História Karl Lagerfeld

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Karl Lagerfeld: o designer que deu nova luz à Maison Chanel

A crítica costuma dizer que se Coco Chanel estivesse viva, faria exatamente o que Lagerfeld faz hoje na sua Maison. E eu não discordo deles.

Dirigindo a gigante Chanel há 26 anos, o estilista é o responsável por manter a marca no topo da moda mundial com o refinamento e elegância das suas cobiçadas criações. Porém, tem muita história de Lagerfeld para contar antes de ele estar sob a luz do poderoso nome da Chanel.

História Karl Lagerfeld

Nascido em 1938, na cidade de Hamburgo, na Alemanha, ele mudou-se aos 14 anos pra estudar em Paris. O garoto, um apaixonado por moda e história da arte, aprendeu a falar francês, italiano e inglês. Karl Lagerfeld se destacou pela primeira vez na moda em 1955, quando participou de um concurso de modelos de mantôs (um tipo de casaco comprido, como um sobretudo) promovido pelo International Wool Secretariat, aberto a qualquer jovem designer amador.

Ele ganhou o prêmio pelo melhor desenho da peça, dado por um júri no qual estavam Pierri Cardin e Hubert Givenchy, e o convite para o seu primeiro trabalho em uma casa de costura, a Bauman.

Três anos depois, o então jovem estilista tornou-se designer-chefe da casa de Jean Patou. Com muita energia criativa para gastar, Lagerfeld teve a ideia de trabalhar em várias grifes ao mesmo tempo.

Em 1963, como freelancer, começou a desenhar coleções de peles e de prêt-à-porter para a marca das irmãs Fendi.

Usando peles de toupeira, coelho e esquilo, consideradas pouco nobres para criações requintadas, e as tingindo de cores ousadas, ele colocou a Fendi na liderança absoluta do setor e conquistou vários prêmios internacionais. Ainda com criatividade represada, em 1970, também começou a desenhar para a Casa Chloé francesa.

Enquanto a carreira de Karl estava em plena ascensão, a Maison Chanel passava anos de mesmice e insucesso após a morte Coco em 1971. No ano de 1983, com a reputação solidamente estabelecida como uma força da moda do momento, Lagerfeld tornou-se o diretor criativo e estilista da grife.

Na época, a notícia causou um alvoroço entre os fashionistas, uma vez que havia uma grande diferença entre o estilo atrevido do designer e o discreto e refinado de Coco Chanel.

Para a surpresa de todos, entretanto, ele conseguiu recriar a fama e a força da maison mais importante do século 20 sem perder o DNA do estilo e da tão forte personalidade de Gabrielle Chanel. Acredito que o “Kaiser” da moda, como ficou conhecido, soube (e ainda sabe) respeitar as características que fizeram da Madeimosele a estilista mais importante do século passado.

Além do comando da marca, os dois têm algumas características em comum. Assim como Coco fazia, Karl gosta de enobrecer materiais simples e de chocar a sociedade invertendo a lógica da estética do seu tempo.

O último lançamento da Chanel, a linha de bolsas Coco Cocoon, é a prova de que Lagerfeld tem o funcionamento parecido com o da estilista. Assim como ela escolheu uma atriz de teatro para ser a “embaixadora” dos seus chapéus revolucionários nos anos de 1900, como mostra o filme “Coco Antes de Chanel”, o designer escolheu duas blogueiras para serem as “embaixadoras” da sua nova coleção que, por sinal, é feita em nylon, mais um material nada nobre.

A LUZ DE LAGERFELD

Apenas um ano após assumir a Maison Chanel, o designer surpreendeu o mundo da moda novamente ao criar sua própria linha de prêt-à-porter, chamada “Karl Lagerfeld”, e mais uma linha com precinhos mais acessíveis, a “KL”. 
Além de supervisionar todas as suas casas, criar as coleções individuais e lançar fragrâncias de perfumes para várias delas, ele encontra tempo para hobbies criativos.

Amante da ópera, do teatro e do cinema, criou figurinos para La Scala, em Milão, para o Schnitzler execuções, e para muitos filmes, incluindo “The Sun Also Rises”, “Festa de Babette”, “Le Viva Vie”, e “O General Le Morte de l’Armee” . Seus outros “passatempos” incluem decoração, restauração de casarões antigos e fotografar para anúncios de moda.

Não à toa, ele se auto-intitula o “camaleão da moda”: “Quando eu faço Fendi, eu sou outro, quando eu faço Chanel, sou Karl Lagerfeld, ou KL. É como ser quatro pessoas em uma. Talvez eu não tenha personalidade, ou talvez tenha mais de uma”, disse o estilista na biografia “Karl”, escrita por Paul Sahner.

Assista aqui à primeira parte do documentário “Signe Chanel”, sobre o processo de criação e produção da coleção de Alta Costura da Maison Chanel – 2004.

Fonte: www.colheradacultural.com.br

História Karl Lagerfeld

A Dieta de Karl Lagerfeld

O famoso couturier da casa Channel conseguiu perder 42kg em13 meses apenas! Farto do seu perfil arredondado, Karl Lagerfeld decidiu pôr um ponto final na situação e mudar de vida, tornando-se numa pessoa mais saudável.

