Jean Piaget

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Nascimento: 09 de agosto de 1896, Neuchâtel, Suíça.

Morte: 17 de setembro de 1980, Genebra, Suíça

Jean Piaget
Jean Piaget

Estudioso do século 20 Jean Piaget criou teorias altamente influentes sobre os estágios de desenvolvimento mental entre as crianças, tornando-se uma figura de destaque nos campos da teoria cognitiva e psicologia do desenvolvimento.

Jean Piaget nasceu em 9 de Agosto de 1896, em Neuchâtel, Suíça, tornando-se um especialista no estudo dos moluscos por seus anos de adolescência.

Ao longo de sua carreira mais tarde na psicologia infantil, identificou quatro estágios de desenvolvimento mental que pode ser constatado viagens dos jovens de identificação de objeto de base para o pensamento altamente abstrato.

Jean Piaget morreu de causas desconhecidas em 16 de Setembro de 1980, em Genebra, Suíça. Ele tinha 84 anos. Seu corpo repousa no Cemitério des Plainpalais.

Jean Piaget – Psicólogo e Filósofo

Jean Piaget

Jean Piaget foi um psicólogo e filósofo suíço mais conhecido por seu trabalho sobre o desenvolvimento cognitivo em crianças.

Ele identificou o seu campo de estudo como “epistemologia genética”, uma teoria que combina desenvolvimento cognitivo com vista epistemológico.

Epistemologia é um ramo da filosofia que trata da natureza, origem, extensão e limites do conhecimento humano.

O que Piaget estudou foi o impacto da genética sobre o processo epistemológico.

Uma criança inteligente, com uma mente curiosa, a inclinação de Jean Piaget para a investigação científica foi evidente desde a sua infância, quando ele começou a pesquisar em um pardal albino quando ele tinha apenas 11 anos de idade.

Seus interesses, mais tarde, foram dirigidas a psicanálise e ele ajudou Alfred Binet, o desenvolvedor de testes de inteligência Binet na marcação dos testes.

Durante esse tempo, ele ficou interessado no processo de desenvolvimento cognitivo em crianças pequenas que diferiam consideravelmente formar os processos cognitivos de crianças mais velhas e adultos, e isso o motivou a estudar o desenvolvimento de processos de raciocínio em crianças.

Ele considerou a educação como uma ferramenta muito importante de transmissão de conhecimento e acredita que só a educação tem o poder de salvar sociedades futuras de possível colapso.

Ele fundou o Centro Internacional de Epistemologia Genética em Genebra e serviu como seu diretor até sua morte.

Jean Piaget – Psicologia

Jean Piaget
Jean Piaget

Especialista em psicologia evolutiva e epistemologia genética, filósofo e educador, Jean Piaget nasceu em Neuchâtel, Suíça, em 09 de agosto de 1886, e morreu em Genebra a 16 de setembro de 1980.

Desde criança interessou-se por mecânica, fósseis e zoologia. Enquanto terminava seus estudos secundários, trabalhou como assistente voluntário do Laboratório do Museu de História Natural, de Neuchâtel, sob a direção de Paul Godet, especialista em malacologia.

Com a morte de Godet, em 1911, continuou trabalhando no laboratório e escreveu vários trabalhos, alguns publicados pelo Museu de História Natural de Genebra, na Lamarck Collection e na Revue Suisse de Zoologie.

Ao lado da formação científica em biologia, sentiu-se igualmente atraído pelo que chamou de ” demônio da filosofia”. Através de seu padrinho, Samuel Cornut, tomou conhecimento da obra de Henri Bergson, especialmente com L’Evolution créatrice (1905), da qual recebeu profunda influência. A filosofia bergsoniana permitiu-lhe imprimir nova direção em sua formação teórica, conciliando sua formação científica com suas disposições especulativas.

