Teatro Renascentista

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Com o advento do Cristianismo, o teatro não encontrou apoio e foi considerado pela igreja pagão.

O Teatro Renascentista vai do século XV ao XVI, prolongando-se, em alguns países, até o início do século XVII. O crescimento das cortes de reis e de salões de nobres levou as pessoas a apreciarem o teatro como diversão.

No final da Idade Média e início do Renascimento foram criadas as companhias de artistas, os teatros privados e os públicos. A paixão grega pela arte teatral parecia ter ressurgido. Foi nesta época que passou a ser cobrado ingresso para as apresentações de teatro.

Um exemplo entre o teatro antigo e o moderno é o Teatro Olímpico de Vicenza (1583). O auditório, com degraus em semicírculo, pode ser considerado como tipicamente romano, mas as construções cênicas, e sobretudo os curiosos cenários fixos, revelam algo de novo.

Na parede de fundo do palco, pomposamente decorada, aparecem três aberturas, sendo a central em arco. Por essas aberturas, divisam-se cinco ruas constituídas por cenários sólidos e permanentes, reproduzindo fachadas de palácios e ruas de uma cidade. Tudo admiravelmente estudado, permitindo aos atores entrar e sair das casas, dobrar esquinas, etc.

Todo esse luxuoso conjunto de pórticos, estátuas, decorações, cenários, foi obtido com o emprego de madeira e argila. Para ocultar o madeiramento do telhado foi usado como forro uma tela esticada, com a pintura de pássaros em vôos e outras imagens.

Equipados com um simples cavalete, acoplado à carroça, para carregar as roupas e os acessórios, os grupos da commedia dell’arte paravam em todas as cidades, da Espanha à Boêmia, da Inglaterra à Polônia. Alguns grupos eram disputados fervorosamente pelas cortes da Europa e chegaram a fazer fortuna.

O teatro erudito, imitando modelos greco-romanos, era muito acadêmico, com linguagem pomposa e temática, sem originalidade. Já o teatro popular manteve viva a herança medieval. As peças eram cheias de ação e vigor, e o ser humano tratado como o centro das preocupações.

O que foi

O teatro renascentista surge no século XV e prolongasse até o século XVI ou até mesmo XVII. Ele vem seguindo a decadência do teatro medieval pela perda da força do teatro ligado à religião.

As peças eram cheias de ação e vigor e o homem ocupará o lugar central na peça, passando a ser o protagonista da trama ao invés de Deus. Neste período temos destaque para a figura do bobo da corte, que articula as dúvidas e incertezas num momento de transformação ideológica.

Ainda neste período, não havia a profissão “ator”, alguns dos “atores” erram ferreiros, sapateiros que abandonavam suas guildas.

Século XV ao XVI

Do século XV ao XVI. Prolonga-se, em alguns países, até o início do século XVII.

O teatro erudito, imitando modelos greco-romanos, é muito acadêmico, com linguagem pomposa e temática sem originalidade.

Mas, em vários países, o teatro popular mantém viva a herança medieval.

As peças são cheias de ação e vigor, e o ser humano é o centro das preocupações.

Itália

Em reação ao teatro acadêmico surgem, na Itália, a pastoral, de assunto campestre e tom muito lírico (”Orfeo”, de Angelo Poliziano); e a commedia dell’arte. As encenações da commedia dell’arte baseiam-se na criação coletiva.

Os diálogos são improvisados pelos atores, que se especializam em personagens fixos: Colombina, Polichinelo, Arlequim, o capitão Matamoros e Pantalone. Os cenários são muito simples – um telão pintado com a perspectiva de uma rua. Na commedia, surgem atrizes representando mulheres. Mais tarde, comediógrafos como Molière, Marivaux, Gozzi e Goldoni vão inspirar-se em seus tipos.

A primeira companhia de commedia dell’arte é I Gelosi (os ciumentos), dos irmãos Andreini, fundada em 1545. Como autor deste período destaca-se Maquiavel. Sua peça ”A mandrágora”, é considerada uma das melhores comédias italianas.

