Papa-Figo

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Papa-Figo – Lenda Brasileira

Papa-Figo era uma lenda brasileira de um velho de aparência extremamente bizarra, invadia cemitérios e praticava canibalismo com cadáveres, também matava crianças desobedientes que não respeitavam as regras dos pais, ou seja, matava as crianças e devorava o fígado.

Papa-Figo – Aparência

Ele aparece como um homem ancião humanoide, alto, de pele escura, com dentes afiados, nariz muito longo e garras de aparência intimidadora.

Origem da lenda

As lendas são conhecidas na Paraíba e em Pernambuco, que diziam que um velho invadiu vários cemitérios para violar os túmulos e comer os cadáveres para seu sustento.

Conta-se também que havia um ancião com um enorme saco nas costas, e que perambulava pelas ruas em busca de crianças, apenas para sequestrá-las e comer seu fígado depois.

Papa-figo parece uma pessoa normal (embora às vezes seja representado com garras e presas afiadas). Ele persegue crianças que contam mentiras e drenam seu sangue e comem seus fígados.

Ele faz isso porque sofre de uma doença rara (muitas vezes considerada lepra ou doença de Chagas) e acredita que o sangue e o fígado das crianças podem curá-lo.

Essa lenda nasceu no início do século XX, quando essas doenças ceifaram várias vidas no Brasil.

Papa-Figo

O papa-figo é personagem folclórico muito comum no meio rural do país, e seu aparecimento no cenário de nossas crenças e superstições provavelmente tem relação com a preocupação demonstrada pelas mães quando alertam filhos e filhas contra a presença de estranhos nas proximidades de suas casas, procurando impedir dessa forma um possível contato entre pequenos inocentes e criaturas que às vezes se aproximam deles cheio de segundas intenções.

Diz a lenda popular que essa figura não tem aparência extraordinária, conforme costuma acontecer com outros seres fantásticos conhecidos no folclore brasileiro, aparecendo algumas vezes como uma pessoa comum, igual a qualquer outra, mas que conforme as circunstâncias do momento ele pode adquirir a aparência de um velho maltrapilho mas simpático, carregando um saco nas costas e procurando atrair crianças com o oferecimento de doces, dinheiro, brinquedos e até mesmo comida.

Segundo algumas versões da narrativa popular, a criatura pouco aparece diante do povo, preferindo entregar a alguns ajudantes que ninguém consegue reconhecer, essa tarefa de encontrar e conduzir meninos e meninas ao lugar onde ele fica à espera, aguardando sua chegada.

E esses auxiliares agem em qualquer lugar, em parques, jardins, portas de escolas ou vias públicas movimentadas ou não. Já em outras descrições o papa-figo possui orelhas grandes que procura esconder a todo custo, e sofre de uma doença estranha que só pode ser aliviada com a ingestão do fígado de crianças.

Por isso ele procura fazer com que elas se interessem pelos presentes, se aproximem dele, e quando isso acontece o falso mendigo as pega e procura imediatamente um local deserto para satisfazer seu desejo e necessidade.

Todos dizem que o papa-figo é, na verdade, uma pessoa que apesar de rica, educada e respeitada, foi vítima de terrível maldição jogada sobre si não se sabe por quem, mas ninguém é capaz de identificá-la.

Certamente é por isso que depois de extrair o fígado da criança e se alimentar com ele para minorar os males que o atormentam, esse personagem sanguinolento e carnívoro mantém o costume de deixar uma grande quantia em dinheiro guardada dentro da barriga da vítima, para compensar financeiramente a família enlutada e dar-lhe condição de efetuar o enterro da pequena criatura por ele sacrificada.

O geólogo Robert Cartner Dyer, da Mineração Xingu, em entrevista à revista Notícias Shell – Gente da Gente, forneceu uma explicação interessante para a existência dessa crença.

Falando sobre as aventuras vividas em sua carreira profissional, ele relatou que no ano de 1963, quando trabalhava para uma empreiteira da Sudene na região de Taperoá, sertão da Paraíba, o motorista da Rural de cor preta que o conduzia pela área pesquisada parou o carro em um povoado. Ao descer do veículo ele percebeu que uns 10 ou 15 homens se agrupavam na porta de uma casa, e ao caminhar ao encontro deles para pedir algumas informações, assustou-se quando tomou conhecimento de que os mesmos estavam se armando para atacá-lo porque achavam que era um papa-figo.

O problema foi contornado satisfatoriamente, porém mais tarde, explicou o geólogo, ao buscar maiores informações sobre a lenda dos papa-figos, ele ficou sabendo através do pessoal do Ministério da Saúde, que ela se originou quando um surto epidêmico de doença de Chagas exigiu o monitoramento da população infectada pelo Tripanossomo cruzii, transmitido pelo inseto barbeiro (chupão), que provoca normalmente inchaço do baço e do fígado, e muitas vezes a morte.

Para identificar os focos de infecção os agentes de saúde promoviam a necropsia das pessoas que morriam na região, entre as quais predominavam as crianças, fazendo nos cadáveres a punção do fígado.

A falta de esclarecimento da população deve ter originado a crença de que essas pessoas que normalmente chegavam em um carro preto (os agentes de saúde pública) queriam era comer o fígado das criancinhas.

A íntegra desta entrevista pode ser encontrada na home page do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília.

Fonte: antagonists-fandom-com/recantodasletras.uol.com.br/tvtropes.org/mitologia.hi7.co

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