Sapoti

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Clima e Solo

O sapotizeiro é originário da América Centralsendo encontrada em todas as regiões de clima sub-tropical e Tropical da América, Ásia e Oceqnia.

A cultura desenvolve-se bem em regiões quentes, exigindo precipitações acima de 1.000 mm anuais.

Desenvolve-se bem em quase todos os tipos de solos exigindo, contato que sejam bem drenados fornece os elementos minerais ao desenvolvimento da cultura.

Sapoti
Sapoti

Propagação

É uma planta pertencente a família Sapotaceae.

As flores se apresentam isoladas, monóica, na axila das folhas, apresentando 6 estames férteis e 6 estames estéreis, chamados estaminóides. O ovário é viloso e contém de 10 a 12 lóculos.

O fruto é preso por um longo pecíolo que pode variar de na forma e tamanho, sendo globoso, ovóide, elipsóide e arredondado. O número de sementes varia entre 2 a 12.

A propagação mais recomendada para obtenção de mudas é através da enxertia por garfagem ou borbulhia.

Deve-se evitar a propagação através da semente, já que pode-se originar inúmeras variações de características indesejáveis como: alteração no porte da planta, irregularidades nos frutos etc.

Elemento % Matéria Seca %
Água 71,62 Sílica 0,85
Sólidos Totais 28,38 Cálcio 7,35
Proteína 0,53 Magnésio 5,54
Matérias Graxas 0,08 Potássio 38,36
Açúcares Totais 15,54 Sódio 17,92
Açúcares Redutores 13,62 Fósforo 2,40
Sacarose 1,82 Ferro 0,37
Fibra 10,56 Alumínio 0,03
Cinzas 0,61 Cloretos 2,85
N.d 1,16 Sulfatos 3,20
pH 5,80 Fonte: ALMEIDA et al  (1966)

Espaçamento e coveamento

O espaçamento recomendado é de 8 metros x 8 metros, com vovas aberta nas dimensões de 0,40 m x 0,40 m x 0,40 m.

1.0 – Operações Unidade Quantidade
Aração Trator/dia. 2,0
Calagem h/dia 2,0
Gradagem -Mecânica Trator/dia 1,5
Preparo das covas h/dia 2,0
Adubação de fundação h/dia 4,0
Adubação de cobertura h/dia 4,0
Preparo das covas h/dia 10,0
Plantio e replantio h/dia 6,0
Capinas manual h/dia 10,0
Limpeza e podas h/dia 1,0
Controle fitossanitário h/dia 3,0
Irrigação h/dia 2,0
Colheita h/dia 8,0
2.0 – Material e Insumo Unidade Quantidade
Mudas + 10% P/replantio Unidade 170
Esterco de Curral* Tonelada 10,0
Adubos** Kg
Inseticida litro 2,0
Fungicida litro 2,0
Formicida Kg 2,0

Plantio

O plantio deve ser efetuado no início das chuvas, quando o solo apresentar umidade suficiente para favorecer os tratos culturais e desenvolvimento das plantas.

Tratos Culturais

O controle das ervas daninhas deve ser efetuado manual ou mecanicamente entre as linhas. Caso seja efetuado mecanicamente deve ser realizado o coroamento em torno da planta manualmente. Nos primeiros anos pode ser realizado consórcio. Recomenda-se conduzir a copa através de podas, no desenvolvimento da cultura, na fase adulta apenas a poda de limpeza.

A irrigção deve ser realizado para permitir o máximo aproveitamento dos nutrientes e atender a demanda evapotranspirativa, vital para o pleno desenvolvimento da cultura. A irrigação localizada via microaspersão se adapta bem a essa cultura.

Adubações

O estudo dos requerimentos nutricionais de uma determinada cultura tem por objetivo o estabelecimento de práticas corretivas, que possibilitem a obtenção dos máximos rendimentos teoricamente possíveis. A diagnose dos requerimentos nutricionais utilizando-se inicialmente a análise química do solo visando correção do pH e fornecimento dos nutrientes essenciais na fundação e manutenção. A partir daí utiliza-se a experimentação como forte de estabelecer fórmulas aproximadas para a correção da fertilidade, em função dos requerimentos do material genético (variedades, clones e híbridos ) cultivados.

Controle de Pragas

Esta cultura é pouco atacada por inseto, visto sua rusticidade e resistência.

