Joan Miró

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Nascimento: 20 de abril de 1893, Barcelona, Espanha.

Falecimento: 25 de dezembro de 1983, Palma de Maiorca, Espanha.

Joan Miró – Vida

Joan Miró
Joan Miró

Pintor catalão Joan Miró combinou arte abstrata com fantasia surrealista para criar suas litografias, pinturas murais, tapeçarias e esculturas para espaços públicos.

Seu estilo maduro evoluiu a partir da tensão entre a sua fantasiosa, impulso poético e sua visão da dureza da vida moderna.

Ele trabalhou extensivamente em litografia e produziu muitas pinturas murais, tapeçarias e esculturas para espaços públicos.

Apesar de sua fama, Miró, um introvertido, continuou a dedicar-se exclusivamente à procura e criar.

Joan Miró nasceu em Barcelona em 1893, mas as paisagens emocionais que lhe deu forma como uma pessoa e um artista eram principalmente os de Mont-Roig, Paris, e Maiorca, e mais tarde os de Nova York e Japão.

A pequena cidade de Mont-Roig na região de Baix Camp da Catalunha foi um contraponto ao fermento intelectual de sua vida com os poetas surrealistas em 1920 Paris, e ao estímulo de descobrir expressionismo abstrato em Nova York nos anos quarenta.

Algum tempo depois, no meio da Segunda Guerra Mundial, Joan Miró voltou do exílio na França e estabeleceu-se em Palma de Mallorca, que se tornou seu refúgio e local de trabalho e onde seu amigo Josep Lluís Sert projetou o estúdio dos seus sonhos.

A fixação de Miró para a paisagem do Mont-Roig primeiro e depois Maiorca foi fundamental em seu trabalho.

Sua ligação com a terra e seu interesse em objetos do cotidiano e no ambiente natural serviu de cenário para um pouco de sua investigação técnica e formal.

Miró evitado academicismo em sua busca constante por uma arte pura, global que não puderam ser classificadas sob qualquer movimento específico.

Auto-suficiente em suas formas e expressões públicas, é através da arte que Joan Miró mostrou a sua rebeldia e uma forte sensibilidade para os acontecimentos políticos e sociais ao seu redor.

Estas forças conflitantes levou-o a criar uma linguagem única e extremamente pessoal que faz dele um dos artistas mais influentes do século 20.

Joan Miró – Biografia

Joan Miró
Joan Miró

Joan Miró nasceu em Barcelona, na Espanha, em 20 de abril de 1893.

Apesar da insistência do pai em vê-lo graduado, não completou os estudos.

Freqüentou uma escola comercial e trabalhou num escritório por dois anos até sofrer um esgotamento nervoso.

Em 1912, seus pais finalmente consentiram que ingressasse numa escola de arte em Barcelona.

Estudou com Francisco Galí, que o apresentou às escolas de arte moderna de Paris, transmitiu-lhe sua paixão pelos afrescos de influência bizantina das igrejas da Catalunha e o introduziu à fantástica arquitetura de Antonio Gaudí.

Miró trazia intuitivamente a visão despojada de preconceitos que os artistas das escolas fauvista e cubista buscavam, mediante a destruição dos valores tradicionais. Em sua pintura e desenhos, tentou criar meios de expressão metafórica, ou seja, descobrir signos que representassem conceitos da natureza num sentido poético e transcendental. Nesse aspecto, tinha muito em comum com dadaístas e surrealistas.

As tapeçarias que realizou em 1934 despertaram seu interesse pela arte monumental e mural. Estava em Paris no fim da década, quando eclodiu a guerra civil espanhola, cujos horrores influenciaram sua produção artística desse período.

Em 1954, ganhou o prêmio de gravura da Bienal de Veneza e, quatro anos mais tarde, o mural que realizou para o edifício da UNESCO em Paris ganhou o Prêmio Internacional da Fundação Guggenheim. Em 1963, o Museu Nacional de Arte Moderna de Paris realizou uma exposição de toda a sua obra.

Contemporâneo do fauvismo e do cubismo, Miró criou sua própria linguagem artística e procurou retratar a natureza como o faria o homem primitivo ou uma criança, que tivesse, no entanto, a inteligência de um homem maduro do Século 20.