Inglaterra

O teatro elizabetano tem seu auge de 1562 a 1642. As peças caracterizam-se pela mistura sistemática de sério e cômico; pelo abandono das unidades aristotélicas clássicas; pela variedade na escolha dos temas, tirados da mitologia, da literatura medieval e renascentista, e da história; e por uma linguagem que mistura o verso mais refinado à prosa mais descontraída.

Autores elizabetanos

O maior nome do período é o de William Shakespeare. Além dele se destacam Christopher Marlowe ”Doutor Fausto”, Ben Jonson ”Volpone” e Thomas Kyd ”Tragédia espanhola”.

William Shakespeare (1564-1616) nasce em Stratford-upon-Avon e mora em Londres durante parte da vida. Alguns historiadores contestam a autoria de sua obra por a acharem muito culta para um homem que não pertencia à nobreza. Mas a maioria dos críticos o considera o maior dramaturgo de todos os tempos.

Sua técnica é extremamente pessoal e sintonizada com sua época.

Em suas tragédias ”Romeu e Julieta”, ”Macbeth”, ”Hamlet”,” Rei Lear” ou ”Otelo”, comédias ”A tempestade”, ”A megera domada”, ”Sonhos de uma noite de verão” ou dramas históricos ”Henrique V”, demonstra uma profunda visão do mundo, o que faz com que sua obra exerça influência sobre toda a evolução posterior do teatro .

Espaço cênico elizabetano

A casa de espetáculos, de forma redonda ou poligonal, tem palco em até três níveis para que várias cenas sejam representadas simultaneamente. Circundando o interior do edifício, num nível mais elevado, ficam as galerias para os espectadores mais ricos. Os mais simples ficam em pé, quase se misturando aos atores no nível inferior do palco. Uma cortina ao fundo modifica o ambiente.

Espanha

Entre os séculos XVI e XVII o teatro espanhol chega ao apogeu. As regras eruditas são desprezadas e as formas originárias das apresentações populares são incorporadas em peças de ritmo rápido, com ações que se entrecruzam. Temas mitológicos, misturados a elementos locais, estão impregnados de sentimento religioso.

Autores espanhóis

Destacam-se Fernando Rojas (Celestina), Miguel de Cervantes (Numância), Felix Lope de Vega ”O melhor juiz, o rei”, Pedro Calderón de la Barca ”A vida é sonho” e Tirso de Molina ”O burlador de Sevilha”.

Espaço cênico espanhol

As casas de espetáculos são chamadas de corrales, pois o palco, em diversos níveis e sem cenários, fica no centro de um pátio coberto.

Teatro Renascentista
Giangiorgio Trissino

Também estava, em desenvolvimento durante a idade média através de representações religiosas.

Presente nas suas duas versões antigas: tragédia e comédia.

Sofonisha (primeira tragédia clássica publicada em lingua popular cujo autor foi giangiorgio trissino).

Ao contrário da idade média o teatro agora buscava dar a representação uma linearidade, uma disciplina e uma racionalidade.

Recuperação do gênero clássico, unidade de tempo, espaço e ação.

Separação entre palco e público.

Maior desenvolvimento fora da itália.

TEATRO NA INGLATERRA

Tem seu auge de 1562 a 1642.

Mistura sistemática de sério e cômico.

Abandono das unidades aristotélicas e classicas.

Temas, tirados da mitologia, da literatura medieval e renascentista e da história.

O maior nome do período é de william shakespeare.

Teatro Renascentista
WILLIAM SHAKESPEARE

Ser ou não ser – eis a questão.Será mais nobre sofrer na alma pedradas e flechadas do destino feroz, ou pegar-me em armas contra o mar de angústias – e, combatendo-o, dar-lhe fim?

Morrer; dormir; Só isso.E com sono – dizem – extinguir dores do coração e as mil mazelas naturais a que a carne é sujeita; eis uma consumação ardentemente desejável.

Morrer – dormir – dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo!

Os sonhos que hão de vir no sono da morte quando tivermos escapado ao tumulto vital nos obrigam a hesitar: e é essa reflexão que dá à desventura uma vida tão longa

Teatro Renascentista

Pois quem suportaria o açoite e os insultos do mundo, a afronta do opressor, o desdém do orgulhoso, as pontadas do amor humilhado, as delongas da lei, a prepotência do mando e o achincalhe que o mérito paciente recebe dos inúteis, podendo ele próprio encontrar seu repouso com um simples punhal?

