Período Imperial do Brasil

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No período entre os anos 20 e 60 do século XIX, o café se firmou como o principal produto brasileiro, mas registram-se algumas iniciativas importantes para a industrialização.

A criação da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional, no Rio de Janeiro, a primeira entidade de classe criada no Brasil, a chegada das primeiras famílias de imigrantes europeus e a instalação da fundição de ferro do francês Jean Antoine de Monlevade se destacam no período.

Utilizando centenas de trabalhadores escravos, as forjas de Monlevade localizavam-se em São Miguel do Piracicaba, hoje a cidade de João Monlevade, onde a Cia. Siderúrgica Belgo Mineira construiu sua segunda unidade em 1935.

Em 1844 o Ministro Alves Branco alterou as tarifas alfandegárias, baixando o custo da importação de máquinas e equipamentos e elevando as taxas incidentes sobre produtos importados.

Essa política, embora pouco duradoura, impulsionou a instalação de novas fábricas no país.

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Estatutos da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional

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Jean Antoine de Monlevade. Litografia

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Manuel Alves Branco. Litografia

As Exposições Internacionais realizadas nas principais cidades do mundo, atraíam o público com suas mostras, reunindo o que havia de mais moderno e o exótico. Em 1861 o Rio de Janeiro sediou a primeira exposição realizada no país.

O Imperador D. Pedro II era um aficcionado desses eventos, tendo participado de quase todos que se realizaram durante o longo período de seu governo.

Máquinas e equipamentos industriais diversos eram registrados no país, nessa época, na categoria de Privilégios Industriais, e muitos deles integraram a presença brasileira nas Exposições Internacionais.

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Máquina de cunhar moedas. Arquivo Nacional

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Máquina à vapor fabricada no Arsenal da Marinha

Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, foi o mais importante empresário do Império.

Seus empreendimentos se multiplicaram nos setores industrial, bancário, de transportes e serviços públicos.

Admirador da Revolução Industrial inglesa, Mauá sofreu forte oposição de grupos conservadores, identificados com a economia agrária e a escravidão, à qual era radicalmente contrário.

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Irineu Evangelista de Souza, Barão de Mauá. Litografia

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Estabelecimento de Illuminação a gás. Litogravura
Biblioteca Nacional

Em Minas destaca-se a figura de Bernardo Mascarenhas que, em 1868, fundou com seus irmãos Antônio Cândido e Caetano, a Fábrica do Cedro, dando origem a um dos mais fortes e tradicionais grupos têxteis do país. Arrojado e visionário para os padrões da época, Bernardo Mascarenhas ficou conhecido como o “Mauá Mineiro”, responsável pela implantação de diversas indústrias, dentre elas a Cia.

Mineira de Eletricidade, que iluminou a cidade de Juiz de Fora, em agosto de 1889, fato inédito em toda a América do Sul.

Fundadores da Fábrica do Cedro

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Bernardo Mascarenhas

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Caetano

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Antônio Cândido Mascarenhas

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Ação da Companhia Cedro e Cachoeira, 1883. Acervo Centro de Memória

A história da mineração aurífera subterrânea no Brasil se identifica com a exploração da Mina de Morro Velho em Nova Lima, MG.

Uma companhia inglesa, a Saint John del Rey Mining Company, explorou a mina de 1834 a 1960, constituindo por muitas décadas a maior empresa industrial de Minas Gerais.

Operando com amplos contingentes de mão de obra escrava, Morro Velho recebeu a visita do casal imperial e, dentre outras curiosidades, importou trabalhadores chineses para substituir os escravos cada vez mais difíceis após a proibição do tráfico.

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Reunião quinzenal dos escravos e funcionários em Morro Velho. Fotografia, Riedel, 1865

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Contrato Chinês da Mina de Morro Velho

Na segunda metade do século XIX o Brasil entrou na era das ferrovias.

Ligando o nosso imenso território, fruto de iniciativas públicas e particulares, com capitais nacionais e estrangeiros, a era das ferrovias transformou o Brasil das tropas e carros de bois, levando a modernidade até as fazendas e engenhos.

