Obras Literárias

agosto, 2017

  • 7 agosto

    O Sol – Olavo Bilac

    Salve, sol glorioso ! Ao teu clarão fecundo, A natureza canta e se extasia o mundo. Que tristeza, que dó, quando desapareces ! Vens, e a terra estragada e feia reverdeces; Abres com o teu calor as sebes perfumadas; Dás flores ao verdor das moitas orvalhadas; Os ninhos aquecendo, as …

  • 7 agosto

    O Pássaro Cativo

    Olavo Bilac Armas, num galho de árvore, o alçapão E, em breve, uma avezinha descuidada, Batendo as asas cai na escravidão. Dás-lhe então, por esplêndida morada, Gaiola dourada; Dás-lhe alpiste, e água fresca, e ovos e tudo. Por que é que, tendo tudo, há de ficar O passarinho mudo, Arrepiado …

  • 7 agosto

    O Rio – Olavo Bilac

    Olavo Bilac Da mata no seio umbroso, No verde seio da serra, Nasce o rio generoso, Que é a providência da terra. Nasce humilde, e, pequenino, Foge ao sol abrasador; É um fio d’água, tão fino, Que desliza sem rumor. Entre as pedras se insinua, Ganha corpo, abre caminho, Já …

  • 7 agosto

    Deixa o Olhar do Mundo

    Olavo Bilac X Deixa que o olhar do mundo enfim devasse Teu grande amor que é teu maior segredo! Que terias perdido, se, mais cedo, Todo o afeto que sentes se mostrasse? Basta de enganos! Mostra-me sem medo Aos homens, afrontando-os face a face: Quero que os homens todos, quando …

  • 7 agosto

    O Tempo – Olavo Bilac

    Olavo Bilac Sou o Tempo que passa, que passa, Sem princípio, sem fim, sem medida! Vou levando a Ventura e a Desgraça, Vou levando as vaidades da Vida! A correr, de segundo em segundo, Vou formando os minutos que correm… Formo as horas que passam no mundo, Formo os anos …

  • 7 agosto

    A Mocidade – Olavo Bilac

    Olavo Bilac A Mocidade é como a Primavera! A alma, cheia de flores, resplandece, Crê no Bem, ama a vida, sonha e espera, E a desventura facilmente esquece. É a idade da força e da beleza: Olha o futuro, e inda não tem passado: E, encarando de frente a Natureza, …

  • 7 agosto

    As Estrelas – Olavo Bilac

    Quando a noite cais, fica à janela, E contempla o infinito firmamento! Vê que planície fulgurante e bela! Vê que deslumbramento! Olha a primeira estrela que aparece Além, naquele ponto do horizonte … Brilha, tremula e vívida… Parece Um farol sobre o píncaro do monte. Com o crescer da treva, …

  • 4 agosto

    O Universo – Paráfrase

    Olavo Bilac A Lua: Sou um pequeno mundo; Movo-me, rolo e danço Por este céu profundo; Por sorte Deus me deu Mover-me sem descanso, Em torno de outro mundo, Que inda é maior do que eu. A Terra: Eu sou esse outro mundo; A lua me acompanha, Por este céu …

  • 4 agosto

    Os Pobres – Olavo Bilac

    Olavo Bilac Aí vêem pelos caminhos Descalços, de pés no chão, Os pobres que andam sozinhos, Implorando compaixão. Vivem sem cama e sem teto, Na fome e na solidão: Pedem um pouco de afeto, Pedem um pouco de pão. São tímidos ? São covardes ? Têm pejo? Têm confusão ? …

  • 4 agosto

    Modéstia – Olavo Bilac

    Olavo Bilac Se a todos os condiscípulos Te julgas superior, Esconde o mérito, e cala-te Sem ostentar teu valor. Valem mais que a inteligência, A constância e a aplicação: Sê modesto! estuda, aplica-te, E foge da ostentação! Mais vale o mérito próprio Sentir, guardar e ocultar: Porque o verdadeiro mérito …