Mário de Andrade

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Nascimento: 9 de outubro de 1893, São Paulo, São Paulo.

Falecimento: 25 de fevereiro de 1945, São Paulo, São Paulo.

Mário Raul Morais de Andrade foi um poeta, romancista, musicólogo historiador de arte e crítico e fotógrafo brasileiro.

Um dos fundadores da brasileira modernismo, ele praticamente criou moderna poesia brasileira, com a publicação de sua Paulicéia Desvairada (alucinado Cidade) em 1922.

Ele teve uma enorme influência na moderna literatura brasileira, e como um estudioso e ensaísta, ele foi um pioneiro do campo da etnomusicologia influência -sua atingiu muito além do Brasil.

Ele também foi importante no movimento modernista no Brasil.

Poemas completos de Andrade foram recolhidos e publicados postumamente (Poesias Completas, 1955). Estes, juntamente com os seus escritos críticos, continuam a influenciar as artes no Brasil.

Mário de Andrade – Vida

Mário de Andrade
Mário de Andrade

Mário Raul Morais de Andrade, poeta, romancista, crítico de arte, ensaísta, epistológrafo e musicólogo brasileiro.

No Conservatório de S. Paulo estuda Música, onde depois é professor de História da Música. Em 1922, na sua cidade natal, é um dos organizadores da Semana de Arte Moderna que dá origem ao Modernismo Brasileiro, e a publicação, neste mesmo ano, do seu livro de poesia Pauliceia Desvairada é considerada por alguns a data iniciadora do movimento, futura escola literária de grande significado.

A sua estreia na poesia é, no entanto, com o livro Há Uma Gota de Sangue em cada Poema, eivado ainda de romantismo. (Há que lembrar, entretanto, que se tem como precursor do movimento o poeta Manuel Bandeira, com o seu livro de poesia A Cinza das Horas,1917.)

Do Modernismo Brasileiro, Mário de Andrade vem a ser o mais importante teórico; como companheiros em todas as iniciativas e como militantes da nova escola tem o já referido Manuel Bandeira e o escritor, poeta e polemista irreverente Oswald de Andrade. Este movimento domina na literatura brasileira até ao ano de 1945, mas a influência de Mário de Andrade ainda hoje se sente.

Ainda em S. Paulo, dirige o Departamento Municipal de Cultura e funda a Sociedade de Etnografia e Folclore, que fomenta pesquisas de folclore, música e artes plásticas, e ele próprio dá o exemplo. Desta cidade vai para o Rio de Janeiro em 1938, onde dá aulas de História da Filosofia da Arte na Universidade do Distrito Federal. Nesta cidade mantém o seu espírito de pioneiro, organiza o Serviço do Património Histórico e Artístico Nacional e, para o Instituto Nacional do Livro, elabora o plano da Enciclopédia Brasileira.

Para além do livro Pauliceia Desvairada, há que destacar, em prosa, Macunaíma e Amar, Verbo Intransitivo (romances, 1928), O Aleijadinho (ensaio, 1935), Poesias (1941) e, como não pode deixar de ser, O Movimento Modernista (1942), de um conjunto de 44 títulos.

Mário de Andrade – Obra

Mário de Andrade
Mário de Andrade

Mario Raul de Moraes Andrade nasce na cidade de São Paulo e inicia sua carreira artística dedicando-se à arte musical.

Seu contato com a literatura começa também bem cedo, através de críticas de arte que Mário escrevia para jornais e revistas.

Em 1917 publica seu primeiro livro, sob o pseudônimo de Mário Sobral: Há uma Gota de Sangue em Cada Poema. Um dos principais participantes da Semana de Arte Moderna em 1922, respirou como ninguém os ares do novo movimento, vindo a publicar Paulicéia Desvairada (1922), o primeiro livro de poesias do Modernismo.

Lecionou por algum tempo na Universidade do Distrito Federal e exerceu vários cargos públicos ligados à cultura, de onde sobressaía sua faceta de importante pesquisador do folclore brasileiro (incorporando-o inclusive em suas obras). Escreveu para jornais artigos a fim de garantir suas necessidades financeiras.

Isso, apesar de torná-se desgastante para Mário, serviu de instrumento de ação: suscitou discussões, orientou novos escritores e tornou-se uma missão de vida.

Teve ainda participação importante nas principais revistas de caráter Modernista: Klaxon, Estética, Terra Roxa e Outras Terras. Vem a falecer no ano de 1945 em São Paulo, cidade que tanto amou e cantou, vítima de um ataque cardíaco.