As principais Pragas que a atacam são:

Broca do Caule e dos Ramos – Recomenda-se eliminar os ramos afetados e limpar as galerias deixadas pelas larvas, através de injeção com inseticida e fechamento do orifício com cera ou barro.
Mosca das Frutas –
Recomenda-se eliminar os frutos atacaddos e realizar pulverizações com iscas envenenadas, contendo uma mistura de Dipterex 500 (240 ml/100 litros d’água)+ 5 kg de açúcar mascavo, procurando atingir uma área de 3 m2 da copa de cada planta.

Colheita e Comercialização

Plantios oriundos de mudas enxertadas iniciam-se produção no 4o ano, produzindo em torno de 1.000 a 3.000 frutos/ano. Os frutos maduros podem ser armazenados a temperaturas de 2 a 3oC, com umidade relativa de 85 a 90%, são conservados por 6 semanas. Em temperaturas de 3 a 5 °C, os frutos em estágio final de maturação “de vez” , conservam-se por 8 semanas.

O fruto do sapoti é consumido ao natural ou em forma de geléias, sorvetes, refrescos e xaropes. O látex produzido pela planta é extraído do tronco e ramos da planta para ser utilizado na fabricação de goma de mascar. O fruto é rico em açucar e não possui ácido, porém quando verde, apresenta tanino adstrigente, que desaparece naturalmente quando completamente maduro.

Invariavelmente quem come um sapoti remete os pensamentos para a infância.

São retratos de brincadeiras nos quintais, da hora do lanche na escola ou do vendedor de frutas que circulava pelos bairros mais antigos com um velho balaio de cipó sobre uma rodilha de pano na cabeça: “olha a fruta fresquinha na hora!”, gritava o ambulante, “tem manga, tem cajá, tem sapoti e mangaba, ande logo dona santa porque o que é bom, acaba”. E realmente não sobrava nada.

Para o mestre de Apipucos “o Recife cheira a fruta madura”.

O sociólogo Gilberto Freyre relata em seus escritos que “Muito chão de quintal e de sítio fica espapaçado de goiaba madura, de sapoti, de jaca-mole.”

O sabor do sapoti se consagrou no gosto do brasileiro.

Contam os historiadores que se transformou na fruta preferida do Imperador Dom João. Por conta disso virou enredo de escola de samba.

No carnaval de 1987 a escola Estácio de Sá desfilou com o tema “O ti ti ti do Sapoti”, dos compositores Darcy Do Nascimento, Djalma Branco e Dominguinhos Do Estácio, cuja música diz assim:

Que ti ti ti é esse
que vem da sapucaí
Ta que ta danado
Ta cheirando a sapoti

E escracha a história da corte brasileira criando uma imagem de desordem informal:

D. João achou bom
Depois que o sapoti saboreou
Deu pra dona Leopoldina
A corte toda se empapuçou

No imaginário popular, sapoti também virou sinônimo de mulher “boa”, aquela de curvas perfeitas e de cor sedutora. A pesquisadora, gourmet e colunista do Nordeste Rural, Maria Lecticia Cavalcanti conta que sapoti “chama-se assim mulher que tem cor moreno-dourado.” Ela lembra da história do encontro de uma cantora famosa com o presidente Getúlio Vargas. Maria Lecticia pesquisou que Ângela Maria, recebeu esse apelido de Getúlio Vargas. O Presidente, charuto na boca, sentado no jardim da casa de um amigo no Rio, olhou para ela e disse “menina você tem a voz doce e a cor de sapoti”. Ganhou o apelido de “sapoti” e virou sucesso nacional.

O relato de Maria Lecticia sobre a fruta é empolgado: Sapotizeiro é árvore nativa das Antilhas e da América Central. Cresce muito, até 20 metros. Vive muito, também, mais de 100 anos. Tronco curto e grosso, copa feita de ramos, folhas verde-escuras, algumas flores, sombra sempre ampla e generosa.

A fruta era muito apreciada por maias e astecas, que a conheciam por “tzapotl”. Com os espanhóis passou a “zapote” – nome que se conserva, até hoje, em todos os países de língua espanhola.

Chegou ao Brasil em meados do séc. XVIII. Primeiro no Amazonas, depois invadindo a região nordeste. Os nativos a chamavam “zapotl”, depois “zapóte” e finalmente sapoti (Achras sapota Linneu).

Daqui foi levado para a Europa. O nome não mudou muito. É “sapote” em inglês e “sapotille” em francês. Casca marrom, seca, fina e áspera. E fruto carnudo, suculento, com polpa mole e amarelada, puxada para marrom. Tem sabor exótico e adocicado, sem acidez.

