Classe Crustácea

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Os membros da classe Crustacea são estruturalmente diversos.

Eles têm geralmente representações da cabeça, do tórax e do abdómen, no entanto, ocorre variação na forma como os segmentos do corpo são formados por exemplo, a cabeça e o tórax podem ser fundidos em conjunto para formar um cefalotòrax, alguns segmentos podem ser reduzidas e outros modificados.

Eles têm dois pares de antenas e pelo menos 5 pares de membros ramificada.

Os membros podem ser usados na respiração, nadando, rastejando e alimentação.

Eles podem ser altamente modificada como maxilas, órgãos reprodutivos, várias outras estruturas ou podem ser simplificados ou perdido.

A maioria dos crustáceos são encontrados em habitats marinhos e de água doce.

Os crustáceos são animais do filo Arthropoda, representados por camarões, siris, caranguejos, cracas, lagostas, além de espécies da microfauna, totalizando cerca de 40.000 espécies.

O nome da classe vem do fato de terem um exoesqueleto de quitina endurecido pelo acúmulo de carbonato de cálcio (do latim, crusta= carapaça dura).

Constituem o grupo principal de artrópodos aquáticos. A maioria é marinha, mas existem muitas espécies de água doce e tem havido muitas invasões do ambiente terrestre (“tatuzinhos”). Os crustáceos são extremamente diversificados quanto à estrutura e ao hábito, mas são os únicos entre os artrópodos a possuírem dois pares de antenas. As primeiras antenas, próximas a boca, têm uma origem similar às antenas de outros artrópodes.

O segundo par, contudo, provavelmente originou-se a partir de transformações de apêndices da região anterior do corpo que foram incorporados à cabeça; o par mais curto é chamado de antênulas birremes e o longo de antenas; ambos são receptores de estímulos do meio ambiente. Outros apêndices cefálicos característicos são um par de mandíbulas e dois pares de maxilas. As mandíbulas constituem o terceiro par de apêndices da cabeça. Na maioria das espécies são utilizadas para triturar e moer, sendo curtas e fortes. Além desses três pares de apêndices, na cabeça há mais dois pares alimentares acessórios chamados de primeira e segunda maxila. A especialização do tronco (tórax mais abdome) varia muito, mas é comum uma carapaça que cobre todo ou parte do corpo. São os únicos artrópodos que possuem apêndices em todos os segmentos do corpo.

O corpo dos crustáceos é extremamente variável, conforme o tipo de especializações de cada espécie. Todavia, a partir de estudos comparativos, é possível estabelecer algumas semelhanças básicas e fazer inferências sobre a forma ancestral dos crustáceos viventes.

Cada segmento do corpo é formado, como nos insetos, por 4 peças:

Um tergo
Um esterno
Duas pleuras

A estrutura básica do tronco desses animais seria formada de muitos segmentos similares, cada qual com um par de apêndices, sendo que na base do último segmento há um orifício retal. Os apêndices torácicos são fundamentalmente locomotores. Servem para nadar e caminhar sobre superfícies sólidas. Os apêndices abdominais, quando existentes, estão adaptados à natação e a eles, nas fêmeas, podem aderir os ovos até ao nascimento dos novos animais. O corpo dos crustáceos, é recoberto por uma carapaça, denominada cutícula que geralmente é calcificada.

Os apêndices dos crustáceos são tipicamente birremes e, dependendo do grupo, adaptaram-se para muitas diferentes funções.

Na alimentação por filtração, ceifas muito próximas dos apêndices funcionam como filtro. As brânquias, que geralmente não existem apenas nas espécies muito pequenas, estão tipicamente associadas com os apêndices, mas a localização, o número e a forma variam muito.

A maioria das espécies é marinha, existindo também na água doce e salobra, mas há espécies terrestres, como o tatuzinho-de-jardim.

