Governo Fernando Henrique Cardoso

Fernando Henrique Cardoso – Vida

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Nascimento: 18 de junho de 1931 (84 anos), Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

Sociólogo e político carioca, radicado em São Paulo, nasceu em 18 do junho de 1931, assumiu prometendo vincular o projeto econômico com o social.

Implementou o Plano Real, que reduziu significativamente a inflação.

Iniciou o processo de privatização das empresas estatais, enfrentando protestos.

Conseguiu aprovar no Congresso Nacional várias emendas à Constituição, inclusive a que permite a sua própria reeleição.

Fernando Henrique Cardoso – Presidente da República

Fernando Henrique Cardoso Presidente da República Federativa do Brasil desde 1º de janeiro de 1995. Reeleito no primeiro turno (como candidato da aliança PSDB/PFL/PTB/PPB) em 4 de outubro de 1998.

Nasceu no Rio de Janeiro em 18 de junho de 1931 é casado e tem três filhos.

Foi titular da Cátedra de Ciência Política da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras pela Universidade de São Paulo em 1968.

Liivre Docente em Sociologia Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo em 1963.

Concluiu no ano de 1962/63 Curso de pós-graduação no Laboratoire de Sociologie Industrielle na Université de Paris. (1961).

Formou-se em Doutor em Ciências pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo.

Especializou-se em Sociologia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo no ano de 1953..

No ano de 1952 Licenciou-se em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo.

Foi reeleito Presidente da República no primeiro turno como candidato da aliança PSDB/PFL/PTB/PPB com 35.936.918 votos (53 06%) em 4 de outubro de 1998

Eleito Presidente da República no primeiro turno como candidato da aliança PSDB/PFL/PTB com 34.377.198 votos (54 3%) 3 de outubro de 1994..

Ministro de Estado da Fazenda Governo Itamar Franco (maio de 1993 a março de 1994).

Ministro de Estado das Relações Exteriores Itamaraty Governo Itamar Franco (outubro de 1992 a maio de l993).

Líder do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) no Senado no período de 1988/92.

Membro fundador do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) em 1988..

Relator-adjunto da Comissão de Sistematização da Assembléia Constituinte. Líder do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) no Senado no período de 1987/88.

Relator do Regimento interno da Assembléia Constituinte. (1987)

Senador Constituinte (1987/88)

Reeleito Senador da República para o Estado de São Paulo pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) com 6.223.900 votos. Atua como titular nas Comissões de Infra-Estrutura e de Educação e como suplente nas Comissões de Constituição Justiça e Cidadania de Relações Exteriores e de Assuntos Econômicos no ano de1986.

Líder do Governo no Congresso – 1985/86

Foi candidato do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) à Prefeitura de São Paulo (perdendo por uma diferença de menos de 1% de votos) no ano de 1985.

No Senado atuou como Membro efetivo das Comissões de Infra-estrutura e da Educação Membro suplente das Comissões de Constituição Justiça e Cidadania de Relações Exteriores e de Assuntos Econômicos no período de 1983/92

Participante do Grupo Parlamentar Brasil-México.

No ano de 1983 assumiu a cadeira no Senado.

Membro fundador do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) em 1980. Filiado no diretório de Indianópolis São Paulo em 20/09. A primeira convenção do PMDB foi em 06/11/80.

1978 – Eleito Suplente de Senador da República para o Estado de São Paulo pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB) com 1.240.000 votos.

Resumo

Nascimento: Rio de Janeiro – RJ, em 18.06.1931
Profissão:
Sociólogo
Período de Governo:
1º.01.1995 a 1º.01.1999 / 1º.01.1999 a 1º.01.2003
Idade ao assumir:
67 anos
Tipo de eleição:
direta
Votos recebidos:
35.936.916 (trinta e cinco milhões, novecentos e trinta e seis mil, novecentos e dezesseis)
Posse: 01.01.1999, em sessão solene do Congresso Nacional, presidida pelo Senador Antônio Carlos Magalhães.
Observação:
Primeiro presidente reeleito

Fernando Henrique Cardoso – Biografia

Governo Fernando Henrique Cardoso
Fernando Henrique Cardoso

Senador, ex-chanceler e ex-ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, FHC apresenta-se à disputa eleitoral como o idealizador do Plano Real.