Joan Miró morreu em Palma de Maiorca, Espanha, em 25 de dezembro de 1983.

Cronologia

1893 – 20/4

Nasceu Joan Miró, em Barcelona. Desde os 7 anos de idade, Miró desenhava retratos e naturezas-mortas, mas tanto Dolores (mãe) quanto Miguel (pai ), viviam reprimindo suas ambições artísticas.

Joan Miró

Com roupa de primeira comunhão, Miró já aparenta aqui a timidez que o caracterizaria pelo resto da vida.

Tinha uns 7 anos, época em que começou a desenhar para fugir dos deveres escolares.

1910: Trabalha como guarda-livros de uma farmácia local a mando do pai. A monotonia do trabalho levou-o a uma depressão nervosa, agravada por um ataque de febre tifóide. Desesperados, os pais o enviaram para a sua fazenda perto de Montroig.

1911: Decide ser pintor, consegue a autorização paterna. Começou na escola do artista liberal Francisco Galí e em companhia de novos e boêmios companheiros, Miró começou a frequentar os cafés e clubes noturnos, porém sem partilhar deste estilo de vida.

1919:

Visita Paris e conhece Picasso. Nos anos seguintes , passa os invernos em Paris e o resto do ano em Montroig ( região montanhosa ) trabalhando. Participava das reuniões de artistas e pensadores da vanguarda surrealista, o que o levou a abandonar a pintura da realidade cotidiana. Confiava mais no imaginário e nas sensações alucinatórias que experimentava, quando passava fome.

Não se drogava. Mas, mantinha suas telas longe de olhares curiosos de seus amigos.

Certa noite, Ernst e mais outros companheiros bêbados arrombaram seu estúdio para vasculhar as telas. Amarraram-no e começaram a enforcá-lo. Miró fugiu e desapareceu por 3 dias.Mesmo assim isto não abalou a amizade deles.

1928: Vai à Holanda para conhecer os interiores burgueses pintados pelos holandeses do sec. XVII e na volta trouxe postais. Miró fez uma série de releituras a partir destes postais. Depois fez pesquisas com colagens com restos retirados de latas de lixo.

1929: Com 36 anos – casou-se com Pilar Juncosa e 2 anos após nascia sua filha Dolores.

1936: Começou a Guerra Civil na Espanha e voltou para Paris. Fez cartazes contra o regime e a favor do Governo Republicano. Eclodiu a 2ª guerra e Paris não era mais segura. Buscou um refúgio temporário na Normandia. Fugiu outra vez para Espanha. Neste período já era famoso nos Estados Unidos, visitou Nova York e quando retorna a Paris em 1948, foi recebido como herói.

1956: Constrói um enorme estúdio em Calamayor.

1964: Foi criada em sua homenagem, a Fundação Maeght, em Saint – Paul – de-Vence.

1970: Executa mural em cerâmica para o Aeroporto de Barcelona

1983: 25/12 – falece.

Joan Miró – Obra

A obra de Miró é vasta.

Só na Fundação Miró, existem cerca de 10.000 peças sendo: 217 pinturas, 156 esculturas, 9 texturas, 4 cerâmicas.

A obra gráfica, da Fundação, reune cerca de 7.000 desenhos e anotações.

As obras podem ser classificadas de acordo com a época: O início (1893-1922); Periodo Surrealista (1923-1929); Tempo da Revolta (1930-1941) e Plenitude (1942-1983).

Joan Miró
Inicio (1893-1922)

Joan Miró
Surrealismo (1923-1929)

Joan Miró
Tempos de Revolta(1930-1941)

A partir de 1967, Juan Miró introduz a cor na escultura. Assim, nas esculturas de bronze pintadas, o metal fica dissimulado debaixo de uma capa colorida. O que também impressiona na obra de Miró é a forma tridimensional que confere. A cor marca uma diferença entre cada componente da peça e o ponto de vista frontal impõe se aos demais.

Em 1972, com a colaboração de Josep Royo, Miró faz as primeiras obras em: têxteis, colagens e tapeçaria.

Anos mais tarde é encarregado par fazer tapetes monumentais para Nova Iorque e Washington, projetando um outro para a Fundação Miró.

Miró é classificado entre os surrealistas mas a sua linguagem parece dotada de uma simplicidade mais infantil que não caracteriza exatamente os surrealistas.

