Barroco

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O que foi o Barroco?

A escola literária que antecede o Barroco é o Quinhentismo, que é do século XIV (1500) e, por isso, possui esse nome. Já o Barroco se inicia entre o final do século XVI e o início do XVII. No Trovadorismo, Deus era o centro de tudo, portanto a sociedade era teocêntrica. Contudo, durante o Humanismo e o Classicismo, o homem passa a ser o centro de tudo e então a sociedade se torna antropocêntrica.

O Barroco é o período em que as pessoas começam a se questionar sobre qual desses conceitos seguir. Há uma dúvida social sobre qual vertente utilizar: seguir o que a igreja prega e colocar Deus como centro de tudo ou viver uma vida comum em que o homem está no centro de tudo e cometer pecados? Tendo conhecimento dos movimentos literários anteriores, se torna mais fácil compreender esse conflito interno que aflige a sociedade da época barroca. E é esse mesmo conflito que aparecerá em todas as formas de arte desse período, literatura, arte, arquitetura, etc.

Contexto histórico e características

O Barroco e sua literatura se consolidam durante a época em que a Reforma Protestante de Martinho Lutero – que propõe que nem tudo que as pessoas fazem é pecado – está acontecendo. A igreja católica nada satisfeita com o movimento, por sua vez, criou a Contrarreforma e a Inquisição que é, de maneira simples, o nome que eles deram param sair caçando todos que concordavam com as ideias de Lutero.

Por isso, uma das principais características do Barroco é a dualidade/antítese (bem e mal, céu e inferno), isso surge porque a igreja também proíbe livros que consolidem a Reforma Protestante. Além disso, o pessimismo e as figuras de linguagem refletem a literatura barroca por ser grande parte do sentimento dos autores desse período.

Cultismo/Congorismo: o que é?

A literatura mais formal da época barroca é chamada de cultismo justamente pelo fato de ser mais culta e robusta.

Conceptismo/Quevedismo: o que é?

Aqui o que mais importa são as ideias e os conceitos, por isso a forma culta não é tão importante, o que mais importa agora é o pensamento lógico.

Principais autores do Barroco

Gregório de Matos é um dos grandes da poesia barroca e, em suas obras, ele utilizava tanto o cultismo quanto o conceptismo. O poeta também era conhecido como “Boca do Inferno”, seu apelido popular. A sua poesia se divida em três estilos:

  1. lírica-amorosa: apesar de falar sobre amor, ainda é bem pesada;
  2. lírico-religiosa: aqui ele contestava os valores da igreja;
  3. sátiras: nesse estilo ele tirava sarro de todas as pessoas e de todas as classes, por isso do apelido “Boca do Inferno”.

Já na prosa, o nome do barroco é o Padre Antônio Vieira. Ele é o responsável pela catequização dos índios e foi quem trouxa a literatura aos indígenas. As suas obras são todas escritas no conceptismo e, dentre elas, há três estilos:

  1. os sermões: são as ideias da igreja católica que ele resolve debater. São as obras mais famosas do Padre e estão em algumas listas de vestibulares;
  2. cartas: são apenas cartas que ele enviava para outras pessoas;
  3. profecias: são as ideias dele sobre o Brasil.

Por Amanda Abreu

Barroco – Origem

O termo barroco, provavelmente, em última análise, é derivado da palavra italiana barocco, que os filósofos usavam durante os Idade Média para descrever um obstáculo no esquema lógica.

Posteriormente, a palavra passou a designar qualquer idéia contorcida ou processo involutivo do pensamento.

Outra fonte possível é a palavra portuguesa barroco, usado para descrever uma irregular ou em forma imperfeita de pérolas, e este uso ainda sobrevive no termo do joalheiro pérola barroca.

Na crítica de arte da palavra barroco veio a ser usado para descrever qualquer coisa irregular, estranho, ou de outra forma com partida regras e proporções estabelecidas.

Três principais tendências da época

Três tendências culturais e intelectuais mais amplos teve um profundo impacto sobre a arte barroca, bem como música barroca.

A primeira delas foi o surgimento da Contra-Reforma e ampliação de seu domínio, tanto territorialmente e intelectualmente. Nas últimas décadas do século 16, o estilo refinado conhecido como Maneirismo tinha deixado de ser um meio eficaz de expressão, e sua inadequação para a arte religiosa foi sendo cada vez mais sentida nos círculos artísticos.

Para combater as incursões feitas pela Reforma, a Católica Romana Igreja depois do Concílio de Trento (1545-1563) adotou uma propagandístico posição em que a arte era servir como um meio de ampliar e estimular a confiança dos cidadãos na igreja. Para tal, a igreja adotou um programa artístico consciente cujos produtos faria um apelo emocional e sensorial abertamente aos fiéis.

O estilo barroco que evoluiu a partir deste programa foi, paradoxalmente, tanto sensual e espiritual; enquanto um tratamento naturalista rendeu a imagem religiosa mais acessível para o paroquiano médio, efeitos dramáticos e ilusórios foram usadas para estimular a piedade e devoção e transmitir uma impressão do esplendor do divino. Tetos de igrejas barrocas, assim, dissolvido em cenas pintadas que apresentaram visões vívidas do infinito para o observador e os sentidos dirigidos em direção a preocupações celestiais.

