Dante Alighieri

Dante Alighieri – Vida

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Nascimento: 1 de junho de 1265, Florença, Itália.

Falecimento: 14 de setembro de 1321, Ravena, Itália.

Dante Alighieri nasceu em Florença no ano de 1265.

Ele é considerado um dos mais importantes poetas italianos e também um dos escritores mais brilhantes dos tempos medievais europeus antigos. Infelizmente, muito pouco se sabe de sua vida.

Ele foi para a escola franciscana no Convento de Santa Croce e mais tarde frequentou a Escola Dominicana de Santa Maria Novella.

De acordo com registros, foi certificado que ele foi treinado em Florença por Brunetto Latini, um orador muito notável e filósofo.

Dante residia em Bolonha até 1285 e estudou Direito na universidade lá.

Durante este tempo, ele apareceu com seu primeiro e mais importante trabalho, La Vita Nuova (“Vida Nova”), que é freqüentemente citado como um dos mais requintadamente escrito exemplos de Dolce Stil Nuovo, que é um moderno florentino e uma tradicional poesia estilo de escrita em Volgare, conhecido como um dialeto informal. A potência que este estilo de escrita exala o torna um exemplo clássico da poesia Europeia.

De 1285 até 1301, Dante disse ter realizado diversos cargos políticos importantes em sua cidade natal de Florença, embora mais tarde ele foi proibido em 1302.

A parte posterior de sua vida foi passada no exílio com Bartolomeo della Scala, em Verona, entre vários outros.

Durante 1304-5, Dante criou o “De vulgari eloquentia libri duo”, que consistia em dois volumes sobre os benefícios da língua italiana.

De 1303-1308, ele também trabalhou extensivamente sobre o fragmento de “Ill Convivio”, que continha 15 ensaios. Eles deram uma visão muito holística do conhecimento do período de tempo e também o conhecimento do escritor.

Cerca de 1307, Dante começou a trabalhar em sua obra-prima mais ambicioso, “La Divina Commedia” (“A Divina Comédia”), que ele conseguiu terminar em 1321, pouco tempo antes de sua morte. O poema explica a jornada de um narrador em primeira pessoa pelo inferno e o céu, de onde ele vem em um encontro com as almas de figuras históricas antigas.

Dante Alighieri é o “Pai da língua italiana,” é, com Petrarca e Boccaccio, um dos “três coroas” que obrigaram o toscano como língua literária.

Maior poeta (“É sommo poeta”, ou simplesmente “É poeta”) da Idade Média, ele é o autor da Divina Comédia, a maior obra escrita nessa língua e uma das obras-primas da literatura Mundial.

Dante Alighieri era um poeta italiano e filósofo moral mais conhecido pelo poema épico A Divina Comédia, que compreende seções que representam os três níveis de vida após a morte cristã: purgatório, céu e do inferno.

Este poema, uma grande obra de literatura medieval e considerado a maior obra de literatura composta em italiano, é uma visão cristã filosófico do destino eterno da humanidade. Dante é visto como o pai da italiana moderna, e seus trabalhos têm florescido desde antes de sua morte, 1321.

Dante Alighieri – Obras

Dante Alighieri
Dante Alighieri

Dante Alighieri nasceu em Florença em 1265 de uma família da baixa nobreza. Sua mãe morreu quando era ainda criança e seu pai, quando tinha dezoito anos.

Pouco se sabe sobre a vida de Dante e a maior parte das informações sobre sua educação, sua família e suas opiniões são geralmente meras suposições. As especulações sobre a sua vida deram origem à vários mitos que foram propagados por seus primeiros biógrafos, dificultando o trabalho de separar o fato da ficção. Pode-se encontrar muita informação em suas obras, como na Vida Nova (La Vita Nuova) e na Divina Comédia (Commedia).

Na Vida Nova Dante fala de seu amor platônico por Beatriz (provavelmente Beatrice Portinari), que encontrara pela primeira vez quando ambos tinham 9 anos e que só voltaria a ver 9 anos mais tarde, em 1283. Nos tempos de Dante, o casamento era motivado principalmente por alianças políticas entre famílias. Desde os 12 anos, Dante já sabia que deveria se casar com uma moça da família Donati. A própria Beatriz, casou-se em 1287 com o banqueiro Simone dei Bardi e isto, aparentemente, não mudou a forma como Dante encarava o seu amor por ela.

