Dia do Engenheiro

11 de Dezembro

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No seu dia-a-dia, os engenheiros usam e abusam de idéias, sempre aplicando métodos e técnicas economicamente viáveis, com auxílio da matemática e das ciências.

Buscam aliar as melhores condições de segurança ao menor custo, sendo requisitados em todas as áreas, seja no campo, na cidade ou até no espaço sideral.

Muitos produtos e serviços que revolucionaram nossas vidas saíram de suas mentes engenhosas, como automóveis, eletrodomésticos, foguetes, computadores e controle da poluição do ar, por exemplo.

A Regulamentação da Profissão

A profissão foi primeiramente regulamentada no Brasil através do decreto no 23.569, de 11 de dezembro de 1933, sendo fiscalizada pelos Conselhos Regionais de Engenharia e Arquitetura (CREA), subordinados ao Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura (CONFEA).

Mais tarde, em 1966, o decreto foi revogado pela Lei no 5.194/66 de 24 de dezembro, que hoje representa a legislação vigente da regulamentação da profissão.

A lei estabelece as condições e regras para o exercício da profissão, determinando direitos e deveres aos profissionais. Além de impor condições no sentido de garantir proteção à sociedade, levando os profissionais a desempenharem suas funções com qualidade, responsabilidade e competência.

A Data

A data para homenagear os engenheiros foi escolhida por ter sido neste dia, 11 de dezembro, a promulgação do decreto federal no 23.569 que regulava o exercício da profissão de engenheiro, arquiteto e agrimensor.

O CONFEA foi criado na mesma data e através do mesmo decreto, que foi considerado um marco na história da regulamentação profissional e técnica no Brasil.

Na sua concepção atual, o CONFEA fiscaliza também outras profissões como Arquitetura, Geografia, Geologia e Meteorologia.

O Curso

O curso superior em Engenharia tem duração média de cinco anos e disciplinas básicas da área de Matemática, Química, Física e Cálculo. Além de matérias específicas dependendo da engenharia escolhida.

Mais de 200 universidades no Brasil oferecem cursos de engenharia.

Fonte: www.ibge.gov.br

Dia do Engenheiro

11 de Dezembro

Hoje foi escolhido para celebrar o engenheiro pois foi nessa data, em 1933, que a profissão foi regulamentada no Brasil, através do decreto no. 23.569.

Em 1966, esse decreto foi revogado e entrou em vigor a lei no. 5.194/66 , que agora regulamente a profissão. É essa lei que estabelece as condições e regras para o exercício da profissão, os direitos e deveres, além de garantir proteção à sociedade em relação a maus profissionais e serviços.

O profissional deve ser registrado nos Conselhos Regionais de Engenharia e Arquitetura – CREA – que é subordinado ao Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura – CONFEA. Estes são órgãos responsáveis pela fiscalização do exercício da engenharia.

A engenharia sempre foi uma dos cursos acadêmicos bastante requisitados. Hoje, existem várias especialidades de engenharia.

Mais de 20 especialidades são reconhecidas pelos conselhos de engenharia.

Conheça agora um pouco sobre cada uma:

Engenheiro civil: Estuda, projeta, desenvolve e fiscaliza todo o tipo de construção civil, como pontes, elevados, edifícios, túneis, viadutos, fortificações, rodovias, ferrovias, estádios, redes de esgoto, entre outros.
Engenheiro eletricista:
Atua na área de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Além de monitorar qualquer tipo de sistema de energia elétrica.
Engenheiro agrícola:
Desenvolve sistemas de distribuição de produtos agrícolas, além de equipamentos agrícolas.
Engenheiro aeronáutico:
Trabalha na produção de aeronaves e estruturas aeronáuticas como mísseis, aviões e cápsulas espaciais.
Engenheiro cartógrafo:
Executa trabalho de mapeamento de uma região, que inclui estudo do terreno e detalhamento do relevo da superfície.
Engenheiro de computação:
Desenvolve produtos, serviços, programas e novas tecnologias na área de computação eletrônica.
Engenheiro químico:
Desenvolve produtos químicos como fertilizantes, medicamentos e produtos de limpeza.
Engenheiro metalúrgico:
Atua na extração de minerais e no seu processo de purificação.
Engenheiro naval:
Constrói embarcações e plataformas.
Engenheiro de produção:
Participa da elaboração do processo produtivo de uma empresa.
Engenheiro de petróleo:
Atua na extração e aplicação de petróleo e do seu gás.
Engenheiro de alimentos:
Participa do processo de produção, industrialização e armazenamento de alimentos.
Engenheiro de minas:
Extrai e prepara recursos minerais para serem utilizados na indústria.
Engenheiro de pesca:
Atua no desenvolvimento das indústrias e atividades relacionadas à pesca, sem degradar o meio ambiente.
Engenheiro de materiais:
Desenvolve e testa novos materiais e compostos para a indústria.
Engenheiro de agrimensura:
Mede e calcula áreas, além de registrar relevos e outras características de terrenos.
Engenheiro mecânico:
Projeta e desenvolve qualquer tipo de equipamento – ferramentas, motores, máquinas e demais sistemas mecânicos – que produzem, transmitem ou usam energia.
Engenheiro ambiental:
Responsável por avaliar a dimensão das alterações benéficas ou prejudiciais ao meio ambiente causadas pelas atividades humanas.
Engenheiro de telecomunicações:
Opera projetos que possibilitam a propagação de informações sob a forma de sinais elétricos.
Engenheiro têxtil:
Supervisiona e fiscaliza indústrias têxteis e de confecção.
Engenheiro sanitarista:
Elabora projetos de saneamento básico, além de fiscalizar e fazer a manutenção das obras.
Engenheiro industrial:
Controla o funcionamento técnico de uma indústria, visando ao melhor aproveitamento das máquinas.
Engenheiro mecatrônico:
São conhecidos como engenheiros de controle e automação. Criam e cuidam da manutenção de máquinas robóticas.Engenheiro nuclear: Desenvolve novos usos para usinas nucleares, além de projetar aparelhos, instalações e itens de segurança.
Engenheiro florestal:
Protege e administra recursos florestais, aplicando conhecimentos de biologia e ecologia.

Fonte: UFGNet

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11 de Dezembro

MOTIVAÇÃO PARA ENGENHARIA

Nos últimos anos, os cursos de engenharia no Brasil e em várias partes do mundo estão sendo menos procurados. Especialidades em ciências sociais, políticas e econômicas atraem mais aos estudantes. Através de três pequenos textos, o autor procurar apresentar, incentivar e orientar os jovens na difícil escolha profissional. Objetiva-se apresentar elementos provocantes para reflexão e discussão, pontos essências em qualquer transformação.

O QUE É ENGENHARIA?

Um profundo conhecedor da química do cérebro e do comportamento do homem e da sociedade alertou-me que “amor e técnica estão em eixos ontológicos diferentes, em linhas diferentes de tendências humanas: ética e estética, respectivamente”.

Mas, para estabelecer coordenadas em um plano, valemo-nos usualmente de eixos ortogonais.

O texto que se segue traça um perfil da engenharia tendo como referência os eixos ortogonais: amor e técnica.

Como tenho dificuldade para responder a esta pergunta: O que é engenharia? Vou tentar contornar esta dificuldade falando das obras da engenharia. Acredito que por aí será possível chegar a uma concepção do que é a engenharia.

Definição: Obras da engenharia são o conjunto das coisas visíveis menos o conjunto das coisas da natureza.

Usando notação de Teoria dos Conjuntos:

{OBRAS DA ENGENHARIA} = {COISAS VISÍVEIS} – {COISAS DA NATUREZA}

Mas, como nos ensina Saint Exupery: “O essencial é invisível aos olhos.”

Assim, concluímos que a Engenharia não é essencial. Essencial, fundamental, afinal, é o amor, e a engenharia se torna uma atividade árida, fria, desconexa de tudo que é importante nesta vida. O problema é que o amor, por sua vez, também é algo difícil de se definir.

Os gregos tinham três palavras para amor: “eros”, “filos”e “ágape”. Nós em português, inglês, alemão, espanhol, francês e, acredito, em todos os idiomas de uso contemporâneo, tratamos por uma só, que pobreza!!!

Na verdade, o amor tem que ser externalizado por ações visíveis para ser compreendido:

A dedicação de uma mãe, a abnegação de um pai, o companheirismo de um colega de turma são exemplos de amor filos. O sensual encantamento por uma mulher ou por um homem são exemplos de amor eros, a forma mais simples e que normalmente se atribui à nossa palavra “amor”. O amor ágape é o que retrata o amor sublime de um religioso ou dos seres humanos em situações extremas. Em qualquer caso, é necessário um ato que externe este sentimento.

Justamente neste ponto é que reencontramos a engenharia como a forma mais efetiva dos homens mostrarem que amam. Afinal, a escravidão terminou pois existiam recursos tecnológicos que mostraram que o trabalho escravo poderia ser dispensado. As epidemias, fome, frio e outras preocupações do ser humano podem ser superadas com os recursos que a engenharia oferece. A distância entre as pessoas e muitos outros exemplos podem ser colocados.

Bela esta profissão que me permite concretizar o sentimento mais nobre da humanidade: o amor!!!

EXISTE VOCAÇÃO PARA ESPECIALIDADES DA ENGENHARIA?

Tive muita dúvida na minha escolha por engenharia eletrotécnica. Estava perdido demais ao terminar o segundo ano do curso básico. Acredito que hoje em dia, com mais opções profissionais e com a escolha da especialidade já no vestibular, como ocorre na UFRJ, a dificuldade de alguns jovens seja ainda maior.

Conheço vários que desistiram do curso que faziam e tentaram recomeçar por outro caminho.

Evidentemente, existem vocações e afinidades diferentes entre as pessoas. Ainda bem, senão o mundo seria muito monótono!!! Acredito que o estudante de engenharia deve basicamente ter habilidades para o método científico. Se a opção for engenharia mecânica, elétrica, naval ou qualquer outra que seja, a diferença é mínima e o que deve influenciar é a qualidade do curso, as facilidades oferecidas pela faculdade, o mercado de trabalho.

O engenheiro precisa, sim, ter uma boa base em matemática, física, química, inglês, e, principalmente, abertura para dialogar com colegas de outras especialidade, incluindo aí físicos, sociólogos, políticos, economistas e etc. Claro que as coisas não são exatamente deste modo simplista que estou colocando, mas também não são um bicho de sete cabeças como alguns tentam apresentar. Por exemplo, dizendo que é mais crítico escolher uma profissão do que uma esposo ou esposa, pois estes últimos pode-se trocar com mais facilidade. Acho que está se complicando muito na escolha da profissão e simplificando na escolha do parceiro!!!

QUE CONDIÇÕES FAVORECEM O DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO?

Entendo tecnologia como um processo cultural. Os métodos usados por grupos europeus, asiáticos ou americanos, antes do mundo globalizado, eram bem distintos, consequência das condições naturais de cada comunidade. Estabeleceu-se uma cultura em cada região, fruto do viver, pensar e transformar a realidade que cercava os diferentes povos.

Acredito, sinceramente, que a nossa grande chance como engenheiros está em reconhecer os problemas próximos e procurar implementar soluções inovadoras para eles. Aí está o nosso nicho. Existem exemplos que mostram isto claramente. A expansão de Portugal através de navegações pelo Atlântico certamente está relacionada ao fato de o oceano ser a única saída para eles. O próprio fato do homem ser bípede está ligado a necessidade de uso dos membros dianteiros para se defender de animais mais fortes. No Brasil, existem exemplos bem sucedidos de empresas que se dedicaram a resolver problemas tipicamente brasileiros, como os relacionados com à produção de petróleo, álcool e energia elétrica.

Este tipo de tecnologia eu gosto de chamar de “tecnologia de samba”, uma vez que o samba faz parte da necessidade do brasileiro. Somos capazes de organizar um teatro ao ar livre que atrai pessoas do mundo inteiro e até exportá-lo. Considero, portanto, uma condição necessária para o sucesso de um empreendimento tecnológico que ele toque fortemente a vida das pessoas próximas. Precisamos, porém, estar atentos que estas condições não são suficientes para o sucesso. Pelas condições suficientes, temos que lutar através de ações políticas.

Conclusão ou …

Colocando os pés no chão com a cabeça ainda nas nuvens:

Quando me formei em 1976, emprego para engenheiro não era problema. Nos dias de hoje está mais difícil, mas tem melhorado gradualmente. O fato é que se emprego está difícil, trabalho é o que não falta. Evidentemente, precisa-se de criatividade para oferecer e vender os necessários serviços de engenharia neste País carente. Agora, mais do que nunca, o estudante deve estar preocupado realmente em aprender. As notas e o CR são importantes, porém o entendimento dos processos e métodos de solução de problemas deve ser o foco principal. Para ter sucesso neste empreendimento, a motivação é fundamental.

Em algumas ocasiões, para motivar meus alunos, recai na ameaça da prova e da reprovação como elemento para despertar o interesse pela matéria. Outro motivador é lembrar do bom emprego e do bom salário. Considero tudo isto válido, mas, nestes textos, procurei apresentar outros aspectos que acredito ajudem a estabelecer uma ligação com preocupações bem interiores e, portanto, muito motivantes.

Como professor e pai estou introduzindo estas e outras colocações similares nas entrelinhas das minhas aulas e conversas. Ainda não tenho um resultado mensurável, acredito até que isto será impossível. Resolvi então escrever e divulgar para despertar o debate e ouvir outras opiniões. Agora, é com você, leitor.

Agradecimentos

A Alquindar Pedroso, Arlindo de Souza Penteado, Erenilton Marinho Maseiro, Jorge Luiz do Nascimento e José Caruso Madalena pelas sugestões construtivas.

Dedicatória

Aos estudantes de Engenharia.

Richard M. Stephan

Bibliografia

[1] Antoine Saint Exupery, “O Pequeno Príncipe”, Agir, 2000.
[2] Erick Fromm, “Revolução da Esperança”, Guanabara, 1991.
[3] José Caruso Madalena, “Eu e o Tempo”, Imago Editora, 1983.
[4] Paulo Freire, “Pedagogia da Esperança ”, Paz e Terra, 1992.
[5] Rafael Cifuentes, “Alegria de Viver”, Quadrante 1997.
[6] Roberto Nicolsky, “O Novo Paradigma do Desenvolvimento”, Folha de São Paulo,pg.3, 9/5/2000.

Fonte: www.dee.ufrj.br

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O ENSINO DA ENGENHARIA

A Educação Profissional a nível superior no Brasil, conforme Demétrio (1989), iniciou-se com D. João VI, para atender às necessidades imediatas decorrentes da transferência da Corte Portuguesa, composta de aproximadamente 15 mil pessoas, que no dia 29 de novembro de 1807 deixava Portugal e chegava ao Brasil em janeiro de 1808.

Graças ao empenho do Conde de Linhares, foi criada por D. João VI, através da Carta Régia, de 4 de dezembro de 1810, a Academia Real Militar do Rio de Janeiro, destinada à formação de especialistas militares em fortificações.

Anos mais tarde, passou a denominar-se Escola Central (1858), que além de formar engenheiros militares e civis, tinha em vista também o ensino de matemática e ciências naturais.

Em 1874, com a transferência da preparação de militares para a Escola Militar da Praia Vermelha, a Escola Central, passou a constituir a Escola Politécnica do Rio de Janeiro, inteiramente civil que, posteriormente, transformou-se na Escola Nacional da Universidade do Brasil, atualmente Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Destinadas à formação de engenheiros, foram criadas, ainda no século passado, depois da Academia Real Militar, a Escola de Minas e Metalurgia de Ouro Preto (1875), a Escola Politécnica de São Paulo (1894) e o Mackenzie College (1897), hoje Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie.

Fonte: www.unitau.br

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11 tipos de engenharia para fazer carreira

Confira algumas opções na área de engenharia para construir uma carreira de sucesso e com muitas oportunidades.

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Engenharia

Escolher o curso universitário, para muitos jovens, é uma tarefa árdua, principalmente com tantas hoje opções hoje em dia. Tão cedo, os jovens se vêem obrigados a definir qual carreira seguir para o resto da vida, e para isso, levam em consideração oportunidades de mercado, salários e boas condições de trabalho. É verdade que o campo de engenharia mostra-se bastante promissor no Brasil em tempos de crescimento industrial e econômico. Por isso, selecionamos 11 tipos de engenharia para fazer carreira, considerando as áreas de engenharia em ascensão e que mais estão contratando na atualidade.

Para começar, a Engenharia Agrícola é um campo de estudos que se esforça para aplicar a ciência da engenharia na produção agrícola e da agricultura. Para alguns, a engenharia agrícola é a mais ampla do que todas as outras formas de engenharia, uma vez que combina elementos de mecânica, civil, engenharia química e pesquisas de biologia animais e vegetal. A Engenharia Civil envolve a aplicação de princípios de engenharia para construção civil e design. Em algumas partes do mundo, os termos “engenheiro civil” e “engenheiro arquitetônico” são usados indistintamente. É uma disciplina que lida principalmente com a concepção, construção e manutenção de pontes, estradas, canais, edifícios e todos os tipos de construções.

A Engenharia Biomédica procura aplicar os princípios de engenharia e tecnologia para o campo da medicina. Originalmente considerada uma especialização interdisciplinar, a engenharia biomédica cresceu e se tornou uma disciplina respeitada. A engenharia de tecidos, além de considerada uma especialização da biotecnologia, é um exemplo de engenharia biomédica.

Já a Engenharia de Computação é uma combinação de ciência da computação e engenharia eletrônica, com desenvolvimento de design, software, hardware, além de desenvolvimento de soluções para a integração dos dois. Por outro lado, a Engenharia Elétrica é o estudo e a aplicação do eletromagnetismo, eletrônica e eletricidade. É uma disciplina de base ampla, que abrange a concepção e a implementação de vários dispositivos eletrônicos, sistemas elétricos, como os circuitos, geradores, motores e transformadores.

Engenharia Ambiental refere-se à aplicação de princípios científicos para a melhoria ambiental. De um modo geral, esta disciplina tenta fornecer sistemas que propiciem o ar puro, água e terra para habitação segura. Além disso, esta disciplina visa encontrar maneiras de reverter os danos ambientais causados pela poluição e outros agentes agressores ao meio ambiente.

Engenharia Industrial é uma disciplina preocupada com o desenvolvimento e a melhoria contínua dos sistemas integrados. Em sistemas de manufatura, o foco é direcionado em encontrar maneiras de eliminar o desperdício (tempo, dinheiro, materiais, energia, etc). Cabe lembrar que a engenharia industrial não é necessariamente limitada à fabricação, mas também pode ser relacionada à produção. Com enfoque exclusivamente n o design e na manutenção de diferentes processos de fabricação, ferramentas, equipamentos e máquinas, a Engenharia de Manufatura é regida princípios de manufatura enxuta nas indústrias, com o objetivo de produzir mais com o menor custo.

Engenharia de Materiais se preocupa com as propriedades da matéria e sua aplicação à ciência e à tecnologia. Isto geralmente se refere ao estudo da estrutura de materiais a nível molecular, e inclui elementos de física aplicada e química. A nanotecnologia é um exemplo deste tipo de engenharia, um campo em franca expansão e que demanda pesquisas e estudos intensos.

Considerada uma das mais antigas disciplinas, a Engenharia Mecânica destina-se a estudar aspectos como design, produção e uso de ferramentas e máquinas. É principalmente preocupado com a geração e a aplicação de força mecânica. A Engenharia Nuclear é uma disciplina essencialmente preocupada em encontrar aplicações práticas da energia nuclear. Isto inclui o desenvolvimento e manutenção de reatores nucleares, usinas de energia e armas.

Além desses cursos, ainda poderíamos falar da Engenharia Naval, Engenharia de Produção, Química, Eletrônica, de nanotecnologia, Engenharia de Pesca, Florestal, de Alimentos, Engenharia Cartográfica e muitos outros cursos de engenharia oferecidos pelas diversas universidades públicas e privadas brasileiras.

Renata Branco

Fonte: www.manutencaoesuprimenrtos.com.br

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11 de Dezembro

A palavra engenharia é oriunda do latim (ingeniu que significa faculdade inventiva, talento).

A engenharia é a ciência agregada ao esforço para empreender resultados tácitos ou não. Em geral estes resultados são provenientes de trabalhos com focos em áreas específicas em que se possui um amplo conhecimento, sem nunca se esquecer da preservação ambiental, calculando possíveis impactos e planejando soluções.

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Engenharia

Para se obter melhores resultados na engenharia é imprescindível a elaboração de um planejamento consistente.

Origem

A origem da engenharia vem desde os primórdios da humanidade, em que o homem necessitava de artefatos para auxílio no seu cotidiano, com isso ele produzira itens como pedras pontiagudas onde era possível facilitar o preparo da caça para sua alimentação. A partir de então a seqüência na produção de novos itens e técnicas para otimizar suas tarefas fez com que a engenharia se tornasse essencial para sobrevivência e evolução da humanidade.

Mercado de Trabalho

O cenário econômico possui impacto direto no mercado de trabalho da engenharia, e vem demonstrando altos e baixos ao longo do tempo, a lei da oferta e procura acompanha essa onda ditada pela economia.

Portanto para o profissional que deseja se destacar e obter reconhecimento do mercado, é necessário se reciclar a todo o momento fazendo cursos de atualização, aprendendo novos idiomas, estando atendo aos acontecimentos entre outros fatores.

Perspectiva

Sempre existirão crises e fatores que atrasam o desenvolvimento, mesmo assim podemos esperar evoluções para a engenharia, pois sua atuação está em constante desenvolvimento incentivada pela necessidade de melhores recursos para o indivíduo ou mesmo o ambiente. Portanto a engenharia sempre foi e sempre será uma excelente escolha para quem gosta de pensar, inovar, planejar, desenvolver, etc. Nunca deixe de acreditar!

Fonte: www.artigonal.com

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11 de Dezembro

História da Engenharia

Síntese Histórica

A evolução da humanidade se processa de forma contínua, mas quando a humanidade está diante de grandes crises ou quando existe uma conjunção de fatores propícios, a evolução têm dado alguns saltos.

Um elemento constante da evolução é a capacidade do ser humano dar formas a objetos naturais e a empregá-los para determinados fins.

Estima-se que as mais antigas ferramentas foram fabricas há cerca de 1.750.000 anos pelos moradores da Tanzânia.

As técnicas primitivas tiveram origem na descoberta da:

Alavanca
No domínio do fogo
No polimento das pedras
No cozimento dos alimentos

Por volta de 4.000 a.c. temos uma revolução técnica, provocando mudanças culturais, basicamente pela introdução da agricultura, da domesticação do animais, da modelagem cerâmica e da fabricação do vinho e da cerveja.

(Nesta fase acredita-se que certas ferramentas já eram produzidas em fábricas rudimentares e distribuídas em algumas regiões, como a Grã-Bretanha)

Com esta nova organização social, o homem começou a dedicar-se a novas descobertas e a realizar grandes obras, tais como:

Pirâmides de Gizé em 2.600 a.c.
Eolípila por Héron de Alexandria em 130 a.c.

Após as idades da pedra lascada e da pedra polida, o homem começa a utilizar os primeiros metais, cobre e estanho, utilizados principalmente na fabricação de instrumentos de caça e defesa.

Este período fica conhecido como Idade dos Metais (Idade do Bronze e Idade do Ferro).

Por volta do ano 2.000 a.c., mais ou menos junto com a invenção do alfabeto para a escrita e a numeração, o homem passa a utilizar o processo de fundição dos metais.

Nesta época, os Etruscos (península italiana), já fundiam o ferro com alguma perfeição.

Ainda nesta época temos o desenvolvimento da:

Arquitetura
A invenção da roda
A construção das primeiras máquinas simples
Isto promove a transformação das antigas sociedades rurais patriarcais em cidades governadas.

Alguns fatos marcantes desta época:

Utilização pelos egípcios do papiro para a escrita
A canalização do rio Nilo para irrigação
Desenvolvimento das técnicas de construção de navios pelos povos do mediterrâneo e da Escandinávia
Sistema subterrâneo de fornecimento de água em Jerusalém
Publicação do primeiro manual de matemática na China

Ao longo dos séculos, novas descobertas foram feitas e os conhecimentos foram se avolumando, sempre com base empírica.

Praticamente por toda a fase inicial da evolução da humanidade, as descobertas técnicas eram tidas como presentes dos deuses ou privilégio de alguns, sendo apenas transmitidas aos escolhidos por eles.

Um marco importante para a quebra deste paradigma e para a disseminação da ciência e da técnica foi estabelecido em 1450 por Johannes Glensfleisch Gutenberg.

Tipos móveis para composição gráfica

Nova dinâmica no progresso intelectual, maior rapidez na disseminação dos conhecimentos.
Especialista na resolução de problemas
Desenvolvimento gradual e natural dos homens que se ocupavam em construir dispositivos, estruturas, processos e instrumentos com base nas experiências passadas.

Surgimento da Engenharia Moderna

Com rápida expansão dos conhecimentos científicos e com a sua aplicação aos problemas práticos, começa a surgir o engenheiro.
A engenharia se estrutura, principalmente com o desenvolvimento da matemática e da explicação de fenômenos físicos, até chegar no século XVlll a um conjunto sistemático e ordenado de doutrinas.

Este ponto é o marco divisório entre a Engenharia do Passado e a Engenharia Moderna

Engenharia do Passado

Se caracteriza pelos grandes esforços do homem no sentido de criar e aperfeiçoar dispositivos que aproveitassem os recursos naturais.
Foram os primeiros engenheiros responsáveis pelo aparecimento de armamentos, fortificações, estradas, pontes, canais e etc.
Característica básica é o empirismo, trabalhavam com base na prática transmitida pelos que os antecediam, na sua própria experiência e no seu espírito criador.

Engenharia do Moderna

Se caracteriza pela aplicação generalizada dos conhecimentos científicos à solução de problemas.
Ela pode dedicar-se, basicamente, a problemas da mesma espécie que a engenharia do passado, porém com a característica distinta e marcante que é a aplicação da ciência.

Alguns exemplos, desta aplicação da ciência, são:

Estrutura da matéria
Fenômenos eletromagnéticos
Composição química dos materiais
Leis da mecânica
Transferência de energia
Modelagens matemáticas dos fenômenos físicos

Marcos Históricos Importantes

A tecnologia, tal como hoje é entendida, só apareceu há cerca de 400 anos, mas tomou corpo apenas com a revolução industrial, quando se notou que tudo o que era construído pelos homens poderia sê-lo usando os princípios básicos da ciências.

Em 1510, Leonardo da Vinci(1452 – 1519) projeta uma roda d’água horizontal, cujo princípio foi utilizado na construção da turbina elétrica, reunindo o saber teórico ao prático.

Galileu Galilei(1564 – 1642) foi o real iniciador da mentalidade científica, iniciando a substituição de longas argumentações lógicas da dialética formal pela observação dos fatos em si mesmos.