O corpo, nos crustáceos mais evoluídos, pode ter 19 segmentos e é dividido em três tagmas: cabeça, tórax e abdômen; a cabeça é fundida ao tórax, e o conjunto chama-se cefalotórax.

O cefalotórax tem as peças mastigatórias (para a alimentação) assim como os órgãos sensitivos: olhos e antenas.

Os dois pares de antenas são particularmente desenvolvidos; elas têm um papel táctil e sensitivo. O cefalotórax também pode incluir cinco pares de patas andarilhas (ou ambulatórias), explicando o nome dos decápodes (5 X 2= 10). Essas patas servem aos deslocamentos ao solo, o primeiro par é transformado em pinças mais ou menos desenvolvidas em comprimento e espessura. O cefalotórax protege os órgãos internos, nomeadamente as brânquias. Ele termina à frente por um rostro mais ou menos desenvolvido, que inclui diversos dentes. Este rostro, e sobretudo o número de dentes que inclui, podem ajudar a determinar uma espécie.

O abdômen é a parte mais comestível dos camarões e lagostas, e é freqüentemente chamado de cauda, sobretudo em culinária. É articulado e inclui as patas nadadoras

Como o exoesqueleto é rígido, deve ser mudado para permitir o crescimento do corpo. Nos jovens, essa muda geralmente ocorre a cada duas semanas, e nos adultos, duas vezes por ano. Antes da muda, as camadas de cutícula velha são digeridas, o cálcio é reabsorvido, um novo esqueleto mole cresce por baixo, separa-se do velho, enquanto os músculos e outras estruturas dentro das extremidades amolecem e diminuem de volume. A velha cutícula abre-se dorsalmente, entre a carapaça e o abdome, e o animal sai do velho exoesqueleto. Nessa ocasião, o intestino absorve muita água para aumentar o volume do corpo e distender a nova cutícula. O animal fica escondido até que a nova cutícula endureça.

A maioria é de vida livre, mas existem espécies gregárias (cracas) que vivem em cardumes. Existem espécies parasitas e comensais. São um grupo muito antigo, com fósseis do Cambriano e, apesar do número reduzido de espécies (se comparado aos insetos), são os artrópodos dominantes do ambiente aquático.

O tegumento de muitos malacostracos contém cromatóforos ramificados, dentro dos quais grânulos de pigmento de uma ou mais cores podem ficar dispersados ou concentrados, mudando a coloração do animal. A adaptação ao fundo é uma função comum dos cromatóforos. As mudanças dos cromatóforos e outras funções dos crustáceos podem apresentar atividades rítmicas que coincidem com ritmos diurnos ou de maré. Muitos malacostracos são capazes de praticar a auto-amputação de apêndices (autotomia), o que auxilia a fuga de predadores. Os apêndices são regenerados em conexão com a muda.

Alguns crustáceos mudam durante toda a vida; outras cessam as mudas ao atingir a maturidade sexual. Muitos aspectos importantes da fisiologia da muda ocorrem durante a longa fase preparatória (reabsorção de cálcio), durante a fase de conclusão (deposição de cálcio) e durante a intermuda (acumulação de reservas alimentícias). Ao longo do seu crescimento, um crustáceo fica apertado nessa carapaça que não cresce com ele. Ele abandona-a, a carapaça torna-se a exúvia, o exoesqueleto abandonado; é o fenômeno da muda ou ecdise.

Ao absorver o carbonato de cálcio (CaCO3) contido na água (é por esta razão que a grande maioria das espécies vive em água dura, por vezes salina), mas também em menor medida à partir do cálcio dos gastrólitos contidos no estômago, os crustáceos fabricam sua nova carapaça. Durante este tempo, seu corpo mole e frágil torna-se presa para os predadores. E por esta razão necessário prever refúgios no aquário, para que possam mudar ao abrigo dos olhares indiscretos. O crescimento é descontinuo, por etapas; ocorre um brusco aumento de peso e de comprimento à cada muda.

