhados e lagoas se misturam. A partir de março o nível das águas vai baixando e o Pantanal começa a secar. No ápice da seca, entre julho e setembro, a água fica restrita aos leitos dos rios ou aos banhados e lagoas localizadas em porções baixas da planície, em permanente comunicação com os rios ou com o lençol freático.

O regime de chuvas determina uma alternância nas condições do solo, que é alagado no verão e seco no inverno. Há regiões altas que nunca são atingidas pelas cheias, regiões baixas que ficam quase sempre submersas e regiões de altitude intermediária, que se apresentam secas a maior parte do ano e alagadas durante alguns meses.

Por sua composição predominante argilo-arenosa os solos do Pantanal são caracterizados como pobres em sua parte mais profunda, mas como muito férteis na camada superficial, graças à deposição de matéria orgânica resultante da decomposição de restos animais e vegetais.

Elementos da Paisagem

A paisagem do Pantanal é caracterizada por terrenos muito vastos e planos, onde se sobressaem elevações como a as “cordilheiras”, os morros isolados e as serras, e depressões pouco profundas, a maioria preenchida durante grande parte do ano por água dos rios, lagoas e banhados. A altitude média de toda essa imensa planície é pouco superior a 100 m. Sua cobertura vegetal predominante é aquela característica dos campos limpos e cerrados e das matas.

CAMPOS:

São as formações mais freqüentes no Pantanal, podendo se apresentar sob dois aspectos diferentes: em regiões não inundáveis, de solo ácido e pobre, encontram-se os campos cerrados, onde a vegetação pouco densa é representada por espécies permanentes e efêmeras. Entre as permanentes, encontram-se arbustos e árvores de porte médio, caracterizados por troncos e galhos tortuosos, casca grossa e folhas coriáceas ou cobertas de pelos. O grupo das efêmeras compreende inúmeras ervas e gramíneas.

Em regiões mais baixas, sujeitas a inundações, os campos cerrados são substituídos por campos limpos ou campinas sem árvores, onde raras plantas lenhosas arbustivas ocorrem em meio a um tapete de capins. São excelentes pastagens naturais para o gado e para muitos herbívoros silvestres.

MATAS:

Sobressaindo por entre a vegetação dos campos vêem-se conjuntos muito diversificados de vegetais, formados por árvores de grande porte, arbustos, vegetação rasteira e trepadeiras.

Podem se apresentar sob dois aspectos:

Matas ciliares ou galerias, encontradas margeando os rios e se estendendo por áreas mantidas úmidas pelos cursos d’ água
Capões, ou manchas de vegetação de porte alto, encontradas nas partes elevadas das ondulações da planície, onde o solo é rico e o abastecimento da água garantido pelo lençol subterrâneo.

SERRAS:

São as elevações de maior altitude na região, chegando a 1000m de altitude como o Maciço do Urucum, formadas por terrenos rochosos, calcários e secos. A cobertura vegetal é constituída por espécies comuns do cerrado, entremeadas por vegetação típica de caatinga, tanto mais freqüente quanto mais elevado e pobre for o terreno. Podem apresentar manchas de pastagens naturais em suas encostas.

MORROS ISOLADOS:

Espalhados em alguns pontos da planície, como elementos isolados, encontram-se elevações de pequena altura, com 150 a 200m em média e formato geralmente arredondado. São também chamados de inselbergues, pois durante a época das cheias destacam-se nas áreas inundadas, como verdadeiras ilhas cobertas de vegetação. No sopé desses morros isolados a vegetação é semelhante a dos capões e do cerrado. Nas proximidades do topo, o terreno cada vez mais pedregoso e seco é coberto por espécies típicas de caatinga, como ocorre nas serras.

CORDILHEIRAS:

São pequenas elevações em forma de cordões que variam de 1 a 6m de altura, constituídos por areias finas e pouco compactas, provenientes da erosão de arenitos e levadas pelo vento para a planície do Pantanal. Funcionam como barreiras entre as depressões naturais, represando as águas durante as inundações.

São comparáveis a dunas, cobertas por vegetação, a qual atua como elemento de fixação.

RIOS:

São cursos d’ água de leito definido, de volume bastante variável conforme a época do ano, limitados por praias arenosas, barrancos, campos firmes ou alagadiços. Com águas geralmente barrentas, que não correm com muita velocidade, esses rios de planície apresentam numerosos meandros e afluentes, onde são comuns os bancos de areia e raras as corredeiras e os leitos rochosos. Suas margens são cobertas por vegetação de campo limpo, de cerrado, de mata ou de brejo. No Pantanal são conhecidos como corixos os cursos d’ água menores, de volume e leito variáveis conforme a época do ano, mas que correm o ano todo, alimentados por um rio de grande porte. Durante a estação seca podem se reduzir a filetes d’ água, enquanto que na cheia ficam tão volumosos que se confundem com os rios principais. Nesta época, também nas vazantes como são conhecidos os canais de comunicação ou de drenagem entre os rios e lagoas, encontra-se grande quantidade de água. Na estação seca porém, ela praticamente

Vegetação:

A diversidade de condições ambientais determina uma grande variedade de tipos de vegetação, designada por alguns autores com “complexo do Pantanal” por considerarem que essa denominação exprime o “complexo de condições e de tipos de vegetação ali existentes “ (Ferri, 1980). Na verdade, “o Pantanal se nos afigura como o lugar onde todos os tipos de vegetação do continente vêm fundir-se, aparecendo na vasta área amostras de cada um deles e, em certos pontos, verdadeira mistura” (Gonzaga de Campos, 1912).

Nas regiões de altitude intermediária, onde o solo é arenoso e ácido e a água é retida apenas no sub-solo, encontra-se vegetação típica de cerrado. Os elementos predominantes neste tipo de formação são as árvores de porte médio, de casca grossa, folhas recobertas por pelos ou cera e raízes muito profundas. Elas se distribuem não muito próximo uma das outras, entremeadas de arbustos e plantas rasteiras, representadas por inúmeras espécies de ervas e gramíneas. Na época da seca, como proteção contra a dessecação, muitas árvores e arbustos perdem totalmente os ramos e folhas; outros limitam-se a derrubar as folhas, mas os ramos persistem e podem florescer. Nessa época é comum a prática de queimadas nas fazendas, para limpar o campo das partes secas da vegetação. Realizada de maneira controlada, a queimada, não é de todo prejudicial, como seria em outros ambientes, pois estimula o rebrotamento de muitas plantas do cerrado. No entanto, se o fogo se alastrar repentinamente por outras áreas, muitos animais e vegetais poderão ser inutilmente sacrificados. Assim, essa prática só será aconselhável se puder ser executada com bastante cuidado.

Em regiões mais baixas e úmidas, onde as gramíneas predominam, encontram-se os campos limpos, pastagens ideais para a criação do gado que lá convive em harmonia com muitas espécies de animais silvestres.

Em pequenas elevações, quando o solo é rico, encontram-se capões de mato formados por árvores de porte elevado, como aroeira, imbiruçu, angico, ipês.

Rede ferroviária: 450 Km no trecho Campo Grande-Corumbá, atualmente só para trens de carga.

Rede rodoviária:

BR 163 de Campo Grande a Cuiabá (norte)
BR 262 de Campo Grande a Corumbá (oeste)
BR 274 de Campo Grande a Porto Murtinho (sudoeste)

Sub-regiões: Os Dez Pantanais

No Mato Grosso (MT)

    1. Cáceres
    2. Poconé
    3. Barão de Melgaço

No Mato Grosso do Sul (MS)

    1. Paiaguás
    2. Corumbá
    3. Nhecolândia
    4. Abobral
    5. Rio Negro
    6. Miranda
    7. Nabileque

Hidrografia:

A principal bacia hidrográfica é a do rio Paraguai com 1400km de extensão.

Os principais afluentes do rio Paraguai são: São Lourenço (560km), o Miranda (264km) e Taquari (850km). A Bacia Hidrográfia do Alto Paraguai te, como base a cota de 200m acima do nível do mar (a.n.m.). Compreende uma área de 107.400 km², o que corresponde a 24% da área total do Estado.

Sub-Bacias Hidrográficas

O Estado de Mato Grosso do Sul abriga uma densa rede hidrográfica.

É banhado por duas importantes bacias hidrográficas do Brasil: a Bacia do Rio Paraguai, que drena a porção ocidental e, a Bacia do Rio Paraná, drenando a porção oriental, tendo a Serra de Maracajú como principal divisor de águas.

Regiões Inundadas do Pantanal

Os alagamentos no Pantanal são periódicos e, à medida em que se verifica uma mudança na topografia, percebe-se uma diferenciação idêntica nos períodos de tempo em que cada porção permanece inundada durante o ano.