Seu programa de campanha é centrado na estabilização da moeda e na reforma da Constituição. Concorre com o apoio do governo e da aliança formada entre o Partido da Democracia Social Brasileira (PSDB), de centro-esquerda, e o Partido da Frente Liberal (PFL), de direita. Ganha a presidência no primeiro turno das eleições, derrotando vários candidatos. O governo é empossado em 1o. de janeiro de 1995, tendo como data para término 31 de dezembro de 1998.

No entanto, sua reeleição ao final de 1998, também no 1o turno, permitiu-o permanecer no cargo até o término de 2001. Ambas as eleições tiveram como principal concorrente o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) Luiz Inácio “Lula” da Silva, de esquerda.

Mercosul

No dia em que tomou posse, 1o de janeiro de 1995, passou a vigorar o Tratado de Assunção, assinado pelo governo Collor, cujo objetivo era a implantação do Mercosul. O acordo entre Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil consistia na criação de uma área de livre comércio. Surgiram inúmeros atritos entre os países membros, principalmente após a desvalorização do real (ler abaixo) em 1999. Intrigas, retaliações, ameaças, tudo isso tem caracterizado o Mercosul.

Nada obstante, o acordo propiciou um melhor intercâmbio de mercadorias. O Chile e a Bolívia passaram a ser membros associados, o que prenunciava uma evolução no pacto econômico. No entanto, um acordo com os EE.UU. fez com que o Chile optasse pela adesão ao Nafta, em detrimento do Mercosul, o que provocou conflitos diplomáticos entre o Brasil e o Chile. Atualmente, os norte-americanos vêm procurando criar a ALCA, Associação de Livre Comércio das Américas. O Brasil tenta procrastinar o início do acordo para 2005, como foi previamente acertado.

Reforma Constitucional

Em seu primeiro ano de administração, FHC dedicou-se tanto à economia quanto à política. No campo político, esforçou-se para ampliar sua base parlamentar no Congresso Nacional e conseguir a aprovação de suas propostas de Emendas Constitucionais.

As reformas foram apresentadas como essenciais à modernização do país e à estabilização e retomada do crescimento econômico. Entre as mudanças aprovadas destacam-se a quebra dos monopólios do petróleo e das telecomunicações e a alteração do conceito de empresa nacional, no sentido de não discriminar o capital estrangeiro. Diversas outras reformas foram discutidas pelo Congresso Nacional, como a da Previdência Social e do estatuto do funcionalismo público, derivando alterações não tão reestruturantes.

O governo culpa os deputados, que se negariam a retirar privilégios de apadrinhados. Propõe, ainda, o governo, para os próximos anos, reformas tributária, financeira e política. No entanto, os conflitos de interesses entre os deputados impedem que as reformas prossigam com celeridade.

Plano Real

O Presidente também dá continuidade ao Plano Real. Ao longo dos meses, promoveu alguns ajustes na economia, como o aumento da taxa de juros, para desaquecer a demanda interna, e a desvalorização do câmbio, para estimular as exportações e equilibrar a balança comercial. Com o plano, o governo controlou a inflação em níveis bastante baixos.

Mas surgiram sinais de recessão econômica já no segundo semestre, como a inadimplência, queda no consumo e demissões em massa. A redução da atividade econômica provocou desemprego nos setores industrial e agrícola. O atraso na implementação da reforma agrária agravou os conflitos no campo.

Crise Asiática

A política cambial, estigmatizada pela oposição como populista, propiciou baixos níveis de inflação. No entanto, a dependência externa aumentou e a dívida interna explodiu, saltando de 60 bilhões de dólares para mais de US$ 500 bilhões.

