Obras Literárias

julho, 2017

  • 13 julho

    Velho Conto – Olavo Bilac

    Olavo Bilac Nicolau, varão casado Porém de sorte mofina, Porque não tem descendência, Resolve, desesperado, Ir até a Palestina, Para fazer penitência. Parte, enceta a romaria, Em casa a esposa deixando, Sozinha, nos tristes lares, E, piedoso, dia a dia, Passa três anos rezando Pelos Sagrados Lugares. Pede ao Senhor …

  • 10 julho

    Última Página – Olavo Bilac

    Olavo Bilac Primavera. Um sorriso aberto em tudo. Os ramos Numa palpitação de flores e de ninhos. Doirava o sol de outubro a areia dos caminhos (Lembras-te, Rosa?) e ao sol de outubro nos amamos. Verão. (Lembras-te Dulce?) À beira-mar, sozinhos, Tentou-nos o pecado: olhaste-me… e pecamos; E o outono …

  • 10 julho

    Um Beijo – Olavo Bilac

    Olavo Bilac Foste o beijo melhor da minha vida, Ou talvez o pior…Glória e tormento, Contigo à luz subi do firmamento, Contigo fui pela infernal descida! Morreste, e o meu desejo não te olvida: Queimas-me o sangue, enches-me o pensamento, E do teu gosto amargo me alimento, E rolo-te na …

  • 10 julho

    Tenho Frio e Ardo em Febre!

    Olavo Bilac “E tremo à mezza state, ardendo inverno” Petrarca Tenho frio e ardo em febre! O amor me acalma e endouda! O amor me eleva e abate! Quem há que os laços, que me prendem, quebre? Que singular, que desigual combate! Não sei que ervada flecha Mão certeira e …

  • 10 julho

    Tercetos – Olavo Bilac

    Olavo Bilac I Noite ainda, quando ela me pedia Entre dois beijos que me fosse embora, Eu, com os olhos em lágrimas, dizia: “Espera ao menos que desponte a aurora! Tua alcova é cheirosa como um ninho… E olha que escuridão há lá por fora! Como queres que eu vá, …

  • 10 julho

    Talvez Sonhasse, Quando a Vi

    Olavo Bilac I Talvez sonhasse, quando a vi. Mas via Que, aos raios do luar iluminada Entre as estrelas trêmulas subia Uma infinita e cintilante escada. E eu olhava-a de baixo, olhava-a… Em cada Degrau, que o ouro mais límpido vestia, Mudo e sereno, um anjo a harpa doirada, Ressoante …

  • 6 julho

    Olavo Bilac

    Nascimento: 16 de dezembro de 1865, Rio de Janeiro. Falecimento: 28 de dezembro de 1918, Rio de Janeiro. Nacionalidade: Brasileiro. Olavo Bilac – Vida Olavo Bilac Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac nasceu a 16 de dezembro de 1865, no Rio de Janeiro. Faleceu em 28 de dezembro de 1918, …

  • 5 julho

    Soneto – Olavo Bilac

    Olavo Bilac Não és bom, nem és mau: és triste e humano… Vives ansiando, em maldições e preces, Como se a arder no coração tivesses O tumulto e o clamor de um largo oceano. Pobre, no bem como no mal padeces; E rolando num vórtice insano, Oscilas entre a crença …

  • 5 julho

    Só – Olavo Bilac

    Olavo Bilac Este, que um deus cruel arremessou à vida, Marcando-o com o sinal da sua maldição, — Este desabrochou como a erva má, nascida Apenas para aos pés ser calcada no chão. De motejo em motejo arrasta a alma ferida… Sem constância no amor, dentro do coração Sente, crespa, …

  • 5 julho

    Satânia – Olavo Bilac

    Olavo Bilac Nua, de pé, solto o cabelo às costas, Sorri. Na alcova perfumada e quente, Pela janela, como um rio enorme De áureas ondas tranqüilas e impalpáveis, Profusamente a luz do meio-dia Entra e se espalha palpitante e viva. Entra, parte-se em feixes rutilantes, Aviva as cores das tapeçarias, …