Provavelmente em 1285, Dante casou-se com Gemma Donati com quem teve pelo menos três filhos. Uma filha de Dante tornou-se freira e assumiu o nome de Beatrice.

Em 1290, Beatriz morreu repentinamente deixando Dante inconsolável. Esse acontecimento teria provocado uma mudança radical na sua vida o levando a iniciar estudos intensivos das obras filosóficas de Aristóteles e a dedicar-se à arte poética.

Dante foi fortemente influenciado pelos trabalhos de retórica e filosofia de Brunetto Latini – um famoso poeta que escrevia em italiano (e não em latim, como era comum entre os nobres), tendo também se beneficiado da amizade com o poeta Guido Cavalcanti – ambos mencionados na sua obra. Pouco se sabe sobre sua educação. Segundo alguns biógrafos, é possível que tenha estudado na universidade de Bologna, onde provavelmente esteve em 1285.

A Itália no tempo de Dante estava dividida entre o poder do papa e o poder do Sagrado Império Romano. O norte era predominantemente alinhado com o imperador (que podia ser alemão ou italiano) e o centro, com o papa.

A Itália, porém, não era um império coeso. Não havia um único centro de poder. Havia vários, espalhados pelas cidades, que funcionavam como estados autônomos e seguiam leis e costumes próprios. Nas cidades era comum haver disputas de poder entre grupos opositores, o que freqüentemente levava a sangrentas guerras civis. Florença era, na época, uma das mais importantes cidades da Europa, igual em tamanho e importância a Paris, com uma população de mais de 100 mil habitantes e interesses financeiros e comerciais que incluíam todo o continente.

A política nas cidades representava os interesses de famílias. A afiliação era hereditária. A família de Dante pertencia a uma facção política conhecida como os guelfos (Guelfi) – representados pela baixa nobreza e pelo clero – que fazia oposição a um partido conhecido como os guibelinos (Ghibellini) – representantes da alta nobreza e do poder imperial. Os nomes dos dois grupos eram originários de partidos alemães, porém os ideais políticos eram um mero pretexto para abrigar famílias rivais. Florença se dividiu em guelfos e guibelinos quando um jovem da família Buondelmonti não cumpriu uma promessa de casamento com uma moça da família Amadei e foi assassinado. As famílias da cidade tomaram partido por um lado ou por outro e Florença se dividiu em guelfos e guibelinos.

Dante nasceu em uma Florença governada pelos guibelinos, que haviam tomado a cidade dos guelfos na sangrenta batalha conhecida como Montaperti (monte da morte), em 1260. Em 1289, Dante lutou com o exército guelfo de Florença na batalha de Campaldino, onde os florentinos venceram os exércitos guibelinos de Pisa e Arezzo, e recuperaram o poder sobre a cidade.

Na época de Dante, o governo da cidade era exercido por representantes eleitos de corporações de operários, artesãos, profissionais, etc. chamadas de guildas.

Dante se inscreveu na guilda dos médicos e farmacêuticos e disputou as eleições em Florença, tendo sido eleito em 1300 como um dos seis priores (presidentes) do Conselho da Cidade.

A maior parte do poder em Florença estava então nas mãos dos guelfos – opositores do poder imperial. Mas o partido em pouco tempo se dividiu em duas facções. A causa foi novamente uma rixa entre famílias, desta vez, importada da cidade de Pistóia. Os Cancellieri era uma grande família de Pistóia, descendentes de um mesmo pai que tivera, durante sua vida, duas esposas. A família Cancellieri se dividiu quando um membro desajustado da família assassinou o tio e cortou a mão do primo. Os descendentes da primeira esposa do Cancellieri, que se chamava Bianca, decidiram se apelidar de Bianchi. Os rivais, que defendiam o jovem assassino, se apelidaram de Neri (negros) em espírito de oposição. A briga tomou conta de Pistóia e a cidade acabou sofrendo intervenção de Florença, que levou presos os líderes dos grupos rivais. Mas as famílias de Florença não demoraram a tomar partido e, por causa de uma briga de rua, a divisão se espalhou pela cidade, dividindo os guelfos em negros e brancos.

