Realismo

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O que é o realismo?

A escola literária chamada Realismo é pautada na segunda metade do século XIX e sua “obra de estreia”, Madame Bovary, é publicada na França em 1857 por Gustave Flaubert. É o movimento literário que sucede o Romantismo e que quebra todos os ideais românticos. Ou seja, o Realismo só é possível por causa da existência no Romantismo na primeira metade do século XIX.

Contexto histórico

O Realismo surge no momento pós Revolução Francesa e durante a Segunda Revolução Industrial. A Revolução Francesa consolida a burguesia como poder e a Revolução Industrial estabelece o proletariado, o que forma a luta de classes burguesia x proletariado. Além disso, há um grande avanço na ciência e na tecnologia.

É o momento que deixa explícito o “fracasso” da Revolução Francesa. Não é, necessariamente, um fracasso propriamente dito porque foi conseguido o fim da monarquia. Todavia, os ideais “liberdade, igualdade e fraternidade” não acontecem da forma com que foram idealizados. O rei é retirado do poder e a monarquia tem o seu fim, porém agora é a burguesia que ocupa esse espaço que antes era ocupado pelo monarca.

A burguesia passa a governar apenas para si mesma, o que aumenta a desigualdade social e a insatisfação do proletariado. Esse é um dos motivos pelos quais o Realismo ascende: os autores querem mostrar a realidade dessa sociedade e criticar a sociedade de aparências burguesa. A ideia agora é se afastar da idealização Romântica e se aproximar do que é real.

Os avanços científicos citados, também contribuem muito para as características Realistas e eles são:

  • Positivismo de Auguste Comte: “ só posso acreditar naquilo que pode ser empiricamente comprovado”;
  • Determinismo de Taine: “o lugar no qual o indivíduo está inserido determina as suas ações”;
  • Evolucionismo de Darwin: “o mais apto sobrevive” – relacionado com dinheiro, para a literatura Realista;
  • Socialismo de Karl Marx: luta de classes, burguesia x proletário, retomada da ideia de igualdade;
  • Psicanálise de Freud: busca entender o consciente, subconsciente e inconsciente humano.

Características do Realismo

  • Aborda a burguesia de maneira crítica. Busca mostrar e criticar como essa sociedade que vive de aparências;
  • É uma oposição ao Romantismo, dessa forma busca o objetivismo. Objetivismo no sentido de se afastar da idealização e mostrar a realidade como ela é nas coisas ruins;
  • A arte Realista é o próprio retrato da época. Desse modo, é uma denúncia à burguesia e tem grande engajamento político e social;
  • É muito descritivo e as obras possuem uma grande verossimilhança;
  • Romance psicológico: o romance realista analisa o sujeito de maneira interna e externa. É documental pelo fato de “mapear” os pensamentos.

Principais autores: No Brasil, o principal autor Realista é Machado de Assis com obras como “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, “Dom Casmurro”, “Quincas Borba”, “O Espelho”, etc. Em Portugal, é Eça de Queirós com a obra “Os Maias”.

Por Amanda Abreu

Realismo – Literatura

Realismo literário é parte do movimento de arte realista começando com meados da literatura francesa do século XIX (Stendhal), e da literatura russa (Alexander Pushkin) e estendendo-se até o século XIX e início do século XX.

Realismo literário, em contraste com o idealismo, tenta representar coisas familiares como elas são.

Os autores realistas escolheram para representar atividades e experiências cotidianas e banais, em vez de usar uma apresentação romantizada ou semelhante.

O realismo é uma abordagem para a arte na qual os sujeitos são retratados em uma maneira tão simples quanto possível, sem idealizar-los e sem seguir as regras da teoria artística formal.

Realismo – O que é

Em sentido amplo, realismo é uma atitude de percepção dos fatos como eles são, sem mistificações. Neste sentido, pode se encontrar realismo em qualquer obra de qualquer época. Como estilo literário, surge na França na segunda metade do século XIX com a publicação de Madame Bovary (1857), de Gustave Flaubert, como oposição ao Romantismo.

Surgia a necessidade de retratar o homem em sua totalidade, e não de forma idealizada e sonhadora, como faziam os românticos.

A mulher passa a ser mostrada não mais como pura e angelical, mas de como um ser dotado de defeitos e qualidades. Da mesma forma, a figura do herói íntegro e destemido é substituída pela figura de uma pessoa comum, cheia de fraquezas, problemas e incertezas.

