Commedia dell’Arte

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A Commedia dell’Arte (que se traduz como “teatro do profissional”) começou na Itália no século 16 cedo e rapidamente se espalhou por toda a Europa, criando uma influência duradoura sobre Shakespeare, Molière, Ópera, Vaudeville, Teatro Musical contemporâneo, Comédias, e Improvisação da comédia.

O legado da Commedia dell’Arte inclui o primeiro incorporado (ie profissional) companhia de teatro, as primeiras atrizes europeias, e muitos dos temas e enredos ainda apreciado por o público de hoje.

O estilo da Commedia é caracterizada pelo uso de máscaras, a improvisação, comédia física e tipos de personagens reconhecíveis.

Esta forma de arte colorido e extremamente teatral é baseado na interação de personagens de ações tradicionais em cenários improvisados que facilitam um enredo cômico para se chegar a um clímax bem-humorado.

Commedia dell’Arte: a tradição

A Commedia dell’Arte, considerada um gênero teatral que surge na Itália em meados do século XVI, é, no teatro ocidental, o único registro de um teatro de máscaras, codificado, comparável ao teatro oriental como Nô no Japão, Katakali na Índia, entre outros.

Neste tipo de teatro popular, o espetáculo é criado através de um roteiro de intrigas bastante abertas, chamado “canovaccio” (trama larga), que diz quais máscaras fazem aquela história, qual é a relação entre elas (quem é da mesma família, quem são os servos de quem, etc) e traça um caminho, através das relações, para orientar os atores que improvisam as falas e as cenas, que previamente estudadas, vão compor o espetáculo no momento em que é apresentado ao público.

As máscaras aparecem independentes de qualquer história, tendo vida própria e sendo criadas pelos atores, que inspirados na própria vida cotidiana, inventam tipos críticos à realidade social da época em que vivem, com o propósito primeiro de se divertirem e depois, de sobreviverem da própria arte.

As histórias, se resumiam, inicialmente, à relação entre o patrões e servos e posteriormente, com a entrada de mulheres nas companhias de teatro, à histórias de amor e intriga. Os “canovacci” traziam sempre um casal central que queria, a qualquer custo, se casar e diversas intrigas que procuravam separar os jovens enamorados. A trama se resumia a conseguir driblar as intrigas e os intrigueiros para que o amor entre os jovens, prevalecesse.

Se as histórias se repetiam com mais ou menos criatividade, o que fazia deste tipo de espetáculo um fenômeno tão grande a ponto de sobreviver no tempo, quase três séculos, e ser retomado no século XX com uma força tremenda?

As máscaras!

O que os espectadores daquele tempo buscavam ver não eram as histórias já tão sabidas, como as novelas que assistimos nos dias de hoje. O que eles buscavam era ver como as coisas iriam acontecer e através de quem e como aquelas máscaras, que ele reconhecia e gostava tanto, iriam resolver seus problemas. Eram as máscaras o que o público ia assistir no teatro daquela época. E era através da máscara que o público entendia o que era teatro. Não existiam outras funções para se fazer aquilo, senão a função do ator, que portava a máscara e era o autor do tipo por ela representado.

As máscaras tradicionais deste gênero teatral, que sobreviveram através dos tempos e chegaram até os dias de hoje encantando as platéias atuais, são arquétipos, ou seja, são caracteres, que contém algo essencial aos seres humanos em diversas e distintas culturas.

É importante, entretanto, entendermos uma distinção entre o que uma máscara tradicional representa e a forma que adquire, como objeto, que será o meio de expressão cênica, através do qual a história será mostrada.

Tomemos como exemplo uma máscara bastante famosa: Arlecchino – o servo tolo, ingênuo e tentemos entender o que faz desta máscara um arquétipo e o que nela tornou-se um mito.