No final de 1997, iniciou-se uma crise na bolsa de valores de Hong Kong, que posteriormente se alastrou pelo restante do mundo, atingindo fortemente o Brasil. As reservas monetárias brasileiras caíram de US$ 74 bilhões em abril de 1998, para US$ 42 bilhões em outubro.

O governo reagiu para salvar o Real e impedir a saída de divisas mediante a elevação das taxas de juros e com o anúncio de medidas econômicas. Recorreu ao FMI, obtendo deste um empréstimo emergencial da ordem de US$ 40 bilhões, mas foi obrigado a adotar um reajuste fiscal (desvalorização cambial, aumento da arrecadação e diminuição de gastos públicos. Tais medidas provocaram recessão da atividade econômica.

Social

A saúde pública permanece em estado lamentável. A falta de atenção aos hospitais públicos indigna a população carente, cuja parca renda não permite a utilização dos hospitais privados. No entanto, há de destacar a tentativa de regulamentação dos planos de saúde privado, procurando evitar distorções e abusos contra os consumidores. Constitui, também, ponto positivo a implantação do remédios genéricos, visando a acabar com a oligopolização do mercado pelas grandes empresas e barateando o preço dos medicamentos.

Na área da educação, foi inegável a ampliação no número de crianças escolarizadas no país. O problema da qualidade no ensino, todavia, mostra-se dia a dia mais preocupante. As universidades públicas vêm passando por dificuldades, e os estudantes universitários acusam o governo de estar preparando um plano para cobrar mensalidade dos alunos nos anos vindouros. O governo nega.

Fernando Henrique Cardoso – Político

Governo Fernando Henrique Cardoso
Fernando Henrique Cardoso

Sociólogo, nascido na cidade do Rio de Janeiro, em 18 de junho de 1931.

Após o golpe militar de 1964, exilou-se no Chile, integrando a Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Nesse período, lecionou no Chile, Argentina, México e França. Retornou ao Brasil em 1968, assumindo a cátedra de ciência política na USP até 1969, quando foi aposentado, compulsoriamente, por força do AI-5.

Nesse último ano, foi membro fundador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), passando a lecionar também em universidades americanas e européias.

Publicou, entre outros trabalhos, Capitalismo e escravidão no Brasil meridional, sua tese de doutorado, e Dependência e desenvolvimento na América Latina, com o sociólogo chileno Enzo Faletto.

Candidatou-se ao Senado em 1978 na legenda do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), como suplente de Franco Montoro.

Em 1980, com o fim do bipartidarismo, foi um dos fundadores do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).

Em 1983 assumiu a vaga de senador aberta com a candidatura de Franco Montoro ao governo do estado de São Paulo.

Candidato à prefeitura de São Paulo nas eleições de 1985, foi derrotado por Jânio Quadros, do Partida Trabalhista Brasileiro (PTB). Reelegeu-se senador pelo estado de São Paulo em 1986, ainda na legenda do PMDB, e dois anos depois fundou o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), ao lado de Franco Montoro e Mário Covas, entre outros, tornando-se líder da nova legenda no Senado (1988 – 1992).

Foi ministro das Relações Exteriores (1992 – 1993) e ministro da Fazenda (1993 – 1994) durante o governo Itamar Franco.

Candidato à presidência da República pela coligação PSDB / PFL / PTB, elegeu-se no primeiro turno eleitoral, em 3 de outubro de 1994, tendo obtido 54,3% dos votos válidos.

Reelegeu-se presidente da República em 1998 pela coligação PSDB / PFL / PTB / PPB.

Período Presidencial

Sob o impacto do êxito do Plano Real, o maior desafio do Governo Fernando Henrique Cardoso foi manter a estabilização da moeda e, ao mesmo tempo, promover o crescimento econômico.