O Contexto Histórico

Na filosofia, o Positivismo, de Augusto Comte, traz a idéia de que apenas o conhecimento oriundo da ciência é válido. Rejeita-se o misticismo na explicação dos fenômenos sociais, que deve ser feita com base na observação e no contato empírico com as leis que os regem mecanicamente.

Ainda o Determinismo, de Hipólito Taine, parte da idéia de que o comportamento do homem é regido por três forças fatalistas: o meio, a genética e o momento histórico. A influência do meio sobre o homem também é acentuada pelo Drawinismo, de Charles Darwin, em que a natureza seleciona os indivíduos mais fortes, eliminando os mais fracos.

A política e a sociedade são marcadas pela ascensão das idéias socialistas, surgidas e face das péssimas condições de vida impostas aos trabalhadores como consequência da Revolução Industrial.

A exploração do homem pelo homem só seria extinta com o fim do Capitalismo e da classe burguesa. A influência destas idéias explica a forte presença, no Realismo, da crítica anti-burguesa e do interesse pela análise das tensões sociais urbanas.

Destacam-se ainda a crítica à Igreja e seus dogmas e as idéias abolicionistas, trazidas desde o Romantismo com obras de Fagundes Varela e Castro Alves, mas estabelecidas a partir do próprio esclarecimento da sociedade, com o desenvolvimento da imprensa e da literatura.

Características Literárias

1) Objetivismo (O Não-eu)

Diferente da oba romântica, centrada na visão particular e subjetiva do autor, a obra realista é centrada no objeto. O autor é como um fotógrafo, que enquadra os fatos como eles são, sem a interferência de suas emoções. O critério adotado é o da isenção e impessoalidade diante da realidade a ser retratada, o que reflete na linguagem utilizada, que é direta e clara, possuindo descrições e adjetivações objetivas.

2) Senso de observação e análise

O objeto da obra é submetido à mais criteriosa e minuciosa análise para que se alcance a veracidade na arte.

A observação é detalhista e ocorre em dois planos: O externo, que valoriza a descrição das relações sociais e o contato da personagem com o meio e o interno, cuja análise recai sobre o comportamento íntimo e traços e reações psicológicas das personagens. Isso também reflete no tempo da narrativa que é lenta, acompanhando o tempo psicológico.

3) A arte documental

Enquanto os românticos se permitem à utilização de truques e exageros narrativos, os realistas são documentais, buscam a veracidade das informações. O enfoque das obras é sobe a sociedade contemporânea, o autor aborda os fatos e as circunstâncias que vivencia. Os fatos e fenômenos abordados são aqueles que podem ser explicados afastando-se a fuga metafísica.

4) Universalismo

O Romantismo é marcado pelo interesse sobre os elementos locais, por influência do próprio nacionalismo. No Realismo, a proposta é documentar aquilo que é perene e universal na condição humana.

Autores e Obras

Em Portugal, destacam-se na poesia realista Antero de Quental, Cesário Verde, Guerra Junqueiro e outros. Eça de Queirós é considerado o Ficcionista mais importante da prosa realista portuguesa e suas principais obras foram “O Crime do Padre Amaro”, “O Primo Basílio”, fortemente influenciado por Madame Bovary, e “Os Maias”, que retrata o tema do incesto, lançando diversas críticas à alta sociedade portuguesa, causando escândalo por sua ousadia.

No Brasil, o autor de maior destaque foi Machado de Assis, que revela sua genialidade em romances de profunda reflexão e forte crítica social, sendo um dos raros romancistas brasileiros de destaque internacional, tendo diversas obras traduzidas para outros idiomas.

Suas principais obras são: “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, marco inicial do Realismo no Brasil, “Dom Casmurro”, “Quincas Borba”, “Memorial de Aires”, etc.

Realismo – Movimento

Movimento artístico que surgiu depois da Revolução Francesa, manifestando uma reação contra o idealismo romântico. Os artistas realistas começaram a criar a partir de sua experiência e baseando-se na observação do mundo que os rodeava. Caracteriza-se por abordar a realidade e temas sociais, representando algumas vezes cenas exageradas, para enfatizar problemas sociais da época.

Não produziu um estilo arquitetônico próprio; sua escultura, de pouca expressão, era crítica e social, mas se destacou na pintura com temas da vida cotidiana, de grupos sociais menos favorecidos.