Quem agüentaria fardos gemendo e suando numa vida servil, senão porque o terror de alguma coisa após a morte – o país não descoberto, de cujos confins não voltou jamais nenhum viajante – nos confunde a vontade, nos faz preferir e suportar os males que já temos, a fugirmos para outros que desconhecemos?

Teatro Renascentista

E assim a reflexão faz todos nós covardes.

E assim o matiz natural da decisão se transforma no doentio pálido do pensamento. E empreitadas de vigor e coragem, refletidas demais, saem de seu caminho, perdem o nome de ação.

Hamlet, Ato III, cena 1

Fonte: www.tguaira.pr.gov.br/liriah.teatro.vilabol.uol.com.br/www.historiaipa.kit.net

Teatro Renascentista

Teatro no Renascimento

Quando a Idade Média chegou ao fim, a situação do teatro já era bem melhor e ia começar uma fase ainda mais própria com o Renascimento, como é chamada a época que se seguiu às grandes navegações, aos descobrimentos de novas terras, à invenção da imprensa e divulgação das grandes obras da antiguidade, traduzidas para os idiomas europeus. As universidades, que eram poucas na Idade Média, se multiplicaram.

Houve um florescimento extraordinário da arquitetura, da pintura, da escultura e também do teatro. Na Alemanha, um simples sapateiro, chamado Hans Sachs, tomado de paixão pelo teatro, escreveu numerosas tragédias, dramas, comédias e alegorias, ora explorando temas gregos, como de Clitemnestra, ora temas bíblicos. Na Itália, o poeta Ludovico Ariosto escreveu comédias encenadas na corte de Ferrara e o florentino Nicolo Machiavelli compôs uma das obras-primas do teatro renascentista italiano, A Mandrágora (La Mandragora), ainda hoje representada e convertida em filme. No século XVI, chegou ao apogeu, na Itália, a Commedia dell’Arte, assim chamada porque nela, o talento e a capacidade de improvisação dos artistas sobrepujavam o texto literário.

A Commedia dell’Arte tinha personagens fixos, tais como Arlequim, Scaramuccia, Brighela, Pantalone, etc., os quais desenvolviam sua representação de acordo com as características de tais tipos. Os autores escreviam apenas um breve resumo da intriga, fixando a linha geral das situações, ou acontecimentos, e deixando o diálogo inteiramente por conta dos interprétes.

Além de hábeis improvisadores, os artistas da Commedia dell’Arte eram também grandes mímicos, transmitindo a comicidade tanto por suas palavras, como por gestos e atitudes. Graças a isso, a Commedia dell’Arte conseguiu fazer sucesso, por longo tempo, na França, influenciando bastante o teatro francês. Ao mesmo tempo que surgiam atores de talento e melhorava a qualidade das representações, realçadas por cenários pintados, um grande arquiteto italiano, Andrea Paládio, iniciava a construção do primeiro teatro coberto, onde era possível representar com qualquer tempo, mesmo com chuvas ou quedas de neve, para um público de 3 mil pessoas. Foi esse o Teatro Olímpico, de Vicenza, no norte da Itália, perto de Veneza, completado por seu discípulo Vicenzo Scamozzi em 1588 – oito anos após sua morte – e até hoje preservado como monumento histórico.

Quando a Itália já tinha seu primeiro teatro coberto, verdadeiro primor da arquitetura, apresentando no palco, em perspectivas, as ruas de uma cidade, como cenário fixo, em outros países as representações continuavam a ser feitas ao ar livre. Na Espanha, por exemplo, eram realizadas em pátios de estalagens, estábulos e currais abandonados. Era o que fazia a primeira companhia profissional espanhola, organizada pelo autor, ator e empresário Lope de Rueda.

