Gardnerella vaginalis

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Gardnerella vaginalis – O que é

Infecção bastante comum de origem bacteriana. Afeta sobretudo as mulheres em idade reprodutiva e vida sexual ativa. A infecção tem origem no desequilíbrio da flora da região íntima feminina normal, o que permite a proliferação da bactéria Gardnerella vaginalis.

As causas deste desequilíbrio ainda são controversas: infecção no trato urinário ou infestação da bactéria na uretra do parceiro sexual. Caracteriza-se por corrimento genital de cor branco-acinzentada, de aspecto bolhoso e odor bastante desagradável, mas em geral não há sinal de inflamação.

O órgão genital é colonizada por variado número de bactérias de espécies diferentes que vivem em harmonia com o Lactobacillus sp, sendo a espécie bacteriana predominante no meio da região íntima feminina e responsável pela determinação pH ácido (3,8 a 4,5) que inibe o crescimento das demais espécies bacterianas nocivas à mucosa da região íntima feminina.

A ausência ou baixa na concentração de Lactobacillus sp na flora da região íntima feminina associa-se, significativamente, a processos patogênicos como as vaginoses bacteriana, citolítica e as doenças sexualmente transmissíveis.

Dados da literatura indicam que a vaginose bacteriana está associada a uma síndrome em que há diminuição importante de lactobacilos e aumento dos agentes anaeróbicos, como a Gardnerella vaginalis, Bacteroides sp, Mobiluncus sp, micoplasmas entre outros.

Principalmente entre mulheres em idade reprodutiva e sexualmente ativas

Sinônimos: Vaginite inespecífica. Vaginose bacteriana.
Agente: 
Gardnerella vaginalis.
Complicações/Consequências: 
Infertilidade. Salpingite. Endometrite. Ruptura prematura de placenta
Transmissão: 
Geralmente primária na mulher. Sexual no homem.
Período de Incubação: 
De 2 a 21 dias.
Tratamento: Medicamentoso:
 Metronidazol, Clindamicina.
Prevenção: 
Camisinha.

Gardnerella vaginalis – A doença

É causada pela bactéria Gardnerella vaginalis. Provoca corrimento forte com um odor desagradável principalmente durante a menstruação e nas relações sexuais.

Na verdade esta bactéria existe normalmente na genitária da maioria das mulheres sem causar problemas, mas por motivos desconhecidos podem começar a se proliferar demasiadamente causando infeção.

Gardnerella vaginalis – Descrição geral

Gardnerella vaginalis é uma bactéria que coexiste, em delicado equilíbrio, com outras bactérias na região íntima feminina para mantê-la livre de infecção.

Mas, por várias razões, se houver um desequilíbrio e se desenvolver muita gardnerella, você pode ter uma infecção na região íntima feminina chamada vaginose bacteriana (a causa mais comum de corrimento na região íntima feminina anormal em mulheres em idade fértil).

Gardnerella não é considerada uma bactéria sexualmente transmissível, embora possa ser transmitida de mulher para mulher durante a relação sexual ou para um homem como colonização na uretra masculina (muitas vezes sem sintomas).

Gardnerella vaginalis – Patogenia


Coloração de Gram de Gardnerella vaginalis

Vaginose Bacteriana é caracterizada como uma síndrome que resulta de um supercrescimento da flora anaeróbia obrigatória ou facultativa da genitália, acarretando mau cheiro, sem inflamação aparente.

Na Vaginose Bacteriana a fisiologia do aparelho reprodutor é alterada de maneira quantitativa e qualitativa.

Os microrganismos anaeróbios isolados com maior frequência da secreção na região íntima feminina de mulheres portadoras de Gardnerella vaginalis são: Gardnerella vaginalis, Bacteróides (Prevotellas), Mobilluncus, Peptostreptococcus e Porphyromonas.

A Gardnerella vaginalis é um bastonete Gram variável, pleomórfico, não capsulado, imóvel e anaeróbio facultativo. Cresce melhor em atmosfera de CO2 por 48 horas a 35 -37 ºC.

É sensível ao Metronidazol e quando isolado de cultura pura como no caso de septicemia, deve-se usar ampicilina ou amoxacilina. Sua presença em altas concentrações na Gardnerella vaginalis sugere um papel muito importante nesta síndrome, embora não seja o único agente etiológico.

Os Mobilluncus são bacilos curvos e móveis, anaeróbios estritos, que possuem dois morfotipos:

M. mulieris: Gram negativo, 2,9 micra, em sua maioria sensível ao Metronidazol.
M. curtisii: 
Gram variável, 1,7micra, todos resistentes ao Metronidazol.

Bacteróides, Porphyromonas e cocos anaeróbios: todos estão aumentados na vaginose bacteriana.

O supercrescimento dos microrganismos associados com Gardnerella vaginalis tem várias sequelas: a Gardnerella vaginalis produz ácidos orgânicos (principalmente ácido acético), necessários para a proliferação de anaeróbios. Estes se multiplicam e produzem aminopeptidases, que formarão aminas.

As principais delas são: a putrecina, a cadaverina, a trimelamina. Estas aminas elevam o pH da região íntima feminina. Especialmente a putrecina e a cadaverina, em presença de pH elevado, rapidamente se volatilizam e ocasionam mal cheiro (cheiro de peixe), que é característico das Gardnerella vaginalis. As aminas e os ácidos são citotóxicos, acarretando esfoliação das células epiteliais e por conseguinte corrimento na região íntima feminina com as características células indicadoras ou clue cells.