O aparelho digestivo é formado pela boca, esôfago, estômago dividido em duas partes: a anterior, denominada câmara cardíaca e a posterior chamada de câmara pilórica. Na câmara cardíaca existem dentes calcificados formando um moinho gástrico que ajuda na trituração dos alimentos. De uma maneira geral, os crustáceos são carnívoros ou onívoros, por vezes detritívoros. As formas de alimentação podem variar muito, porém o tubo digestivo, na maioria dos casos, é reto, iniciando-se numa boca que ocupa posição ventral na cabeça. A porção anterior do aparelho digestivo, apesar de ter às vezes a conformação de um simples esôfago, é normalmente dilatada funcionando como um triturador de alimento, graças à presença de dentículos ou ossículos em suas paredes. Segue-se a esse intestino anterior, a porção do tubo onde o alimento é absorvido, o intestino médio, onde desembocam dois cecos. Em vários animais as células dos cecos são bastante especializadas, secretando enzimas digestivas.

As excretas são armazenadas em nefrócitos, células presentes na maioria dos artrópodes, e, entre os crustáceos, situadas nos eixos das brânquias e nas bases das pernas.


Morfologia Interna dos Crustáceos

O aparelho circulatório é do tipo aberto, ou seja, há um coração de onde partem veias e artérias, mas nos órgãos e tecidos o sangue passa a circular em lacunas onde há a troca de nutrientes, gases e excretas, e é formado por um coração dorsal curto e irregular de onde saem seis artérias que se distribuem por todo o corpo. O sangue (hemolinfa) possui coloração azulada devido ao pigmento hemocianina, e volta ao coração pelos ostíolos. Este sistema circulatório é denominado aberto ou lacunar, porque o sangue não está sempre no interior dos vasos.

O aparelho circulatório é do tipo aberto, ou seja, há um coração de onde partem veias e artérias, mas nos órgãos e tecidos o sangue passa a circular em lacunas onde há a troca de nutrientes, gases e excretas, e é formado por um coração dorsal curto e irregular de onde saem seis artérias que se distribuem por todo o corpo. O sangue (hemolinfa) possui coloração azulada devido ao pigmento hemocianina, e volta ao coração pelos ostíolos. Este sistema circulatório é denominado aberto ou lacunar, porque o sangue não está sempre no interior dos vasos.

O aparelho respiratório é formado por vários pares de brânquias situadas nos dois lados de todos os segmentos torácicos.

Localizadas lateralmente difundem oxigênio para o sistema circulatório aberto ou lacunar que o tranportará associado a pigmentos.

O sistema nervoso dos crustáceos também é bastante similar ao dos outros artrópodes, notando-se a ocorrência de gânglios nervosos que podem ser maiores ou menores conforme a espécie considerada. É constituído de gânglios supraesofágicos (cérebro, gânglio subesofágico e cordão nervoso ventral duplo). O gânglio subesofágico é resultante de fusão de 5 ou 6 pares de gânglios.

Sabe-se que os hormônios controlam muitas funções nos crustáceos, das quais a reprodução, a muda e crescimento e as mudanças dos cromatóforos têm sido as mais estudadas (em decápodes). Existem vários centros de secreção hormonal e a glândula do seio no pedúnculo ocular dos decápodes é um centro principal de liberação de hormônios. O órgão X, uma pequena glândula, produz hormônios que inibem a muda, enquanto que os hormônios do órgão Y induzem a muda.

Os órgãos sensoriais dos crustáceos incluem dois tipos de olhos, um par de olhos compostos e um olho de náuplio pequeno, mediano e dorsal, composto de três ou quatro ocelos situados bem próximos. Alguns grupos não possuem olhos compostos, e o olho de náuplio, característico da larva dos crustáceos, não persiste no adulto de muitos grupos. O tato é percebido pelos pêlos tácteis que se distribuem pelo corpo. O sentido químico, gosto mais olfato, reside em pêlos localizados nas extremidades das antenas, peças bucais e extremidade daquelas. Equilíbrio e orientação à gravidade são dados pelo estatocisto que é uma estrutura em forma de saco que se abre dorsalmente sob pêlos finos, no artículo basal de cada antênula.