Pode, e deve, ser consumido ao natural. Para isso recomenda-se cortar com faca ao meio, no sentido vertical, retirando a polpa com colher. São entre 4 e 12 sementes por fruto, e cada planta pode produzir até 3000 frutos por ano.

Do sapoti se faz refresco, suco, sorvete, creme, pudim, mousse, doce, geléia. Muito sensível, o fruto perde qualidade mais rapidamente que a maioria das outras frutas. Por isso deve ser colhido ainda verde, com a mão, através de torção, lavado em água morna e colocado em lugar fresco para amadurecer.

São muitas as espécies de sapoti. No Brasil, essas variedades acabaram definidas pela própria forma dos frutos. Os ovais, mais comuns, são “sapoti”; os arredondados, “sapotas”; e uns bem grandes, com casca grossa, marrom-esverdeada, são “sapota-do-solimões”, mais comuns na região Amazonas. Na Ásia e EUA encontram-se outras variedades, sobretudo Prolific, Russel, Betanvi, Proolon, Apel bener.

Falta só dizer que o melhor do sapotizeiro, para quem foi criança, é o seu látex, do que se faz chiclete. O método já era conhecido de Astecas e Maias, que tiravam esse látex do mesmo jeito que o tiramos hoje, bem parecido com a extração da borracha.

As crianças cortam o tronco em talhos, esperam escorrer aquele líquido branco, misturam com açúcar e está pronto um chiclete que é muito melhor que qualquer um desses, americanos, que se compra nas portas dos cinemas.

Por uma razão simples: Porque tem gosto de passado e está sempre presente.

Cultivo do Sapotizeiro

Apesar de plenamente adaptado ao clima em várias regiões do Brasil, o sapoti, como qualquer outra cultivar, exige estudo e manejo adequados para um perfeito desenvolvimento. A produtividade e os resultados, hoje, dependem, principalmente, das boas técnicas de plantio, conservação e cuidados com a colheita. Para desenhar todo esse caminho, a fruticultura conta com uma bem preparada equipe de pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical. Foram eles que pesquisaram todo o esquema sobre o cultivo e detalharam as orientações.

CLIMA

O sapotizeiro adapta-se a uma ampla faixa de latitude, podendo ser plantado desde São Paulo até o extremo norte do país, sendo favorecido por altas temperatura e umidade, comportando-se melhor em temperaturas em torno de 28°C, desenvolvendo-se com relativa facilidade em temperaturas mais baixas.

Desenvolve-se relativamente bem em altitudes acima de 1000 metros. No entanto, comporta-se melhor em altitudes abaixo de 400 metros. Pelo fato de ter seus ramos muito flexíveis, adapta-se bem aos fortes ventos.

SOLOS

As sapotáceas, de modo geral, adaptam-se a uma ampla variedade de solos. Embora se desenvolvam e cresçam em solos muito pobres, têm preferência por solos profundos, ricos em matéria orgânica, levemente argilosos e bem aerados. Uma boa drenagem é essencial para o perfeito desenvolvimento de suas raízes. Não produzem bem em solos encharcados e são levemente tolerantes à seca, possuindo relativa tolerância a solos salinos.

ÉPOCA DE PLANTIO

Recomenda-se, nos Estados do Nordeste, fazer o plantio com irrigação, por possibilitar ser feito em qualquer época do ano. Não sendo possível irrigar, fazer o plantio sempre no início das chuvas, para ter um bom desenvolvimento das mudas. Em locais com chuvas regulares pode-se plantar sem irrigar.

CONSORCIAÇÃO

Os espaços livres entre as plantas, associados ao longo período de tempo decorrido da implantação até a estabilização da produção, possibilitam o consórcio do sapotizeiro com outras culturas, reduzindo os elevados custos de implantação, além de favorecer a manutenção da área livre de plantas daninhas e, ainda, o aproveitamento de resíduos de fertilizantes.

A escolha da cultura a ser consorciada depende de fatores relacionados com as condições de clima, solo e mercado.

Deve-se optar por culturas de ciclo curto tais como: feijão, mandioca, soja, amendoim e milho. Além dessas, podem ser utilizadas cultivares precoces de algodão herbáceo, gergelim e forrageiras como sorgo, mucuna preta e feijão de porco.

CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS

Como qualquer cultura econômica, o sapotizeiro está sujeito à concorrência de plantas daninhas, que além de abrigarem pragas, competem por água e nutrientes podendo, nos pomares em formação, concorrer por luz quando atingirem altura superior a dos sapotizeiros. Portanto, o controle eficiente das plantas daninhas é fundamental no ano de implantação do pomar, para o rápido desenvolvimento do sistema radicular e o normal crescimento da parte aérea.

ADUBAÇÃO

A cultura do sapotizeiro demanda uma razoável quantidade de fertilizantes minerais para se obter uma produtividade satisfatória, em razão da elevada quantidade de nutrientes extraída pelas plantas e a baixa fertilidade natural. Normalmente, na maioria das áreas da Região Nordeste, os solos apresentam alumínio trocável em níveis tóxicos, elevada acidez, sendo raro o emprego das práticas de adubação e calagem.

Sendo assim, é importante a presença de macronutrientes na adubação, a exemplo de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre, e também de micronutrientes, como manganês, boro, zinco, ferro e cobre.

COBERTURA MORTA

A cobertura morta é uma técnica que consiste em distribuir sobre a superfície do solo uma camada de palhas ou outros resíduos vegetais entre as linhas das culturas ou apenas até a projeção da copa das plantas.

No Nordeste do Brasil, onde ocorre um período chuvoso e outro seco durante o ano, a cobertura morta apresenta uma série de benefícios: melhora a qualidade do produto; incrementa a produtividade das culturas; prolonga o tempo de disponibilidade de água no solo; reduz as variações de temperaturas do solo; aumenta a estabilidade dos agregados do solo; reduz a concorrência com plantas daninhas; aumenta a fertilidade do solo; reduz a erosão pela redução do impacto da chuva.

As principais coberturas de superfície do solo utilizadas para a cultura do sapotizeiro são as gramíneas, restos culturais diversos (palhadas), bagana de carnaubeira, leguminosas arbustivas, restolho da cultura de arroz, palhada de café e bagana de cana. Quando não houver material disponível, a prática de roçagem permanente da área cultivada é suficiente para formar uma excelente cobertura do solo, como por exemplo o milheto, o capim Napier, entre outros.

Pode se, também, utilizar esterco de curral ou composto orgânico na projeção da copa.

As gramíneas têm sido indicadas como mais eficazes na formação dos agregados do solo, pela ação direta das raízes, cujo volume é maior que o da parte aérea.

A agregação do solo, geralmente aumenta o volume de macroporos, mas reduz o de microporos, aumenta a porosidade do solo, diminuindo a densidade e aumentando a aeração do solo. Em solos pesados ocorre a melhoria da estrutura e aeração do solo, favorecendo o desenvolvimento da planta.

As leguminosas constituem-se como uma opção interessante por apresentarem uma série de benefícios, como fixação biológica do nitrogênio atmosférico, controle de plantas invasoras, armazenamento do teor de matéria orgânica do solo, redução das perdas de água, controle de nematóides e incorporação de nutrientes, resultando em uma maior produtividade da cultura do sapotizeiro.

Apesar dos benefícios que pode proporcionar, a cobertura morta apresenta algumas restrições: é limitante em regiões com pouca mão-de-obra, por exigir espalhamento manual; é uma prática onerosa, em razão da quantidade de material requerida; apresenta o risco de incêndio onde ela é executada e a palhada esparramada em toda área. Sugere-se a sua colocação somente sobre a projeção da copa da fruteira.

VARIEDADES

O sapotizeiro é uma planta da Família Sapotaceae, Gênero Manilkara e Espécie Manilkara zapota (Linnaeus) Van Royen. Como as características das plantas e dos frutos de sapoti não foram perpetuadas por meio da reprodução sexuada, essas diferenças não podem ser caracterizadas como variedades botânicas. Existe, no entanto, uma classificação aceita para classificar os frutos como sapota e sapoti. As sapotas são frutos geralmente arredondados e de tamanho maior que os sapotis que têm formatos ovalados e, geralmente, mais leves.

ESPAÇAMENTO E PLANTIO

A escolha do espaçamento mais adequado para o sapotizeiro é assunto ainda muito controvertido, em razão da inexistência de resultados consistentes de pesquisa relacionados, principalmente, com as exigências fisiológicas da planta. O espaçamento depende de vários fatores, tais como a variedade a ser plantada, condições edafoclimáticas do local, natureza dos tratos culturais a serem aplicados, como por exemplo, a poda, controle das plantas daninhas e tipo de consórcio.