Arlecchino é a representação do homem que busca trabalho e tem o próprio corpo como única mercadoria para trocar. Ele sai das montanhas e vai para a cidade que começa a constituir uma nova classe social, a burguesia, oriunda de novas relações econômicas. Este homem não sabe ler, nem escrever, mas é forte e tem que barganhar sua força bruta em troca de casa e comida. Arlecchino é a representação daquele que para comer, tem que trabalhar vendendo a si mesmo. Não eram estes os escravos da antiga Grécia e os servos medievais? Não são estes os pedreiros, lixeiros, faxineiros e tantos outros trabalhadores de nosso tempo, que saem de suas terras à procura de trabalho nas grandes cidades e só podem vender sua força?

Esta figura tão conhecida está presente em diferentes sociedades e em todas elas sua representação é a mesma. O que devemos observar, porém, é que em cada uma destas sociedades, que se organizam de modo distinto, e são culturalmente diversas umas das outras, o jeito de ser de Arlecchino é diferente, ou seja, esta mesma máscara pode ter vários nomes, vários modos de se vestir, andar, falar, de acordo com sua época e sua cultura, mas terá sempre a mesma representação.

Trocando em miúdos, o que é arquetípico em Arlecchino é o caráter de um servo tolo, ingênuo, ou de um trabalhador submetido ao poder de seu patrão. Seu nome, suas roupas de trapos ou losangos, a forma de sua máscara e as formas encontradas em desenhos que o retratam, são o mito de Arlecchino, construído naquele tempo, pelos artistas que endossaram esta máscara e pelos espectadores que a viram.

Buscar uma tradição, para construir a partir dela, os caminhos que nos ajudam a criar é cuidarmos de não reproduzirmos um conhecimento que chega até nós, muitas vezes, por diversas interpretações através do tempo.

Nunca saberemos a verdade sobre qualquer passado e devemos nos aventurar a atualizar o que arquetipicamente atravessa o tempo, entretanto, tomando sempre o delicado cuidado de conhecer muito a origem e o desenvolvimento do que já existe, para não cometermos o equívoco de acreditarmos ser os inventores do já inventado.

Tiche Vianna

Fonte: www.primeirosinal.com.br

Commedia dell’Arte

Forma teatral única no mundo, desenvolveu-se na Itália no XVI século e difundiu-se em toda Europa nos séculos sucessivos, a Commedia dell’arte contribuiu na construção do teatro moderno.

Teatro espetacular baseado na improvisação e no uso de máscaras e personagens estereotipados, é um gênero rigorosamente antinaturalista e antiemocionalista.

O Texto

O que mais atrai o olhar contemporâneo nas leituras dos canovacci da commedia dell’arte, é a inconsistência deles no que se refere ao conteúdo.

Sendo a comédia um espetáculo ligado fortemente à outros valores como as máscaras, a espetacularidade da recitação, habilidade dos atores, a presença da mulheres na cena, etc…, não tinha necessidade de compor dramaturgias exemplares, novidades de conteúdos ou estilos.

O canovaccio devia obedecer a requisitos de outro tipo, todos funcionais ao espetáculo: clareza, partes equivalentes para todos os atores envolvidos, ser engraçado, possibilidade de inserir lazzi, danças e canções, disponibilidade a ser modificado.

A técnica de improviso que a commedia adotou não prescindiu de fórmulas que facilitassem ao ator o seu trabalho. Diálogos inteiros existiam, muitos deles impressos, para serem usados nos lugares convenientes de cada comédia. Tais eram as prime uscite (primeiras saídas), os concetti (conceitos), saluti (as saudações), e as maledizioni (as maldições).

Na sua fase áurea, o espetáculo da commedia dell’arte tinha ordinariamente três atos, precedidos de um prólogo e ligados entre si por entreatos de dança, canto ou farsa chamados lazzi ou lacci (laços).