Com esse objetivo, o governo submeteu à aprovação do Congresso Nacional uma série de medidas visando alterar a Constituição Federal de 1988 e promover uma mudança estrutural na feição do Estado brasileiro, na tentativa de adaptá-lo às novas realidades da economia mundial. Assim, determinados temas passaram a fazer parte do cotidiano político nacional, tais como reforma administrativa e previdenciária, desregulamentação de mercados, flexibilização das regras de contratação de mão-de-obra e fim do monopólio estatal nas áreas de siderurgia, energia e telecomunicações.

A reforma da Administração federal e a da Previdência Social, consideradas fundamentais na redução dos gastos públicos, seriam longamente debatidas no Congresso e sofreriam diversas modificações. O programa de privatizações, objeto prioritário na estratégia do governo, foi alvo de críticas acirradas da oposição, que questionava as avaliações sobre o valor das empresas e, em alguns casos, como o da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), o próprio valor estratégico do setor.

A despeito das críticas, o programa foi implementado com eficácia: o setor de energia elétrica, na área de distribuição e geração regional, foi completamente privatizado; o setor de telecomunicações, incluindo a Telebrás e as empresas telefônicas estaduais, passou às mãos da iniciativa privada na segunda metade de 1998; teve fim o monopólio da Petrobrás sobre a exploração e o refinamento do petróleo e sobre a exploração de gás natural; e o controle acionário da CVRD passou, em maio de 1997, a um consórcio formado por bancos nacionais e estrangeiros e fundos de pensão.

No mesmo ano, visando à desindexação da economia, o governo proibiu o reajuste automático dos salários pela inflação e estabeleceu a livre negociação entre patrões e empregados. Em novembro desse ano, uma medida provisória ampliou os poderes do Banco Central para intervir, quando necessário, nas instituições bancárias, com o objetivo de evitar que a crise que atinge o setor – resultante da queda das taxas de inflação, das medidas de contenção do consumo e da conseqüente diminuição dos lucros obtidos com a especulação financeira – se alastrasse e comprometesse todo o sistema financeiro, e foi também regulamentado o Programa de Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer).

Fortemente inserido nos mercados financeiros internacionais, o Brasil enfrentou, durante o governo Fernando Henrique, um quadro internacional adverso, com sucessivas crises econômicas externas, destacando-se a do México, iniciada em dezembro de 1994, a da Rússia, que se declarou moratória da sua dívida externa em 1998 e a da Argentina, a partir de 2001, verificando-se nessas ocasiões uma expressiva saída de divisas do país.

Em que pese os fortes vínculos existentes entre a economia nacional e o capital estrangeiro, o Brasil demonstrou capacidade superior a de outros países em absorver as crises externas e se recuperar. A estabilização da economia, com a contenção do processo inflacionário, permitiu o crescimento da renda média dos trabalhadores assalariados.

Contudo, os mecanismos utilizados na defesa da moeda nacional e a manutenção de altas taxas de juros implicaram um ritmo lento de crescimento econômico e, em decorrência, a elevação do índice de desemprego, que atingiu 5,6% em 1997 e 7,6% em 1998, segundo dados da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (FIBGE).

No que diz respeito à política agrária, a elevação das alíquotas de transmissão de propriedades improdutivas, a aprovação de leis que possibilitaram a sua desapropriação imediata e o aumento do número de famílias assentadas pelo governo não foram suficientes para evitar a intensificação dos conflitos no campo.

Assistiu-se, no período, a diversas manifestações e ocupações de terras promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), entidade que congrega grande contingente de trabalhadores rurais e desempregados que reivindicam a aceleração do processo de reforma agrária.

Em 4 de junho de 1997, foi aprovada no Senado, a emenda que permitia a reeleição para mandatos do Executivo nos âmbitos federal, estadual e municipal. O presidente Fernando Henrique Cardoso candidatou-se à reeleição pela mesma coligação que o levara ao poder em 1994, formada pelo PSDB, PFL e PTB, à qual se reuniu o PPB.