A segunda tendência foi a consolidação do absolutos monarquias, acompanhado por uma cristalização simultânea de uma classe média importante e poderoso, que agora passou a desempenhar um papel na arte patrocínio. Palácios barrocos foram construídas em uma expandida e monumental escala a fim de mostrar o poder ea grandeza do Estado centralizado, um fenômeno melhor exibida no palácio real e jardins em Versailles. No entanto, ao mesmo tempo, o desenvolvimento de um mercado de fotos para a classe média e seu gosto pelo realismo pode ser visto nas obras dos irmãos Le Nain e Georges de La Tour na França e nas variadas escolas de holandês do século 17 pintura.

A terceira tendência foi um novo interesse pela natureza e um alargamento geral da horizontes intelectuais humanos, estimulados pela evolução da ciência e pela exploração do globo. Estes produziram simultaneamente um novo sentido tanto da insignificância humana (particularmente encorajada por Copérnico deslocamento da Terra do centro do universo) e da complexidade insuspeita e infinitude do mundo natural.

O desenvolvimento do século 17, paisagem, pintura, em que os seres humanos são frequentemente retratados como figuras hora em um grande cenário natural, é indicativa dessa mudança da consciência da condição humana.

Barroco – Arte, Literatura, Pintura e Música

Num sentido amplo, o barroco pode ser visto como uma tendência constante do espírito humano e, conseqüentemente, da cultura, presente em todas as manifestações de nossa civilização, sobretudo na história da arte. Representa o apelo ao emocional, ou dramático, em oposição à tendência do intelecto a estabilizar e fixar autoritariamente princípios rígidos.

Assim pode-se falar em barroco helenístico, barroco do período medieval tardio, etc.: momentos de libertação de formas, em oposição a estruturas artísticas anteriormente disciplinadas, comedidas, “clássicas”.

Em sentido estrito, o Barroco é um fenômeno artístico e literário estreitamente vinculado à Contra Reforma, o que parece reforçado pelo fato de que seu maior desenvolvimento se observou nos países católicos (embora tivesse também acontecido em países protestantes).

Barroco
O Êxtase de Santa Teresa

Seria, assim, uma reação espiritualista ao espírito renascentista imbuído de racionalismo. Ainda que, antes da Contra Reforma, já tivessem aparecidos traços de estilo barroco, não há duvida de que a religiosidade constitui um dos traços predominantes desse movimento, mas uma religiosidade ligada a uma visão do mundo aberta, combinando misticismo e sensualidade. A designação “barroca” para a arte só lhe foi atribuída muito mais tarde e tinha, a principio, sentido pejorativo.

O Neoclassicismo do séc. XVIII rejeitava o Barroco como algo sem regras, caprichoso, carente de lógica, um estilo extravagante.

Muitos chegaram mesmo a considerar o Barroco um estilo patológico, uma onda de monstruosidade e mau gosto. A revalorização ocorreu no séc. XIX, por via da rejeição dos cânones neoclássicos.

Barroco renovou completamente a iconografia e as formas da arte sacra, mas foi também uma arte da Corte, refletindo o absolutismo dos príncipes no fausto da decoração.

Ao contrário do Renascimento, o Barroco caracteriza-se pela assimetria, pela noção do espaço infinito e do movimento contínuo, pelo desejo de tocar os sentidos e despertar emoções.

Isso é obtido por meio de efeitos de luz e movimento, de formas em expansão que se manifestam: em arquitetura, pelo emprego da ordem colossal, das curvas e contracurvas, pelas súbitas interrupções, pelos esquemas formais repetidos; em escultura, pelo gosto da torção, das figuras aladas, planejamentos tumultuados e sobretudo pela dramaticidade; em pintura, por composições em diagonal, jogos de perspectiva e de encurtamento, pela obsessiva transmissão de sensações de movimento e instabilidade. Mas, principalmente, as diferentes artes tendem a se fundir na unidade de uma espécie de espetáculo, cujo dinamismo e colorido brilho se traduzem em exaltação.

O Barroco encontrou sua primeira expressão em Roma, entre os arquitetos encarregados de terminar a obra de Michelangelo: Maderno, depois Bernini, seguidos por Borromini; são criações de Bernini, o baldaquino da basílica de São Pedro, o Êxtase de Santa Teresa (considerado por muitos a expressão máxima da escultura barroca), a fonte dos Quatro Rios; Lanfranco, Pietro da Cortona e P. Pozzo cobriram os tetos de vôos celestes em trompe-l`oeil.

Esse estilo espalhou-se pela Itália: Piemonte (Guarini, Juvarra); Nápoles (L. Giordano); Gênova, Lecce, Sicília (séc. XVIII) e Veneza (Longhena e Tiepolo).

Da Itália alcançou a Boêmia, Áustria, Alemanha, Paises Baixos do sul, a península Ibérica e suas colônias na América.

As capitais germânicas desse estilo foram: Praga (com os Dientzenhofer); Viena (Fischer von Erlach, L von Hildebrandt); Munique (com os Asam e os Cuvilliés).