Realismo fundou uma Escola artística que surge no século XIX em reação ao Romantismo e se desenvolve baseada na observação da realidade, na razão e na ciência.

Além de uma oposição a um realismo fotográfico.

Realismo é um movimento artístico surgido na França, e cuja influência se estendeu a numerosos países europeus. Esta corrente aparece no momento em que ocorrem as primeiras lutas sociais, sendo também objeto de ação contra o capitalismo progressivamente mais dominador.

Das influências intelectuais que mais ajudaram no sucesso do Realismo denota-se a reação contra as excentricidades românticas e contra as suas falsas idealizações da paixão amorosa, bem como um crescente respeito pelo fato empiricamente averiguado, pelas ciências exatas e experimentais e pelo progresso técnico.

A passagem do Romantismo para o Realismo, corresponde uma mudança do belo e ideal para o real e objetivo.

O termo realismo, de uma maneira geral, é utilizado na História da Arte para designar representações objetivas, sendo utilizado como sinônimo de naturalismo.

Normalmente implica numa não idealização dos objetos representados e numa preferência por temas ligados ao homem comum e à existência cotidiana.

Entretanto, em meados do século XIX, Gustave Courbert, com a crença na pintura como uma arte concreta, que deveria ser aplicada ao real, acaba por se tornar o líder de um movimento chamado Realista, juntamente com Édouard Manet.

Esse movimento, especialmente forte na França, reagia contra o Romantismo e pregava o fim dos temas ligados ao passado (como temas mitológicos) ou representações religiosas em nome de uma arte centrada na representação do homem da época, em temas sociais e ligados à experiência concreta.

Um dos primeiros pintores considerados realistas é Jean-Baptiste Camille Corot (1796 – 1875) que, com sua pintura de paisagens provocou a admiração de artistas posteriores como Cézanne. Foi um dos pioneiros a considerar os desenhos que realizava ao ar livre como obras acabadas, que não necessitavam dos estúdios. “Ilha de São Bartolomeu” é um exemplo de sua obra.

Realismo – Origem

Extremamente importante para o Movimento Realista foi a Escola de Barbizon (Corot era associado a ela), que se propunha observar a natureza “com novos olhos”, seguindo a inspiração do paisagista inglês John Constable, que exibiu suas obras em Paris na década de 20 do século passado.a o Movimento Realista foi a Escola de Barbizon (Corot era associado a ela), que se propunha observar a natureza “com novos olhos”, seguindo a inspiração do paisagista inglês John Constable, que exibiu suas obras em Paris na década de 20 do século passado.

Seu nome deriva-se da reunião de um grupo de pintores na aldeia francesa de Barbizon, floresta de Fontainebleau. Buscava distanciar-se da pintura tradicional, concentrando-se em aspectos da vida cotidiana de homens simples, como os camponeses do local. Jean-François Millet (1814 – 1875) era um de seus principais líderes.

Millet foi um dos pioneiros a incluir a representação de figuras entre os objetos que deveriam ser representados de forma realista (o realismo de Corot, por exemplo, restringia-se mais às paisagens). Queria pintar cenas da vida real, sem apelos dramáticos, como atesta sua tela “As Respigadeiras” em que três mulheres não idealizadas, com movimentos lentos, pesados e corpos fortes e robustos trabalham na terra.

Diferentemente do neoclassicismo, quando representava figuras no campo, esse quadro não possui exaltação ou idílio da vida fora da cidade, apesar de valorizar o ato de colheita pelo arranjo e equilíbrio da pintura. Theodore Rousseau (1812 – 1867) e Narcisse-Vergille eram outros nomes de destaque dentro da escola Barbizon, conhecidos por seus trabalhos com as paisagens e estudos de luz e cor que iriam posteriormente influenciar movimentos como os Impressionistas.

Gustave Courbet, com sua busca da “verdade” nas representações e sinceridade em suas representações, bem como seu objetivo de “chocar” a burguesia com o rompimento dos padrões estéticos acadêmicos foi outra grande influência para os artistas da época, que se baseavam em seu estilo para realizar suas pinturas.

Honoré Daumier (ver caricatura), com suas estampas satíricas, normalmente visando atacar a política de sua época, é outro expoente importante e diferenciado do Movimento Realista. “Rua Transnonain, 24 de abril de 1874” é um dos trabalhos do artista em que a crítica social é mais enfatizada. Mostra soldados massacrando a população em represália às revoltas da época, ressaltando a desumanidade do ataque governamental.