Em 1638, Galileu publica um trabalho aonde deduz o valor da resistência à flexão de uma viga engastada numa extremidade e suportando um peso na sua extremidade livre.

No final do século XVlll, Coulomb calculou a resistência à flexão de vigas horizontais em balanço, e também elaborou um método de calculo de empuxos de terra sobre muros de arrimo, com validade até os dias atuais.

As primeiras Escolas de Engenharia

1747 – criada na França a primeira escola de engenharia do mundo, École des Ponts et Chaussées.
1774 –
fundação da École Polytechnique em Paris, que tinha como finalidade ensinar as aplicações da matemática aos problemas da engenharia.
1778 –
implantação da École des Mines.
1794 –
Conservatoire des Arts et Métiers.

Estas escolas, exceto a École Polytechnique, eram voltadas para o ensino prático, estabelecendo assim uma divisão na engenharia entre os engenheiros práticos e os teóricos.

O próximo passo foi o desenvolvimento das escolas técnicas superiores nos países de língua alemã:

1806 – Praga.
1815 –
Viena.
1825 –
Karlsruhe.
1827 –
Munique, e a escola que teve a maior importância no aparecimento da engenharia moderna, a escola de Zurique em 1854. Nos Estados Unidos, a primeira escola foi a Academia Militar de West Point em 1794, incendiada dois anos depois e somente reabrindo em 1802.
1824 –
Reasselaer Polytechnic Institute.
1865 –
MIT – Massachusestts Institute os Technology.
1905 –
Carnegie Institute of Technology.
1919 –
California Institute of Technology.

A Engenharia no Brasil

Início com a construção das primeiras casas dos colonizadores e em seguida as obras de defesa, como muros e fortes.
Entre 1648-1650 foi contratado o holandês Miguel Timermans para ensinar sua arte e sua ciência.
1810 –
fundação da Academia Real Militar, primeira escola de engenharia do Brasil.
1823 –
um decreto permite a matrícula de alunos civis.
1874 –
criação da Escola Politécnica do Rio de Janeiro.
1876 –
criação da Escola de Minas de Ouro Preto.
1893 –
Politécnica de São Paulo.
1896 –
Politécnica do Mackenzie College.
1896 –
Escola de Engenharia do Recife.
1897 –
Politécnica da Bahia e a Escola de Engenharia de Porto Alegre.

Origens da Engenharia de Produção

Revolução Industrial – Séc. XVlll

Introdução de sistemas produtivos mecanizados e o grande crescimento populacional, alterando drasticamente o sistema de produção, a saber:

É Produção
É Lucros
É Custos

Origens da Engenharia de Produção

Grande salto tecnológico, tanto nos transportes como nas máquinas, gerando uma revolução e uma evolução nos sistemas produtivos, criando uma massa enorme de desempregados, diminuição dos preços das mercadorias, melhor acabamento dos produtos e o aumento no ritmo de produção.

Com a revolução industrial, começam a surgir as primeiras grandes fábricas, com condições de trabalho precárias.

Falta de higienização, iluminação e ventilação.
18 horas de trabalho por dia.
Sujeitos a castigos físicos.
Salários muito baixos.

Na busca por melhores condições de trabalho e benefícios, os trabalhadores de toda a europa se organizam e iniciam dois diferentes movimentos:

Ludismo
Cartismo

O desenvolvimento industrial dos séculos XVll, XlX e início do século XX, proporciona um grande avanço tecnológico, propiciando o aparecimento da Engenharia de Produção nos Estados Unidos, inserida em um ambiente de crescimento econômico e industrial.

Surgem as primeiras corporações com a expansão da rede ferroviária.

Frederick W. Taylor (1856 – 1915) publica no início do séc. XX Princípios da Administração Científica.

Henry Ford(1813 – 1947) cria o conceito das linhas de montagem, revolucionando o processo produtivo.

Paralelamente a Taylor e Ford, são desenvolvidos estudos sobre a organização industrial e novas técnicas contábeis e administrativas são testadas.

Com isso, surge a necessidade de qualificação de novos profissionais envolvidos nos processos produtivos, tendo origem os primeiros cursos de administração e engenharia industrial.

Na metade do século XX, com o advento da pesquisa operacional, a engenharia industrial recebe uma grande influência, com o emprego do método científico na modelagem e otimização de problemas, principalmente logísticos(2ª Guerra Mundial).

Com a introdução gradual da informática nas universidades e empresas, forma-se o núcleo base da Engenharia Industrial.

Na década de 90, são verificadas duas novas tendências para a engenharia de produção:

A integração dos diferentes elos de uma cadeia produtiva, ligando clientes, fornecedores e a manufatura, filosofia denominada Supply Chain Management.
A transposição dos conceitos de manufatura para empresas do setor de serviços.

No Brasil, o forte processo de industrialização e a instalação das primeiras industrias automobilísticas na região do ABC paulistano, propiciou o início do curso de Engenharia de Produção em 1959 pela Escola Politécnica da USP.

Áreas de atuação

O profissional de Engenharia de Produção poderá se dedicar a projetos e gerência de sistemas que envolvam pessoas, materiais, equipamentos e meio ambiente, conquistando gradativamente seu espaço de trabalho em função da sua formação mais abrangente e genérica, que somados aos conhecimentos tecnológicos básicos da engenharia, constituem um diferencial altamente competitivo.

Gestão da Produção

Qualidade
Gestão Econômica
Ergonomia e segurança do trabalho
Engenharia do Produto
Pesquisa Operacional
Estratégia e Organizações
Gestão da Tecnologia
Sistemas de Informação
Gestão Ambiental
Ensino

Administração de Empresas

A Engenharia de Produção é o ramo da engenharia que lida com a concepção, projeto e gerenciamento de sistemas produtivos de bens e serviços, caracterizados pela integração entre homens, materiais, equipamentos e o meio ambiente, para o incremento da produtividade da qualidade.

Fonte: www.umtoquedemotivacao.com

Dia do Engenheiro

11 de Dezembro

Conheça os tipos de Engenharia que existem

Gosta da área de exatas? Cálculos e ciência são suas paixões? Então com certeza Engenharia seria uma ótima opção para você!

Cada graduação tem características e perfis próprios. Listamos todas as engenharias para você acabar com suas dúvidas e escolher a área que mais lhe interessa.

Engenharia Aeronáutica

Bacharelado

É o ramo da engenharia que se ocupa do projeto e da manutenção de aeronaves e do gerenciamento de atividades aeroespaciais. O engenheiro aeronáutico envolve-se no projeto e na construção de todos os tipos de aeronave, como aviões, helicópteros, foguetes e satélites. Esse profissional é fundamental para a segurança de qualquer voo. É ele o responsável pelo processo de manutenção, pela realização de reparos e pelas inspeções periódicas da estrutura e dos equipamentos, como asas, motores e fuselagem. Cuida também dos sensores e instrumentos de controle. Além de fabricar aviões, pode gerenciar obras e serviços ligados à infraestrutura aeronáutica, como a construção de aeroportos, o planejamento de linhas e o gerenciamento de tráfego aéreo.

O mercado de trabalho

Como outros profissionais do setor, o engenheiro aeronáutico encontra um momento favorável no mercado de trabalho. “As companhias aéreas voltaram a dar empregos, as vendas também aumentaram e fabricantes, como a Embraer, estão contratando mais profissionais”, afirma Flávio Luiz da Silva Bussamra, coordenador do curso do ITA. Os bacharéis são contratados para trabalhar na indústria aeronáutica, no projeto e na manutenção de aeronaves e também nos órgãos de controle de tráfego aéreo. Escritórios de consultoria também demandam esse profissional, assim como a Agência Espacial Brasileira (AEB), a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Ministério da Aeronáutica. Nesse último caso, porém, os cargos são restritos as militares. Além da boa graduação, o mercado também exige profissionais que dominem o inglês e é desejável uma pós-graduação. “Essa já é uma exigência de muitas empresas. Algumas só contratam com o mestrado profissional”, afirma o professor do ITA. São José dos Campos (SP), sede da Embraer e de um conglomerado de empresas do setor, é o polo empregador. A capital paulista, pela grande frota de helicópteros, também é um bom mercado para esse bacharel.

O curso

O vestibular para Engenharia Aeronáutica é um dos mais concorridos do país. Os dois anos de formação básica trazem bastante conteúdo das disciplinas física, química, matemática e computação. A partir do terceiro ano, começam as matérias tecnológicas, como eletrônica e dinâmica de sistemas de controle, além das específicas. Em aerodinâmica, o aluno estuda dinâmica de gases e fluidos. Em estruturas e materiais, ele passa a conhecer resistência de materiais, cálculo e dinâmica estrutural. E, em mecânica de voo, aprende dinâmica do voo, desempenho e estabilidade e controle. Em algumas escolas, o aluno pode optar por uma área de especialização, no terceiro ano. No fim do curso é obrigatório apresentar um trabalho de conclusão.

Duração média: cinco anos.
Outros nomes:
Eng. Aeroespacial; Eng. Aeron. e Espaço.
O que você pode fazerCoordenação de tráfego aéreo:
Orientar o deslocamento de aeronaves, auxiliando nas operações de decolagem e pouso nos aeroportos e aumentando a segurança dos voos.
Engenharia Espacial:
Projetar satélites e foguetes, defi- nindo os dados técnicos necessários a sua construção, a seu lançamento e a sua operação.
Manutenção:
Coordenar a realização de reparos, manutenção preventiva e inspeções periódicas das estruturas, dos sistemas e equipamentos de aeronaves.
Projeto:
Desenhar a estrutura e os componentes de aeronaves, definindo os materiais e os processos empregados na produção e realizando ensaios e testes antes da fabricação em escala industrial.
Sistemas:
Projetar, construir, testar e instalar motores, instrumentos de controle e sensores em aeronaves. Definir as especificações dos mecanismos que controlam o trem de pouso, a alimentação de combustível e a pressurização da cabine, entre outros.

Engenharia Ambiental e Sanitária

Bacharelado

É a engenharia voltada para o desenvolvimento econômico sustentável, que respeita os limites dos recursos naturais, e para o projeto, a construção, a ampliação e a operação de sistemas de água e esgoto. O engenheiro que atua nessa área desenvolve e aplica tecnologias para proteger o ambiente dos danos causados pelas atividades humanas. Sua principal função é preservar a qualidade da água, do ar e do solo. Para isso planeja, coordena e administra redes de distribuição de água e estações de tratamento de esgoto e supervisiona a coleta e o descarte do lixo. Também avalia o impacto de grandes obras sobre o meio ambiente, para prevenir a poluição de mananciais, rios e represas. Esse profissional é responsável pela prevenção contra a poluição causada por indústrias. Em agências de meio ambiente e em polos industriais, controla, previne e trata a poluição atmosférica. Pode, ainda, monitorar o ambiente marinho e costeiro, atuando na prevenção e no controle de erosões em praias.

O mercado de trabalho

O mercado está bastante aquecido para o engenheiro ambiental. “Se antes o concurso público era a única ou a melhor solução para a carreira do egresso, hoje o setor privado oferece excelentes oportunidades”, explica Eduardo Mario Mendiondo, coordenador do curso de Engenharia Ambiental da USP, em São Carlos (SP). O governo federal começa a investir em obras de saneamento no país, e as empresas que executam os trabalhos têm grande demanda pelo engenheiro ambiental.

Além disso, usinas termoelétricas, indústrias de base (química e petroquímica, de mineração, siderurgia e de papel e celulose) e grandes obras de infraestrutura (rodovias e ferrovias) buscam cada vez mais o profissional para o controle de poluição e fiscalização de projetos. O mercado de crédito de carbono, mecanismo instituído com a finalidade de reduzir os níveis de poluição global, pode vir a ampliar as possibilidades para o graduado. O especialista em tratamento de efluentes industriais pode ter boa chance de colocação.

No setor público, as vagas estão em prefeituras, órgãos do meio ambiente, como o Ibama, e empresas estatais que atuam nas áreas de tratamento de esgoto e conservação e recuperação de áreas degradadas. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) tem aberto vagas na área de estudos climáticos.

No setor privado, o profissional pode trabalhar em departamentos de planejamento e gestão ambiental de grandes indústrias, como as da área de exploração de petróleo.

O engenheiro ambiental tem oportunidades em empresas de consultoria e auditoria ambiental que atendem à demanda de serviços por parte de construtoras, em geral. O graduado é solicitado ainda para trabalhos em equipes multidisciplinares, em que faz estudos de impacto ambiental. As oportunidades são maiores no Sul e Sudeste, em áreas de concentração industrial ou agrícola. Na Região Norte, esse engenheiro é procurado para trabalhar no segmento de mineração e na gestão de recursos naturais que envolve a instalação de sistemas de tratamento de efluentes e a busca da certificação ISO 14.000, relativa aos cuidados com o meio ambiente.

Nordeste e Centro-Oeste têm menos ofertas, mas também carecem de mão de obra especializada, o que aumenta as chances de contratação. “Hoje, essa diferença de demanda da mão de obra localizada tem menos impacto, pois, como muitos serviços são contratados via concorrência, seja para o setor público, seja para o setor privado, temos visto empresas instaladas em uma região pegando obras em outras”, diz o coordenador Eduardo Mario Mendiondo.

Como o mercado está bastante aquecido, poucos profissionais têm voltado às universidades para fazer mestrado e doutorado. Portanto, há vagas também para quem quiser investir na carreira acadêmica e dar aulas em universidades.

O curso

O currículo é multidisciplinar e engloba matérias das áreas de exatas, biológicas e sociais aplicadas. Assim, as aulas de matemática, física, química e estatística alternam-se com as de ecologia, geologia, hidrologia, topografia e hidráulica.

A partir do terceiro ano, o aluno aprofunda o estudo de conteúdos profissionalizantes, que incluem o tratamento de resíduos, o cálculo de emissões na atmosfera, hidráulica ambiental e recursos hídricos, a avaliação de impactos ambientais, entre outros. A realização de estágio é obrigatória, assim como a apresentação de um projeto de conclusão de curso, que é desenvolvido nos três últimos períodos da graduação.

Duração média: cinco anos.
Outros nomes:
Eng. Amb.; Eng. Amb. e Energética; Eng. Amb. e Energias Renováveis; Eng. de Rec. Hídricos e do Meio Amb.; Eng. Sanitária Amb.; Eng. Sanitária e Amb.

O que você pode fazer:

Bioprocessos e biotecnologia: Avaliar os efeitos de um processo ou produto sobre o meio ambiente. Criar mecanismos para diminuir ou suprimir os impactos ambientais na produção industrial.
Controle de poluição:
Reduzir o impacto de atividades industriais, urbanas e rurais sobre o meio ambiente. Monitorar a qualidade da água e fiscalizar a emissão de gases que prejudicam a qualidade do ar.
Planejamento e gestão ambiental:
Elaborar relatórios de impacto ambiental e planos para o uso de recursos naturais. Assessorar empresas, órgãos públicos e ONGs. Estudar meios de reutilização de resíduos, para otimizar a produção e reduzir gastos.
Recuperação de áreas:
Desenvolver e executar projetos de recuperação de áreas poluídas ou degradadas.
Recursos hídricos:
Racionalizar a exploração de rios e reservatórios, controlando a qualidade e a quantidade de água consumida.
Saneamento:
Projetar, construir e operar sistemas de abastecimento de água e de coleta, transporte e tratamento de esgoto, lixo doméstico e resíduos industriais. Montar sistemas de drenagem para prevenir enchentes.

Engenharia Cartográfica e de Agrimensura

Bacharelado

É o ramo da engenharia que capta e analisa dados geográficos para a elaboração de mapas. Com base em pesquisas de campo e cálculos, esse engenheiro planeja, orienta, dirige e supervisiona o levantamento, a análise e a interpretação de aspectos geográficos e físicos de uma região para produzir mapas e cartas impressas ou digitais. Ele utiliza dados de diversos sistemas, incluindo os orbitais e aéreos, e os sensores a bordo de embarcações marítimas ou fluviais.

Na área de agrimensura, prepara áreas para obras urbanas, de infraestrutura hidráulica, sanitária, elétrica ou de transportes. Por meio de levantamentos em solo ou por intermédio de fotografias aéreas, satélites e aparelhos de sistema de posicionamento global (GPS), esse profissional mede as dimensões de terrenos e pesquisa as características do solo e do relevo de uma área. Seu trabalho serve de base para que engenheiros civis tenham as condições necessárias para a construção de prédios, estradas, barragens ou redes de água e esgoto ou de energia elétrica.

Apto a orientar projetos de loteamento e a definir o traçado de cidades, costuma prestar consultoria para prefeituras, indústrias e grandes construtoras. Ele atua também na criação, organização e atualização de arquivos de informações geográficas e topográficas.

O mercado de trabalho

As prefeituras municipais, principalmente de cidades do interior, costumam requisitar bastante esse profissional. Ele é solicitado para atividades como fazer o cadastro técnico rural e urbano do município e também para atualizar sistemas cadastrais para a cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). As grandes obras, como construção e recuperação de rodovias e exploração de minas, também compõem um mercado interessante para o profissional.

“Esse engenheiro é contratado para atuar em projetos, no sensoriamento remoto, em geoprocessamento e topografia, enfim, para fazer todo o planejamento territorial”, afirma Fernando Alves Pinto, coordenador do curso da UFV. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) é um tradicional empregador do bacharel.

A demanda existe em todo o país, mas é preciso se dispor a trabalhar em locais que nem sempre oferecem infraestrutura adequada. “Conviver com condições adversas é uma realidade, e o formado tem de estar preparado para isso”, alerta o professor Fernando Alves Pinto.

O curso

Às disciplinas básicas das engenharias, como matemática, física e desenho, somam-se matérias de formação profissional e específicas, relacionadas com a coleta, o processamento, a análise e a representação de dados espaciais. O aluno também aprofunda conhecimentos referentes à geodésia, à topografia, à fotogrametria, ao geoprocessamento, sensoriamento remoto e cartografia. Parte da carga horária do curso é dedicada a práticas de laboratório e à pesquisa de campo. Os alunos também são ensinados a empregar as tecnologias de ponta que serão úteis no domínio de técnicas como o sensoriamento remoto e a fotogrametria digital.

Em algumas instituições, é comum que os estudantes participem de projetos de prestação de serviços à comunidade. Nesses casos, eles atuam fornecendo apoio de campo em levantamentos topográficos e na regularização de terras rurais. Para se diplomar é preciso fazer estágio supervisionado e apresentar um trabalho de conclusão de curso.

Duração média: cinco anos.
Outros nomes:
Eng. de Agrim.; Eng. de Agrim. e Cartografia.

O que você pode fazer:

Avaliações e perícias: Avaliar propriedades para fins de penhora, hipoteca e solução de litígios que envolvam demarcação territorial.
Batimetria:
Elaborar mapas de áreas submersas com dados obtidos por meio de sonares.
Cadastro técnico:
Levantar dados em cidades para fins de cobrança de tributos. Planejar redes de saneamento básico, de eletrificação e de telefonia.
Construção civil:
Fazer o levantamento planialtimétrico e cadastral para a elaboração de projetos de obras de porte, como viadutos, pontes e estradas.
Estudo do meio ambiente:
Mensurar território e recursos naturais, em ambiente terrestre ou marinho.
Georreferenciamento:
Mapear características de grandes áreas, interpretando imagens de satélites e fotos aéreas.
Levantamento aerofotogramétrico:
Fazer o reconhecimento topográfico e geográfico de uma área por meio de análises de fotografias aéreas.
Levantamento topográfico e geodésico:
Dar apoio de campo para levantamentos aerofotogramétricos e projetos de engenharia, fazendo observações para determinar a posição dos pontos de interesse.
Obras elétricas:
Planejar linhas de transmissão de energia, demarcar torres em estações e subestações elétricas e estabelecer o assentamento de turbinas geradoras.
Posicionamento global por satélite (GPS):
Determinar as coordenadas de acidentes geográficos que serão usadas em planos diretores urbanos ou para a localização e a identificação de locais ou objetos.
Representação cartográfica:
Elaborar cartas e mapas nas áreas terrestre, náutica e aeronáutica.
Saneamento:
Projetar, executar e supervisionar locação de adutoras, aterros, redes e sistemas de água e esgoto.
Sistema de informações geográficas (SIG):
Montar bancos de dados sobre áreas urbanas e rurais, processando e selecionando informações coletadas.
Topografi a industrial:
Promover o alinhamento e o nivelamento de máquinas e equipamentos em indústrias e usinas.

Engenharia da Computação

Bacharelado

É o conjunto de conhecimentos usados no desenvolvimento de computadores e seus periféricos. O engenheiro da computação projeta e constrói computadores, periféricos e sistemas que integram hardware e software. Produz novas máquinas e equipamentos computacionais para ser utilizados em diversos setores, de acordo com as necessidades do mercado. Desenvolve produtos para serviços de telecomunicações, como os que fazem a interligação entre redes de telefonia.

Pode, ainda, planejar e implementar redes de computadores e seus componentes, como roteadores e cabeamentos.

Dúvida do Vestibulando

QUAL É A DIFERENÇA ENTRE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO, ENGENHARIA DA COMPUTAÇÃO E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO?

Para planejar e construir computadores, criar sistemas que integram hardware e software e produzir máquinas e equipamentos computacionais, o curso de Engenharia da Computação é o ideal. Já Ciência da Computação prepara o profissional para desenvolver softwares em qualquer área do conhecimento. Ele analisa as necessidades dos usuários, desenvolve programas e aplicativos e gerencia equipes .

O curso de Sistemas de Informação forma o especialista em organização, armazenamento e recuperação de dados. Sua atividade é criar e instalar programas para facilitar consultas.

O mercado de trabalho

Os formados nessa área não costumam ter dificuldade para entrar no mercado de trabalho. Com a expansão do parque industrial brasileiro, muitas máquinas automatizadas e operadas por sistemas computacionais passaram a ser usadas, o que fez aumentar a demanda por esse profissional. O bacharel é requisitado para desenvolver softwares que auxiliam o andamento das indústrias e para a operação de equipamentos embarcados automotivos e de aeronaves. Nesse caso, ele pode atuar diretamente na indústria ou trabalhar em empresas prestadoras de serviços. “O setor de agricultura de precisão também procura por esse profissional. Ele faz mapeamento de grandes áreas de agricultura e pecuária para definir, por exemplo, o uso de defensivos a serem usados em cada área e estabelecer a logística do plantio”, afirma o professor Orides Morandin Júnior, coordenador do curso da UFSCar. Diante desse panorama, a expectativa é que haja vagas em todo o país. Para o aluno se recolocar, porém, a maioria das empresas exige o inglês fluente e, em alguns casos, boa aptidão num terceiro idioma.

O curso

O currículo traz as matérias básicas de engenharia e outras específicas, como eletrônica, linguagens de programação, circuitos elétricos, circuitos lógicos, redes de computadores e banco de dados. No último ano, o aluno faz um estágio supervisionado e tem a oportunidade de cursar disciplinas eletivas que orientam sua formação para uma área específica da profissão, como a criação de softwares. No projeto de conclusão de curso, ele desenvolve hardwares ou aplicativos para um sistema de computação.

Duração média: cinco anos.
Outros nomes:
Eng. da Comput. (autom. e contr.); Eng. da Comput. (ênf. em eng. de software); Eng. da Comput. (eng. de software e tecnol. da inf.); Eng. da Comput. (telemática ênf. em redes e telecom.); Eng. de Comput.; Eng. de Comput. (ênf. em software); Eng. de Sist. Dig.; Eng. de Software; Eng. Elétr. (sist. de comput.).

O que você pode fazer:

Automação industrial e robótica: Projetar robôs, sistemas digitais e computadorizados para fábricas.
Desenvolvimento de softwares e aplicativos:
Criar programas de computadores segundo as necessidades do cliente. Projetar e desenvolver novos sistemas operacionais e linguagens específicas, buscando inovações tecnológicas.
Fabricação de hardware:
Projetar e construir computadores e periféricos.
Marketing e vendas:
Planejar e coordenar ações para a comercialização de equipamentos de informática.
Suporte:
Gerenciar redes de computadores em grandes empresas e dar assistência a elas.

Engenharia de Alimentos

Bacharelado

São as técnicas e os conhecimentos usados na fabricação, na conservação, no armazenamento e no transporte de alimentos industrializados. Esse profissional atua em escala industrial, cuidando de todas as etapas de preparo e conservação de alimentos de origem animal e vegetal. Seleciona a matéria-prima, como leite, carnes, peixes, legumes e frutas, e define a melhor forma de armazenagem, acondicionamento e preservação dos produtos, projetando embalagens.

Desenvolve e testa formulações, com a finalidade de determinar o valor nutricional de alimentos industrializados, seu sabor, sua cor e sua consistência.

Desenvolve tecnologias limpas e processos para aproveitamento de resíduos. A indústria alimentícia é, sem dúvida, o principal campo de atuação desse engenheiro. Mas ele pode trabalhar, ainda, em indústrias fornecedoras de equipamentos, embalagens e aditivos.

O mercado de trabalho

O mercado para o engenheiro de alimentos se mantém estável. A indústria alimentícia e a agroindústria são tradicionais empregadores desse profissional. Ele é contratado para atuar diretamente na fábrica, na linha de produção e gestão de pessoas, também no controle e na gestão de qualidade, no apoio a processos e na pesquisa e desenvolvimento de novos produtos.

“A indústria de embalagens e equipamentos absorve esse profissional tanto para atuar no desenvolvimento e produção como na venda técnica, já que se trata de produtos bem específicos”, afirma Roger Darros Barbosa, coordenador do curso da Unesp, de São José do Rio Preto. Outro mercado em expansão é o de insumos para a indústria alimentícia.

Nesse caso, o bacharel acompanha desde a escolha da matéria-prima até os ingredientes que serão usados na fabricação de alimentos, como aditivos e aromas.

Unilever, Kraft Foods, Danone, Nestlé, Cargill, Bunge, Brasil Foods (união da Sadia com a Perdigão) e Cutrale são potenciais empregadores. As indústrias do setor, devido à legislação de uso de solo e incentivos fiscais, estão espalhadas pelo país.

O curso

Os dois primeiros anos são de formação básica com aulas de matemática, química, bioquímica, físico-química e termodinâmica. Depois, o currículo enfatiza as disciplinas mais técnicas ligadas à produção e à conservação dos vários tipos de alimento. Os conteúdos das áreas de economia e administração dão fundamento para o futuro profissional atuar em gerenciamento industrial. A realização de estágio e a apresentação de trabalho de conclusão de curso são obrigatórias.

Duração média: cinco anos.