Em plantios tradicionais, com plantas obtidas a partir de sementes, são encontrados espaçamentos de 8 x 8 m, 10 x 10 m e até 12 x 10 m. Novas técnicas de plantio em estudo, envolvendo a utilização de plantas enxertadas, poda para o controle de crescimento e a irrigação, têm indicado o espaçamento de 6 x 6 m, com 277 plantas por hectare.

O plantio deve ser feito com mudas de boa qualidade em covas com dimensões de 40 x 40 x 40 cm, que devem ser preenchidas utilizando-se uma mistura de quantidades equivalentes de esterco curtido e solo superficial. Em cada cova deve ser adicionada uma quantidade equivalente a 670 g de superfosfato simples por ocasião do plantio, quando deve ser também efetuada uma rega com aproximadamente 20 litros de água. O tutoramento das mudas é uma providência necessária, para proteção das plantas contra a ação dos ventos.

PROPAGAÇÃO

Atualmente, o método de propagação mais usado é a enxertia que consiste na introdução de uma parte viva de uma planta, denominada enxerto, em outra denominada de porta-enxerto, para que, por meio da regeneração de tecidos, unam-se e formem um único indivíduo. Ao final do processo, o enxerto formará a copa da nova planta e o porta-enxerto o sistema radicular. A técnica baseia-se na capacidade das partes secionadas, quando em contato, formarem “calo” por entrelaçamento das células e, em seguida, essas células se diferenciarem formando um novo câmbio que reconstituirá o xilema e o floema da região, restabelecendo, assim, a conexão entre as partes.

Nesses casos, embora os caracteres sejam transferidos integralmente para os descendentes, eles sofrem interferências dos porta-enxertos, em função de seu metabolismo, intensificando ou diminuindo a expressão do caráter.

As principais vantagens da enxertia são: assegurar a precocidade na frutificação, garantir as características da planta matriz, restaurar plantas improdutivas e modificar o porte.

São desvantagens: diminuição da longevidade da planta e pode transmitir agentes patogênicos.

No sapotizeiro, atualmente, a enxertia mais recomendada é a de topo. O porta-enxerto deve ter no mínimo seis meses de idade. Após a enxertia, aguardar dois meses para o plantio definitivo.

O substrato para semeadura das sementes para a formação dos porta-enxertos varia com a disponibilidade nas propriedades. Em geral, a mistura pode ser feita usando-se partes de barro preto, misturado com areia grossa na proporção de 2:1. A cada metro cúbico da mistura deve ser acrescido 2,5 kg de superfosfato triplo, ou o dobro de superfosfato simples e 1,5 kg de cloreto de potássio.

IRRIGAÇÃO

No Nordeste brasileiro, o sapoti sempre foi cultivado em chácaras e quintais, mostrando uma produção sazonal concentrada em dois a três meses do ano.

Resultados de pesquisa conduzida no campo experimental do Vale do Curu (CE) da Embrapa Agroindústria Tropical revelam que o uso da irrigação, associado à prática da fertirrigação e à poda, podem alterar substancialmente o comportamento da cultura, possibilitando produções sensivelmente maiores ao longo do ano e picos de produção que caracterizam uma completa modificação na sazonalidade da produção do sapotizeiro.

Observa-se claramente que, tanto em relação ao sapoti como à sapota, os tratamentos que receberam maiores níveis de irrigação mostraram uma curva de produção sensivelmente diferente da testemunha, que recebeu uma lâmina de água mínima para a sobrevivência e para permitir a fertirrigação.

Dentre os métodos de irrigação atualmente em uso, a microirrigação (irrigação localizada) é a mais recomendável para o sapotizeiro em razão das seguintes vantagens: economia de água (maior eficiência de irrigação e redução de perdas de água por evaporação), economia de energia (trabalha com vazões e pressões menores), possibilidade de aplicação de fertilizantes via água de irrigação (fertirrigação), redução da ocorrência de plantas daninhas e doenças foliares, não interferência nas pulverizações, capinas e colheitas.

Como desvantagens são relacionadas: a necessidade de filtragem da água para evitar o entupimento dos emissores e o custo inicial elevado.