Mais uma vez favorecido pela estabilidade econômico-financeira promovida pelo Plano Real, Fernando Henrique venceu o primeiro turno das eleições realizadas em 4 de outubro de 1998, conquistando 53,06% dos votos. Tomou posse em 1° de janeiro de 1999.

O Brasil e o mundo

Em 1995, Alberto Fujimori foi reeleito presidente do Peru e Carlos Menem, da Argentina. Os Estados Unidos reataram relações diplomáticas com o Vietnã e, em Oklahoma City, um atentado a bomba, praticado por um americano, matou 169 pessoas. Ainda no mesmo ano, o primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin, foi assassinado por um estudante judeu. Em 1996, Boris Yeltsin foi reeleito presidente da Rússia e Bill Clinton, dos Estados Unidos.

Nelson Mandela, presidente sul-africano, assinou a nova Constituição que aboliu o apartheid, instituindo a igualdade racial. No Brasil, 19 integrantes do MST foram mortos em confronto com a polícia em Eldorado dos Carajás, no Pará, e o filme brasileiro O quatrilho foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Em 1997, cientistas britânicos surpreenderam o mundo com a apresentação da ovelha Dolly, o primeiro animal clonado na história; Tony Blair foi eleito primeiro-ministro britânico e Cuba recebeu os restos mortais de Che Guevara.

Em 1998, o escritor português José Saramago ganhou o Prêmio Nobel de Literatura e o ex-ditador chileno Augusto Pinochet foi preso em Londres, acusado de terrorismo, tortura e genocídio. O Congresso americano autorizou abertura de processo de impeachment contra o presidente Bill Clinton. O filme Central do Brasil, de Walter Sales Júnior, foi premiado no Festival de Berlim.

O segundo mandato do presidente iniciou-se com uma ruptura na política cambial até então praticada: em janeiro de 1999 o real sofreu uma desvalorização e o Banco Central adotou a livre flutuação do dólar, o que contribuiu para o aumento das exportações e a redução da taxa de juros.

A implementação do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), assinado no ano anterior, exigiria do país o alcance de metas rígidas, entre elas um superávit fiscal elevado. Sob esse aspecto, destacou-se a aprovação, pelo Congresso Nacional, em maio de 2000, da Lei de Responsabilidade Fiscal, que dispôs sobre o planejamento, a execução e a elaboração de relatórios orçamentários.

A necessidade de ampliar as exportações brasileiras foi atendida, em parte, pelos resultados da produção agroindustrial, com a estimativa de que a safra 2002-03 fosse de 115,2 milhões de toneladas de grãos, um crescimento de 19,1% em relação à safra anterior, de 96,7 milhões de toneladas. Ainda na área econômica, o país enfrentou dificuldades, entre elas, a maior crise de energia da história, entre 1º de junho de 2001 e 1º de março de 2002, e que acarretou o racionamento de eletricidade para todos os setores da sociedade.

Em agosto de 2002, em meio ao processo eleitoral, a desconfiança dos mercados, a elevação do ‘risco Brasil’ na avaliação das agências internacionais e a disparada da cotação da moeda americana fizeram com que o Brasil fechasse um acordo com o FMI da ordem de 30 bilhões de dólares, elevando o piso das reservas internacionais do país. O ano de 2002 se encerrou com a inflação anual atingindo os dois dígitos e a taxa de desemprego em 9,4%.

Na intensa agenda internacional do governo, registraram-se iniciativas como a realização, no Rio de Janeiro, em 1999, da cúpula de chefes de Estado e de governo da União Européia e da América Latina e, em setembro de 2001, em Brasília, a reunião, pela primeira vez, dos chefes de governo dos 12 países da América do Sul.

A reforma agrária implementada levou, segundo dados do governo, ao assentamento de três vezes mais famílias do que os realizados nos trinta anos anteriores.