O programa Spoonlight criado pelo Dr. Jean Claude Haudret, especialmente para o criador de moda, transformou-se num dos livros mais vendidos dos últimos tempos, não só pelos resultados verificados deste regime de emagrecimento, como pela sua originalidade e flexibilidade, na medida em que não exige grandes sacrifícios.

Tudo passa por uma mudança de hábitos alimentares que devem perdurar pelo resto da vida e não apenas durante uns tempos! A pessoa que quer perder peso, deve comer alimentos de todos os grupos, porém apenas os mais saudáveis. Segundo o Dr. Jean Claude, em todas as categorias alimentares existem alimentos prejudiciais ao nosso organismo e alimentos que não nos fazem mal.

O segredo está em escolher exclusivamente os alimentos saudáveis. Preferir cereais e farinhas integrais aos refinados, alimentos frescos aos enlatados, etc. No fundo, tudo aquilo que já todos sabemos mas que não nos obrigamos a fazer! Se ele que era tão gordinho conseguiu, é porque não deve ser assim tão difícil! E para as meninas que deixam de comer, procurem adquirir o livrinho, porque estes dois senhores já provaram que é a comer que se emagrece!

História Karl Lagerfeld

Fonte: www.amar-ela.com

História Karl Lagerfeld

Como você era, quando criança?

Eu parecia um adulto. Tenho fotos minhas de criança usando gravata, assim como hoje em dia. E claro, eu fazia muito sucesso com pedófilos. Fiquei sabendo disso aos dez anos.

Não, não iria tão longe. Era impossível me tocar. Eu fugia e contava para a minha mãe quando eram pessoas que ela conhecia, como o irmão do marido de uma das minhas irmãs. Não aconteceu nada, mas a minha mãe disse: “Sabe, querido, é culpa sua. Você sabe como você se comporta”.

Você chegou a ter relações sexuais com alguém mais velho?

Não, nunca fui tão longe.

E quanto à sua relação com o movimento político gay?

Não tenho nada a ver com ele. Isso faz parte da vida normal. Quer dizer, 20% da população é desse jeito, feitas assim por Deus, ou seja lá por quem, são como são. Então qual é o problema?

Acho que o argumento é que quanto mais organizados e politizados, mais capazes de combater coisas como violência homofóbica.

Eu nunca passei por isso. Tive uma vida superprotegida. Contra o que vou lutar? Não sei o que fazer. Nunca aconteceu comigo, nunca aconteceu com as pessoas que eu conheço.

É como diz a Marianne Faithfull: “Você está lutando pelo quê? Não é a minha realidade”.

Exatamente. Sou louco por ela. Ela é ótima.

Grupos políticos gays já te procuraram?

Sim, mas nunca votei na vida—em nenhum tipo de política.

Nem eu.

Sou estrangeiro aqui; sou estrangeiro na Alemanha. Estou de passagem.

A política é muito voltada aos negócios.

Meu mundo é o da moda. Não trabalho com política. Não voto na França, apesar de os estrangeiros poderem votar aqui. Nunca vou votar na minha vida.

Eu também não.

Que bom. Eu poderia votar em mim mesmo, porque sei tudo a meu respeito. E posso mentir para todo mundo, mas não posso mentir para mim mesmo. A minha mãe costumava dizer: “Se você é realmente honesto e tem alguma educação, saberá a pergunta e a resposta”.

Você trabalhou com a Carla Bruni, a mulher do primeiro-ministro francês, quando ela era modelo?

Sim, sim. Ela era uma das dez supermodelos.

Eu era meio obcecado por ela. Eu arrancava fotos dela das revistas, e, quando estava editando um filme no começo dos anos 90, costumava olhar uma foto dela que eu tinha pendurada na parede. Não sei por quê. Ela tem alguma coisa.

Ela tem uma educação incrível e fala muitas línguas. Ela é perfeita para o trabalho de primeira-dama. Eu até a fotografei pelada.

Essas fotos vieram à tona depois que ela se tornou primeira-dama?

Sim, mas as fotos eram elegantes e ela não tinha nada contra. Ela não estava nem as pessoas que trabalham com isso.
E aqueles cinemas que existiam nos anos 70 já não existem mais.

Tem um em Toronto ainda, minha cidade.

Nunca fui a um cinema desses, acho meio sórdido.

Tem o seu encanto.

Não sei se quero ser encantado.

História Karl Lagerfeld
Como Karl gosta de cartuns dele mesmo, encomendamos um para o Johnny Ryan. Read the rest at Vice Magazine: KARL LAGERFELD – Vice Magazine

Agora falando da forma feminina: Beth Ditto, do Gossip?

O que você acha da imagem dela?

Ela é muito boa, conheço-a muito bem. Ela é genial. Não é o que usamos nos desfiles, mas ela tem muita personalidade.

Acabei de assistir Gossip em Berlim, e ela é incrível. Há muita crítica ao mundo da moda e a magreza das modelos, mas você obviamente gosta dos corpos voluptuosos também.

Sim, muito.

Vamos falar de peles de animais. Cresci numa fazenda. O meu pai era caçador de peles.

Eu também. Meu pai não era exatamente um fazendeiro, mas passei muito tempo no interior, então sei tudo sobre a vida do campo.

O meu fazia armadilhas para visons e castores.