Realismo também se espalha fora da França, em especial na Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos. Na Inglaterra é especialmente expresso pela “Irmandade Pré-Rafaelita” (ver primitivismo) que acreditavam que a arte, a partir de Rafael, passou a desvalorizar a verdade em busca de uma beleza idealizada.

Deveriam, portanto, voltar à época anterior ao mestre Renascentista. A irmandade tinha ainda forte apelo religioso, pretendendo exaltar Deus através de suas pinturas “sinceras”. “A Anunciação”, de Dante Gabriel Rossetti é uma importante obra dessa escola.

Na Alemanha, destacam-se Adolph von Menzel (1815 – 1905), Hans Thoma (1839 – 1934) e especialmente Wilhelm Leibl (1844 – 1900), com sua obra mais conhecida “Três Mulheres numa Igreja de Vila”. As fiéis são retratadas de maneira simples e forte, com atenção aos detalhes e influências de mestres alemães do passado como Dürer.

Nos Estados Unidos, destacam-se Winslow Homer (1836 – 1910), com suas cenas da vida e paisagem americana e as da Guerra Civil e Thomas Eakins, que assimilou o Realismo em seu treinamento em Paris. Chegou mesmo a perder seu posto de professor na Academia de Belas Artes da Pensilvânia por insistir na observação de modelos nus em suas aulas de desenho.

Pintura

Realismo surgiu na arte francesa, com o declínio dos estilos neoclássico e romântico. Seus primeiros sinais aparecem em pinturasque mostravam a delicadeza da natureza, como as obras de Camille Corot. Entre as décadas de 1830 e 1840, quatro artistas franceses se instalaram na pequena cidade de Barbizon e formaram um grupo, que ficou conhecido como a Escola de Barbizon.

Eram eles: Charles Daubigny, Jules Dupret, Jean François Millet e Théodore Rousseau. Seus quadros eram simples, com pastagens, florestas e cabanas que contrastavam com os estilos anteriores.

O primeiro grande pintor da pintura realista foi Gustave Coubert, que surgiu em meados do século XIX. Pintava com tanta precisão que muitas de suas obras foram consideradas como protesto social.

Suas pinturas ajudaram a mudar o mundo das artes. Inspirados nos trabalhos de Rembrandt e outros mestres alemães, os realistas achavam que deveriam retratar o que viam ao seu redor.

Destacam-se neste estilo

Camille Corot
Charles Daubigny
Jean François Millet
Théodore Rousseau
Gustave Courbet

Escultura

Na escultura realista, os escultores preferiam temas contemporâneos, envolvidos muitas vezes em motivos políticos.

Substituíram os deuses antigos por novos heróis da vida moderna: pessoas comuns do povo, retratando seus momentos e ações, conseguindo mostrar o significativo do gesto humano.

Arquitetura

Entre 1850 e 1900 surge uma nova tendência estética chamada Realismo.

arquitetura beneficiou-se com o avanço da tecnologia contemporânea.

Abriram-se novas perspectivas para os profissionais da arquitetura e engenharia, facilitadas pelo impulso da industrialização e outra realidade para a urbanização das cidades, com o uso dos novos materiais como o vidro, o ferro, o aço, o cimento e principalmente o concreto armado.

Surgiu a necessidade das novas construções para a modernização das cidades como fábricas, estações ferroviárias, armazéns, bibliotecas, moradias, escolas, hospitais, enfim, tudo que atendesse ao chamamento da nova realidade de vida tanto dos operários quanto da burguesia.

Realismo – Tendência

Entre 1850 e 1900 surge nas artes européias, sobretudo na pintura francesa, uma nova tendência estética chamada Realismo, que se desenvolveu ao lado da crescente industrialização das sociedades, O homem europeu, que tinha aprendido a utilizar o conhecimento científico e a técnica para interpretar e dominar a natureza, convenceu-se de que precisava ser realista, inclusive em suas criações artísticas, deixando de lado as visões subjetivas e emotivas da realidade.

Esses novos ideais estéticos manifestaram-se em todas as artes:

Pintura

Caracteriza-se sobretudo pelo princípio de que o artista deve representar a realidade com a mesma objetividade com que um cientista estuda um fenômeno da natureza. Ao artista não cabe “melhorar” artisticamente a natureza, pois a beleza está na realidade tal qual ela é. Sua função é apenas revelar os aspectos mais característicos e expressivos da realidade.