A Bélgica construiu no séc. XVII igrejas que lembram a estrutura e o élan vertical do gótico. Escultores como H. F. Verbruggen aí instalaram seus grandiosos púlpitos, e Rubens, o pintor barroco por excelência, ali colocou seu universo de formas cheias de energia.

Barroco
Baldaquino de Bernini

O Altar-mor assenta diretamente sobre o túmulo de São Pedro. Tradicionalmente, apenas o Papa celebra missa nesse altar, abrigado por um baldaquino de bronze com 29 metros de altura, obra de Gian Lorenzo Bernini

Na Espanha, triunfou o barroco churrigueresco (criado pelo arquiteto José Churriguera), com as suas grinaldas, frutos, flores, medalhões e volutas que decoravam profusamente as fachadas.

A escultura espanhola do Barroco foi inteiramente consagrada à produção de imagens religiosas, em geral de madeira, pintadas em cores naturais muitas vezes articuladas, vestidas com trajes suntuosos e ornamentadas de jóias.

A exuberância do Barroco espanhol implantou-se no México, Peru, Equador, Bolívia e outros paises da América Latina com mais ou menos vigor.

Em Portugal, entre os mais belos exemplos do Barroco estão a igreja de São Pedro dos Clérigos (iniciada em 1723) o palácio de Queluz (1758-1790) e a basílica da Estrela (1779-!790); o convento de Mafra, construído na época de D. João V (1706-1750), embora com planta inspirada no Escorial, apresenta-se bastante barroco na sobrecarga arquitetural.

Na França, o Barroco penetrou por volta de 1630 (Vouet, Le Vau) e triunfou nas artes decorativas, um século mais tarde, com o rocaille (embrechado) e rococó, estilos derivados do Barroco.

No Brasil, o Barroco expressou o período mais efervescente da colônia; teve seu apogeu no século XVIII, perdurando, no século seguinte, até a chegada da Missão Francesa (1816).

Ricamente representado nas igrejas da Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco e, sobretudo, de Minas, o Barroco brasileiro impôs seu próprio ritmo de difusão, alterando e misturando na arquitetura os estilos maneiristabarroco e rococó.

A produção mais importante é a da escola mineira, cujo florescimento é favorecido pelo ciclo do ouro. Mais original do que a produção litorânea, diretamente vinculada aos modelos europeus (em Salvador, a igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, 1736, em pedra de lioz trazida de Portugal, e o mosteiro de São Bento, inspirado na igreja de Gesú, de Roma), o barroco mineiro inovou na estrutura e na forma.

Sem romper com a temática religiosa, a escultura de Aleijadinho expressa uma forte alusão popular e emprega materiais brasileiros, como a pedra-sabão. Manoel da Costa Athayde pintou no teto da igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, uma madona mulata cercada de anjinhos igualmente pardos.

Mestres de obra, artífices e artesãos negros, índios e mulatos enriquecem de mitologias naturalistas e símbolos pagãos os meios expressivos importados da Europa. Manifestando-se menos nas fachadas e muito mais nos interiores cobertos de ouro, o Barrocobrasileiro corresponde às primeiras afirmações da nacionalidade e, pelo menos durante algum tempo, exprime tanto os interesses das camadas dominantes quanto a criatividade popular. As igrejas das Ordens Terceiras (São Francisco de Assis, Nossa Senhora do Carmo) reúnem os brancos das classes dirigentes; as irmandades (de Nossa Senhora do Rosário, das Mercês, da Redenção dos Cativos) congregam os pretos escravos ou agrupam os mulatos que exercem ofícios mecânicos (irmandade de São José, do Cordão de São Francisco).

Assim, se a monumentalidade dos templos reforça o poder da Igreja e o fausto da Coroa, as imagens que o povo venera evocam secretas relações com os orixás africanos cultuados pelos artífices entalhadores.

Além de Aleijadinho e de Manoel da Costa Athayde, outros artistas importantes do período são os pintores Caetano da Costa Coelho, no Rio de Janeiro, e José Joaquim da Rocha, na Bahia; o pintor e arquiteto Frei Jesuíno do Monte Carmelo, em São Paulo; Mestre Valentim, escultor, entalhador e arquiteto ativo, no Rio de Janeiro, etc.

Assunção da Virgem Maria (1723) Obra de Egid Quirin Asam Mosteiro de Rohr, Alemanha

Literatura Barroca

Durante muito tempo o Barroco definiu apenas as artes plásticas. O conceito aplicado à literatura surgiu apenas no final do séc. XIX com os trabalhos dos teóricos alemães Jakob Burkardt e, sobretudo, Heinrich Wöfflin.

O termo “barroco” abrange em literatura uma serie de denominações. Em Portugal e Espanha, seiscentismo, conceptismo (ou conceitismo), cultismo (ou culteranismo); na Itália, marinismo e seiscentismo; na França, preciosismo; na Inglaterra, enfuísmo; e, na Alemanha, silesianismo.