Mário viveu em um período de grandes transformações tais como Primeira Guerra Mundial, vanguardas européias, o realinhamento e reestruturação de forças da burguesia no Brasil, revoltas das classes médias e as lutas de classe contra o poder do Estado. Todas essas transformações refletiram-se no escritor de várias maneiras, conduzindo-o de modo descobridor construtivo.

“A preocupação cosmopolita [de Mário de Andrade], que sucede às grandes transformações urbanas do começo do século, corresponde a fase vanguardista, a máscara do ‘trovador arlequinal’, do poeta sentimental e zombeteiro que encarna o espírito da modernidade e de suas contradições; à preocupação com o conhecimento exato do país e de suas potencialidades, corresponde a imagem do estudioso que compila os usos e costumes (procurando entendê-los e organizá-los numa grande unidade), a máscara do ‘poeta aplicado’; à preocupação com mudanças estruturais em 1930, que para a burguesia significam o realinhamento e o reajuste de suas forças em um novo equilíbrio, corresponde a imagem do escritor dividido entre muitos rumos, do poeta múltiplo, a própria máscara ‘da diversidade’ em busca de unidade; à preocupação com as crises sucessivas de hegemonia com que se defronta o Estado nos anos imediatamente posteriores à revolução, corresponde a imagem da crise (ou a crise da imagem?), a máscara de uma intimidade atormentada, feita de mutilações e desencontros, uma espécie de ‘espelho sem reflexo’; à preocupação com a luta de classes, que floresce nos anos 30 e que a burguesia soluciona através da ditadura e da traição aos seus princípios igualitários, corres- ponde o último rosto desenhado pelo poeta, a figura da consciência que protesta, a máscara do poeta político.”

Foi um dos maiores renovadores da cultura nacional na primeira metade do séc. XX e como ninguém esteve engajado no movimento modernista: era a própria personificação do modernismo.

Escritor-músico versátil e culto influenciou os demais artistas, modernistas ou não, como afirma Manuel Bandeira:

“Sempre e em tudo – na poesia, no romance e no conto, na crônica, nas críticas musicais e de artes plásticas sua voz ressou como um convite a nos reconhecermos brasileiros e atuarmos brasileiramente. E em todos aqueles setores do pensamento a sua influência foi enorme e decisiva: não há hoje bom poeta no Brasil que de uma maneira ou de outra não lhe deva alguma coisa, os seus conselhos e críticas foram uma verdadeira bússola para os novos músicos, e em matéria de língua literária quem negará que a nova geração se tenha beneficiado das ousadias com que ele corajosamente a aproximou da fala familiar e popular?” Bandeira, Manuel. [1960]. Meu Amigo Mário de Andrade. In: Andorinha, Andorinha. p. 280-182.

Sua obra se estende desde a poesia até o romance e o conto, além de suas importantes teses sobre a literatura em nosso país. Compreende praticamente quase todos os gêneros literários. Sua grande virtude está em quebrar com o Parnasianismo da elite, criando uma nova linguagem literária, mais brasileira.

Mário de Andrade lutou por uma língua brasileira, que estivesse mais próxima do falar do povo, sendo comum iniciar frases com pronomes oblíquos e empregar as formas si, quasi, guspe em vez de se, quase, cuspe. Trabalhando muito bem com a sonoridade das palavras, Mário resgata em nossas letras um vocabulário que une desde as palavras providas de línguas indígenas até os neologismos e estrangeirismos dos bairros italianos de São Paulo. Suas poesias, romances e contos possuem uma nítida crítica social, tendo como alvo a alta burguesia e a aristocracia, como ocorre em Palicéia Desvairada, primeira obra da poesia modernista.

A poesia é complexa, profunda e extremamente pessoal em grande parte da obra, delimitando uma nova ordem estética. Críticos afirmam que seu processo literário é misterioso, oblíquo, difícil e que seu pensamento aflora camuflado em símbolos, metáforas, substituições que tornam-se impenetráveis para quem não possui um conhecimento mais profundo da sua biografia e da realidade brasileira. Apesar disso, faz-se presente o despoliciamento de sua linguagem (aproximando-se inclusive do marxismo) e a sua humanidade na produção jornalística.