Depois de criados, os partidos assumiram posições políticas. Os guelfos brancos, moderados, respeitavam o papado mas se opunham à sua interferência na política da cidade. Já os guelfos negros, mais radicais, defendiam o apoio do papa contra as ambições do imperador, que era apoiado pelos guibelinos.

Os priores de Florença (entre eles Dante) viviam em constante atrito com a igreja de Roma que, sob o governo do papa Bonifácio VIII, pretendia colocar toda a Itália sob a ditadura da igreja. Em um dos encontros com o papa, onde os priores foram reclamar da interferência da igreja sobre o governo de Florença, Bonifácio respondeu ameaçando excomungá-los. A briga entre os Neri e Bianchi tornou-se cada vez mais intensa durante o mandato de Dante até que ele teve que ordenar o exílio dos líderes de ambos os lados para preservar a paz na cidade. Dante foi extremamente imparcial, incluindo, entre os exilados, um dos seus melhores amigos (Guido Cavalcanti) e um parente de sua esposa (da família Donati).

No meio da confusão entre os guelfos de Florença, o papa decidiu enviar Carlos de Valois (irmão do rei Felipe da França) como pacificador para acabar com a briga entre as facções. A suposta ajuda, porém, revelou ser um golpe dos Neri para tomar o poder. Eles ocuparam o governo de Florença e condenaram vários Bianchi ao exílio e à morte. Dante foi culpado de várias acusações, entre elas corrupção, improbidade administrativa e oposição ao papa. Foi banido da cidade por dois anos e condenado a pagar uma alta multa. Caso não pagasse, seria condenado à morte se algum dia retornasse a Florença.

Dante Alighieri
Dante no Exílio. Anônimo. Archivo Iconográfico S. A., Itália

No exílio, Dante se aproximou mais da causa dos guibelinos (o império), à medida em que a tirania do papa aumentava. Ele passou o seu exílio em Forlì, Verona, Arezzo, Veneza, Lucca, Pádua (e também provavelmente em Paris e Bologna). Em 1315 voltou a Verona e dois anos depois fixou-se em Ravenna. Suas esperanças de voltar a Florença retornaram depois que o sucessor de Bonifácio VIII chamou à Itália o imperador Henrique VII. O objetivo de Henrique VII era reunir a Itália sob seu reinado. Porém a traição do papa, que ainda alimentava a idéia de ter um império próprio, seguida por uma nova vitória dos Neri e a morte de Henrique VII três anos depois enterraram de vez as suas esperanças.

Na obra La Vita Nuova, seu primeiro trabalho literário de importância, iniciado pouco depois da morte de Beatriz, Dante narra a história do seu amor por Beatriz na forma de sonetos e canções complementadas por comentários em prosa.

Durante o seu exílio Dante escreveu duas obras importantes em latim: De Vulgari Eloquentia, onde defende a língua italiana, e Convivio, incompleto, onde pretendia resumir todo o conhecimento da época em 15 livros. Apenas os quatro primeiros foram concluídos.

Escreveu também um tratado: De Monarchia, onde defendia a total separação entre a Igreja e o Estado. A Commedia consumiu 14 anos e durou até a sua morte, em 1321, ocorrida pouco após a conclusão do Paraíso. Cinco anos antes de sua morte, foi convidado pelo governo de Florença a retornar à cidade. Mas os termos impostos eram humilhantes, semelhantes àqueles reservados à criminosos perdoados e Dante rejeitou o convite, respondendo que só retornaria se recebesse a honra e dignidade que merecia. Continuou em Ravenna, onde morreu e foi sepultado com honras.

Dante Alighieri – Divina Comédia

Dante Alighieri
Dante Alighieri

Nascido em Florença (maio ou junho de 1265), Dante pertenceu a uma família de pequena nobreza, graças ao título de cavaleiro, outorgado a seu trisavô Cacciaguida, pelo imperador Conrado III.

A família, de condição modesta, vivia do comércio local, de câmbio e pequenos empréstimos: uma típica família florentina dos séculos XII e XIII. As reviravoltas da Cida política foram a causa do exílio de Bellincione, o avô de Dante.