São características do Barroco literário: linguagem pomposa, imagens sutis e freqüentemente obscuras; musicalidade, descritivismo, exploração das possibilidades fonéticas da língua, objetivando salientar os contrastes conceituais; utilização do paradoxo, criando umestilo rebuscado, onde predominam os jogos de palavras, oposições e idéias abstratas; procura de imagens e sugestões fora da realidade; virtuosismo; amplo uso de alegorias, hipérboles, paralelismos, repetições, anáforas e antíteses; exacerbação dos sentimentos e gosto do requinte; estilo sentencioso e preocupação moralizante; ritmo sincopado e metáforas sinuosas, espiraladas, ligando imagens complexas, tais como as volutas que caracterizam o estilo barroco na arquitetura.

Principais representantes: Góngora, Quevedo, Cervantes, Lope de Vega, Calderón de la Barca, Tirso de Molina (Espanha); Tasso, Marino, Guarini, Della Porta (Itália); Montaigne, Pascal, Corneille, Racine, Boileau (França); Lily, Donne, Bacon (Inglaterra); Silesius, Gryphius, Opitz (Alemanha); Sóror Mariana de la Cruz, Hojeda, Balbuena, Caviedas (América espanhola).

Em Portugal, o Barroco desenvolveu-se entre 1580 e 1680, cobrindo portanto todo o período em que o país esteve sob a dominação espanhola (1580 e 1640).

Fortemente marcado pelo cultismo e conceptismo, teve como principais representantes: Rodrigues Lobo, Manuel de Melo, Tomás de Noronha, Sóror Violante do Céu (poesia); Frei Luís de Souza, Padre Bernardes, Padre Bartolomeu do Quental e Frei Antônio das Chagas (ficção).

No Brasil, o Barroco literário manifestou-se na prosa laudatória, na poesia e na oratória sacra e teve como principais representantes: Gregório de Mattos Guerra (poeta), Manuel Botelho de Oliveira, Rocha Pita e padre Antônio Vieira (orador sacro).

Assim como a reabilitação do Barroco foi um acontecimento tardio, graças, sobretudo, ao trabalho de Heinrich Wosfflin (Renascimento e Barroco, 1888; Conceitos Fundamentais da História da Arte, 1915), a poesia de Gregório de Matos também esteve muito tempo relegada ao esquecimento. O soneto “A Conceição Imaculada de Maria Santíssima”, mostra o estilo inconfundível deste poeta.

Soneto

Como na cova tenebrosa, e escura, A quem abriu o Original pecado, Se o próprio Deus a mão vos tinha dado; Podeis vós cair, ó virgem pura?

Nem Deus, que o bem das almas só procura, De todo vendo o mundo arruinado, Permitiria a desgraça haver entrado, Donde havia sair nossa ventura.

Nasce a rosa de espinhos coroada Mas se é pelos espinhos assistida, Não é pelos espinhos magoada.

Bela Rosa, ó virgem esclarecida! Se entre a culpa se vê, fostes criada, Pela culpa não fostes ofendida.

Música Barroca

período barroco corresponde à criação de gêneros novos (oratório, cantata, concerto) e à utilização de uma escrita baseada no diálogo (estilo concertante com baixo contínuo) e ornamentação e marcada pelo gosto pela improvisação e pelo preciosismo. Os concertos de Vivaldi e numerosas obras de J.S. Bach são típicos desse período.

A primeira notícia de conjunto de músicos profissionais no Brasil é de 1717, formado para a chegada do conde de Assumar à vila de São João del Rei. Desde então, a música sempre foi uma atividade remunerada por todo o ciclo do ouro.

O seminário de Mariana foi o núcleo formador de músicos, seminaristas e leigos, instruídos por padres da região. Ecos dessa produção só ocorreram pelos idos de 1770, com José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita, que alcançou grande sucesso com sua vasta obra marcada pelas influências de Mozart e Pergolesi. Os compositores procuravam estar informados sobre a música européia e graças ao trabalho dos copistas, a divulgação da música se deu por toda a região de Minas Gerais.

Pode-se afirmar que em Minas Gerais, no século XVIII, existiu um profissionalismo musical maior que no resto do continente americano. Essa produção artística, no entanto, sempre dependeu da vitalidade e das condições econômicas das agremiações religiosas e seus mantenedores. Portanto, quando se esgotou o ouro das minas e dos rios esgotou-se também o ciclo cultural artístico barroco.

Todavia, no Brasil, não se justifica o uso da expressão barroco mineiro para designar a música do fim do século XVIII, que pode ser chamada de pré-clássica, pois revela influência decisiva de compositores como Mozart, Haydn e Pergolesi.

Barroco – Estilo

As manifestações artísticas consideradas barrocas foram produzidas principalmente no século XVII.

O traço principal do estilo barroco é a tensão entre espírito e matéria, céu e terra, razão e emotividade, contenção e derramamento, cientificismo e religiosidade.

Na Europa, essas características refletem o conflito de idéias colocado pelo progresso científico impulsionado no Renascimento e a Reforma Protestante, de um lado, e a reação contra-reformista da Igreja Católica, de outro.

Na literatura, a tensão manifesta-se pela intensificação do uso de recursos estilísticos. Antíteses, inversões, metáforas, preciosismo verbal e obscuridade de sentido foram cultivados por diversos autores do período, entre os quais destaca-se o poeta espanhol Luís de Góngora.