Em vista disso, a pintura realista deixou completamente de lado os temas mitológicos, bíblicos, históricos e literários, pois o que importa é a criação a partir de uma realidade imediata e não imaginada.

A volta do artista para a representação do real teve uma consequência: sua politização. Isso porque, se a industrialização trouxe um grande desenvolvimento tecnológico, ela provocou também o surgimento de uma grande massa de trabalhadores, vivendo nas cidades em condições precárias e trabalhando em situações desumanas. Surge então a chamada “pintura social”, denunciando as injustiças e as imensas desigualdades entre a miséria dos trabalhadores e a opulência da burguesia.

Dentre os representantes da pintura realista podemos apontar Gustave Courbet(1819-1877) “Moças peneirando trigo” e Édouard Manet(1832-1883) “Olympia”, que desenvolveram tendências diversas.

Escultura

Não se preocupou com a idealização da realidade, ao contrário, procurou recriar os seres tais como eles são. Além disso, os escultores preferiram os temas contemporâneos, assumindo muitas vezes uma intenção política em suas obras.

Dentre os escultores do período realista, o que mais se destaca é Auguste Rodin (1840-1917), cuja produção desperta severas polêmicas. Já seu primeiro trabalho importante, A Idade do Bronze (1877), causou uma grande discussão motivada pelo seu intensorealismo.

Alguns críticos chegaram a acusar o artista de tê-lo feito a partir de moldes tirados do próprio modelo vivo.

Mas é com São João Pregando (1879), que Rodin revela sua característica fundamental: a fixação do momento significativo de um gesto humano. Essa mesma tentativa de surpreender o homem em suas ações aparece em O Pensador seguramente sua obra mais conhecida.

Quanto aos retratos, nem sempre Rodin foi fiel à preocupação naturalista de reproduzir os traços fisionômicos do seu modelo.

escultura que fez de Balzac (foto 26), por exemplo, chegou a ser recusada pe la Sociedade dos Homens de Letras de Paris que a encomendara, pois não havia semelhança física entre a obra e o retratado. O que o escultor fez foi privilegiar, à suamaneira, o caráter vigoroso que a personalidade do escritor lhe sugeria, o que o envolveu numa grande polêmica.

Na verdade, até mesmo a classificação da obra de Rodin como realista é controvertida. Alguns críticos a consideram romântica por causa da forte emoção que traduz. Mas outros enfatizam no trabalho desse escultor o acentuado e predominante caráter naturalista. Há ainda os que vêem na escultura de Rodin características do Impressionismo, movimento do qual também foi contemporâneo e que revolucionou, na época, a pintura européia

Arquitetura

Ao adaptar-se ao novo contexto social, tende a tornar-se realista ou científica, os arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente às novas necessidades urbanas, criadas pela industrialização. As cidades não exigem mais ricos palácios e templos. Elas precisam de fábricas, estações ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para a nova burguesia.

As quatro fases da Pintura:

Durante a primeira metade do século XIX, enquanto o Neoclassicismo se debatia com o Romantismo, o Realismo surge como uma nova força, que iria dominar a arte na segunda metade do século.

Realismo fez sempre parte da arte ocidental. Durante a Renascença, os artistas superaram todas as limitações técnicas para representar com fidelidade a natureza.

Mas, no Realismo, os artistas modificaram os temas e insistiam na imitação precisa das percepções visuais sem alteração. Os artistas foram buscar no seu mundo cotidiano, moderno, as principais temáticas, deixando de lado deuses, deusas e heróis da antiguidade. Camponeses e a classe trabalhadora urbana passaram a dominar as telas dos realistas.

O pai do movimento realista foi Gustave Courbet ( 1819 – 77 ). Ele insistiu que “a pintura é essencialmente uma arte concreta e tem de ser aplicada às coisas reais e existentes”.

Quando lhe pediram que pintasse anjos, respondeu: “Nunca vi anjos. Se me mostrarem um, eu pinto “.

Nunca antes tinha sido realizado em tamanho épico – reservado somente para obras históricas grandiosas – uma pintura sobre gente comum ( “Enterro em Ornams ). Defendia em altos brados a classe trabalhadora e foi preso por seis meses por danificar um monumento napoleônico. Detestava a teatralidade da arte acadêmica.

Jean- François Milllet ( 1814 – 75 ) está sempre associado a retratos de trabalhadores rurais arando, semeando e colhendo. Nascido de uma família camponesa, disse uma vez que desejava “fazer com que o trivial servisse para exprimir o sublime”. Antes dele, os camponeses eram invariavelmente retratados como estúpidos. Millet lhes deu uma dignidade resoluta.

