Edgar Degas

Edgar Degas – Pintor

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Edgar Degas era um pintor e escultor altamente célebre do século 19, impressionista francês cujo trabalho ajudou a moldar a arte da paisagem bem para os próximos anos.

Nascido em 19 de Julho de 1834, em Paris, França, Edgar Degas passou a estudar na Escola de Belas Artes (anteriormente a Academia de Belas Artes) em Paris e tornou-se conhecido como um retratista premiado, fundindo sensibilidades impressionistas com abordagens tradicionais.

Tanto um pintor e escultor, Edgar Degas gostava capturar dançarinas e brincava com ângulos e idéias em torno de centralização incomuns. Seu trabalho influenciou vários artistas modernos importantes, incluindo Pablo Picasso.

Sempre lembrado como um impressionista, Edgar Degas era um membro do grupo seminal de artistas de Paris, que começou a exibir em conjunto na década de 1870.

Ele compartilhou muitas de suas novas técnicas, ficou intrigado com o desafio de capturar efeitos de luz e atraiu a cenas de lazer urbano.

Mas a formação acadêmica de Edgar Degas, e sua própria predileção pessoal para o realismo, o separa de seus pares, e ele rejeitou o rótulo de “impressionista” preferindo descrever-se como um ‘independente’.

Sua riqueza herdada deu-lhe o conforto de encontrar o seu próprio caminho, e mais tarde também permitiu-lhe retirar-se do mundo da arte Paris e vender fotos a seu critério.

Ele ficou intrigado com a figura humana, e em suas muitas imagens de mulheres – dançarinos, cantores e lavadeiras – ele se esforçou para capturar o corpo em posições incomuns.

Enquanto os críticos de impressionistas concentrou seus ataques sobre suas inovações formais, foi indivíduos de classe baixa de Degas que o levaram a mais desaprovação.

Pintor e escultor francês Edgar Degas (1834-1917) é considerado um dos principais representantes do impressionismo, devido à sua composição inovando e sua análise perspectiva de movimento.

Ele também foi um dos organizadores mais ativos do movimento impressionista, embora suas idéias artísticas eram distintas das dos seus amigos impressionistas.

Edgar Degas morreu em Paris em 1917.

Edgar Degas – Vida

Edgar Degas
Edgar Degas –
Retrato do artista 1863

Nascido em uma família rica, Edgar Degas (1834-1917), cujo pai era banqueiro, freqüentou os melhores colégios de Paris e concluiu seus estudos de direito sem dificuldade. Depois inscreveu-se na Academia de Belas-Artes, onde assistia às aulas de Lamothe, que foi aluno de Ingres.

Entre os anos de 1856 e 1857, fez uma viagem à Itália, para estudar a obra dos mestres do cinquecento. Voltando à França entrou em contato com o grupo de impressionistas, embora tivesse continuado a se dedicar aos quadros históricos e de gênero. A partir de 1870, interessado nas teorias de seus amigos do café Guerbois, Monet e Renoir, entre outros, fez uma série de quadros de balé, ópera e corrida de cavalos.

Todos esses temas lhe permitiram fazer experiências com a cor e o movimento e, principalmente, com a força descritiva do traço, algo que Degas admirava em Ingres.

Nos primeiros quadros, não hesitou em aplicar todas as teorias renascentistas sobre espaço e perspectiva, mas ampliou depois esses critérios, fazendo tentativas com planos e pontos de vista inusitados. O tema principal de suas obras se concentrou nas cenas cotidianas e íntimas do mundo feminino, tendentes à desmitificação da mulher. Isso lhe valeu críticas e o apelido de solteirão misógino.

De todos os impressionistas, Degas foi, tecnicamente falando, o que melhor se utilizou da fotografia. Também se interessou vivamente pelos quadros de Ukiyo-e japoneses, fato que se reflete ainda mais em suas últimas obras, quando, quase cego, só podia pintar com pastel. Suas obras se encontram nos museus mais importantes do mundo.

Edgar Degas – Biografia

Data de Nascimento: 19 de julho, 1834 – Paris, França.

Morreu em: 27 de setembro de 1917 – Paris, França.