De modo geral, a política diretamente aplicada à área social viria por meio da continuidade de ações iniciadas no primeiro governo, como o Programa Comunidade Solidária, ou da criação de novos programas. São exemplos o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI); o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o Plano Nacional de Qualificação Profissional (Planfor); o Programa Garantia de Renda Mínima (PGRM), o Programa de Geração de Emprego e Renda (Proger) e o programa de investimento em infra-estrutura visando à criação de novos empregos (Pró-Emprego).

Em relação à infância, educação e saúde, foram dirigidos ainda os programas Toda Criança na Escola (alimentação escolar), Bolsa-escola; Programa de Saúde da Criança e Aleitamento Materno, Programa de Combate ao Abuso e Exploração de Crianças e Adolescentes; Programa de Saúde da Família (PSF) e Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS).

Na área da saúde, destacou-se a aprovação, pelo Congresso Nacional, da proposta de regulamentação dos remédios genéricos em fevereiro de 1999 e, em setembro de 2000, da emenda constitucional que estabeleceu a vinculação orçamentária da área da Saúde, determinando que os gastos da União crescessem de acordo com a variação anual do PIB e da inflação.

Distinguiu-se, ainda, o programa de combate a AIDS, que se tornou referência internacional. No final de 2001, um surto de dengue atingiu grandes proporções em diversas cidades do país, como o Rio de Janeiro. As grandes cidades e suas áreas metropolitanas foram também o principal espaço do crescimento expressivo da violência, apesar dos planos anunciados pelo governo para a segurança pública, como o de 2000, que previa investimentos de três bilhões de reais.

Entre as iniciativas do Ministério da Educação, ao final do período, o governo obteve a marca de 97% das crianças na escola, contrastado com o índice de 88% registrado em 1994. No campo da cultura, um dos principais instrumentos da estratégia que uniu o Estado e o mercado foi a Lei Rouanet. Além do incentivo ao cinema brasileiro, devem ser citados, entre outros, o investimento prioritário nas bibliotecas públicas e o programa Monumenta, de recuperação do patrimônio histórico.

Em 1999, o relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) situou o Brasil no ápice da concentração de renda entre 174 países do mundo. Parte dos anos FHC foi também retratada no Censo realizado em 2000 pelo IBGE, cobrindo a década de 1990. Os brasileiros somavam, naquele ano, 169 milhões, e o censo alternou bons e maus indicadores, prevalecendo, em linhas gerais, um saldo positivo.

Assim, permaneceu a desigualdade de renda – a metade mais pobre representava 12% da renda total e o país registrou uma das piores taxas de analfabetismo da América Latina, equivalente a 17,6 milhões de pessoas. Por outro lado, a renda média subiu 41,8%; o número de domicílios com saneamento básico cresceu e a taxa de analfabetismo caiu de 19,7% para 12,8%. No final de 2002, o presidente Fernando Henrique Cardoso foi considerado pelas Nações Unidas a autoridade mundial que mais se destacou naquele ano no campo do desenvolvimento humano.

Nesse mesmo ano, com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 2002, o presidente Fernando Henrique Cardoso encaminhou o processo de transição de governo com representantes das duas equipes.

Resumo

1º Mandato: Vigésimo Quinto Período de Governo Republicano – 1º.01.1995 a 1º.01.1999

Nascimento: Rio de Janeiro – RJ, em 18.06.1931
Profissão: Sociólogo
Período de Governo: 1º.01.1995 a 1º.01.1999 ( 04 a)
Idade ao assumir: 63 anos
Tipo de eleição: direta
Votos recebidos: 31.253.166 (trinta e um milhões, duzentos e cinqüenta três mil e cento e sessenta e seis)
Posse: em 01.01.1995, em sessão solene do Congresso Nacional, presidida pelo Senador Humberto Lucena
Afastamento: Várias vezes, por motivo de viagem, períodos em que assumiram o Vice-Presidente e o Presidente da Câmara dos Deputados nos impedimentos do Vice-Presidente e do titular

2º Mandato: Vigésimo Sexto Período de Governo Republicano – 1º.01.1999 a 1º.01.2003

Período de Governo: 1º.01.1999 a 1º.01.2003
Idade ao assumir: 67 anos
Tipo de eleição: direta
Votos recebidos: 35.936.916 (trinta e cinco milhões, novecentos e trinta e seis mil, novecentos e dezesseis)
Posse: 01.01.1999, em sessão solene do Congresso Nacional, presidida pelo Senador Antônio Carlos Magalhães.