A intriga amorosa, que explorou sem limites, já não era linear e única, como na comédia humanista, mas múltipla e paralela ou em cadeia: A ama B, B ama C, C ama D, que por sua vez ama A.(ao topo)

O Encenador

O espetáculo da commedia era construído com rigor, sob a orientação de um concertatore, equivalente do diretor do teatro moderno, e de um certo modo seu inspirador. Aquele, por sua vez, tinha à disposição séries numerosas de scenari, minudendes roteiros de espetáculos, conservados presentemente em montante superior a oitocentos; muitos ainda existem nos arquivos italianos e estrangeiros ser terem sido arrolados.(ao topo)

O Ator

O ator na commedia dell’arte, tinha um papel fundamental cabendo-lhe não só a interpretação do texto mas também a continua improvisação e inovação do mesmo. Malabarismo canto e outro feitos eram exigidos continuamente ao ator.

O uso das mascaras (exclusivamente para os homens) caraterizava os personagens geralmente de origem popular: os zanni, entre os mais famosos vale a pena citar Arlequim, Pantaleão e Briguela.

A enorme fragmentação e a quantidade de dialetos existentes na Itália do século XVI obrigavam o ator a um forte uso da mímica que tornou-se um dos mais importantes fatores de atuação no espetáculo.

O ator na commedia dell’arte precisava ter “uma concepção plástica do teatro” exigida em todas as formas de representação e a criação não apenas de pensamentos como de sentimentos através do gesto mímico, da dança, da acrobacia, consoante as necessidades, assim como o conhecimento de uma verdadeira gramática plástica, além desses dotes do espírito que facilitam qualquer improvisação falada e que comandam o espetáculo.

A enorme responsabilidade que tinha o ator em desenvolver o seu papel, com o passar do tempo, portou à uma especialização do mesmo, limitando-o a desenvolver uma só personagem e a mantê-la até a morte.

A continua busca de uma linguagem puramente teatral levou o gênero a um distanciamento cada vez maior da realidade.

A commedia foi importante sobretudo como reação do ator a uma era de acentuado artificialismo literário, para demonstrar que, além do texto dramático, outros fatores são significativos no teatro.(ao topo)

O Teatro – Commedia dell’Arte

Devido as origens extremamente populares a commedia dell’arte por longo tempo não dispus de espaços próprios para as encenações. Palcos improvisados em praças públicas eram os lugares onde a maioria das vezes ocorria o espetáculo.

Só no XVII século e mesmo assim esporadicamente a commedia começou a ter acesso aos teatros que tinham uma estrutura tipicamente renascentista, onde eram representados espetáculos eruditos.

Já no século XVIII a enorme popularidade deste tipo de representação forçou a abertura de novos espaços para as companhias teatrais.

Em Veneza, por exemplo, existiam sete teatros: dois consagrados à opera séria, dois à opera bufa e três à comédia.

Fonte: liriah.teatro.vilabol.uol.com.br

Commedia dell’Arte

Por Commedia dell’Arte entende-se comédia italiana de improviso, que surge em Itália em meados do séc. XVI e se prolonga até ao séc. XVIII.

As representações teatrais levadas a cabo por atores profissionais, eram feitas nas ruas e nas praças, e fundaram um novo estilo e uma nova linguagem, caracterizadas pela utilização do cómico.

Ridicularizando militares, prelados, banqueiros, negociantes, nobres e plebeus, o seu objetivo último era o de entreter um vasto público que lhe era fiel, provocando o riso através do recurso à música, à dança, a acrobacias e diálogos pejados de ironia e humor.

O termo dell’arte traduz bem uma das suas principais características.

Trata-se de uma comédia representada, não por atores amadores, mas sim por atores profissionais, dotados de um talento particular.

Outro dos seus traços distintivos eram os diálogos improvisados, pelo que este tipo de arte também é conhecido por commedia all’improviso (comédia de improviso) ou commedia a soggeto (comédia de tema).

As encenações da commedia dell’arte baseavam-se na criação coletiva. Os atores apoiavam-se num esquema orientador e improvisavam os diálogos e a ação, deixando-se levar ao sabor da inspiração do momento, criando o tão desejado efeito humorístico. Eventualmente, as soluções para determinadas situações foram sendo interiorizadas e memorizadas, pelo que os atores se limitavam a acrescentar pormenores que o acaso suscitava, ornamentados com jogos acrobáticos. O elevado número de dialetos que se falavam na Itália pós-renascentista, determinaram a importância que a mímica assumia neste tipo de comédia.