Edgar Degas nasceu em Paris em 19 de julho de 1834. Provindo da rica família de banqueiros, teve a educação padrão da classe alta no Lycée Louis le Grand.

Depois de estudar direito por pouco tempo, decidiu tornar-se um artista, trabalhando com mestres conceituados e passando muitos anos na Itália, considerada então a “escola de aperfeiçoamento” das artes.

Na década de 1860, Degas já estava produzindo excelentes retratos, em detalhes observados e caracteristicamente originais em sua composição. Mas as ambições do artista ainda trilhavam os caminhos do sucesso convencional – Na França do século XIX, isto significava ter suas pinturas aceitas para serem mostradas no Salão oficial, que era virtualmente o único lugar onde um artista poderia tornar-se conhecido do grande público.

Conseqüentemente, Degas pintava o tipo de trabalho que tinha maior prestígio no Salão: grandes peças detalhadas e convencionais sobre tópicos históricos, tais como “Os jovens Espartanos e Semíramis Fundando uma cidade”.

Somente no final da década de 1860 Degas começou a explorar temas “modernos”, que eram considerados pelo sistema da arte como um tanto triviais e sem nobreza. Entretanto, Degas estava um pouco atrás de seu amigo e rival Edouard Manet em ser um “pintor da vida moderna”, e sempre se restringiu a um punhado de temas – retratos, as corridas, o teatro, a orquestra, senhoras na chapelaria, lavadeiras, o nu e sobretudo o balé. Atacava cada um repetidamente, muitas vezes durante longos períodos, com freqüência experimentando novas abordagens; provavelmente, a analogia mais próxima é com os compositores que produzem conjuntos de variações sobre um único tema. Milagrosamente, Degas é sempre atual, e suas pinturas têm um semelhança familiar sem jamais aparentarem ser muito parecidas.

As técnicas de Degas eram altamente originais, embora devessem algo à grande moda de gravuras japonesas do século XIX e à emergente arte da fotografia.

Retratando seus temas a partir de ângulos incomuns(muitas vezes de um ponto de vista bem elevado), quase sempre posicionava de forma descentralizada; e, em vez de inserir os objetos periféricos de modo organizado no enquadramento da pintura, fazia cortes diretamente sobre eles. O efeito é o de uma fotografia, capturando um momento fugaz; os objetos semi-aparentes nas bordas do quadro fornecem a ilusão de que a cena continua para além da moldura.

Embora as pinturas de Degas aparentem ser espontâneas, elas eram na verdade produções de estúdio cuidadosamente planejadas, construídas a partir de muitos croquis e estudos. Sua arte era do tipo que ocultava sua artificialidade.

Degas era um homem intensamente introspectivo e fechado, e externamente sua vida nada tinha de especial, exceto por seu serviço na Guarda Nacional durante o cerco prussiano de Paris em 1870-1. Fez uma visita prolongada a Hova Orleans para ver seus irmãos em 1872-3, mas, embora tenha pintado diversos quadros enquanto lá esteve, ignorou os lados exóticos e especificamente americano da vida em Louisiana, acreditando que um artista apenas poderia produzir bons trabalhos em seu ambiente adequado.

Em 1874, Degas fez seu gesto público mais célebre, tornando-se um dos principais organizadores de uma exposição independente, realizada em oposição ao Salão. Mais tarde, ela se tornaria conhecida como a primeira Exposição Impressionista, por causa do destaque obtido por Monet, Renoir e outros artistas que pintavam paisagens um tanto fugidias e atmosféricas ao ar livre. Degas desaprovava seus trabalhos (ele via a exposição como um “Salão Realista”), mas não deixou de participar de todas as mostras impressionistas – exceto uma – entre 1874 e 1886. Ironicamente, hoje é freqüentemente considerado como um dos impressionistas.

Já no início da década de 1870 Degas apresentava problemas com sua visão, e nos anos 1880 ela se deteriorava alarmantemente. Mas ele continuou a trabalhar muito, embora cada vez mais com o pastel, meio menos desgastante fisicamente. Encontrou uma variedade não-imaginada de efeitos de cores e texturas, e seus trabalhos feitos com pastel são tão reconhecidos quanto suas pinturas a óleo.