Licenciou-se em 1915, dedicando-se depois à leitura de Immanuel Kant, Herbert Spencer, Auguste Comte e, na área de psicologia, de William James, Theodore Ribot e Pierre Janet. Por outro lado, sua formação lógica deveu-se a Arnold Reymond. Nessa época, escreveu ” Esboço de um neopragmatismo” (1916) e, entre 1913 e 1915 tomou contato com os trabalhos de Max Wertheimer e Wolfang Kohler, da escola gestaltista de Berlin.

Registrando-se na divisão de ciência da Universidade de Neuchâtel, dela recebeu o título de Doutor em Ciências (1918), seguindo depois para Zurique, onde estudou nos laboratórios de psicologia de G.F.Lipps e estagiou na clínica psiquiátrica de E. Bleuler. Foi nesse período que tomou contato com as obras de S. Freud e C. Jung.

Em 1919 ingressou na Sorbonne, onde estudou psicopatologia com Henri Piéron e Henri Delacroix. Simultaneamente, estagiou no hospital psiquiátrico de Saint’ Anne e estudou lógica com André Lalande e Lén Brunschvicg. Recomendado por Theodore Simon para trabalhar no laboratório de psicologia experimental de Alfred Binet, fez pesquisas com o teste de Burt em crianças parisienses e crianças deficientes mentais no hospital da Salpatriere, onde pesquisou a formação do número na criança, em colaboração com A. Szeminska.

Em 1923, assumiu a direção do Instituto Jean Jacques Rousseau, de Genebra, passando a estudar, sistemáticamente, a inteligência. Desde 1921, lecionou em várias universidades da Europa, além de proferir conferências nos USA, recebendo ali o título de doutor honoris causa. Também recebeu esse título da Universidade de Paris, onde lecionou.

Esteve no Rio de Janeiro em 1949, como professor-conferencista, recebendo da Universidade do Brasil (hoje UFRJ) o título de doutor honoris causa. Em 1955, com o auxílio financeiro da Fundação Rockfeller, fundou em Genebra o Centro Internacional de Epistemologia Genética.

Jean Piaget foi o responsável por uma das maiores contribuições no campo da psicologia científica contemporânea, na área específica do comportamento cognitivo. As aplicações de sua teoria do desenvolvimento encontram-se muito difundidas, no campo pedagógico e na explicação da evolução da conduta cognitiva.

Sua teoria pode ser classificada em duas áreas principais: a que procura explicar a formação da estrutura cognitiva, tema central em sua psicologia evolutiva, e a que se desenvolve em torno da epistemologia genética.

Jean Piaget – Vida

Jean Piaget
Jean Piaget

O psicólogo suíço e educador Jean Piaget é famoso por suas teorias de aprendizagem baseada em diferentes fases do desenvolvimento da inteligência infantil.

Ao lado de Freud, Jean Piaget ocupa lugar de destaque na Psicologia graças ao papel determinante que ocupou em desvendar a relação entre o homem e o conhecimento

Jean Piaget nasceu em Neuchâtel e morreu em Genebra, na Suíça, com 83 anos.

Foi biólogo e psicólogo com enorme produção na área de Educação, professor de Psicologia na Universidade de Genebra de 1929 a 1954, conhecido principalmente por organizar o desenvolvimento cognitivo em uma série de estágios. Desenvolveu trabalhos no Laboratório de Alfred Binet, em Paris, investigando o desenvolvimento intelectual da criança a partir de testes elaborados por ele. É este traballho que o motivou a desenvolver as suas pesquisas na área da Psicologia do Desenvolvimento.

Com 27 anos, escreveu o seu primeiro livro de Psicologia: A Linguagem e o Pensamento na Criança.

Em 1925, ocupou o cargo de professor de Filosofia em sua cidade natal. Na década de 50, fundou, congregando investigadores de vários ramos do saber, o Centro Internacional de Epistemologia Genética da Faculdade de Ciências da Universidade de Genebra, de onde saíram importantes obras de Psicologia Cognitiva. Lecionou a disciplina de Psicologia da Criança, a partir de 1952, na Sorbonne, Paris. Durante esse período, cerca de onze anos, desenvolveu trabalhos sobre a inteligência com o grupo de investigadores da Escola de Binet e Simon, autores do primeiro teste de inteligência para crianças.