Fauna: São aproximadamente 280 espécies de peixes, 90 de mamíferos, 600 de aves e 50 de répteis.

Flora: São aproximadamente 1500 espécies de plantas estimadas pela EMBRAPA.

Fonte: www.portalpantanal.com.br

Pantanal

Pantanal do Mato Grosso, com uma extensão de 250 mil km2, é a maior área alagável do mundo. O Pantanal é uma imensa bacia intercontinental, delimitada pelo Planalto Brasileiro, ao leste, pelas Chapadas Matogrossenses, ao norte, e também por uma cadeia de morros e terras altas do sopé Andino, a oeste.

Portanto, ele pode ser considerado um grande delta interno, onde se acumulam as águas do alto Paraguai e as de grande número de rios que descem do Planalto.

Através do rio Paraguai, o Pantanal está intimamente ligado à grande bacia do rio Paraná – rio da Prata. Conexões aquáticas difusas com afluentes amazônicos existem ao norte, especialmente com o rio Guaporé.

A drenagem deste delta interno pelo médio Paraguai, por meio da barra estreita e rasa do Fecho dos Morros do Sul, faz-se com muita dificuldade. Porém, enormes quantidades de água estagnada atrás desta barragem tornam o Pantanal um labirinto imprevisível de águas paradas e correntes, temporárias ou permanentes, designadas através de grande quantidade de termos específicos pelo homem pantaneiro. Nas lendas indígenas e nos primeiros mapas, o Pantanal é lembrado como um grande lago cheio de ilhas, o “mar dos Xaraiés”.

Em anos chuvosos, como em 1984 ou em 1995, o rio Paraguai expande-se em uma faixa de até 20 km de largura, invadindo os grandes lagos da fronteira boliviana e a Ilha do Caracará, regenerando temporariamente o “mar dos Xaraiés” dos antigos climas chuvosos. O rio Paraguai e os outros rios pantaneiros apresentam pouca declividade, da ordem de 20-30 cm por quilômetro, o que faz com que as águas que se acumulam nos períodos de chuvas intensas escoem com muita lentidão. Em conseqüência, as enchentes, que são máximas ao norte nos meses de março e abril, chegam ao sul do Pantanal somente em julho e agosto. Enquanto isso, imensas quantidades de água, provavelmente centenas de quilômetros cúbicos por ano, perdem-se por evaporação direta para a atmosfera. O Pantanal pode ser, com justiça, considerado a maior “janela” de evaporação de água doce do mundo.

Toda a vida e a economia do Pantanal estão ligadas a este sistema de inundações. A região é um interessante paradoxo aquático em uma área de clima continental semi-árido ou mesmo árido. Sem o abundante e raso lençol freático e os aluviões deixados pelas enchentes, a vegetação terrestre seria parecida com a do cerrado ou com a do Chaco boliviano. Igualmente, a rica fauna de aves e mamíferos depende, na sua grande maioria, da alimentação aquática. O Pantanal pode ser visto, então, como uma grande e dinâmica interface entre o mundo aquático e o terrestre.

A vegetação aquática é fundamental para a vida pantaneira. As plantas flutuantes são os principais produtores primários nas águas do Pantanal. Imensas áreas são cobertas por “batume”, que são plantas flutuantes, tais como o aguapé (Eichhornia) e a Salvinia, entre outras. Levadas pelos rios, estas plantas constituem verdadeiras ilhas flutuantes, os camalotes.

Pantanal
Pantanal do Mato Grosso

Após as inundações, a camada de lodo nutritivo permite o desenvolvimento de uma rica vegetação de ervas. A palmeira carandá (Copernicia australis) ocorre em extensas formações nas áreas em que as inundações dominam mas que ficam secas durante o inverno, permeando com os cupinzeiros, onde se inicia o paratudal.

Os paratudais, formados pelos ipês roxos (Tabebuia, localmente chamado piúva), são típicos.

Numa região um pouco mais elevada, já com áreas não inundáveis, há uma vegetação característica de cerrado. Há ainda no Pantanal áreas com mata densa e sombria (com Piptadenia, Bombax, Magonia, Guazuma).

Em torno das margens mais elevadas dos rios aparece a palmeira acuri (Attalea principes), formando uma floresta de galerias juntamente com outras árvores, como o pau-de-novato (Triplaris formicosa), a embaúba (Cecropia), o genipapo (Genipa) e as figueiras (Ficus). Em pontos altos dos morros aparece uma vegetação semelhante à da caatinga, com a bromeliácea Dyckia e os cactos cansanção e mandacaru (Cereus).

O passado geológico permitiu ao Pantanal constituir-se no maior entroncamento dos intercâmbios da flora e da fauna aquática da América do Sul. Atualmente é povoado por uma variedade de organismos amazônicos e sulistas. Sendo principalmente um corredor de intercâmbios, não abriga fauna endêmica rica, como a Amazônia, e são as quantidades e não as raridades que o caracterizam.

O Pantanal oferece ao visitante uma variedade de paisagens abertas povoadas por grandes populações de animais, cuja alimentação depende da fase aquática.

Assim, nas lagoas, a microflora e a microfauna permitem o desenvolvimento de ricas populações de caramujos aruas (Pomacea, Marisa e outros) e de conchas (Anodontides, Castalia e outras), que sustentam uma variedade de predadores destes moluscos, como aves e répteis.

Os inúmeros cardumes de pitu (Macrobrachium) e as várias espécies do caranguejo (Trichodactylus, Dilocarcinus e outros) possuem importância econômica indireta: servem de iscas para os pescadores. Entre os peixes abundantes, há o corumbatá, o pacú, o cascudo, o pintado, o dourado, o jaú e as piranhas. Entre os comedores da vegetação aquática destacam-se as grandes populações de capivaras (Hydrochaeris, hydrochaeris) e de búfalos. O cágado (Platemys) é também vegetariano. A ariranha (Pteronura brasiliensis), importante predador piscívoro, outrora abundante, foi quase exterminada pelos caçadores. Destino semelhante pode ter o jacaré (Caiman crocodilus yacare), dizimado pela caça ilegal dos últimos anos.

Os jacarés têm papel importante nas águas pantaneiras, onde funcionam como predadores “reguladores” da fauna piscícola e, às vezes, como agentes relevantes da ciclagem de nutrientes. Onde há muitos jacarés são encontradas poucas piranhas. Quando os jacarés são dizimados pela caça indiscriminada dos “coureiros”, a população de piranhas agressivas aumenta em detrimento de outras espécies de peixes, podendo chegar a ser perigosa até para os seres humanos.

Outro importante predador aquático e semi-terrestre é a sucuri (Eunectes notaeus), cobra injustamente perseguida pelos pantaneiros. As cobras são escassas no Pantanal, principalmente nas áreas inundáveis. Mas há cobras d’água (Liophis, Helicops), jararacas (Bothrops neuwiedii) e boipevaçu (Hydrodynaste gigas).

As aves do Pantanal são um de seus maiores atrativos. Reunidas em enormes concentrações, exploram os recursos alimentares aquáticos. O tuiuiú (Jabiru mycteria), a cabeça-seca (Mycteria americana) e o colhereiro (Ajaia ajaja), além das garças biguás e patos são os mais vistosos. Muitas espécies nidificam em áreas comuns, sobre determinadas árvores, conhecidas como ninhais, que se destacam na paisagem pantaneira. Um espetáculo admirável é acompanhar as aves, ao anoitecer ou ao amanhecer, aos dormitórios à beira dos rios, onde passam as noites.

Aves típicas do Pantanal são também o aracuã-do-pantanal (Ortalis canicollis), a arara-azul (Anodorhyncus hyacinthinus), que corre o risco de extinção, o periquito de cabeça preta (Nandayus nenday). O pequeno cardeal (Paroaria capitata) é ave característica deste ecossistema. A enorme abundância de aves de rapina, especialmente o caracará (Polyborus), refletem a riqueza da presa animal. O gavião caramujeiro (Rosthramus sociabilis) alimenta-se de moluscos.

Animais típicos do cerrado também se concentram em grande número no Pantanal, atraídos pela fartura de alimentos das áreas alagadas. São estas espécies que aparecem esparsas em outras áreas do continente. O cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus), comum nas ricas pastagens úmidas, pode ser visto acompanhado por mais duas espécies de cervos do cerrado e por outros mamíferos, como o cachorro-vinagre (Speothus vinaticus), a anta (Tapirus terrestris), o caitetu (Tayassu tajacu) e a paca (Agouti paca). Encontram-se lá, ainda, o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) e o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), caçados intensamente.