Observação: Primeiro presidente reeleito

Fernando Henrique Cardoso – Sociólogo

Governo Fernando Henrique Cardoso
Fernando Henrique Cardoso

Fernando Henrique Cardoso foi educado como sociólogo da Universidade de São Paulo e lecionou em várias universidades ganham popularidade considerável por seus escritos prolíficos e vistas de esquerda.

Fernando Henrique Cardoso também conhecido por suas iniciais FHC é um brasileiro sociólogo, professor e político que serviu comoPresidente do Brasil desde 1 de Janeiro 1995-1 de Janeiro de 2003.

Ele é o primeiro presidente a ter sido reeleito para um mandato subsequente.

Presidente da república brasileira (1995- ) nascido em 18 de junho de 1931, no Rio de Janeiro, RJ, que se elegeu presidente da república (1994), após coordenar com sucesso, como ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, a elaboração do plano econômico que criou uma nova moeda, o real, e visava pôr fim à inflação.

Entrou para Universidade de São Paulo, a USP (1949), formando-se em sociologia, onde, quatro anos depois, passou a lecionar.

Após o golpe militar (1964), exilou-se na Argentina e no Chile e foi professor da Faculdade de Ciências Sociais de Santiago, no Chile, onde foi nomeado diretor-adjunto do Instituto Latino-Americano de Planificação Econômica e Social. Mudou-se para a França (1967), onde lecionou na Universidade de Nanterre até voltar ao Brasil e assumir o cargo de professor de ciências políticas da USP (1968).

No ano seguinte, ajudou a fundar o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, o Cebrap, mas, com o Ato Institucional nº 5, teve seus direitos políticos cassados.

Exilado novamente, passou a lecionar em universidades americanas.

De volta ao Brasil (1973), elegeu-se suplente do senador Franco Montoro (1978) pelo MDB.

Dirigiu o Cebrap (1980-1982) e assumiu a cadeira de senador no lugar de Montoro (1983), eleito governador de São Paulo.

Perdeu a eleição para prefeito de São Paulo (1985), para o ex-presidente Jânio Quadros, mas se elegeu senador pelo PMDB (1986) e foi um dos fundadores do Partido da Social Democracia Brasileira, o PSDB, e seu líder no Senado (1988).

Ministro das Relações Exteriores (1992-1993) e depois da Fazenda (1993-1994) no governo Itamar Franco, elaborou o vitorioso plano econômico de redução da inflação que criou o real, e deixou a pasta para candidatar-se à presidência, onde obteve incontestável vitória e foi reeleito (1998), em ambas as oportunidades sem necessidade de segundos turnos.

Como sociólogo, estudou a evolução social da América Latina e analisou os aspectos da dependência dos países subdesenvolvidos no sistema internacional de produção e comércio.

Entre mais de duas dezenas de obras que publicou, estão Capitalismo e escravidão no Brasil meridional: o negro na sociedade escravocrata do Rio Grande do Sul (1962).

Empresário industrial e desenvolvimento econômico no Brasil (1964), Dependência e desenvolvimento na América Latina (1967), com Enzo Faletto, e Política e desenvolvimento em sociedades dependentes: ideologias do empresariado industrial argentino e brasileiro (1971).

As idéias e seu lugar: ensaios sobre a teoria da dependência (1980) e Economia e movimentos sociais na América Latina (1985).

Fonte: www.geocities.com/www.fazenda.gov.br/elogica.br.inter.net

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