Entretanto, é preciso muitas vezes compreender o que deseja o autor para poder visualizar melhor a pintura. No quadro “Personagem atirando pedras em um pássaro” o personagem tem, de alguma maneira, a forma de um pássaro mas sabe-se que o pássaro é a outra entidade porque voa. O mar negro, em contraste com as cores fortes do céu e da terra mostram que o artista não se limitava pela naturalidade das cores. O efeito é de grande profundidade e vigor e a terra parece movimentar-se em seu amarelo marcante. A pedra, no meio do caminho, não define por si mesmo em que direção faz o percurso. O uso de frases quase explicativas nos títulos das obras é bem interessante e as vezes muito facilitador.

O título de “personagem” é também muito comum e identifica exatamente isso: alguma entidade não muito definida e que exerce uma ação. A mente de Miró mostrou-se muito criativa ao longo de sua vida. Durante os seus estudos de arte treinava, por orientação dos seus professores, a desenhar objetos que conhecia apenas através do tato. De olhos vendados, lhe era dado um objeto e depois então o desenhava para libertar-se da aparência real das coisas. Também treinava pintando paisagens gravadas na mente. Ia a um lugar, observava e depois voltava para o atelier para começar a trabalhar. Talvez esses exercícios, somados a uma tendência natural, tenham feito de Miró uma mente privilegiada.

Joan Miró deixou-se prazerosamente influenciar por todas as correntes de arte com que tomou contato. Influências cubistas, surrealistas, abstracionistas são facilmente percebidas em seus trabalhos e a maneira de ver dos cubistas combina fortemente com a sua visão das coisas. A sua admiração pela pintura clássica encontrada desde cedo em sua origem na Catalunha mistura-se com a admiração pela escola flamenga e por fortes traços por onde foi passando. Aquilo tudo ia sendo absorvido, processado, misturado, temperado e apresentado, ao final, como uma maneira própria e extremamente rica de interpretar o mundo. Miró procurava mostrar a realidade de uma forma simplificada, quase infantil, simbólica, sem a complexidade e o mistério de um surrealismo tipo Salvador Dali ou René Magritte mas isso é, por si mesmo, cheio de uma profundidade que ele não enfatizou.

Essa forma interpretativa através de símbolos preenche completamente grande parte dos seus quadros, onde tudo é mostrado unicamente através de traços, símbolos e sugestões. Para compreender Miró é preciso imaginação mas isso não o diferencia da maior parte dos artistas. Não há como compreender verdadeiramente as coisas sem um pouco de imaginação e criatividade, especialmente se estivermos falando de arte, essa coisa sem limite e sem regras universais.

Alguns quadros não foram feitos para se ver mas para se viver.

Miró alternou fases de dificuldade financeira intensa com fases de prosperidade mas aos poucos foi afirmando-se como um artista do primeiro time. Viajou bastante, morou em diversos lugares sem nunca distanciar-se completamente de suas origens. Depois de 20 anos na França, voltou para a Espanha refugiando-se da guerra. Ao longo do tempo ganhou diversos prêmios internacionais de grande importância e teve uma longa vida produtiva. Joan Miró morreu em 25 de dezembro de 1983, aos 90 anos, em Palma de Maiorca, na Espanha, ainda em atividade. Na última fase parecia predominar a ausência de cores em seus trabalhos, dedicando grande espaço ao preto e ao branco. Interessante esse aspecto e ficamos pensando se isso deveu-se a problemas visuais, comuns na idade muito avançada.

O artista trabalhou também com cerâmica e considerava essa forma de trabalho muito gratificante pois lhe possibilitava tocar e mexer com os objetos, vasos, pratos, que usava como suporte para o seu talento. Passou longos anos dedicando-se a isso e o resultado são trabalhos importantes dentro do contexto de sua vida, embora menos valorizados no universo dos museus e menos conhecidos do público. Fez ainda litogravuras e realizou a sua primeira viagem aos Estados Unidos para executar um mural de grandes dimensões que ocupou 9 meses de intenso trabalho. Diversificado, versátil, criativo, Joan Miró deixou um legado inesgotável para estudo e deleite.