O que você pode fazer:

Automação de processos
Planejar e implantar linhas automatizadas de produção.
Controle de qualidade
Organizar métodos e sistemas de controle de qualidade das matérias-primas e do produto processado nas indústrias alimentícias.
Pesquisa e desenvolvimento
Criar e aperfeiçoar produtos, de acordo com as necessidades do mercado. Pesquisar e elaborar tecnologias de produção.
Produção:
Estudar processos de conservação e de embalagem, coordenar análises laboratoriais e fazer a seleção de máquinas e equipamentos fabris.
Projetos agroindustriais:
Avaliar a viabilidade econômica de novas indústrias, estudando as oportunidades de mercado, os custos, as instalações e os equipamentos.
Transporte:
Cuidar do acondicionamento e transporte de produtos alimentícios.
Tratamento de resíduos:
Defi nir métodos de descarte, reciclagem e possível reaproveitamento de resíduos da indústria alimentícia, protegendo o meio ambiente.
Vendas técnicas:
Comercializar matérias-primas, aditivos e equipamentos para indústrias alimentícias e também produtos de toda a cadeia produtiva de alimentos para o consumo.

Engenharia de Controle e Automação

Bacharelado

É o ramo da engenharia que desenvolve e executa projetos de automação industrial. O engenheiro de controle e automação projeta e opera equipamentos utilizados nos processos automatizados de indústrias em geral, além de fazer sua manutenção. Ocupa-se do gerenciamento de projetos de automação industrial e comercial. É o responsável pela programação das máquinas e pela adaptação de softwares aos processos industriais. Em empresas que já estão automatizadas, redimensiona, opera e mantém os sistemas e equipamentos já instalados.

Dúvida do Vestibulando

CONTROLE E AUTOMAÇÃO OU MECATRÔNICA?

As duas engenharias partem, originariamente, de três áreas principais: mecânica, elétrica e computação. A diferença fundamental entre elas está na ênfase colocada em cada uma dessas três áreas. Enquanto a Engenharia Mecatrônica parte de uma base majoritariamente mecânica, a Engenharia de Controle e Automação parte de uma base elétrica, com bastante ênfase em controle e automação. Antes de optar por um curso, preste atenção nessa questão e confira a grade curricular e a ênfase dada.

O mercado de trabalho

Toda indústria, atualmente, tem alguma forma de automação, de um sistema simples aos mais elaborados. Isso facilita para esse engenheiro encontrar vagas. Além disso, o atual momento econômico do país impulsionou os investimentos, e as indústrias estão trabalhando a todo o vapor, demandando mais profissionais. Esse bacharel pode atuar em diversos setores, desde o petroquímico, passando por tecnologia da informação, até de alimentos. Ele é contratado pelas empresas para atuar no projeto e desenvolvimento de novos sistemas que visem a aumentar a produtividade de uma indústria e a qualidade dos produtos. Também pode gerenciar projetos de automação, fazer adaptação de softwares e banco de dados. O melhor caminho para entrar nas grandes indústrias é o estágio. “As companhias procuram os alunos para formar os profissionais. Assim, eles se adaptam a trabalhar dentro daquele ambiente, conhecem detalhes do funcionamento da empresa, os métodos específicos utilizados, e depois são contratados”, afirma Eduardo Lobo Lustosa Cabral, coordenador do curso da Mauá. A maior quantidade de empregos ainda está no eixo Rio-São Paulo. Nas indústrias que migraram para cidades do Nordeste também há possibilidade de vagas.

O curso

Como em todas as engenharias, nos dois primeiros anos o forte são as aulas de matemática, física, química e muita informática. Nesse curso, o aluno também estuda no início lógica digital, efeitos sociais da automação e sistemas processadores e periféricos. A partir do terceiro ano, misturam-se as disciplinas de engenharia mecânica, eletrônica e computação. Em mecânica, você estuda termodinâmica, elementos de máquinas e processos químicos, metalúrgicos e automotivos, entre outros. Em eletrônica estão matérias como eletrônica analógica e digital e na área de computação, aulas de estrutura de dados e sistemas de informação. Também há disciplinas integrativas, entre elas projetos de máquinas e integração da manufatura por computador. Nas atividades em laboratório, o aluno aprende a desenvolver, a projetar, a analisar e a controlar máquinas operadas eletronicamente. O estágio é obrigatório, assim como o trabalho de conclusão de curso.

Duração média: cinco anos.
Outros nomes:
Eng. de Autom.; Eng. de Autom. e Contr.; Eng. de Autom. e Contr. – Mecatr.; Eng. de Autom. Ind.; Eng. de Contr. e Autom. (mecatr.); Eng. de Contr. e Autom. de Processo; Eng. de Contr. e Autom. Ind.; Eng. de Contr. e Autom. Mecatr.; Eng. de Controle e Automação (mecatrôn.); Eng. Eletrôn. (ênf. em autom. e contr.); Eng. Ind. de Contr. e Autom.; Eng. Mecân. (contr. e autom.); Eng. Mecân. (ênf. em mecatr.); Eng. Mecân. Mecatrôn.; Eng. Mecatr.

O que você pode fazer:

Automação comercial e domótica: Projetar sistemas automatizados de controle de equipamentos em edifícios comerciais e em residências, como elevadores, iluminação, aparelhos de ar condicionado e eletrodomésticos.
Automação industrial:
Desenvolver e implantar projetos de automação em indústrias. Manipular robôs industriais.
Bioprocessos:
Projetar, construir e operar equipamentos empregados nas indústrias de biotecnologia.
Informática:
Projetar sistemas de informação e bancos de dados. Programar equipamentos automatizados.

Engenharia Agrícola

Bacharelado

São as técnicas e os conhecimentos empregados no gerenciamento de processos agropecuários. O engenheiro agrícola projeta, implanta e administra técnicas e equipamentos necessários à produção agrícola. Planeja métodos de armazenagem e constrói silos, armazéns e estufas. Leva ao campo soluções inovadoras e eficazes para melhorar a produção, sem se descuidar do desenvolvimento sustentado da agricultura. Propõe a adoção de medidas que impeçam a erosão e o esgotamento do solo e a poluição de mananciais.

Constrói açudes, barragens, sistemas de irrigação e de drenagem. Trabalha no projeto de máquinas e equipamentos agrícolas e se ocupa da mecanização agrícola e da eletrificação rural. Há boas oportunidades nos setores agropecuário e agroindustrial, para trabalhar em pesquisa, geração e desenvolvimento de sistemas de produção e seus componentes tecnológicos. Atua em todas as etapas do agronegócio, do planejamento da produção à comercialização do produto.

Dúvida do Vestibulando

QUAL É A DIFERENÇA ENTRE ENGENHARIA AGRÍCOLA E AGRONOMIA?

Esses cursos preparam profissionais para diferentes tarefas em um mesmo campo de atuação. Enquanto o engenheiro agrícola terá formação com base em matemática e física, o agrônomo se aprofunda em matérias das áreas de biologia e química. A Engenharia Agrícola é voltada para a parte mecânica da agricultura, como planejamento, construcão e manutenção de máquinas. Já o curso de Agronomia se volta para todas as etapas da atividade agropecuária – do plantio e da criação de rebanhos à comercialização da produção.

O mercado de trabalho

O Brasil já é um dos grandes produtores de alimentos. “O país tem a especificidade de dominar tecnologia aplicada à agronomia tropical, produzindo muito mais alimentos em áreas menores. Por isso, o engenheiro agrícola encontra oportunidade em toda a cadeia produtiva, pois ele domina o uso da tecnologia”, explica Edson de Oliveira Vieira, coordenador do curso da UFMG. O mercado está bastante aquecido para trabalhar com preparo do solo e irrigação no norte de Minas Gerais e no Nordeste.

O egresso também pode encontrar vagas em fabricantes de máquinas e equipamentos agrícolas para trabalhar no desenvolvimento de novos produtos, na venda e na assistência técnica. Outro mercado que continua em alta é o de pós-colheita. Os produtores de soja, café, açúcar, tabaco e frutas buscam esses especialistas com o objetivo de reduzir as perdas. Com a necessidade do uso racional da água, há oferta de empregos no setor de irrigação na Região Nordeste. Cresce a procura por esse profissional no ramo sucroalcooleiro – mas a oferta de vagas acompanha a variação do preço da cana – e no de biodiesel.

Na área ambiental, aumenta a demanda para a avaliação de impactos ambientais, tratamento e disposição de efluentes oriundos da atividade agrícola. Na pecuária de exportação, os mais solicitados são os especialistas em planejamento agropecuário e certificação de rastreabilidade do produto – toda carne exportada precisa receber o Selo de Inspeção Federal (SIF). O graduado é responsável por atualizar informações como identificação do animal, data de vacinas e estoque do rebanho, nos sistemas de gerenciamento.

As vagas para o engenheiro agrícola estão concentradas na iniciativa privada e são mais numerosas nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste, nas áreas irrigadas do Nordeste, como Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), e no norte de Minas Gerais. Em cooperativas agroindustriais, as melhores chances estão no Paraná.

Curso

Nos dois primeiros anos, você recebe sólida formação básica em ciências exatas (cálculo, física e química), do solo (geologia e pedologia, que é o estudo dos solos) e da computação (programação e uso de softwares da área da engenharia como Autocad e Matlab). A partir do terceiro ano, o curso passa a abordar aspectos tecnológicos que darão suporte ao desenvolvimento de projetos e sistemas de produção, tais como técnicas de planejamento e administração, sistemas de produção animal e vegetal, pós-colheita, irrigação e drenagem, máquinas e mecanização agrícola, automação e controle.

O currículo possui também forte característica ambiental, principalmente no que tange ao uso adequado dos recursos hídricos e do solo, atuando na conservação da qualidade da água e do solo, bem como no manejo e tratamento de resíduos líquidos e sólidos causados pelos processos agrícolas. O estágio supervisionado e o trabalho de conclusão de curso são obrigatórios.

Fique de olho: A UFF, no campus de Volta Redonda (RJ), oferece o curso de Engenharia de Agronegócio; a Furg, em Santo Antônio da Patrulha (RS), tem o curso de Engenharia Agroindustrial com ênfase em agroquímica e indústrias alimentícias.

Duração média: cinco anos.
Outros nomes:
Eng. Agrícola e Amb.; Eng. Agroind. Agroquímica; Eng. Agroind. Ind. Alimentícias; Eng. de Agroneg.

O que você pode fazer:

Construção rural: Projetar e construir estufas, silos, estábulos e outros alojamentos para animais, mantendo as condições ideais de climatização dos ambientes.
Eletrificação rural:
Instalar em propriedades rurais fontes de energia hidráulica, elétrica, solar ou geradas por biogás.
Engenharia de águas e solos:
Construir açudes, barragens e sistemas de irrigação e drenagem. Combater a erosão e pesquisar técnicas de conservação do ambiente.
Extensão rural e difusão de tecnologia:
Orientar produtores rurais sobre tecnologias e conhecimentos de produção segundo a capacidade produtiva da propriedade.
Mecanização agrícola:
Projetar e construir equipamentos mecânicos, bem como otimizar sistemas mecanizados para todas as etapas da produção agropecuária. Prestar assistência técnica aos agricultores.
Planejamento agropecuário:
Organizar e gerenciar negócios agropecuários. Fazer previsão de safras e propor métodos para gestão dos recursos naturais.
Tecnologia pós-colheita:
Determinar a embalagem, o armazenamento, o transporte e o beneficiamento das safras.

Engenharia de Minas

Bacharelado

Esse é o ramo da engenharia que se ocupa da pesquisa, da prospecção, da extração e do aproveitamento de recursos minerais. O engenheiro de minas atua na área de tecnologia mineral, desde a prospecção (busca de depósitos minerais), a lavra (extração do minério) até o beneficiamento (processamento, separação e concentração do material extraído) para adequálo às especificações produtivas. Além de localizar jazidas, ele analisa o tamanho das reservas e a qualidade do minério no local. Estuda as possibilidades técnicas e econômicas da exploração do depósito mineral.

Caso esta seja viável, elabora e executa o projeto de extração, escolhendo os equipamentos adequados e determinando os recursos humanos e materiais necessários ao trabalho. Em geral, o engenheiro de minas atua em companhias mineradoras, mas pode trabalhar também em pedreiras, construtoras de estradas e empresas de demolição. Lida com tecnologias de última geração e com reciclagem de produtos industriais ou com a prospecção de jazidas. A legislação ambiental exige que esse profissional tenha como objetivo minimizar o impacto da extração sobre o meio ambiente.

Dúvida do Vestibulando

QUAL É A DIFERENÇA ENTRE ENGENHARIA DE MINAS E GEOLOGIA?

O geólogo estuda a origem, a formação, a estrutura e a composição da crosta terrestre. Já o engenheiro de minas se ocupa da pesquisa, prospecção, extração e aproveitamento dos recursos minerais.

O mercado de trabalho

Em 2008, uma crise fez o Brasil perder a liderança mundial na produção de minério de ferro. Mas esse é um quadro que tende a se reverter em 2010. Só a Companhia Vale do Rio Doce, ou simplemente Vale, aumentou a sua produção em mais de 30%. A demanda pelo minério de ferro vem do mercado nacional e do exterior. A China, por exemplo, é um dos maiores compradores do minério brasileiro. A descoberta do pré-sal também aquece esse mercado, já que o engenheiro de minas atua na exploração do petróleo.

Esse movimentado mercado é favorável para o bacharel. “Os alunos já estão saindo da faculdade contratados por grandes mineradoras. Eles vão trabalhar diretamente na operação das minas, fazendo lavra e exploração dos minérios”, afirma Hernani Mota de Lima, coordenador do curso da Ufop. Outros setores que também necessitam desse profissional são as empresas de softwares específicos para a exploração de minas e as de comercialização de equipamentos de mineração.

No primeiro caso, o engenheiro é contratado para dar treinamentos e para operar o software em projetos. Já no segundo, o profissional é requisitado para vender os equipamentos. Vale, Amanco, CSN, Anglo Gold são alguns empregadores desse especialista. O estado de Minas Gerais concentra a maior quantidade de vagas.

O curso

Nos primeiros anos, o aluno cursa as disciplinas básicas de engenharia. Nos anos finais, aprofunda-se o estudo das rochas e seu beneficiamento, com disciplinas de física, química, mineralogia, topografia, geologia e reciclagem de rejeitos e resíduos. Também são realizadas visitas a empresas de mineração. Durante todo o curso, é intensa a atividade em laboratórios de ensaios e em projetos de engenharia. O estágio supervisionado é obrigatório, assim como a apresentação de um trabalho de conclusão de curso.

Duração média: cinco anos.
Outro nome:
Eng. de Minas e Meio Amb.

O que você pode fazer:

Abertura de vias subterrâneas: Definir a melhor técnica para extração de minerais, inclusive de água subterrânea.
Beneficiamento e processamento:
Definir os processos físico-químicos adequados à separação das substâncias que compõem o minério. Na indústria, acompanhar o processo de tratamento de minerais. Pesquisar e desenvolver métodos de reciclagem de minérios e técnicas que diminuam o impacto da atividade extrativa sobre o ambiente.
Lavra:
Planejar e supervisionar a exploração de minas subterrâneas ou a céu aberto. Definir os métodos de remoção, transporte e estocagem do material extraído.
Mecânica da rocha:
Estudar o comportamento mecânico das rochas e sua influência na definição da estrutura de obras como galerias e túneis.
Prospecção:
Trabalhar em atividades de localização de depósitos minerais com o uso, inclusive, de imagens colhidas por satélites.

Engenharia de Petróleo

Bacharelado

É o conjunto de técnicas usadas para a descoberta de poços e jazidas e para a exploração, produção e comercialização de petróleo e gás natural. O bacharel em Engenharia de Petróleo, ou engenheiro de petróleo, tem como campo de atividade petroleiros, refinarias, plataformas marítimas e petroquímicas. Com seus conhecimentos em engenharia, geofísica, mineração e geologia, ele trabalha na descoberta de jazidas de petróleo e também em poços de gás natural. É da responsabilidade desse profissional desenvolver projetos que visem à exploração e à produção desses bens sem prejuízo ao meio ambiente nem desperdício de material. Além disso, cuida do transporte do petróleo e seus derivados, desde o local da exploração até a chegada na refinaria. Esse especialista também pode atuar em consultorias ambientais e no setor de exportação e importação, fazendo pesquisas de preços de matérias-primas ou captando compradores. É requisito da profissão conhecer a legislação internacional que regula as atividades ligadas ao petróleo e seus derivados e, como a maior parte das empresas do setor é estrangeira, é necessário ter fluência em inglês.

O mercado de trabalho

O mercado do pré-sal está impulsionando a corrida para formar 250 mil novos profissionais até 2016 – entre eles, o engenheiro de petróleo. “As operadoras, como Petrobras e Shell, estão ativas por causa da economia brasileira e do bom relacionamento do país com o mercado internacional. Como exploração e produção têm custos elevados, essas características nacionais diminuem os riscos. No Oriente Médio, por exemplo, existem a instabilidade política e a possibilidade de conflitos”, afirma Rogério Fernandes de Lacerda, coordenador do curso da UFF. Além de atuar na exploração, o profissional é contratado para trabalhar em perfuração, transporte, instalação de sistemas submarinos, de gasodutos e no desenvolvimento de projetos. A Exxon, multinacional com concessão para a exploração do petróleo em território nacional, é uma das principais empregadoras, juntamente com Petrobras, Shell, AGX e empresas prestadoras de serviços. O Rio de Janeiro concentra 80% da produção do petróleo nacional e costuma apresentar mais oportunidades de emprego. Mas a Região Nordeste já conta com o Polo Petroquímico de Camaçari (BA), com a refinaria da Petrobras de Pernambuco, que deve começar a funcionar em 2011, outra refinaria no Maranhão, cuja entrada em operação está programada para começar em 2013, e a do Rio Grande do Norte, que deve começar a operar no segundo semestre de 2010. Além disso, sempre em razão da exploração do pré-sal, está prevista a construção de uma refinaria da Petrobras no Ceará.

O curso

As aulas são recheadas de cálculos, principalmente nos dois primeiros anos. Estudam-se física, química, geologia, geometria, álgebra, lógica, estatística, mecânica e fenômenos de transporte. A partir do terceiro ano, entram matérias mais específicas, como fontes alternativas de energia, técnicas de exploração e refino do petróleo, prospecção de petróleo, matérias na indústria do petróleo, engenharia de reservatório, métodos de elevação, ciências dos materiais, entre outras. Na grade curricular também há disciplinas ligadas à gestão do negócio, como marketing, empreendedorismo, gestão ambiental e direito internacional. Estágio e trabalho de conclusão de curso são obrigatórios para se formar na graduação. Na UFBA, o curso é uma habilitação de Engenharia de Minas.

Duração média: quatro anos.
Outros nomes:
Eng. de Gás e Petr.; Eng. de Petr. e Gás; Eng. Mecân. (petr. e gás).

O que você pode fazer:

Comercialização: Atuar na venda do petróleo aos compradores nacionais e internacionais e fazer pesquisa de preços de matérias-primas.
Consultoria:
Prestar serviços para empresas do setor para avaliar os riscos ambientais na exploração, produção e distribuição do produto.
Desenvolvimento de equipamentos:
Projetar e acompanhar a produção de novos equipamentos utilizados nas plataformas marítimas, nas petroquímicas e em refinarias. Pode atuar também na venda desses equipamentos.
Exploração do petróleo e derivados:
Decidir como será feita a perfuração dos locais para que o material seja retirado sem prejuízo ambiental nem financeiro.Procura de reservatórios: Traçar planos para a descoberta de jazidas de petróleo ou poços de gás natural, levando em consideração cálculos e características físicas de determinados espaços. Analisar a capacidade de produção dos novos reservatórios.
Transporte e distribuição:
Desenvolver e implantar projetos para o transporte de petróleo e derivados e gás natural desde os locais de exploração até a chegada nas refinarias e petroquímicas. Cuidar da distribuição do produto final até os postos e as indústrias.

Engenharia de Segurança do Trabalho

Bacharelado

É o ramo da engenharia responsável por prevenir riscos à saúde e à vida do trabalhador. O engenheiro de segurança do trabalho tem a função de assegurar que o trabalhador não corra riscos de acidentes em sua atividade profissional, sejam eles danos físicos, sejam danos psicológicos. Esse profissional administra e fiscaliza a segurança no meio industrial, organiza programas de prevenção de acidentes, elabora planos de prevenção de riscos ambientais, faz inspeções e emite laudos técnicos.

Assessora empresas em assuntos relativos à segurança e higiene do trabalho, examinando instalações e os materiais e processos de fabricação utilizados pelo trabalhador. Orienta a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) das companhias e dá instruções aos funcionários sobre o uso de equipamentos de proteção individual. Pode, ainda, ministrar palestras e treinamentos e implementar programas de meio ambiente e ecologia.

O mercado de trabalho

“Apesar de ser uma graduação nova, já existe um mercado para esse profissional, porque o Ministério do Trabalho impõe normas a serem seguidas pelas empresas para garantir o bemestar e segurança de seus funcionários”, afirma Luciano José Vieira Franco, coordenador do curso da Unipac, de Conselheiro Lafaiete (MG). Os bacharéis encontram emprego em empresas de médio e grande portes, que mantêm uma equipe para cuidar dos assuntos relacionados à segurança, atuando ao lado do técnico de segurança, do médico laboral, do enfermeiro e auxiliares.

Esse engenheiro deve ficar atento às atividades diárias dos funcionários, prover orientação aos gestores e diretores quanto às normas previstas na legislação trabalhista e fornecer apoio aos funcionários recém-contratados. “Outra boa opção para o engenheiro de segurança do trabalho é atuar como autônomo, prestando consultoria para as empresas”, diz o professor Vieira Franco. Em todas as regiões do país existe demanda, mas o Sudeste, por reunir empresas de grande porte, concentra o maior número de vagas.

O curso

O currículo apresenta um leque variado de disciplinas. O aluno estuda muita física, química e matemática – matérias relacionadas à engenharia e à arquitetura, que dão conhecimento para os projetos de segurança e diagnósticos de riscos no trabalho. A grade abrange ainda filosofia, cidadania, antropologia e psicologia,fundamentais para que o estudante entenda os aspectos culturais e sociais relacionados à profissão. Além disso, há disciplinas mais específicas, como ergonomia (estudo da relação entre homem, meio e ferramenta de trabalho, a fim de proporcionar o máximo de conforto, segurança e produtividade), higiene do trabalho (ruído, vibração, temperatura), primeiros socorros, toxicologia e uso correto de máquinas, equipamentos e ferramentas. Antes de se formar, o aluno deve passar ainda por um estágio e apresentar um trabalho de conclusão de curso.

Duração média: quatro anos.
Outros nomes:
Eng. de Saúde e Seg.; Eng. de Seg. no Trab.

O que você pode fazer:

Programas de prevenção: Avaliar e preparar diagnósticos de riscos, além de fazer planos para a segurança de empresas privadas e instituições públicas.
Tecnologia:
Criar equipamentos e máquinas que respeitem as condições de segurança do trabalhador e diminuam os custos das empresas.

Engenharia Elétrica

Bacharelado

É a engenharia que lida com geração, a transmissão, o transporte e a distribuição da energia elétrica. O engenheiro eletricista planeja, supervisiona e executa projetos nas áreas de eletrotécnica, relacionadas à potência da energia. Ele está habilitado a construir e a aplicar sistemas de automação e controle em linhas de produção industrial, no desenvolvimento de componentes eletroeletrônicos, na operação e manutenção de equipamentos em hospitais e clínicas e em projetos de instalações elétricas em indústrias, comércios e residências.

Além das concessionárias de energia, o graduado encontra emprego em empresas de telecomunicações (desde fábricas de celulares até operadoras de sistemas de comunicação), indústrias de equipamentos, automação, fábricas de motores e geradores, consultorias ou em empresas prestadoras de serviços em computação.

O mercado de trabalho

“A engenharia como um todo está crescendo muito no país, e isso inclui a elétrica. Há cerca de dez anos que não temos problemas com empregabilidade, e isso acontece porque a Engenharia Elétrica lida com dois aspectos essenciais para a sociedade, que são a energia e a informação”, afirma José Antenor Pomilio, coordenador do curso da Unicamp. A área de transmissão e distribuição vive um momento importante de renovação dos profissionais que ocuparam os cargos nos anos 1970, quando o setor teve um crescimento muito grande.

Além disso, as áreas de pesquisa e desenvolvimento em empresas de energia, computação e telecomunicações também contratam o profissional. Setores alternativos, como o mercado financeiro, procuram por esse engenheiro. Concessionárias de energia, construtoras, empresas de tecnologia da informação são empregadoras do bacharel. Existe oferta de vagas em todo o país. Apesar disso, as regiões Sul e Sudeste possuem polos industriais bem desenvolvidos e concentram as melhores oportunidades.

O curso

Prepare-se para enfrentar muito cálculo. O currículo começa com disciplinas básicas, como matemática, física e informática. As contas acompanham o aluno também nas aulas de economia e administração. A parte mais interessante fica por conta das aulas práticas e dos experimentos em laboratório, que costumam aparecer desde o início da graduação.

A formação profissionalizante tem início no terceiro ano, com aulas de projetos de sistemas elétricos, materiais elétricos, sistemas digitais e eletromagnetismo, entre outras. No último, além das disciplinas, os alunos se dedicam ao trabalho de conclusão do curso. O estágio é obrigatório e, geralmente, feito a partir do quarto ano.

Duração média: cinco anos.
Outros nomes:
Eng. Elétr. (autom. ind.); Eng. Elétr. (autom.); Eng. Elétr. (comput.); Eng. Elétr. (eletrôn.); Eng. Elétr. (eletrot.); Eng. Elétr. (ênf. em comput.); Eng. Elétr. (ênf. em sist. de energia); Eng. Elétr. (sist. de energia e autom.); Eng. Elétr. (telecom. e eletrôn.); Eng. Elétr. (telecom.); Eng. Elétr. (telecom., eletrôn. e sist. de potência); Eng. Elétr. (telecom., sist. de potência e eletrôn.); Eng. Elétr. (telemática); Eng. Elétr. e das Energias; Eng. Elétr. e Eletrôn.; Eng. Elétr. Eletrot.; Eng. Elétr. Ind.; Eng. Eletrot.; Eng. Ind. Elétr.

O que você pode fazer:

Automação: Projetar equipamentos eletrônicos destinados à automação de linhas de produção industrial.
Eletrônica:
Desenvolver circuitos eletrônicos para aquisição de dados (por exemplo, áudio, temperatura, umidade, pressão), transmissão de dados por radiofrequência, entre outros.
Eletrotécnica (potência e energia):
Planejar e operar sistemas elétricos, desde a geração até a transmissão e a distribuição de energia. Projetar e construir usinas, estações, subestações, redes de geração de energia e também máquinas elétricas. Ampliar as redes de alta tensão e dar manutenção a elas.
Engenharia biomédica:
Especifi car e gerenciar a utilização de equipamentos médico-assistenciais em hospitais, clínicas e laboratórios. Projetar, construir equipamentos e fazer a manutenção deles.
Hardware e programação:
Desenhar componentes e desenvolver sistemas.
Instrumentação:
Projetar e desenvolver equipamentos para a realização de medidas, registro de dados e atuadores.
Microeletrônica:
Projetar, fabricar e testar circuitos integrados (chips) para sistemas de computação, telecomunicações e de entretenimento, entre outros.
Telecomunicações:
Desenvolver serviços de expansão de telefonia e de transmissão de dados por imagem e som. Projetar e construir equipamentos para telefonia e comunicação em geral e de processamento digital de sinais.