Entre os primatas, o macaco-prego (Cebus apella) vive ali, ao lado do bugio (Alouatta caraya). Porcos monteiros, descendentes de suínos domesticados, também proliferam em meio à vegetação pantaneira densa. Assim como a onça (Panthera onca), vários outros felinos são atraídos pela abundância de presas. O predador de topo na beira das águas é a onça-pintada, junto a outros felídeos e canídeos. Entre as aves, a ema (Rhea americana) e a seriema (Cariama cristata) são típicos habitantes do cerrado. Naturalmente, a rica fauna oferece muitas oportunidades para as aves de rapina e para os comedores de carcaças.

As paisagens abertas do Pantanal facilitam o recenseamento aéreo das populações de grandes vertebrados. Estima-se, por exemplo, que existam hoje 10 milhões de jacarés, 600 mil capivaras, mas somente 35 mil cervos-do-pantanal.

ECONOMIA DO PANTANAL

Desde meados dos anos 70, intensificou-se no Pantanal a economia agropecuária. Hoje, com cerca de 4 milhões de cabeças de gado, a região tornou-se importante produtora de carne. De maneira geral, a cultura do gado não é considerada prejudicial ao ambiente. A imprevisibilidade das grandes enchentes, no entanto, limita o tamanho dos rebanhos e os mantém dentro dos limites de uma economia ecologicamente sustentável. Na ausência de outros mamíferos pastadores, além dos poucos cervídeos, os bois Nelore não são competidores da fauna original. Eles se tornaram parte integral da paisagem pantaneira.

As culturas de arroz, cana-de-açúcar e soja prejudicaram o ambiente pantaneiro. Barragens, canais e aterros que drenam terrenos para a agricultura, além do desmatamento do cerrado, levam ao assoreamento de rios, como o Taquari, e interferiram na piracema. Ultimamente, várias ervas exóticas são espalhadas por semeadura aérea, tais como a Brachiaria africana, para aumentar o rendimento do pasto.

O Pantanal é uma grande bacia de captação e evaporação de águas e vários cuidados devem ser tomados para preservá-lo da poluição.

Um exemplo é o que ocorre com o mercúrio utilizado na lavagem de ouro pelos garimpeiros do rio Poconé: seus sais tóxicos acumulam-se nas baías em quantidades cada vez maiores; os peixes espalham o mercúrio e a taxa deste metal prejudicial à saúde, nos tecidos dos peixes do Pantanal, aumenta a cada ano.

O vinhaço das usinas de álcool do Mato Grosso e a poluição na metrópole de Cuiabá acumulam-se também nesta grande bacia de sedimentação.

Um dos grandes perigos ambientais para o Pantanal inteiro é o projeto da hidrovia, planejada conjuntamente pelo Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina. Para facilitar o acesso da navegação marinha e fluvial até Cáceres, no Alto Rio Paraguai, a calha do rio deverá ser aprofundada, os meandros, cortados, e o contato entre o rio e os pântanos, restringido por diques.

Para garantir a saúde desse ecossistema é fundamental manter e ampliar suas áreas preservadas. Existem, atualmente, uma pequena Estação Ecológica, a da ilha de Taiamã, e o Parque Nacional do Pantanal. A fiscalização destas imensas áreas é difícil, principalmente pela falta de recursos financeiros e de pessoal adequado.

Uma atividade promissora e compatível com a sobrevivência desse ambiente único é o chamado turismo ecológico. A rodovia Transpantaneira, parcialmente completa, assim como a estrada Miranda-Corumbá, facilitam o acesso de milhares de turistas e possibilitam o desfrute da riqueza faunística e paisagística do Pantanal. A indústria turística é um meio de despertar o interesse dos pantaneiros pela sobrevivência da fauna e flora da sua região. O crescente número de fazendas turísticas e de pousadas constitui bom exemplo de integração entre o turismo e a preservação ambiental do ecossistema.

As terras alagadas, no mundo inteiro, são sempre ricas em fauna. No caso especial do Pantanal, a vizinhança com a Amazônia e as características do meio físico o tornam uma das áreas de maior valor turístico e ecológico do Brasil. Atividades como criação de gado, capivaras ou jacarés são compatíveis com a preservação da área. Por outro lado, a ação de garimpeiros e iniciativas individuais que alteram a ecologia da paisagem, por meio da drenagem de pântanos e aterros extensos, entre outros, impossibilitam a manutenção da fauna e da flora abundantes e do potencial turístico. Considerado um dos paraísos terrestres, é de fundamental importância a manutenção e ampliação de suas áreas preservadas.

ENCHENTES DO PANTANAL

A diferença de nível das águas entre as estações de seca e de cheias é em média de apenas quatro metros, mas, devido à pouca declividade, a maior parte do Pantanal pode ficar alagada. Nos anos de grandes cheias, as águas ultrapassam o nível dos seis metros. Nestas ocasiões, as águas de rios como Paraguai, Cuiabá, São Lourenço, Taquari e Miranda, assim como seus inúmeros afluentes, saem de seus leitos e inundam enormes áreas.

Estas formam uma densa rede de lagoas, baías e baixadas alagadas, interligadas por cursos de águas perenes – os corixos – ou efêmeras. Somente os terrenos altos, chamados cordilheiras, além de poucas ilhas e locais mais elevados, escapam à inundação. Alguns morros isolados de rocha pré-cambriana, os “inselbergs”, sobressaem-se entre os pântanos. Um destes é o Morro do Azeite, às margens do Rio Miranda.

Quando as águas voltam ao normal, várias baías e lagoas permanecem, enquanto outras secam. Uma rica vegetação de ervas espalha-se pelas baixadas, aproveitando a camada de lodo nutritivo deixada pela inundação. Existem também pequenas baías de água salgada. Em cada ciclo de precipitação-evaporação, os sais minerais acumulam-se, resultando em certa salinização dos solos e de algumas baías. A gradativa evaporação das águas nas lagoas é marcada por anéis brancos de depósitos de sal de soda (carbonato de sódio). A concentração de sais nestas baías, em locais como a região de Nhecolândia, chega a ser próxima àquela das concentrações marinhas.

Fonte: www.mre.gov.br

Pantanal

Ministério do Meio Ambiente (MMA), parte da administração do governo brasileiro que cuida do meio ambiente no País, define oPantanal como a paisagem brasileira “que mais enche os olhos do visitante, pela sua beleza”. é no paraíso das águas que as mais exuberantes espécies de vida se encontram. “Nos céus, milhares de aves, voando em bandos ou riscando o azul em vôo solitário, em tal profusão que a impressão que se tem é de que todos os pássaros da Terra ali se reuniram para uma competição de formas, cantos e cores” – MMA. Na verdade, o Pantanal é realmente a região mais rica em aves paludícolas da América do Sul, com destaque para aves como os jaburus (tuiuiús), biguás e carão.

Pantanal mato-grossense é uma área alagável presente nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. é definido como “a maior planície de inundação contínua do planeta”, segundo a Comissão Interministerial para Preparação da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CIMA). Para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), um órgão do governo federal, a localização geográfica do Pantanal tem particular relevância. Ela representa um elo de ligação entre o bioma Cerrado, no Brasil Central, o Chaco, na Bolívia, e a região Amazônica, ao Norte, identificando-se aproximadamente, com a Bacia do Alto Paraguai (BAP). O Pantanal mato-grossense possui 138.183 Km² e representa 38,21% da área da BAP.

As águas formam o Pantanal

O Pantanal, segundo a publicação “Ecossistemas Brasileiros”, organizada em 2001 por Moacir Bueno Arruda e publicada pelo Ibama, “funciona como um grande reservatório, provocando uma defasagem de até cinco meses entre as vazões de entrada e saída das águas. O regime de verão determina enchentes entre novembro e março no Norte e entre maio e agosto no Sul, neste caso sob a influência reguladora do Pantanal. As variações, por estação do ano, das chuvas fazem da região um complexo único de lagos, baías e canais que, junto com as áreas permanentemente inundadas e rios, contêm uma rica fauna, incluindo mais de 260 espécies de peixes e mais de 600 espécies de aves. O Pantanal é considerado a maior área úmida continental do mundo.

