Robert Schumann

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Nascimento: 8 de junho de 1810, Zwickau, Alemanha.

Falecimento: 29 de julho de 1856, Bonn, Alemanha.

Cônjuge: Clara Schumann (de 1840 a 1856).

Naturalidade: Zwickau, Saxónia (atual Alemanha)

Estado Civil: casou em 1840 com a brilhante pianista Clara Wieck, filha do seu professor de piano Friedrich Wieck, que se opôs violentamente ao casamento.

Habilitações: estudou Direito nas universidades de Leipzig e Heidelberga, mas, tendo iniciado a sua educação musical aos 6 anos, foi à música, e também à literatura que dedicou a sua vida. Foi compositor, foi crítico de música e deu aulas de composição e
piano no Conservatório de Leipzig.

Data de Óbito: 29 de Julho de 1856, num asilo psiquiátrico em Endenich (perto de Bona).

Robert Schumann
Robert Schumann

Robert Schumann, compositor alemão, esteta e um crítico de música de renome foi talvez o compositor mais influente da era romântica.

Suas obras frequentemente incorporados elementos autobiográficos e geralmente tinham descritivos títulos, textos ou programas.

Como um escritor e um crítico, ele desempenhou um grande papel na popularização alguns dos principais compositores de sua época.

A característica mais marcante da obra de Robert Schumann foram suas ligações com a literatura.

Enquanto várias de suas composições retratam personagens ou cenas de poemas, romances e peças de teatro, há outros que são como palavras cruzadas musicais com assinaturas de chave ou temas musicais que se referem a pessoas ou lugares aqueles eram importantes para ele.

Suas canções são disse para estar entre alguns dos melhores já escritos.

Além de músicas, ele também escreveu sinfonias, concertos e música de câmara.

Ele sofria de crises de depressão e muitas vezes experimentou mudanças de humor que é evidente em um monte de sua música.

O piano foi sempre o seu instrumento de eleição, no entanto, problemas nos dedos condenaram desde cedo a sua carreira de pianista.

Em 1832 ficou com a mão permanentemente defeituosa devido a um mecanismo que inventou para imobilizar o quarto dedo enquanto estudava ou talvez também devido ao mercúrio que tomava enquanto tratamento para a sífilis.

Estes problemas associados a fortes tendências depressivas e até suicidas (possivelmente acentuadas pela sífilis) acompanharam a vida do compositor. Já perto do fim, entrou em crise profunda e, depois de se ter atirado ao rio Reno, passou os últimos dois anos num asilo psiquiátrico onde acabou por morrer.

Obras

Sinfonias

Sinfonia No 1 em si bemol maior: Primavera (1841)
Sinfonia No 3 em mi bemol maior: Renana (1850)
Sinfonia No 4 em ré menor (1841)

Piano

Carnaval (1835)
Peças fantásticas (1837)
Estudos sinfónicos (1837)
Kinderszenen (Cenas da infância) (1838)
Kreisleriana (1838)

Lied

Canções de Heine (1840)
Amor de poeta (1840)
Amor e vida de mulher (1840)
Canções de Eichendorff (1840)

Concertos

Concerto para piano em lá menor (1845)
Quinteto para piano e cordas em mi bemol maior (1842)

Em 27 de fevereiro de 1854, ele se jogou nas águas geladas do Reno.

Após seu resgate, ele entrou voluntariamente um asilo. Embora tivesse períodos de lucidez, sua condição deteriorou-se, e ele morreu ali em 1856, provavelmente de sífilis terciária.

A partir do momento da morte de seu marido, Clara dedicou-se principalmente à interpretação de obras de seu marido, mas quando em 1856 ela visitou pela primeira vez a Inglaterra os críticos receberam a música de Schumann com um coro de desaprovação.

Ela voltou para Londres em 1865 e continuou sua visita anualmente, com exceção de quatro temporadas, até 1882; e 1885-1888, ela apareceu em cada ano.