Outras características de sua obra poética são:

Não submissão às emoções que lhe vêm do exterior
Ausência de passividade pois o poeta tem a emoção dominada, pensada e dirigida pela ação consciente e não simplesmente deixa a corrente poética passar por si

Presença de aspectos múltiplos:

1) Poeta folclórico ; Nutre sua poesia de lendas e assuntos do povo
2) Poeta do cotidiano:
Transfigura fatos cotidianos fazendo destes ponto de partida para aventuras poéticas
3) Poeta de si mesmo:
Procura coisas inefáveis nas profundezas de suas águas através de mergulhos
4) Poeta criador de Poética:
Procura novos meios de expressão para a sua aventura: grande variedade de temas entre os quais se destacamconhecimento amoroso, auto-conhecimento e conhecimento da conduta em face do mundo; Brasil, encontro do poeta com si mesmo que apresenta-se de partir de Remate onde apresenta-se sob forma de extraordinária identificação com o inefável; grande virtude poética no ato de olhar as coisas e senti-las, quaisquer que elas sejam, e de trazê-las para um plano em que a sua experiência poética as transforma em fontes eternas de beleza. A virtude não está não está nem nas palavras nem no assunto.

Na prosa destacam-se as obras Macunaíma – O herói sem nenhum caráter e Amar verbo intransitivo.

Esta é um romance que penetra no fundo da estrutura familiar da burguesia paulistana, sua moral e seus preconceitos, aos mesmo tempo que aborda, em várias passagens, os sonhos e a adaptação dos imigrantes à agitada Paulicéia.

Já Macunaíma é um texto narrativo que Mário de Andrade não classificou como romance, mas como rapsódia. Rapsódia, segundo Massaud Moisés, é a “compilação numa mesma obra de temas ou assuntos heterogêneos e de várias origens”. É a obra mais conhecida de Mário.

Utilizando um trama narrativa muito simples, o autor recria poeticamente um vasto material do folclore e da cultura popular brasileira. Aglutinando todo esse material, aparece o personagem central, Macunaíma. A partir desse anti-herói, o autor enfoca p choque do índio amazônico com a tradição e a cultura européia na cidade de São Paulo, valendo-se para tanto de profundos estudos de folclore. Macunaíma é o próprio “herói da nossa gente”, como faz questão de afirmar o autor logo na primeira página do romance, procedimento contrário ao dos autores de Romantismo, que jamais declaram a condição de herói de seus personagens, apesar de os criarem com essa finalidade.

Mário de Andrade – Biografia

Mário de Andrade
Mário de Andrade

Mário Raul de Morais Andrade nasceu em São Paulo, em 1893.

Fez os seus primeiros estudos em sua cidade natal, formando-se em piano em 1917 pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Ainda em 1917 estreou na vida literária com o volume de versos na linha parnasiana Há uma gota de sangue em cada poema. Tornou-se crítico de arte em vários jornais e revistas paulistas.

Em 1922, foi um dos organizadores da Semana de Arte Moderna. Naquele mesmo ano escreveu Paulicéia Desvairada, um dos principais livros do modernismo.

Foi o primeiro a usar sistematicamente o verso livre no Brasil. De 1922 a 1945, tornou-se a figura mais completa e representativa das letras brasileiras. Musicista, dirigiu seus estudos para pesquisas de nacionalização da música brasileira. De 1928 a 1929 realizou várias viagens para o interior do país. Dedicou-se às críticas e às pesquisas folclóricas, principalmente musicais. Em 1928 escreveu, Ensaio sobre música brasileira e a rapsódia Macunaíma, herói sem caráter.

Em 1935, fundou, juntamente com Paulo Duarte, o Departamento Municipal de Cultura de São Paulo, órgão que exerceria larga influência na democratização da cultura e do qual foi o primeiro diretor. No ano seguinte, Mário e Paulo Duarte elaboraram um projeto de lei que dispunha sobre a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, no âmbito do Ministério da Educação e Saúde. Em 1937, criou a Sociedade de Etnografia e Folclore de São Paulo; criou também os primeiros parques infantis e a discoteca pública de São Paulo. Organizou o Congresso de Língua Nacional Cantada, que fixou a pronúncia padrão usada no teatro dramático e no canto do Brasil.

Transferiu-se para o Rio de Janeiro em 1938, para dirigir o Instituto de Artes da Universidade do Distrito Federal e ocupar a cátedra de história e filosofia da arte. Em 1942, junto com outros intelectuais contrários ao regime ditatorial do Estado Novo, fundou a Associação Brasileira de Escritores (ABRE), entidade que lutou pela redemocratização do país.