Não tem mais nada para se caçar nessas regiões.

Era parte da renda dele.

É por isso que sempre digo, quando as pessoas falam em não usar peles: “Você é rico o suficiente para garantir a renda das pessoas no Norte que vivem da caça? Você quer que elas vivam de que, se elas não têm alternativas?”.

aí. Ela é muito tranquila. A foto é belíssima. Posso te mostrar esse nu dela. Fotografei para a Visionaire em 1998. Todo mundo sabe como são os homens e as mulheres, e todo mundo vai à praia.

Então, qual o problema?

E você também não tem problema com pornografia.

Não. Admiro a pornografia.

Essa é outra coisa que temos em comum.

E, pessoalmente, só gosto de acompanhantes de luxo. Não gosto de ir para a cama com pessoas que realmente amo. Não quero ir para a cama com elas porque o sexo não dura, mas a afeição pode durar para sempre. Acho que isso é saudável. E, considerando como vivem os ricos, isso é possível. Mas acho que quem não é precisa de pornografia. Também acho que é muito mais difícil atuar em filmes pornográficos do que fingir emoções faciais como ator.

Você disse certa vez que fazer um boquete num filme é mais difícil do que representar grandes emoções, que podem ser simuladas. Eu concordo totalmente. Acho que as pessoas não dão crédito aos atores pornôs. O que eles fazem não é fácil.
Admiro os atores pornôs.

Eu também, assim como prostitutas.

A frustração é a mãe de todos os crimes, então haveria muito mais crimes sem prostitutas ou filmes pornôs.

Você teve problemas quando usou uma estrela pornô em um de seus desfiles nos anos 90.

Mas quem se importa?

A Anna Wintour se importa.

É, mas ainda nos damos muito bem.

Há muita hipocrisia em torno da pornografia. Muitas pessoas assistem, mas desprezam .É por isso que sempre achei estranho o movimento contra o uso de pele de animais. Fazia parte do sustento da minha família.

Os fazendeiros são bonzinhos com as vacas e porcos, e depois os matam. É muita hipocrisia. Pelo menos os caçadores não bajulam os animais. Lembro de ver porcos serem mortos quando criança. Ainda posso ouvir aquele barulho.

Você é vegetariano?

Na verdade, não. Como carne uma vez por semana porque o meu médico exige, mas prefiro peixe. Não gosto da matança dos animais, mas não gosto tampouco da matança de homens, o que parece ser coisa bastante comum no mundo de hoje.

Você é meio irreverente em relação às peles.

Se você não pode bancar, esqueça. Não a use como se fosse um investimento para mostrar às pessoas o quanto você é rico. Use como uma peça barata. É como uma grande pedra preciosa. Sorte sua que você tem uma, mas se te atrapalha financeiramente não a tenha.

Esse é outro paradoxo que gosto em você. Você não usa as coisas de forma ostensiva.

Se você pode bancar, OK. Mas se você acha que é um investimento, esqueça.

A sua relação com a tecnologia é interessante.

Bom, odeio telefones. Prefiro o fax porque gosto de escrever.

Para quem você manda faxes? Ninguém usa fax hoje em dia. Você deve ser a única pessoa que tem um fax.

Meus amigos mais próximos têm fax. A Anna Wintour tem um. Nos falamos via fax. E quando estou aqui em Paris envio cartas às pessoas.

É uma arte perdida.

Eu tenho uma pessoa que entrega minhas cartas todo dia.

Você envia recados.

Sim, envio recados.

Isso é bem vitoriano.

É, mas não tem nada de errado com o vitoriano. A vida civilizada para mim é assim. Não sou um concierge de hotel que você pode chamar a qualquer momento. Hoje, você sabe, as pessoas agem como se trabalhassem numa central telefônica.

A cultura do celular e de mensagens de texto é muito impessoal, e algo muito dispersante.

Eu não trabalho numa central. Preciso me concentrar no que estou fazendo. As poucas pessoas que tenho no meu telefone já são demais. Quando estou ao telefone, eu falo, mas prefiro ficar sozinho para fazer os meus esboços, trabalhar e ler. Leio como louco porque quero saber de tudo.

Acho que você talvez tenha a síndrome de Asperger. Você sabe o que é isso? É um tipo de autismo. É como se fosse um sábio idiota.

É exatamente o que sou. Quando eu era criança, queria ser adulto. Queria saber de tudo—não que eu goste de falar sobre isso. Detesto conversas intelectuais com intelectuais porque só ligo para a minha própria opinião, mas gosto de ler sobre construções abstratas da mente. É muito estranho.

Isso é bem Asperger. Tem um cara de 20 anos, dá para ver no YouTube, que nunca tinha visto Paris do alto antes, e o levaram de helicóptero para sobrevoar a cidade. Depois o levaram a um estúdio e ele desenhou a cidade inteira. Prédio por prédio, rua por rua.
Eu posso fazer isso com o mundo grego antigo.

Foi o que me disseram.

Se eu tivesse que fazer outra escolha eu teria estudado línguas e civilizações antigas.

Você chegou a estudar latim?

Sim, mas para quem fala alemão é fácil. A gramática é a mesma, e a pronúncia também. Para francófonos é muito mais difícil. Quando eu tinha 10 ou 12 anos eu falava latim como falo inglês.