No Brasil, os principais autores do Barroco foram Gregório de Matos e Padre Antônio Vieira. O primeiro celebrizou-se pela poesia satírica e pelo retrato impiedoso e lírico de sua Bahia natal. O segundo, pela riqueza literária dos sermões com que defendia o ideário católico.

Profícuo na região de Minas Gerais no século XVIII, o Barroco brasileiro na arquitetura e na escultura não é contemporâneo do Barroco literário.

No período em que o movimento artístico atingia seu auge com as esculturas sacras de Aleijadinho, as manifestações literárias produzidas no Brasil já são de caráter neoclássico, árcade ou rococó. Em razão da pluralidade e pouca especificidade da produção literária seiscentista, estudiosos propõem que o termo Barroco seja insuficiente para caracterizar a diversidade das manifestações artísticas do período.

Uma vez que as artes apresentam grande diversidade durante o período de vigência do Barroco, seus traços comuns têm de ser investigados de par com as tendências intelectuais e culturais da época.

Entre as que influenciaram as artes de modo especialmente significativo, destacam-se a consolidação das monarquias absolutas na Europa, a ampliação dos horizontes intelectuais decorrente das novas descobertas da ciência e a Contra-Reforma. É impossível, por exemplo, pensar a pujança arquitetônica de palácios como o de Versalhes, na França, dissociada da necessidade do poder real de afirmar e exibir sua monumentalidade.

Do mesmo modo, a partir de formulações como a de Copérnico, que tirava a Terra do centro do universo, os pilares da fé religiosa são ameaçados. Em boa medida, deriva daí a tensão entre divino e profano, Deus e homem, terra e céu presente em grande parte das manifestações artísticas consideradas barrocas.

Por fim, a Contra-Reforma é um vetor importante para o processo porque fez da arte um meio de propaganda do ideal católico, então ameaçado pela Reforma Protestante. E, para falar diretamente ao observador, para converter o infiel, era preciso apelar aos sentidos e enfatizar os meios expressivos.

O termo barroco provavelmente deriva da palavra italiana barroco, usada por filósofos da Idade Média para descrever um obstáculo ao raciocínio lógico. Em seguida, a palavra passou a designar qualquer tipo de idéia obscura ou processo tortuoso de pensamento.

Outra origem possível está na palavra portuguesa barroco, que se refere a um tipo de pérola de formato irregular. Na crítica de arte, barroco começou a ser usado na descrição de qualquer objeto irregular, bizarro, ou que fugisse das normas de proporção estabelecidas. Esse ponto de vista perdurou até o fim do século 19, época em que o termo ainda carregava a conotação de estranheza, grotesco, exagero e excesso de ornamentação.

Foi só a partir do estudo pioneiro do historiador de arte Heinrich Wölfflin, Renascimento e Barroco (1888), que o Barroco tornou-se uma designação estilística e teve suas características sistematizadas.

As primeiras manifestações do Barroco, ocorridas na Itália, datam das últimas décadas do século XVI. Em outras regiões, notadamente a Alemanha e o Brasil colonial, o movimento atingiria seu auge no século XVIII. Na história da arte ocidental, no entanto, o Barroco se confunde com o século XVII.

No Brasil, a emergência do Barroco coincide com os ciclos de ocupação e exploração intensa e regular das possibilidades econômicas do Brasil-Colônia, que a partir da segunda metade do século XVI fizeram surgir núcleos urbanos de grande importância econômica e cultural na Bahia e em Pernambuco. Consolidava-se então uma economia baseada na monocultura e na escravidão negra.

Começavam a surgir as Academias, associações literárias inspiradas em modelos portugueses que representam o primeiro sinal articulado de preocupação cultural no país. As invasões estrangeiras que ocorreram nos séculos XVI e XVII, com destaque para a holandesa (1624-1654), contribuíram para a aceleração das transformações econômicas no Nordeste e também para a formação de uma espécie de “consciência colonial”, que começava a se manifestar nos escritos seiscentistas.

Características Gerais

As obras que distinguem o período são estilisticamente complexas, até mesmo contraditórias. Em geral, é possível dizer que o desejo de evocar estados de espírito exaltados e de apelar dramaticamente aos sentidos do observador é comum à maior parte de suas manifestações.

Algumas características associadas ao Barroco são grandeza, sensualidade, dramaticidade, movimento, vitalidade, tensão e exuberância emocional. Todas contrapõem-se ao racionalismo contido e metódico que era próprio ao Classicismo, período anterior que se confunde com o Renascimento e que enfatiza o rigor e a sobriedade por meio da imitação dos autores da antigüidade grega e romana.

Muitos historiadores costumam dividir a literatura do Barroco em duas tendências: o conceptismo e o cultismo.

O primeiro, mais freqüente na prosa, corresponde ao jogo de idéias, à organização da frase com uma lógica que visa à persuasão, como pode ser observado nos sermões do Padre Vieira.

O segundo, característico da poesia, define-se pelo jogo de palavras com vistas ao preciosismo formal e tem como autor emblemático o espanhol Luis de Góngora, influente sobre os poetas do período a ponto de o Barroco literário também ser conhecido como Gongorismo. Outras designações freqüentes para a época são Seiscentismo, Maneirismo e Marinismo, este último em razão da obra do poeta italiano Gianbattista Marini.