Anaeróbios vaginais são capazes de inibir a quimiotaxia das células brancas do sangue.

Não se conhece o motivo exato para o supercrescimento da flora anaeróbia, mas existem fatores que podem alterar o ecossistema da região íntima feminina como o uso de antibióticos de amplo espectro, alteração do pH vaginal que se segue à ejaculação ou duchas, traumas vaginais, estados em que há diminuição da produção de estrógeno, etc.

Estas alterações podem levar à infecções pelos agentes que normalmente compõem a flora normal.

Gardnerella vaginalis – Transmissão


Gardnerella vaginalis

Por proliferação descontrolada da bactéria no organismo da mulher, devida à contaminação por organismos do reto, infecção urinária e alteração do pH vaginal.

Em menor medida, o homem pode ter colonização de Gardnerella na uretra e infectar a mulher.

Os mecanismos de transmissão da Gardnerella vaginalis não estão claros. Algumas evidências sugerem que como infecção do trato urinário, é resultado da colonização vaginal por organismos retais.

Mesmo assim é uma rara causa de infecção do trato urinário

Outros sugerem transmissão sexual. Num recente estudo o número de parceiros sexuais estava diretamente ligado a ocorrência de Gardnerella vaginalis. Cerca de 90% dos parceiros de mulheres com Gardnerella vaginalis tem colonização uretral por Gardnerella vaginalis, mas não está associado com manifestações clínicas.

Na gravidez a Gardnerella vaginalis tem sido associada com parto prematuro, ruptura prematura de membranas e corioamnionite.

Gardnerella é um isolado comum do sangue de mulheres com febre pós-parto e febre pós-aborto.

Gardnerella vaginalis – Sinais e Sintomas

Geralmente se apresentam nas mulheres ; a maior parte dos homens permanece assintomática.

Há corrimento abundante ou não, com odor fétido semelhante a peixe, que piora após a relação sexual e durante a menstruação. O aspecto do corrimento é branco-acinzentado, de aspecto cremoso ou bolhoso.

Pode ocorrer queimação ou ardência.

Geralmente se apresentam nas mulheres ; a maior parte dos homens permanece assintomática.
Há corrimento abundante ou não, com odor semelhante a peixe, que piora após a relação sexual e durante a menstruação.
O aspecto do corrimento é branco-acinzentado, de aspecto cremoso ou bolhoso.
Pode ocorrer queimação ou ardência.

Gardnerella vaginalis – Sinais

São quatro os sinais clínicos da Gardnerella vaginalis: presença de células indicadoras ou clue cell, pH maior que 4,5, odor característico de peixe e corrimento vaginal abundante, esbranquiçado, homogêneo e não aderente.

Estes critérios individualmente apresentam sensibilidade e especificidade variáveis, mas a presença de pelo menos três dos quatro critérios, separam as pacientes com a síndrome daquelas pacientes sadias.

Gardnerella vaginalis é uma das bactérias implicadas no desenvolvimento da vaginose bacteriana, muitas mulheres (>50%) com esta infecção vaginal não apresentam sinais ou sintomas, quando estes estão presentes são mais frequentemente:

Corrimento vaginal, cinza, branco ou verde, com forte odor desagradável
Forte odor vaginal e cheiro de peixe após o sexo
coceira vaginal
Ardência durante a micção
Sangramento vaginal após o sexo

Gardnerella vaginalis também pode ser responsável por infecções graves (sepse, infecções de feridas) em locais diferentes daqueles associados ao trato genital ou obstetrícia, esses casos são muito raros, mas foram relatados, inclusive em homens.

Gardnerella vaginalis – Diagnóstico


Gardnerella vaginalis

Por exame da secreção vaginal (coloração Gram, Papanicolau) no qual os bacilos aderidos às células epiteliais são identificados. Por avaliação das características clínicas do corrimento e pelo pH vaginal maior que 4,5.

O exame da secreção vaginal através do Gram é mais relevante para o diagnóstico de Gardnerella vaginalis que o isolamento da Gardnerella vaginalis, porque esta bactéria é frequentemente parte da flora endógena vaginal.

O esfregaço corado ao Gram permite uma melhor avaliação da flora vaginal e sua preservação permite sua utilização em exames comparativos posteriores assim como a coloração pelo método de Papanicolau.

Gardnerella vaginalis – Tratamento

Procura-se abordar os sintomas e restabelecer o equilíbrio da flora vaginal. São empregados cremes vaginais, antibióticos orais e duchas vaginais anti-sépticas.

Geralmente os parceiros são tratados quando há recidiva da infecção.

Possíveis Complicações

No homem é possível evoluir para balanite ( inflamação do prepúcio e glande ).

Nas mulheres as complicações mais graves são verificadas na gravidez, quando há possibilidade de corioamnionite, parto prematuro e endometrite pós-parto.

Raramente a infecção pode relacionar-se a endometrite, salpingite, infecção do trato urinário e neoplasia cervical.

Infertilidade
Salpingite
Endometrite
Ruptura prematura da membrana
Aumento do risco de infecção pelo HIV se houver contato com o vírus
Há aumento também do risco de se contrair outras infecções como a gonorréia, trichomoníase, etc;
Durante a gestação pode ser causa de prematuridade.

Gardnerella vaginalis – Prevenção

Uso de preservativo
Evitar duchas vaginais, exceto sob recomendação médica
Limitar número de parceiros sexuais
Controles ginecológicos periódicos.

Fonte: www.museu.com.br/servidor3.fes.br/microbiologie-clinique.com/www.arquivomedico.hpg.ig.com.br

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