Mas não consigo falar latim com franceses. Não entendo a pronúncia. Para mim, a pronúncia deles é errada. Mas amo línguas mortas. Um dos primeiros livros que li foi de Homero. Acho que a Ilíada é até hoje um dos melhores livros do mundo.

Você disse que posses são um fardo, e que as pessoas não devem se apegar às coisas, que possuir coisas nos torna vítimas e prisioneiros.

É bom quando pode comprar coisas, mas se você se torna vítima dessas coisas, você não as deveria possuir.

Vindo de você, pode parecer uma contradição.

É como pessoas que dizem que não gostam de dinheiro. Seja rico primeiro e depois você saberá. Se você nunca tocou em dinheiro, você não sabe o que é. Se você é rico, livre-se dele. É bem fácil.

É mais leve.

Sim, para mim a coisa mais importante é a leveza. Nada de peso, em lugar nenhum. Nem no corpo, nem no cérebro.

E um certo desapego, também.

Sim, com certeza. Fui educado para ser desapegado. Da vida nada se leva. Existem poucas coisas importantes, e nenhuma delas são posses.

A ioga está muito na moda. Tem muita gente rica estudando ioga hoje em dia. Ouvi uma história de um mestre conhecido de ioga que estava trabalhando com uma mulher muito rica. Ele estava na mansão dela, pegou um vaso Ming e o espatifou no chão. Ela ficou doida. Essa foi sua primeira lição de desapego ao mundo material.

Essa foi uma boa lição, porque não acredito muito em ioga. É outra cultura, não é a minha.

As pessoas tratam ioga como se fosse exercício. Perde a dimensão espiritual.

Sim, eu sei. Um dos meus melhores amigos pratica o tempo todo. Não é a minha cultura porque não tenho muito tempo.

O que nos traz de volta à necessidade de tentar evitar as distrações da era digital.

Não sei como as pessoas conseguem se concentrar com tantos telefones celulares tocando e coisas do tipo. Gosto de ouvir música, ler livros e papel a minha volta para fazer esboços e pensar nas coisas. Para fazer lavagem cerebral na minha própria mente e escrever cartas. Nunca me sinto sozinho. Para mim a solidão é quando se está velho, doente, sem dinheiro e ninguém por perto. Mas se você é minimamente conhecido e não é muito pobre, para dizer de forma delicada, então é o máximo do luxo.

Você consegue encontrar tempo para você mesmo?

Tenho que batalhar para conseguir ficar sozinho, mas preciso de tempo para recarregar as minhas baterias. O devaneio é a coisa mais importante para mim. Seria um pesadelo para mim não fazer isso.

A música é importante para você, e eu estava tentando convencer o seu assistente de que você deveria tocar em festas.
Fiz isso uma vez com o DJ Michel Gaubert.

Você gostou?

Sim, mas não é exatamente o meu trabalho. Prefiro ouvir. Dá muito trabalho.

Você pode pedir para alguém fazer isso para você. Você só precisa selecionar as músicas.
Gosto de ter CDs. Gosto de comprar CDs e fazer a minha seleção, e tenho um iPod.

Ser DJ é isso. É fazer uma lista de iPod. Mas tem alguma coisa especial em tocar ao vivo para um público e botar o pessoal para dançar.

Para mim isso também é difícil, e não porque eu seja contra, mas não bebo, não uso drogas, nunca fumei na vida.

Nunca experimentou droga nenhuma?

Nunca.

Nunca mesmo?

Vi outras pessoas usando e não achei grande coisa.

Você nunca nem teve curiosidade?

Não. Havia um homem famoso que escreveu sobre moscas e outros insetos, e eu sou como o sujeito que observa insetos. Prefiro ver quais efeitos as drogas têm sobre os outros. E eu não consigo fumar ci-garros. Preciso das minhas mãos para outras coisas. Quando eu tinha 14 anos eu queria fumar porque a minha mãe fumava feito louca. Eu queria fumar para parecer adulto. Mas a minha mãe disse, “Você não devia fumar. As suas mãos não são muito bonitas, e ficam em evidência quando você fuma”.

E isso te marcou.

Sim, nunca fumei, graças a Deus. Eu devia agradecê-la. Ela fumava feito louca, e quando não tinha cigarros ela ficava mal-humorada. Posso te afirmar que fazíamos de tudo para dar cigarros a ela. Às vezes, ela tentava ficar três dias sem fumar.

Como era a relação entre seu pai e sua mãe?

Não era o primeiro casamento de nenhum dos dois. Eles brigavam muito. A minha mãe saiu de casa várias vezes, meu pai era um homem doce, mas meio entediante. Ele era mais velho e a minha mãe era uma pessoa muito difícil, mas muito divertida, então ela vivia fazendo piadas sobre ele. Quando eu nasci o meu pai tinha 60 anos e a minha mãe 42. Não acho que eu saiba muito sobre a vida dos meus pais. Não acho que tenhamos que saber.

Outra forma de desapego.

Sim, mas eu sabia que me amavam. A vida privada deles não era assunto meu.

Não entendo pessoas que passam a vida atrás da aprovação de seus pais. É o mesmo que gays que procuram aprovação da sociedade.