Ela tornou-se o editor autorizada de obras de seu marido para Breitkopf e Härtel.

Robert Schumann – Músico

Robert Schumann
Robert Schumann

Robert Alexander Schumann, músico e pianista alemão, nasceu em 8 de junho de 1810 na cidade de Zwickau, Alemanha, e faleceu em 29 de junho de 1856, em Bonn, Alemanha.

A partir de 1830 passa a dedicar-se exclusivamente à música. Em 1832 um misterioso incidente envolvendo um suposto mecanismo, por ele inventado para dar mais independência aos dedos, fez com que Schumann perdesse os movimentos do quarto dedo da mão esquerda. Alguns estudiosos dizem que o compositor, na verdade, teve os movimentos das mãos prejudicados em função de um remédio para sífilis.

Tendo o sonho de se tornar um solista interrompido por este destino infortuno, começou a se interessar mais pela composição. Sua tendência era revolucionária na época, não gostava das áridas escolas do contraponto e da harmonia. Teve na análise das obras de Mozart, Schubert e Beethoven, dentre outros, sua principal influência composicional.

Em conjunto com amigos e intelectuais da época fundou o Neue Zeitschrift für Musik. Um jornal voltado para a música, em 1834. Nos dez anos em que esteve à frente deste, teve uma rica produção artística.

Foi Diretor Musical na cidade de Düsseldorf – Alemanha em 1850.

Foi forçado a renunciar o cargo em 1854, devido ao seu estado avançado de doença mental, que o afligia desde pequeno, causado por uma séria inflamação do ouvido, tendo tentado suicídio nesse ano.

Acabou internando-se num asilo e veio a falecer em 29 de junho de 1856 no Asilo de Endenich, perto de Bonn, Alemanha.

Robert Schumann – Vida

 

Robert Schumann
Robert Alexander Schumann

Robert Alexander Schumann nasceu a 8 de junho de 1810, em Zwickau, Saxônia, Alemanha. No mesmo ano, Beethoven chegava aos quarenta anos, Schubert contava treze, Mendelssohn, apenas um; nascia Chopin. Liszt nasceria no ano seguinte.

O pai do compositor, Friedrich August Schumann ganhava a vida como livreiro. Mas suas atividades preferidas eram devorar os livros de sua livraria, traduzir os poemas de Byron e escrever novelas góticas. Sua mãe, Johanna Christina Schumann , era quem, de fato, dirigia a livraria.

Schumann, o caçula, tinha quatro irmãos: Eduardo, Carlos, Júlio e Emília.

Sobre a educação de Robert, sabe-se que, aos seis anos ingressou na escola primária e que aos dez anos foi transferido para o Liceu de Zwickau, onde permaneceu até 1828. No curso secundário, apreciava, sobretudo, o grego e o latim. Os autores antigos, de Homero a Tácito, passando pôr Platão e Sófocles, ele os conhecia profundamente. Contudo, mais decisivos para a sua formação foram o hábito de ler (os livros da livraria), e os contatos com os intelectuais que se reuniam com seu pai – na livraria…

Leitor insaciável, Robert devorou os poetas e novelistas românticos, mas sua preferência recaía sobre o mais modesto e obscuro poeta alemão, Jean-Paul Richter, que exerceu profunda influência sobre Schumann. Jean-Paul foi um dos percursores da tensão entre os opostos que caracterizou o Romantismo.

Todos os jovens poetas o idolatravam e Schumann o venerava: “Se todos lessem Jean-Paul, seríamos melhores (…)”; ” Schubert será sempre o meu único porque tem tudo em comum com o meu único Jean-Paul”.

Neste período Schumann escreveu muito, sempre sob a influência de Jean-Paul: poemas, cartas, novelas se sucediam, criando-lhe uma angustiante necessidade de opção: ser poeta ou músico?