Os primeiros teatros de Madrid tiveram nomes como Corral de la Pacheca e Corral de la Cruz, por terem sido estabelecidos em velhos currais. O primeiro teatro coberto de Madrid foi o Corral de la Pacheca, onde se estabeleceu uma companhia italiana que, não querendo perder dinheiro na estação chuvosa, construiu um teto sobre o palco e parte da platéia. Em 1582, o Corral de la Pacheca foi reconstruído, como um autêntico edifício, trocando então o nome não para teatro, mas para Corral del Principe. O Corral de la Cruz, construído em 1579 como teatro aberto, mas com algumas novidades, como a colocação de camarotes e de uma seção só para mulheres, procurou adaptar-se ao novo estilo. Depois de Lope de Rueda, surgem na Espanha outras figuras importantes da dramaturgia, a começar por Juan de la Cueva e foi autor de inúmeras peças, uma das quais era ainda muito representada no século passado, Os Sete Infantes de Lara. Outro autor da mesma época foi Miguel de Cervantes, autor do drama Cativeiro em Argel, sobre suas próprias aventuras como prisioneiro dos argelinos, e a tragédia O Cerco de Numância, além de numerosos entremeses, ou peças. Mas a fama do romancista de Dom Quixote de la Mancha obscurecem quase inteiramente sua atividade teatral.

A chamada “idade de ouro” do teatro espanhol começa verdadeiramente com Lope Félix de Vega Cárpio, ou simplesmente Lope de Vega, que escreveu centenas de peças, algumas das quais permanecem vivas e interessantes ainda hoje., como Fuente Ovejuna e El Perro del Hortelano. Na sua febre de produção, ele se valia de toda espécie de escritos alheios, uns tirados da bíblia, outros da mitologia, da história, das crônicas, baladas, lendas, vidas de santos, etc. Entre seus continuadores está Guillén de Castro, nascido em 1569, sete anos depois de Lope de Vega, mas desaparecido quatro anos antes deste, no ano de 1631. Guillén de Castro é lembrado principalmente pelas peças que escreveu sobre Rodrigo Dias de Bivar, mas conhecido como “El Cid”, uma dela intitulada Las Mocedades de El Cid. Foi autor também de Alarcos e fez uma dramatização de Dom Quixote. Juan Ruiz Alarcón y Mendoza, conhecido apenas como Alarcón, nascido no México em 1580, mas criado e educado na Espanha, escrever cerca de vinte comédias, entre as quais A Verdade Suspeita (La Verdad Sospechosa), que seria depois intitulada na França e na Itália. Tirso de Molina pôs em cena a figura de Don Juan em El Burlador de Sevilla (burlador tem o sentido de enganador ou sedutor). outro espanhol Luís Vélez de Guevara, dramatizou a tragédia de Inês de Castro, sob o título de Reinar Depois de Morrer.

Os teatros na Inglaterra continuavam a ser abertos, representando os atores numa plataforma e ficando o público de pé, perto desta, ou ao fundo, sentado em três galerias dispostas em semicírculo. Ainda assim, foi extraordinário o florescimento desse teatro, sob o reinado da Rainha Elizabeth I. Prevalecia, naquele país, o mais arraigado preconceito contra a profissão teatral, só exercida pelos homens. Os papéis femininos eram representados por rapazes, que se vestiam como mulheres, imitando a voz e os ademanes destas. Os atores eram considerados vadios e vagabundos. E, para não serem incomodados pela polícia, tinham de obter proteção de altas personalidades da nobreza britânica, que os empregavam como seus criados e, por isso, fora do palco, vestiam a libré da criadagem desses nobres.

Os autores desse período ficaram conhecidos como os “dramaturgos elisabetanos”. Dentre eles, o mais notável foi Willian Shakespeare, nascido em Stratford em 1564 e desaparecido em 1616. Deixou ele cerca de 35 peças – dramas históricos, tragédias e comédias – ainda hoje representados com sucesso pelos mais famosos artistas, tanto na Inglaterra como no resto do mundo.