A uniformidade da aplicação de água do sistema de irrigação, influenciando na distribuição dos fertilizantes, afeta diretamente o desenvolvimento das plantas, a produção e a qualidade dos frutos. Por isso, é recomendável que, logo após a instalação do sistema de irrigação e anualmente se faça uma avaliação da uniformidade de aplicação de água do sistema de irrigação.

O manejo da irrigação na cultura do sapotizeiro está relacionado à quantidade e à freqüência de aplicação de água, baseado no tipo de solo, na idade da planta, na eficiência do sistema de irrigação e nas condições climáticas.

Estudos da evapotranspiração de cultivo, da evapotranspiração potencial de referência e do coeficiente de cultivo são importantes para determinar a quantidade de água necessária à cultura, para um correto planejamento, dimensionamento e manejo de sistemas de irrigação e, ainda, uma eficiente avaliação das fontes hídricas e da disponibilidade de energia elétrica.

PODA

Apesar de ser classificada como planta que não necessita de poda pela uniformidade da copa e crescimento lento, o sapotizeiro requer algum tipo de controle de seu crescimento, através da poda, principalmente para eliminação de partes velhas, doentes e praguejadas. Não se fazem podas de formação e de produção, porém, como a finalidade da poda é estabelecer um balanço entre o crescimento vegetativo e a frutificação, um mínimo de área foliar tem que ser deixada para cada fruto.

A correta aplicação dessa operação depende, então, de fatores como o hábito de crescimento e porte da planta, o sistema de plantio empregado e a forma de colheita, de modo que um máximo de rendimento econômico seja atingido com a menor interferência possível no comportamento da planta.

A poda de manutenção tem por objetivo a preservação da copa com maior número possível de ramos produtivos e em condições favoráveis para a colheita e os tratos culturais. Para tanto, devem ser eliminados, em quaisquer circunstâncias, os ramos ladrões e aqueles que crescem para o centro da copa. Também devem ser podados os ramos de crescimento, que se caracterizam por um crescimento intermitente sem a emissão de flores.

Por ocasião da eliminação dos ramos vegetativos, recomenda-se quebrar a dominância apical, para que a planta tenha o crescimento vertical contido e que cresça mais para as laterais. Durante a eliminação dos ramos que determinam o crescimento, eliminam-se os mais centrais para que a luz e o vento passe por entre os ramos da copa, formando uma taça. Essa operação é recomendada pelo menos uma vez por ano, de preferência antes do início das chuvas.

TRATOS CULTURAIS

Deve-se fazer um manejo racional do pomar para se evitar uma competição exagerada das plantas indesejáveis por água e nutrientes com o sapotizeiro. Para atingir esse objetivo, o produtor deve, dentro de suas disponibilidades, optar por meios químicos e/ou mecânicos para efetivação dos trabalhos.

Várias práticas podem ser utilizadas, entre as quais o coroamento, que deve ser feito em todo o ciclo produtivo da cultura. O coroamento consta da limpeza de uma área circular, próxima ao pé do sapotizeiro, para eliminar ervas daninhas e, principalmente, evitar concorrência entre estas e o sapotizeiro, quer por luz, circulação de ar ou nutrientes.

Em áreas de sequeiro pode ser feito a cada três ou quatro meses. Para áreas irrigadas, deve-se proceder com maior freqüência, a cada dois meses, tendo-se o cuidado na época das chuvas de não deixar o material capinado no local para evitar sua rebrota.

PRAGAS DO SAPOTIZEIRO

As principais pragas relatadas em Pernambuco são as brocas-do-caule e dos ramos e a mosca-das-frutas.

Outras pragas menos importantes como pulgões e diversas espécies de cochonilhas são freqüentes em folhas, ramos e frutos do sapotizeiro.

As modalidades de controle mais eficientes e altamente recomendáveis são os controles cultural e biológico. Constam da limpeza geral do pomar, coletando frutos caídos, danificados e fazendo podas de limpeza e formação. Os frutos caídos devem ser enterrados a profundidade superior a meio metro, a fim de evitar a emergência de adultos.

Para o controle biológico, os parasitóides da família Braconidade são os mais eficientes.

Os mais utilizados são os da espécie Diachasmimorpha longicaudata. Eles parasitam ovos, larvas e pupas de moscas-das-frutas. Essa espécie destaca-se pela sua relativa facilidade de criação e rápida adaptação aos meios naturais onde é liberada e, ainda, por sua condição de parasitóide generalista entre os tefritídeos.