Engenharia Florestal

Bacharelado

É o ramo da engenharia voltado para o estudo e o uso sustentável de recursos florestais. O engenheiro florestal avalia o potencial de ecossistemas florestais e planeja seu aproveitamento de modo a preservar a flora e a fauna locais. Ele pesquisa e seleciona sementes e mudas, identifica e classifica espécies vegetais e procura melhorar suas características, analisando as condições necessárias a sua adaptação ao ambiente. Elabora e acompanha projetos de preservação de parques e de reservas naturais e cuida de fazendas de reflorestamento. Recupera áreas degradadas, cuida da arborização urbana e avalia o impacto ambiental de atividades humanas em uma área. Esse engenheiro também efetua vistoriais, perícias e avaliações, emitindo laudos e pareceres. Em sua atuação, visa a segurança e os impactos socioambientais

O mercado de trabalho

O novo Código Florestal brasileiro foi aprovado em julho de 2010 em meio a bastante polêmica. Isso mostra a importância crescente das discussões em relação à preservação e ao manejo florestal. Devem aumentar as oportunidades para o engenheiro florestal, que pode dar assistência e desenvolver projetos para adaptar as propriedades rurais à nova legislação. Órgãos como Ministério do Meio Ambiente, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Estadual de Florestas (IEF) de Minas Gerais realizam concursos frequentes para a contratação desse profissional.

Empresas privadas que prestam serviços para o governo também necessitam dessa mão de obra especializada. Quem atua nas áreas de ecologia aplicada e de manejo florestal vem sendo solicitado nos últimos anos por empresas de reflorestamento e por produtores rurais que fazem o plantio de florestas para fins comerciais. “Cresce muito o número de proprietários de terra que antes só investiam nos setores agrícola e pecuário e hoje destinam parte das terras ao plantio de eucalipto, contratando esse engenheiro para viabilizar o projeto”, explica Soraya Alvarenga Botelho, coordenadora do curso da Ufla, em Minas Gerais. Os postos de trabalho estão concentrados, sobretudo, nos estados do Sul e do Sudeste, com destaque para Minas Gerais, que possui extensas áreas de reflorestamento, abrindo boas oportunidades para esse engenheiro.

Cresce também a procura na Região Norte, que tem o desafio de se desenvolver de maneira sustentável. Nas indústrias de base florestal, em especial nas de papel e celulose, de móveis, de compensado e de carvão, aumenta a procura pelo especialista em tecnologia de produtos florestais. Outros nichos que vêm se expandindo são o comércio de produtos florestais, a gestão de viveiros florestais e a coleta, o estoque e a transformação do lixo urbano e industrial. Prefeituras de todo o país buscam esse graduado para cuidar da arborização urbana. O profissional pode atuar ainda de maneira empreendedora, como assessor técnico de ONGs ou abrindo empresa de produção de mudas e vendas de sementes.

O curso

As ciências agrárias e biológicas estão presentes em todo o currículo, com destaque para as disciplinas que envolvem botânica, tecnologia da madeira, fisiologia vegetal, biologia celular e silvicultura. Mas o forte do curso são as técnicas e os métodos de uso racional das matas que não comprometam o ecossistema. Nessa área, as disciplinas teóricas – como conservação de recursos naturais renováveis – alternam-se com práticas de manejo florestal, ecologia aplicada em campo, atividades em laboratórios e viveiros. O estágio é obrigatório, bem como um trabalho de conclusão de curso.

Duração média: cinco anos.
Outro nome:
Eng. de Florestas Tropicais.

O que você pode fazer:

Ecologia aplicada: Estudar e administrar parques e reservas florestais e gerenciar processos de exploração que preservem os recursos naturais. Recuperar áreas degradadas.
Educação:
Realizar atividades em educação ambiental e ecoturismo.
Fiscalização:
Supervisionar empresas que utilizem produtos de origem florestal como termoelétricas a carvão, indústrias que utilizem lenha e siderúrgicas.
Manejo florestal:
Elaborar, promover e supervisionar projetos de reflorestamento das espécies arbóreas para aumentar sua produtividade. Pesquisar sementes e o melhoramento genético da vegetação.
Tecnologia de produtos florestais:
Pesquisar e desenvolver tecnologias para o aproveitamento, a extração e a industrialização de madeiras e de outros produtos da floresta, como óleos essenciais e resinas.

Engenharia Industrial

Bacharelado

É a área que cuida dos recursos necessários à produção industrial. Esse profissional é o típico engenheiro de chão de fábrica, que acompanha de perto a implantação e a manutenção da infraestrutura industrial, como redes de água e de gás, pontes e esteiras rolantes. Ele organiza e administra as instalações industriais, desde a chegada da matéria-prima à fábrica até o controle de qualidade do produto final, seguindo o cronograma estabelecido. Esse é o especialista encarregado de fazer a ligação entre o engenheiro responsável pelo projeto de máquinas e o engenheiro de produção, que cuida da organização do trabalho. O profissional de engenharia industrial analisa custos, gerencia a mão de obra e administra o uso de equipamentos e matérias-primas. Ele pode se dedicar a diversos ramos das engenharias, como mecânica, madeireira ou química.

O mercado de trabalho

Em razão de ser um profissional generalista, o engenheiro industrial pode trabalhar nos setores petrolífero, cosmético, farmacêutico, de tecnologia e de autopeças, entre outros. As empresas costumam requisitar o engenheiro industrial para trabalhar na área de projetos e nas novas linhas de produção. Também existe boa possibilidade de demanda nos setores de telecomunicações e de geração de energia. A construção de uma base da Petrobras em Itajaí, no estado de Santa Catarina, aumenta a expectativa de emprego naquele mercado. A previsão é de que até 2017 a empresa esteja funcionando plenamente. “Toda a construção e os reparos dos equipamentos de prospecção da nova base serão feitos na cidade de Itajaí, abrindo possibilidades fantásticas de trabalho. E, com a vinda da Petrobras, outras empresas do setor também devem se instalar por aqui nos próximos anos”, afirma Roberto Barddal, coordenador do curso da Univali. Nas regiões Sudeste e Nordeste, a maior procura por esse profissional vem da indústria automobilística. Já a Região Centro-Oeste conta com indústrias especializadas em máquinas para agricultura, com oportunidades para profissionais especializados nesse setor.

O curso

Preste atenção antes mesmo de se inscrever no vestibular, pois o curso de Engenharia Industrial oferece as seguintes habilitações: mecânica, madeireira e química.

As disciplinas do ciclo básico (álgebra, física, química, cálculo e informática) concentram-se nos dois primeiros anos e são quase as mesmas em todas as habilitações. O curso dá boa base na área gerencial, com matérias como economia, administração, empreendedorismo e psicologia aplicada ao trabalho. As disciplinas profissionalizantes, ministradas a partir do terceiro ano, variam dependendo da habilitação escolhida. Cerca de metade da carga horária se dá em laboratório. O estágio e um trabalho de conclusão de curso são obrigatórios para tirar o diploma.

Duração média: cinco anos.
Outros nomes:
Eng. Ind. Madeireira; Eng. Ind. Mecân.; Eng. Ind. Mecân.

O que você pode fazer:

Controle de qualidade: Supervisionar o processo de produção para garantir a qualidade do produto.
Máquinas e equipamentos:
Projetar e supervisionar a construção de fábricas. Instalar máquinas e equipamentos necessários à implantação de indústrias.
Processos industriais:
Gerenciar as diversas etapas doprocesso de fabricação, controlando o funcionamento das máquinas, os turnos de trabalho e a qualidade e o fluxo das matérias-primas.
Planejamento e controle da produção:
Garantir a rentabilidade do processo produtivo, defi nindo os recursos que serão usados na fabricação, como máquinas, mão de obra, processos e softwares específicos.

Engenharia Metalúrgica

Bacharelado

É o conjunto de conhecimentos empregados na transformação de minérios em metais e ligas metálicas e em suas aplicações industriais. Com profundo conhecimento dos metais e de suas propriedades, esse engenheiro é responsável pelo beneficiamento de minérios e por sua transformação em metais e ligas metálicas. Ele atua em todo o processo, desde extração, refino e conformação até a obtenção de produtos com estrutura e propriedades ajustadas às diferentes finalidades. Esse profissional desenvolve e adapta esses metais para os mais diversos usos industriais, desde a confecção de chapas e vigas para a construção civil até a produção de latas de refrigerante, implantes ortopédicos e trens de pouso de aviões. Ele também combina metais com outros materiais, como vidro, plástico ou cerâmica, criando compostos com novas propriedades. Presente em quase todos os segmentos industriais, esse profissional é indispensável nas indústrias de base e no setor metalúrgico.

O mercado de trabalho

Há boas expectativas para esse mercado. De acordo com os dados do último Congresso Brasileiro do Aço, realizado em maio, a previsão de produção para 2010 é de 33,2 milhões de toneladas de aço, quantidade 25% maior que a do ano passado. De olho nisso, as empresas voltaram a contratar. “E, com a exploração na camada de pré-sal, cresce a necessidade de novos aços para serem usados na tubulação que retira a matéria-prima do subterrâneo. Isso movimenta a indústria e o mercado de trabalho”, afirma Geralda Duraes de Godoy, coordenadora do curso da UFMG. Empresas como Usiminas, Açominas, Vallourec & Mannesmann e ArcelorMittal são tradicionais empregadoras desse profissional. De acordo com Geralda Godoy, o setor siderúrgico é o que mais absorve os bacharéis. Eles trabalham com a extração de alumínio, cobre, ouro e a produção de aço e outros metais. Também são contratados para atuar na transformação desses metais para uso industrial, como a produção de chapas metálicas. Minas Gerais é o estado que mais emprega esses engenheiros, seguido de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Paraná. E o perfil desse mercado profissional vem mudando. Hoje há muitas mulheres disputando espaço num campo antes totalmente masculino.

O curso

Os dois primeiros anos são dedicados às disciplinas básicas comuns a todas as engenharias. A partir do terceiro ano, dominam as matérias específicas, entre elas processos de transformação, metalurgia extrativa e física. O aluno cumpre boa parte da carga horária em laboratório. Também se dedica ao estudo das variáveis dos processos de produção de metais e ligas e à caracterização das propriedades desses materiais. No fim do curso são exigidos um estágio e um trabalho de conclusão. Algumas escolas oferecem formação semelhante à do curso de Engenharia de Materiais com habilitação em metais.

Duração média: cinco anos.
Outros nomes:
Eng. de Prod. em Mat. e Metal.; Eng. Metal. e de Mat.

O que você pode fazer:

Metais ferrosos: Desenvolver ligas metálicas que contenham ferro. Acompanhar as diversas fases de fabricação em usinas siderúrgicas, do planejamento ao controle de qualidade da produção.
Metais não ferrosos:
Produzir ligas metálicas que não contenham ferro, como alumínio e cobre. Definir técnicas e métodos para trabalhar com cada metal.
Tratamento de metais:
Controlar o processo de transformação de metais ferrosos e não ferrosos. Estudar a composição e as propriedades dos metais e definir o melhor tipo de tratamento e beneficiamento.

Mecatrônica

Tecnológico

Esse tecnólogo projeta e instala máquinas operatrizes convencionais ou automáticas que integram linhas de produção, além de gerenciar sua operação e manutenção. Pesquisa, desenvolve e implanta softwares para operar equipamentos e, em parceria com o engenheiro de produção, escolhe materiais e tecnologias a ser empregados na usinagem. Outra área de atuação encontra-se nas empresas do ramo metalmecânico, como metalúrgicas e fábricas de autopeças.

O mercado de trabalho

O tecnólogo encontra um bom campo de trabalho, principalmente no setor industrial, mas o mercado é concorrido. Existe boa procura pelo setor automotivo, em companhias como Volkswagen e Ford, e também por empresas metalúrgicas, como a Bardella, nas fábricas de eletroeletrônicos, como a Philips, e nas de autopeças, como a Cofap e a Magneti Marelli. A maior demanda é pelo profissional que trabalhe com planejamento e gestão de projetos, mas também há oportunidades nos setores de instalação, manutenção, operação e supervisão de equipamentos de mecatrônica, como máquinasferramentas e robôs industriais.

“Historicamente, as regiões Sul e Sudeste, principalmente o interior de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, são os mercados mais aquecidos para esse tecnólogo. Mas, recentemente, tem aumentado a procura em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, na Bahia e no Ceará, estados que estão passando por um processo de industrialização”, afirma o professor Irapuan Santos, coordenador do curso de Tecnologia em Fabricação Mecânica da UTFPR. Manaus, por causa do expressivo parque industrial da Zona Franca, também oferece oportunidades. Segundo o professor, as empresas dão preferência a tecnólogos que tenham no currículo cursos que comprovem o domínio de ferramentas de desenho em computador, como o CAD, e que saibam falar inglês. O domínio do alemão e do espanhol também é um diferencial importante.

O curso

A formação desse tecnólogo passou por uma mudança para acompanhar a evolução dos equipamentos, cada vez mais complexos. As máquinas-ferramentas, por exemplo, incorporam a eletrônica e a informática. Assim, as especializações variam de instituição para instituição, mas os cursos da área têm uma plataforma curricular comum. Entre as matérias estudadas, estão termodinâmica, dinâmica dos fluidos, tecnologia de dispositivos e processos de produção. Em laboratório, aprendem-se técnicas de tratamento térmico de materiais, construções motoras e sistemas hidráulicos e pneumáticos. Essas disciplinas são complementadas ao longo do curso com o conhecimento de robótica, manufatura automatizada, óptica, microprocessadores e metrologia. Nem todas as instituições de ensino obrigam os alunos a fazer o estágio. Mas para levar o diploma é preciso fazer um trabalho de conclusão de curso.

Fique de olho: Algumas escolas oferecem formação específica, como projetos e processos de produção. Outras, como a Furg, focam numa área determinada, como refrigeração.

Duração média: três anos.
Outros nomes:
Fabric. Mecân.; Manut. Mecân.; Mecân. (processos de prod.); Mecân. (proj.); Mecân. de Precisão; Proj. Mecân.; Refrigeração e Climatização; Sist. Automotivos; Soldagem.

O que você pode fazer:

Gestão de manufatura: Dirigir os processos de usinagem, garantindo o bom funcionamento das máquinas e o padrão de qualidade dos produtos produzidos em linha.
Manutenção de máquinas e equipamentos:
Consertar equipamentos, dispositivos controladores e processadores e acompanhar seu funcionamento.
Mecânica de precisão:
Desenvolver atividades voltadas para a produção de equipamentos controlados por sensores elétricos e ópticos ou por microcontroladores automáticos.
Mecatrônica:
Programar e integrar eletronicamente máquinas-ferramentas. Automatizar os processos de produção. Construir robôs industriais com capacidade de reprogramação automática.
Processos:
Montar tornos mecânicos, motores de combustão e caldeiras e acompanhar seu desempenho. Usar ferramentas eletrônicas de automatização de máquinas e processos.
Projetos:
Criar equipamentos, instalações e dispositivos mecânicos industriais, com a utilização de ferramentas de simulação que permitam a concepção de objetos virtuais em 3D.
Soldagem:
Coordenar os serviços de ligação e solda de peças e estruturas metálicas utilizadas na engenharia.

Engenharia Naval

Bacharelado

É a área da engenharia que cuida do projeto, da construção e da manutenção de embarcações e seus equipamentos. O engenheiro naval projeta a estrutura, os motores e os demais componentes de navios. Para isso, considera o uso a ser dado à embarcação, a quantidade de carga ou de passageiros a ser transportada, a distância a ser percorrida e o local de operação, se em rios, lagos, mares ou oceanos. Na construção, supervisiona os técnicos e os operários, verifica a qualidade da matéria-prima e os métodos de trabalho e acompanha toda a fabricação. Pode também gerenciar o transporte marítimo e fluvial, controlando o tráfego de embarcações e os serviços de comunicação. Outras áreas de atuação para esse profissional são lazer e esportes náuticos, a criação de animais marinhos e a exploração de recursos minerais do oceano, sobretudo o petróleo.

O mercado de trabalho

Apesar da extensão de seu litoral e da quantidade de rios, o Brasil não tem tradição em indústria naval. Mas o mercado está bem aquecido e tende a se manter assim nos próximos anos. “Um exemplo disso é a retomada da construção de navios para atender, em particular, às necessidades de renovação e ampliação da frota de navios da Transpetro, empresa encarregada do transporte de petróleo e de seus derivados. Além disso, a construção de plataformas para a exploração e produção de petróleo em águas profundas e de um conjunto de embarcações para dar suporte logístico a essas atividades movimenta o mercado para o bacharel”, afirma Marco Brinati, coordenador do curso da USP. Esse profissional é requisitado para trabalhar no desenvolvimento de projetos e sua implantação, supervisão e operação de embarcações, desde barcos de passeio até grandes navios de carga, e também de plataformas de prospecção de petróleo e gás no oceano. O Rio de Janeiro destaca-se no setor de construção naval, mas outros estados, como Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, vêm ganhando novos estaleiros e demandando mão de obra especializada. No setor de produção de petróleo no oceano e transporte marítimo, os empregos estão no Rio de Janeiro (pela presença da Transpetro) e São Paulo (por possuir o principal porto do país).

O curso

Esse curso possui dois anos de formação básica com muita física, matemática, computação e química. Em seguida, começam as matérias específicas das engenharias (mecânica de fluidos, termodinâmica e ciência e resistência dos materiais) e da formação profissionalizante (hidrodinâmica, estruturas navais, projeto de navio e plataformas marítimas, construção naval e transporte aquaviário). Em aulas práticas de laboratório, o aluno constrói e testa modelos e maquetes estruturais, não só de embarcações tradicionais como também de submarinos e robôs subaquáticos. O estágio e o projeto de conclusão de curso são obrigatórios.

Duração média: cinco anos.

O que você pode fazer:

Construção naval: Projetar e coordenar a construção de embarcações, como navios, barcos e lanchas. Gerenciar serviços de manutenção, reparos e conservação de cascos, motores e máquinas.
Gerenciamento de transporte:
Planejar todas as etapas do comércio fluvial ou marítimo, desde o embarque e o transporte de carga até o desembarque e o armazenamento.
Pesquisa e desenvolvimento:
Criar novas tecnologias e adaptá-las a submarinos, plataformas flutuantes e robôs para exploração submarina.
Projeto de sistemas oceânicos:
Planejar e construir plataformas marítimas e tubulações para o transporte de petróleo.

Engenharia Têxtil

Bacharelado

São as técnicas e os conhecimentos utilizados na fabricação e no tratamento de fibras, fios e tecidos e na confecção de roupas. O engenheiro têxtil projeta as instalações, os equipamentos e as linhas de produção de tecelagens e indústrias de confecção de roupas. Controla custos, processos industriais, como estamparia, tingimento, corte e costura, bem como a qualidade da matéria-prima e do produto final. Coordena o trabalho de operários e técnicos para concretizar os projetos de estilistas e designers. Com conhecimentos de marketing, pode também assessorar e orientar clientes.

O mercado de trabalho

A indústria têxtil brasileira vem se recuperando da crise de 2009. A Associação Brasileira de Indústria Têxtil (Abit) espera, para 2010, crescimento de 4% no setor têxtil, e a geração de postos de trabalho também para engenheiros têxteis. “A maior demanda é na área de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, como fios e tecidos, mas a área de controle de qualidade também tem procurado muitos profissionais”, afirma Camila Borelli, coordenadora do curso do Centro Universitário da FEI. Além desse mercado, o bacharel pode dedicar-se à área de vendas ou atuar como autônomo, prestando consultoria para a indústria, ou como representante comercial de uma confecção ou até mesmo de uma indústria. Rhodia, Tavex (que incorporou a Santista Têxtil), Hering, Marisol e tecelagens como Santa Constância são alguns dos tradicionais empregadores. Em geral, as melhores oportunidades de trabalho estão nas regiões Sul e Sudeste, com destaque para o estado de São Paulo, pelo grande número de indústrias têxteis na capital e no interior, e Santa Catarina, onde existe um importante polo de malharias, fiações e tecelagens. No Ceará, local de várias indústrias de fiação, o mercado também é promissor.

O curso

O primeiro ano é de matérias básicas das engenharias. Depois você estuda a composição de fios e tecidos, os processos e as máquinas empregadas em fiação, tecelagem, malharia e confecção. As disciplinas específicas incluem fibras têxteis, texturização, tecelagem, malharia, beneficiamento, controle de qualidade e desenvolvimento do produto, além de projetos e instalações industriais têxteis. Há também matérias ligadas ao gerenciamento de negócios e outras voltadas para o controle da produção, como controle estatístico de qualidade. O estágio e o trabalho de conclusão de curso são obrigatórios.

Duração média: cinco anos.

O que você pode fazer:

Pesquisa e desenvolvimento: Criar fibras e fios sintéticos para substituir o algodão ou para compor novos tecidos. Desenvolver produtos, como fios e tecidos, para a indústria. Elaborar padronagens e cartela de cores.
Processos industriais:
Acompanhar as etapas de produção e implantar novas tecnologias e processos de tinturaria. Projetar fábricas, equipamentos e dar manutenção a máquinas de fiação, tecelagem, malharia, confecção e beneficiamento de fibras, fios e tecidos.
Projetos:
Planejar, instalar e ampliar fábricas têxteis. Criar máquinas e equipamentos utilizados nessas indústrias.

Engenharia Acústica

É o conjunto de conhecimentos usado para desenvolver novos sistemas eletro acústicos e para determinar a intensidade de ruídos e vibrações. O engenheiro acústico desenvolve técnicas e equipamentos para controlar o ruído ambiental visando ao bem-estar das pessoas. Também produz softwares e equipamentos eletrônicos, como medidores de nível sonoro e audiômetros. É um profissional que atua em diversas áreas. Pode trabalhar na acústica subaquática, desenvolvendo e fazendo a manutenção de sonares de submarinos ou avaliando as vibrações de ondas sísmicas.

Também tem competência para atuar no controle da emissão de ruídos e vibrações provenientes de equipamentos, máquinas e até eletrodomésticos,seja numa empresa, seja num local de descanso ou lazer. É ele quem faz a fiscalização, vistoria e perícia e emite os laudos e pareceres técnicos a respeito do local visitado.

Outra possibilidade de atuação é na área acústica musical, como responsável pela análise vibro acústica de instrumentos e pela sonorização de espetáculos, e no controle de ruídos em salas em que o silêncio seja primordial, como estúdios de gravação.

O mercado de trabalho

Ainda não existe esse bacharel no mercado. A previsão é que a primeira turma se forme em 2014 na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Os órgãos públicos, como prefeituras municipais, costumam absorver esse perfil de profissional para atuar na fiscalização e propor ações de controle da poluição sonora. Há também um mercado aberto na indústria automobilística, na aeroespacial e em fabricantes de equipamentos eletrônicos. Esse profissional também encontra boa demanda trabalhando como autônomo na elaboração de pareceres técnicos, laudos e estudos de viabilidade técnico-econômico. 

O curso

A grade curricular mescla matérias da área de exatas com as da engenharia. Portanto, prepare-se para uma avalanche de cálculos. Até o quinto semestre, o aluno aprende geometria descritiva, física, química, cálculo, estatística, álgebra linear e equações diferenciais. Ao mesmo tempo, tem aulas de música para engenharia acústica, ciências dos materiais, ruídos e vibrações, termodinâmica e circuitos elétricos. Os últimos semestres são bem direcionados à profissão, quando o aluno estuda eletroacústica, sonorização, controle de vibrações, engenharia de segurança, técnica de gravação entre outros. É preciso apresentar um trabalho de conclusão de curso.

Duração média: cinco anos.

O que você pode fazer

Acústica musical: Projetar e executar análise vibroacústica de instrumentos e equipamentos musicais e fazer a sonorização de espetáculos.
Acústica de salas:
Qualificar auditórios, teatros, igrejas e salas multiuso, além de ambientes residenciais quanto a emissão e recepção de ruídos.
Áudio profissional:
Projetar e executar correções acústicas de ambientes internos e externos; operar som em estúdios, emissoras de rádio ou de televisão e eventos privados.
Consultoria:
Prestar serviços para empresas avaliando a viabilidade socioeconômica de projetos e também assessorando obras de adequação acústica.
Controle de ruído:
Planejar programas de controle de ruído urbano e industrial; avaliar ruído aéreo
Desenvolvimento de equipamentos:
Projetar equipamentos e dispositivos para isolamento e absorção acústica
Eletroacústica:
Desenvolver equipamentos, como microfones e alto-falantes.
Vibrações:
Projetar e executar sistemas de controle de vibrações em estruturas de edificações.

Engenharia Biomédica

Bacharelado

É a área da engenharia que cuida da concepção de equipamentos médicos, biomédicos e odontológicos, voltados para diagnóstico ou tratamento terapêutico. O engenheiro biomédico projeta a estrutura, desenvolve e monta os equipamentos e faz a sua manutenção corretiva e preventiva.

Pode ainda calibrar e aferir os equipamentos médicos e eletromédicos. Como tem conhecimentos na área de informática e eletrônica, cria softwares e equipamentos eletrônicos que otimizam o uso das máquinas pelos médicos, enfermeiros e dentistas. Também pode gerenciar a área de compras de equipamentos médicos e planejar seu uso. Realiza ainda pesquisas científicas para a descoberta de materiais e instrumentos biomédicos.

Esse bacharel atua em hospitais, clínicas médicas, centros de saúde, laboratórios farmacêuticos e de análises clínicas, serviços especializados em manutenção hospitalar e centros de pesquisa.

Dúvida do Vestibulando

QUAL É A DIFERENÇA ENTRE ENGENHARIA BIOMÉDICA E INFORMÁTICA BIOMÉDICA?

Os dois profissionais têm como principal objetivo aperfeiçoar os processos na área médica. O engenheiro biomédico é apto para desenvolver novos equipamentos, avaliar a qualidade da tecnologia aplicada à saúde, entre outras funções. Já o bacharel em Informática Biomédica é especialista no desenvolvimento de softwares e hardwares aplicados à área médica, tanto para potencializar o uso dos equipamentos como para auxiliar os profissionais da medicina no diagnóstico de pacientes.

O mercado de trabalho

São positivas as expectativas para o engenheiro biomédico, que ainda é um profissional novo no mercado de trabalho brasileiro – a primeira turma no país se formou em 2005. “Está em discussão no Congresso Nacional uma lei que obriga todos os hospitais a contratar pelo menos um engenheiro biomédico.