Isto também é verdadeiro para as esculturas de Degas: traduziu as bailarinas e os nus que tão freqüentemente desenhou para estatuetas lindamente modeladas.

Edgar Degas sempre foi uma personalidade amarga, de humor cruel, distante e com consciência de classe social. Embora tivesse um dom para a amizade com umas poucas felizardas, nunca se casou. Na década de 1890 tornou-se cada vez mais ranzinza e isolado, mas foi capaz de trabalhar até cerca de 1912.

Seus últimos anos foram patéticos: passou muito de seu tempo vagando pelas ruas de Paris, famoso, mas indiferente à sua fama e quase alheio à Guerra Mundial que assolava o norte.

Edgar Degas morreu em 27 de setembro de 1917.

Edgar Degas – Pintura

Edgar Degas
Edgar Degas

Buscando uma explicação à minha incondicional admiração pôr Degas, tenho que considerar que tal admiração se deve ao fato de que Edgar Degas tenha me dado a possibilidade, através do estudo das suas obras, de conjugar as duas grandes paixões da minha vida: a pintura e a fotografia.

Os cortes audaciosos das suas pinturas, os ângulos inovadores de pontos de vista, o movimento instantâneo de seus sujeitos, são tão intrínsecos de “fotografia”, para não estimular profundamente o meu duplo interesse de fotógrafo e pintor.

E a este meu grande Ídolo quis dedicar uma “Galeria” no meu Web Site OCAIW.

Motivos de espaço me impuseram uma sofrida exclusão de muitas de suas obras importantes. Mesmo dando preferencia àquelas inéditas na Web, considerei necessário, no entanto, inserir também algumas, ainda que existentes em outras galerias virtuais, são fundamentais aos fins de uma compreensão unitária da Obra de Degas.

O Homem

Os contemporâneos de Edgar Degas não foram muito indulgentes em seu confronto, considerando-o como, no mínimo, um homem ” extravagante ” e “bizarro”. Na verdade Degas não fazia nenhum esforço para conquistar a simpatia de estranhos e, menos ainda, dos críticos de Arte.

Desde jovem demonstrou ter um caráter difícil: era temperamental, irrequieto e inseguro. O seu olhar, como constatamos em seus auto-retratos juvenis, era triste e melancólico. A morte prematura de sua mãe, quando ele tinha apenas treze anos, assim como a severa educação familiar, contribuíram, certamente em modo não muito positivo, à formação de sua personalidade.

Pôr outro lado, ao que diz respeito ao seu caráter, até mesmo Edgar Degas admitia: “Era ou parecia duro com todos, pôr uma espécie de impulso à brutalidade que me vinha da incredulidade e mau humor. Me sentia tão inferior, tão frágil, tão incapaz, enquanto me parecia que os meus cálculos artísticos fossem tão precisos. Era mau humorado com todos e até comigo mesmo”.

Degas era um solitário, mesmo se às vezes se queixava.

Vivia quase todo o tempo fechado em seu estúdio, totalmente envolvido com seu trabalho e com as suas experiências com as mais diferentes técnicas de pintura.

As únicas diversões que se concedia era freqüentar o teatro e alguns amigos mais íntimos como: Manet, Moreau, Paul Valpinçon, Boldini, os Rouart e os Halevy.

O seu relacionamento com as mulheres foi de simples tolerância; o que é estranho, porém, para um homem que das mulheres, pôr uma vida inteira, estudou os movimentos, as atitudes, com minuciosa, quase obsessiva atenção. Das mulheres, dizia aos amigos, que faziam elas muito bem em se interessar à banalidade da moda, porque ao contrário, na falta de tal interesse, renderiam mais difícil a vida dos homens.

A gradual perda da visão, pôr volta de seus sessenta anos, e os graves problemas econômicos, devidos a especulações financeiras erradas feitas pôr seu irmão Achille, o tornaram ainda mais fechado e solitário.