Piaget escreveu mais de 100 livros e artigos, alguns dos quais contaram com a colaboração de Barbel Inhelder.

Entre eles, destacam-se: Seis Estudos de Psicologia; A construção do Real na Criança; A Epistemologia Genética; O Desenvolvimento da Noção de Tempo na Criança; Da Lógica da Criança à Lógica do Adolescente; A Equilibração das Estruturas Cognitivas.

Psicólogo revolucionou a Educação

Há tempos que Psicologia e Educação andam juntas. Afinal, para compreender os processos de ensino e aprendizagem no indivíduo é necessário acompanhar o meio em que está inserido e as influências que ele exerce. Estes são antigos paradigmas que, até a chegada de Piaget, serviam como referência para entender os mecanismos da Educação. Mas, por que até Piaget? Pelo simples fato de que, no início do século XX, com uma teoria até então revolucionária, ele identificou que a constituição do conhecimento do sujeito não dependia apenas da ação do meio ou de sua herança genética, mas também de sua própria ação.

Em outras palavras, a teoria de Piaget mostra que o sujeito inativo e submisso não é “ator” e, neste caso, a estimulação de um professor por si só, por exemplo, não produz nada. Além disso, mostrou que a herança genética tampouco é transformadora sem a ação do próprio indivíduo em questão. Embora possa parecer grego, são idéias do suíço que, há muito tempo, pregava a, hoje, difusa idéia de que o indivíduo deve atuar como sujeito de seu conhecimento.

Teoria de Piaget

A construção do conhecimento ocorre quando acontecem ações físicas ou mentais sobre objetos que, provocando o desequilíbrio, resultam em assimilação ou acomodação e assimilação dessas ações e, assim, em construção de esquemas ou conhecimento. Isto é, uma vez que a criança não consegue assimilar o estímulo, ela tenta fazer uma acomodação e, após isso, uma assimilação. Desta forma, o equilíbrio é, então, alcançado.

A forma de raciocinar e de aprender da criança passa por estágios. Por volta dos dois anos, ela evolui do estágio sensório-motor – em que a ação envolve os órgãos sensoriais e os reflexos neurológicos básicos, e o pensamento se dá somente sobre as coisas presentes na ação que desenvolve – para o pré-operatório.

Uma nova progressão ocorre por volta dos sete anos, quando ela passa para o estágio operacional-concreto e consegue refletir sobre o inverso das coisas e dos fenômenos e, para concluir um raciocínio, leva em consideração as relações entre os objetos. Por fim, por volta da adolescência, chega ao estágio operacional-formal, em que pensa em coisas completamente abstratas, sem necessitar da relação direta com o concreto.

Aplicação do método piagetiano

De certa forma, Piaget cria uma nova Psicologia, cria um método que influencia na Educação. Já naquela época, ele considerava que para o conhecimento do indivíduo evoluir é necessário o estímulo, a participação, o respeito mútuo no lugar do professor como único detentor do conhecimento e responsável pela sua transmissão. “Essa linha de trabalho coloca Piaget no mesmo patamar de Freud no que diz respeito à importância de seu trabalho na Psicologia. Aquilo que Freud realizou no campo das emoções, Piaget fez no universo do conhecimento”, afirma o professor da Faculdade de Educação da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Fernando Becker. .

Apesar da teoria do conhecimento construída por Jean Piaget não ter intenção pedagógica, ofereceu aos educadores importantes princípios para orientar sua prática. Para especialistas, estas informações, quando bem utilizadas, ajudam o professor em sala de aula. “O que permanece de Piaget é a mensagem aos professores de que os conteúdos devem ser apresentados aos alunos de acordo com suas capacidades”, conclui Becker.

Jean Piaget – Biografia

Jean Piaget
Jean Piaget

Jean Piaget foi um psicólogo e filósofo conhecido por sua teoria do desenvolvimento cognitivo.