A reprodução nesse grupo de animais é sexuada, sendo que, salvo algumas exceções, os indivíduos apresentam sexos separados. Entre as poucas espécies hermafroditas podem os citar as cracas. Os crustáceos são ovíparos. O desenvolvimento dos crustáceos é indireto, ou em outras palavras quando há a eclosão do ovo, o indivíduo encontra-se num estágio de larva e através de algumas transformações, ao longo do tempo, adquire a forma do adulto. Na maioria das espécies o desenvolvimento é indireto, com uma larva livre-natante chamada Náuplio, primeiro estágio de eclosão e possui um olho de náuplio mediano e apenas os primeiros três pares de apêndices do corpo. Nos crustáceos superiores o náuplio se desenvolve numa larva chamada Zoea. Esta pode se desenvolver numa larva mísis ou originar um estágio juvenil muito semelhante ao adulto, chamado pós-larva. Na maioria dos Decapoda (os crustáceos mais avançados) o náuplio ocorre dentro do ovo, e uma zoea é liberada na eclosão. O número de estágios larvais varia bastante nos diferentes grupos de crustáceos. Em alguns, como nos lagostins, as formas larvais são totalmente suprimidas.

A cópula é típica da maioria dos crustáceos e a incubação dos ovos é muito comum. Os orifícios genitais estão situados ventralmente, entre as patas de andar.

Quando há acasalamento, o macho vira a fêmea de costas (por vezes depois da muda) e deposita uma massa de esperma perto de seus orifícios genitais. A desova ocorre umas horas depois, os ovos, freqüentemente muito coloridos, são fecundados à medida da desova. Então eles são aglutinados por uma substância gelatinosa (produzida pelas glândulas) entre as patas nadadoras cujo movimento as areja, o tempo que os embriões se desenvolvam. A incubação varia de dez à vinte dias em função das espécies e da temperatura; quanto mais esta é elevada, mais curta é a incubação.

Os crustáceos , como os artrópodes em geral, têm boa capacidade de regenerar partes perdidas. Quando perdem uma parte ela começa a ser regenerada na muda seguinte e cresce a cada muda, até ficar completa. Se arrancarmos o pedúnculo todo do olho, a regeneração pode ser defeituosa e não originar um novo olho, e sim um apêndice em forma de antena. Regeneração de uma parte diferente daquela que foi removida é chamada heteromorfose. A regeneração é tanto maior quanto mais jovem for o animal.

Sistemática

Por conveniência, os crustáceos serão subdivididos em dois grupos: a subclasse Branchiopoda e a subclasse Malacostraca, onde concentram-se animais maiores e bem conhecidos.

Sub-classe Malacostraca, subdividida em:

Ordem Decapoda
Ordem Amphipoda
Ordem Isopoda

Sub-classe Branchiopoda, subdividida em:

Sub-classe Ostracoda
Sub-classe Copepoda
Sub-classe Cirripedia

Os Malacostracos incluem todas as formas ditas superiores.

O número de seus segmentos é fixo: cabeça 6, tórax 8, abdômen 6, mais o télson.

O nauplius não existe ao estado da larva livre a não ser num pequeno número de gêneros, ele apresenta-se como um estado intra-ovular. Crustáceos com olhos compostos, 2 pares de antenas, com a cabeça e tórax fundidos e normalmente cobertos por uma carapaça. A principal característica comum do grupo é a organização do corpo, dividido em cabeça, tórax (com 8 segmentos) e abdome (com 6 ou 7 segmentos). A cabeça possui os tradicionais 5 pares de apêndices.

Todos os segmentos do tórax e do abdome são providos de apêndices. Segmentos do tórax podem estar unidos à cabeça, formando um cefalotórax.

