Obras Literárias

junho, 2017

  • 27 junho

    O Cometa – Olavo Bilac

    Olavo Bilac Um cometa passava… Em luz, na penedia, Na erva, no inseto, em tudo uma alma rebrilhava; Entregava-se ao sol a terra, como escrava; Ferviam sangue e seiva. E o cometa fugia… Assolavam a terra o terremoto, a lava, A água, o ciclone, a guerra, a fome, a epidemia; …

  • 27 junho

    Os Sinos – Olavo Bilac

    Olavo Bilac Plangei, sinos! A terra ao nosso amor não basta… Cansados de ânsias vis e de ambições ferozes, Ardemos numa louca aspiração mais casta, Para transmigrações, para metempsicoses! Cantai, sinos! Daqui por onde o horror se arrasta, Campas de rebeliões, bronzes de apoteoses, Badalai, bimbalhai, tocai à esfera vasta! …

  • 27 junho

    O Rio Convalesce

    Olavo Bilac Não há interesse mais vivo, não há atenção mais ansiosa, do que o interesse e a atenção com que, depois de uma longa enfermidade gravíssima, as pessoas que amam o enfermo espiam na sua face, no seu olhar, nas suas maneiras, o lento progredir da convalescença. É a …

  • 26 junho

    O Carnaval no Olimpo

    Olavo Bilac Resplandece o Olimpo. Júpiter está sentado… no Alto da Serra, mais fulgurante do que um sol. Mercúrio, Apolo, Marte, Netuno, Minerva, Plutão, estão sentados mais abaixo, em atitude respeitosa. Gênios alados correm o cenário, oferecendo aos deuses copos de caldo de cana e caprade. Júpiter Não falta nenhum …

  • 26 junho

    O Caçador de Esmeraldas

    Clique nos links abaixo para navegar no capítulo desejado: Capítulo I Capítulo II Capítulo III Capítulo IV Olavo Bilac Episódio da Epopéia Sertanista do Século XVII I Foi em março, ao findar das chuvas, quase à entrada Do outono, quando a terra, em sede requeimada, Bebera longamente as águas da …

  • 26 junho

    No Meio do Caminho

    Olavo Bilac Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada E triste, e triste e fatigado eu vinha. Tinhas a alma de sonhos povoada, E a alma povoada de sonhos eu tinha… E paramos de súbito na estrada Da vida: longos anos, presa à minha A tua mão, a vista deslumbrada Tive da luz …

  • 26 junho

    New York – Olavo Bilac

    Olavo Bilac Resplandeces e ris, ardes e tumultuas; Na escalada do céu, galgando em fúria o espaço, Sobem do teu tear de praças e de ruas Atlas de ferro, Anteus de pedra e Brontes de aço. Gloriosa! Prometeu revive em teu regaço, Delira no teu gênio, enche as artérias tuas, …

  • 26 junho

    Natal – Olavo Bilac

    Olavo Bilac Jesus nasceu. Na abóbada infinita Soam cânticos vivos de alegria; E toda a vida universal palpita Dentro daquela pobre estrebaria… Não houve sedas, nem cetins, nem rendas No berço humilde em que nasceu Jesus… Mas os pobres trouxeram oferendas Para quem tinha de morrer na cruz. Sobre a …

  • 23 junho

    In Extremis – Olavo Bilac

    Olavo Bilac Nunca morrer assim! Nunca morrer num dia Assim! De um sol assim! Tu, desgrenhada e fria, Fria! Postos nos meus os teus olhos molhados, E apertando nos teus os meus dedos gelados… E um dia assim! De um sol assim! E assim a esfera Toda azul, no esplendor …

  • 23 junho

    Fogo-Fátuo – Olavo Bilac

    Olavo Bilac Cabelos brancos! dai-me, enfim, a calma A esta tortura de homem e de artista: Desdém pelo que encerra a minha palma, E ambição pelo mais que não exista; Esta febre, que o espírito me encalma E logo me enregela; esta conquista De idéias, ao nascer, morrendo na alma, …