Jean Piaget nasceu em Neuchâtel, Suiça no dia 9 de agosto de 1896 e faleceu em Genebra em 17 de setembro de 1980. Estudou a evolução do pensamento até a adolescência, procurando entender os mecanismos mentais que o indivíduo utiliza para captar o mundo. Como epistemólogo, investigou o processo de construção do conhecimento, sendo que nos últimos anos de sua vida centrou seus estudos no pensamento lógico-matemático.

Sua Vida

Piaget foi um menino prodígio. Interessou-se por história natural ainda em sua infância. Aos 11 anos de idade, publicou seu primeiro trabalho sobre a observação de um pardal albino. Esse breve estudo é considerado o inicio de sua brilhante carreira cientifica.

Aos sábados, Piaget trabalhava gratuitamente no Museu de História Natural. Piaget freqüentou a Universidade de Neuchâtel, onde estudou biologia e filosofia. E recebeu seu doutorado em biologia em 1918, aos 22 anos de idade. Após formar-se, Piaget foi para Zurich, onde trabalhou como psicólogo experimental. Lá ele freqüentou aulas lecionadas por Jung e trabalhou como psiquiatra em uma clinica. Essas experiências influenciaram-no em seu trabalho.

Ele passou a combinar a psicologia experimental – que é um estudo formal e sistemático – com métodos informais de psicologia: entrevistas, conversas e análises de pacientes.

Em 1919, Piaget mudou-se para a França onde foi convidado a trabalhar no laboratório de Alfred Binet, um famoso psicólogo infantil que desenvolveu testes de inteligência padronizados para crianças. Piaget notou que crianças francesas da mesma faixa etária cometiam erros semelhantes nesses testes e concluiu que o pensamento se desenvolve gradualmente. O ano de 1919 foi o marco em sua vida. Piaget iniciou seus estudos experimentais sobre a mente humana e começou a pesquisar também sobre o desenvolvimento das habilidades cognitivas. Seu conhecimento de biologia levou-o a enxergar o desenvolvimento cognitivo de uma criança como sendo uma evolução gradativa. Em 1921, Piaget voltou a Suíça e tornou-se diretor de estudos do Instituto J. J. Rousseau da Universidade de Genebra.

Lá ele iniciou o maior trabalho de sua vida, ao observar crianças brincando e registrar meticulosamente as palavras, ações e processos de raciocínio delas.

Em 1923, Piaget casou-se com Valentine Châtenay com quem teve 3 filhos: Jacqueline(1925), Lucienne(1927) e Laurent (1931).

As teorias de Piaget foram, em grande parte, baseadas em estudos e observações de seus filhos que ele realizou ao lado de sua esposa. Enquanto prosseguia com suas pesquisas e publicações de trabalhos, Piaget lecionou em diversas universidades européias. Registros revelam que ele foi o único suíço a ser convidado a lecionar na Universidade de Sorbonne (Paris, França), onde permaneceu de 1952 a 1963.

Até a data de seu falecimento, Piaget fundou e dirigiu o Centro Internacional para Epistemologia Genética. Ao longo de sua brilhante carreira, Piaget escreveu mais de 75 livros e centenas de trabalhos científicos.

Pensamento predominante à época

Até o início do século XX assumia-se que as crianças pensavam e raciocinavam da mesma maneira que os adultos.

A crença da maior parte das sociedades era a de que qualquer diferença entre os processos cognitivos entre crianças e adultos era sobretudo de grau: os adultos eram superiores mentalmente, do mesmo modo que eram fisicamente maiores, mas os processos cognitivos básicos eram os mesmos ao longo da vida.

Piaget, a partir da observação cuidadosa de seus próprios filhos e de muitas outras crianças, concluiu que em muitas questões cruciais as crianças não pensam como os adultos. Por ainda lhes faltarem certas habilidades, a maneira de pensar é diferente, não somente em grau, como em classe.

A teoria de Piaget do desenvolvimento cognitivo é uma teoria de etapas, uma teoria que pressupõe que os seres humanos passam por uma série de mudanças ordenadas e previsíveis.