Nunca senti que não tinha a aprovação deles. Eu nem imaginava. O meu pai costumava dizer, “Me peça o que você quiser, mas não na frente da sua mãe porque ela vai rir”, o meu pai dizia sim para tudo que eu pedia. Ele me deu carros esportivos quando eu tinha 20 anos e coisas do gênero, ele me mimou demais. Se eu pedia alguma coisa a minha mãe, ela dizia, “Peça a seu pai”.

Vamos falar de sexo. Não sei se você chegou a ler a matéria que o Louis Menand escreveu há pouco tempo na New Yorker sobre o Andy Warhol.

Sim, gostei dessa matéria.

É boa. Falava da vida sexual do Warhol. Fiquei surpreso em saber que ele era bom de cama no começo dos anos 60.
Ninguém deve lembrar disso.

E que o voyeurismo dele não era algo asseuxuado. Tinha mais a ver com ele ter interesse por sexo em lugares públicos.

Era algo novo na época. O que ele fazia podia ser considerado pornô, mas é arte hoje, porque o mundo pensa que é arte erótica. Não sei onde fica o limite entre pornografia e arte erótica. Veja as características; você precisa ser um intelectual para ver o limite. Eu participei de um filme do Warhol, se chamava L’Amour. Eu o co-nhecia e conhecia todas as pessoas em torno dele. Era uma coisa legal, divertida, na época.

Quem mais participou?

Patti D’Arbanville, Jane Forth, Coral Labrie, Donna Jordan eu e Paul Morissey. Lembro mais das meninas.

O que você fez com as meninas?

Tive que beijar Patti D’Arbanville.

Só isso?

Não, fiz várias outras coisas.

Elas estavam sem blusa?

Sim, as meninas nessa cena estavam sem blusa.

Você estava pelado?

Às vezes. Digamos que eu não estava muito vestido.

Precisamos conseguir esse filme.

Posso me ver como uma criatura de cabelos compridos.

Você tem uma cópia?

Não.

Imagino que não dê para alugar.

Foi divertido na época. Para alguém do mundo da moda, não sou hipócrita.

Como era a sua relação com o Andy Warhol? Vocês eram amigos?

Acho que ninguém era muito amigo do Andy. Ele era muito meigo, muito simpático. Mas eu não estava vivendo aquele tipo de vida; eu não usava drogas e tudo mais.

Ele também não.

Não, mas ele levava os outros a usar. Eu era, de certa forma, um pouco sofisticado demais para aquilo, eu era mais um outsider na turma. Nunca quis que o Warhol pintasse o meu retrato porque nunca liguei muito para retratos. Tenho retratos suficientes, de Helmut Newton a Irving Penn.

Tenho todos, mas guardo mais cartuns de mim mesmo. Acho mais divertido. Mas o Andy era muito legal, assim como Fred Hughes, que morreu de forma horrível. O drama é que o Andy era um ilustrador OK que se transformou num grande artista. Antonio Lopez, que era muito melhor tecnicamente, tentou entrar no mundo da arte e não conseguiu.

Quando o Warhol fez as caixas de Brillo ele estava na verdade copiando o trabalho de James Harvey, um artista que fazia ilustrações comerciais.

Mas o James Harvey não era um bom relações públicas. O Andy era bom nisso. O filme de que participei foi feito pelo Paul Morrissey, que está velho e doente hoje. As pessoas dizem que não é um filme do Warhol, é do Paul Morrissey. Mas não teria existido sem o Andy. Estavam ambos ali.

Bom, os filmes do Paul Morrissey…

O que são os filmes dele sem o Andy?

Ele fez O Sobrinho de Beethoven.

Não achei muito bom. Gosto dele porque gosto de falar sobre cinema mudo com ele. Sou um especialista em cinema mudo alemão, e ele entende muito do assunto. É um interesse que compartilhamos.

Ele fez Forty Deuce, que é sobre um garoto de programa. Foi um bom filme. O Kevin Bacon atuou nele.

Sim. Esses não são tão famosos quanto os que ele fez com o Andy. Flesh e Trash e todos os outros.

A impressão que dá é de que o Morrissey estava meio que ridicularizando os transexuais. Mas os transexuais eram geniais e muito divertidos.

Eu não deveria dizer isso, mas fisicamente ele era completamente repulsivo.

Ele quem?

Andy.

A matéria da New Yorker meio que insinua que ele talvez fosse um pouco mais atraente sexualmente quando era jovem.

Bonito ele não era.

Ele era OK. Então, há pouco tempo assisti os filmes Karl Lagerfeld Confidencial (Lagerfeld Confidential) e Karl Lagerfeld is Never Happy Anyway (O Karl Lagerfeld Nunca Está Feliz Mesmo).

As pessoas gostam dessa minha imagem de solitário. Tem um outro chamado Un roi seul (Um Rei Solitário). É um filme muito bom, apesar de o título ser estúpido.

A sua transformação me fascinou, te ver antes de você perder peso, e você sempre segurando um leque.
Quando eu era jovem, eu era bem magro.

Você engordava e emagrecia?

Comecei a engordar aos 35 anos. Então tive que me cuidar e fiquei entediado.

Você ficou entediado de fazer exercícios?

Eu fazia exercícios quando eu era bem jovem e então um dia perdi todo o gosto pela coisa. Fiz antes que virasse mania, nos anos 50 e 60.