Muitos hospitais já estão se preparando para essa obrigatoriedade, aumentando a demanda por esse especialista”, afirma Airton Martin, professor do curso da Univap, em São José dos Campos (SP). O profissional pode encontrar campo de trabalho no Hospital Albert Einstein, um dos mais conceituados de São Paulo, e na Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM).

Nos hospitais e clínicas, ele é contratado para atuar na manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos médicos. Já no setor industrial, a principal função desse engenheiro é desenvolver novos produtos na área médica. Outro possível campo de atuação é o acadêmico, para a realização de pesquisas. São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco são os estados brasileiros que mais têm aberto postos de trabalho para esse bacharel. Registra-se a possibilidade de oportunidades em estados como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Bahia.

O curso

O curso tem como caraterística a interdisciplinaridade fazendo interface entre engenharia e saúde. A grade curricular compreende matérias de ciências exatas, ciências médicas e biológicas. Em ciências exatas, estudam-se matemática, física, eletrônica, informática e tecnologia da computação. Já na área de saúde e ciências biológicas, constam na grade curricular disciplinas de anatomia, fisiologia, biofísica, bioquímica, biomecânica e telemedicina. O aluno também passa a estudar engenharia de software, circuitos elétricos, conversão de energia e termodinâmica. O estágio sempre é obrigatório, e as universidades exigem um trabalho de conclusão apresentado no último ano da graduação.

Duração média: cinco anos.

O que você pode fazer:

Informática: Desenvolver bancos de dados e softwares para diagnóstico de doenças e realização de terapias.
Sistemas clínicos:
Avaliar e especificar equipamentos que devem ser adquiridos pelos centros de saúde e odontológicos.
Equipamentos:
Projetar, desenvolver, gerenciar e manter equipamentos odonto-médico-hospitalares, incluindo próteses e outros instrumentos de auxílio à locomoção.

Engenharia Civil

Bacharelado

É o ramo da engenharia que projeta, gerencia e executa obras como casas, edifícios, pontes, viadutos, estradas, barragens, canais e portos. O engenheiro civil projeta, gerencia e acompanha todas as etapas de uma construção ou reforma. Sua atuação inclui a análise das características do solo, o estudo da insolação e da ventilação do local e a definição dos tipos de fundação. Com base nesses dados, o profissional desenvolve o projeto, especificando as redes de instalações elétricas, hidráulicas e de saneamento do edifício e definindo o material que será usado. No canteiro de obras, chefia as equipes de trabalho, supervisionando prazos, custos, padrões de qualidade e de segurança. Cabe a ele garantir a estabilidade e a segurança da edificação, calculando os efeitos dos ventos e das mudanças de temperatura na resistência dos materiais. Ele também pode dedicar-se à administração de recursos prediais, gerenciando a infraestrutura e a ocupação de um edifício.

O mercado de trabalho

O mercado para o engenheiro está aquecido em todo o país, e a expectativa é melhorar ainda mais nos próximos anos. O bom momento atual é reflexo do crescimento da economia e de projetos do governo federal como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa Minha Vida, que aumentou a oferta de imóveis, o que beneficia o bacharel.

Para os próximos anos, a demanda pelo profissional deve aumentar, já que dois grandes eventos serão sediados no país: a Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016. “Serão grandes construções, como portos, canais, barragens, que levam de quatro a cinco anos para ficar prontas. O mercado só tende a melhorar ainda mais”, afirma José Gabriel Maluf Soler, coordenador do curso da PUC Minas. De acordo com ele, a construção civil é o setor que mais absorve esse bacharel. O aquecimento do mercado imobiliário nos últimos anos segue influenciando a grande procura por esse engenheiro.

Escritórios de arquitetura também costumam contratar o profissional para atuar no planejamento de projetos. Entre os setores apontados como promissores, estão o de petróleo e gás, que deverão receber investimentos em obras de grande porte, como gasodutos, refinarias, plataformas, navios e estaleiros. Outras áreas com boa perspectiva são energia e saneamento básico.

O curso

Disciplinas como matemática, física, estatística, desenho e lógica são o forte do currículo. Portanto, prepare-se para exercitar suas habilidades em cálculo e desenho. Há atividades em laboratório e matérias das áreas de administração e economia que ensinam técnicas e métodos de gerenciamento de projetos e equipes.

Nos três anos finais, você cursa disciplinas mais ligadas às áreas de especialização escolhidas: estruturas, construção civil, hidráulica e saneamento, transportes ou geotecnia. Para obter o diploma, o estágio é obrigatório, assim como um trabalho de conclusão de curso.

Fique de olho: Há instituições que oferecem formação direcionada a uma área específica, como estruturas, transportes e meio ambiente. A Furg possui o curso de Engenharia Civil Costeira e Portuária.

Duração média: cinco anos.
Outros nomes:
Eng. Civil (amb.); Eng. Civil (ênf. em estrut. metálicas); Eng. Civil (ênf. em meio amb.); Eng. Civil (ênf. em sist. construtivos); Eng. Civil (estrut. metálicas); Eng. Civil (transp. e log.); Eng. Civil de Infraestrutura; Eng. Civil e Amb.; Eng. de Prod. Civil; Eng. em Constr. Civil.

O que você pode fazer:

Construção urbana: Projetar, construir e reformar prédios e grandes instalações, como estádios esportivos, shopping centers e aeroportos.
Estruturas e fundações:
Projetar e edifi car fundações e estruturas de madeira, aço ou concreto, que dão apoio às construções, calculando o material necessário e as dimensões da obra.
Gerência de recursos prediais:
Manter em ordem a infraestrutura de prédios e estabelecer padrões de qualidade, ocupação e uso do espaço.
Hidráulica e recursos hídricos:
Projetar, gerenciar e executar obras de barragens, canais, reservatórios, sistemas de irrigação, drenagem ou obras costeiras.
Saneamento:
Fazer o projeto e construir obras de saneamento básico, como redes de captação e distribuição de água e estações de tratamento de água e esgotos.
Transportes:
Projetar e construir obras de infraestrutura, como rodovias, ferrovias, viadutos, portos, metrôs e viadutos.

Engenharia de Pesca e Aquicultura

Bacharelado

É o setor da engenharia voltado para o cultivo, a captura e a industrialização de organismos aquáticos. O engenheiro de pesca estuda e aplica métodos e tecnologias para localizar, capturar, beneficiar e conservar peixes, crustáceos e frutos do mar. Suas atividades básicas são o planejamento e o gerenciamento das atividades pesqueiras voltadas para a industrialização e para a comercialização do pescado. Em aquicultura, atua na criação e na reprodução de peixes, crustáceos e moluscos em cativeiro. Dimensiona e implanta fazendas aquáticas em lagos, rios, barragens e no oceano. Pesquisa o beneficiamento e a conservação dos animais e acompanha sua industrialização e distribuição no mercado consumidor. Instala e mantém motores e equipamentos mecanizados usados em operações de pesca, beneficiamento e processamento.

O mercado de trabalho

São boas as perspectivas para o engenheiro de pesca e aquicultura no Brasil. O país tem uma extensa costa e um grande potencial para o cultivo, para a exploração e a captura de peixes, mas a mão de obra especializada ainda é escassa. As empresas de produção de pescado espalhadas por todo o país costumam abrir vagas com frequência. Os frigoríficos integram a cadeia voltada à exportação e oferecem mais oportunidades a quem tem especialização em tecnologia de pescado. Na Região Centro- Oeste, novos frigoríficos têm sido abertos, e isso incentiva a piscicultura, em especial do pintado. No Pantanal, essa é uma atividade que deve crescer, como forma de evitar a pesca, que tem provocado a degradação das espécies.

No Nordeste, aumenta a procura por profissionais para beneficiamento, processamento e transformação em produtos do camarão. Na Bahia e no Ceará, há vagas nos projetos de maricultura (a aquicultura de águas marinhas, que inclui, além dos camarões, a criação de mexilhões, peixes, ostras etc.). No Nordeste, de forma geral, é alta a demanda por engenheiro de pesca para embarcar e acompanhar o processo de captura de peixes, como atum e beijupirá, e camarões. O serviço pode ser bem pago porque o profissional recebe comissão pela produção. O Rio Grande do Norte e o Rio de Janeiro ganharam novos terminais pesqueiros. No Sul, aumenta a produção de trutas e moluscos, que incluem mexilhões, ostras e vieiras, levando à abertura de novas vagas. No Centro-Oeste, especialmente em Brasília, há chances na consultoria para empreendimentos em aquicultura.

Nas regiões Norte, Sudeste e Sul cresce a criação de peixes de água doce, em especial pintado, tilápia, pacu e dourado. “O momento na Região Norte é muito favorável para esses profissionais. Não damos conta de preencher as vagas que os novos projetos de aquicultura geram”, diz Carlos Eduardo Rangel, coordenador do curso de Engenharia de Pesca da UFPA. Em todo o Brasil, os engenheiros de pesca e aquicultura têm sido chamados por instituições como o Ibama e o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade) para realizar projetos de conservação ambiental. E, com o crescimento desses cursos nos institutos federais – antigos Cefets -, aumenta a demanda por professores.

O curso

As disciplinas das áreas das ciências exatas e biológicas, como cálculo, estatística, ecologia e zoologia, fazem parte do currículo no primeiro ano. O estudante tem, ainda, aulas de biologia pesqueira, bioquímica, meteorologia e tecnologia de pesca, aquicultura, economia e administração pesqueira. As aulas práticas, em laboratório e a bordo de barcos, ocupam boa parte da carga horária. Nelas, o aluno aprende técnicas de navegação, métodos de processamento do pescado e cultivo de peixes, moluscos e crustáceos. Para se formar é preciso fazer estágio e apresentar uma monografia.

Fique de olho: Na maior parte das instituições, o curso é de Engenharia de Pesca. Na UFSC e na UFFS-PR, a graduação é em Engenharia de Aquicultura. Na UFRN e na UFMG é Aquicultura e Aquacultura, respectivamente.

Duração média: cinco anos.
Outros nomes:
Aquacultura; Aquicultura; Eng. de Aquicultura; Eng. de Pesca.

O que você pode fazer:

Administração e economia pesqueira: Planejar, implantar e gerenciar empresas pesqueiras.
Aquicultura:
Projetar fazendas e viveiros e desenvolver técnicas para a criação de organismos marinhos e de água doce. Estudar a viabilidade econômica, técnica e jurídica de empreendimentos de aquicultura e dar consultoria em fazendas aquáticas.
Ecologia aquática:
Estudar ecossistemas aquáticos de modo a garantir a exploração dos recursos sem danos ao meio ambiente.
Extensão pesqueira:
Orientar comunidades de pescadores para aumentar a produtividade e o desenvolvimento econômico e social da região.
Investigação, planejamento e tecnologia pesqueira:
Pesquisar o potencial pesqueiro de uma região e elaborar programas para seu desenvolvimento. Criar técnicas de localização e captura de animais aquáticos.
Produção:
Desenvolver técnicas de criação de peixes (piscicultura), mariscos (maricultura), camarões (carcinicultura) e plantas aquáticas.
Tecnologia do pescado:
Fazer o controle sanitário e inspecionar a conservação, o beneficiamento e a industrialização do pescado, agregando valores e desenvolvendo novos produtos.

Engenharia de Energia

Bacharelado

É o ramo da engenharia que planeja, analisa e desenvolve sistemas de geração, transporte, transmissão, distribuição e utilização de energia. O engenheiro de energia lida com todas as formas de energia que compõem a matriz energética brasileira – seja ela renovável, como hídrica, solar, eólica ou de biomassa, seja não renovável, obtida de petróleo, carvão, gás natural ou material radioativo, como o urânio (usado em usinas nucleares). Na área pública, pesquisa e traça estratégias para o setor energético. Avalia as necessidades de uma região ou setor e desenvolve projetos econômica e socialmente viáveis, sempre buscando soluções seguras e sustentáveis, que não agridam o meio ambiente. Além disso, ele coordena programas de contenção e uso racional da energia. Seu campo fundamental de trabalho inclui empresas de projetos de engenharia, como Promon e Setal, agências reguladoras, como Aneel, e organizações não governamentais.

O mercado de trabalho

O país poderá passar por uma crise energética e ambiental nos próximos anos, segundo o Plano Brasil 2022, elaborado pelo governo federal com metas e ações estratégicas para promover o desenvolvimento. Uma das maneiras previstas para evitar o colapso será investir em fontes de energia hidrelétrica e nuclear, além das energias alternativas, para diminuir a emissão de carbono com a queima de petróleo e derivados. Rico em diversas fontes energéticas, o Brasil tem potencial de crescimento em pesquisa e desenvolvimento na área de energia.

Por isso, o mercado tem crescido para o engenheiro de energia tanto no setor público como no privado. “Por ser um profissional preparado para atuar não só com a questão energética em si, mas relacionando-a à ambiental e às necessidades de crescimento do país, ele não tem dificuldades em se colocar no mercado de trabalho”, explica Otávio de Avelar Esteves, coordenador do curso da PUC Minas. “Multinacionais como a Vale já abrem vagas para esse profissional, a fim de coordenar projetos em eficiência energética”, complementa. Indústrias, empresas de maneira geral e órgãos públicos buscam soluções energéticas de melhor custo-benefício de acordo com seu tipo de produção, e esse engenheiro é solicitado para fazer a análise e determinar qual tipo de fonte energética é a mais eficiente.

Os maiores empregadores são as concessionárias de energia elétrica, além da Petrobras, Eletrobrás, usinas de etanol e biodiesel e companhias de transporte de distribuição de gás natural. As melhores oportunidades estão nos estados de forte perfil industrial, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Os investimentos em usinas de etanol e biodiesel também criam boas chances de trabalho no interior de São Paulo e nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, locais onde há intensa produção de cana-de-açúcar.

O curso

As disciplinas básicas são matemática, física, informática e economia. Na parte específica, o curso aborda áreas como eletricidade, combustíveis, potenciais hidráulicos, energia solar, térmica, nuclear e eólica. Esses temas estão concentrados em matérias que definem como gerar, distribuir e monitorar energia, levando em conta aspectos ambientais, sociais e econômicos. Os alunos estudam também a legislação e as normas que regulam o setor. Estágio e trabalho de conclusão de curso são obrigatórios.

Duração média: cinco anos.
Outros nomes:
Eng. Bioenergética; Eng. de Energias e Meio Amb. (eng. amb.); Eng. de Energias e Meio Amb. (eng. de energias renováveis); Eng. de Energias e Meio Amb. (eng. de petr.); Eng. de Energias Renováveis; Eng. de Energias Renováveis e de Amb.

O que você pode fazer:

Diagnóstico: Avaliar, selecionar e implantar o melhor tipo de energia – entre renováveis e não renováveis – e as melhores condições de uso.
Planejamento energético:
Planejar e coordenar o processo de implantação de usinas e analisar os impactos ambientais, sociais e econômicos relacionados ao local de instalação.
Desenvolvimento de tecnologia:
Criar ou melhorar equipamentos para geração, uso final do consumidor e para transformação de energia.

Engenharia de Materiais

Bacharelado

É o ramo da engenharia voltado para a pesquisa de materiais e de novos usos industriais para os materiais já existentes. O bacharel atua na gestão, supervisão e orientação técnica de projetos e processos de produção, transformação e uso de materiais. Esse profissional pesquisa e cria materiais, como resinas, plásticos, cerâmicas e ligas metálicas. Aperfeiçoa suas propriedades e estabelece novas combinações, que resultam em produtos inéditos. Ele também estuda alternativas de aplicação de materiais já conhecidos em diversos tipos de produto. Esse engenheiro se responsabiliza por todo o processo, da seleção da matéria-prima e definição dos métodos de produção à utilização do material. Podem ser boas as perspectivas de trabalho em indústrias petroquímicas, siderúrgicas e automobilísticas e no desenvolvimento de tecnologias de reciclagem de plásticos.

O mercado de trabalho

As indústrias petroquímica e siderúrgica são as que mais empregam esse profissional, que, pelo aquecimento da economia nacional, vem encontrando boas oportunidades de trabalho. A Vale é um tradicional empregador. Além disso, a instalação da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) no país abre expectativas de emprego para os que já possuem experiência e também para os recém-formados. “O engenheiro é procurado para trabalhar no projeto, desenvolvimento e produção de novos materiais, também para controlar os processos de fabricação e atuar na transformação da matéria-prima mineral”, afirma Cláudio Geraldo Schön, coordenador do curso da USP.

A área de metais é a que mais recebe investimentos no país e tem a maior demanda por profissionais. A indústria de polímeros também acena com boa expectativa devido ao aumento da produção petrolífera e à possibilidade de criação de novos produtos. No Sul, predomina a indústria cerâmica, com as áreas de pisos, revestimentos e porcelanas. Cecrisa, Eliane, Portinari são tradicionais empregadores nesse ramo. A preocupação com o meio ambiente também incentiva as indústrias a contratar o profissional para o desenvolvimento de tecnologias de reciclagem e reaproveitamento de resíduos, com as quais ele cria produtos que possam ser recolocados no mercado.

São Paulo, pelo tamanho do parque industrial, concentra boa parte das vagas. No Rio, a presença da CSA aumenta as oportunidades. Além disso, a região conhecida como Vale do Aço, no leste do estado de Minas Gerais, pode demandar muitos profissionais.

O curso

Depois da formação básica, no terceiro ano é preciso optar por uma das três especializações: metais, cerâmicas ou polímeros. A partir daí, o currículo dá ênfase às disciplinas relacionadas com a escolha que tiver sido feita. Boa parte da carga horária é passada em laboratório, onde o aluno se familiariza com as propriedades e as aplicações desses materiais. Nas aulas práticas, ele pesquisa e desenvolve novas ligas metálicas, compostos cerâmicos e polímeros, como borrachas, resinas, plásticos, acrílicos e materiais supercondutores. Algumas escolas oferecem habilitação em uma área específica, como cerâmica, materiais metálicos e polímeros. O estágio é obrigatório, assim como a apresentação de um trabalho de conclusão de curso.

Duração média: cinco anos.
Outros nomes:
Eng. (eng. de mat.); Eng. Cerâmica; Eng. de Mat. (ênf. em metais e polímeros); Eng. de Mat. e Manufatura; Eng. de Plást.; Eng. Mecân. (mat.).

O que você pode fazer:

Cerâmica: Criar materiais cerâmicos e estudar novas utilizações para os já existentes. Acompanhar e controlar a qualidade da produção das peças em indústrias de materiais refratários e revestimentos cerâmicos.
Metais:
Desenvolver ligas metálicas e gerenciar sua produção, para garantir a qualidade do material.
Polímeros:
Criar compostos de borracha, resinas, plásticos e acrílicos para ser empregados nos mais diversos tipos de indústria.

Engenharia de Produção

Bacharelado

É o ramo da engenharia que gerencia os recursos humanos, financeiros e materiais para aumentar a produtividade de uma empresa. O engenheiro de produção é peça fundamental em indústrias e empresas de quase todos os setores. Ele une conhecimentos de administração, economia e engenharia para racionalizar o trabalho, aperfeiçoar técnicas de produção e ordenar as atividades financeiras, logísticas e comerciais de uma organização. Define a melhor forma de integrar mão de obra, equipamentos e matéria-prima a fim de avançar na qualidade e aumentar a produtividade. Por atuar como elo entre o setor técnico e o administrativo, seu campo de trabalho ultrapassa os limites da indústria. O especialista em economia empresarial, por exemplo, costuma ser contratado por bancos para montar carteiras de investimentos. Esse profissional é requisitado, também, por empresas prestadoras de serviços para gerenciar a seleção de pessoal, definir funções e planejar escalas de trabalho.

O mercado de trabalho

“A economia aquecida, a tendência de crescimento para os próximos anos e o perfil do engenheiro de produção que se encaixa em diversos setores mantêm as chances de emprego muito boas. Nossos alunos estão todos empregados”, afirma Alexandre Augusto Massote, coordenador do curso do Centro Universitário da FEI. Esse profissional é solicitado para atuar na gestão de diversos processos produtivos, como uma lanchonete, uma empresa de transporte, um hospital, onde faz toda a coordenação da produção. “A área de logística também está crescendo e demandando muitos engenheiros de produção para instalar e gerenciar as operações”, completa Massote. Bancos, financeiras e administradoras de cartão de crédito procuram o formado para atuar na gestão de carteiras e análise de investimentos. Em hospitais, ele cria estratégias para agilizar os processos de atendimento aos pacientes e melhorar o funcionamento da empresa. A maioria das vagas concentra-se no Sudeste, mais precisamente em São Paulo, e no Sul. A instalação de grande número de indústrias no Ceará e na Paraíba tem atraído muitos profissionais.

O curso

No começo, o curso enfoca as disciplinas básicas de engenharia, com bastante cálculo, como matemática, física, química e informática. Depois entram as matérias específicas de produção, como gestão de investimentos, organização do trabalho e economia e estratégia de empresas. Nos últimos anos, acrescentam-se as de sociais aplicadas, como administração e economia, e, na etapa final, o aluno começa o estudo específico da habilitação escolhida. Para se diplomar é preciso fazer estágio e apresentar uma monografia.

Fique de olho: Várias escolas oferecem o curso voltado para alguma habilitação específica, como mecânica, civil e agroindustrial.

Duração média: cinco anos.
Outros nomes:
Eng. (eng. da prod. agroind.); Eng. da Prod.; Eng. da Prod. Agroind.; Eng. de Prod. (agroind.); Eng. de Prod. (civil); Eng. de Prod. (elétr.); Eng. de Prod. (ênf. em agroind.); Eng. de Prod. (gestão amb.); Eng. de Prod. (instalações no mar); Eng. de Prod. (mecân.); Eng. de Prod. (qualid. quím.); Eng. de Prod. Agroind.; Eng. de Prod. Automotiva; Eng. de Prod. Civil; Eng. de Prod. e Qualid.; Eng. de Prod. Mecân.; Eng. de Prod. Metal.; Eng. de Prod. Quím.; Eng. em Processos de Prod.

O que você pode fazer:

Desenvolvimento organizacional: Analisar e definir a estrutura da empresa, de acordo com o mercado.
Economia empresarial:
Gerenciar a vida fi nanceira de uma empresa, definir a aplicação de recursos, lidar com custos, prazos, juros e previsão de vendas.
Engenharia do trabalho:
Administrar a mão de obra, para a produção de bens ou a prestação de serviços. Avaliar custos, prazos e instalações para possibilitar a execução do trabalho.
Planejamento e controle:
Implantar e administrar processos de produção, da seleção de matérias-primas à saída do produto. Estabelecer padrões de qualidade e fi scalizar seu cumprimento. Gerenciar operações logísticas, como armazenagem e distribuição.
Produção agroindustrial: Atuar nos vários setores da agroindústria:
produção agrícola, processamento industrial, comercialização e distribuição de produtos.

Engenharia de Telecomunicações

Bacharelado

É o segmento da engenharia que se ocupa do projeto, da operação e da manutenção de equipamentos e sistemas de telecomunicações. Esse engenheiro desenvolve e implanta redes de telecomunicações. Com sólida formação na área elétrica e eletrônica, ele cria, planeja e constrói aparelhos e equipamentos utilizados nas telecomunicações e dá manutenção aos sistemas e redes implantados. Cuida de cabeamentos aéreos e subterrâneos, satélites artificiais, centrais de transmissão, captação, codificação e retransmissão dos sinais que interligam o planeta. De seu trabalho depende toda a rede mundial de telefonia, transmissão de dados, redes de computadores, rádio e televisão. Esse profissional atua em empresas concessionárias de serviços de telecomunicações, de telefonia fixa e móvel, de cabeamento estruturado e fibra óptica e de infraestrutura para sistemas de telecomunicações. Também encontra trabalho na indústria eletroeletrônica, nos órgãos reguladores das atividades de telecomunicação e nas empresas e laboratórios de pesquisa científica e tecnológica.

O mercado de trabalho

Os graduados não costumam ter dificuldade para arranjar trabalho, e nos próximos anos esse quadro não deve mudar. “Teremos a Copa do Mundo e as Olimpíadas acontecendo em cidades brasileiras, o que vai exigir uma infraestrutura de telecomunicações muito mais abrangente do que temos hoje. Além disso, novos aplicativos terão de ser desenvolvidos para agregar essa tecnologia”, afirma Carlos Roberto dos Santos, coordenador do curso do Inatel. Empresas de telefonia, como Vivo e Oi, além de fornecedores de produtos e serviços, como Cisco, Ericsson, Nokia e Siemens, são alguns dos empregadores desse profissional. Ele é contratado para atuar na pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, no suporte pré e pós-venda. Outra opção é atuar na venda. “Esse é um comércio muito específico, que exige um profissional que entenda não só de equipamentos, mas também da demanda da empresa para saber qual é a melhor solução a ser apresentada”, diz o professor Santos. A Região Sudeste concentra as melhores oportunidades de trabalho.

O curso

As disciplinas básicas incluem matemática, física, informática, desenho e química. Na parte específica do currículo, você terá aulas de princípios de comunicação, eletrônica, eletromagnetismo, processamento de sinais, comunicações ópticas, fundamentos de telefonia, sistemas operacionais, técnicas digitais, redes de computadores de alta velocidade, televisão (analógica e digital) e comunicação via satélite. O estágio é obrigatório, assim como a apresentação de um trabalho de conclusão de curso. Em algumas escolas, esse curso é oferecido como habilitação de Engenharia Elétrica.

Duração média: cinco anos.
Outros nomes:
Eng. de Comun.; Eng. Elétr. (eletrôn. e telecom.); Eng. Elétr. (telecom. e comput.); Eng. Elétr. (telecom.).

O que você pode fazer:

Infraestrutura: Criar, projetar, construir, implantar, operar e gerenciar sistemas e redes de telecomunicações, inclusive comunicações de dados, como internet.
Internet móvel:
Desenvolver sistemas de transmissão de dados via aparelhos sem fi o que dão acesso à internet.
Projeto:
Planejar sistemas de transmissão de dados digitais por meio de cabos ópticos e satélites.
Serviços:
Gerenciar a implantação, a tarifação, a configuração, a operação e o gerenciamento de redes de telecomunicações. Além disso, há a possibilidade de estudar e desenvolver novas tecnologias.

Engenharia Física

Bacharelado

É a aplicação de conhecimentos da Física na pesquisa e no desenvolvimento de materiais e tecnologias. É uma profissão muito nova no Brasil. A primeira turma formou-se em 2004. Com profundo conhecimento de Física, esse profissional faz a ponte entre as várias áreas da ciência e as tecnologias modernas, como os supercondutores. O engenheiro físico pode criar, desenvolver e aplicar dispositivos que utilizam raios laser em equipamentos médicos e biomédicos. Nos setores das indústrias química e petroquímica, esse profissional projeta e testa novos equipamentos. Pode atuar, ainda, nas áreas de eletrônica, ótica linear e não linear, novos materiais, energia e meio ambiente.