Do mesmo modo que o espanhol Lope de Vega, Shakespeare se valeu de diversas fontes – crônicas históricas, biografias escritas por Plutarco, contos e novelas de autores italianos, bem como peças escritas por seus antecessores. Assim, comoveu o mundo com a história dos amores trágicos de Romeu e Julieta, de Otelo e Desdêmona, com as tragédias do Rei Lear, de Hamlet e de Macbeth, do mesmo modo que fez rir com as alegres peripécias das Alegres Comadres de Windsor, com os quiproquós de A noite de Reis, com os hilariantes incidentes de A Megera Domada e várias outras comédias. Fez ressurgir do passado as figuras de Júlio César e Coriolano, infundindo extraordinário vigor dramático aos estudos biográficos de Plutarco. E apresentou um mundo mágico, cheio de poesia e de fantasia, em A Tempestade.

Entre os seus contemporâneos, um dos que mais se distinguiram foi Bem Johnson, o autor de Volpone, or the Fox, hoje conhecido apenas como Volpone, admirável comédia ainda representada com sucesso e convertida em filme. Muitos outros autores importantes surgiram, mas o teatro inglês não tardou a sofrer um grande golpe com a guerra civil que colocou no poder Oliver Cromwell. Os puritanos, que viam o teatro com maus olhos, conseguiram fechá-los por uma lei do Parlamento em 1642, permanecendo os artistas teatrais privados de exercer a sua profissão por nada menos de 18 anos!

Bem diversa era a situação do teatro na França onde passou a ser a diversão preferida da corte e da alta aristocracia. Os reis e príncipes protegiam autores e artistas. Isso propiciou o aparecimento de grandes figuras, que deram notável impulso à dramaturgia e à arte teatral francesa. O Cardeal Armand Jean Du Plessis, Duque de Richelieu, que governou a França como o principal ministro de Luís XIII, jovem rei por ele completamente dominado, era um entusiasta das letras e do teatro. Em 1636, a fim de que, bem remunerados, ocupassem o seu tempo em escrever peças teatrais para a corte. A essa altura, um deles, Pierre Corneille, tinha 30 anos de idade e já era autor de algumas comédias, entre as quais A Ilusão Cômica, e de uma tragédia, Medéia, baseada na de Eurípides. Corneille durou pouco tempo em tal função, por ser por demais independente e por alterar ou recusar os assuntos que lhe eram sugeridos. Seu maior sucesso, logo depois de a Ilusão Cômica, foi a peça O Cid, imitada em alguns trechos e, noutros literalmente traduzida do espanhol de Guillén de Castro. Mesmo depois de rompido o seu contrato, esse drama foi representado, por duas vezes, no teatro particular do Duque de Richelieu. Outro grande sucesso de Corneille foi o de Le Menteur (O Mentiroso), em que se valeu da trama e outra peça espanhola, A Verdade Suspeita (La Verdad Sospechosa), de Alarcón. Corneille escreveu também tragédias como Cina, A Morte de Pompeu, uma nova versão e Édipo, etc. Tudo isso lhe valeu ser eleito para a Academia Francesa. Mas depois entrou em declínio, escrevendo peças que não obtiveram o favor público, como Átila e Agesilau. Algumas foram representadas no castelo do Marquês de Sourdéac, no Marais, e outras no Hotel de Bourgogne.

O outro grande dramaturgo da época, Jean Racine, nasceu em 1639, quando Corneille contava 33 anos. Amigo de La Fontaine e de Boileau, poetas que ainda não haviam alcançado a fama, conquistou também a estima de Molière, ator e autor de comédias, que em 1658 se fixara no Palais-Royal, em Paris, com sua companhia, sob a proteção da corte de Luís XIV. O talentoso Jean Racine, aos 25 anos, via ser representada, no Palais-Royal, pela companhia de Molière, a sua primeira peça, A Tebaida, ou Os Irmãos Inimigos. Já na segunda peça, Andrômaca, era Racine reconhecido como um grande dramaturgo e também, como um ingrato, pelo menos por Molière, pois rompera com este e se fora para o Hotel de Bourgogne, para lá levando a melhor atriz do Palais-Royal, Mlle. Du Parc, de quem se tornara amante.