E o que o levou a perder peso?

Bom, o Hedi Slimane fez uma linha para a Dior que era para pessoas magras. Dizia, “Você quer? Vire um esqueleto”. Então perdi 40 quilos e nunca mais os ganhei de volta.

Também foi uma mudança de estilo para você.

Sim, mas se você olhar as minhas fotos de infância vai ver que eu me vestia assim. Nunca mudei.

Um dos documentários era em alemão e o outro em francês. Tem algo interessante na maneira como você fala francês.

Sou outra pessoa. Sou três. Quando falo inglês sou uma pessoa, quando falo alemão sou outra, quando falo francês, outra. Fico feliz que tenha percebido.

A sua filosofia de vida é mais clara em francês, por algum motivo.

Não sou um Kierkegaard.

Mas todo mundo tem uma filosofia, essa é a minha filosofia.

Sim, mas estou mais para um pupilo do Spinoza.

Gostei do fato de você ter citado Marcuse em Lagerfeld Confidential. Algo que ele disse como “A alegria e a vida confortável são indecentes”.

De certa forma, elas são, se você as exibe demais.

Qual é sua relação com o comunismo?

Se olharmos para a história, vemos quantas vítimas fizeram. Os nazistas alemães, que eram a pior coisa do mundo, são pobres iniciantes comparados aos comunistas, que mataram mais de 30 milhões de pessoas.

Você se refere aos soviéticos.

Sim, os soviéticos e outros países que não vale mencionar porque ainda estão por aí. A Coreia do Norte e lugares assim.

Então o que você espera que eu pense?

O comunismo esteve em voga na França em diversas ocasiões, muitas vezes entre os intelectuais.
Na França, depois da guerra, o comunismo se tornou uma espécie de esnobismo de intelectuais ricos que não eram excessivamente ricos.

Chamamos de “comunistas champagne”.

Não, isso foi depois. Estou falando do que os franceses chamam de “esquerda caviar”. É mais suave.

Era uma espécie de tendência?

Sim. Desculpe, mas a vida deles não condizia com o que falavam. Só existia uma filósofa assim antes da guerra—Simone Weil. Ela era filha de um banqueiro rico, doou a sua fortuna e passou a viver como os comunistas pobres que defendia. Ela morreu por causa disso, pegou tuberculose por viver em péssimas condições. Isso eu admiro.

Ela foi uma espécie de mártir.

Sim. Enquanto os burgueses almoçam, bebem um monte e pensam estar “mudando o mundo”…

É hipocrisia.

Sim. Desculpe, não funciona comigo. Você tem que viver aquela vida.

Falar é fácil, fazer é difícil.

Doe todo o seu dinheiro e viva o estilo de vida que você defende. É como deveria ser. Detesto ricos que tentam ser comunistas ou socialistas. Acho obsceno.

Lembrei do Bacon nessa entrevista porque um garoto de programa se tornou sua fonte de inspiração e seu filho postiço.

E o von Gloeden pagava para aqueles garotos deixarem ele fotografá-los. É ultrajante.

Ele tinha um assistente especial chamado Il Moro que era seu amante.

Mas se você ver aquelas fotos, eles não são sexy. Eles têm dentes horríveis e, na minha opinião, estão vestidos de forma repulsiva. O clima pode ser interessante.

Ele fotografava garotos camponeses.

Pessoas que não estavam vestidas apropriadamente, barrigudas e com dentes estragados.

Então você não gosta das fotos do von Gloeden?

Entendo o clima, mas jamais teria uma foto dele na minha parede.

Mas ele, de certa forma, inventou o turismo sexual porque todo mundo ia visitá-lo em Taormina, onde ele morava, na Sicília.
Você já esteve lá? Acho um lugar deprimente.

É mesmo. Acho que ficou muito turístico.

Peguei uma gripe lá e fiquei de cama por duas semanas no hotel, e nunca mais gostei do lugar.

Você já teve algum tipo de relação como a de Bacon, com alguém que se torna uma espécie de inspiração?

Sim, mas não eram garotos de programa, eram modelos profissionais.

Certo. Você falou no Spinoza. Que pensamentos dele são importantes para você?

O Spinoza disse, “Toda decisão é uma recusa final”. Vivo com isso.

Fonte: www.viceland.com

História Karl Lagerfeld

Vida e história de um dos maiores ícones vivos do mundo da moda internacional. “Normal people think I’m insane.”

Karl Otto Lagerfeldt, conhecido por todos como Karl Lagerfeld, nome escolhido pelo próprio por ser mais comercial, é um dos ícones dos nossos tempos e um dos homens mais influentes no mundo da moda. Nasceu em 1939 (ou 1933 – o seu ano de nascimento real é um dos muitos mistérios da sua vida) em Hamburgo, na Alemanha.

No inicio dos anos 50 regressou à sua cidade de origem na qual assistiu aos primeiros desfiles de moda da sua vida, de Christian Dior e Jacques Fath. Adorou as roupas, as luzes, o ambiente, o glamour, e principalmente o estilo de vida reflectido, percebendo que existia hipótese de fazer desaparecer da sua mente a ideia que o atormentava: a ideia de ter nascido demasiado tarde para ter uma vida fabulosa como alguns tinham antes da guerra, como por exemplo, desfrutar dos requintes do Expresso do Oriente. Para recriar a vida que acabava de descobrir contribuiu o facto da sua família ter decidido mudar para Paris no pós-guerra com a consciência de que a Alemanha era um pais morto de oportunidades.