Um exemplo da abrangência da concepção do termo Barroco pode ser obtido a partir da formulação da historiadora e crítica literária Luciana Stegagno Picchio.

De acordo com a autora, o período foi especialmente rico no Brasil porque a estética barroca se adapta com facilidade a um país que cria sua própria fisionomia e cultura em termos de oposição e de encontro de contrários, de mestiçagem. Nesse sentido, ela argumenta que também a primeira literatura dos descobrimentos é barroca. Assim como a literatura dos jesuítas, pela concepção trágica da vida, pela temática contra-reformista e pela forma plurilíngüe.

Fora da literatura, o Barroco no Brasil só atingiria seu ponto máximo na segunda metade do século XVIII. Nesse período, durante o ciclo do ouro nas Minas Gerais, a arquitetura, a escultura e a vida musical desenvolveram-se a ponto de constituir um Barroco “mineiro”, cujos exemplos mais significativos estão na obra do escultor Aleijadinho, do pintor Manuel da Costa Athaide e do compositor Lobo de Mesquita. A poesia e a prosa contemporânea desses autores, no entanto, não é mais barroca.

Em 1768, quando se publica o livro Obras, de Cláudio Manuel da Costa, o estilo árcade passa a predominar na literatura.

Importa ainda lembrar que, nos últimos anos, alguns dos principais estudiosos da produção literária brasileira do século XVII têm se dedicado à hipótese de que o termo Barroco não dá conta das variadas manifestações artísticas do período, que por isso mesmo devem ser entendidas em sua singularidade.

Os autores mais destacados do Barroco literário do Brasil são o Padre Vieira (1608-1697) e Gregório de Matos (1623-1696). Pregador cristão a serviço da Coroa portuguesa, Vieira passou a maior parte da vida no país. Por se apropriar de termos e elementos da cultura brasileira em seus textos, foi de fundamental importância para a constituição de uma linguagem que começava a ganhar autonomia em relação a Portugal.

Seus sermões são ricos em antíteses, paradoxos, ironias, jogos de palavras, hipérboles e alegorias. Com gosto pelo tom profético e messiânico, ele levou a arte da retórica e da persuasão ao paroxismo. Deixou uma obra vasta na qual se destacam o Sermão da Sexagésima e o Sermão do Bom-Ladrão.

Outros nomes de relevo na prosa do período são Sebastião da Rocha Pita (1660-1738), autor da História da América Portuguesa, Nuno Marques Pereira (1652-1731), cujo Compêndio Narrativo do Peregrino da América é considerado pioneiro na narrativa de cunho literário do país, e o frei Vicente do Salvador (1564-1636/1639), autor do volume História do Brasil (1627).

Sem ter publicado nenhum poema em vida e ainda envolto em incertezas em relação à autoria da obra, Gregório de Matos é a epítome doBarroco na poesia brasileira. Os textos a ele atribuídos foram registrados a partir da tradição oral de seus contemporâneos.

Religiosos, líricos e satíricos, os versos que compõem sua obra proferem uma crítica demolidora contra o clero, políticos e outros poderosos da época. Pródigo em metáforas, paradoxos, inversões sintáticas e sentenças que condensam erotismo, misticismo, palavras de baixo calão e busca do sublime, ele praticou um hedonismo lingüístico capaz de condensar a matriz barroca com o estímulo localista, como se pode verificar pela leitura dos poemas Triste Bahia e À Mesma D. Ângela. Não por acaso, o poeta é considerado o primeiro autor a dar estatuto literário à figura do índio.

O poema Prosopopéia, de Bento Teixeira, é tido como marco inicial do movimento no Brasil. Datado de 1601 e escrito com estilo e concepção inspirados em Camões, Prosopopéia é um poema épico de louvor a Jorge Albuquerque Coelho, segundo donatário da Capitania de Pernambuco.

No campo da poesia, destaca-se ainda Manuel Botelho de Oliveira, autor de Música do Parnaso, o primeiro livro impresso escrito por autor nascido no país. O livro de Oliveira é uma reunião de poemas em português e espanhol que seguem rigorosa orientação cultista e conceptista.

Barroco – Origem da palavra

A origem da palavra barroco tem causado muitas discussões.

Dentre as várias posições, a mais aceita é a de que a palavra se teria originado do vocábulo espanhol barrueco, vindo do português arcaico e usado pelos joalheiros desde o século XVI, para designar um tipo de pérola irregular e de formação defeituosa, aliás, até hoje conhecida por essa mesma denominação.

Assim, como termo técnico, estabeleceria, desde seu início, uma comparação fundamental para a arte: em oposição à disciplina das obras do Renascimento, caracterizaria as produções de uma época na qual os trabalhos artísticos mais diversos se apresentariam de maneira livre e até mesmo sob formas anárquicas, de grande imperfeição e mal gosto.(Suzy Mello, Barroco. São Paulo, Brasiliense, 1983. p.7-8)

No início do século XVII, o Classicismo já estava perdendo a força. Depois de dominar por um século o palco da literatura ocidental, o Classicismo esgotou as renovações trazidos do Renascimento e pouco a pouco foi deixando de ser centro dos acontecimentos culturais. Surgiu, então, o Barroco.

barroco na arte marcou um momento de crise espiritual da sociedade européia. O homem do século XVII era um homem dividido entre duas mentalidades, duas formas de ver o mundo.