A carapaça pode estar presente ou ausente.

Outras características próprias são: presença de estômago, presença de leque caudal (formado pelo último par de segmentos abdominais, os urópodos, e pelo télson); um par de olhos compostos. Os malacostracos podem ser marinhos (bentônicos ou nectônicos), podem viver na água doce (rios e lagos) ou podem ser terrestres (vivendo próximo à água ou em ambientes úmidos). Sua ordem mais importante, Decapoda, inclui os crustáceos mais conhecidos, como caranguejos, siris, lagostas, lagostins e camarões.

O tórax tem 8 segmentos, com um par de apêndices cada (os primeiros 3 pares servem para a alimentação, e os restantes 5 são locomotores). Na região torácica encontramos cinco pares de apêndices (pernas torácicas), denominados PERIÓPODOS, usados para andar sobre o fundo.

Abdômen geralmente com 6 segmentos adaptados a várias funções (natação, reprodução, etc.) e com apêndices, muitos deles birremes, isto é, divididos em duas partes. Nestes casos um dos ramos desempenha uma função (por exemplo a locomoção) enquanto que o outro tem uma diferente (por exemplo a respiração).

Seus apêndices (patas abdominais) que são denominados PLEÓPODOS, ajudam na respiração e carregam os ovos das fêmeas. Os últimos segmentos são estruturas achatadas; os dois laterais são denominados urópodos e o central, télson. Em conjunto eles formam um remo para natação. Esta situação observa-se nas patas torácicas de muitos Malacostraca, onde o ramo mais curto está modificado numa brânquia.

Os Malacostraca são normalmente animais de vida livre e procuram ativamente a sua comida, fazendo uso dos seus olhos bem desenvolvidos e de quimiorreceptores.

Somente três ordens serão comentadas aqui:

Os Isópodes, cujo primeiro segmento torácico (por vêzes também o segundo) fusiona-se com a cabeça, mas sem formar uma carapaça cefalotorácica. O primeiro par de apêndices torácicos transforme-se em patas-maxilares, os outros são unirremes.

Os apêndices abdominais conservam a estrutura birreme e funcionam como brânquias. O corpo é achatado dorso-ventralmente. Por entre as espécies marinhas encontram-se as Idothea e as Lygia. Entre as espécies dulcícolas, a asela (Asellus aquaticus) e entre as terrestres, os “bichos de contas” (Oniscus asellus).

Os isópodes são pequenos crustáceos achatados dorsoventralmente e sem carapaça. São representados pelos tatuzinhos de jardim (Porcellio e Armadillidium) e as baratinhas da praia (Ligia exotica). São crustáceos terrestres que apresentam sete segmentos torácicos distintos, cada um com um par de pernas. A respiração nos isópodos é feita através de apêndices abdominais modificados para esse fim. Têm o abdômen curto com os segmentos fundidos total ou parcialmente. O 1º par de antenas é curto e o 2º pode ser bastante longo.

Os olhos não são pedunculados. O primeiro par de apêndices torácicos faz parte da armadura bucal e os restantes servem para a locomoção. Os primeiros 5 pares de apêndices abdominais são achatados, funcionando como brânquias, e o 6º segmento suporta apêndices natatórios birremes juntamente com o télson.

Os Amphipoda têm o corpo comprimido lateralmente. Seu segmento torácico anterior fusiona com a cabeça e tem um par de patas-maxilares. As brânquias são filamentos ou tubos anexados às patas torácicas. Geralmente, os três primeiros pares de patas abdominais servem para nadar. Os três seguintes, dirigidos para trás, servem para saltar. Numerosas formas livres marinhas e dulcícolas, nomeadamente o gammarus (Gammarus pulex).