Os solos, de modo geral, apresentam limitações à lavoura. Nas planícies pantaneiras sobressaem solos inférteis (lateritas) em áreas úmidas (hidromórficas) e planossolos, além de várias outras classes, todos alagáveis, em maior ou menor grau, e de baixa fertilidade. Nos planaltos, embora predominem também solos com diversas limitações à agricultura, sobretudo à fertilidade, topografia ou escassez de água, existem situações favoráveis.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Pantanal (Embrapa-Pantanal) caracteriza a região pantaneira como uma planície aluvial (inundável) influenciada por rios que drenam a Bacia do Alto Paraguai (361.666 km2), caracterizada por baixa declividade, 6 a 12 cm/km no sentido Leste-Oeste e de 1 a 2 cm/km no sentido Norte-Sul. O regime hidrológico depende das chuvas locais e das que ocorrem no planalto. As cheias variam anualmente quanto à altura, extensão e duração. Os ecossistemas são identificados por florestas e cerradões sem alagamento periódico, campos inundáveis e ambientes aquáticos, como lagoas de água doce ou salobra, rios, vazantes e corixos.

O clima é quente e chuvoso no verão e ameno e seco no inverno, com precipitação anual de 1.000 a 1.400 mm, concentrada de dezembro a março.

As águas são o recurso abiótico mais importante do Pantanal porque são responsáveis por suas características peculiares. A hidrografia apresenta rios sinuosos (com curvas irregulares), grandes e pequenos lagos e canais naturais de drenagem. Os rios transbordam no período das chuvas, formando extensas áreas inundadas por até oito meses.

Fonte: www.riosvivos.org.br

Pantanal

Pantanal é um ecossistema com cerca de 230 mil km², situado no sul de Mato Grosso e no noroeste de Mato Grosso do Sul, ambos Estados do Brasil, além de também englobar o norte do Paraguai e leste da Bolívia (que é chamado de chaco boliviano), considerado pela UNESCO Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera.

Aspectos gerais

Pantanal é uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta e está localizado no centro da América do Sul, na bacia hidrográfica do Alto Paraguai.

Sua área é de 138.183 km², com 65% de seu território no estado de Mato Grosso do Sul e 35% no Mato Grosso.

A região é uma planície aluvial influenciada por rios que drenam a bacia do Alto Paraguai, onde se desenvolve uma fauna e flora de rara beleza e abundância, influenciada por quatro grandes biomas: Amazônia, Cerrado, Chaco e Mata Atlântica. Pelas suas características e importância esta área foi reconhecida pela UNESCO, no ano 2000, como Reserva da Biosfera, por ser uma das mais exuberantes e diversificadas reservas naturais da Terra.

O rio Paraguai e seus afluentes percorrem o Pantanal, formando extensas áreas inundadas que servem de abrigo para muitos peixes, como o pintado, o dourado, o pacu, e também de animais, como os jacarés, as capivaras e ariranhas, entre outras espécies. Muitos animais ameaçados de extinção em outras partes do Brasil ainda possuem populações vigorosas na região pantaneira, como o cervo-do-pantanal, a capivara, o tuiuiú e o jacaré.

Devido a baixa declividade desta planície no sentido norte-sul e leste-oeste, a água que cai nas cabeceiras do rio Paraguai, chega a gastar quatro meses ou mais para atravessar todo o Pantanal. Os ecossistemas são caracterizados por cerrados e cerradões sem alagamento periódico, campos inundáveis e ambientes aquáticos, como lagoas de água doce ou salobra, rios, vazantes e corixos. O clima é quente e úmido, no verão, e frio e seco, no inverno. A maior parte dos solos do Pantanal são arenosos e suportam pastagens nativas utilizadas pelos herbívoros nativos e pelo gado bovino, introduzido pelos colonizadores da região.

Preocupada com a conservação do Pantanal a Embrapa instalou, em 1975, em Corumbá, uma unidade de pesquisa para a região, com o objetivo de adaptar, desenvolver e transferir tecnologias para o uso sustentado dos seus recursos naturais. As pesquisas se iniciaram com a pecuária bovina, principal atividade econômica e, hoje, além da pecuária, abrange as mais diversas áreas, como recursos vegetais, pesqueiros, faunísticos e hídricos, climatologia, solos, avaliação dos impactos causados pelas atividades humanas e sócio-economia. O Pantanal é uma planície de aproximadamente 230 mil km², medida estimada pelos estudiosos que explicam que dificilmente pode ser estabelecido um cálculo exato de suas dimensões, por em vários pontos ser muito difícil estabelecer onde começa e onde termina o Pantanal e as regiões que o circundam, além de a cada fechamento de ciclo de estações de seca e de águas o Pantanal se modifica.

A porção brasileira é estimada em cerca de 150 mil km² (60% em Mato Grosso do Sul e 40% em Mato Grosso). Considerada uma das maiores planícies de sedimentação do planeta, o Pantanal estende-se pela Bolívia, Paraguai e Argentina, países em que recebe outras denominações, sendo Chaco a mais conhecida.

Em que pese o nome, há um reduzido número de áreas pantanosas na região pantaneira.

Na verdade, é uma imensa planície, dividida em dez sub-regiões distintas no Brasil, chamadas de pantanais:

Cáceres, no noroeste; 
Poconé, no norte; 
Barão de Melgaço, no nordeste; 
Paraguai, no oeste; 
Paiaguás ou Taquari, no centro 
Nhecolândia, também no centro; 
Abobral, no centro-sul; 
Aquidauana, no leste; 
Miranda, no sudeste; 
Nabileque, no sul.

Sua constituição, única no planeta, é resultado da separação do oceano há milhões de anos, formando o que se pode chamar de mar interior. A planície é levemente ondulada, pontilhada por raras elevações isoladas, geralmente chamadas de serras e morros, e rica em depressões rasas. Seus limites são marcados por variados sistemas de elevações como chapadas, serras e maciços, e é cortada por grande quantidade de rios dos mais variados portes, todos pertencentes à Bacia do Rio Paraguai — os principais são os rios Cuiabá, Piquiri, São Lourenço, Taquari, Aquidauana, Miranda e Apa. O Pantanal é circundado, do lado brasileiro (norte, leste e sudeste) por terrenos de altitude entre 600 e 700 metros; estende-se a oeste até os contrafortes da cordilheira dos Andes e se prolonga ao sul pelas planícies pampeanas centrais.

O Pantanal vive sob o desígnio das águas: ali, a chuva divide a vida em dois períodos bem distintos.

Durante os meses da seca — de maio a outubro, aproximadamente — , a paisagem sofre mudanças radicais: no baixar das águas, são descoberto campos, bancos de areia, ilhas e os rios retomam seus leitos naturais, mas nem sempre seguindo o curso do período anterior. As águas escorrem pelas depressões do terreno, formando os corixos (canais que ligam as águas de baías, lagoas, alagados etc. com os rios próximos).

Nos campos extensos cobertos predominantemente por gramíneas e vegetação de cerrado, a água de superfície chega a escassear, restringindo-se aos rios perenes, com leito definido, a grandes lagoas próximas a esses rios, chamadas de baías, e a algumas lagoas menores e banhados em áreas mais baixas da planície.

Em muitos locais, torna-se necessário recorrer a águas subterrâneas, do lençol freático ou aqüíferos, utilizando se bombas manuais e ou tocadas por moinhos de vento para garantir o fornecimento às moradias e bebedouros de animais domésticos.

As primeiras chuvas da estação caem sobre um solo seco e poroso e são facilmente absorvidas. De novembro a abril as chuvas caem torrenciais nas cabeceiras dos rios da Bacia do Paraguai, ao norte. Com o constante umedecimento da terra, a planície rapidamente se torna verde devido à rebrotação de inúmeras espécies resistentes à falta d’água dos meses precedentes. Esse grande aumento periódico da rede hídrica no Pantanal, a baixa declividade da planície e a dificuldade de escoamento das águas pelo alagamento do solo, são responsáveis por inundações nas áreas mais baixas, formando baías de centenas de quilômetros quadrados, o que confere à região um aspecto de imenso mar interior.

O aguaceiro eleva o nível das baías permanentes, cria outras, transborda os rios e alaga os campos no entorno, e morros isolados sobressaem como verdadeiras ilhas cobertas de vegetação — agrupamentos dessas ilhas são chamados de cordilheiras pelos pantaneiros — nas ilhas e cordilheiras os animais se refugiam à procura de abrigo contra a subida das águas.

Nessa época torna-se difícil viajar pelo Pantanal pois muitas estradas ficam alagadas e intransitáveis. O transporte de gente, animais e de mercadorias só pode ser feito no lombo de animais de carga e embarcações — muitas propriedades rurais e povoações (também conhecidas como corrutelas) localizadas em áreas baixas ficam isoladas dos centros de abastecimento e o acesso a elas, muitas vezes, só pode ser feito por barco ou avião.

Com a subida das águas, grande quantidade de matéria orgânica é carregada pela correnteza e transportada a distâncias consideráveis. Representados, principalmente, por massas de vegetação flutuante e marginal e por animais mortos na enchente, esses restos, durante a vazante, são depositados nas margens e praias dos rios, lagoas e banhados e, após rápida decomposição, passam a constituir o elemento fertilizador do solo, capaz de garantir a enorme diversidade de tipos vegetais lá existente.