Barroco é fruto da síntese entre duas mentalidades, a medieval e a renascentista, o homem do século XVII era um ser contraditório, tanto que ele se expressou usando a arte.

No Brasil, o Barroco tem seu marco inicial em 1601 com a publicação do poema épico prosopopéia, a primeira obra, propriamente literária, escrita entre nós, da autoria do português, radicado no Brasil, Bento Teixeira. O final do Barroco brasileiro só concretizou em 1768, com a publicação das Obras poéticas de Cláudio Manuel da Costa .

No entanto, como o Barroco no Brasil só foi mesmo reconhecido e praticado em seu final (entre 1720 e 1750), quando foram fundadas várias academias literárias, desenvolveu-se uma espécie de Barroco tardio nas artes plásticas, o que resultou na construção de igrejas de estilo barroco durante o século XVIII.

Barroco no Brasil foi um estilo literário que durou do século XVII ao começo do século XVIII, marcado pelo uso de antíteses e paradoxos que expressavam a visão do mudo barroco numa época de transição entre o teocentrismo e o antropocentrismo.

Barroco – As Origens da Cultura Brasileira

O nosso primeiro e decisivo estilo artístico e literário foi o Barroco.

É contemporâneo dos alicerces mais antigos da sociedade e da cultura brasileira, ou seja, da formação da família patriarcal nos engenhos de cana de Pernambuco e da Bahia, da economia apoiada no tríptico monocultura-latifúndio-trabalho escravo, bem como dos primórdios da educação brasileira, nos colégios jesuíticos.

Daí sua importância, e daí, também, as projeções que esse períodosubseqüentes, até os nossos dias.

Barroco é originário da Itália e da Espanha e sua expansão para o Brasil deu-se a partir da Espanha, centro irradiador desse estilo, para a Península Ibérica e América Latina.

Os limites cronológicos do Barroco no Brasil são:

Início: 1601 – com PROSOPOPÉIA, poema épico de autoria do português, radicado no Brasil, Bento Teixeira Pinto. É a primeira obra, propriamente literária, escrita entre nós.
Término:
 1768 – com a publicação das OBRAS POÉTICAS de CLAÚDIO MANUEL DA COSTA, obra inicial do Arcadismo no Brasil.

Barroco na Literatura Brasileira

O estudo do Barroco na Literatura Brasileira é fundamental para que se tenha uma compreensão da formação da consciência nacional das letras brasileiras.

Também, em termos universais, o entendimento desse estilo de época equivale em conhecer um pouco de uma estética que dominou o universo do pensamento e arte ocidentais durante o século XVII e parte do século XVIII.

O Barroco exprime as inquietações do homem no período pós-renascentista, assinalado pela contra-reforma, o absolutismo monárquico e a crise do capitalismo comercial. Itália e Espanha, países em que esse estilo teve origem e florescimento, produziram artistas que exerceram e ainda exercem acentuada influência sobre autores brasileiros.

Não se compreende, por exemplo, a poesia de Gregório de Matos sem a sombra de Gôngora.

Nos primeiros textos da formação da Literatura Brasileira, em que já se insinuam aspectos estéticos na intenção pedagógica ou catequética, como nos poemas e autos de José de Anchieta, é possível a identificação de algumas marcas discursivas e ideológicas desse estilo. Também em alguns trechos de padre Manuel da Nóbrega ou nos versos de Prosopopéia, de Bento Teixeira Pinto, já se manifestam elementos do rebuscamento que identificam o Barroco. E, mesmo em outras épocas, certos traços barroquizantes são perceptíveis, com na opulenta linguagem de Euclides da Cunha, de Guimarães Rosa ou de Pedro Nava.

Termo que abrange literatura, música, pintura, arquitetura e escultura, o Barroco lega, à história da arte em geral, um amplo glossário que é recorrente no estudo dos estilos de época: termos como cultismo, conceptismo, gongorismo, preciosismo, marinismo, maneirismo, fusionismo são indissociáveis desse estilo. Para o estudo mais aprofundado de figuras como metáfora, hipérbole, hipérbato e paradoxo, o Barroco servirá como fonte de exemplos.

Na Literatura Brasileira, através dos poemas de Gregório de Matos e dos sermões de Padre Antonio Vieira, pode-se claramente perceber as características discursivas e ideológicas do estilo Barroco, e um conhecimento do contexto histórico marcado pela decadência do comércio de especiarias orientais, o declínio da economia portuguesa, os embates com os holandeses e a ação dos jesuítas no trabalho de conversão do indígena.

Condições prévias para ensinar Para reconhecer e caracterizar a contribuição dos principais autores barrocos para a literatura nacional, o estudante deverá entrar em contato, principalmente, com textos de Gregório de Matos, e Padre Antonio Vieira. Esses autores, em suas obras, apropriaram-se do discurso cultural, teológico e político do contexto histórico, assinalado pela Contra- Reforma, pela Companhia de Jesus e pela Santa Inquisição.