Pressupostos básicos de sua teoria

O interacionismo, a idéia de construtivismo seqüencial e os fatores que interferem no desenvolvimento.

A criança é concebida como um ser dinâmico, que a todo momento interage com a realidade, operando ativamente com objetos e pessoas.

Essa interação com o ambiente faz com que construa estrutura mentais e adquira maneiras de fazê-las funcionar.

O eixo central, portanto, é a interação organismo-meio e essa interação acontece através de dois processos simultâneos: a organização interna e a adaptação ao meio, funções exercidas pelo organismo ao longo da vida.

A adaptação, definida por Piaget, como o próprio desenvolvimento da inteligência, ocorre através da assimilação e acomodação. Os esquemas de assimilação vão se modificando, configurando os estágios de desenvolvimento.

Considera, ainda, que o processo de desenvolvimento é influenciado por fatores como: maturação (crescimento biológico dos órgãos), exercitação (funcionamento dos esquemas e órgãos que implica na formação de hábitos), aprendizagem social (aquisição de valores, linguagem, costumes e padrões culturais e sociais) e equilibração (processo de auto regulação interna do organismo, que se constitui na busca sucessiva de reequilíbrio após cada desequilíbrio sofrido).

A educação na visão Piagetiana: com base nesses pressupostos, a educação deve possibilitar à criança um desenvolvimento amplo e dinâmico desde o período sensório- motor até o operatório abstrato.

A escola deve partir dos esquemas de assimilação da criança, propondo atividades desafiadoras que provoquem desequilíbrios e reequilibrações sucessivas, promovendo a descoberta e a construção do conhecimento.

Para construir esse conhecimento, as concepções infantis combinam-se às informações advindas do meio, na medida em que o conhecimento não é concebido apenas como sendo descoberto espontaneamente pela criança, nem transmitido de forma mecânica pelo meio exterior ou pelos adultos, mas, como resultado de uma interação, na qual o sujeito é sempre um elemento ativo, que procura ativamente compreender o mundo que o cerca, e que busca resolver as interrogações que esse mundo provoca.

É aquele que aprende basicamente através de suas próprias ações sobre os objetos do mundo, e que constrói suas próprias categorias de pensamento ao mesmo tempo que organiza seu mundo. Não é um sujeito que espera que alguém que possui um conhecimento o transmita a ele por um ato de bondade.

Vamos esclarecer um pouco mais para você: quando se fala em sujeito ativo, não estamos falando de alguém que faz muitas coisas, nem ao menos de alguém que tem uma atividade observável.

O sujeito ativo de que falamos é aquele que compara, exclui, ordena, categoriza, classifica, reformula, comprova, formula hipóteses, etc… em uma ação interiorizada (pensamento) ou em ação efetiva (segundo seu grau de desenvolvimento). Alguém que esteja realizando algo materialmente, porém seguindo um modelo dado por outro, para ser copiado, não é habitualmente um sujeito intelectualmente ativo.

Principais objetivos da educação: formação de homens “criativos, inventivos e descobridores”, de pessoas críticas e ativas, e na busca constante da construção da autonomia.

Devemos lembrar que Piaget não propõe um método de ensino, mas, ao contrário, elabora uma teoria do conhecimento e desenvolve muitas investigações cujos resultados são utilizados por psicólogos e pedagogos.

Desse modo, suas pesquisas recebem diversas interpretações que se concretizam em propostas didáticas também diversas.

Implicações do pensamento piagetiano para a aprendizagem:

Os objetivos pedagógicos necessitam estar centrados no aluno, partir das atividades do aluno.
Os conteúdos não são concebidos como fins em si mesmos, mas como instrumentos que servem ao desenvolvimento evolutivo natural.
Primazia de um método que leve ao descobrimento por parte do aluno ao invés de receber passivamente através do professor.
A aprendizagem é um processo construído internamente.
A aprendizagem depende do nível de desenvolvimento do sujeito.
A aprendizagem é um processo de reorganização cognitiva.
Os conflitos cognitivos são importantes para o desenvolvimento da aprendizagem.
A interação social favorece a aprendizagem.