Por entre a vegetação variada encontram-se inúmeras espécies de animais, adaptados a essa região de aspectos tão contraditórios. Essa imensa variedade de vida, traduzida em constante movimento de formas, cores e sons é um dos mais belos espetáculos da Terra.

Por causa dessa alternância entre períodos secos e úmidos, a paisagem pantaneira nunca é a mesma, mudando todos os anos:leitos dos rios mudam seus traçados; as grandes baías alteram seus desenhos.

Flora

A vegetação pantaneira é um mosaico de três regiões distintas: amazônica, cerrado e chaco (paraguaio e boliviano). Durante a seca, os campos se tornam amarelados e não raro a temperatura desce a níveis abaixo de 0 ºC, influenciada pelos ventos que chegam do sul do continente.

A vegetação do Pantanal não é homogênea e há um padrão diferente de flora de acordo com o solo e a altitude. Nas partes mais baixas, predominam as gramíneas, que são áreas de pastagens naturais para o gado — a pecuária é a principal atividade econômica do Pantanal. A vegetação de cerrado, com árvores de porte médio entremeadas de arbustos e plantas rasteiras, aparece nas alturas intermediárias. A poucos metros acima das áreas inundáveis, ficam os capões de mato, com árvores maiores como o angico, ipê e aroeira.

Nas altitudes maiores, o clima árido e seco torna a paisagem parecida com a da caatinga, apresentando espécies típicas como o mandacaru, plantas aquáticas, piúvas (da família dos ipês com flores róseas e amarelas), palmeiras, orquídeas, figueiras e aroeiras.

Atividades Econômicas

As principais atividades econômicas do Pantanal estão ligadas à criação de gado bovino, que é facilitada pelos pastos naturais e pela água levemente salgada da região, ideal para esses animais. Para peões, fazendeiros e coureiros, o cavalo é um dos principais meios de transporte. Os pescadores, que buscam nos rios sua fonte de sustento e alimentação. Há também, uma pequena população indígena ribeirinha, muito reduzida pelos conflitos de terra.

Entre os problemas ambientais do Pantanal estão o desequilíbrio ecológico provocado pela pecuária extensiva, que destrói a vegetação nativa; a pesca e a caça predatórias de muitas espécies de peixes e do jacaré; o garimpo de ouro e pedras preciosas, que gera erosão, assoreamento e contaminação das águas dos rios Paraguai e São Lorenço; o turismo descontrolado que produz o lixo, esgoto e que ameaça a tranqüilidade dos animais, etc.

Fauna

A fauna pantaneira é muito rica, provavelmente a mais rica do planeta. Há 650 espécies de aves (no Brasil inteiro estão catalogadas cerca de 1800). A mais espetacular é a arara-azul-grande, uma espécie ameaçada de extinção. Há ainda tuiuiús (a ave símbolo do Pantanal), tucanos, periquitos, garças-brancas, jaburus, beija-flores (os menores chegam a pesar dois gramas), socós (espécie de garça de coloração castanha), jaçanãs, emas, seriemas, papagaios, colhereiros, gaviões, carcarás e curicacas.

No Pantanal já foram catalogadas mais de 1.100 espécies de borboletas. Contam-se mais de 80 espécies de mamíferos, sendo os principais a onça-pintada (atinge a 1,2 m de comprimento, 0,85 cm de altura e pesa até 200 kg), capivara, lobinho, veado-campeiro, veado catingueiro, lobo-guará, macaco-prego, cervo do pantanal, bugio (macaco que produz um ruído assustador ao amanhecer), porco do mato, tamanduá, cachorro-do-mato, anta, preguiça, ariranha, suçuarana, quati, tatu etc.

A região também e extremamente piscosa, já tendo sido catalogadas 263 espécies de peixes: piranha (peixe carnívoro e extremamente feroz), pacu, pintado, dourado, cachara, curimbatá, jaú e piau são as principais encontradas.

Há uma infinidade de répteis, sendo o principal o jacaré (jacaré-do-pantanal e jacaré-de-coroa), cobras (sucuri, jibóia, cobras-d’água e outras), lagartos (camaleão, calango-verde) e quelônios (jabuti e cágado).

Fonte: www.pantanal-brasil.com

Pantanal

HISTÓRIA

Pantanal é a uma das maiores planícies inundáveis do mundo e abriga uma grande concentração de vida silvestre. Situado no coração da América do Sul, tem cerca de 160.000 Km², dos quais quase 90% pertencem ao Brasil, nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O restante encontra-se na parte leste da Bolívia e nordeste do Paraguai.

A localização geográfica central da planície pantaneira favorece o contato com outros biomas brasileiros, como a Amazônia e o Cerrado, além do Chaco Boliviano, proporcionando uma exuberante diversidade de espécies de animais e plantas.

No Pantanal, existem pelo menos 3.500 espécies de plantas, 463 de aves, 124 de mamíferos, 177 de répteis, 41 de anfíbios e 325 espécies de peixes de água doce. Esses números refletem apenas uma visão geral da biodiversidade ainda pouco estudada na região.

Aproximadamente 83% da planície do Pantanal estão em excelentes condições de conservação e abrigam populações saudáveis de espécies ameaçadas de grandes mamíferos e aves, que praticamente desapareceram em outros estados brasileiros. A arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus), a ariranha (Pteronura brasiliensis), e o cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus) são algumas espécies ameaçadas que podem ser vistas facilmente no Pantanal.

As inundações anuais e a baixa fertilidade dos solos são as principais razões pelas quais o Pantanal ainda está praticamente intacto. Essas características naturais impediram a ocupação humana, o avanço da fronteira agrícola e o uso intenso dos solos.

Pelo seu estado de conservação, a sua rica biodiversidade e suas particularidades, o Pantanal é considerado uma das 37 últimas Grandes Regiões Naturais da Terra (wilderness), as quais apresentam alta diversidade biológica, grandes extensões e baixa densidade populacional humana.

Mesmo estando bastante conservado, o Pantanal sofre constantes ameaças. A maior parte delas está relacionada com o desmatamento do Cerrado. Os principais rios do Pantanal nascem nos planaltos e nas chapadas desse domínio vizinho, que sofre profundos problemas ambientais associados à intensa produção agrícola. A ocupação humana e a atividade pecuária também representam ameaças pela conversão de florestas em pastagens.

Estudo da Conservação Internacional sobre o desmatamento na Bacia do Alto Paraguai, realizado em 2006, alerta para o risco de desaparecimento da vegetação original do Pantanal nos próximos 45 anos.

A pesca e o turismo sem controle são atividades potencialmente ameaçadoras à integridade desse conjunto de ecossistemas. Anos atrás, o Pantanal foi ameaçado por um grande projeto para implantação de uma hidrovia transnacional. Ela iria desviar os cursos naturais e drenar os principais afluentes do rio Paraguai, o que provavelmente arruinaria o processo de cheias e secas com conseqüências desastrosas à fauna e flora.

Fonte: www.conservation.org.br

Pantanal

Pantanal Matogrossense é uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta e está localizado no centro da América do Sul, na bacia hidrográfica do Alto Paraguai. Sua área é de 138.183 km2, com 65% de seu território no estado de Mato Grosso do Sul e 35% no Mato Grosso.

A região é uma planície aluvial influenciada por rios que drenam a bacia do Alto Paraguai, onde se desenvolve uma fauna e flora de rara beleza e abundância, influenciada por quatro grandes biomas: Amazônia, Cerrado, Chaco e Mata Atlântica.

O Pantanal de Mato Grosso do Sul é reconhecido como uma das mais exuberantes e diversificadas reservas naturais do Planeta. Esse reconhecimento foi manifestado pela Unesco que o integrou no acervo dos patrimônios da humanidade. Todo o Pantanal manifesta uma variadíssima associação de comunidades vegetais. Mesmo sem uma classificação botânica que tenha esgotado estudos e levantamentos, pela grandeza e extensão ambiental sabe-se que seus estoques vegetais superam similares de todo o mundo.

A região apresenta diferentes tipos de florestas estacionais de terras altas e terras baixas, aluviais, chaquenhas, bem como variadas espécies de savanas, cerrados, campos de matas e pastagens naturais. Toda a variada gama de vegetação, de solo e de relevo; a alternância do ciclo das águas; o clima e insolação proporcionam uma ambiência favorável a uma produção alimentar notável, tanto no plano visível quanto no de microvidas.