A poesia de Gregório Matos presta-se a um interessante trabalho de reconstrução histórica, sem que se percam seus aspectos especificamente literários, como a agudeza e o engenho, categorias importantes nos textos seiscentistas.

Os escritos de Padre Vieira, ricos em argumentação e utilização da língua com argúcia e eficácia, constituem modelos de uma prosa cujo poder e ressonância terá reconhecimento ao longo do processo de formação da identidade nacional.

De posse das características básicas do estilo barroco, sem perder de vista o contexto histórico, o estudante poderá estabelecer relações intertextuais entre os textos dessa época a outras manifestações culturais de épocas diferentes.

Um fecundo estudo de análise comparativa pode ser realizado, envolvendo autores e obras de variadas artes, de Aleijadinho a Niemeyer, de Vieira a Euclides da Cunha, de Gregório de Matos a Glauber Rocha.

Na abordagem de textos de diferentes épocas e de variados gêneros, como sermões, auto, crônica, conto, poema, romance, ensaio e letras de canções, o estudante terá a oportunidade de se deparar com aspectos recorrentes do Barroco, como o carpe diem, o ludismo, o feísmo, a técnica recolhitiva ou o processo de disseminação ou recolha, além de outros procedimentos.

O estudo dos textos de Gregório de Matos e de Padre Vieira permite que se tenha uma boa compreensão da função da poesia e do sermão na vida social brasileira. Sátira e oratória são componentes intrínsecos da produção cultural brasileira.

A atualidade do Barroco é o que orienta, por exemplo, toda a obra de um notável escritor contemporâneo como o mineiro Affonso Ávila, que, através de ensaios e poemas, põe em permanente discussão a arte de ontem com a de hoje.

1. Reconhecer a importância do Barroco brasileiro para a formação da consciência e da literatura nacional.
2. 
Identificar, em textos literários do Barroco, marcas discursivas e ideológicas desse estilo de época e seus efeitos de sentido.
3. 
Relacionar características discursivas e ideológicas de obras barrocas ao contexto histórico de sua produção, circulação e recepção.
4.
 Reconhecer e caracterizar a contribuição dos principais autores barrocos para a literatura nacional.
5. 
Estabelecer relações intertextuais entre textos literários barrocos e outras manifestações literárias e culturais de épocas diferentes.
6. 
Identificar efeitos de sentido da metalinguagem e da intertextualidade em textos literários barrocos.
7 .
 Posicionar-se, como pessoa e como cidadão, frente a valores, ideologias e propostas estéticas representadas em obras literárias barrocas.
8.
 Elaborar textos orais e escritos de análise e apreciação de textos literários barrocos.

Como ensinar (como trabalhar o tópico)

Ao trabalhar com textos de Gregório de Matos, que devem ser relacionados com o contexto histórico, o professor deve chamar a atenção para a função social da sátira. A situação econômica da Bahia aparece com nitidez em vários textos do poeta, que foi uma espécie de cronista-versejador de sua época.

Assim também com os sermões de Padre Vieira, que estão diretamente ligados a um período em que ao catolicismo se sentia ameaçado pela reforma dos protestantes e pelo avanço do racionalismo da ciência laica, ou, para citar um episódio especificamente local, pela invasão holandesa.

A poesia atribuída a Gregório de Matos, em suas diferentes facetas (lírica, satírica, religiosa, encomiástica, costumbrista) oferece extensa atividade, não só para a identificação dos aspectos de seu tempo, mas também para serem comparados com outras manifestações culturais, em diferentes épocas.

A leitura do romance contemporâneo de Ana Miranda (Boca do Inferno) permite, além da reconstituição histórica, uma revisão crítica do papel de Gregório e de Padre Vieira na sociedade brasileira no período seiscentista. A comparação de expedientes humorísticos usados por Gregório de Matos podem ser identificados na produção do humor na literatura de Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Murilo Mendes, José Paulo Paes, Affonso Ávila, Sebastião Nunes e Glauco Mattoso.

Como avaliar

A leitura de passagens de sermões de Padre Vieira, como o da sexagésima, oferece um bom pretexto para que se discuta a metalinguagem na obra literária. O sermão sobre a invasão holandesa pode ser analisado a partir dos aspectos do preconceito em relação a outras culturas e religiões. A importância da metáfora na construção textual pode ser identificada no sermão do Mandato.

Na poesia de Gregório de Matos, pode-se tomar, por exemplo, os textos em que a mulher e o amor são abordados ou de forma lírica ou de forma satírica. A temática do carpe diem, em Gregório, pode ser relacionada com esse tema em outros escritores de diferentes épocas, como em Tomás Antonio Gonzaga, no Arcadismo, ou em Vinícius de Moraes, no Modernismo.

O estudo das metáforas barrocas em Gregório de Matos pode ser processado com o relacionamento com outros autores, como Castro Alves, Cruz e Sousa, Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade. Letras de canções de Caetano Veloso e Gilberto Gil também podem ser articuladas com a produção barroca, como também elementos do barroco são encontrados em romances de Autran Dourado, principalmente em Ópera dos mortos e Os sinos da agonia.

Fonte: www.britannica.com/www.starnews2001.com.br/www.itaucultural.org.br/crv.educacao.mg.gov.br

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