Mais, ainda: quando Molière começou a ensaiar a peça de Corneille, Tito e Berenice, Racine resolveu escrever a peça Berenice, sobre o mesmo assunto (os amores do imperador romano com a filha de Salomé e sobrinha de Herodes), levada à cena uma semana depois daquela. A rivalidade entre Racine e Corneille animou bastante o teatro francês da época. Outra das tragédias de Racine, Britannicus, ainda hoje representada, teria exercido forte influência sobre Luís XIV, através da severa crítica às veleidades artísticas de Nero, um dos personagens da peça. Depois disso, o rei deixou de se apresentar nos balés e outros divertimentos da corte, em que tinha o capricho de se exibir. Voltando para o mundo antigo, Racine escreveu peças como Alexandre, Esther, Mitríades, Fedra, Ifigênia em Áulida, etc. E só uma vez escreveu uma comédia, sobre tipos franceses contemporâneos, Les Paideurs (Os Litigantes), também em versos, com seus dramas e comédias

O Primado da Comédia

Contemporâneo de Molière, mas com mais longa vida (nasceu em 1600 e morreu em 1681), o espanhol Pedro Calderón de la Barca foi o grande continuador de Lope de Vega. Como este, teve uma vida de aventuras e termina seus dias como padre católico. Mas, antes disso, foi dramaturgo da corte de Filipe IV, de quem recebeu um título de fidalgo, com direito ao tratamento de Dom Pedro. Escreveu uma centena de comédias longas e algumas centenas de peças curtas, de cunho religioso, chamadas autos sacramentales. Entre suas obras mais famosas estão O Grande Teatro do Mundo, A Ceia de Baltazar, O Alcaide de Zalamea, A Vida é um Sonho, O Mágico Prodigioso e O Médico de sua Honra.

Jean-Baptiste Pequelin, nascido em 1622, filho de um estofador e tapeceiro, desviou-se das atividades paternas para adotar a profissão de comediante e se tornou famoso em todo o mundo como Molière, nome da pequena cidade em que representou pela primeira vez e que escolheu como pseudônimo. Ator cômico, por excelência, a falta de repertório adequado ao seu talento o levou a refundir e compor peças divertidas e movimentadas. Escrevendo ora em versos, como Corneille e Racine, ora em prosa, legou ao teatro francês verdadeira obras-primas, com toda uma galeria de tipos admiravelmente bem desenhados, tais como Tartufo, Harpagão, Alceste, etc. Protegido pelo irmão do rei, começou a se apresentar no Teatro Petit-Bourbon, no Louvre, e depois no Palais-Royal, em dias alternados, pois aí também eram dados espetáculos de Commedia dell’Arte, cuja companhia era liderada por Tibério Fiorelli, um famoso Scaramouche, ou Scaramuccia. Em Paris, a primeira de suas peças, que Molière ousou repreentar, foi a farsa Le Docteur Amoreux (O Médico Apaixonado), que obteve sucesso imediato. Depois do fracasso de uma tragédia de Corneille, intitulada Nicomedes, Molière apresentou, no mesmo programa, duas outras peças suas, L’Étourdi, ou Les Contretemps (O Estouvado, ou Os Contratempos) e Le Dépit Amoureux (O Despeito Amoroso). Tentou a tragédia, com uma peça de assunto espanhol, Don Garcia de Navarra, mas fracassou, porque o seu domínio era o da comédia e da farsa. Em 1664, escreveu para uma festa em Versalhes Le Mariage Forcé (O Casamento Forçado, em que o próprio rei, Luís XIV, tomou parte, no papel de um cigano (isso aconteceu cinco anos antes da encenação de Britannicus, de Racine). Entre as peças mais famosas de Molière estão O Misantropo, O Avarento, As Preciosas Ridículas, O Burguês Gentil-Homem, Tartufo, Escola de Mulheres, Escola da Maridos, O Doente Imaginário e Les Femmes Savantes (conhecida na tradução portuguesa como As Sabichonas. Molière morreu a 17 de fevereiro de 1673, aos 51 anos de idade, ao fim de uma representação de O Doente Imaginário. Sua influência se estendeu a todo o mundo ocidental, onde o seu teatro continua a ser até hoje representado. Molière abriu caminho à popularização do teatro, com suas comédias e farsas, de esfuziante comicidade

Fonte: www.aferventus.hpg.com.br

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