O despertar de seu talento musical ocorreu cedo. Aos sete anos seu pai providenciou para que o menino estudasse com Johann Kuntzsch, autodidata que lecionava no liceu e tocava órgão na igreja de Santa Maria. Não era um grande músico, mas serviu para estimular o futuro compositor. Meses mais tarde, Robert já escrevia pequenas danças.

Aos nove anos, o pai levou-o a um recital do grande pianista Moscheles. O acontecimento causou-lhe profunda e duradoura impressão.

Aos doze anos formou um pequeno conjunto com seus amigos de escola (dois violinos, duas flautas, duas trompas e um clarinete) para tocar na escola e nas casas de família.

Quando tinha quinze anos, Kuntzch reconheceu nada mais ter a lhe ensinar. Em vista disso, seu pai pediu ao compositor Weber para aceitá-lo como aluno. Mas,ocupado com sua ópera Oberon, não pôde atender o pedido.

Pouco depois da negativa de Weber, uma tragédia se abateu sobre a família: em 1826, sua irmã Emília, mentalmente enferma, suicidou-se num acesso de loucura.

O pai, cuja saúde não caminhava bem, não teve forças para suportar o choque e faleceu no mesmo ano. De um só golpe, o jovemSchumann perdia sua irmã, que amava ternamente, e seu pai, seu mais fiel amigo. Profundamente abatido, entregou-se à melancolia, à passividade, a pressentimentos mórbidos.

Mas ele precisava continuar seus estudos e desenvolver musicalmente.Quanto ao primeiro ponto, sua mãe decidiu que ele deveria cursar direito.

Assim, em 1828, Schumann ingressou na Faculdade de Direito de Leipzig. Quanto à música, o compositor tornou-se aluno de Friedrich Wieck, um famoso professor de piano, e pai de Clara, uma talentosa menina de nove anos, virtuose do piano.

Em Schumann, logo após conhecê-lo, depositou grandes esperanças.

Em pouco tempo de estudos, o progresso realizado com Wieck e a forte impressão que lhe causou um recital de Paganini (1830) mergulharam o jovem em uma nova dúvida: ser artista ou advogado? “Minha vida tem sido uma luta entre a poesia e a prosa, ou, se quiseres, entre a música e o direito. Agora estou em uma encruzilhada e a questão ‘para onde ir’me assusta”. Essas palavras foram endereçadas à mãe, deixando-a muito preocupada com a possibilidade de o filho abandonar a faculdade.

Consultado pela mãe, Wieck disse-lhe: “Comprometo-me, minha senhora, a fazer de seu filho Robert, em menos de três anos, graças ao talento e à imaginação que ele tem, um dos maiores pianistas vivos, mais espiritual e ardoroso que Mocheles, mais magnífico que Hummel.”

Diante estas palavras, sua mãe permitiu que ele optasse pela música.

Nos meses seguintes, surgiram as primeiras obras primas de Schumann: Variações sobre o Nome Abbeg, Papillons. No estudo de piano, seu progresso era enorme; seria um virtuose. No entanto, um drama profundo o aguardava.

Para desenvolver sua técnica pianística, Schumann teve a infeliz idéia de imobilizar o dedo médio da mão direita com o uso de uma ligadura, a fim de tornar independente o dedo anular.

Foi um desastre: na primavera de 1832, o dedo imobilizado se tornou paralítico para sempre. De médico em médico, de charlatão em charlatão, o compositor, dois anos depois, ainda procurava solucionar o problema. De nada adiantaram seus esforços.

A história da música, no entanto, saiu ganhando: morrendo o intérprete, só lhe restava a via da criação.