Os anfípodes são pequenos crustáceos sem carapaça, comprimidos lateralmente e com o abdômen dobrado ventralmente. As antenas superiores e inferiores são variavelmente desenvolvidas e os olhos não são pedunculados. O 1º par de apêndices torácicos faz parte da armadura bucal, enquanto que os restantes 6 pares podem estar ou não transformados em pinças. O abdômen tem 3 pares de patas adaptadas ao salto, 3 pares de apêndices natatórios e o télson (por vezes ausente). Da Ordem Amphipoda destacamos a Família Caprellidae.

Os Decápodes representam os crustáceos mais evoluídos. Sua pele coberta de quitina impregna-se de calcário e adquire uma grande solidez. Os apêndices dos três primeiros segmentos torácicos, transformados em patas-maxilares, incorporam-se na armadura bucal. Um grande escudo cefalotorácico cobre dorsalmente e lateralmente a cabeça e o tórax; ele forma uma espécie de concha de cada lado do cefalotórax, delimitando as cavidades das brânquias, a direita e a esquerda.

As patas dos cinco últimos segmentos torácicos são natatórias ou para andar, justificando o nome de Decápodes. Os olhos compostos são suportados por um pedúnculo móvel.

O abdômen é segmentado e bem desenvolvido nos Macruros: Lagostim e Lagosta; só forma uma chapa triangular rebatida sobre o cefalotórax nos Brachiuros: caranguejos e siris. É mole e assimétrico nos Paguros que o põem na concha de um Gastrópode.

Os crustáceos decápodes que andam (caranguejos, lagostas, lagostins, camarões) têm uma carapaça articulada que se divide em duas partes, o cefalotórax e o abdômen. São crustáceos que têm a cabeça e o tórax fundidos e recobertos por uma carapaça da qual se projeta um rostro entre os olhos; o abdômen é bem definido. Têm 8 pares de apêndices torácicos; o 1º e 3º pares estão modificados em peças bucais e do 4º ao 8º par são utilizados para a locomoção, podendo terminar em pequenas pinças. Os 5 pares de apêndices abdominais (pleópodes) são utilizados na natação (e no transporte dos ovos nas femeas) e o 6º par forma uma cauda.

A Ordem Decapoda encontra-se dividida em duas Super-seções:

Super-seção Natantia
Super-seção Reptantia

Super-seção Natantia

Estes decápodes nadadores têm exoesqueletos delicados e o seu corpo pode ser comprimido lateralmente. Um par de antenas é nitidamente mais comprido do que o outro e é ramificado na base. O rostro pode ser proeminente mas em algumas espécies encontra-se reduzido a um pequeno espinho. Os seus cinco pares de patas (pléopodes) conferem aos seres desta super-seção a habilidade natatória.

Super-seção Reptantia

Verdadeiros caranguejos, bentônicos, normalmente robustos e com um exoesqueleto espesso. A carapaça é achatada dorso-ventralmente e arredondada. O abdômen é bastante reduzido e curvado sob a carapaça. O 1º par de pereiópodes termina em pinças robustas e conspícuas enquanto que nos restantes a terminação é variável, mas normalmente terminam em garras.

LEGENDA

1. Pereiópodes
2. Bordo posterior
3. Abdômen
4. Cefalotórax
5. Borda posterior-lateral
6. Borda ântero-lateral
7. Pedúnculo
8. Antena
9. Dedos da pinça
10. Quelas
11. Fronte

Os Branchiopoda reunem crustáceos pequenos, em geral com menos de um centímetro de comprimento. Esses diminutos animais com formas de corpo variadas, são planctônicos, possuindo uma carapaça mais espessa na região do tronco. A ordem Copepoda também é constituída por espécies planctônicas de tamanho pequeno, mas nesse caso o corpo é geralmente cilíndrico. É interessante notar que cerca de vinte e cinco por cento dos copépodes são parasitas de peixes, aderindo-se às brânquias ou à pele do animal. Aos Ostracoda pertencem seres milimétricos cujo corpo está totalmente incluso numa carapaça bivalva. A ordem Cirripedia inclui crustáceos presos ao substrato, como as cracas.