O seu uso exagerado servia, não só o efeito do riso, mas a comunicação em si. O mais provável era que uma companhia nada fizesse para mudar o dialeto em que a peça era representada à medida que fosse atuando nas inúmeras regiões por que passava. Mesmo no caso das companhias locais, raras eram as vezes em que os diálogos eram entendidos na sua totalidade. Daí que atenção se centrasse na mímica e nas acrobacias, a única forma de se ultrapassar a barreira da ausência de unidade linguística.

As companhias, formadas por dez ou doze atores, apresentavam personagens tipificados. Cada actor desenvolvia e especializava-se numa personagem fixa, cujas características físicas e habilidades cómicas eram exploradas até ao limite. Variavam apenas as situações em que as personagens se encontravam.

Também denominada commedia delle maschere (comédia das máscaras), este elemento era extremamente relevante na composição das personagens, servindo para melhor os ridicularizar e caracterizar. O mesmo acontecia com o recurso a indumentárias coloridas. As máscaras utilizadas deixavam a parte inferior do rosto descoberto, permitindo uma dicção perfeita e uma respiração fácil, ao mesmo tempo que proporcionavam o reconhecimento imediato da personagem pelo público.

O comportamento destas personagens enquadrava-se num padrão: o amoroso, o velho ingénuo, o soldado, o fanfarrão, o pedante, o criado astuto.

Scaramouche, Briguela, Isabela, Columbina, Polichinelo, Arlequim, o capitão Metamoros e Pantaleone são personagens que esta arte celebrizou e eternizou.

As peças giravam em torno de encontros e desencontros amorosos, com um inesperado final feliz.

As personagens representadas inseriam-se em três categorias: a dos enamorados, a dos velhos e a dos criados, também conhecidos por zannis (pelo que este tipo de comédia também é conhecida por commedia dei zanni).

Estes últimos constituiam os tipos mais variados e populares. Havia o zanni esperto, que movimentava as ações e a intriga, e o zanni rude e simplório, que animava a ação com as suas brincadeiras atrapalhadas. O mais popular é, sem dúvida, Arlequim, o empregado trapalhão, ágil e malandro, capaz de colocar o patrão ou a si em situações confusas, que desencadeavam a comicidade. No quadro de personagens, merecem ainda destaque Briguela, um empregado correto e fiel, mas cínico e astuto, e rival de Arlequim, Pantaleone ou Pantaleão, um velho fidalgo, avarento e eternamente enganado. Papel relevante era ainda o do Capitano (capitão), um covarde que contava as suas proezas de amor e em batalhas, mas que acabava sempre por ser desmentido. Com ele procurava-se satirizar os soldados espanhóis.

As representações tinham lugar em palcos temporários, na maior parte das vezes nas ruas e praças das cidades e, ocasionalmente, na corte. A precaridade dos meios de transporte e vias e as consequentes dificuldades de locomoção, determinavam a simplicidade e minimalismo dos adereços e cenários. Muitas vezes, estes últimos resumiam-se a uma enorme tela pintada com a perspectiva de uma rua, de uma casa ou de um palácio. O ator surge assim como o elemento mais importante neste tipo de peças. Sem grandes recursos materiais, eles tornaram-se grandes intérpretes, levando a teatralidade ao seu expoente mais elevado.

As origens exatas desta comédia são desconhecidas. Alguns reconhecem nela a herdeira das festas atelanas, assim chamadas porque se realizavam na cidade de Atella, na península itálica meridional, em homenagem a Baco. As fabulae atellane, farsas populares, burlescas e grosseiras, eram uma das modalidades de comédia da antiguidade romana. Tal fato nunca foi historicamente comprovado.