COLHEITA

Plantas enxertadas de uma variedade produtiva iniciam a produção, geralmente entre o quarto e quinto ano de plantio. Os primeiros frutos, porém, podem aparecer já no primeiro ano do plantio. Os frutos de plantas não fertirrigadas, em geral, amadurecem entre setembro e dezembro, ocorrendo o pico de produção no mês de novembro, dependendo das chuvas do período anterior

A maior dificuldade é determinar o ponto de colheita do fruto. Uma maneira prática é observar quando o fruto se destaca facilmente do ramo e exsuda pouco látex . Este é, no entanto, um método não muito apropriado, pois há necessidade de colher para verificar se o fruto está no ponto certo de maturação. A experiência com a cultura, no entanto, permite alguns indicativos de fácil visualização, como o fato do fruto se tornar mais escuro e aparecerem pequenas “escamas” na sua casca.

Para transportar para longas distâncias, é recomendável colher-se o fruto ainda imaturo. Nos plantios irrigados torna-se mais difícil a identificação do ponto de colheita, uma vez que as plantas produzem frutos durante todo o ano. Tem-se, assim, na mesma planta, flor, frutos imaturos e frutos maduros.

NOVAS CULTIVARES

A Embrapa Agroindústria Tropical desenvolveu duas cultivares que já estão disponíveis para os produtores: Sapoti Ipacuru e Sapota Tropical, resultado de 10 anos de pesquisas em melhoramento genético. Apesar de as novas cultivares serem da mesma espécie (Manilkara sapota L.), existem diferenças com relação a tamanho e formato. Enquanto o sapoti é menor e possui uma forma ovalada, a sapota apresenta formato redondo e um tamanho maior.

A cultivar de sapoti foi selecionada pelos pesquisadores da Embrapa a partir de materiais obtidos junto à Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária (IPA) e os experimentos foram realizados no Campo Experimental do Curu, em Paraipaba (CE), o que originou o nome Ipacuru.

A sapota também foi selecionada a partir de materiais cedidos pelo IPA e testada no Campo Experimental da Embrapa. A escolha do nome (Sapota Tropical) reuniu a origem tropical do fruto e a Unidade da Embrapa a desenvolver a nova cultivar, Embrapa Agroindústria Tropical.

Um dos diferenciais em relação às cultivares já existentes é o tamanho maior dos frutos. O novo sapoti possui um peso médio de 134g, contra 101g em média das outras cultivares. No caso da sapota, o peso médio é de 194g, sendo que nas cultivares já existentes esse peso fica em torno de 187g. O teor de sólidos solúveis também é maior (25º Brix), o que lhes confere um sabor mais doce.

Outra característica muito importante está na alta produtividade das duas cultivares. Durante os experimentos realizados no Campo Experimental do Curu, utilizando o espaçamento 6 x 6m, chegou-se a uma produção de 6.000 kg/ha/ano, no quarto ano de produção, ultrapassando os 7.000kg no oitavo ano.

Obs. Aprenda a fazer uma deliciosa sorvete de sapoti. Veja como na seção RECEITAS DO CAMPO.

NOME INDIGENA

Sapoti, origem da língua indígena náuatle do Mexico, pronunciado Tzápotl que significa leite ou goma de mascar em vista do latex dessa arvore ser usado para fazer chiclete.

Origem

Floresta tropical da América central e México.

O sapotizeiro é originário do México e América Central, de onde se disseminou para os trópicos americanos, Ásia e África. No Brasil o sapotizeiro é encontrado principalmente nos estados das regiões Norte e Nordeste.

Características

Arvore de grande de folhagem perene, com galhos e copa compactos.

Cresce até 8 m de altura, com copa arredondada de até 5 m de diâmetro, flores róseas, o tronco tem casca acinzentada e exsuda látex branco se ferido.

As flores e frutas tem aspecto de que foram salpicadas de areia grossa.

Nome científico: Manilkara zapota (L) P. Royen

Família botânica: Sapotaceae

Categoria: Doce

Origem: América Central e sul do México

Características da planta: Árvore geralmente com 15 m de altura, copa frondosa, lactescente. Folhas de coloração verde brilhante, duras. Flores pequenas, de coloração alva ou rosada.

Fruto: Tipo baga, geralmente de forma arredondada ou oval, casca castanho-ferrugínea. Polpa mole, adocicada, de coloração amarelo-esbranquiçada, transparente, sem fibras, envolvendo de duas a doze sementes.

Frutificação: Durante o ano todo, principalmente no verão.