O Artista

Edgar Degas
Prima Ballerina – Edgar Degas

Edgar Degas é universalmente reconhecido como o grande Mestre das figuras em movimento, um hábil desenhista e um grande inovador na arte do retrato. As suas obras são hoje celebradas, também, pela inigualável técnica e originalidade das composições.

Embora alguns críticos da época tivessem reconhecido bem cedo as qualidades artísticas daquele jovem “bizarro”, o verdadeiro sucesso ele só obteve nos últimos anos de sua vida, mas a consagração veio depois de sua morte.

Este reconhecimento tardio se deve principalmente ao fato de que Degas, arredio como era, expôs pouquíssimo a sua obra. Basta pensar que a única exposição individual foi realizada em 1893, quando ele tinha quase sessenta anos, onde ele apresentou umas trinta paisagens em pastel. Entre 1865 e 1870 expôs um ou dois quadros em cada ano no “Salon” e também participou a sete das oitos exposições feitas pelo grupo dos impressionistas.

A produção artística de Edgar Degas foi intensa, muitos de seus trabalhos restaram inacabados e são inúmeros os desenhos, rascunhos e esboços que ele fazia ao vivo, para depois realizar em seu estúdio a versão definitiva.

Desde jovem, freqüentando o Louvre e os grandes museus, especialmente os italianos, Degas foi atraído pelas obras de Poussin, Velasquez, Goya, David, Ingres, do qual último foi sempre um fervoroso admirador, assim como dos Quatrocentistas italianos.

Embora sendo enquadrado entre os impressionistas, Degas não pode ser considerado um impressionista, enquanto percorre uma estrada totalmente diversa do novo grupo. O que ele havia em comum com o movimento era o desejo de renovar a expressão artística em direção ao modernismo. Ao contrário dos demais impressionistas, Degas nunca quis destacar-se totalmente do passado e o seu empenho artístico foi sempre voltado para conciliar o “velho” e o “novo” .

Famosa a tal propósito é a sua frase: “Ah! Giotto! Deixe-me ver Paris, e tu, Paris, deixe-me ver Giotto”

Edgar Degas amava se auto definir um “realista”, tanto é que em ocasião da oitava exposição dos impressionistas, realizada em 1886, ele pretendeu que a mesma fosse apresentada como uma “exposição de um grupo de artistas independentes, realistas e impressionistas”.

Mas vejamos de acompanhar o percurso artístico de Degas na sua evolução. Aos dezenove anos é aluno de Barrias e freqüenta assiduamente o Louvre e o “Cabinet des Estampes” da “Bibliothéque Nationale”, copiando as obras dos grandes mestres do passado. Porém a freqüência de Degas ao estúdio de Barrias foi pôr pouco tempo, então foi discípulo de Louis Lamothe, que, pôr sua vez, tinha sido aluno de Ingres. E foi através do próprio Lamothe que Degas conheceu Ingres, se tornando um seu admirador fervoroso. Pela influencia, ainda que indireta, que Ingres exerceu sobre ele, Degas foi sempre um convicto defensor de que o desenho, com “linhas amplas e contínuas”, deve ser a base de toda composição artística.

Porém o fascínio que exercitaram sobre ele seja Ingres, assim como outros grandes Mestres do passado, não impediram a Degas de buscar, com obstinado empenho, um novo caminho.

O mundo flui, se renova e ele é atraído pôr esta nova realidade. Desde os seus primeiros retratos se nota a presença do relacionamento entre “passado” e “presente”, que o acompanhará pôr toda a sua atividade futura.

Ao contrário dos Impressionistas, Edgar Degas não amava trabalhar “en plein air”, preferindo decididamente a luz artificial de ambientes internos, que lhe dava uma maior liberdade e a possibilidade de manipular os sujeitos e modificar a pose como bem entendia, na qual nada, segundo ele mesmo dizia, deveria ser deixado ao acaso. Até os sujeitos ao externo, como as corridas de cavalos, os jóqueis, as cenas de caça e, também, as paisagens, mesmo sendo estudados no local nos mínimos detalhes mediante rascunhos e esboços, eram mais tarde reelaborados em seu estúdio.