A localização do Pantanal também é fundamental para a formação do ecossistema ali encontrado: é enorme a variedade de espécies vegetais, pois o Pantanal une características do cerrado, dos terrenos alagadiços e ainda espécies comuns na Floresta Amazônica.

Por esta razão, a fauna local também é bastante variada: ambos os aspectos caracterizam portanto o que é chamado o Complexo do Pantanal, cuja característica da variedade de espécies faz da região um dos mais singulares ecossistemas do planeta.

Acompanhando a diversidade da vegetação, a fauna pantaneira é bastante rica. Dela faz parte o maior felino brasileiro, a onça-pintada. Atingindo até 130 quilos, vive nas matas e compartilha o território com outras espécies de mamíferos, entre os quais se destacam antas, jaguatiricas, gatos-do-mato, canídeos – como o cachorro-vinagre e o tímido notívago lobo-guará.

Tamanduás-bandeira e tamanduás-mirins convivem com caxinguelês, quatis, cotias, pacas, lagartos, tatus, porcos-do-mato, queixadas e as brincalhonas ariranhas.

É nessa região que se encontram igualmente os cervídeos, bonitos, meigos e ariscos – como o veado-campeiro e o veado-mateiro. Um morador adaptado na região é o cervo-do-pantanal, pois possui uma membrana entre os dois cascos de cada pata que o ajuda a se apoiar no terreno alagadiço.

Não estão ausentes do Pantanal marsupiais, morcegos, rato-do-cerrado e, claro, macacos, principalmente bugios, macacos-pregos e sagüis. Peixes, répteis e insetos formam um capítulo à parte na fauna pantaneira. É impressionante, por exemplo, a quantidade de espécies de formigas, cupins, aranhas e mosquitos. No entanto, na intricada rede que compõe o ecossistema local, esse superávit de insetos é fundamental para a sobrevivência de pássaros, peixes e batráquios que povoam a região.

Turismo Ecológico

Conhecer esse magnífico patrimônio ecológico, regido pelo signo das águas, é experiência inesquecível. Considerado o mais bem conservado e intocado ecossistema do planeta, o Pantanal Sul pode ser visitado durante qualquer época do ano.

A alternância das águas – nas cheias ou na seca – proporciona cenários indescritíveis que sofrem significativas mutações. O encanto da paisagem faz explodir a emoção, principalmente ao amanhecer e ao entardecer, quando todo o Pantanal se transforma em sons e cores.

Para receber os visitantes não familiarizados com a região, existem, no interior do Pantanal, hotéis especialmente construídos e com todo o conforto ou casas de fazenda adaptadas oferecendo opções de passeios a cavalo ou em barco, caminhão, picape e trekking. Tudo com acompanhamento de guias ecológicos profundamente conhecedores da região.

Por sua localização, no centro da América do Sul, essa região apresenta grande variedade de flora e fauna, originada das áreas do Chaco, dos Cerrados e da Mata Atlântica, contribuindo assim para maximizar sua diversidade biológica. Trata-se do maior santuário ecológico do planeta. Por todas as suas características funciona como um monumental criatório de espécies, especialmente de peixes. Por isso, pode ser chamado de berço do paraíso, onde milhares de plantas, mamíferos, aves, insetos e peixes, recriam a natureza a cada nova estação.

Mato Grosso figura como um local ideal para as atividades de pesca esportiva, com áreas quase virgens, sem ações predatórias, já dispondo hoje de um razoável conjunto de infra-estrutura voltada para atender as necessidades dessa prática de turismo, esporte e lazer.

O rio Paraguai e seus afluentes percorrem o Pantanal, formando extensas áreas inundadas que servem de abrigo para muitos peixes, como o pintado, o dourado, o pacu, e também de animais, como os jacarés, as capivaras e ariranhas, entre outras espécies. Muitos animais ameaçados de extinção em outras partes do Brasil ainda possuem populações vigorosas na região pantaneira, como o cervo-do-Pantanal, a capivara, o tuiuiú e o jacaré.

Devido a baixa declividade desta planície no sentido norte-sul e leste-oeste, a água que cai nas cabeceiras do rio Paraguai, chega a gastar quatro meses ou mais para atravessar todo o Pantanal.

O clima é quente e úmido, no verão, e frio e seco, no inverno. A maior parte dos solos do Pantanal são arenosos e suportam pastagens nativas utilizadas pelos herbívoros nativos e pelo gado bovino, introduzido pelos colonizadores da região.

Fonte: revistaturismo.cidadeinternet.com.br

Pantanal

Pantanal é uma das maiores planices alagadas contínuas do planeta e está localizado no centro da América do Sul, na bacia hidrográfica do Alto Paraguai, com 65% de seu território no Estado de Mato Grosso do Sul e 35% no Mato Grosso.

Pelas suas características e importância esta área foi reconhecida pela UNESCO, no ano 2000, como Reserva da Biosfera, por ser uma das mais exuberantes e diversificadas reservas naturais da Terra.

O Rio Paraguai e seus afluentes percorrem o Pantanal, formando extensas áreas inundadas que servem de abrigo para muitos peixes, como o pintado, o dourado, o pacu, e também de animais, como os jacarés, as capivaras e ariranhas, entre outras espécies. Muitos animais ameaçados de extinção em outras partes do Brasil ainda possuem populações vigorosas na região pantaneira, como o cervo-do-pantanal, a capivara, o tuiuiú e o jacaré.

O Pantanal em qualquer época do ano, seja na cheio ou na seca, proporciona cenários indescritíveis e inesquecíveis. As modificações das paisagens são indiscutíveis, e costumamos dizer que se você conhece ou conheceu o Pantanal na seca deve conhecer também na cheia, pois as paisagens e as atividades são completamente diferentes. O clima é quente e úmido, no verão, e frio e seco, no inverno.

No Mato Grosso do Sul podemos subdividir o Pantanal em algumas áreas como: Pantanal de Miranda, Aquidauna, Nhêcolandia, Rio Negro, Corumbá ….

A região de Miranda é a mais próxima da cidade de Bonito, em torno de 120 km, o que facilita e favorece a visita a estes dois diferentes destinos do Estado do MS. Se você possuir alguns dias a mais, ou mesmo se estiver disposto sair bem cedo da cidade de Bonito e fazer um day use, sugerimos um passeio compartilhado entre Bonito e Pantanal.

 Informacões técnicas

Período das águas: Dezembro a março. – Devido as chuvas de verão grande parte do Pantanal fica submerso, a fauna e flora se revigoram tornando-se uma das épocas mais exuberantes do Pantanal
Temperatura: 30°C a 42°C
Período Intermediário (Vazante):
 Abril a junho. – As águas vão baixando e formando lagoas que ficam repletas de peixes, aves e jacarés. 
Temperatura: 25°C a 38°C – A temperatura fica mais amena e as noites mais estreladas
Período da Seca:
 Julho a novembro – É o período ideal para a observação de aves, animais e focagem noturna de jacarés.

Neste período temos os mais belos pôr do sol, espetáculo típico do Pantanal.

Temperatura: 10°C a 35°C

Rio Paraguai

O rio Paraguai e seus afluentes percorrem o Pantanal, formando extensas áreas inundadas que servem de abrigo para muitos peixes, como o pintado, o dourado, o pacu, e também de animais, como os jacarés, as capivaras e ariranhas, entre outras espécies. Muitos animais ameaçados de extinção em outras partes do Brasil ainda possuem populações vigorosas na região pantaneira, como o cervo-do-Pantanal, a capivara, o tuiuiú e o jacaré.

Devido a baixa declividade desta planície no sentido norte-sul e leste-oeste, a água que cai nas cabeceiras do rio Paraguai, chega a gastar quatro meses ou mais para atravessar todo o Pantanal. Os ecossistemas são caraterizados por cerrados e cerradões sem alagamento periódico, campos inundáveis e ambientes aquáticos, como lagoas de água doce ou salobra, rios, vazantes e corixos.

O clima é quente e úmido, no verão, e frio e seco, no inverno. A maior parte dos solos do Pantanal são arenosos e suportam pastagens nativas utilizadas pelos herbívoros nativos e pelo gado bovino, introduzido pelos colonizadores da região.

O Pantanal não é apenas um. Estudos efetuados pela Embrapa Pantanal identificam 11 pantanais, cada um com características próprias de solo, vegetação e clima: Cáceres, Poconé, Barão de Melgaço, Paraguai, Paiaguás, Nhecolândia, Abobral, Aquidauana, Miranda, Nabileque e Porto Murtinho.

Já foram identificados quase duas mil espécies de plantas, classificando-as de acordo com seu potencial, como forrageiras, apícolas, frutíferas e madeireiras.