Desfeito o seu sonho de ser pianista, Schumann voltou-se para a composição e à crítica musical. Em 1834 escreveu sua obra prima para o piano Carnaval , Opus 9 e os Estudos Sinfônicos, Opus 13. Como crítico musical, fundou um jornal, A Nova Gazeta Musical, cujo primeiro número foi publicado em 1834. Seus redatores (Schumann – diretor e mais assíduo colaborador – Wieck, Schuncke, Lyser, Hiller, Mendelssohn, Wagner) formavam a Associação dos Amigos de David. Escrevendo sob pseudônimos, os Davidsbündler (Companheiros de David) investiam contra os reacionários “filisteus”, que barravam novos talentos musicais, como Chopin e Mendelssohn. As múltiplas facetas do compositor apareciam na revista sob os nome de Florestan, o impetuoso, e Eusebius, o tranqüilo.

Durante dez anos, Schumann dedicou parte importante de seu tempo à tarefa ambiciosa de dirigir a atenção do público para a verdadeira obra de arte, lutando contra o esclerosamento e o pedantismo da crítica vigente.

Schumann conheceu Clara Wieck muito antes de se apaixonar pôr ela. Em 1828, quando Clara tinha apenas nove anos e já era uma notável pianista, Schumann teve o primeiro contato com sua família.

Em 1830, quando optou pela música, Schumann foi morar na casa dos Wieck e o seu contato com Clara, então com onze anos, tornou-se cotidiano.

Em abril de 1835, contando dezesseis anos, Clara retornava de Paris, após uma de suas inúmeras excursões como pianista.

Mais tarde, em carta à própria Clara, o compositor relataria o que sentiu quando foi recebê-la: “Você me pareceu mais crescida, mas estranha.Já não era mais uma criança com a qual eu pudesse rir e brincar; você dizia coisas sensatas e vi brilhar em seus olhos um secreto e profundo raio de amor”.O que se seguiu foi uma forte ligação, que cresceu pôr toda a vida.

O amor entre Robert e Clara despontava definitivamente. Ele tinha 25 anos; ela, apenas dezesseis. Todavia, Friedrich Wieck, certamente guiado pelo egoísmo próprio de um pai de uma criança prodígio, opôs-se logo desde o início ao romance entre sua filha e seu melhor aluno.Wieck de forma alguma admitia que sua filha se casasse, tivesse filhos, fosse uma mulher comum. Para ele, Clara era um gênio musical, uma criatura fora dos padrões de normalidade burguesa, que feneceria se tivesse que viver com qualquer um.

Por isso, passou ao ataque: mandou Clara para Dresden e proibiu-a de se comunicar com compositor, fosse de que maneira fosse. Programou um maior número de apresentações para a filha, sempre fora de Leipzig.

Como se não bastasse, chegou a espalhar calúnias sobre o compositor: bêbado inveterado, homem volúvel com as mulheres, vagabundo incurável, filho de uma família mentalmente insana, e outros ‘elogios’deste tipo.

O conflito durou quatro longos anos, culminando com uma demanda judicial, em que Schumann solicitava às autoridades permissão para o casamento, não obstante a oposição do pai da noiva. Finalmente, o compositor ganhou a causa e, a 12 de setembro de 1840, casou-se com Clara. Apesar de todo o desgaste que o conflito com Wieck lhe causava, Schumann não deixava de lado o trabalho criativo.

Destes anos conturbados são suas obras: Cenas Infantis, Arabesques, Novellettes, Carnaval de Viena, Blümenstück, os lieder dos ciclos Myrthen, Liederkreis, Frauenlibe und Leben e Dichterliebe, além de dezenas de outras canções.

Depois de casados, a ligação entre Clara e Robert manteve-se intensa e profunda.

Oito filhos e todos os problemas de uma família normal não impediram que os dois trabalhassem ativamente: ele compondo e ela se apresentando nos principais centros europeus. Devido a sua carreira de concertista, Clara gozava de muito maior renome do que ele. Tratado muitas vezes como “marido de Clara Wieck”, isso chegou a lhe causar um certo abalo, mas nunca a ponto de prejudicar seu relacionamento com a esposa.