Aos 5 anos de idade perdeu a mãe. Tempos depois morre o pai, comerciante que fez maus negócios. Dante, então, torna-se chefe de família, aos 16 ou 17 anos.

Recebera instrução que se ministrava aos jovens florentinos de sua condição social: instrução primária – gramática e retórica – na casa de um pedagogo, e, depois, o ensino do “trivium” e do “quadrivium” na escola da igreja episcopal.

Dante parece não haver se interessado pelos negócios comerciais da família.

Muito cedo, ele se consagra à poesia: o soneto “A ciascun’alma presa” que encabeça a Vita Nuova, parece ter sido escrito em 1283. Nos estudos, dedica-se, de início, aos literários, filosóficos e teológicos (1290-1294). Depois de passar, talvez, pela Universidade de Bolonha (1287), ele freqüenta intelectuais florentinos, particularmente Brunetto Latini (consagrado escritor florentino) e Guido Cavalcanti (que lhe possibilita ingressar numa camada da sociedade inacessível a sua pequena nobreza), recebendo bastante influência na obra. Assimila a retórica clássica e medieval, a cultura francesa, a poesia cortês siciliana e toscana.

Em 1289, as obrigações militares interrompem a sua atividade literária, já que toma parte nas batalhas de Campaldino e de Caprona. Em 1290, reinicia os estudos, voltando-se para a filosofia, principalmente Cícero e Boécio, e para a teologia, na escola de religiosos de Santa Croce e de Santa Maria Novella.

Os interesses de Dante, no entanto, não se limitam aos estudos.

Em 1295, aos trinta anos, passa a tomar parte na política florentina, à beira da guerra civil. A motivação foram as novas medidas que devolviam os direitos civis aos nobres, com a condição de que se inscrevessem numa corporação. Dante inscreve-se imediatamente na dos médicos e farmacêuticos.

Até o ano de 1300, participa ativamente da vida política de Florença, tendo assento em diversos conselhos e é encarregado de missões diplomáticas importantes.

Dante faz-se notar pela política firme contra os “magnati” e pela oposição aos Pretos, os quais, como seu chefe Corso Donati, sustentavam na Toscana as ambições políticas do Papado.

O engajamento político não retirará Dante da criação poética: ele compõe a Vita Nuova (1293-1295).

Em 1300, é eleito membro do Colégio dos Priores. Neste cargo ficou 2 meses, juntamente com outros 5 priores que exerciam o colegiado do poder executivo de Florença. Seu priorado á assinalado por sangrentos motins, que causam o exílio dos principais chefes dos Pretos e dos Brancos – entre estes últimos achava-se Guido Cavalcanti. Porém, como a entrada em Florença de Charles de Valois, que fora enviado pelo Papa para pacificar as dissensões entre as facções adversárias – os Pretos e os Brancos –, o partido dos Pretos triunfa e toma o poder. Dante, que pertence ao partido dos Brancos, derrotado, acusado de corrupção, improbidade administrativa e oposição ao Papa.

De acordo com os relatos, Dante, que havia ido a Roma para uma audiência com o Papa, não teve oportunidade sequer de retornar antes de sua condenação, em janeiro de 1302.

Sentenciado a uma pena pecuniária, a dois anos de prisão e à perda dos direitos civis e, principalmente, a justificar-se perante um tribunal por sua ação política contra os Pretos, Dante não teve a ingenuidade de apresentar-se: era o exílio. Condenado à morte por contumácia, em março de 1302, nunca mais iria rever Florença.

Em 1304, Dante rompe definitivamente com os Brancos exilados, ao dar-se conta de que eles estão animados apenas pelo facciosismo. Até 1309, vive entregue a uma vida errante pelas cidades de Forlì, Bolonha, Treviso, Pádua, Veneza, Lunigiana, no Casentino e em Lucca. Com a falta de dinheiro, é obrigado a recorrer a empréstimos de um meio-irmão, Francesco, um modesto comerciante.

Os primeiros anos no exílio, entretanto, são preenchidos com enorme trabalho de criação literária: canções doutrinais e morais, cartas em latim; o tratado filosófico O Banquete – uma obra inacabada, composta de três odes, um ensaio lingüístico, De Vulgari Eloquentia (1303-1304), em que defende a língua italiana; Convívio (1304), obra projetada para 15 volumes, sobre a importância da cultura, mas da qual só escreveu 3; e, ao que parece, é em 1304 que começa a Divina Comédia.