O mercado de trabalho

Por enquanto, somente a UFSCar, em São Paulo, possui turmas formadas – esse é um profissional que ainda é recente no Brasil. No entanto, outros dois cursos já foram abertos. “A procura pelo curso é grande, e nós temos a expectativa de que as empresas solicitem muito esse profissional. Vivemos numa época em que muitas das coisas que vamos usar diariamente daqui a cinco anos nem sequer foram desenvolvidas.

E a indústria precisa de um profissional de engenharia preparado para fazer essa ponte entre a ciência básica e a tecnologia aplicada”, afirma Cristiano Krug, coordenador do curso da UFRGS. Como a área ainda é nova no país, as universidades organizam o Simpósio Brasileiro de Engenharia Física, a fim de levar mais informações para os alunos e para as empresas. Por ter uma formação generalista, o bacharel se encaixa em diversos setores, principalmente nos de meio ambiente, energia, tecnologia, finanças, medicina, logística e transporte.

Petrobras, Agilent (que trabalha com instrumentação), Alcoa, Motorola e Siemens são algumas empresas que costumam abrir vagas para esse profissional. As regiões Sul e Sudeste são consideradas as mais promissoras por causa da grande concentração de empresas e indústrias.

O curso

Esse curso oferece uma formação abrangente e tem disciplinas de várias áreas do conhecimento. Das ciências humanas, por exemplo, o aluno estuda filosofia da ciência e sociologia do trabalho. Ele também recebe sólida formação em ciência básica por meio do estudo de matemática, física e química. O currículo de boa parte dos cursos dá ao estudante a possibilidade de concentrar sua formação em setores específicos, como materiais, eletrônica e mecânica, conforme seu interesse. O estágio profissional é obrigatório e deve ser cumprido no penúltimo semestre do curso, em período integral. Exige-se ainda uma monografia de conclusão.

Duração média: cinco anos.

O que você pode fazer:

Acústica: Monitorar a emissão sonora e propor soluções para melhoria do conforto acústico de plantas industriais e residências.
Econofísica:
Desenvolver modelos matemáticos para modelagem de mercado fi nanceiro e análise de risco.
Energia:
Produzir equipamentos, componentes e tecnologias de captação e transmissão de energia solar, elétrica e nuclear.
Meio ambiente:
Desenvolver dispositivos e técnicas para monitoramento e controle das condições ambientais.
Novos materiais:
Criar e utilizar novos materiais para sensores e atuadores (magnéticos, elétricos e óticos) e para sistemas microeletrônicos.
Ótica linear e não linear:
Desenvolver e aplicar dispositivos óticos para uso nas telecomunicações, em pesquisas e na medicina.
Supercondutores:
Criar e projetar materiais e dispositivos a partir de cerâmicas supercondutoras para aplicações industriais e biomédicas.

Engenharia Hídrica

Bacharelado

É o setor da engenharia que cuida da exploração, do uso e da gestão da água. Planejar e orientar a utilização das águas de bacias hidrográficas, prevenindo os impactos negativos que elas possam sofrer em consequência de atividades industriais, agrícolas e urbanas, é a principal função do engenheiro hídrico. Ele cuida da captação, do transporte, do emprego e do tratamento da água para atender a população e reduzir eventuais danos ambientais. Calcula a demanda e a disponibilidade hídrica nas bacias e auxilia na implantação de políticas de uso e controle de qualidade da água, bem como da manutenção e recuperação de mananciais. Também cabe a ele elaborar redes de água e esgoto, de irrigação e drenagem. No setor de energia, atua na operação de reservatórios e no planejamento dos recursos hídricos. Ao lado dos engenheiros sanitarista e ambiental, trabalha com a recuperação e a manutenção desses recursos. Com engenheiros civis, projeta canais, portos e barragens.

O mercado de trabalho

Anualmente, a vazão dos rios brasileiros dá conta de um volume igual a 12% dos recursos hídricos do mundo todo. Por isso, o bacharel em Engenharia Hídrica encontra o mercado em alta e sem previsão de esgotamento. Órgãos públicos, como a Agência Nacional de Águas (ANA) e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), costumam oferecer vagas ao profissional para que atue em grandes obras, como a da transposição do rio São Francisco, e em outras áreas, entre elas a de exploração de petróleo, que requer profissionais com conhecimento de hidráulica para exploração do óleo em alto-mar. “Com o pré-sal, deve haver ainda maior demanda pelo engenheiro hídrico.

Como os cursos pelo país ainda são poucos e a empregabilidade é altíssima, a contratação dos recém-formados costuma ser imediata”, diz Alexandre Augusto Moreira Santos, coordenador do curso da Unifei, em Minas Gerais. No Brasil, 75% da energia elétrica é gerada por usinas hidrelétricas, que precisam do engenheiro hídrico para funcionar. Ele também trabalha em planos diretores de revitalização de bacias hidrográficas. Além disso, a demanda continua aquecida em indústrias que utilizam muita água em seu processo produtivo – como as de laticínios e de alimentação -, pois elas precisam de sistemas eficientes para uso e reaproveitamento desse recurso natural.

Várias empresas, como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), contratam esse engenheiro para gestão da água, em projetos de reúso industrial, racionalização e aproveitamento de água de chuva. Ainda no setor privado, aumentam as chances de colocação em consultorias ambientais e em empresas de engenharia que realizam construção de barragens e reformas de usinas hidrelétricas, entre outras obras. Há vagas em todo o Brasil, mas elas se concentram no Sul e Sudeste, onde se localiza a maioria das empresas.

No interior do país, o profissional pode atuar como consultor, montando sua empresa para orientar e prestar serviços para proprietários rurais, que são obrigados a cadastrar minas e recursos hídricos em suas terras, e realizando projetos de irrigação.

O curso

O início tem matemática, física, cálculo e química, além de matérias introdutórias, que fornecem um panorama geral do curso. A partir do segundo ano, começam as disciplinas específicas, com as quais o estudante conhece as principais formas de ocorrência e uso das fontes hídricas, assim como detalhes sobre geração de energia elétrica. O aluno tem aulas de microbiologia, ecologia, hidrologia, economia de recursos naturais e irrigação e drenagem, entre outras. Há também conteúdos de cunho social, como ética profissional e legislação ambiental. Aulas em laboratório e atividades de campo, como visitas técnicas a usinas hidrelétricas, são promovidas durante todo o curso. O estágio e um trabalho de conclusão são obrigatórios.

Duração média: cinco anos.

O que você pode fazer:

Estudos ambientais: Elaborar projetos, programas e ações de proteção ambiental, avaliando o impacto de obras de grande porte na natureza, como usinas hidrelétricas, estradas e reservatórios.
Gestão de bacias:
Planejar a utilização da água de bacias hidrográficas, para evitar a poluição e o desperdício de recursos naturais.
Operação de reservatórios:
Administrar o uso das águas de represas, aliando a geração de energia elétrica com atividades de irrigação, transporte e lazer.
Projetos:
Projetar sistemas e redes de irrigação, drenagem, bombeamento de água e obras como canais e portos.

Engenharia Mecânica

Bacharelado

É a área da engenharia que cuida do desenvolvimento, do projeto, da construção e da manutenção de máquinas e equipamentos. O engenheiro mecânico desenvolve, projeta e supervisiona a produção de máquinas, equipamentos, veículos, sistemas de aquecimento e de refrigeração e ferramentas específicas da indústria mecânica. Calcula a quantidade necessária de matéria-prima, providencia moldes das peças que serão fabricadas, cria protótipos e testa os produtos obtidos. Organiza sistemas de armazenagem, supervisiona processos e define normas e procedimentos de segurança para a produção. Controla a qualidade, acompanhando e analisando testes de resistência, calibrando e conferindo medidas. Costuma trabalhar com engenheiros eletricistas, de materiais, de produção e de automação e controle, na montagem e automação de sistemas, na manutenção de aeronaves e na indústria de eletroeletrônicos. Pode dedicar-se à venda de máquinas e equipamentos.

O mercado de trabalho

O mercado de trabalho de engenharia está tão aquecido no Brasil que o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) antecipa uma escassez de mão de obra nos próximos anos, prevendo, inclusive, a busca por profissionais no exterior. “Existe uma demanda reprimida, e os engenheiros ganharam novo status no mercado de trabalho”, afirma Franco Giuseppe Dedini, coordenador do curso da Unicamp. Para esses engenheiros, a demanda é maior em desenvolvimento de projeto, em que eles fazem análises numéricas, criam soluções tecnológicas, novos produtos e otimizações de sistemas. Todo o setor industrial necessita desse tipo de profissional. “O setor automotivo e o aeronáutico seguem como excelentes empregadores, mas a indústria de eletrodomésticos acena com boas oportunidades para os próximos anos”, diz o coordenador. A região do ABC Paulista e cidades do interior como Campinas concentram muitas indústrias, por isso, demandam muitos profissionais. Mas outras cidades como Porto Alegre (RS) e Camaçari (BA) também apresentam oportunidades.

O curso

Além das disciplinas básicas de engenharia, entre elas física e matemática, o aluno assiste a aulas de termodinâmica, mecânica dos fluidos, transmissão de calor, resistência de materiais, processos de transformação, vibrações e sistemas mecânicos. Há muita atividade em laboratório, como desenvolvimento de ensaios e de protótipos e estudo de combustíveis alternativos e de tecnologia de ponta. Prepare-se para desenvolver sua habilidade em desenho, indispensável para o projeto de máquinas. O estágio supervisionado e o trabalho de conclusão de curso são obrigatórios.

Fique de olho: Muitas escolas direcionam a formação para uma especialidade, como aeronáutica (ITA) e armamentos (IME). A UnB, campus Gama, oferece o curso de Engenharia Automotiva, voltado para a produção de veículos, e a Unicamp, campus de Limeira, tem Engenharia de Manufatura, focado em técnicas, processos e metodologias de fabricação.

Duração média: cinco anos.
Outros nomes:
Eng. Automotiva; Eng. de Manufatura; Eng. de Prod. Mecân.; Eng. Ind. Mecân.; Eng. Mecân. (autom. e sist.); Eng. Mecân. (contr. e autom.); Eng. Mecân. (ênf. em mecatr.); Eng. Mecân. (mecatr.); Eng. Mecân. e Ciên. dos Mat.; Eng. Mecân. Ind.

O que você pode fazer:

Máquinas e equipamentos: Projetar e coordenar a fabricação de moldes para ferramentas, máquinas e dispositivos para testes de resistência mecânica.
Pesquisa e desenvolvimento:
Fazer protótipos de máquinas e realizar testes de produtos, para determinar modifi cações necessárias.
Processos:
Pesquisar e desenvolver produtos e gerenciar as diversas etapas de sua fabricação.
Projeto:
Planejar e instalar linhas de produção e fazer adaptações nas já existentes.
Vendas técnicas:
Acompanhar a comercialização da produção e dar suporte técnico aos clientes.

Engenharia Química

Bacharelado

É a área da engenharia voltada para o desenvolvimento de processos industriais que empregam transformações físico-químicas. O engenheiro químico cria técnicas de extração de matérias-primas, bem como de sua utilização ou transformação em produtos químicos e petroquímicos, como tintas, plásticos, têxteis, papel e celulose. Desenvolve produtos e equipamentos, além de pesquisar tecnologias mais eficientes. Projeta e dirige a construção e a montagem de fábricas, usinas e estações de tratamento de rejeitos industriais. Pesquisa e implanta processos industriais não poluentes, de acordo a normatização e o desenvolvimento sustentável.

O mercado de trabalho

O uso crescente de biocombustíveis e a instalação de usinas sucroalcooleiras no país são alguns dos fatores que aquecem esse mercado. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Brasil já é líder mundial na produção de etanol e pioneiro no estudo do biocombustível. A demanda é tanta que se prevê falta de profissionais. “Diante disso, as empresas estão buscando os alunos para retê-los como estagiários, treinando-os, para depois serem efetivados e trabalharem diretamente na área de projetos”, afirma Suely Pereira Freitas, coordenadora do curso da UFRJ. O engenheiro químico também é solicitado para atuar na área ambiental. “A maior procura é na área de prevenção e tratamento de resíduos, para que não sobrecarreguem o meio ambiente”, afirma a professora.

O profissional pode atuar no setor petroquímico, sendo o responsável por todo o processamento que ocorre depois que o petróleo é extraído do poço, da separação entre gás, óleo, areia e água até a produção de combustíveis e derivados. Companhias de engenharia, como a Engevix, refinarias, como a Petrobras, além de empresas da área de papel e celulose, farmacêuticas, alimentícias, de aditivos químicos, têm demanda por esse engenheiro. Os polos industriais do Rio de Janeiro e de São Paulo, incluindo a cidade de Campinas e região, são os principais empregadores.

O curso

Física, química e matemática estão presentes no currículo durante todo o curso. Com os recentes avanços da biotecnologia, os conhecimentos de biologia vêm sendo incorporados ao currículo. A partir do terceiro ano, essas disciplinas passam a ser aplicadas a processos físico-químicos, nos quais o aluno aprende a identificar as reações, a analisar e a purificar compostos químicos e a projetar equipamentos relacionados com as diversas transformações que ocorrem na indústria química. As aulas em laboratório, inclusive no de informática, ocupam parte significativa da carga horária e são fundamentais para o estudante se familiarizar com os equipamentos industriais e se preparar para enfrentar problemas reais de uma fábrica. A realização de estágio e a apresentação de trabalho de conclusão de curso são obrigatórias.

Duração média: cinco anos.
Outros nomes:
Eng. de Prod. Quím.; Eng. Quím. (ênf. na fabric. de celulose e papel); Eng. Quím. e Ciên. Amb.

O que você pode fazer:

Desenvolvimento: Criar produtos na indústria química, petroquímica e de alimentos e analisar sua viabilidade técnica e econômica. Aperfeiçoar o processo de fabricação ou beneficiamento de produtos, introduzindo novas tecnologias e adaptando as que estão em operação.
Meio ambiente:
Definir normas e métodos de preservação ambiental. Reciclar e tratar resíduos industriais. Desenvolver tecnologias limpas.
Processo industrial:
Planejar e supervisionar operações industriais, administrando as equipes e as diversas etapas de produção. Estudar e implantar métodos para aumentar a produtividade, reduzir custos e garantir a segurança no trabalho.
Projetos:
Projetar fábricas, determinar processos de produção, instalações e equipamentos, procedimentos de segurança e a logística de estocagem e movimentação de materiais.

Fonte: guiadoestudanteabril.com.br

Dia do Engenheiro

11 de Dezembro

JURAMENTO

“Prometo que, no cumprimento do meu dever de Engenheiro não me deixarei cegar pelo brilho excessivo da tecnologia, de forma a não me esquecer de que trabalho para o bem do Homem e não da máquina. Respeitarei a natureza, evitando projetar ou construir equipamentos que destruam o equilíbrio ecológico ou poluam, além de colocar todo o meu conhecimento científico a serviço do conforto e desenvolvimento da humanidade. Assim sendo, estarei em paz Comigo e com Deus.”

Dia do Engenheiro

DIA DO ENGENHEIRO

Onze de Dezembro é o dia do Engenheiro, data do Decreto nº 23.569 que regulamenta o exercício das profissões do engenheiro.

SÍMBOLO

A Minerva tornou-se um símbolo que identifica os politécnicos, com suas insígnias: a lança, o capacete e a égide. É protetora e companheira, deusa guerreira, mas, ao mesmo tempo, deusa da sabedoria e da reflexão.

Ela não vence seus inimigos pela força bruta, mas pelos ardis que inventa, pela astúcia e pela inteligência de seus estratagemas.

Deusa guerreira, da sabedoria, das atividades práticas, mas também do trabalho artesanal de fiação, do espírito criativo e da vida especulativa, ela reúne aspectos fundamentais à formação do politécnico.

A Minerva sintetiza duas dimensões do trabalho do engenheiro: a criação, por um lado, e a execução, por outro.

Cor do Curso: Azul

Pedra do Curso: Safira Azul

Fonte: sandrocan.wordpress.com

Dia do Engenheiro

11 de Dezembro

Trabalho e formação do engenheiro

Discute a atuação e qualificação do engenheiro a partir das mudanças ocorridas no cenário sociopolítico-econômico. Discute a formação do engenheiro recuperando alguns tópicos da história do ensino de Engenharia no Brasil e faz uma incursão no estudo do currículo dos cursos de Engenharia.Apresenta também resultados de pesquisa em fábricas montadoras quanto à atuação e novas exigências qualificacionais do engenheiro.

Este artigo tem como objetivo discutir o novo perfil do engenheiro, no interior das organizações, a partir das mudanças ocorridas no cenário sociopolítico-econômico, principalmente na década de 90, e que impactuaram profundamente as relações de trabalho e o ensino de Engenharia nas universidades.

A qualificação do trabalhador tem sido objeto de estudo da Sociologia do Trabalho, uma vez que este, num ambiente de rápidas transformações, se vê diante do desafio de atualizar-se permanentemente. Sociólogos, educadores e profissionais de recursos humanos das empresas procuram entender quais são os parâmetros e as âncoras dos processos de mudanças que afetam o emprego, a qualificação para o trabalho e a educação tecnológica.

As mudanças ocorridas na organização do trabalho passaram a utilizar, em maior escala, o componente intelectual do trabalhador, em detrimento do componente físico-manual. Dessa forma, articula-se uma nova base técnica com a lógica sistêmica de organização da produção e formas participativas de atuação. O engenheiro, nesse contexto, ocupa posição estratégica, assumindo responsabilidades de gerenciamento de pessoas e processos que lhe exigem conhecimentos humanos e sociais somados àqueles de cunho puramente técnicos. Os cursos universitários, outrora baseados numa lógica instrumental e tecnicista, vêm discutindo a urgência de um novo modelo que possibilite uma formação mais ampliada do engenheiro, envolvendo questões que incluem as dimensões humana e social, econômica e política. Discute-se, ainda, a necessidade da educação continuada, entendendo-se a qualificação profissional num movimento dinâmico e em permanente evolução.

Histórico do ensino de Engenharia nas escolas

A primeira escola de Engenharia foi, segundo Carvalho (1995), a École des Ponts et Chaussées, criada na França em 1775.

Nessa fase inicial, a formação de engenheiros esteve voltada para a área de construção civil: pontes e estradas. A segunda escola, também na França, dedicava-se aos estudos dos minerais. Vinte anos mais tarde, em 1798, foi criada a famosa École Polytechnique. Nos outros países da Europa e nos Estados Unidos, as escolas de Engenharia chegaram no século 19.

No Brasil, as primeiras escolas de Engenharia datam do começo do século 19, pois a prática profissional do engenheiro realizava-se no âmbito da sociedade política. Tanto a formação quanto o trabalho estavam estritamente ligados à arte militar, uma vez que sua tecnologia interessava apenas como meio de segurança e repressão. A Academia Militar no Rio de Janeiro, instalada por D. João VI, formava oficiais engenheiros ao lado de oficiais de artilharia (Kawamura,1981).

Segundo Crivellari (2000), a relação educativa dos países está estreitamente ligada ao tipo predominante de regime de produção. Durante a Revolução Industrial, a incorporação de princípios científicos aos meios técnicos de produção passou a exigir mais esforços educacionais no sentido de melhor capacitar a mão-de-obra. A ampliação do uso do trabalho técnico expandiu o processo de formação sistemática de engenheiros, iniciado na França no século anterior.

Já no século 20, a expansão das indústrias favoreceu uma nova política de formação de engenheiros. Com a gradual racionalização das tarefas introduzida pela Administração Científica, constata-se a diversidade de especializações na profissão, colocando em cheque o aspecto de um conhecimento mais generalista.Ainda segundo Crivellari, a idéia de uma ciência aplicada aos problemas concretos, tendo em vista sua solução, aprofunda-se e intensifica-se a partir da década de 30.

Essa mudança progressiva vai resultar na maior divisão do trabalho do engenheiro e no crescente surgimento das novas especialidades, rompendo com a visão mítica do engenheiro-expert universal.

No contexto do pós-guerra, a planificação da educação e a formação profissional ganharam uma adesão cada vez mais forte, seguindo as premissas da teoria do capital humano de que a instituição universitária viabilizaria o acesso aos empregos. Já nos anos 80, a crise do fordismo e a era pós-fordista implicaram forte desregulamentação das relações de trabalho, acompanhando o movimento de flexibilidade dos sistemas de produção. Os estudos apontam que tais mudanças afetaram a base constitutiva de formação profissional em geral e, em particular, a dos engenheiros.

O currículo nas escolas

O positivismo foi o movimento filosófico que mais influenciou a elite brasileira no final do século 19, repercutindo na etapa inicial de implantação do ensino de Engenharia no Brasil. O cartesianismo, a partir do século 17, marcou a fundação da filosofia moderna, que buscou a unificação do saber estabelecendo as bases de uma nova ciência e estruturando um método que permitiria conhecer a verdade mediante a utilização da linguagem matemática para a descrição da natureza, cujos fundamentos haviam sido elaborados inicialmente por Galileu.

A ciência, tendo por base o modelo de conhecimento cartesiano e positivista, não tem como objetivo refletir sobre o seu significado. Limita-se a calcular, prever, classificar e inventariar dados empíricos. Na teoria tradicional, os conceitos são estruturados independentemente da história e dos processos sociais. O sujeito assume uma posição passiva diante dos fatos e acontecimentos.

O modelo de conhecimento baseado na teoria crítica discute a ciência integrada a um contexto social no qual esta se encontra. A proposta desta teoria é que a ciência faça uma reflexão sobre si mesma, pois os progressos que a tecnologia apresenta em uma determinada sociedade não se separam da forma como o conhecimento foi constituído. O ensino de Engenharia pode, desta forma, ser construído dentro de uma nova base questionadora e atualizada.

Segundo Cunha (2000), em uma escola de Engenharia, as matérias tecnológicas e aquelas das áreas humanas e sociais constituem um saber que se encontra no campo da racionalidade técnico-instrumental, na medida em que produzem os instrumentos e as técnicas fornecendo os meios que atendam aos fins da organização e do sistema produtivo. O campo do saber emancipatório encontra seu espaço, especialmente, nas áreas humanas e sociais e na filosofia quando estas contribuem na reflexão sobre o campo da ciência e da tecnologia. As áreas humanas e sociais desempenham uma mediação entre o conhecimento elaborado no âmbito da área tecnológica e a sua aplicação no mundo social do trabalho. O currículo de Engenharia comporta, dessa forma, os dois modelos de racionalidade.

A partir de pesquisa realizada no curso de Engenharia Industrial Elétrica do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet/MG), no ano de 1998, o autor citado constatou que a orientação filosófica e curricular dos cursos de Engenharia Industrial tiveram por base a razão instrumental. A ênfase do curso é voltada para atender ao desenvolvimento e à produção industrial, direcionando estrategicamente suas atividades para promover a adaptação do estudante ao sistema produtivo. Entretanto, a partir do processo de reformulação curricular implantado em 1990, tornou-se explícita a atuação crítica dos engenheiros como um dos elementos que direcionariam a sua formação. A investigação junto aos professores das disciplinas administrativas/gerenciais e das disciplinas humanísticas demonstrou coexistirem, ainda hoje, os dois modelos.

Cunha conclui que os dois campos o do saber técnico-instrumental e o do emancipatório, devem compor uma trajetória única e cooperativa no desenvolvimento do currículo do curso de Engenharia, sendo de responsabilidade do professor utilizar o seu grau de liberdade em sala de aula para atuar de forma transformadora.

O professor, ao trabalhar o conhecimen to, assume um posicionamento diante dos elementos com os quais lida, uma vez que sua ação não pode ser neutra.

Este posicionamento pode estar claramente definido ou não para o sujeito que o conduz e envolve aspectos políticos, ideológicos e éticos (Cunha, 2000, p. 306).

A atuação dos engenheiros nas fábricas

A atuação do engenheiro no trabalho tem sido desenvolvida consonante às revoluções tecnológicas. No Brasil, no final do século 19 e início do século 20, ao engenheiro portador de um saber essencialmente teórico e generalista, de acordo com a ideologia capitalista, era atribuída a responsabilidade da direção técnica da implantação do setor industrial no País, com a função de organizar e gerenciar os processos de trabalho de acordo com padrões tecnológicos importados.

Àquela época aconteceu a passagem da primeira para a segunda revolução tecnológica, do campo para a cidade, da agricultura para a industrialização. O engenheiro, como profissional da tecnologia, participou ativamente dessa transição e implantação do setor industrial brasileiro. As escolas de Engenharia ministravam cursos essencialmente teóricos, nos quais a Matemática e a Física eram a base conceitual, constituindo curso da área exclusiva das ciências exatas.

Como a criação de tecnologia era realizada em países da Europa e nos Estados Unidos, as escolas de Engenharia ministravam cursos para conhecimento e difusão de técnicas e utilização de equipamentos, e tratavam os saberes teóricos na organização do raciocínio matemático.

Dia do Engenheiro
Engenharia

Desta forma, os egressos das escolas de Engenharia eram incentivados, para uma melhor inserção no mercado de trabalho, a completar seus estudos no exterior ou qualificar-se no Brasil com profissionais altamente especialistas, de reconhecida competência técnica prática adquirida em serviço.

Assim, o trabalho do engenheiro na forma de organização e gestão fordistataylorista, que prevaleceu, com forte ênfase, especialmente, até a década de 80, tinha uma bipolarização funcional. A formação e qualificação altamente técnicas e pragmáticas do engenheiro, no processo produtivo, revelavam uma prática ideológica para manter as relações hierárquicas do trabalho capitalista, para a reprodução da acumulação do capital. Se, no período agroexportador, a atuação do engenheiro não foi essencial para manter a burguesia no interior da sociedade, a partir do final da 2ª Guerra Mundial, apesar do modelo tecnológico de dependência, o engenheiro exerceu forte papel nas funções gerenciais de direção no setor industrial em implantação no País.

A difusão do taylorismo, forma de divisão do trabalho por excelência, trouxe também para o engenheiro uma definição parcelar. A sua atuação era, no setor produtivo, junto ao “chão da fábrica”, como supervisor operacional na fábrica ou, no escritório de projetos ou na gerência, como dirigente, para decisão da tecnologia a ser implementada.

Nitidamente, era configurada uma dupla atuação: uma como mediador entre o processo de trabalho e a direção das empresas, cuja competência era de tomada de decisão da tecnologia a ser implementada com base na bipolarização da divisão internacional do trabalho, no qual se reserva, aos países desenvolvidos, a criação tecnológica e, aos países periféricos, a utilização da tecnologia importada; a outra atuação dava-se de forma altamente operacional, isenta de qualquer forma de participação decisória, cuja competência era apenas da gestão do fazer e do operar a tecnologia.