Como compositor, os anos seguintes da carreira de Schumann foram marcados por seu interesse em dominar outros gêneros que não o pianístico. Estimulado pôr Clara, Liszt e outros amigos, criou várias partituras camerísticas, uma ópera (Genoveva), a música incidental para o Manfredo, de Byron, e para o Fausto, de Goethe, além de três sinfonias , o Concerto para Piano e Orquestra em lá Menor, e o Concerto para Violoncelo e Orquestra, entre outras obras.

Seu ritmo de trabalho, normalmente muito intenso, às vezes tornava-se frenético. Disso resultariam algumas crises nervosas muito sérias, como ocorreu no início de 1843, em julho de 1844 e em 1847.

Mas estas crises não seriam senão o prelúdio de algo mais grave: a loucura que marcaria seus últimos anos.

Em 1851, ocupando o cargo de diretor de orquestra em Düsseldorf, Schumann teve graves problemas com os músicos, devido a sua estabilidade emocional. Em 1853, começa a ter alucinações auditivas, ouvindo incessantemente a nota “lá”; a isso juntavam-se a dificuldade de fala e a melancolia.

No início do ano seguinte, as alucinações tornam-se cada vez mais freqüentes e, nos momentos de lucidez, é tomado pelo temor de se tornar completamente louco. A obsedante nota “lá”se tranforma em música, música descrita pôr Schumann como “a mais maravilhosa e executada pôr instrumentos que ressoam tão esplendidamente como jamais se ouviu”.

Atormentado e insone, na noite de 17 de fevereiro de 1854, levanta-se repentinamente de sua cama para escrever um tema ditado por anjos que via ao seu redor. Mas, aos poucos, essas figuras celestiais se transformam em demônios em forma de hiena e de tigre. E essas novas visões são acompanhadas de uma música tenebrosa e assustadora. Pede então para ser internado num asilo de alienados. Poucos dias depois, a 27 de fevereiro, tenta o suicídio, atirando-se às águas do rio Reno. Salvo por barqueiros, é conduzido ao asilo de Endenich, próximo de Bonn.

Os pesquisadores Eliot Slater, Alfred Meyer e Eric Sams afirmam que a demência de Schumann seria decorrente de uma mal curada sífilis terciária, que o próprio compositor admitiu ter contraído em seus anos de juventude.

De Endenich, Schumann jamais sairia. Proibido de encontrar a esposa, recebe freqüentemente a visita de amigos.

Para Clara, envia cartas que testemunham o seu amor até o fim: “Oh! se eu pudesse te rever, falar-te mais uma vez”.

A 23 de julho de 1856, cessa toda a alimentação.

Chamada às pressas, Clara testemunha seus últimos momentos de consciência: “Ele me sorriu e com grande esforço me enlaçou em seus braços.Eu não trocaria esse abraço por todos os tesouros do mundo”.

A 29 de julho, o compositor expira, aos 46 anos.

Robert Schumann – Biografia

Robert Schumann
Schumann em 1839

Robert Alexander Schumann nasceu em Zwickau, Saxônia, a 8 de junho de 1810.

O pai era livreiro-editor, e a mãe, inteligente e culta, mas ambos sempre revelaram equilíbrio emocional precário. Menino prodígio como pianista (aos seis anos já compunha), também adquiriu notável cultura literária, admirando o romantismo de Byron e Jean Paul.

Em 1820, matriculou-se no ginásio de sua cidade natal, terminando o curso em 1828, quando ingressou na universidade de Leipzig, para estudar direito e filosofia.

Tomou aulas de piano com o famoso pedagogo Friedrich Wieck, em Leipzig. A partir de 1828, passou a dedicar-se completamente à música, tornando-se virtuose. Transferiu-se em 1829, para Heildelberg, iniciando um curso intensivo de música, chegando ao ponto de estudar piano sete horas consecutivas.