De 1309 a 1312, o poeta alimenta esperanças na empresa do Imperador Henrique VII que, desejando pôr termo às ambições do Papado, prepara sua ida à Itália. Dante escreve-lhe três cartas em latim, empenhando-se na viagem. A morte de Henrique VII, em 1313, fazem desmoronar as esperanças.

A partir de 1315, fixa-se em Verona por dois anos, na corte de Cangrande della Scala. Ali faz a revisão de “Inferno”, divulgado desde fins de 1314, escreve “Purgatório”, que começa a circular em 1315 e começa o “Paraíso”. Nessa ocasião redige a carta de dedicatória do “Paraíso” a Cangrande e a “Monarchia” (1317).

Em 1316, recebe o perdão do exílio e é convidado pelo governo a retornar a Florença, mas as condições impostas são humilhantes, semelhantes àquelas reservadas aos criminosos. Dante rejeita o convite. Em represália à sua negativa, recebe nova condenação, dessa vez extensiva aos filhos.

Em 1318, deixa Verona, que é agitada por conflitos políticos. Vai para Ravena, na corte de Guido Novello da Polenta. É nesse momento que conclui o “Paraíso” e quando escreve “Quaestio de Aqua et Terra”, versão pouco alongada da aula ministrada pelo poeta sobre a questão de não poder a água, em altura, superar a terra imersa. O cenário de intelectuais e de seus filhos, condenados que tinham sido à morte, permite-lhe se dedicar ainda à escrita, redigindo duas “Éclogas”.

Em 1321, ao regressar de uma embaixada, desempenhada em Veneza por conta de Guido da Polenta. Dante adoece e é vencido pela malária. Morre em Ravena na noite de 13 para 14 de setembro de 1321. Foi sepultado na Igreja de São Francisco.

DANTE E BEATRIZ

Dante Alighieri
Beatriz

Segundo o relato da Vita Nuova, Dante, já órfão de mãe, ainda criança – aos nove anos de idade – conhece Beatriz, da mesma idade, por quem se apaixona.

Nessa época, os casamentos são motivados por alianças políticas entre as famílias. Aos doze anos, Dante já está prometido em casamento a uma moça da família Donati.

Quando o pai falece, Dante reencontra Beatriz, por quem nutre um amor platônico, intenso e infeliz. Mas ela, assim como ele, também já está prometida em casamento.

Assim, em 1285 (aos 20 anos de idade, portanto), Dante se casa com Gemma di Manetto Donati, com quem teria quatro filhos: Jacopo, Pietro, Giovanni e Antonia. Sua filha se tornaria freira e assumiria o nome de Beatriz.

Em 1287, com 22 anos, Beatriz casa-se com o banqueiro Simone dei Bardi.

A forma como Dante encara o amor por sua musa, entretanto, não se modifica: ela será a dama por quem ele estará apaixonado até o fim de seus dias.

Embora quase nada se saiba sobre ela, parece não haver existido nenhuma relação séria entre ambos.

Em 1290, aos 24 anos, Beatriz morre, prematuramente, deixando Dante inconsolável. Do período imediato à sua morte, pouco se sabe, a não ser que teria se entregado a uma vida dissoluta. Depois de uma mudança radical, passa a dedicar-se à filosofia e literatura, e o amor platônico por sua musa está expresso em Vita Nuova (“A Vida Nova”). Escrito por volta de 1293, é uma coleção de sonetos e canções dedicados a Beatriz, complementados por um comentário em prosa, que elucida o leitor sobre as circunstâncias em que os poemas foram escritos e o estado de alma do poeta. Essa obra revela influência dos trovadores do sul da França, já que o trovadorismo na região começou a florescer nos séculos XII e XIII.

Data deste período (1293-1295), época em que escreve Vita Nuova, o desvio do reto caminho, de que se declarará culpado – o que fornece o ponto de partida da narração de A Divina Comédia, mas sem nunca especificá-lo.