Falamos que Degas se considerava um “realista”, mas este seu contato com a realidade é bastante frio, estudado e meditado.

Enquanto Manet adorava trabalhar seguindo o seu instinto, reproduzia tudo o que via, como ele mesmo dizia, Degas, ao contrário, colocando sempre em discussão o seu trabalho, dizia sempre: “Eu não sei nada a respeito da inspiração, da espontaneidade, do temperamento, o que eu faço é resultado da reflexão e do estudar os grandes Mestres”.

Parece estranho que ele, que na sua vida inteira não teve algum relacionamento, que tivesse sido importante, com alguma mulher, tenha escolhido próprio as mulheres como um dos temas principais da sua obra. Mas a “mulher” vista pôr Degas, as suas “bailarinas”, as suas “mulheres tomando banho”, as suas “passadeiras”, as suas “lavadeiras”, são figuras femininas nada exaltadas, nem um pouco românticas, são apenas objetos de escrupuloso, quase obsessivo, estudo de seus movimentos profissionais ou das suas mais íntimas atividades quotidianas.

As “bailarinas e as “mulheres tomando banho” parecem trabalhos feitos em seqüência cinematográfica, fascinantes pôr seus cortes totalmente inovadores , pelas empaginações descentradas, pelas angulações incomuns: evidente, em tal sentido, a influência do “orientalismo”, naquela época em grande moda, e das estampas japonesas, das quais Degas era um apaixonado colecionador. Porém Degas se distingue também, pelo delicado traçado de seu desenho, assim como pela magistral interpretação da luz.

Edgar Degas não quer nos surpreender ou impressionar: a sua é uma narrativa sem trama. A situação que ele nos mostra , seja esta a evolução da bailarina ou o gesto da passadeira que aperta o ferro sobre a roupa, é pôr si só, e simplesmente, o momento estético fixado na tela, a sua representação harmônica.

Mas quanto trabalho, quantas provas para representar aquilo que parece ser um simples gesto represo em uma fortunada visão instantânea!

Degas, a tal propósito, anotou: “É preciso refazer dez vezes, cem vezes o mesmo sujeito. Nada na arte deve parecer casual, nem mesmo o movimento”.

Antes de percorrermos juntos os mais importantes dados cronológicos da vida e obra de Degas, encerro estas anotações sobre Degas Artista, transcrevendo alguns juízos críticos de seus contemporâneos.

“Até este momento é a pessoa que melhor vi representar, na tradução da vida moderna, a alma desta vida”(E. de Goncourt, Journal, 13 de fevereiro de 1874)

Em 1876, Edmond Duranty, em ocasião da segunda exposição dos impressionistas, escreveu sobre Degas: “Assim a série das novas idéias se formou principalmente na mente de um desenhista, um dos nossos, um daqueles que expõem nestas salas, um homem dotado do mais raro talento e da mais rara inteligência. Diversas pessoas se aproveitaram de suas concepções e do seu desinteresse artístico, e é tempo que se faça justiça e se conheça a fonte que tantos pintores desfrutaram, pintores que jamais admitiriam revelá-la; faço votos de que este artista continue a exercitar as suas faculdades prodigiosas, como filantrópico da arte, não como um homem de negócios como tantos outros”.

G. Rivière, em 1877, em ocasião da terceira exposição dos impressionistas, assim escreveu sobre a obra de Degas: “Não procura nos fazer acreditar em uma candura que não possui; ao contrário, a sua sabedoria prodigiosa se impõe onde quer que seja; a sua habilidade , tão atraente e peculiar, dispõe os personagens no modo mais imprevisível e prazeroso, permanecendo sempre verdadeiro e natural”.

E, se referindo sempre a Degas, continua: “É um observador; nunca busca exagerações; o efeito é conseguido sempre através da própria realidade, sem que seja forçada. Isto faz dele o histórico mais precioso das cenas que apresenta.”

E, a propósito dos nus de Degas, J.K. Haysmans, em 1889, ecreveu: “…Não é mais a carne fria e lisa, sempre nua das deusas, …mas é próprio carne despida, real, viva…”

Entre as anotações do próprio Degas a respeito de seu trabalho, recordamos algumas entre as mais famosas: “Feliz de mim, que não encontrei o meu estilo, coisa que me faria muita raiva!” “A pintura não é tão difícil, quando não se sabe… mas, quando se sabe…oh! então… é tudo outra coisa.”