Em 1830, deu seu primeiro concerto público, sendo muito aplaudido. Até que em 1832, uma deformação incurável de um dedo terminou sua carreira pianística.

Mas não abandonou a literatura e prosseguiu com suas composições. Apaixonou-se por Clara Wieck, a jovem filha do seu mestre e já grande pianista, encontrando porém a resistência tenaz do pai dela.

Fundou (1834) a Nova revista de música, que em breve se tornou porta-voz de todos os esforços musicais sérios na Alemanha.

Por essa época, escreveu e publicou algumas críticas, assinadas com os pseudônimos de três personagens: ‘Florestan’ o enérgico, ‘Eusebius’ o sonhador, e ‘Meister Raro’, o moderador.

Depois de cinco anos, ambos lutando para obter o consentimento do pai da noiva, Schumann casou-se com Clara (1840). O casamento foi dos mais felizes que se conheceu no mundo das artes. Mas já apareceram os primeiros sintomas de perturbação mental de Schumann.

Convidado por Mendelssohn, foi algum tempo professor no conservatório de Leipzig e depois, em 1850 foi nomeado regente de orquestra em Düsseldorf.

Mais tarde fez uma turnê pela Rússia e, quando retornou, sua saúde delicada, perdia-se pouco a pouco numa neurastenia crescente. Fez em 1854 uma tentativa de suicídio e foi, a seu próprio pedido, internado numa clínica de doença mental em Endenich, perto de Bonn, onde morreu a 29 de julho de 1856.

Caracterização

Enquanto a obra de Schubert e Mendelssohn ainda pertence, pelo menos parcialmente, ao mundo do Classicismo vienense, éSchumann o maior compositor do Romantismo alemão e, talvez, o maior romântico alemão, realizando na música aquilo que na literatura não tinham conseguido realizar os poetas. É certo que há na arte de Schumann um elemento idílico, que talvez possa ser caracterizado como pequeno-burguês. Mas é mais forte, em sua obra, o lado noturno do Romantismo, o pessimismo profundo, influenciado por Byron, e os pressentimentos permanentes do fim na loucura. Seus escritores preferidos eram, caracteristicamente, o idílico Jean Paul e o fantástico E.T.A.Hoffmann.

Obra pianística

A criação artística de Schumann realizou-se eruptivamente. Muitas obras de valor em curto tempo, seguidas de intervalos, de produção menos importante. Em menos de três anos criou o compositor suas melhores obras pianísticas, altamente românticas e poéticas, só comparáveis às de Chopin.

Carnaval (1835) é uma seqüência de cenas curtas, muito sugestivas, de grande encanto. Peças fantásticas (1837) é a mais romântica de todas as obras de Schumann. Uma das peças é a famosa Elevação. Os Estudos sinfônicos (1837) são, entre as obras pianísticas de Schumann, as mais difíceis, mas também as mais elaboradas, em forma de variações. Cenas da infância (1838) são as peças mais poéticas do compositor, e nos Kreisleriana ele antecipa surpreendentemente a música moderna.

Lieder

Dos numerosos lieder de Schumann, os mais valiosos foram escritos, todos eles, no ano de 1840. Abre com o ciclo de Canções de Heine, seguido de Amor de poeta, outro ciclo sobre textos de Heine e que são os lieder mais divulgados e mais queridos do compositor.

O volume Mirtos começa com a famosa Dedicatória a Clara Schumann. Amor e vida de mulher é ciclo algo prejudicado pelo sentimentalismo.

O ponto mais alto é o ciclo de Canções de Eichendorff, os mais belos lieder românticos, depois de Schubert. Do mesmo ano de 1840 também é a balada Os dois granadeiros, texto de Heine, em que Schumann introduz no fim A Marselhesa.