Presume-se que se trate de uma tríplice infidelidade: à recordação de Beatriz (como o comprovariam os sonetos escritos para Fioretta, Pargoletta e Petra), à doutrina do amor sublimado, ao “dolce stil nuovo”.

Quando Dante falece, junto ao leito de morte encontra-se a filha Antonia, a freira Beatriz.

Alguns críticos buscam na obra de Dante elementos biográficos, porém estudos revelam que as aparentes confissões, na verdade, correspondem a esquemas literários e procedimentos de composição. O caráter retórico da obra impede que se estabeleça uma relação entre obra e realidade biográfica.

Assim, os encontros de Dante e Beatriz, aos 9 e depois aos 18 anos, na nona hora do dia, não têm o menor valor histórico: trata-se apenas do mito poético de Dante e o seu itinerário interior.

Suas obras:

Divina Comédia (obra mais importante e mais conhecida)
De Vulgari Eloquentia (“Sobre a Língua vulgar”)
Vita Nova (“Vida Nova”)
Le Rime – (“As rimas”)
Il Convivio – (“O Convívio”)
Monarchia – (“Monarquia”)
“As Epístolas”
“Éclogas”
“Quaestio” de aqua et terra”

Dante Alighieri – Escritor

Dante Alighieri
Dante Alighieri

Escritor italiano.

Estuda Teologia e Filosofia e conhece profundamente os clássicos latinos e os filósofos escolásticos.

Pertencente ao Partido Guelfo, luta na Batalha de Campaldino contra os Gibelinos.

Cerca de 1300 inicia a carreira diplomática e, em 1302, é encarcerado por causa das suas atividades políticas. Inicia-se então a segunda etapa da sua vida: o exílio definitivo, pois não dá acolhimento às amnistias de 1311 e 1315.

Afastado de Florença, vive em Verona e em Lunigiana. Posteriormente, e seguindo as vicissitudes da política dos principados italianos, reside também em Ravena, onde morre. Apesar de ser casado, Beatriz, dama florentina, é o seu amor platónico e a personagem central da sua obra.

A Vida Nova é uma coleção de sonetos e canções dedicada à sua dama idealizada, Beatriz.

Mas a grande obra de Dante é a Divina Comédia, grandioso poema alegórico, filosófico e moral que resume a cultura cristã medieval.

A sua estrutura reproduz as concepções cosmológicas e teológicas da época.

É uma obra de rica simbologia mística: Beatriz, convertida em ideia espiritual após a sua morte, personifica a teologia ou sabedoria divina, com a qual a alma percorre as vias da razão até alcançar a graça e a união com Deus. Mas tudo isso está impregnado das ideias e crenças de Dante, das suas recordações e esperanças, dos seus amores e ódios, da poderosa inspiração e da personalidade deste formidável escritor.

Dante Alighieri – Biografia

Dante Alighieri
Dante Alighieri

Escritor italiano, nascido na Florença. Um dos poetas de grande gênio no ocidente, Dante escreveu uma das mais fundamentais obras na literatura universal, A Divina Comédia. Dante nasceu em meio a uma família de classe média, tendo, por meio de sua formação educacional, entrando em contato com os clássicos da literatura cristã. Sob a orientação de Brunneto Latini, Dante é iniciado nas leituras de Estácio, Ovídio e Vergílio.

Em sua juventude, o escritor se engajou nas lutas políticas locais da cidade, a qual apresentava uma intensa e agitada vida pública. O escritor tornou-se prior da administração da cidade.

Na divisão do partido dos guelfos, surgiram as facções branca e negra, a primeira moderada e a segunda radical. Dante enquadrou-se nos moderados e sua participação política se canalizou para as lutas contra as ambições políticas do papa Bonifácio VIII, que pretendia estender seu domínio. Com a vitória dos negros, Dante é exilado em 1302, indo para Roma, de onde jamais voltaria.

Exilado, Dante passa pelo período mais sombrio de sua vida, embora também o período mais prolífico de sua criação. A grande reputação literária de Dante repousa na Divina Comédia, obra que escreveu no exílio, iniciada entre os anos 1307 e 1314, sendo finalizada pouco tempo antes de sua morte, em 1321.

Fonte: www.biography.com/www.estacio.br/www.famousauthors.org/members.fortunecity.com

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