As experiências de aprendizagem necessitam estruturar-se de modo a privilegiarem a colaboração, a cooperação e intercâmbio de pontos de vista na busca conjunta do conhecimento.

Piaget não aponta respostas sobre o que e como ensinar, mas permite compreender como a criança e o adolescente aprendem, fornecendo um referencial para a identificação das possibilidades e limitações de crianças e adolescentes. Desta maneira, oferece ao professor uma atitude de respeito às condições intelectuais do aluno e um modo de interpretar suas condutas verbais e não verbais para poder trabalhar melhor com elas.

Autonomia para Piaget

Jean Piaget, na sua obra discute com muito cuidado a questão da autonomia e do seu desenvolvimento. Para Piaget a autonomia não está relacionada com isolamento (capacidade de aprender sozinho e respeito ao ritmo próprio – escola comportamentalista), na verdade entende Piaget que o florescer do pensamento autônomo e lógico operatório é paralelo ao surgimento da capacidade de estabelecer relações cooperativas. Quando os agrupamentos operatórios surgem com as articulações das intuições, a criança torna-se cada vez mais apta a agir cooperativamente.

No entender de Piaget ser autônomo significa estar apto a cooperativamente construir o sistema de regras morais e operatórias necessárias à manutenção de relações permeadas pelo respeito mútuo.

Jean Piaget caracterizava “Autonomia como a capacidade de coordenação de diferentes perspectivas sociais com o pressuposto do respeito recíproco”. (Kesselring T. Jean Piaget. Petrópolis: Vozes, 1993:173-189).

Para Piaget (1977), a constituição do princípio de autonomia se desenvolve juntamente com o processo de desenvolvimento da autoconsciência. No início, a inteligência está calcada em atividades motoras, centradas no próprio indivíduo, numa relação egocêntrica de si para si mesmo. É a consciência centrada no eu.

Nessa fase a criança joga consigo mesma e não precisa compartilhar com o outro. É o estado de anomia. A consciência dorme, diz Piaget, ou é o indivíduo da não consciência. No desenvolvimento e na complexificação das ações, o indivíduo reconhece a existência do outro e passa a reconhecer a necessidade de regras, de hierarquia, de autoridade. O controle está centrado no outro. O indivíduo desloca o eixo de suas relações de si para o outro, numa relação unilateral, no sentido então da heteronomia. A verdade e a decisão estão centradas no outro, no adulto. Neste caso a regra é exterior ao indivíduo e, por conseqüência, sagrada.

A consciência é tomada emprestada do outro. Toda consciência da obrigação ou do caráter necessário de uma regra supõe um sentimento de respeito à autoridade do outro. Na autonomia, as leis e as regras são opções que o sujeito faz na sua convivência social pela auto-determinação. Para Piaget, não é possível uma autonomia intelectual sem uma autonomia moral, pois ambas se sustentam no respeito mútuo, o qual, por sua vez, se sustenta no respeito a si próprio e reconhecimento do outro como ele mesmo.

A falta de consciência do eu e a consciência centrada na autoridade do outro impossibilitam a cooperação, em relação ao comum pois este não existe. A consciência centrada no outro anula a ação do indivíduo como sujeito. O indivíduo submete-se às regras, e pratica-as em função do outro. Segundo Piaget este estágio pode representar a passagem para o nível da cooperação, quando, na relação, o indivíduo se depara com condições de possibilidades de identificar o outro como ele mesmo e não como si próprio. (PIAGET, Jean. Biologia e conhecimento. Porto: Rés Editora, 1978).