Dois anos depois de viver em Paris, Lagerfeld ganhou uma competição organizada pela International Woll Secretariat na categoria de casaco com um longo casaco de colarinho alto e com um decote em “V” nas costas. No mesmo concurso Yves Saint Laurent, na altura com 17 anos, ganhou na categoria de vestido de cocktail e aqui iniciaram uma grande amizade.

Imediatamente Lagerfeld foi contratado como assistente júnior de Pierre Balmain começando a sua carreira a desenhar esboços de bordados, flores, silhuetas, para fabricantes e compradores pois naquela época não existiam fotocopiadoras. Seis meses mais tarde era aprendiz de Balmain, aprendendo os métodos de fazer vestidos dos anos 20 e 30, até que decidiu sair após três anos com a consciência que não tinha nascido para ser assistente.

Foi então para a casa Patou como director de arte, mas três anos mais tarde, Lagerfeld achava a alta costura demasiado burguesa e convencional e com pouca abertura para a criatividade decidindo abandonar, não só a casa Patou, como também, a alta costura, algo impensável para um designer de moda da época pois o pronto-a-vestir, ao qual se dedicou nos anos seguintes, era desdenhado pela indústria. Lagerfeld pelo contrário achava que ali estavam na altura as inovações e auto empregou-se como designer freelancer em pronto-a-vestir. Rapidamente Lagerfeld estava a produzir colecções simultaneamente para empresas Francesas, Italianas, Inglesas, Alemãs, incluindo Chloé, Krizia, Ballantyne, Cadette, Charles Jourdan, e Mario Valentino até que adicionou à sua lista de clientes a italiana Fendi em 1967.

Lagerfeld tornou-se para os designers o rigor do “fazer”, assombrando mercados e percorrendo lojas em busca de vestidos vintage que desmantelava para aprender todos os segredos da sua construção e design. Estudou livros de Madeleine Vioneet e outros pioneiros da moda do final do século XIX e início do século XX e ia transferindo todo o conhecimento apreendido para o seu trabalho, conseguindo assim conjugar referências históricas com tendências contemporâneas de uma forma única e extraordinária.

Durante os anos 70 produziu também os guarda-roupa de produções teatrais chegando a desenhar para teatros como La Scala em Milão, o Burgtheater em Vienna, e para o Salzburg Festival.

No início dos anos 80 era um dos mais respeitados designers de sucesso, apesar de fora da indústria da moda o seu nome não ser muito conhecido, porque ao contrário da maior parte dos seus contemporâneos como Pierre Cardin ou Yves Saint Laurent, Lagerfeld não tinha a sua própria marca. Ele não queria construir o seu império e assim ia resistindo à ideia de construir a sua própria marca de moda, afirmando que queria liberdade, não queria ser um homem de negócios, não queria fazer reuniões, nem marketing queria apenas criar: “I just work like this. I have the feeling ­ it may be fake ­ of total freedom. This is my highest luxury.”

Em 1983 (há referências que remontam a 1982), Alain Wertheimer, o presidente da Chanel contactou Lagerfeld para reinventar a marca que estava muribunda desde a morte de Coco Chanel, não passando de uma marca de perfumes com algumas lojas de roupa. Lagerfeld aceitou o desafio. Era um desafio para qualquer designer e para si em particular porque tinha oportunidade de voltar a trabalhar a alta costura que se tinha modificado passados 20 anos afastado, e já não era o lugar seguro onde se ditavam as regras de forma pretensiosa e elitista, agora tinha de ser inspirada na rua, nos outros designers, no pronto-a-vestir, logo a alta moda tinha de ser a moda do momento, muito mais desafiante e adequada a Lagerfeld.

Revitalizou a Chanel reconhecendo a história da marca mas tratando-a com irreverência, “Respeito não é criatividade” afirmou para Wertheimer e referido num artigo da Vogue. A Chanel tornou-se numa das mais rentáveis marcas de luxo do mundo, com lucros estimados nos 4 biliões de dólares ao ano. O desafio Chanel trouxe Lagerfeld para a ribalta sem ponto de regresso e nem ele nem a marca tiveram mais perto de passar indiferentes. Inspirou semelhantes makeovers noutras marcas que perceberam poder usar o nome de uma pessoa morta, com jovens talentos e revitalizar o prestígio adquirido pela marca no passado, tais como Gucci (que contratou Tom Ford), Dior (John Galliano), Louis Vuitton (Marc Jacobs), Lanvin (Albert Elbaz), Balenciaga (Nicolas Ghesquiére), e Burberry (Christopher Bailey). Recentemente Lagerfeld voltou a abrir as portas de um novo caminho quando aceitou fazer uma colaboração com a marca H&M em 2004, permitindo assim que Stella Marctney e outros designers fossem tocar a seguir no mercado mais baixo de forma já confortável e segura.