Em relação aos seus “nus femininos”, Degas escreveu: “… O animal humano que cuida de si mesmo, uma gata que se lambe. Até o momento o nu tinha sido apresentado em poses que pressupunham um público; as minhas mulheres, ao contrário, são pessoas simples, honestas, que não se preocupam de outras coisas além do próprio cuidado com o corpo”.

Enfim, em relação à Arte, Edgar Degas escreveu: “A arte é o vício: não se a esposa legitimamente, mas a violenta!”

Edgar Degas – Artista

Pintor francês. Filho de um banqueiro, cursou de Direito.

Estuda pintura em diversas academias e é discípulo de Ingres. Passa temporadas em Itália e é um dos primeiros organizadores da exposições impressionistas. Influenciado por Ingres e pelos seus seguidores, Edgar Degas não compartilha com os impressionistas a abolição das linhas. Pinta com especial afeto as bailarinas, tema que lhe permite estudar detidamente a anatomia e as atitudes do corpo, o equilíbrio das massas, o momento fugaz captado num gesto, a iluminação do lugar. É um tema que se repete em grande quantidade de óleos e pastéis.

Pinta também cenas da vida quotidiana de Paris, como O Absinto (Num Café), Nus de Mulheres Secando-se ou As Engomadeiras.

Os surpreendentes ângulos de visão que adopta estão relacionados com o seu interesse pela fotografia, cujos enquadramentos e cujo imediatismo estuda com interesse. Além disso, Degas é, como a maioria dos impressionistas, um apaixonado pelas estampas japonesas. Os pintores viam nestas estampas síntese expressiva, captação da fugacidade e uma procura de pontos de vista insólitos.

Edgar Degas
Edgar Degas – Auto Retrato – Museu D’Orsay – Paris

A idéia é de uma fotografia tirada apressadamente, transmitindo um certo movimento e sugerindo a continuidade da cena para além dos limites do quadro. Quase nunca o tema principal está enquadrado de uma maneira centralizada e os objetos periféricos são muitas vezes cortados como se o fotógrafo não tivesse tido tempo para preparar o flagrante. O ponto de vista fica normalmente mais elevado que o quadro e a cena escolhida deixa transparecer uma certa desarrumação proposital. Influência da arte fotográfica, que naquela época já assumia importância? Certamente. Assim são os quadros de Edgar Degas, esse pintor controverso nascido em Paris, no ano de 1834, filho de uma rica família de banqueiros.

No entanto, é um engano pensar, por conta dessa atmosfera de flagrante fotográfico, que o artista fazia as coisas espontaneamente. O trabalho de Degas é extremamente elaborado e essas pinturas imitando um instantâneo eram produzidas em atelier, a partir de inúmeros e detalhados esboços, fruto de uma idéia bem planejada e realizada com toda a cautela. A espontaneidade, de fato, não existia. Dono de invejável técnica e capacidade de detalhamento, o artista escolhia temas que pintava repetitivamente até a exaustão, freqüentemente durante longo tempo. Apesar disso, suas pinturas não transmitem a idéia de repetição e não são parecidas umas com as outras. Jóqueis com os seus cavalos, aulas de dança, cenas de Paris, orquestras em exercício, são temas repetitivos na obra de Degas, mas repletos de originalidade.

Nem sempre foi assim. No princípio o objetivo do artista era aparecer para o grande público da maneira mais convencional e isso significava, na época da França do século XIX, fazer exposições no Salão Oficial de Paris, que ditava as normas e o sucesso da arte naquele tempo. O pintor era, portanto, extremamente convencional, dedicando-se a quadros épicos ou retratos, primando pelo detalhamento e pela técnica. Esse era o caminho mais clássico e foi ele que Edgar Degas resolveu trilhar, mas na medida em que foi conquistando seu espaço, foi também tornando-se mais independente, menos clássico e mais inovador. Mesmo repetindo temas insistentemente, Degas é sempre original e sempre diferente em seus trabalhos. Sem problemas financeiros a lhe afligir ou impor comportamentos, foi livre para exercer a sua arte da forma como desejou.