De sua vasta obra, merecem destaque, além dos trabalhos já citados, A escrava que não é Isaura (1925), Amar, verbo intransitivo, (1927), Cultura musical (1936), Pequena história da música (1942) e O movimento modernista (1942).

Faleceu em São Paulo, em 1945.

Mário de Andrade – Escritor

Mário de Andrade
Mário de Andrade

Mário Raul de Morais Andrade, escritor e musicólogo, nasceu em São Paulo, em 9 de outubro de 1893. Diplomou-se em piano no Conservatório Dramático e Musical da capital paulista, onde foi professor de estética e história da música.

Seu primeiro livro de poemas data de 1917, Há uma gota de sangue em cada poema, inspirada na Primeira Guerra Mundial e de forte influência parnasiana e simbolista. Considerado o “papa do Modernismo paulista”, Mário de Andrade participou ativamente da Semana de Arte Moderna, realizada no Teatro Municipal, em São Paulo, e que marcaria decisivamente o quadro das artes no Brasil. Paulicéia desvairada é o primeiro livro de poesia moderna escrito por Mário e deu azo a muitas polêmicas. Entre outras obras publicadas pelo autor, estão A escrava que não é Isaura (1925), ensaios-manifestos sobre a nova estética, Losango cáqui, poesia, e Primeiro andar, contos, ambos de 1926, Amar, verbo intransitivo (1927) e Macunaíma (1928), ambos romances, Contos de Belazarte (1934), entre outros.

Paralelamente à confecção dos livros, Mário escrevia inúmeros artigos para jornais e revistas, em que exercia a crítica de música, de artes plásticas, de literatura.

Seus trabalhos como folclorista e musicólogo não foram de menor importância.

O escritor obteve cargos de grande responsabilidade na área da cultura. Foi diretor do então recém-criado Departamento de Cultura da Prefeitura Municipal de São Paulo, onde criou projetos culturais cuja audácia e espírito democrático raramente se veriam no país. Lira Paulistana e Carro da Miséria, publicados postumamente, são seus últimos livros de poemas, nos quais são flagrantes os temas sociais. Faleceu em São Paulo, em 25 de fevereiro de 1945.

Mário de Andrade – Publicações

Mário de Andrade
Mário de Andrade

Mário Raul de Moraes Andrade é filho de Carlos Augusto de Moraes Andrade e Maria Luísa Leite Moraes Andrade e nasceu no dia 9 de outubro de 1893, na Rua Aurora, 320, em São Paulo.

Representante fundamental do modernismo, Mário de Andrade, após cursar as primeiras letras, matricula-se na Escola de Comércio Álvares Penteado, mas logo abandona o curso para ingressar, em 1911, no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo.

No ano de 1917 ocorrem quatro fatos importantes em sua vida:

A morte de seu pai
A sua estréia literária: sob o pseudônimo de Mário Sobral é publicada a obra “Há uma Gota de Sangue em Cada Poema”
A conclusão do curso de piano
O início da amizade com Oswald de Andrade.

Em 1920 já é integrante do grupo modernista de São Paulo. Em 1921 está presente no lançamento do Modernismo no banquete do Trianon.

Ainda nesse Oswald de Andrade publicou um artigo, no jornal do Comércio, no qual chamava Mário de Andrade de “meu poeta futurista”, Isso se deu porque ele leu os originais de “Pauliceia Desvairada”, livro que seria publicado no ano seguinte e representaria o primeiro livro de poemas modernistas brasileiro.

Mário de Andrade respondeu negando sua condição de poeta futurista da seguinte forma: “Não sou futurista (de Marinetti). Disse e repito-o Tenho pontos de contatos com o Futurismo. Oswald de Andrade chamou-me de futurista, errou. A culpa é minha. Sabia da existência do artigo e deixei que saísse.”

Essa atitude de Mário é muito fácil de ser explicada: Nessa época Marinetti, líder do movimento Futurista, aderiu ao Fascismo e essa idéia era repudiada pelos escritores brasileiros.

Entre agosto e setembro, Mário de Andrade publica no “Jornal do Comércio” a série “Mestres do Passado”, na qual analisa a poesia de autores consagrados do Parnasianismo.

Em um desses artigos Mário diz: “Malditos para sempre os Mestres do Passado! Que a simples recordação de um de vós escravize os espíritos no amor incondicional pela forma! Que o Brasil seja infeliz porque os criou! Que o universo se desmantele porque vos comportou! E que não fique nada! Nada! Nada!”