Características

1. O artista utiliza todo o conhecimento sobre perspectiva para criar a ilusão de espaço, como também a perspectiva aérea, dando uma nova visão da paisagem ou da cena (vista superior aérea).
2. 
Os volumes são muito bem representados, devido à gradação de cor, de luz e sombra.
3. 
Há preocupação de representar a textura, a aparência real do objeto (a textura da pele, dos tecidos, da parede, etc.)
4. 
O desenho e a técnica para representar o corpo humano são perfeitas.
5.
 Voltados para o desejo de representar a realidade tal e qual ela se apresenta e voltados para temáticas de ordem social e política, os realistas pintam em geral trabalhadores, cenas do cotidiano e da modernidade.

INOVAÇÕES DE DAUMIER ( 1808 – 1879 )

Em Honoré Daumier vamos buscar as inovações relativas à cor e à luz. Já despreocupado em representar exatamente a realidade do objeto, Daumier se preocupa em trazer à pintura uma atmosfera irreal. Há sempre um espaço aéreo luminoso, mas é como uma foto desfocada, sem contornos nítidos. A isto, chamaremos de perspectiva aérea; quanto mais distante do observador, os detalhes dos objetos perdem a nitidez.

A atmosfera criada pela luz retira a sensação de volume dos corpos. As pinceladas são bem visíveis e Daumier renuncia à ilusão da matéria, isto é, das pessoas A textura do tecido não existe mais. Existe apenas a textura da própria pincelada. A cor deixa de ser a cor real. Ele se utiliza de claro-escuro. Há falta de sensação de espaço, de volume, matéria e cor, mas principalmente falta o desenho. Precisamos aprender a compreender o que o pintor quer demonstrar quando deforma.

Realismo – Conceito

1. Conceituação do realismo na literatura

Oposição ao idealismo e ao romantismo, isto é, à idealização e ao subjetivismo que abordam temas desligados da vida comum, a narrativa realista teve como principais características a localização precisa do ambiente, a descrição de costumes e acontecimentos contemporâneos em seus mínimos detalhes, a reprodução da linguagem coloquial, familiar e regional e a busca da objetividade na descrição e análise dos personagens. O romantismo do final do século XVIII e início do XIX, com sua ênfase no individualismo e na exaltação dos sentimentos, era sua antítese.

Contudo, a crítica moderna mostrou haver ali certos elementos que prepararam o advento do realismo. Assim, a introdução do concreto na arte, do familiar na linguagem, do documental e do exótico, do método histórico na crítica, foram obra do romantismo. Isso possibilitou que muitos escritores, como Stendhal e Balzac, participassem de ambos os movimentos, com predominância ora da imaginação, ora da observação.

Honoré de Balzac foi o grande precursor do realismo literário, com a tentativa de criar um detalhado e enciclopédico retrato da sociedade francesa na obra La Comédie humaine (1834-1837; A comédia humana).

Mas a primeira proposta realista deliberada surgiu apenas na década de 1850, inspirada pela pintura de Courbet. O jornalista francês Jules-François-Félix-Husson Champfleury divulgou o trabalho do pintor e transferiu seus conceitos para a literatura em Le Réalisme (1857).

No mesmo ano, publicou-se o romance Madame Bovary, de Gustave Flaubert. Retrato implacável da mentalidade burguesa, com seu exame minucioso das emoções de uma mulher infeliz de classe média, é a obra-prima do realismo e responsável pela sedimentação do movimento na literatura européia.

Os irmãos Jules e Edmond Goncourt, em Germinie Lacerteux (1864) e outros trabalhos, descrevem grande variedade de ambientes, assim como as relações entre as classes sociais.

Os princípios do realismo dominaram a literatura européia durante as décadas de 1860 e 1870. Charles Dickens e George Eliot na Inglaterra, Lev Tolstoi e Fiodor Dostoievski na Rússia, e, mais tarde, o jovem Thomas Mann, na Alemanha, todos incorporaram elementos realistas a seus romances.

Os representantes do movimento adotaram uma concepção filosófica inspirada no positivismo e no determinismo científico de sua época e atitudes liberais, republicanas e anticlericais. Como significativo desdobramento, o naturalismo do final do século XIX e início do XX, que teve como principal expoente Émile Zola, levou às últimas consequências e a detalhes íntimos a proposta de representação fiel do quotidiano comum.