Seria fácil imaginar um indivíduo alegre e satisfeito, com todas essas facilidades e sucesso, mas Degas não foi assim. Era extremamente introspectivo, muito ciente de sua classe social, pouco afável e ranzinza. Esses traços de personalidade foram sendo apurados com o passar dos anos e o pintor morreu com pouquíssimos amigos, meio alheio ao que lhe acontecia ao redor, incluindo nisso o desenrolar da I Grande Guerra, que acontecia na época de sua morte em 1917. Apesar de haver tido algum envolvimento com algumas mulheres, jamais casou e não se sabe de grandes amores. Foi amigo de Edouard Manet e também seu rival como artista, mas essa não foi uma daquelas amizades marcantes e fortes, como aconteceu com van Gogh e Paul Gauguin.

Edgar Degas foi especialmente insistente na pintura de bailarinas e salas de dança. Isso acabou por lhe trazer uma forte compreensão do equilíbrio e da anatomia do corpo humano. Exercitou esse tema em óleo sobre tela e em pasteis, sempre atento ao jogo de luzes e sombras e ao gesto sutil, ao movimento em pleno desenvolvimento, mas com perfeito equilíbrio das massas. Uma coisa interessante é que o artista não era um impressionista e discordava das técnicas impressionistas, mas mesmo assim ajudou na organização de exposições impressionistas e é freqüentemente citado como um deles. Claro que em arte as coisas se misturam e não há uma linha muito definida entre os diversos movimentos. Como na vida.

Apesar da influência recebida da arte fotográfica, em plena ascensão naquele tempo, Degas discordava do abandono do traço pelo ponto e negava veementemente ser um impressionista, mas envolvia-se com eles. A pintura ao ar livre não lhe atraia. Fazia esboços detalhados e produzia na luz artificial do atelier. Rico, teve uma educação esmerada e fez o curso de direito sem concluí-lo, logo depois ingressando na escola de belas artes. Foi para a Itália desenvolver e aprimorar a sua técnica, mas rapidamente voltou para Paris. Seus trabalhos usam o óleo sobre tela e o pastel sobre papel. Degas fez também esculturas com o mesmo grau de maestria que atingiu como pintor, mas é menos conhecido por esse aspecto, embora igualmente respeitado.

Até 1912, aproximadamente, continuou ainda produzindo; mas já alheio ao mundo ao seu redor, Degas usou somente o pastel. Quase cego, não conseguia mais pintar com tinta óleo. Na verdade, sua visão começou a diminuir já por volta dos 40 anos e foi degradando-se rapidamente. Passou então a priorizar o uso de pastéis que exigiam menos dele, fisicamente, tendo conseguido técnicas especiais para o uso desse material e seus trabalhos em pasteis são tão respeitados como os produzidos em óleo sobre tela, um meio mais clássico e aceito. Os últimos 5 anos de vida o pintor passou a viver deslocado da realidade, vagando por uma Paris ameaçada por uma guerra, da qual ele praticamente não teve consciência. Isolado, introvertido, mal humorado, morreu em 1917 em uma atmosfera de solidão e tristeza. Realmente, quem planta, colhe. E colhe, de fato, aquilo que plantou.

Degas vem de Edgar de Gás, seu verdadeiro nome de nascença… Como freqüentemente acontece, personalidades agressivas e desagradáveis produzem trabalhos harmoniosos e belos, que nos trazem deleite e satisfação. Gênios, muitas vezes são insuportáveis, embora nos deixem um legado que justificam amplamente a vida deles. Degas, van Gogh, e muitos outros, do passado e do presente, demonstram uma completa impossibilidade de uma convivência agradável e amorosa, mas os seus trabalhos estão espalhados pelos mais famosos museus de todo o mundo. Temos, para com eles, essa dívida de gratidão.

Fonte: www.biography.com/www.ocaiw.com/www.pintoresfamosos.com.br

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