Propagação: Semente, enxertia por garfagem ou borbulhia

Sapoti
Sapoti

Lembra um pouco o caqui, tanto no sabor como na forma, embora seja um pouco menor e de tonalidade mais escura. Tem polpa suculenta, perfumada, rica em vitaminas e sais minerais, principalmente ferro.

Em geral, o sapoti é consumido ao natural, mas também pode ser preparado em forma de compota ou de xarope. Suas sementes, amassadas e diluídas em água, são diuréticas, sendo usadas, portanto, contra cálculos renais.

Sapoti
Sapoti

O sapotizeiro (Achras sapota, L.) é uma árvore copada, com folhas verde-escuras. O fruto é um dos mais saborosos do mundo.

Apresentam-se de duas formas: esféricos e oblongos. A casca é parda e a polpa, muito suculenta. As sementes, trituradas, em decoccão, são diuréticas, adequadas no tratamento da litíase vesical.

Natural das Antilhas e bem aclimatado no Brasil, o sapoti contém as vitaminas A, B1, B2, B5, e C. Encerra calorias, hidratos de carbono, cálcio, fósforo e ferro.

Fruta deliciosa e de bom potencial econômico

O sapoti é o fruto do sapotizeiro (Achras sapota L.), que é uma árvore cujo altura pode chegar até mais de 15m, com uma copa de folhagem densa e muitos ramos. Além de produzir o seu fruto, a madeira desta árvore pode ser aproveitada na produção de móveis e outras peças de carpintaria.

O fruto desta árvore, o sapoti, pode ser consumido ao natural ou utilizado na produção de geléias, compotas e, ainda, para sucos. Em sua composição encontramos as vitaminas B1, B2 e C, além de cálcio, ferro e fósforo. O valor calórico do sapoti é de 96 calorias em cada 100gr da fruta.

O cultivo desta árvore é bastante fácil, pois ela se adapta bem a quase todos os tipos de solos e climas, apesar de se desenvolver melhor em regiões de clima quente, com bastante umidade, como o clima encontrado nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, onde as chuvas são abundantes, com mais de 1000mm por ano.

A época mais indicada para o plantio do sapotizeiro é no início da estação das chuvas, utilizando-se mudas bem desenvolvidas, em solo úmido e fértil. As mudas devem ser preparadas em sacos plásticos, que são retirados no momento do plantio no local definitivo. A adubação ou calagem do solo deve ser feita de acordo com os resultados obtidos nas análises de solo.

Um pomar de sapotizeiros deve ter um espaçamento de 8 metros entre as árvores. As mudas devem ser plantadas em covas de 40x40x40cm.

Os tratos culturais são bastante simples, consistindo em capinas regulares, para mantermos o solo limpo e livre de plantas invasoras. Recomenda-se podas de formação, para que as copas das árvores se desenvolvam bem. Depois disso, as podas ficam restritas aos ramos secos ou que apresentem má formação.

Podemos, também, plantar leguminosas nos espaços entre as árvores.

Apesar de ser uma planta bastante resistente a pragas e doenças, o sapotizeiro pode sofrer ataques da mosca-das-frutas e as brocas dos ramos e do caule.

A primeira colheita do sapotizeiro acontece no quarto ano, após o plantio da muda. Um sapotizeiro em boas condições chega a produzir mais de 3000 frutos por ano, sendo mais comum uma produção de cerca de 2500.

Sapoti
Sapoti

Fruto de uma árvore tropical, o sapotizeiro. É cônico, de casca fina e coloração castanho-escura.

A polpa é amarelo-clara, às vezes cor de chocolate, transparente, tenra, sem fibras e muito doce.

As sementes, em número de uma a duas, são escuras, duras, achatadas ou ovóides. Quando não está perfeitamente maduro, o sapoti contém um látex leitoso e um pouco de tanino.

O sapotizeiro é uma árvore de folhagem permanente e atinge de 15 m a 20 m de altura.

A casca contém um líquido leitoso que se ferve para obter o chicle, matéria-prima do chiclete.

Os maiores sapotizais do Brasil encontram-se no litoral e nas serras do Nordeste e nos arredores de Belém (PA). É também cultivado nos EUA, na América Central, na Índia, no Sri Lanka e em vários outros locais.

Fonte: www.geocities.com/www.nordesterural.com.br/ br.geocities.com/www.ruralnews.com.br/www.klickeducacao.com.br/www.klickeducacao.com.br

 

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