Criador de novas técnicas nos trabalhos de cerâmica e de uma maneira peculiar de exercer o ofício de pintor, Miró foi premiado, agraciado com títulos e homenageado nos 4 cantos do mundo, superando amplamente todas as dificuldades iniciais encontradas na juventude e no início da idade adulta. Na última fase de sua carreira foi regiamente pago por trabalhos encomendados e colocado na galeria dos grandes artistas da humanidade.

Joan Miró – Artista

Joan Miró, artista integrante do movimento surrealista e um dos maiores pintores espanhóis, nasceu no dia 20 de abril de 1893, embora nascido em Barcelona, foi em Maiorca, com paisagens diferentes das de sua cidade natal, que descobriu o cromatismo intenso do céu e do mar, muitas vezes presente em sua trajetória artística. Pintor, escultor e gravador, foi um criador de formas, figuras coloridas, imaginárias, que o identificam por um léxico próprio composto por manchas, pontos e linhas carregados de um intenso cromatismo que acompanha toda a sua obra.

Passou a infância entre Mallorca, cidade de origem de sua mãe, em Tarrago, na cidade de procedência de seus avós paternos, bem como em Montroing, uma propriedade familiar à cerca de 60 km de Barcelona. Desde pequeno demonstrou queda para a arte.

Quando tinha 14, foi matriculado pelo pai na Escola de Comércio, pois a arte, como modo de vida, não era tida como garantidora de um futuro promissor. Essa atitude familiar acabou por causar depressão em Miró. Ao fim desse período de doença é inscrito, pelo pai na, Escola de Belas Artes de Llotja. Isso no entanto não durou muito, pois ao completar 17 anos, novamente a família fez com que deixasse de lado a arte e fosse trabalhar em uma farmácia, o que acabou por levá-lo à enfermidade, tamanho o desgosto. Depois de recuperado, vai para a Escola de Arte de Francisco Gali, que de imediato percebeu as habilidades daquele jovem, notadamente, no uso das cores. Em 1918, Miró faz, pela primeira vez, uma exposição individual de suas obras. Na viagem que faz a Paris em 1.920 entra em contato com os surrealistas, como Pablo Picasso. É o início de uma vida austera, trabalhando em um ateliê com outros pintores. Esse contato com poetas, escritores e pintores permitem a Miró desenvolver e amadurecer seu próprio estilo, também chamado de abstração bifórmica.

Em 1921 organiza sua segunda mostra, não obtendo sucesso, o que não impede Miro buscar na memória, na fantasia e no irracional para criar suas obras, que são podem ser consideradas transposições visuais da poesia surrealista. Em 1925 realiza exposição individual e, posteriormente, exposição com o grupo surrealista, na Galeria Pierre de Paris. A tela Carnaval d’Arlequin é efetuada entre 1924 e 1925. Em12 de outubro de 1929, casa-se com Pilar Juncosa, em Palma de Mallorca, instalando-se em Paris. Teve uma única filha, Dolores. Em suas obras retrata a guerra civil por que passo na Espanha, apesar de residir em Paris. Em 1932 reside em Barcelona. Trabalha na decoração e vestuário do ballet Jocs d’Infants do Ballet Russos de Montecarlo. Em 1936, com o início da guerra civil espanhola. Miró muda-se com a família para Paris.

Em 1937 pinta El Segador para o Pavilhão da la República Espanhola na Exposição Universal de Paris. Em 1940 começa a série Constelaciones, na cidade de Varengeville-sur-Mer onde reside desde o ano anterior. Com a invasão alemã deixa a França e se instala em Mallorca. Termina a série Constelaciones no ano seguinte. Em 1947 acontece sua primeira viagem para os Estados Unidos, onde permanece oito meses para fazer o mural para Terrace Plaza Hotel de Cincinnati.

A partir de 1955, exceto algumas pequenas pinturas sobre cartão. Prefere os trabalhos em cerâmica e obras gráficas. Nos anos setenta concentra cada vez mais sua atividade em obra monumental e pública. Começa a trabalhar com área têxtil. Morre no natal de 1983, em Palma de Mallorca.

Joan Miró – Fotos

Joan Miró
Joan Miró, 1907

Joan Miró
Joan Miró, 1916

Joan Miró
Joan Miró e Pilar Juncosa

Joan Miró

A família de Miró, 1931

Fonte: www.biography.com/www.fmirobcn.org/www.belasartes.br

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