Das grandes obras de engenharia, como o Viaduto da Grota Funda, perto de Cubatão, até as pequenas linhas na zona rural, o transporte ferroviário constituiu-se no principal meio de transporte até a II Grande Guerra.

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O viaduto da Grota Funda. Fotografia. Marc Ferrez. C. 1880

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A 2ª locomotiva a trafegar no Brasil. Fotografia. Augusto Stahl, c. 1858

A escravidão no Brasil durou mais de 300 anos, sendo um dos últimos países do mundo a eliminar o trabalho servil.

Na segunda metade do século XIX, a pressão britânica e o crescimento do abolicionismo entre as camadas urbanas, antagonizou amplos setores da sociedade brasileira.

A assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel, a 13 de maio de 1888 representou a eliminação de um importante obstáculo à industrialização.

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Lei Áurea. Arquivo Nacional

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Etiqueta para tecidos, alusiva à abolição da escravidão. Arquivo Nacional

Período Imperial – 1822-1889

No fim do período colonial a decadência da região mineradora é irreversível. As minas de ouro estão praticamente esgotadas.

A presença da corte portuguesa no Brasil acabou gerando muitas mudanças, principalmente pela economia mais liberal gerada pela influência inglesa no Brasil.

A situação econômica geral da capitania era de pobreza generalizada. A população se dividia entre pequenos comerciantes, mineradores, funcionários públicos, fazendeiros, oficiais mecânicos e escravos.

Devido à esta situação dois movimentos que marcaram Minas no período imperial surgiram: a Sedição Militar de 1833 e a Revolução Liberal de 1842.

A Sedição Militar de 1833 consistia em um grupo que se manifestava favorável a volta de D.Pedro I, que havia abdicado em 1831.

Conhecido como Restauração, o movimento não tinha a menor possibilidade de sucesso, pois não havia a mínima chance de D.Pedro I retornar ao Brasil.

Em 1840, devido ao fato dos conservadores estarem no poder, os liberais tramam um golpe que viria a ser bem sucedido. A partir de então, liberais e conservadores se revezam no poder.

Com os interesses políticos contrariados e contra leis aprovadas pelos conservadores, os liberais paulistas propõem uma reação armada. Minas Gerais manifesta seu apoio aos paulistas.

O movimento paulista foi reprimido por Caxias, mas, Minas, devido a ter se comprometido com os paulistas, entra em luta. A última batalha foi em 20 de agosto, em Santa Luzia, que foi vencida, mas com dificuldades, pela Força Legal comandada por Caxias. Terminou assim, depois de 2 dois meses e 10 dias, a Revolta de 1842. Em 1848 os revoltosos foram julgados e anistiados.

A economia mineira, durante o império, evidencia experiências expressivas revelando que foi precoce em comparação a de outras provincias.

A metalurgia já tinha certo destaque mas,o período foi marcado pela produção de bens de consumo pouco duráveis além da produção agrícola principalmente leite e café.

Porém a produção cafeeira mineira nunca conseguiu igualar a produção paulista e nem alcançou o nível de desenvolvimento econômico que São Paulo atingiu a partir desse período.

Na área da mineração do ouro, o período imperial é marcado pela presença das companhias inglesas que se estabelecem em Minas a partir das décadas de 20 e 30.

Apesar dessas companhias terem reduzido o ritmo da queda do setor aurífero, não foi possível reverter o declínio da mineração.

Devido ao grande crescimento do estado, em 1888 Minas Gerais alcançou a marca de 3.040.627 habitantes.

Período Imperial do Brasil – História

Período teve início em 1822, com a proclamação da Independência, e durou até 1889, quando foi instaurada a República.

período do Brasil Império teve início em 1822, com a proclamação da Independência, e durou até 1889, quando foi instaurada a República. Inicialmente, países europeus não reconheceram o reinado de D. Pedro I.

Os Estados Unidos, que através da Doutrina Monroe defendiam a autonomia do continente americano, foram os primeiros a aceitar a emancipação política do Brasil.