Finalmente, poderíamos incluir, nesta subclasse, com um número restrito de espécies, aos Rimipedia. Acredita-se que esses crustáceos são os que guardam maiores semelhanças com os ancestrais do grupo. Descoberta no inicio dos anos 80, em uma caverna submarina nas Bahamas, este grupo continua pouco conhecida. São seres transparentes, cegos e relativamente pequenos, atingindo no máximo 3 centímetros de comprimento. O corpo consiste de um cefalotórax e de um tronco alongado, com cerca de 30 segmentos semelhantes, cada um possuindo um par de apêndices natatórios.

A Classe Ostracoda compreende os pequenos crustáceos conhecidos como camarão-mexilhão ou camarão-semente. Abrange cerca de 5650 espécies vivas. O corpo é totalmente protegido por uma carapaça bivalve dobrada dorsalmente cobrindo corpo e cabeça, impregnada com carbonato de cálcio. Apresentam apêndices em forma de bastão, com exceção dos filtradores. A maioria dos Ostracodas são bentônicos escavadores ou se arrastam no fundo, muitos adotaram uma vida planctônica e alguns são terrestres, habitando ambientes úmidos. Eles são abundantes nos ecossistemas aquáticos e existem espécies vivendo em profundidades de até 7000 metros no oceano.

Os Cirripedia, todos marinhos, vivem fixados à um suporte. Seu tórax tem 6 pares de apêndices cujos ramos são dois longos chicotes peludos ou cirres. Os cirrípedes são animais muito modificados que evoluíram de um tipo de vida séssil. Apresentam ao corpos protegidos por placas de carbonato de cálcio as quais formam uma concha. Estão agarrados ao substrato pela parte anterior do seu corpo (cabeça) e os seus apêndices torácicos ( ± 6 pares de apêndices birremes) adaptaram-se à filtração, podendo ser projetados para fora da concha e balançados para captarem partículas orgânicas em suspensão. São animais sésseis que se apresentam bem diferentes de outros crustáceos, sendo dificilmente reconhecidos como tais. Eles fixam-se pela região pré-oral, e tem seu corpo protegido por uma carapaça constituída por várias placas às vezes fundidas umas às outras. São considerados os crustáceos mais modificados, entre os quais estão as “cracas” e “lepas”. Geralmente não possuem cabeça distinta, podendo apresentar espécies sésseis (filtradoras) ou ainda espécies parasitas.

As “cracas” são seres sésseis, com corpo saculiforme protegido por uma carapaça reforçada por placas calcárias. Enquanto as “cracas“ se fixam ao substrato por um disco basal, as “lepas” possuem pedúnculo para fixação.

Os cirripédios possuem uma tendência para o hermafroditismo e para a redução do intestino. Uma característica importante é a presença de uma larva cypris (estágio que se segue ao náuplio). A larva cypris localiza o hospedeiro (no caso de espécie parasita) ou o local para fixação (lepas e cracas) e a seguir sofre metamorfose para o estágio adulto.

Dois tipos são encontrados nas águas litorâneas: as que possuem pedúnculo, conhecidas como Lepas, e as que o não possuem, conhecidas como Balorifício retal (cracas). São vivíparas.

Os Copépodes contam um número considerável de espécies marinhas ou dulcícolas. São os crustáceos dominantes no zooplâncton marinho e, em menor extensão, no plâncton de água doce. Muitas espécies são bentônicas intersticiais. Cerca de 25% das espécies são parasitas.

Não possuem carapaça, possuem apenas olhos simples e o corpo está usualmente dividido em 3 tagmas: cabeça (com apêndices bem desenvolvidos), tórax (com apêndices natatórios) e abdome (desprovido de apêndices). Seu tórax conta seis segmentos, cada um com um par de apêndices; o primeiro fusiona-se com a cabeça.