“Na medida em que os indivíduos decidem com igualdade – objetivamente ou subjetivamente, pouco importa – , as pressões que exercem uns sobre os outros se tornam colaterais. E as intervenções da razão, que Bovet tão justamente observou, para explicar a autonomia adquirida pela moral, dependem, precisamente, dessa cooperação progressiva. De fato, nossos estudos têm mostrado que as normas racionais e, em particular, essa norma tão importante que é a reciprocidade, não podem se desenvolver senão na e pela cooperação. A razão tem necessidade da cooperação na medida em que ser racional consiste em ‘se’ situar para submeter o individual ao universal. O respeito mútuo aparece, portanto, como condição necessária da autonomia, sobre o seu duplo aspecto intelectual e moral.

Do ponto de vista intelectual, liberta a criança das opiniões impostas, em proveito da coerência interna e do controle recíproco. Do ponto de vista moral, substitui as normas da autoridade pela norma imanente à própria ação e à própria consciência, que é a reciprocidade na simpatia.” (Piaget, 1977:94). (PIAGET, Jean. O julgamento moral na criança. Editora Mestre Jou. São Paulo, 1977).

Como afirma Kamii, seguidora de Piaget, “A essência da autonomia é que as crianças se tornam capazes de tomar decisões por elas mesmas. Autonomia não é a mesma coisa que liberdade completa. Autonomia significa ser capaz de considerar os fatores relevantes para decidir qual deve ser o melhor caminho da ação.

Não pode haver moralidade quando alguém considera somente o seu ponto de vista. Se também consideramos o ponto de vista das outras pessoas, veremos que não somos livres para mentir, quebrar promessas ou agir irrefletidamente”(Kamii C. A criança e o número. Campinas: Papirus).

Kamii também coloca a autonomia em uma perspectiva de vida em grupo. Para ela, a autonomia significa o indivíduo ser governado por si próprio. É o contrário de heteronomia, que significa ser governado pelos outros. A autonomia significa levar em consideração os fatores relevantes para decidir agir da melhor forma para todos. Não pode haver moralidade quando se considera apenas o próprio ponto de vista.

Algumas diferenças entre Piaget e Vygotsky

Um dos pontos divergentes entre Piaget e Vygostky parece estar basicamente centrado na concepção de desenvolvimento. A teoria piagetiana considera-o em sua forma retrospectiva, isto é, o nível mental atingido determina o que o sujeito pode fazer. A teoria vygostkyana, considera-o na dimensão prospectiva, ou seja, enfatiza que o processo em formação pode ser concluído através da ajuda oferecida ao sujeito na realização de uma tarefa.

Enquanto Piaget não aceita em suas provas “ajudas externas”, por considerá-las inviáveis para detectar e possibilitar a evolução mental do sujeito, Vygotsky não só as aceita, como as considera fundamentais para o processo evolutivo.

Se em Piaget deve-se levar em conta o desenvolvimento como um limite para adequar o tipo de conteúdo de ensino a um nível evolutivo do aluno, em Vygotsky o que tem que ser estabelecido é uma seqüência que permita o progresso de forma adequada, impulsionando ao longo de novas aquisições, sem esperar a maduração “mecânica” e com isso evitando que possa pressupor dificuldades para prosperar por não gerar um desequilíbrio adequado. É desta concepção que Vygotsky afirma que a aprendizagem vai à frente do desenvolvimento.

Assim, para Vygotsky, as potencialidades do indivíduo devem ser levadas em conta durante o processo de ensino-aprendizagem. Isto porque, a partir do contato com uma pessoa mais experiente e com o quadro histórico-cultural, as potencialidades do aprendiz são transformadas em situações que ativam nele esquemas processuais cognitivos ou comportamentais, ou de que este convívio produza no indivíduo novas potencialidades, num processo dialético contínuo. Como para ele a aprendizagem impulsiona o desenvolvimento, a escola tem um papel essencial na construção desse ser; ela deveria dirigir o ensino não para etapas intelectuais já alcançadas, mas sim, para etapas ainda não alcançadas pelos alunos, funcionando como incentivadora de novas conquistas, do desenvolvimento potencial do aluno.

Fonte: www.biography.com/www.thefamouspeople.com/www.centrorefeducacional.com.br

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