I Gelosi (os ciumentos), dos irmãos Andreni, é a primeira companhia de que se tem conhecimento. Foi fundada em 1545 por oito atores de Pádua que se comprometeram a atuar juntos até à quaresma de 1546. Foram os primeiros a conseguir viver exclusivamente da sua arte. Neste âmbito , destaca-se também o nome de Ângelo Beolco (1502-42), considerado um percursor da commedia dell’arte. Ele foi autor dos primeiros documentos literários onde as personagens eram tipificados. Outra das suas facetas mais conhecidas foi a de ator. Ele representava a personagem de Ruzzante, um camponês guloso, grosseiro, preguiçoso, ingénuo e zombador.

Em meados do séc. XVIII, Carlo Goldoni, um escritor veneziano, revitalizou as fórmulas usadas até à exaustão através da introdução do texto escrito e elementos mais realistas que tornaram as suas peças conhecidas por todo o mundo.

Desde o seu início, este tipo de comédia fascinou e atraiu o público entre as classes sociais mais elevadas. As melhores companhias – Gelosi, Confidenti, Fedeli – conseguiram levar as suas peças da rua para o palácio, fascinando audiências mais nobres. Devido a este apoio, foi-lhes permitido extrapolar as fronteiras do seu país de origem e viajar por toda a europa, especialmente a partir de 1570. As companhias itinerantes, levaram as suas peças à cena em todas as grandes cidades da Europa renascentista, deixando a sua marca em França, Espanha, Inglaterra, entre outros. Mais tarde, dramaturgos como Ben Jonson, Molière, Maviraux e Gozzi vão inspirar-se nas personagens estereotipadas.

Embora bastante influente e de extrema importância, nenhum texto de commedia dell’arte resistiu ao passar do tempo. No entanto, não restam dúvidas de que esta arte ultrapassou as barreiras literárias, pelo que as personagens nela criadas ainda povoam o nosso imaginário. Os artistas da commedia dell’arte introduziram inovações de extrema importância que se incorporaram a todo o teatro posterior. Eles abriram o espaço à participação de mulheres no elenco, criaram um publico fiel e uma linguagem que se sobrepôs ao poder da palavra.

Bibliografia:

Castagno, Paul C., The Early Commedia Dell’Arte (1550-1621): The Mannerist Context, Peter Lang, New York, 1994;Green, Martin e John Swan, The Triumph of Pierrot: The Commedia Dell’Arte and Modern Imagination, MacMillan, New York, 1986

Fonte: www2.fcsh.unl.pt

Commedia dell’Arte

A Commedia dell’ArteA Commedia dell’Artee seus personagens

Séculos XVI, XVII e meados do século XVIII

A Possível relação com a Fábula Atelana

Espécie de farsa popular em 240 a.C – cidade de Atela, Itália.

Desenvolvimento improvisado, mediante tipos fixos, caracterizados por máscaras e com comportamentos e aspectos de tipos populares.

FÁBULA ATELANA X COMMEDIA DELL’ARTE

Desenvolvimento improvisado Commedia all’improviso
4 tipos fixos Tipos fixos, mas em maior número
Caracterizados por máscaras Máscaras
PAPPUS – velho estúpido, avarento e libidinoso PANTALEONE – geralmente avarento e conservador
MACCUS – gozador, tolo, brigão, malicioso ARLECCHINO – uma mistura de ingenuidade
com esperteza / Pulcinella
BUCCO – tagarela e comilão BRIGHELLA – é mais cínico e astuto,
além de ser libidinoso
DOSSENNUS – sempre derrotado, alvo
favorito dos camponeses iletrados
IL DOTTORE ???

Um nome importante na Commedia dell’Arte

Autor e ator Padovano.
Camponês guloso, grosseiro, preguiçoso, ingênuo e zombador, estando no centro de quase todos os
contextos cômicos.

Commedia dell'Arte
Ângelo Beolco (1502–1542) – Ruzante

Denominações:

Commedia all’improviso – fundamentada sobre o improviso;
Commedia a soggeto – desenvolvida através de um canovaccio;
Commedia delle Maschere – comédia de máscaras.

1945 – ´1ª trupe, em Pádua:

8 atores que se comprometem a atuar juntos por um determinado período, até a quaresma de 1946.
Commedia representada por profissionais.
O foco está no ator.