No ano de 1922, junto com Oswald de Andrade, participa ativamente da Semana de Arte Moderna de 1922. No segundo dia de espetáculos, durante o intervalo, em pé na escadaria, Mário de Andrade lê algumas páginas da obra “A Escrava que não é Isaura”. O público, como já era esperado, reagiu com vaias.

Ainda nesse ano publica Paulicéia Desvairada, cujo “Prefácio Interessantíssimo” lança as bases estéticas do Modernismo. Ainda nesse período colabora com as revistas Klaxon, Estética, Terra Roxa e Outras Terras e é nomeado professor catedrático do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo.

Em 1925, com o livro de ensaios “A Escrava Que Não é Isaura” afirma-se no cenário literário como um dos grandes teóricos do modernismo. Três anos depois, em Macunaíma, misto de romance, epopéia, mitologia, folclore e história, traça um perfil do brasileiro, com seus defeitos e virtudes, criando a saga do “herói sem caráter”.

Por volta de 1934, Mário torna-se chefe do Departamento de Cultura de São Paulo. Quatro anos depois, por motivos políticos, afasta-se do cargo e muda-se para o Rio de Janeiro, onde exerce o cargo de professor da Universidade do Distrito Federal. Lá fica pouco tempo, a forte ligação com São Paulo o fez regressar. A Segunda Guerra Mundial parece ter afetado profundamente o poeta, que falece na tarde de 25 de fevereiro de 1945.

Em seu livro de estréia “Há uma gota de sangue em cada poema”, feito sob o impacto da Primeira Guerra, Mário apresenta poucas novidades estilísticas. Mas isso já foi o suficiente para incomodar a crítica acadêmica. Sua poesia modernista só vem a tona no livro “Paulicéia Desvairada”, inspirada na análise da cidade de São Paulo e seu provincianismo. Nessa obra o autor rompe definitivamente com todas as estruturas do passado.

Além de poesia, Mário de Andrade escreveu contos e romances. Os contos mais significativos acham-se em “Belazarte” e em “Contos novos”. No primeiro, a escolha do assunto predominante (o proletariado em seu problemático dia-a-dia) mostra a preocupação do autor na denúncia das desigualdades sociais. No segundo, constituído de textos esparsos reunidos em uma publicação póstuma, estão os contos mais importantes como “Peru de Natal” e “Frederico Paciência”.

Em seu primeiro romance, “Amar, verbo intransitivo”, Mário desmascara a estrutura familiar paulistana. A história gira em torno de um rico industrial que contratou uma governanta (Fräulein) para ensinar alemão aos filhos.

Na verdade, essa tarefa era apenas uma fachada para a verdadeira missão de Fräulein: a iniciação sexual de Carlos, filho mais velho do industrial.

Na obra “Macunaíma”, classificada na primeira edição como uma “rapsódia” (1) temos, talvez, a criação máxima de Mário de Andrade. A partir da figura de Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, temos o choque do índio amazônico com a tradição e a cultura européia.

O romance pode ser assim resumido: Macunaíma nasce sem pai, na tribo dos índios Tapanhumas. Após a morte da mãe, ele e os irmãos (Maamape e Jinguê), partem em busca de aventuras. Macunaíma encontra Ci, Mãe do Mato, rainha das Icamiabas, tribo de amazonas, faz dela sua mulher e torna-se Imperador do Mato-Virgem. Ci dá à luz um filho, mas ele morre e ela também, (Ci se transforma na estrela beta do Centauro). Logo em seguida, Macunaíma perde o amuleto (muiraquitã) que ela lhe dera.

Sabendo que o amuleto está nas mãos de um mascate peruano que morava em São Paulo e que na verdade é Piaimã, o gigante antropófago, Macunaíma, acompanhado dos irmãos (Jiguê e Maanape), rumam ao seu encontro. Após inúmeras aventuras em sua caminhada, o herói recupera o amuleto, matando Piaimã. Em seguida, Macunaíma volta para o Amazonas e, após uma série de aventuras finais, sobe aos céus, transformando-se na constelação da Ursa Maior.

(1) rapsódia

1. Cada um dos livros de Homero
2. P. ext. Trecho de uma composição poética.
3. Entre os gregos, fragmentos de poemas épicos cantados pelo rapsodo.
4. Mús. Fantasia instrumental que utiliza temas e processos de composição improvisada tirados de cantos tradicionais ou populares: Fonte: Dicionário Aurélio

Fonte: www.mundocultural.com.br/www.tvcultura.com.br/www.cpdoc.fgv.br

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