Na poesia, o realismo encontrou correspondência no parnasianismo, com seu culto da objetividade, da forma impecável, da arte pela arte, tal como foi expressa por Théophile Gautier, Leconte de Lisle e Sully Prudhomme.

2. Assimilação portuguesa do realismo

Em Portugal, o movimento realista é da maior importância pela mudança radical que operou na consciência literária e na mentalidade dos intelectuais. Eclodiu com a chamada Questão Coimbrã, polêmica literária que opôs, de um lado, Antero de Quental, Teófilo Braga e a geração de escritores surgida na década de 1860 e, de outro, os representantes da geração anterior.

Em 1871, Eça de Queirós proferiu uma conferência denominada “Realismo como nova expressão da arte” e, dois anos depois, publicou o conto “Singularidades duma rapariga loira”, considerado a primeira narrativa realista escrita em português.

A arte nova, para seus principais representantes, devia consistir na observação e experiência, na análise psicológica dos tipos, no esclarecimento dos problemas humanos e sociais, no aperfeiçoamento da literatura, isenta da retórica, da fantasia, da arte pura. Era uma arte revolucionária.

O crime do padre Amaro (1875) e O primo Basílio (1876), de Eça de Queirós, consolidaram o realismo português.

Em ambos os romances, a descrição minuciosa e a análise psicológica baseada em princípios deterministas, nas idéias da hereditariedade e influência do meio, além da severa crítica de costumes, tomam nítida feição naturalista.

Apesar da oposição do público e da crítica, o movimento progrediu com José-Francisco de Trindade Coelho, Fialho de Almeida e Francisco Teixeira de Queirós. Na década de 1890, o realismo, confundido ao naturalismo, perdera muito de sua força. Mais que uma escola literária, o realismo português pode ser considerado um novo sentimento e uma nova atitude, em reação ao idealismo romântico.

3. Realismo no Brasil

O forte caráter ideológico que permeou o realismo europeu, tanto na pintura como na literatura, não teve correspondente exato no Brasil. Mais precisamente, foram consideradas realistas as obras brasileiras que, por características anti-românticas, não se enquadravam nas classificações da época e denotavam uma nova estética.

Nesse sentido mais amplo, pode-se dizer que traços realistas estiveram presentes em obras anteriores ao surgimento da ficção propriamente brasileira, como no teatro de costumes de Martins Pena e na poesia de Gregório de Matos. Contemporaneamente ao movimento europeu, a estética realista manifestou-se no país com a geração de 1870, especialmente em Recife, com o grupo liderado pelos críticos literários Tobias Barreto e Sílvio Romero, em reação ao romantismo decadente.

Na ficção, a obra de Machado de Assis e Raul Pompéia aprofundou o realismo psicológico, além do ambiental. O ateneu (1888), de Raul Pompéia, foi romance ousado e surpreendente para sua época, enquanto Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1891), Dom Casmurro (1900) e Memorial de Aires (1907), de Machado de Assis, apresentam inovações também do ponto de vista da linguagem e da estrutura formal. O naturalismo de Zola inspirou as obras de Aluísio Azevedo, Inglês de Sousa e Adolfo Caminha.

realismo brasileiro acabou também por provocar uma espécie de tomada de consciência geral em todos os campos do conhecimento, traduzida, inclusive, em participação política ativa de numerosos intelectuais, que desde essa época começaram a interessar-se mais objetivamente pelos problemas nacionais e suas soluções.

Superado o realismo como escola, permanece a idéia, que lhe é essencial, de aproximar cada vez mais a arte da vida.

As tendências contemporâneas prosseguem buscando-a, como o provam tendências estéticas inspiradas no socialismo, na psicanálise e no existencialismo, tais como o realismo socialista, o expressionismo e o nouveau roman.

realismo no teatro orientou, no final do século XIX, os textos e as montagens no sentido da naturalidade e da reprodução do quotidiano. Henrik Ibsen e August Strindberg na Escandinávia, Anton Tchekhov e Maksim Gorki na Rússia, entre outros, rejeitaram a linguagem poética, a declamação e a dicção artificial e usaram ação e diálogos calcados no comportamento e fala diários. Os cenários retratavam o mais fielmente possível os ambientes.

Fonte:  www.zaapnet.com/www.geocities.com/www.portaltosabendo.com.br

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