OS ATORES

Intensa preparação técnica (vocal, corporal, musical, etc).
Permitia trabalhar o personagem por toda a vida – codificação precisa do tipo representado.
Personagens fixos – seguiam o canovaccio (roteiro).
Canovaccio não eram variados (intrigas e relações entre personagens).
Cada personagem – um repertório próprio que era recombinado conforme a situação.
O improviso – não era uma invenção do momento.

Lazzi – intervenções autônomas

Introduzidos comicamente para comentar as ações principais / interligar cenas / ocupar os espaços vazios.

Com o uso, esses lazzi eram repetidos e fixados e passavam a fazer parte do repertório dos personagens.

AS TRUPES

Commedia dell'Arte
Commedia dell’Arte – Personagens

Commedia dell'Arte
Commedia dell’Arte – Palco

Geralmente formada por 8 ou 12 atores.

Personagens divididos em 3 categorias:

Os ENAMORADOS
Os VELHOS
Os CRIADOS (Zannis)

OS PERSONAGENS

ENAMORADOS (INNAMORATI)

Falavam com elegância.
Vestiam-se com roupas da moda.
Não utilizavam máscaras.

OS VELHOS

PANTALEONE

Rico mercador veneziano.
Geralmente avarento e conservador.
Sua máscara era negra e caracterizavase pelo nariz adunco.
Barbicha pontuda.
Figura esguia.

Commedia dell'Arte
DOTTORE

Pedante.
Médico ou advogado.
Dialeto bolonhês intercalado com frases e palavras em latim.
Marido ciumento.
Sua máscara – um acento que só marca a testa e o nariz.

OS ZANNIS

Dividiam-se em 2 categorias:

O 1º Zanni – esperto e fazia intrigas que alavancavam as ações.
O 2º Zanni –
rude e simplório – suas atrapalhadas interrompiam as ações e desencadeava a comicidade.

Arlecchino, Brighella e Pulcinella.

Commedia dell'Arte
Arlecchino

Inicialmente 2º zanni e com o tempo transformouse pouco a pouco em 1º zanni (encarnava uma mistura de ingenuidade e esperteza).

Inicialmente, calça branca, gorro branco, chinelo de couro e bastonete.

Com o tempo, retalhos coloridos e dispersos.

BRIGHELLA

Companheiro mais frequente de Arlecchino.
Criado libidinoso e cínico.
Ele é o iniciador das intrigas que giram na Commedia dell‘Arte.
Também é cantor e apreciador da boa música.
Proveniente de Bérgamo.

AS CRIADAS

Não usavam máscara.
Colombina geralmente é a criada pessoal da enamorada.
É a única criada feminina, sendo a mais educada e refinada devido à convivência próxima com Isabella.
Por vezes é ambiciosa e criavam intrigas.
A Colombina é apaixonada pelo Arlecchino, apesar de ver suas armações. Ela tenta fazer dele uma pessoa mais nobre, mas sabe que é impossível.

Commedia dell'Arte

O uso das máscaras na Commedia dell’Arte

Para utilizá-la o ator tinha de dominar muito bem sua técnica.
Eram meias-máscaras.
Proporcionava um imediato reconhecimento da personagem pelo público (sentimento e estado de espírito necessariamente engajavam todo o corpo).
As máscaras não proporcionavam uma caracterização definitiva dos personagens (servem mais para delimitar do que para definir).

A influência da Commedia Dell’Arte no humor do mestre Charles Chaplin…

Commedia dell'Arte
… o Gordo e o Magro, Oscarito, Grande Otelo e o nosso palhaço cujas raízes remetem a esta comédia

OS VELHOS (VECCHI)

Commedia dell'Arte
PANTALONE

Pantalone era um velho mercador veneziano, conservador e muito avarento.

É autoritário com seus filhos e empregados, e não suporta ser questionado. Geralmente em uma filha em idade de casar, fazendo o possível para não pagar o seu dote. Outros personagens tentam tirar proveito de sua avareza. É também um personagem lascivo, e sua atração por jovens donzelas só não é maior que sua paixão pela riqueza.