A atuação e a formação do engenheiro eram altamente técnicas, realizadas no interior das organizações, de uma forma parcelar com as peculiaridades tayloristasfordistas. A terceira revolução industrial, no Brasil dos anos 90, é caracterizada pelo salto do desenvolvimento da microeletrônica e da indústria da informática, pelos substanciais avanços na química fina e na biotecnologia. A nova ordem mundial, traduzida pela internacionalização do capital, ou globalização, constituiu-se um processo de integração mundializada, onde foi conjugada a ação de grandes grupos entre si e no interior de cada um deles, ultrapassando as fronteiras dos países. Nesse contexto, desenvolveu-se o desmembramento da cadeia produtiva, a terceirização de atividades consideradas pelas empresas como não-estratégicas e uma nova relação entre as diversas unidades produtivas.

Segundo Bruno (Bruno, Laudares, 2000), com a complexificação crescente do processo de trabalho, tornou-se cada vez mais freqüente a exploração do trabalho altamente especializado e estratégico para as empresas. E é nesse contexto que se insere o trabalho do engenheiro.

O núcleo de suas atividades passou a definir-se a partir da articulação de três dimensões distintas: técnicas, econômicas e socioadministrativas.

O setor automobilístico nos países das matrizes das montadoras, nas décadas de 70 e 80, passou por intensas e radicais mudanças na modernização e atualização tecnológicas, com novas demandas para atuação e qualificação do trabalhador, como demonstra pesquisa de Alain Touraine na Renault da França.

No Brasil, a reestruturação desse setor e sua ampliação com a chegada de novas montadoras ocorreu, na década de 90, onde Bruno realizou pesquisa, como Laudares e Crivellari entre outros pesquisadores. Foram investigados engenheiros de fábrica que desempenhavam atividades diretamente relacionadas com a produção, não participando da gestão da unidade produtiva.

As mudanças no conteúdo das atividades dos engenheiros e a conseqüente amplitude de suas atribuições são bastante enfatizadas por Bruno (2000, p. 143):

Até recentemente, o engenheiro exercia atividades predominantemente técnicas, sendo responsável pela realização de pareceres técnicos, cálculos de projetos, desenho de peças e componentes, pela logística de processo. Atualmente, com as mudanças na organização da empresa que eliminaram muitos níveis hierárquicos intermediários e com o aumento da terceirização e redução de trabalhadores, inclusive engenheiros, suas atribuições foram ampliadas e tornaram-se mais diversificadas, incluindo conhecimentos administrativos, de marketing, de técnicas gerenciais participativas, de liderança e de estrutura de custos.

Na área de engenharia de fábrica e manutenção, as atividades dos engenheiros envolvem aspectos ligados à legislação trabalhista e negociação com os sindicatos, pois, muitas vezes, são eles que prestam assessoria nestas questões para as empresas subcontratadas. Além disso, conhecimentos relativos à área de relações comerciais e segurança do trabalho, à informática e aos programas de qualidade tornaram-se fundamentais.

Esse profissional está, portanto, desempenhando uma gama diversificada de ações, incluindo a coordenação de várias atividades terceirizadas e a avaliação de trabalhos técnicos em geral, realizados por especialistas de outras empresas. Assim, deve trabalhar para aumentar a produtividade não apenas das atividades realizadas por ele próprio, mas, também, daquelas realizadas por outros.

As novas exigências qualificacionais

O projeto político-pedagógico das escolas de Engenharia pode ser entendido e avaliado, na perspectiva histórica, em três grandes momentos, que são o positivista-quantitativo, o surgimento do paradigma estruturalista e a fase pós-estruturalista. No primeiro momento, o positivista-quantitativo, segundo Santos (1996), as manifestações sociais mantinham uma aspiração de racionalidade radical da existência inscrita no projeto da modernidade.

Nesse ambiente, o engenheiro tinha uma formação essencialmente racional, enciclopédica, centrada no cognitivo-instrumental, cujo foco era de centralidade a privilegiar, essencialmente, a radicalidade técnico-científica. Já na década de 70, com o aparecimento do paradigma estruturalista, as questões socioeconômicas começam a fazer parte da preocupação dos dirigentes educacionais, e a educação em Engenharia passa por mudanças que começam a privilegiar não só mais a formação essencialmente tecnicista, mas as questões originadas e trabalhadas da Sociologia e Psicologia do Trabalho, da Administração, da Economia e da Política, as quais adentraram as escolas de Engenharia e começaram a ser debatidas nos colegiados de cursos.

É uma fase na qual a técnica começa a ser revestida da contextualização do social, do econômico, do político. O curso começava a possuir características das ciências sociais.O capital já não é apenas industrial, mas financeiro e comercial; surge a economia de escala, e a tecnologia, não mais de base eletromecânica, transforma-se com velocidade vertiginosa, com nova base técnica da eletrônica e da informática. Há como uma emergência das práticas de classes e da tradução destas em políticas de classe. Segundo Santos (1996), há nesse momento uma rematerialização social e política, uma importância inicial do setor de serviços e do fortalecimento da organização social e da negociação coletiva.

Na fase pós-estruturalista o capitalismo apresenta-se desorganizado (Offe, 1994), na medida em que várias formas de organização entram em colapso, diferenciando-se daquelas que vigoram nos períodos anteriores, seja no interior do processo de trabalho, onde o taylorismo-fordismo dá lugar à acumulação flexível, seja no político-econômico, no qual emerge um novo sistema internacional do mercado financeiro e econômico das relações capitalistas, com a criação da fábrica global e da empresasmultinacionais.

Os mecanismos corporativos de regulação dos conflitos entre capital e trabalho, advindos do período anterior pelo fortalecimento do Estado como regulador das relações trabalhistas, enfraquecem. A globalização da economia traz a abertura dos mercados, com a sua transformação, sua expansão intensiva e a crescente diferenciação dos produtos de consumo. A divulgação da informação e a criação do conhecimento junto a uma nova base técnica configuram um novo período do capitalismo, exacerbando a divisão internacional do trabalho, com contínuas crises da economia nos países periféricos. O estado nacional perde sua força e a capacidade de regular a esfera da produção, com a privatização e a desregulação da

economia, e da reprodução social, com a retração das políticas sociais. Novas relações sociais são desenvolvidas. Neste domínio da passagem da modernidade para a pós-modernidade, onde a racionalidade técnica cede lugar a novas formas de flexibilidade para uma aproximação entre objetividade e subjetividade, o trabalho do engenheiro exige dele competências diferenciadas do período industrial anterior.

A produção, com uso intensivo da microeletrônica e da informática, demanda exigências qualificacionais no trabalho, provocando interação contínua dentro e fora das empresas, com a instalação da prestação de serviços e a terceirização. É o engenheiro o profissional de ligação entre a matriz e suas filiais e as empresas fornecedoras. A formação acadêmica do engenheiro certamente não mais se faz, com exclusividade, pelas ciências exatas e sua qualificação/requalificação em serviço requer novos saberes, com relações sociais originadas da posição flexível em face das demandas da abertura dos processos de trabalho.

Desta forma, a mudança no conteúdo das atividades dos engenheiros e nas suas atribuições tem como conseqüência necessidades qualificacionais específicas.

Conhecimentos na área de informática e de administração são cada vez mais necessários, assim como o saber vinculado à gestão de custos, de tempo e de recursos humanos. Somam-se a esses conhecimentos os aspectos comportamentais e atitudinais, especialmente capacidade de comunicação, de adaptar-se a situações novas que envolvem responsabilidades crescentes, capacidade de crítica e de autocrítica, de suportar trabalho sob tensão, capacidade de negociação, de convencimento e de raciocínio analítico. Tais habilidades tornam-se necessárias para integrar uma multiplicidade de aspectos decorrentes de outras áreas de atuação que não a meramente técnica.

Bruno (2000) alerta, entretanto, que, embora se observe que a dimensão técnica já não seja a preponderante no conjunto de elementos em que se define a qualificação dos engenheiros, ela continua sendo a dimensão a partir da qual se inter-relacionam as demais: a econômica e a socioadministrativa.

Já Laudares (2000, p. 161) enfatiza a formação acadêmica do engenheiro como pré-requisito à sua qualificação:

Ao problematizarmos a qualificação profissional do engenheiro a partir de sua formação acadêmica, admitimos, inicialmente, como um pré-requisito à aquisição do saber acumulado na Universidade, mas de forma crítica, dedutiva, com o desenvolvimento da capacidade de transferência – a geração do novo a partir do antigo.

O mesmo autor afirma ainda que a passagem pela escola é um dos itens que credencia o engenheiro para o exercício de sua função, para um desempenho técnico efetivo. Porém, o alicerce da cultura técnica adquirida enriquece-se ao ser contemplado por abordagens da Economia, da Sociologia, da Administração, de modo que as questões possam ser tratadas com um enfoque sistêmico. É preciso ainda considerar a dimensão qualificacional do trabalho, devendo a escola garantir a introdução desta dimensão mediante o método da educação pela pesquisa, do conhecimento como algo inacabado, mutável, com possibilidade de reconstrução e, sobretudo, de transferência.

A escola como parceira na qualificação/requalificação profissional

A instituição de ensino superior tem sua missão assentada no tripé ensino, pesquisa e extensão. Destas três finalidades, a extensão é a mais difícil de ser estruturada, por ser uma ação informal, contratual e de administração compartilhada entre a escola e outra instituição. As atividades de extensão podem ser de caráter cultural, social, de prestação de serviço e de apoio às ações da formação profissional. Assim, a escola estabelece uma parceria com o setor produtivo para prestar consultoria técnica, para desenvolvimento de projetos ou para treinamento e educação profissional.

A pesquisa tecnológica fomenta os programas de extensão, e ambos provocam a demanda de qualificação profissional. Laudares (2000) desenvolveu um trabalho de pesquisa na Fiat Automóveis S/A, da qual originou sua tese de doutoramento. Em sua investigação, a hipótese norteadora da pesquisa tratava da necessidade de uma formação do engenheiro mais ampliada, fugindo do reducionismo de abrangência estritamente técnica – a formação profissional inserida num contexto de contínua e permanente atualização.

Segundo o autor, são três os momentos constituintes de um sistema integrado para o processo de qualificação/requalificação do engenheiro: a graduação, entendida como primeiro requisito da qualificação profissional, a prática do trabalho e os programas de educação continuada.No caso do engenheiro, a escola oferece, na graduação, apenas uma introdução à profissionalização.

Assim, a questão é como a educação continuada irá complementar e concretizar essa tarefa, com a estruturação de um processo não limitado e que garanta a continuidade dos programas qualificacionais introduzidos pela escola. A contínua expansão do sistema educativo exige estratégias, atingindo o sistema produtivo e avançando na prática do trabalho, que também tem uma dimensão qualificacional (Ibid, p. 165).

Conclusão

O conjunto de atividades desenvolvidas pelo engenheiro no interior das organizações mudou substancialmente em relação àquele do sistema de produção taylorista-fordista. O novo paradigma tecnológico de produção, caracterizado pelo modelo flexível, trouxe novos desafios no processo de qualificação do trabalhador em geral.

Quanto aos engenheiros, por ocuparem posição de destaque nas fábricas, sendo considerado um agente multiplicador e difusor de novos processos de trabalho, torna-se necessária a sua inserção em programas de educação continuada, de conteúdo administrativo/gerencial e humanístico, que complementem sua formação técnica e possibilitem também uma melhor elaboração dos conhecimentos adquiridos pela prática do trabalho. O engenheiro, ao liderar o planejamento da produção e o setor industrial, exerce uma atividade intelectual que exige memória histórica e contextualizada em relação a problemas já vividos e resolvidos em situações anteriores. Além disso, exerce a capacidade de intervenção na análise crítica de questões, desenvolvendo a competência da transferência e aplicabilidade do conhecimento.

Finalmente, a trajetória de construção da qualificação profissional do engenheiro passa pela formação acadêmica e pela ação no trabalho e se consolida pelos programas de educação continuada. A requalificação se faz pelos novos processos da organização e gestão do trabalho, que trazem nos seus parâmetros conceptivos e operacionais exigências de competências que privilegiam, além do domínio técnico, habilidades e conhecimentos da administração da produção, habilidades comportamentais do trabalho cooperado e da interação originada pela descentralização produtiva, presentes nos atuais modelos de gestão.

Referências bibliográficas

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SANTOS, Boaventura de Souza. Pela mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade. São Paulo: Cortez, 1996.

Fonte: www.inep.gov.br

Dia do Engenheiro

11 de Dezembro

A RESPONSABILIDADE SOCIAL NA FORMAÇÃO DE ENGENHEIROS

Abertura de crateras que engolem ruas, casas e pessoas, para dar passagem ao metrô. Poluição de rios, cujas águas abastecem cidades e permitem a sobrevivência de populações ribeirinhas. Degelo de calotas polares devido à emissão de gases na atmosfera que põe em risco a vida neste planeta.

A questão que aflora é: até onde se estende a responsabilidade do engenheiro em tais catástrofes? O século passado e o início deste foi e é marcado, notadamente, pela formação técnica dos profissionais de engenharia, cujo objeto de aplicação de seu trabalho é a de atender as necessidades da organização a qual está vinculado, a despeito das conseqüências para o restante dos stakholders, principalmente a sociedade civil e o meio ambiente.

Face às possibilidades inteiramente novas da tecnologia, uma nova ética torna-se necessária e que diz respeito ao futuro do próprio planeta. Torna-se necessário o conhecimento dos efeitos de uma determinada atividade que não podem ser percebidos a uma primeira vista – dos efeitos distantes que as gerações atuais jogam sobre os ombros das gerações futuras, de tal modo que se deve preservar o presente para que haja o futuro. Neste, é imprescindível a formação do engenheiro socialmente responsável.

Para tanto e na intenção de contextualizar a expectativa da sociedade em relação à formação desses profissionais, urge resgatar princípios que norteiam a Responsabilidade Social para que sirvam de norte a uma bússola quase desgovernada que se arvora à nossa frente.

Engenheiro e engenharia

O engenheiro é o profissional que procura aplicar conhecimentos empíricos, técnicos e científicos à criação e à modificação de mecanismos, estruturas, produtos e processos que se utilizam para converter recursos naturais e não-naturais em formas adequadas às necessidades do ser humano e do meio que o cerca. Um profissional apto para trabalhar com transformações e indispensável ao dias atuais, pois se vive em uma época de técnicas e mudanças multiplicadas que atuam diretamente na percepção humana, cujo reflexo se dá diretamente no ambiente que o abriga como a outrem. Desse modo, o engenheiro deve apresentar um perfil oriundo de uma formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, e ser capacitado a absorver e desenvolver novas tecnologias, estimulando a sua atuação crítica e criativa na identificação e resolução de problemas, considerando seus aspectos políticos, sociais, ambientais e culturais, com visão ética e humanística, em atendimento às demandas da sociedade.

Para tanto, a própria legislação brasileira (resolução 11/2002, da Câmara de Educação Superior), estabelece as seguintes competências e habilidades gerais para o engenheiro:

Aplicar conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e instrumentais em engenharia;
Projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados;
Conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos;
Planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de engenharia;
Identificar, formular e resolver problemas de engenharia;
Desenvolver e/ou utilizar novas ferramentas e técnicas;
Supervisionar a operação e a manutenção de sistemas;
Avaliar criticamente a operação e a manutenção de sistemas;
Comunicar-se eficientemente nas formas escrita, oral e gráfica;
Atuar em equipes multidisciplinares;
Compreender e aplicar a ética e responsabilidade profissional;
Avaliar o impacto das atividades da engenharia no contexto social e ambiental;
Avaliar a viabilidade econômica de projetos de engenharia;
Assumir a postura de permanente busca de atualização profissional.

Como pode ser observado, o engenheiro deverá ter formação que o capacite a projetar, conceber, identificar, analisar, interpretar, desenvolver, dirigir, supervisionar, gerenciar e executar as mais diversas atividades dentro da sua especialidade, primordialmente aquelas que exijam um sólido embasamento científico e tecnológico aliado a conhecimentos essenciais em áreas do saber relacionados direta ou indiretamente às funções da engenharia com responsabilidade social, ética e respeito para com o outro e o meio em toda a sua magnitude.

Habilidades necessárias para o engenheiro

É virtualmente impossível a um mesmo engenheiro ser igualmente capaz de projetar pontes, aparelhos de televisão, motores a jato, redes elétricas, fermentadores etc.

Por isso, no campo de engenharia, distinguem-se vários ramos, tais como: aeronáutica, aeroespacial, agrícola, agronômica, ambiental, cartográfica, civil, da computação, de alimentos, de materiais, de minas, de pesca, de petróleo, de produção, elétrica, eletrônica, física, mecânica, mecatrônica, metalúrgica, naval, química, sanitária e têxtil.

Seja qual for a sua o ramo da engenharia, a sua responsabilidade está pautada na recuperação da Ética, assumindo-a como inerente ao ser humano, a qual nasce e tem razão de existência com o surgimento do outro. Em sendo assim é essencial para qualquer profissional o desenvolvimento da visão sistêmica do mundo, ou seja reconhecer que, como agente de transformação social, ele faz parte do todo. Pois, como nos ensina Morin (2001), a compreensão mútua entre os seres humanos, quer próximos, quer estranhos, é daqui para frente vital para que as relações humanas saiam de seu estado bárbaro de incompreensão.

Neste aspecto, é fundamental desenvolver competências científica e tecnológica com gestão ética, procurando harmonizá-las em função de suas habilidades técnica, humana e conceitual. Habilidade técnica está associada à compreensão e proficiência em determinado tipo de atividade, principalmente naquela em que estejam envolvidos métodos, processos e procedimentos. Como exemplo, pode-se tomar a formação do engenheiro, a qual – em sua grande maioria – é voltada, ainda, para a cálculos, simulações e projetos, caracterizando-o com um indivíduo, acima de tudo, objetivo.

Já a habilidade humana pode ser entendida como a capacidade de o indivíduo interagir com outros, para formar um semelhante que respeite o seu semelhante e a natureza (Silber e Stelnicki,1987). Este indivíduo é consciente de suas próprias atitudes, opiniões e convicções acerca dos outros. Ao perceber a existência de outras atitudes, opiniões e convicções diferentes da sua, o indivíduo é hábil para compreendê-las (Mañas, 1999).

Ao tomar consciência da necessidade de conciliar sua habilidade técnica (a de executar sua atividade específica) com a habilidade humana (a de desenvolver o relacionamento humano pró- ativo), esse profissional desenvolverá a habilidade conceitual, que está diretamente associada à coordenação e integração de todas as atitudes e interesses da organização a qual pertence ou presta serviço. Em outras palavras, não basta ser bom técnico, se não for capaz de entender de forma abrangente o sentido da atividade que está exercendo, por meio dessas três habilidades interconectadas, como ilustra a Figura 1.

Dia do Engenheiro
Figura 1. Habilidades desejadas para o engenheiro

De acordo com Prahalad (2000), 80% das oportunidades nas grandes empresas são engavetadas por que as pessoas não compartilham a mesma visão da organização. Assim, a formação do engenheiro deverá estar voltada para o profissional que pensa, planeja e executa atividades, empreendimentos, transformações tecnológicas que darão não só à sua empresa, como também à sociedade para melhorar a qualidade de vida. Neste sentido, é importante salientar a importância do resgate da Ética, por exemplo, para – no mínimo – preservar a vida.

Cantanhede (1994) menciona que o profissional de tecnologia, e por extensão o engenheiro, precisa ter uma compreensão exata do que seja modernidade, para concorrer eticamente com tais mudanças, provendo-as e, dentro do possível, prevendo-as. É o crescente acervo de conhecimento dinamicamente traduzido em tecnologia que define, como processo de transformação do mundo, a modernização. O novo paradigma da tecnologia, em especial da engenharia, propõe um modelo em contínua transformação.

Entretanto, o poder da tecnologia é de tal ordem que muitas vezes sufoca ou suplanta a criatividade, que sempre foi e precisa ser a grande responsável pelas conquistas.

Neste caso, a engenharia deve desenvolver competências técnica e científica, tais como: formação básica nas ciências de engenharia bastante sólida para atuar no mercado futuro; visão analítica e espírito crítico; capacidade para análise de processos; utilização de ferramentas computacionais (Souza, 1994), e dispor de habilitações em mensuração, simulação, experimentação, representação gráfica, decisão.

Além dessas competências, existem aquelas destinadas às sociais, e que estão associadas às relações humanas como: liderança, solidariedade, capacidade de trabalho em equipe disposição ao multiculturalismo e uma ética alicerçada em uma formação moral e cultural.

Todos, no atual momento histórico, devem trazer a sua contribuição de criatividade para a organização. Não se consegue maximizar essa contribuição se não tiver um programa de voluntariado muito forte na área de qualificação (Grubisich, 1997).

Clemente Nóbrega, em consulta à revista Você s.a, menciona: “No futuro, a tolerância com funcionários antiéticos será zero, porque a tendência é que a ética seja cada vez mais valorizada”.

O mercado de futuro vai dar muito valor às pessoas que tenham as melhores condições sob o ponto de vista humano: generosidade, compaixão, paciência, solidariedade, bom-humor, cortesia, honestidade, caráter, vontade de ajudar, confiabilidade. O ponto essencial é quanto mais investir no indivíduo como ser humano, maiores serão as oportunidades de sucesso num ambiente de trabalho em que a capacidade de se relacionar bem será uma prioridade (Bernardi, 2000).

O futuro, como bem apontado por Longo (1992), não deve ser apenas competente tecnicamente, mas ter uma consciência crítica capaz de atuar na transformação social.

Em pesquisa realizada pela Revista Veja (Weinberg, 2003), encontra-se que o recrutador, na hora da contratação de um profissional, quer saber se este apresenta criatividade, espírito de liderança, iniciativa, capacidade de trabalhar em grupo, equilíbrio para lidar com a adversidade, inclinação para desafiar regras, integridade pessoal e empreendedorismo. Essas colocações deixam claro que as empresas buscam profissionais mais bem formados, com nível de adequação de informação e que sejam dinâmicos, independentes, empreendedores, criativos e que tenham iniciativa.

Como pode ser notado, o presente da tecnologia envolve muito além da habilidade técnica. Aflora, neste caso, a necessidade de o profissional de engenharia estar inserido no contexto social em que atua e quer transformar. Este profissional, socialmente responsável, está envolvido com a integração do ser humano com a sociedade; está atento à integração da tecnologia com mundo e às conseqüências dos serviços no comportamento do ser humano e daquilo que o cerca.

O desafio que surge, após a identificação dos limites delimitados pelas habilidades desejadas à engenharia calcada na visão socialmente responsável, é o de procurar aspectos que o preencham em termos de atitudes por meio da busca a qual Melo Neto e Froes (2001) denominam de Nova Ética Social, esta promovida pelo associativismo, pela ênfase à solidariedade, prevalecendo o debate civilizatório, priorizando os problemas sociais, adotando comportamentos éticos, gerando participação, enobrecendo e revigorando o trabalho, exaltando o caráter das pessoas, reduzindo as desigualdades.

Tais princípios são essenciais aos respeito ao valor do ser humano, à liberdade de pensamento e de opinião e ao desenvolvimento de uma consciência voltada para a preservação da vida, visando à organização de uma sociedade mais justa, pautada no desenvolvimento sustentável e na cultura da paz. Para a engenheiro socialmente responsável, tais elementos podem ter o lócus na organização socialmente responsável por meio da introdução, por exemplo, da cidadania empresarial, do desenvolvimento sustentável, responsabilidade socioambiental e dos impactos dos produtos produzidos em conseqüência, por exemplo, das atividades do engenheiro. Tais conceitos, por sua vez, podem ser compartilhados com as Instituições de Ensino durante a formação desses profissionais por elementos relacionados à Responsabilidade Social desde exemplos de aplicação em disciplinas básicas até a inserção de Balanço Social nos projetos de engenharia.

A busca da nova engenharia

A lanterna de Empedócles, hoje a laser, busca o Ser Ético. A Ética e a Não-Ética fazem parte da natureza humana, pois o ser humano, no seu alvorecer, ao lascar uma pedra, criando dessa maneira a tecnologia, esta entendida como a transformação racional de algo e alguma coisa prática (seja qual for), além de desenvolver um instrumento de manutenção da vida, possibilita a criação de um artefato para a sua própria destruição. A Ética é a irmã-gêmea da Não-Ética, e com tal dicotomia o espírito humano é forjado entre o preservar e o destruir. A engenharia não foge a regra.

A história da civilização acaba sendo o registro da habilidade criativa do ser humano, possibilitando um espaço essencial à engenharia na evolução do ser humano. Devido às suas necessidades é que surgiram as invenções, descobertas de produtos e processos que revolucionaram e continuam revolucionando o mundo, sem se preocupar muito com as conseqüências que tais revoluções possam trazer para a manutenção da vida neste planeta.

Como se vê, o Benjamim Franklin tinha certa razão quando disse que “o homem é um animal que fabrica instrumentos”.

Aqui, poderíamos escrever a partir de Franklin: o ser humano é um animal que fabrica instrumentos para transformar uma matéria-prima em um determinado produto para certa finalidade, independentemente da questão ética. Note que isto, de algum modo, lembra em muito a atividade básica de uma indústria, a qual poderia ser representada pela Figura 2.

Dia do Engenheiro
Figura 2: Processo básico de transformação.

A Figura 2 ilustra, de maneira bastante simplificada, o que é singular nas diversas fases da indústria, quais sejam: do artesanato, da manufatura e a industrial (ou mecanizada). A fase do artesanato está associada aos primórdios da civilização, em que se produzia em pequena escala para atender pequenas populações.

Nessa fase o agente que transformava a matéria-prima era o artesão.

Este desempenhava todas as funções em um processo produtivo. Já na fase da manufatura, começa a haver alguma complexidade no modo de produção (observando-a como transformação da matéria-prima), ampliando-a e diversificando-a, procurando atingir escalas e populações maiores do que às da fase anterior. A manufatura caracterizava-se por reunir trabalhadores em um determinado local e na especialização do trabalho, ou seja cada trabalhador realizava uma atividade específica.

Na fase industrial entendendo-a de modo mais abrangente do que o esquematizado na Figura 2, as máquinas acabam substituindo o trabalho pesado do ser humano e as próprias ferramentas. Há, nesta última fase, a passagem do sistema doméstico para o de fábrica, a ponto de a máquina substituir o ser humano em boa parte do processo de transformação da matéria-prima ao produto.

A relação homem-máquina na terceira fase, conforme posta no parágrafo anterior, é intensificada até o limite em que o ser humano deixa de usar as mãos, como agentes de transformação (manufatura), para operar, dirigir, manobrar aparelhos com certo grau de complexidade (maquinofatura).

A passagem da manufatura para a maquinofatura, associada à produção em série, em larga escala, e destinada a um público desconhecido, caracteriza o movimento classicamente conhecido como Revolução Industrial, desenvolvendo-se de tal sorte a alterar as condições anteriores, proporcionaram um crescimento produtivo jamais visto na história da humanidade, afetando consideravelmente diversos setores de produção permitindo, entre outros, a passagem da sociedade rural para a sociedade industrial; a mecanização da indústria e da agricultura; o desenvolvimento do sistema fabril; o desenvolvimento dos transportes e comunicações; a expansão do capitalismo com o conseqüente distanciamento entre ricos e pobres.