A Coroa Portuguesa somente reconheceu a independência do Brasil em agosto de 1825, após intervenção da Inglaterra, que obteve assim inúmeras vantagens comerciais. Portugal também recebeu 2 milhões de libras, a título de indenização.

A Carta de 1824 foi a primeira Constituição do país, cujas leis vigoraram durante todo o Brasil Império. O documento estabeleceu, entre outros pontos, a Monarquia Constitucional, com governo centralizado; sistema representativo com Senado e Câmara dos Deputados; quatro poderes políticos harmônicos  Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador -, este último exercido pelo Imperador.

O direito de votar e de se eleger estava vinculado à posição social e patrimônio financeiro, o que excluía a maior parte da população.

Durante o início do período imperial o país atravessava grave crise econômica. As lavouras tradicionais de exportação, como cana de açúcar, algodão e tabaco entraram em decadência com a concorrência de outros países. Além do mais, o Brasil tinha mais custos com a importação de manufaturas do que os ganhos obtidos com a exportação de produtos agrícolas.

Mas não era só na área econômica que D. Pedro I enfrentava dificuldades. Em 1826, com a morte de D. João VI, o trono português passou a pertencer ao imperador do Brasil. Pressionado pela elite brasileira, que temia a recolonização do país, D. Pedro I renunciou em favor de sua filha, D. Maria da Glória. Como ainda era criança, o trono passou a ser regido por D. Miguel, irmão de D. Pedro I, que, com apoio de outros países, foi aclamado rei em 1828.

Para reaver o trono, o imperador decidiu ajudar financeiramente a luta contra D. Miguel em Portugal. Isso aumentou mais ainda a crise econômica e o descontentamento das forças políticas de oposição brasileira.

Outros acontecimentos deixavam clara a insatisfação popular, como as Revoluções Liberais de 1830, protestos contra o assassinato do jornalista Líbero Badaró, que fazia críticas ao governo, e lutas de rua entre brasileiros e portugueses, como a Noite das Garrafadas, levaram D. Pedro I a abdicar, em 1831.

Período Regencial (1831 a 1840)

Filho de D. Pedro I, Pedro de Alcântara foi aclamado imperador do Brasil. O regime monárquico foi mantido e três regentes escolhidos para governar em nome do soberano, até que atingisse a maioridade, o que aconteceria em 1843. O período regencial foi um dos mais conturbados da história do Brasil. Proprietários rurais do Sudeste dominavam o governo e as províncias lutavam por maior autonomia política.

A disputa ameaçava dividir o Império em regiões independentes.

Em 1834 o Ato Adicional introduziu modificações na Constituição de 1824. O Conselho de Estado (cujos representantes eram favoráveis à restauração do Primeiro Reinado) foi extinto, Assembleias Legislativas provinciais foram criadas e a cidade do Rio de Janeiro transformada em município neutro da corte. A Regência Una foi instituída no lugar da Trina. Eleita por votação nacional, fortaleceria os setores aristocráticos regionalistas e federativos.

As disputas políticas permaneceram acirradas e, em 1840, para retirar os conservadores do poder, os liberais propuseram a antecipação da maioridade do Imperador.

A Revolução Parlamentar ou Maiorista terminou com a regência e deu início, três anos antes do previsto, ao governo pessoal de D. Pedro II, que duraria até 15 de novembro de 1889.

Parlamentarismo

Em 1847, foi criado o cargo de Presidente do Conselho de Ministros, também chamado Chefe de Gabinete, cargo semelhante ao do primeiro-ministro nos países europeus.

O regime tornou-se então Parlamentarista desde essa data até a proclamação da República (1889). O Parlamentarismo brasileiro foi chamado de “Parlamentarismo às avessas”, já que o poder Legislativo, ao invés de nomear o Executivo, estava subordinado a este.

Fim do Império

As mudanças econômicas e sociais a partir da metade do século XIX levaram à proclamação da República. A Guerra do Paraguai (1864-1870), que obrigou o Brasil a contrair empréstimos vultosos e provocar um desequilíbrio financeiro, acirrou a insatisfação com o regime monárquico. Além disso, a classe média formada por profissionais liberais, funcionários públicos, estudantes, etc, queria mais liberdade e poder de decisão. A sucessão do trono também era questionada, já que D. Pedro II tinha apenas filhas mulheres. A princesa Isabel, que assumiria o poder após a morte do pai, era casada com um francês, o que levantava o temor de o país ser governado por um estrangeiro.