Fisicamente, Pantalone é alto e magro. Sua figura é esguia e sua postura é fechada. Anda com dificuldade e seus movimentos são debilitados devido à idade avançada, porém suas mãos são extremamente ágeis.

A sua máscara era negra e caracterizava-se pelo seu nariz adunco e a sua barbicha pontuda.

As histórias da commedia dell’arte freqüentemente giram em torno das peripécias de Pantalone, que envolvem sempre seu dinheiro e autoridade, além de seus criados e filha.

Graziano era um intelectual

Graziano era um intelectual.
Pedante, normalmente advogado ou médico, falava em dialeto bolonhês intercalado por palavras ou frases em latim.
Sempre carregando um livro, Graziano gostava de ostentar a sua falsa erudição, mas era enganado pelos outros por ser ingênuo.
Era um marido ciumento e sua esposa era geralmente infiel.
Graziano tem por vezes um filho interessado em casar com a filha de Pantalone, o que é discutido com frequência entre os dois.
Fisicamente Graziano é baixo e gordo, contrastando com o físico de Pantalone. A sua máscara cobria apenas a testa e o nariz.

OS CRIADOS (ZANNI)

Arlecchino era o empregado principal, geralmente entrava em cena acompanhado de outros zanni.

Destaca-se por sua agilidade e destreza acrobática. É o típico criado esperto, que embora não tenha formação intelectual, é capaz de armar as mais complicadas peripécias, sem jamais pesar as consequências que seus atos podem trazer. Mas ele tem também uma enorme habilidade para escapar de situações difíceis, mesmo se mostrando incapaz de pensar em mais de uma coisa de cada vez.

Usava uma roupa colorida e remendada, e um cinto onde levava um saco contendo tranqueiras e variados objetos. Também carregava pendurado ao cinto um bastão de madeira.

O Arlecchino é uma mesclar de ignorância, simplicidade, ingenuidade e graça. É criado leal, paciente, crédulo e apaixonado.

Commedia dell'Arte
BRIGHELLA

É um criado que aparece junto com o Arlecchino, trabalhando para Pantalone.

Brighella é mais cínico e astuto, além de ser libidinoso.

Ele é o iniciador das intrigas que giram na Commedia dell’arte.

Geralmente há certa rivalidade entre Brighella e Pantalone, da qual o criado sempre se sai bem.

Seu cinismo o ajuda na construção de diversos papéis que ele representa em suas tramas.

Também é cantor e apreciador da boa música.

OS ENAMORADOS (INNAMORATI)

Commedia dell'Arte
Orazzio – egoísta, fútil e vaidoso. Geralmente filho de um dos vecchi

O enamorado masculino, podia também apresentar outros nomes, como Flavio, Ottavio,
Lelio ou Fulvio. Geralmente é filho de um dos vecchi, Graziano.
Orazio é um personagem egoísta, fútil e vaidoso, vestido sempre na última moda.
É também muito ingênuo, sendo alvo fácil das armações do Arlecchino.
O enamorado, como é de se esperar, apaixona-se com extrema facilidade.
É jovem e atraente, movido à paixão pelas donzelas e pela vida.

ISABELLA

Enamorada feminina, geralmente filha de Pantalone, mas pode aparecer também como sua esposa.
É sedutora, apesar de inocente, e apaixona-se facilmente.
É uma dama refinada e vaidosa, mas também independente e rebelbe, o que ocasiona diversos conflitos com seu pai.

Commedia dell'Arte
Isabela – geralmente filha de Pantalone.

Bibliografia

1- Livro: Arte della Maschera nella Commedia dell’arte
2- Livro: O teatro através da história (vol. I) O Teatro Ocidental – Commedia dell’arte
3- Livro: Storia del Teatro – la Commedia dell’arte
4- Livro: Storia Del Teatro Drammatico (vol. II) – Commedia dell’arte
5- Video: Breve História da Máscara e Método de Sartori.

Fonte: www.scribd.com

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