Encontram-se em estudos algumas plantas que apresentam princípios ativos com potencial para aplicação médica e outros usos.

Nas últimas três décadas, a região vem sofrendo agressões pelo homem, praticadas principalmente nos planaltos adjacentes. Atualmente, os impactos ambientais e sócio-econômicos no Pantanal são bastante evidentes, decorrentes da inexistência de um planejamento que garanta a sustentabilidade dos recursos naturais desse importante bioma.

É preciso responder aos desafios de gerar uma nova base de informação tecnológica, capaz de conciliar o desenvolvimento econômico com a conservação ambiental. As pesquisas mostram que é possível utilizar de forma sustentável os recursos naturais da região, proporcionando a elevação da renda e melhoria da qualidade de vida da população pantaneira, além de estudar alternativas como o ecoturismo, gerando empregos e garantindo a conservação do meio ambiente.

Fonte: www.18bdainffron.eb.mil.br

Pantanal

Quem não conhece muito sobre esse bioma, pode pensar que se trata de uma região pantanosa, repleta de brejos. Tudo bem, os terrenos alagados são muito comuns no pantanal. Mas lá não existem somente brejos e pântanos. 

pantanal ocupa a parte sul do estado do Mato Grosso e o noroeste do Mato Grosso do Sul. Essas são as regiões brasileiras do bioma, que somam cerca de 137 mil km2. Além da fronteira, ele continua pelo norte do Paraguai e o leste da Bolívia.

Localizado próximo à Amazônia e ao cerrado, o pantanal guarda espécies de fauna e de flora desses outros dois biomas, além de apresentar espécies endêmicas, ou seja, que só podem ser encontradas naquela área geográfica, nativas da região. 

Por sua rica biodiversidade, o pantanal é considerado pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) um Patrimônio Natural Mundial. Vamos então saber mais sobre esse tesouro.

Fauna

Até agora já foram encontradas na região 122 espécies de mamíferos, 93 de répteis, 656 de aves e 263 de peixes. Estes dois últimos grupos, aves e peixes, constituem os animais mais exuberantes do bioma.

O Tuiuiú é a ave símbolo do Pantanal. Com as asas abertas ele chega a medir dois metros de envergadura. Asas grandes, não acha? É, mas não é só o Tuiuiú que chama atenção nos céus do pantanal. Também se destacam aves como garças, urubus, araras, papagaios, periquitos e falcões.

Como a água é um fator abundante neste grande ecossistema, os peixes são numerosos. Existem mais espécies de peixes no pantanal do que nos rios de toda a Europa! Fazem parte deste grupo milhares de pintados, pacus, dourados, piauçus e jaús. Os jaús são bagres gigantes que chegam a medir um metro e meio de comprimento e pesar 120 quilos.

Dentre os mamíferos, podemos citar a onça-parda, a onça-pintada, a jaguatirica, a capivara, a ariranha, o macaco-prego e o cervo-do-pantanal. A maior parte dos mamíferos do pantanal vive nas matas de galeria, matas que acompanham a margem dos rios.

Talvez o réptil mais conhecido do pantanal seja o jacaré. Já foram encontrados jacarés com até dois metros e meio de comprimento.

São três as espécies mais vistas: o jacaré-do-Pantanal, o jacaré-comum e o jacaré-do-papo-amarelo. Você imagina o que esses jacarés comem? Calma…

Acredite: a dieta desses grandes jacarés é baseada em peixes.

Não são animais agressivos como vemos em muitos filmes: só atacam os homens quando se sentem ameaçados.

Além dos jacarés, estão entre os répteis diferentes cobras, como a sucuri, a jararaca e a jiboia e o sinimbu, um tipo de lagarto.

Existe ainda no pantanal uma infinidade de formigas, cupins, aranhas e mosquitos.

Vegetação

A vegetação é na verdade um conjunto de diversas paisagens. Já falamos aqui que o bioma fica próximo à região amazônica e ao cerrado. Pois bem, a proximidade com tais áreas faz com que o pantanal apresente algumas formações vegetais próximas às da Amazônia, como as que aparecem em terrenos alagados, e outras parecidas com as do cerrado, como nos campos não inundados ou nas matas de galeria.

Nas matas de galeria ou ciliares, que ficam nas margens dos rios, cresce uma floresta mais densa, com jenipapos, figueiras, ingazeiros, palmeiras e o pau-de-formiga.

E aqui vai uma curiosidade: o pau-de-formiga tem esse nome, porque é uma árvore que serve de abrigo a formigas, cujas picadas ardem bastante. Quando a árvore é balançada, por exemplo, quando alguém tenta cortá-la ou encosta nela, as formigas caem e começam a picar quem está embaixo.

Danadinhas essas formigas do pantanal…

Nas áreas alagadas raramente, semelhantes aos campos limpos do bioma cerrado, aparecem tapetes de gramíneas, como por exemplo, o capim-mimoso. Em locais nunca alagados, aparecem árvores grandes, como o carandá, o buriti e os ipês, que nos meses de julho e agosto colorem o pantanal com flores rosas, lilás e roxas.

Nos terrenos alagados constantemente são encontrados vegetais aquáticos flutuantes, como o aguapé e a erva-de-santa-luzia, além de vegetais fixos com folhas imersas, como a sagitária, e plantas que permanecem submersas, como a cabomba e a utriculária.

Existem ainda na paisagem pantaneira matas conhecidas como paratudais. Nestas matas crescem árvores com cascas espessas, rugosas e com galhos retorcidos.

Nelas predominam os ipês-amarelos, conhecidos na região também como paratudo. Daí o nome deste tipo de vegetação.

Solo

O solo da planície pantaneira foi formado a partir de fragmentos vindos de terrenos mais altos. É uma superfície pouco permeável.

As características deste solo são resultado das constantes inundações: como há excesso de água, a decomposição de matéria orgânica se dá de forma mais lenta e difícil, o que diminui a fertilidade.

A fertilidade só chega às regiões que foram alagadas quando elas voltam a secar. Quando as chuvas param e o os terrenos secam, fica sobre a superfície uma mistura de areia, restos de animais e vegetais, sementes e húmus, uma camada que torna o solo mais fértil.

Nos terrenos mais altos e mais secos, o solo é arenoso e ácido. Nestes locais a água absorvida é retida no subsolo, em lençóis freáticos. Estes solos também são limitados em relação à fertilidade.

Relevo

A planície é o tipo de relevo predominante no Pantanal. Quando a planície está alagada, no meio das águas podem ser vistas elevações arenosas, com até seis metros de altura. Estas elevações são conhecidas como cordilheiras.

Cercando a planície existem alguns terrenos mais altos, como chapadas, serras e maciços. O mais famoso maciço é o de Urucum, em Mato Grosso.

Água

No grande ecossistema chamado pantanal, a água é um elemento que regula a vida.

Estamos falando da maior planície alagável do mundo: calcula-se que cerca de 180 milhões de litros de água entram na planície pantaneira por dia.

Mas de onde será que vem essa água toda?

As enchentes ocorrem nos meses de chuva. Nessa época o volume dos rios que cortam a região aumenta. Com isso, as planícies pantaneiras, que tem baixo declive, ou seja, são pouco inclinadas, retém as águas que por elas passam. Como o solo das planícies é pouco permeável, ele não consegue absorver todo o volume de água, que acaba por inundar grandes áreas. E assim são formadas lagoas, baías, pântanos e brejos que permanecem ligados através dos cursos dos rios.

Destacam-se como importantes rios da região o Cuiabá, o São Lourenço, o Itiquira, o Correntes, o Aquidauana e o Paraguai. Todos eles fazem parte da bacia hidrográfica do Rio da Prata, que engloba grande parte do sudoeste brasileiro.

Clima

O clima no Pantanal é classificado como tropical, caracterizado por temperaturas elevadas.

A região apresenta duas estações bem definidas: o verão chuvoso, de outubro a março, quando a temperatura fica em torno de 32º C e o inverno seco, de abril a setembro, quando a média de temperatura é de 21º C.

As chuvas fortes são um fator determinante da paisagem pantaneira. Elas propiciam as cheias, que mudam a cara da vegetação e também a vida de animais e homens por alguns meses do ano.

Fonte: www.invivo.fiocruz.br

Pantanal

Localização

Pantanal estende-se pelos territórios do Mato-Grosso (região sul), Mato-Grosso do Sul (noroeste), Paraguai (norte) e Bolívia (leste). Ao todo são aproximadamente 228 mil quilômetros quadrados. Todo o Pantanal faz parte da Bacia do Rio Paraguai, com 1.400 Km de extensão em território brasileiro.

