Obras Literárias

agosto, 2017

  • 2 agosto

    As Flores – Olavo Bilac

    Deus ao mundo deu a guerra, A doença, a morte, as dores; mas, para alegrar a terra, Basta haver-lhe dado as flores. Umas, criadas com arte, Outras, simples e modestas, Há flores por toda a parte Nos enterros e nas festas, Nos jardins, nos cemitérios, Nos paúes e nos pomares; …

  • 2 agosto

    Pátria – Olavo Bilac

    Olavo Bilac Pátria, latejo em ti, no teu lenho, por onde Circulo! e sou perfume, e sombra, e sol, e orvalho! E, em seiva, ao teu clamor a minha voz responde, E subo do teu cerne ao céu de galho em galho! Dos teus líquens, dos teus cipós, da tua …

  • 2 agosto

    A Madrugada – Olavo Bilac

    Os pássaros, que dormiam Nas árvores orvalhadas, Já a alvorada anunciam No silêncio das estradas. As estrelas, apagando A luz com que resplandecem, Vão tímidas vacilando Até que desaparecem. Deste lado do horizonte, Numa névoa luminosa, O céu, por cima do monte, Fica todo cor-de-rosa; Daí a pouco, inflamado Numa …

  • 1 agosto

    A Madrugada – Olavo Bilac

    Os pássaros, que dormiam Nas árvores orvalhadas, Já a alvorada anunciam No silêncio das estradas. As estrelas, apagando A luz com que resplandecem, Vão tímidas vacilando Até que desaparecem. Deste lado do horizonte, Numa névoa luminosa, O céu, por cima do monte, Fica todo cor-de-rosa; Daí a pouco, inflamado Numa …

  • 1 agosto

    A Boneca – Olavo Bilac

    Olavo Bilac Deixando a bola e a peteca, Com que inda há pouco brincavam, Por causa de uma boneca, Duas meninas brigavam. Dizia a primeira : “É minha!” – “É minha!” a outra gritava; E nenhuma se continha, Nem a boneca largava. Quem mais sofria (coitada!) Era a boneca. Já …

  • 1 agosto

    A Borboleta – Olavo Bilac

    Olavo Bilac Trazendo uma borboleta, Volta Alfredo para casa. Como é linda! é toda preta, Com listas douradas na asa. Tonta, nas mãos de criança, Batendo as asas, num susto, Quer fugir, porfia, cansa, E treme, e respira a custo. Contente, o menino grita: “É a primeira que apanho, Mamãe!vê …

  • 1 agosto

    A Avó – Olavo Bilac

    Olavo Bilac A avó, que tem oitenta anos, Está tão fraca e velhinha!… Teve tantos desenganos ! Ficou branquinha, branquinha, Com os desgostos humanos. Hoje, na sua cadeira, Repousa, pálida e fria, Depois de tanta canseira: E cochila todo o dia, E cochila a noite inteira. Às vezes, porém, o …

julho, 2017

  • 13 julho

    Vila Rica – Olavo Bilac

    Olavo Bilac O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobre; Sangram, em laivos de ouro, as minas, que ambição Na torturada entranha abriu da terra nobre: E cada cicatriz brilha como um brasão. O ângelus plange ao longe em doloroso dobre, O último ouro de sol morre na cerração. …

  • 13 julho

    Via Láctea – Olavo Bilac

    Olavo Bilac I Talvez sonhasse, quando a vi. Mas via Que, aos raios do luar iluminada, Entre as estrelas trêmulas subia Uma infinita e cintilante escada. E eu olhava-a de baixo, olhava-a… Em cada Degrau, que o ouro mais límpido vestia, Mudo e sereno, um anjo a harpa doirada, Ressoante …

  • 13 julho

    Voz do Sangue

    Olavo Bilac Matou Conrado a paixão Que o trazia sucumbido, Entregando o coração A Alexandrina Balão, Que o recebeu por marido. Depois de um bom par de meses, De pensar e mais pensar, E discutir muitas vezes, Os referidos fregueses Abalaram do lugar. Não os viu Deus com bom olho, …