A abolição da escravatura também colaborou para o fim do Brasil Império, que perdeu importante apoio das elites agrárias, prejudicadas com a decisão do governo de não indenizá-las de acordo com o número de escravos alforriados.

Desgastado, o Império tentou promover reformas na ordem política. Um novo Ministério da Guerra foi formado, sob o comando de Afonso Celso de Assis Figueiredo, o visconde de Ouro Preto.

Ele ficaria responsável por garantir a sucessão da monarquia.

Apesar de descrente com a Monarquia, o movimento de 15 de novembro de 1889 não contou diretamente com a participação popular. No Rio de Janeiro, os republicanos pediram ao Marechal Deodoro da Fonseca para comandar o movimento revolucionário que substituiria a Monarquia pela República. Na manhã de 15 de novembro de 1889, sob o comando do marechal Deodoro, tropas saíram às ruas para derrubar o ministério de Ouro Preto, que foi deposto.

Dom Pedro II, que estava em Petrópolis durante os acontecimentos, voltou à corte para tentar formar um novo ministério, sem sucesso. Um governo provisório foi constituído, com o marechal Deodoro da Fonseca no comando.

No dia 17 de novembro, sob forte esquema de segurança, Dom Pedro II, que decidiu não se opor ao movimento, partiu com a família para a Europa.

Brasil Imperial

período do Império, também chamado de Monarquia, teve início com a independência do Brasil em 1822 e vigorou até 1889 com a proclamação da república.

O controle inicial que a Coroa portuguesa exercia sobre a Colônia foi perdendo força ao longo dos anos, principalmente a partir da consolidação de algumas esferas da sociedade colonial e com a vinda da família real para o Brasil, que resultou na tomada do poder por D. Pedro I (filho do rei de Portugal), que mais tarde proclamou a independência do Brasil.

Nas últimas décadas do século XVIII o sistema colonial entrou em crise devido às transformações ocorridas no mundo ocidental que atingiram diretamente a Portugal, como a independência dos Estados Unidos (1776) e a Revolução Francesa (1789), que vieram carregados de novos ideais e possibilidades.

Tudo isso gerou a necessidade de se implantar um novo estilo de governo e foi assim que surgiu o Brasil Imperial composto pelas seguintes fases: Primeiro Reinado, exercido por D. Pedro I; Período Regencial, onde o poder ficou nas mãos de representantes do imperador, até que o sucessor de D. Pedro I tivesse idade para assumir o cargo e, finalmente, em 1940 começou o Segundo Reinado quando D. Pedro II assumiu.

Como em outros períodos governamentais no Império também ocorreram diversas manifestações e conflitos como a Cabanagem no Pará, a Sabinada na Bahia, a Balaiada no Maranhão, a Guerra do Paraguai, entre outras.

Uma das primeiras ações efetuadas no Brasil Monárquico foi a elaboração de uma Constituição, promulgada em 1824, após muitos conflitos e divergências de opinião, sendo uma imposição do governo para o povo.

A Constituição de 1824 estabeleceu a seguinte organização política: o governo seria monárquico, hereditário e constitucional, o Poder Legislativo seria composto por Câmara e Senado, eleitos por voto indireto e censitário, dos quais apenas as camadas mais favorecidas participariam. Além disso, o país foi dividido em províncias governadas por um presidente indicado pelo imperador.

O fim do Brasil Monárquico se deu pela somatória de vários fatores, como as divergências do governo imperial com o Exército e a Igreja, e o descontentamento dos senhores de escravos com relação ao posicionamento favorável do imperador sobre a abolição da escravatura, além dos interesses que envolviam a instituição de um novo governo chamado república.

Fonte: sgc.bernoulli.com.br/www.brasil.gov.br/www2.fiemg.com.br/www2.fiemg.com.br/www.sppert.com.br

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