Clima

O clima do Pantanal é úmido (possui um alto índice pluviométrico), sendo quente no verão e seco e frio no inverno.

O clima dessa região pode ser dividido em quatro estações diferentes: seca (que vai junho a setembro), enchente (de outubro a dezembro), cheia (que dura de janeiro a março) e vazante (abril e maio). Os fatores que influenciam as condições climáticas são a latitude, altitude, topografia, distância do mar, correntes oceânicas, tipo de densidade de vegetação e condições do solo.

Ambiente

O solo do pantanal é em geral pobre e por vezes com quantidades grandes de sal. Este sal se deve ao fato da região do Pantanal ter sido mar antes do aparecimento dos Andes.

As características do solo pantaneiro são resultado das constantes inundações: como há excesso de água, a decomposição de matéria orgânica se dá de forma mais lenta e difícil, o que diminui a fertilidade.

Ambiente Biológico

Fauna

São encontradas muitas espécies de aves, peixes, mamíferos, répteis e anfíbios. Aves e peixes são os que mais apresentam espécies.

Existe ainda no pantanal uma infinidade de invertebrados: formigas, cupins, aranhas e mosquitos.

Há uma média de 650 espécies de aves (tucano, araras, garça, tuiuiu…), 330 de peixes (pacu, peixe dourado, curimbatá…), 130 demamíferos (bicho-preguiça, capivaras, ariranhas…), 100 de répteis (jacaré do pantanal, cobras…) e 50 de anfíbios (sapos…).

Flora

A flora do Pantanal muda constantemente com a época da seca e das cheias.

Há uma média de 3.500 espécies de plantas no Pantanal.

Em locais não alagáveis (locais mais altos) aparecem árvores grandes que nos meses de julho a agosto, geralmente, florescem. São exemplos dessas plantas os ipês, buritis, carandá…

Nos terrenos alagáveis (planícies), constantemente são encontrados vegetais aquáticos flutuantes (aguapé, erva-de-santa-luzia…), vegetais fixos com folhas imersas (sagitária…) e plantas que permanecem submersas (cabomba, utriculária…).

Os campos limpos são áreas abertas cobertas por gramíneas. Essas áreas são comuns em partes mais baixas do Pantanal que sofrem inundações a cada estação de cheia e são conhecidas como vazantes.

Nas matas de galeria ou ciliares, que ficam nas margens dos rios, cresce uma floresta mais densa.

Existem ainda as matas conhecidas como paratudais. Nestas matas crescem árvores com cascas espessas, rugosas e com galhos retorcidos. Nelas predominam os ipês-amarelos, conhecidos na região também como paratudo, o que deu nome a este tipo de vegetação.

Adaptações da Fauna e Flora

Fauna

A alternância de longas estiagens e de grandes enchentes é o mecanismo regulador que exerce um perfeito controle sobre a atividade da maior parte dos abundantes seres vivos que habitam o Pantanal, que possui a maior concentração de fauna das Américas tanto quanto as formas, como ao número de indivíduos.

As aves especialmente as aquáticas, são as mais adaptadas às condições ambientais da região do Pantanal. Devido a sua grande facilidade de deslocamento podem aproveitar ao máximo os ciclos de “enchentes”‘ e “vazantes”.

No período de “vazantes” estabelecem-se então os chamados “viveiros” ou “ninhais” que são locais de nidificação formados pela vegetação alta da margem das lagoas, são compostos por cabeça-secas (Mycteria americana), garças brancas (Casmerodius albus e Egretta thula), colhereiros (Ajaia ajaja), maguaris (Ardea cocoi), e socozinhos (Butorides striatus). Estes viveiros, entretanto, não são constituídos exclusivamente por aves, mas também por outros organismos, presas e predadores como o caracará (Polyborus plancus), o urubu-comum (Coragyps atratus),o bugio (Alouatta caraya), o macaco-prego (a cobra sucuri (Eunectes noctaeus), dentre outros.Cebus apella),

Quando o rio Paraguai transborda e inicia a “enchente” da grande planície pantaneira e a fauna não migratória procura as terras altas como refúgio, os peixes entram nos campos inundados, nos chamados corixos e baías à procura de alimento e lugares apropriados para desovar. As aves migratórias abandonam a região.

No final de abril, quando as chuvas se tornam menos freqüentes e as águas começam a baixar, os peixes voltam aos rios novamente, sinal evidente de que as chuvas terminaram. Os peixes reunindo-se em vastos cardumes começam de novo a nadar rio acima. Os cardumes são tão extensos, densos e dramáticos que podem ser ouvidos chapinhando a grandes distâncias. O fenômeno é conhecido no Pantanal como lufada.

Flora

Nos terrenos alagados constantemente são encontrados vegetais aquáticos flutuantes, além de vegetais fixos com folhas imersas e plantas que permanecem submersas.

Nas regiões de altitude intermediária encontra-se vegetação típica de cerrado. De casca grossa, folhas recobertas por pêlos ou cera e raízes muito profundas.

Elas se distribuem não muito próximo umas das outras, entremeadas de arbustos e plantas rasteiras, representadas por inúmeras espécies de ervas e gramíneas.

Na época da seca, como proteção contra a dessecação, muitas árvores e arbustos perdem totalmente os ramos e folhas. Outros limitam-se a derrubar as folhas, mas os ramos persistem e podem florescer.

Em pequenas elevações dos campos limpos, quando o solo é rico, encontram-se capões de mato formados por árvores de porte elevado. Durante as chuvas, a maioria dos campos limpos é inundada, mas os capões permanecem secos.

Atual Situação de Preservação do Bioma

Cerca de 17% da vegetação natural do pantanal já foi devastada pelo homem. Alertas dizem que se essa atividade continuar a ocorrer, em cerca de 45 anos toda a vegetação da região terá desaparecido.

O pantanal vem sofrendo com a devastação da sua vegetação por vários motivos, entre eles podemos citar:

Fazendas de gado que acabaram introduzindo gramíneas exóticas.
Com o plantio da cana-de-açúcar que produz resíduos poluentes.
Com a produção de carvão.
Incentivo de pólos indústrias.
Emissão de CO2 por causa da produção de álcool e bicombustíveis.

Pesquisas apontam que a maioria dos pesqueiros do Pantanal esta sendo subexplorada. 

Recentemente vem aumentando a pressão para que sejam construídas:

Usinas hidrelétricas
Construção de uma hidrovia no rio Paraguai

Na planície as principais ameaças: assoreamento, queimadas, desmatamento, mudança de pastagens, caça e pesca predatórias, pólo minero-siderúrgico e gás químico, efluentes líquidos urbanos e industriais, resíduos sólidos urbanos e industriais, projeto de hidrovia cortando o Pantanal, grandes projetos de infra-estrutura de interligação entre países vizinho.

Já no planalto podemos citar: uso inadequado e excessivo de pesticidas, desagregação e erosão dos solos, uso inadequado e degradação de águas superficiais e do subsolo, efluentes líquidos urbanos e industriais, resíduos sólidos urbanos e industriais, projetos de usinas de açúcar e álcool, pólo minero-siderúrgico e gás químico.

Entre os animais do Pantanal que estão em risco de extinção são: cervo-do-pantanal, tuiuiú e capivara.

Uma atividade que vem ganhando cada vez mais força é o turismo no Pantanal.

Fonte: ecdise.weebly.com

Pantanal

HISTÓRIA

Eco-turismo no Pantanal

Pantanal é hoje um dos destinos brasileiros mais procurados pelo turismo nacional e internacional. Há uma grande infra-estrutura para atender as mais diversas exigências de diferentes clientes. Por ser uma área muito complexa, a viagem ao Pantanal deve ser muito bem planejada. Evite de marcar os passeios ecológicos nas próprias cidades do Pantanal, agendando o roteiro com antecedência, junto a seu agente de viagens.

Existem algumas maneiras de se explorar o Pantanal, entre estas:

1) Cruzar parte do Pantanal de barco. Existem diversas operadoras que oferecem este serviço. Para quem gosta de pesca, existem excursões especializadas em pesca. 
2)
 Fazer uma excursão de jipe, acampando em meio à selva. Existem diversas operadoras oferecendo este tipo de tour, que geralmente dura 5 dias. Estas excursões também podem ser feitas a cavalo. 
3)
 Hospedar-se em uma fazenda, e, a partir desta, fazer passeios de barco, jipe, cavalo e a pé. Algumas destas fazendas estão em regiões bem remotas do Pantanal, e o translado até as mesmas é feito de avião mono-motor. 
4) 
Alugar um jipe e cruzar o Pantanal por conta própria. Esta opção só se aconselha na época da seca e para jipeiros experientes.

Fonte: colorfotos.com.br

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