Música e poesia

Schumann foi excelente crítico de música. É verdade que seu estilo é poético demais para o gosto moderno e que ele elogiou muitas mediocridades, por simpatia pessoal. Mas foi severo contra Rossini e Meyerbeer, reconheceu o valor de Mendelssohn, descobriu as obras inéditas de Schubert, saudou devidamente Chopin e adivinhou o gênio de Brahms.

Schumann foi escritor notável, poeta em prosa. Sua música também parece literária. Os títulos das pequenas peças são genialmente escolhidos, mas só foram inventados depois da melodia.

Schumann não fez música de programa. Sua poesia musical é cheia de frescor – e de melancolia profunda. Como inventor de belíssimas melodias pode ser comparado a Mozart.

Schumann sempre preferiu as formas pequenas (peças pianísticas, lied) sem estrutura arquitetônica, que foi seu lado fraco. Mas certas de suas obras maiores são de alto valor. Das suas 4 sinfonias, a Sinfonia n.º 1 – Primavera (1841) é de encantadora frescura juvenil, e a Sinfonia n.º 4 em ré menor (1851), de grandeza beethoveniana. O Quinteto para piano em mi bemol maior (1842) é de beleza extraordinária, a mais bela obra de música de câmara entre Schubert e Brahms. O Concerto para piano em lá menor (1845) é a obra mais lírica nesse gênero.

Última fase

Durante os seis últimos anos de sua carreira musical escreveu Schumann, febrilmente, um número muito grande de obras, nem todas elas inspiradas e algumas francamente inferiores, já marcadas pela doença. Mas, além da Sinfonia n.º 4, é notável a sombria abertura para Manfredo (1849), de Byron, a obra sinfônica mais noturnamente romântica do compositor. E a obra coral Cenas de Fausto (1849-1850), de Goethe encontra modernamente muitos admiradores.

Influência

Schumann não foi devidamente reconhecido em vida. Só depois da morte tornou-se um dos compositores mais queridos do público. Mas os músicos Brahms e Wagner, enveredaram por caminhos diferentes.

Schumann não exerceu grande influência na música alemã, mas muito mais no estrangeiro: Franck, Borodin, Dvorak e Grieg são testemunhos disso.

Robert Schumann – Compositor alemão

Robert Schumann
Robert e Clara Wieck Schumann

A celebridade do compositor alemão Robert Schumann se deve sobretudo às canções (Lieder) e às peças pianísticas, compostas na maior parte para sua mulher, Clara, embora tenha se dedicado a vários gêneros musicais.

Robert Alexander Schumann nasceu em Zwickau, Saxônia, em 8 de junho de 1810.

Filho de um editor, começou sua educação musical aos seis anos e já em 1822 criava sua mais antiga composição conhecida, que musicava o salmo 150.

Paralelamente, demonstrou igual talento literário em peças teatrais, poemas e traduções de Horácio ainda preservadas. A partir de 1827, esteve sob forte e duradoura influência da música de Schubert e da poesia de Jean Paul (Johann Paul Friedrich Richter).

Em 1828, após a morte do pai e sob pressão materna, iniciou o curso de direito na Universidade de Leipzig. Ali devotou seu tempo à composição de canções, improvisações ao piano e tentativas de escrever romances autobiográficos à maneira de Richter.

Em 1829 foi para Heidelberg, onde um de seus professores de direito, Anton Friedrich Thibaut, era conhecido pelos escritos sobre estética musical.

Sob influência de Thibaut, Schumann estudou um vasto acervo de música coral, compôs valsas ao estilo de Schubert — mais tarde utilizadas no ciclo pianístico Papillons — e empenhou-se seriamente em aprender a técnica pianística, com a intenção de abandonar o direito e tornar-se concertista.

Conseguiu assim convencer sua mãe a consentir na retomada dos estudos musicais com o renomado professor de piano Friedrich Wieck, que duvidava da autodisciplina de Schumann para o estudo da técnica mas considerava-o extremamente talentoso.