Apesar de esses setores terem sido incrementados na segunda metade do século XVIII, o uso generalizado dos inventos deles decorrentes ocorre no século XIX, caracterizando a primeira fase da Revolução Industrial (~ 1760 ~ 1850).

O aperfeiçoamento de invenções características da primeira fase; o uso de novas fontes de energia e novos materiais em substituição ao carvão e ferro, respectivamente; a substituição da máquina a vapor; a evolução nos transportes, como as invenções do automóvel e avião acabam tomando conta do setor produtivo (e outros) a partir da segunda metade do século XIX até o clímax da produção em massa ser substituída pela possibilidade da destruição em massa com o advento da bomba atômica já no século XX, caracterizando o que muitos denominam da segunda fase da Revolução Industrial (~1850 ~1945).

Além de ser um marco divisório no setor produtivo, o advento da industrialização em massa afetou, principalmente no Ocidente, as relações de trabalho, alterando comportamentos por meio do distanciamento das pessoas. O que era regido pelo contato entre mentor e pupilo, começou a sê-lo intermediado pela máquina, gerando a distância da habilidade humana, para ampliar e dar lugar à habilidade técnica, ou seja a valorização de qualquer conhecimento que aprimore e valorize a produção, deixando o ser humano como elemento da própria produção.

Com o surgimento da Revolução Industrial, a habilidade técnica foi se tornando, passo a passo, ais importante do que a humana a ponto de pôr em risco a própria espécie com o surgimento da Era Atômica. Foram criados celeumas, guerras frias e muros de Berlim. Contudo, quando o mundo viu-se livre desses muros notou, amargamente, que tecnologia estava distanciada, paradoxalmente, da própria habilidade técnica, pois o conhecimento de ponta estava nos laboratórios, e a aplicação deste, na expectativa da melhor oportunidade econômica.

Com o final da guerra fria, o mundo não ficou dividido pela ideologia, mas pela capacidade de gerar e absorver tecnologia (Portugal, 2000). A formação do engenheiro calcada tão-somente na habilidade técnica, dando as costas para as conseqüências maléficas da produção em larga escala, principalmente ao meio ambiente, hoje, mais do nunca, precisa ser revista com o olhar sócio-responsável.

A responsabilidade necessária

O futuro é agora. 2001 que se apresentou, apesar de não ser aquele idealizado por Stanley Kubric, esteve aí. O nosso planeta, uma nave espacial, não está sendo controlada por um robô sentimental, apesar de a comunicação, hoje em dia, ser devido à rede que a todos hipnotizam.

Percebe-se que a economia mundial e a situação de empregabilidade, em um futuro em curto prazo, dependerão do alto nível da habilidade e criatividade associada à tecnologia para realizar novas idéias (Massberg, 1997). Por outro lado, os técnicos, os engenheiros são chamados para responder a demanda de mercado por meio da criação de novos produtos, processos com altos valores agregados. Os produtos, por si, devem ser analisados criticamente a respeito de sua funcionabilidade, aceitabilidade ambiental ao longo de sua vida, incluindo a reciclagem e a deposição de rejeitos. Os profissionais de engenharia devem ser preparados para desenvolverem produtos e/ou processos eficientes e inovativos.

Os especialistas são unânimes na visão de que, para identificar as empresas que estarão presentes e atuantes no mercado nos próximos anos, com certeza, precisa-se olhar quais delas são criativas e ousadas por sua capacidade de transformar idéias em soluções, resolver problemas, apresentar resultados, construir, inovar. Os profissionais criativos serão disputados mais do que nunca pelo mercado, pois eles farão a diferença em um cenário onde será preciso competência, coragem e, acima de tudo, grandes idéias. As organizações precisam investir no ser humano, seu capital real, treinando-o e potencializando o seu talento (Soares, 1997).

Aqui é importante resgatar o pensamento de Tarali (1995), do qual se extrai que a criatividade e qualidade não bastam no mundo de hoje. É preciso ir além, é preciso inovar e isto não apenas naqueles setores mais sofisticados. Torna-se necessário inovar nos produtos do dia-a-dia, que se encontram nas gôndolas do supermercado, nos balcões das farmácias.

Do melhoramento de sementes às vacinas, dos tecidos ao aço e aos plásticos especiais, há um leque amplo de indústrias que precisam crescer e aprimorar. Inovação significa, antes de tudo, capacitação científica e tecnológica. Contudo, Tarali acabou esquecendo de mencionar o preço disso tudo, principalmente o socioeconômico.

No contexto que se apresenta o clarear deste milênio, torna-se, portanto, urgente despertar a responsabilidade da engenharia para o real progresso tecnológico sem hipocrisia e demagogia, salientando de que se trata de uma evolução necessária, oposta ao apego ao antigo e a qualidade estanque das coisas. Esse interesse aparece quando se chega a compreender que a produtividade deve ser melhorada continuamente, sendo necessárias novas soluções para que isso aconteça. É preciso empenhar-se para descobrir tais soluções, adaptando-as com discernimento e, chegado o momento, adotá-las, melhorá-las para, finalmente, superá-las.

Um ensino moderno de tecnologia, incluindo o de engenharia, tem de reduzir os obstáculos que travam o progresso, abandonando a rotina, desprendendo-se da ignorância, além de fomentar a curiosidade por tudo o que é novo, infundir o sentido da diversidade de soluções, treinar as inteligências para a criatividade, estimular a imaginação, educar o espírito crítico (Canongo e Ducel, 1973), sem, contudo, negligenciar a habilidade humana de interagir positivamente e proativamente com o meio que o cerca, baseada – sobretudo – na ética.

A engenharia socialmente responsável cultiva a curiosidade na medida em que indaga novas soluções a partir de uma idéia original que é freqüentemente o ponto de partida de uma nova orientação para o desenvolvimento de um novo produto, de uma nova invenção, da produção industrial, nas etapas de concepção, fabricação e exploração do mercado. Ser curioso significa ser ávido por informações confiáveis. A responsabilidade está no contínuo aprender a aprender, problematizando e contextualizando o conhecimento.

A ética técnica

Não há fronteiras, entre o infinitamente pequeno e o infinitamente grande, para o ser humano. Contudo, segundo Hume, a humanidade é mais ou menos a mesma em todas as épocas e lugares. Entretanto, o mundo atual tendeu para uma supervalorização do dinheiro, para uma superestima ao poder e para a incerteza sobre as condutas, dilapidando princípios morais, diante dessas maiores evidências de conveniência e egoísmo acentuado, mas nada disto altera a essência da virtude nem a doutrina ética em seus axiomas (Robbins, 1996).

A emergência de uma exigência ética nas organizações faz precisamente com que as responsabilidades política, cívica, ecológica e psíquica sejam cada vez mais asseguradas, não porque o dinamismo da organização exige, mas porque é impossível, a quem quer que seja, ignorá- las, sob o risco de ver triunfar unicamente o cinismo perverso (Enriquez, 1997).

Sob este aspecto, é importante resgatar o ensinamento de Leisinger e Schmitt (2001) em que mencionam que não existe apenas a ausência de moral nas empresas, sob a forma de Assédio Moral, perseguição inescrupulosa, busca do conforto e conservação do poder, corrupção e nepotismo, mas também mediocridade de inteligência, insuficiente disciplina e deficientes habilidades técnicas. Há, como apontado por Arruda et al. (1996), uma mentalidade bastante difundida no mundo empresarial, por exemplo, de que a ciência e a técnica seriam totalmente estranhas às verdades últimas referentes ao homem e à sua vida, servindo apenas de instrumentos de qualificação profissional. E este é um paradigma a ser mudado, pois a ciência e a tecnologia da engenharia enquanto habilidades técnicas estão no contexto da habilidade conceitual, que é de suma importância para as organizações, quais sejam elas. Ignorar isto é viver no passado, obstruído pela cegueira da ignorância.

A ética técnica no presente deve aceitar a ética não-técnica, ou seja os não-técnicos precisam ser ouvidos no momento da definição da instalação de uma indústria, por exemplo. A ética do conhecimento, segundo Calame (1995), deve somar-se a uma ética de sobrevivência e do desenvolvimento, que hierarquize as pesquisas a empreender em função dos objetivos ainda maiores da humanidade e forneça um código de comportamento de governos, e uma ética da tradição que nos obrigue a interrogarmos sobre os riscos de uma pesquisa, por exemplo, perturbe a sociedade. Seria necessário criar dinâmicas conjuntas de pesquisa e de ação, que associassem pesquisadores e não-pesquisadores em torno de objetivos concretos.

Ao questionar a conseqüência de uma tecnologia, aflora o impacto ético cujo pressuposto básico está no “Direito de Saber”, o qual rompe a divisa maléfica entre o conhecimento e a ignorância, esta entendida pela falta de informação. Saliente-se que usar do conhecimento para fazer algo desconhecido é antiético, pois fere valores básicos da conduta humana, principalmente os da honestidade, da responsabilidade e da confiança.

Responsabilidade social empresarial

A recente preocupação pela Ética, e de um modo mais focalizado pela Ética nas Empresas, pode ser considerada uma imposição decorrente da ruína dos sistemas de valores criados e cultivados pelo modernismo, desaparecendo a confiança cega na técnica e no progresso sem limites (Migliaccio Filho, 1994). Para construir um novo ser humano, a empresa deve se tornar cidadã, ou seja, conduzir ações que favoreçam a inscrição dos indivíduos no interior do corpo social. A empresa também está obrigada à cooperação ou à solidariedade para com as pessoas, isto é, além do seu próprio interesse, ela deve também buscar o bem comum (Leisinger e Schmitt, 2001).

Vários estudos empíricos mostram que as empresas que apóiam suas estratégias de negócios em fundamentos éticos sólidos possuem mais potencial de lucros que as unicamente voltadas a alcançar esses lucros (Arruda, 1989). Um estudo feito com as 500 maiores empresas de capital aberto dos EUA, mencionado por Ferrel et al. (2001), mostrou que aquelas que assumem compromisso com conduta ética ou enfatizam o cumprimento do seu código de ética têm melhor desempenho financeiro. Esses resultados fornecem prova robusta de que o interesse das empresas por conduta ética está se tornando parte do seu planejamento estratégico para obter rentabilidade máxima.

A cidadania ética está positivamente ligada ao retorno de investimentos, ao retorno dos ativos e ao crescimento de vendas. Muitos acionistas querem investir em companhias que tenham fortes programas éticos, sejam socialmente interessadas e tenham uma sólida reputação. Como bem posto por Arruda (1989), a Ética significa a sobrevivência das organizações, na qual o engenheiro pode atuar de modo transformador aliando técnica à visão humanista. Para tanto é possível lançar mão de princípios relativos à Responsabilidade Social e, devido à atuação do engenheiro estar ligada também às empresas, exercendo cargos de liderança, é fundamental o conhecimento da Responsabilidade Social Empresarial.

Neste aspecto, pode-se escrever que a pedra fundamental para o estudo do assunto de Responsabilidade Social, de acordo com Oliveira (2002), foi o lançamento do livro Responsabilities of businessman, em 1953, de Howard Bowen. Bowen (1957) define Responsabilidade Social como as obrigações dos homens de negócio de adotar orientações, tomar decisões e seguir linhas de ação que sejam compatíveis com os fins e valores de nossa sociedade.

Contudo, houve período na conceituação de Responsabilidade Social em que estudiosos, como Milton Friedman, defendiam que cabiam ao governo, igrejas, sindicatos os suprimentos das necessidades comunitárias por meio de ações sociais organizadas, e não às corporações, as quais precisavam satisfazer seus acionistas (Lourenço e Schörder, 2003); ou seja “o negócio do negócio é o negócio”. Contrariamente a autores como Friedman e mais perto da conceituação de Bowen, Melo Neto e Froes (1999) defendem que a Responsabilidade Social de uma empresa consiste na sua decisão de participar mais diretamente nas ações comunitárias na região em que está presente e minorar possíveis danos ambientais decorrentes de sua atividade.

Por outro lado, segundo (Miranda, 2002), a Responsabilidade Social é um modelo de gestão que vai muito além da lei e da simples filantropia, mesmo porque – como encontrado em Toldo (2002) – há empresas que realizam ações informais consideradas como necessárias por seu dirigente, sem distinguir filantropia de responsabilidade social.

Uma empresa não pode considerar-se socialmente responsável somente por cumprir benefícios legais, como a distribuição de vale-transporte, creche para filhos dos funcionários etc. (Miranda, 2002). A empresa socialmente responsável deve ir além desses limites impostos pela legislação. Essa postura também é sustentada por Félix (2003) quando menciona que ser socialmente responsável não significa respeitar e cumprir devidamente as obrigações legais, mas, sim, o fato de as empresas, por meio de seus trabalhadores e de todos os seus interlocutores, irem além das suas obrigações em relação ao capital humano, ao meio ambiente e à comunidade por perceberem que o bem-estar deles reflete no seu bem-estar. Bueno et. al (2002) consideram que a Responsabilidade Social é um valor a ser incorporado pela cultura da empresa, na qual a ética é a base da relação com todos os seus públicos.

Por meio desse rápido apanhado sobre Responsabilidade Social Empresarial (RSE), os seguintes aspectos são observados: econômico, legal, ético e filantrópico.

Essas características estruturam o modelo de Carroll (1979), para o qual a responsabilidade social dos negócios engloba as expectativas econômicas, legais, éticas e discricionárias que a sociedade tem da organização.

Carroll (1979) representou o seu modelo para RSE na pirâmide da responsabilidade social corporativa (Figura 1).

Dia do Engenheiro
Figura 3. Pirâmide da RSE de Carroll.

Na estrutura ilustrada na Figura 3, a RSE é vista sob diversos padrões de responsabilidades: econômica, legal, ética e filantrópica, as quais surgem da expectativa da sociedade, da base para o topo da pirâmide, em relação à organização.

Tais responsabilidades são assim descritas:

Responsabilidade econômica. A sociedade espera que os negócios realizem lucros. Os negócios têm uma responsabilidade de natureza econômica, pois, primeiramente, a instituição dos negócios é a unidade econômica básica da nossa sociedade, e como tal tem a responsabilidade de produzir bens e serviços que a sociedade deseja e vendê-los com lucro.
Responsabilidade legal.
A sociedade espera que os negócios obedeçam às Leis, para ter acesso a produtos que tenham padrões de segurança e obedeçam a regulamentações ambientais estabelecidas pelo governo. Lembrando que Leis advêm de processos de políticas públicas e formam o ambiente legal e institucional no qual os negócios operam.
Responsabilidade ética
. A sociedade espera que as tomadas de decisões por parte das empresas sejam resultados de análise e reflexão ética, exigindo que as tomadas de decisões sejam feitas considerando-se os efeitos das ações, honrando o direito dos outros, cumprindo deveres e evitando prejudicar o outro. Esta responsabilidade também inclui a procura da justiça e equilíbrio nos interesses dos stakeholders.
Responsabilidade filantrópica.
A sociedade espera que a empresa contribua com recursos para a comunidade, visando a melhoria da qualidade de vida. A filantropia empresarial consiste nas ações discricionárias tomadas pela administração das empresas em resposta às expectativas sociais, e representa os papéis voluntários que os negócios assumem onde a sociedade não provê uma expectativa clara e precisa como nos outros componentes.

Carroll (1979) destaca que as dimensões apresentadas na Figura 1 não implicam uma seqüência ou estágios de desenvolvimento da RSE. Contudo, podemos vislumbrar na sua proposta a possibilidade de as empresas atenderem as necessidades dos stakeholders, principalmente às dos atores que dependem dos resultados produtivos e das ações sociais das organizações. Para tais atores, é fundamental o produto de qualidade, produzido com segurança sem que haja degradação do meio ambiente, com respeito aos colaboradores (lê-se empregados), dentro de comportamento ético e seguindo a legislação.

A questão do lucro, apesar de fundamental para a empresa, fica em plano secundário nas expectativas do público em geral, mesmo porque o alcance da responsabilidade social, de acordo com Dias e Duarte (citados por Oliveira, 2002), não se limita aos interesses dos acionistas; ultrapassa os âmbitos legais, envolvendo obrigações morais ditadas pela ética, adequando as empresas às demandas sociais mais atuantes e exigentes.

O engenheiro socialmente responsável

O engenheiro é partícipe da organização e diretamente responsável por diversos níveis de Responsabilidade. Não se pode mais vê-lo como um projetista ou um gerente de produção. Este profissional deve estar plenamente cônscio de suas ações pessoais e profissionais. Torna-se evidente, portanto, que a formação do engenheiro não deve ser pautada tão-somente na técnica. Este profissional deve desenvolver habilidades como aquelas ilustradas na Figura 1. O futuro engenheiro, além de estar em sintonia e concordância com as crenças, valores, missão e visão da organização a qual pertence, também deve estar atento que as conseqüências de sua ação profissional afeta a todos os stakeholders.

Desse modo, a sociedade acaba por esperar as seguintes características do engenheiro:

A consciência de que ações pessoais, técnicas e gerenciais afetam a vida das pessoas e do meio que as cerca (direta e indiretamente).
Desenvolvimento e aprimoramento de valores morais, pois somente a determinação das pessoas de agir com ética pode garantir o comportamento ético de uma organização.
Conhecimento da Lei (trabalhista, ambiental) e de normas reguladoras (Responsible Care®, IS0s 9000 e 14000, SA8000).
Envolvimento pró-ativo na comunidade, usando ou não, as suas habilidades técnicas.

Desta maneira, pode-se propor um modelo, conforme ilustra a Figura 4, no qual se resume a expectativa da sociedade em relação ao engenheiro, tendo como base as habilidades necessárias para o seu desempenho profissional (Figura 1) em consonância com a Responsabilidade Social inerente à sua profissão, inspirado no modelo de Carrol, representado na Figura 3.

Dia do Engenheiro
Figura 4. O engenheiro socialmente responsável 

A partir da Figura 4, pode-se traçar as seguintes expectativas da sociedade para com o engenheiro socialmente mente responsável:

Responsabilidade econômica. A sociedade espera que o profissional receba o que é justo. Responsabilidade técnica. A sociedade espera que o profissional seja capacitado a absorver e desenvolver novas tecnologias, estimulando a sua atuação crítica e criativa na identificação e resolução de problemas, considerando seus aspectos políticos, sociais, ambientais e culturais, com visão ética e humanística, em atendimento às demandas da sociedade.
Responsabilidade legal.
A sociedade espera que as atividades desse profissional produzam serviços (processos e/ou produtos) que tenham padrões de segurança e obedeçam as leis trabalhistas, ambientais estabelecidas pelo governo.
Responsabilidade ética.
A sociedade espera que as tomadas de decisões por parte desse profissional seja resultados da análise e reflexão ética, exigindo que as tomadas de decisões sejam feitas considerando-se os efeitos das ações, honrando o direito dos outros, cumprindo deveres e evitando prejudicar o outro interno e externo à organização, fundamentado no respeito aos valores morais.
Responsabilidade social.
A sociedade espera que esse profissional, enquanto dotado de decisão estratégica na empresa, faça-a contribuir com recursos para a comunidade, visando a melhoria da qualidade de vida.

A partir do instante em que o engenheiro esteja ciente de sua responsabilidade social, as suas ações tornam-se pró-ativas dentro da sua organização, principalmente quando esse profissional se vê em cargos de decisões Em sendo assim, a própria empresa absorve as habilidades de seus gestores. Verifica-se, ao se perceber a Figura 4, a necessidade básica de contextualizar a necessidade da humanização do engenheiro, assim como da própria organização, compreendendo a importância das naturezas técnica e econômica nos processos produtivos e, principalmente, de tomada de decisão.

Nesse sentido, a RS, em particular a empresarial, é vista como uma oportunidade de gestão que possibilita mudanças construtiva e pró-ativa na cultura das empresas, bem como da própria formação do engenheiro. É importante ressaltar que a responsabilidade ética da engenharia nasce da reflexão sobre ética em si, vendo-a como o certo e o errado, podendo-se considerar antiético tudo aquilo que pode causar algum tipo de mal ou dano às pessoas e ao meio que as cerca, tirando-as do lugar cômodo de centro do mundo, para dele fazerem parte, bem como lhe imputando a responsabilidade de preservarem a vida, em toda a sua extensão, seja dentro de uma organização seja fora dela.

Considerações finais

Caso Heráclito estivesse vivo, ele estaria sentado em uma pedra, coçando a barba e se perguntando: Ué! Cadê o rio?

Bill Gates apareceria e responderia: Você não o vê? Ele é virtual.

Nesse sentido toda mudança social, em diversos graus de complexidade, vem sendo acompanhada efetivamente por mudanças e/ou avanços tecnológicos, influenciando-se mutuamente. Como conseqüência, surgem diversas habilidades, dentre as quais estão a habilidade técnica e a habilidade humana.

A engenharia vem oferecendo um grande avanço tecnológico à sociedade, sendo difícil visualizar a vida moderna sem tal evolução. Contudo, como apontado por Eco (2003), o problema é que a aceleração dos processos inovadores cada vez mais deixará na miséria categorias inteiras e a inovação resultará sempre e somente em desemprego. Cabe, portanto, à engenharia ficar atenta – também – as questões as quais até um passado recente, não lhes dizia respeito. Neste caso, a engenharia socialmente responsável não está centrada tão-somente na compreensão e no domínio da sua habilidade técnica, mas amplia-se nas mãos do novo engenheiro para ser inerente ao sistema, compreendendo-o como inter-relações entre as diversas áreas do conhecimento, ajudando a integrá-las para o bem comum.

Em sendo assim, a Responsabilidade Social pode ser pensada como um caminho de gestão a ser avaliado com serenidade e seriedade, pois as organizações são feitas por pessoas em que os resultados de suas ações não refletem tão-somente nelas próprias. Em sendo assim, tanto as organizações quanto as pessoas diretamente relacionadas a elas e detentoras de decisões que põe em risco a vida neste planeta, devem ser socialmente responsáveis. Entre tais profissionais, os engenheiros podem exercer papéis cruciais.

Apesar de os códigos de ética apontarem na direção certa, não se pode deixar enganar e nem tapar o sol com a peneira, mesmo por que há muito discurso e pouca prática. Um exemplo clássico foi e é Protocolo do Kyoto, o qual pretende regulamentar a emissão na atmosfera, apesar de o efeito estufa já estar previsto havia quase 100 anos. Os EUA não se mostraram dispostos, até então, em cumprir o compromisso de Kyoto, que os obrigaria a reduzir suas emissões atuais em uns 20% (os 7% que aceitaram no Japão, mais o aumento a partir de 1990).

Isso significaria emitir menos 280 milhões de toneladas de carbono por ano. A um custo de US$ 100 anuais por tonelada a reduzir, a conta anual chegaria quase a US$ 30 bilhões – sem falar em problemas de competitividade com alterações nos custos de produção. Esse mesmo país promulgou, em decorrência do aumento de resíduos tóxicos no ar e na água, várias leis, como a Clean Air Act (1970) que estabelece a qualidade do ar; Federal Water Pollution Control Act (1972), elaborada para prevenir, reduzir ou eliminar a poluição das águas; Toxic Substances Control Act (1976), que exige a realização de testes e restringe o uso de certas substâncias químicas, para proteger a saúde humana e o meio ambiente.

Ou seja adota uma ética caseira a ponto de ser uma “ética hipócrita”, desrespeitando à da convivência global em favor dos próprios valores econômicos.

Este é só um exemplo de impacto ético que transcende a questão puramente técnica e econômica que são, sem dúvidas, importantes, mas não definitivas, pois se deve – principalmente – considerar o pilar ético da conservação da vida. Neste sentido pode-se afirmar que a ética na engenharia não é restrita à técnica. Não basta simplesmente desenvolver produtos e/ou processos que minimizem a poluição do meio ambiente, por exemplo. Não basta ser técnico, tem de ser humano para entender as suas necessidades básicas de sobrevivência.

Aqui, é possível tomar a reflexão de Lima (1999) que diz que é preciso ser ético porque a coletividade busca a melhoria contínua, que só é obtida mediante um comportamento sadio e construtivo. É preciso ser ético para refletir no próximo uma conduta normal e sadia, que busque sempre elevar os valores humanos. Ser ético significa ter consciência dos procedimentos permitidos e refutados pela sociedade, dando exemplo de conduta positiva.

Pelo apresentado neste trabalho, não basta, pois, desenvolver técnica para resolver problemas técnicos, ainda que afetem o ser humano, para atender apenas o lucro parasitário de algumas organizações. É preciso ter a ética técnica para fomentar a reflexão humanista e preservando-se dos dilemas e, neste caso, confiando em um princípio de justiça. Neste caso, pode-se salientar que a diferença entre técnica e ética técnica é que a primeira se esgota em si mesma, não justificando qualquer efeito ético. Já a ética técnica visa o bem e o bom sem prescindir, por sua vez, da técnica, pois sem isso não teria função humana. Em suma, a ética técnica tem consciência do êxito técnico-científico, incluindo o econômico. A diferença entre uma e outra está no alcance do pensar e do agir de cada uma.

Leisinger e Schmitt (2001) nos chamam muito a atenção quando mencionam que, como é a vida econômica que confere a nossas sociedades a sua marca e a sua estrutura, as organizações têm uma imensa responsabilidade cultural ética, cujo elemento essencial se encontra em uma sociedade mais humana – uma consciência de que os valores éticos são mais elevados.

Uma vez que só uma sociedade que busca os objetivos éticos pode participar em plena medida do progresso material e controlar seus perigos, as empresas possuem imensa responsabilidade de preservar a moral da sociedade por meio do seu próprio exemplo. Tanto para a sociedade, como também para as próprias empresas, sua contribuição para a paz e a justiça social é importante, porque isto acarreta a fidelidade contratual e a honradez.

O milênio que se inicia, principalmente depois de 11 de setembro de 2001, nos mostra a necessidade da compreensão do que é ser humano. O império do fanatismo, qualquer que seja ele, não pode continuar sobrepondo à Ética. Conforme nos alerta Enriquez (1997), os seres humanos e sociais não são somente responsáveis frente às gerações futuras pelo peso de suas ações presentes, mas também pela maneira como eles tratam o passado, como eles registram a história, a aceitam e a deformam.

Também não adianta estar sensibilizado e mesmo conhecer fundamentos de Ética, aumentando pressuposta erudição. O desafio, em si, é exercê-la como parte integrante e decisória da técnica, pois foram necessários 20 mil anos para a humanidade absorver a Revolução Agrícola, 250 anos para absorver a Revolução Industrial. Atualmente, a humanidade absorve na mesma geração os resultados de qualquer Revolução em curso… e ainda repousa nos braços de Hume sempre à espera que o rio da História de Heráclito não se repita.

Marco Aurélio Cremasco

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Fonte: www.ethos.org.br

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