Hoje em dia Lagerfeld continua a desenhar para a Chanel e para a Fendi além de ter também a sua própria marca, para as quais cria cerca de 12, ou mais, colecções por ano incluindo alta costura, pronto-a-vestir e acessórios que vão desde perfumes, óculos de sol, a capacetes, como uma das suas últimas criações que tem o pormenor particular de ter um pequeno bolso para um i-pod, revelando o seu gosto pessoal pelo objecto que faz parte constante da sua vida tendo mais de uma centena espalhados pelas várias divisões das suas casas e carros.

Há quem diga que a eterna insatisfação e a ansiedade de viver no presente de Karl Lagerfeld é que o tornam tão especial e as suas criações tão únicas e inovadoras. Não deprezando a história que o fez aprender o que hoje sabe e muitas vezes o inspira, afirma não viver agarrado ao passado. Na sua opinião um designer é suposto fazer, criar e não relembrar o que fez e diz que o caixote de lixo é a peça mais valiosa na sua casa porque deita tudo fora, não mantém arquivos, não guarda esboços, fotografias ou roupa.

A sua devoção em manter-se no presente, em estar o mais possível actualizado sobre tendências aumenta a sua confiança e estimulam a sua capacidade criativa. Ele interessa-se por tudo, não só informação relacionada com moda, mas com música, literatura, política, cinema, arte, arquitectura, publicidade, mitologia. A sua rotina passa por ir frequentemente à Colette e comprar tudo o que é novidade, revistas, livros, CD’s… Apreciando tanto cultura alternativa como a cultura já estabelecida. Parece ter uma vontade imparável de descobrir tudo o que há para saber, numa curiosidade insaciável que o mantém permanentemente atento, criativo e sobretudo vivo.

Algumas particularidades revelam que, apesar de tudo, Lagerfeld tem uma parte conservadora como o facto de não conduzir, não usar telemóvel, comunicar com o mundo exterior através de fax, não fumar, nem tomar drogas, tem devoção pelos séculos XVII, XVIII e XIX e é um grande coleccionador de Arte Deco.

Karl Lagerfeld é uma das pessoas vivas mais realizadas profissionalmente do mundo. Trabalha para três prestigiantes marcas de moda, incluindo a sua própria, tem uma extensa carreira de fotógrafo (faz os press kits e catálogos das colecções da Chanel, e expõe ocasionalmente em galerias), tem uma editora e uma livraria em Paris ambas com o nome 7L, um museu particular de colecções de mobiliário, faz a gestão de 6 casas e mantem-se magro (ele emagreceu em tempos 43 kilos em apenas 13 meses afirmando na altura ter como ambição única na vida vestir o 28 de calças de ganga).

O rei do mundo da moda, ou o eterno princípe como talvez Lagerfeld preferisse ser tratado para que parecesse mais jovem, tem-se dedicado ao trabalho toda a sua vida fazendo da sua longa carreira a sua própria vida, da moda a sua vida. Está presente há demasiado tempo no mundo da moda, já evoluiu esta arte demasiado para que algum dia seja esquecido. Faz o seu trabalho como respira por isso só quando deixar de respirar vai certamente parar de o fazer. Até lá vamos assistindo e aplaudindo as criações e a vida de Karl Lagerfeld sentindo-nos previligiados por partilhar uma parte do tempo da sua existência.

Fonte: www.ruadebaixo.com

História Karl Lagerfeld

UOL – O senhor usou o estilo americano como tema da coleção, e o estilo americano tem, como estereótipo, uma imagem de deselegância. Como pegar estes elementos da cultura dos EUA e transformá-los numa coleção Chanel, chique e elegante?

Karl Lagerfeld – Isto é um clichê [a idéia de que o estilo americano é cafona]. E este é o meu trabalho; criar elegância, fazer com que [a inspiração da coleção] tenha uma imagem “Chanel” e fazer esta homenagem à América, ao mesmo tempo.

UOL – O senhor disse que os Estado Unidos e a Europa são muito parecidos. Em quais aspectos?

Karl Lagerfeld – No momento, porque o dólar está mais baixo, eles [a Europa] estão um pouco condescendentes com os Estados Unidos. Pensam que a América (do Norte) é “fraca”. Eu não acho a América “fraca”. América e Europa deveriam ficar juntos, porque têm mais relações do que o resto do mundo e os americanos. Para mim, Europa e Estados Unidos são a mesma nação.

UOL – E em relação ao estilo de americanos e europeus?

Karl Lagefeld – Sim [os estilos são distintos], mas hoje em dia há muitos e diferentes estilos, não se pode falar em apenas um estilo. Estilo é a expressão certa para resumir o que está acontecendo no momento. Não há um estilo único, mas o estilo do momento, do período, de uma certa mulher, de um certo homem. Não há “um estilo”, há sim “estilos”.

UOL – Há um look ou uma peça que o senhor goste mais, que considere mais importante nesta coleção?

Karl Lagerfeld – Eu só mostro o que eu gosto. Seria até ‘racismo’ se eu escolhesse um só look, mas gosto muito das jaquetas listradas, das estampas, de muitas peças.

UOL – Há três temporadas o senhor disse que planejava fazer um desfile da Chanel no Brasil [a apresentação aconteceria em 2007]. O que aconteceu?

Karl Lagerfeld – Há tantos problemas com guarda-costas, o seguro. Eu adoro a idéia, mas eles [a Chanel] têm que cuidar da segurança.

Fonte: estilo.uol.com.br

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