Um acidente que lesou sua mão impediu-o de dedicar-se profissionalmente à interpretação e levou-o a voltar-se inteiramente para a composição.

Dois importantes ciclos de obras pianísticas foram inspiradas pelo romance com Ernestine von Fricken, também aluna de Wieck:Carnaval (1835) e Études symphoniques (1834).

No entanto, logo depois Schumann apaixonou-se pela filha do professor, Clara, então com 16 anos e já concertista brilhante, a qual inicialmente lhe correspondeu mas em seguida afastou-se, obedecendo às ordens do pai. Durante mais de um ano o músico oscilou entre o desespero e a resignação. Compôs para a moça a fantasia em dó maior (1836), bebeu desmedidamente e tentou esquecê-la com inúmeras aventuras amorosas.

A própria Clara tomou a iniciativa da reconciliação e, no dia de seu 18º aniversário, foi pedida em casamento a seu pai por Schumann.

Wieck negou seu consentimento e o caso chegou à justiça.

O processo transcorreu por mais de um ano e passou por várias instâncias, até que Wieck foi instado a provar sua principal justificativa para o impedimento: a de que Schumann era um alcoólatra inveterado. Na impossibilidade de fornecer essa prova, teve de conformar-se com o casamento, realizado em 1840.

Em 11 meses, Schumann compôs quase todas as canções que lhe deram fama, entre as quais Dichterliebe (Os amores do poeta), Frauenliebe und Leben (Amor de mulher e vida) e duas coletâneas sobre textos de Heinrich Heine e Joseph Eichendorff.

Estimulado pela mulher, retomou as tentativas antes fracassadas de compor para orquestra e criou, num mesmo ano, a sinfonia nº 1 em si bemol maior (1841), imediatamente executada em Leipzig, regida por Felix Mendelssohn; uma abertura, scherzo e final; uma fantasia para piano e orquestra que, ampliada em 1845, originou o famoso concerto para piano em lá menor; uma sinfonia em ré menor e o esboço de uma terceira sinfonia, com o que esgotou temporariamente o impulso orquestral.

Em 1842 e 1843 compôs diversas obras de câmara e um oratório, Das Paradies und die Peri (1843; O paraíso e Peri), além de estrear como maestro, função que jamais desempenhou muito bem. Em 1844, realizou com Clara uma série de concertos na Rússia que lhe causaram grande abatimento pela consciência de sua inferioridade como intérprete. De volta a Leipzig, retomou o trabalho de composição, mas no fim do ano teve um sério colapso nervoso. Mudou-se com Clara para Dresden, onde lentamente se restabeleceu. Iniciou a sinfonia nº 2 em dó maior, que levou dez meses para concluir, devido a problemas no nervo auditivo.

Em 1850 assumiu o cargo de diretor musical em Düsseldorf. Continuou compondo e regeu oito concertos, mas crises nervosas durante os ensaios prejudicaram o trabalho. Em 1852, foi instado a renunciar ao cargo, a que se recusou. No ano seguinte, o coro negou-se a cantar sob sua regência. No início de 1854, sofreu dolorosa crise da doença que lhe atacara anteriormente o ouvido, seguida de alucinações auditivas. Dias depois, tentou o suicídio, jogando-se no Reno.

Removido para um hospital psiquiátrico, ali viveu por mais de dois anos. As raras visitas que lhe permitiram receber, de Brahms e do jovem violinista Joseph Joachim, deixavam-no terrivelmente agitado. Clara, que só estava autorizada a comunicar-se com ele eventualmente e por correspondência, pôde finalmente vê-lo quando o compositor já estava à morte.

Schumann, embora pareça ter reconhecido a mulher, não foi capaz de se expressar de forma inteligível e morreu dois dias depois, em 29 de julho de 1856, no asilo de Endenich, perto de Bonn.

Fonte: www.thefamouspeople.com/www.geocities.com/www.classicos.hpg.ig.com.br

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