Obras Literárias

agosto, 2017

  • 4 agosto

    Meia-noite – Olavo Bilac

    O filho: Ó Mamãe! quando adormecem todos, num sono profundo, Há mesmo almas do outro mundo, Que aos meninos aparecem? A mãe: Não creias nisso! É tolice! Fantasmas são invenções Para dar medo aos poltrões: Não houve ninguém que os visse. Não há gigantes nem fadas, Nem gênios perseguidores, Nem …

  • 4 agosto

    Meio-dia – Olavo Bilac

    Meio-dia. Sol a pino. Corre de manso o regato. Na igreja repica o sino; Cheiram as ervas do mato. Na árvore canta a cigarra; Há recreio nas escolas: Tira-se, numa algazarra, A merenda das sacolas. O lavrador pousa a enxada No chão, descansa um momento, E enxuga a fronte suada, …

  • 4 agosto

    Justiça – Olavo Bilac

    Chega à casa, chorando, o Oscar. Abraça Em prantos a Mamãe. “Que foi, meu filho?” -“Sucedeu-me, Mamãe, uma desgraça! Outros, no meu colégio, com mais brilho, Tiveram prêmios, livros e medalhas… Só eu não tive nada!” -“Mas porque não trabalhas? porque é que, a uma existência dedicada Ao trabalho e …

  • 4 agosto

    Infância – Olavo Bilac

    O berço em que, adormecido, Repousa um recém-nascido, Sob o cortinado e o véu, Parece que representa, Para a mamãe que o acalenta, Um pedacinho do céu. Que júbilo, quando, um dia, A criança principia, Aos tombos, a engatinhar… Quando, agarrada às cadeiras, Agita-se horas inteiras Não sabendo caminhar! Depois, …

  • 4 agosto

    Deus – Olavo Bilac

    Para experimentar Octávio, o mestre Diz: “Já que tudo sabe, venha cá! Diga em que ponto da extensão terrestre Ou da extensão celeste Deus está!” Por um momento apenas, fica mudo Octávio, e logo esta resposta dá: “Eu senhor mestre, lhe daria tudo, Se me dissesse onde é que ele …

  • 4 agosto

    Domingo – Olavo Bilac

    Domingo… Os sinos repicam Na igreja, constantemente, E todas as ruas ficam Alegres, cheias de gente. Todo um dia de ventura… Como o domingo seduz! O homem, cansado, procura Ter paz, ter ar, e ter luz. Paradas e sem trabalho, Dormem na roça as enxadas; Dormem a bigorna e o …

  • 4 agosto

    A Rã e o Touro – Olavo Bilac

    Fábula de Esopo por Olavo Bilac Pastava um touro enorme e forte, à beira d’água. Vendo-o tão grande, a rã, cheia de inveja e mágoa, Disse: “Por que razão hei de ser tão pequena, Que aos outros animais só faça nojo e pena? Vamos! quero ser grande! incharei tanto, tanto, …

  • 4 agosto

    A Coragem – Olavo Bilac

    Olavo Bilac Não sejas nunca medroso! Fraco embora, tem coragem! Para fazer a viagem Da vida, sem hesitar, É preciso, de alma forte, Sem ostentar valentia, Dominar a covardia, Para o perigo enfrentar. O medo é próprio do pérfido, Do pecador, do malvado: Quem não se entrega ao pecado Não …

  • 4 agosto

    Ave Maria – Olavo Bilac

    Meu filho! termina o dia… A primeira estrela brilha… Procura a tua cartilha, E reza a Ave Maria! O gado volta aos currais… O sino canta na igreja… Pede a Deus que te proteja E que dê vida a teus pais! Ave Maria!… Ajoelhado, Pede a Deus que, generoso, Te …

  • 2 agosto

    A Velhice – Olavo Bilac

    Olavo Bilac Olha estas velhas árvores, mais belas Do que as árvores moças, mais amigas, Tanto mais belas quanto mais antigas, Vencedoras da idade e das procelas… O homem, a fera e o inseto, à sombra delas Vivem, livres da fome e de fadigas: E em seus galhos abrigam-se as …