O abdômen tem cinco segmentos ápodos, exceto o último que tem apêndices modificados rebatidos ao longo do telson. As fêmeas são reconhecidas facilmente quando estão com os sacos ovígeros. Alguns podem ser vistos a olho nu e reconhecidos pela maneira de locomoção que efetua por pequenos saltos. O Cyclops é o gênero mais conhecido.

Podemos ainda acrescentar os Cladocera, ou pulgas d’água constituem um grupo essencialmente de água doce, com grande representatividade nos corpos de água lênticos em todo o mundo e também no Brasil. Estimativas conservadoras apontam cerca de 600 espécies ocorrendo em todo o mundo (Korovchinsky, 1996); e estima-se em cerca de 150 as espécies que ocorrem no Brasil.

Os Cladocera caracterizam-se pela segmentação reduzida do corpo, por apresentarem tórax e abdomen fundidos em um tronco, no qual estão inseridos quatro a seis pares de apêndices na porção anterior e que termina em estrutura denominada pós-abdomen, que contém uma garra terminal.

Apresentam carapaça única, dobrada na porção dorsal, dando impressão de estrutura bivalva, a qual encerra todo o tronco, mas usualmente não a parte cefálica.

A cabeça é uma peça compacta, na qual a estrutura mais proeminente é o olho composto. Têm 4 à 6 pares de patas foliáceas. Locomovem-se através das antenas transformadas em vigorosos órgãos de propulsão. Podemos encontrá-las em concentrações que variam de 100 a 100.000 por metros cúbicos de água.

São de suma importância sob o aspecto ecológico, uma vez que representam a dieta principal dos peixes de água doce. Um exemplo típico é a Daphnia pulex.

Os crustáceos

Os crustáceos (l. crusta = revestimento + ceo = semelhante) são na sua grande maioria marinhos, onde são fundamentais nas cadeias alimentares (milhões de pequenos crustáceos formam o krill, fonte de alimento para muitos outros animais), embora existam algumas espécies terrestres, como o bicho-de-conta.

Apesar do seu reduzido número de espécies, quando comparado com o dos insetos pelo menos, os crustáceos são mais variados na morfologia e nos habitats ocupados. Pertencem a esta classe animais quase microscópicos como os copépodes ou as pulgas do mar, bem como os maiores artrópodes vivos, as lagostas e os caranguejos.

A maioria dos zoólogos considera as diferenças entre os crustáceos e os restantes artrópodes suficientes para que lhes seja atribuída uma origem filogenética diferente.

São um grupo antigo, com fósseis desde o Câmbrico, retendo muitas espécies formas primitivas.

Carcterização

As principais características dessa classe estão relacionadas com o seu meio, visto que são os artrópodes que dominam o meio aquático. O exosqueleto está geralmente impregnado de sais de cálcio, conferindo-lhe grande dureza, especialmente nas espécies de maiores dimensões.

O corpo está geralmente dividido em cefalotórax (frequentemente coberto por uma carapaça) e abdómen (na extremidade do qual existe um telson) embora em algumas espécies possam existir três partes. O cefalotórax ou a cabeça e o tórax estão protegidos por uma carapaça quitinosa, cuja parte anterior se pode prolongar, formando um rostro. O abdómen nos caranguejos é curto, achatado e dobra-se sob a carapaça.

Os apêndices dos crustáceos são bi-ramosos e estão adaptados a muitas funções, nomeadamente locomoção, tato, respiração e incubação dos ovos.

Os apêndices da cabeça (que é composta por 5 segmentos fundidos) são:

Dois pares de antenas – os crustáceos são os únicos artrópodes com este número de antenas, onde se localizam os órgãos do tato e do gosto;
Um par de mandíbulas –
colocadas lateralmente e usadas para cortar e triturar alimento;
Dois pares de maxilas.

Em seguida, na parte que corresponde ao tórax, surgem, nas formas mais comuns,- pereópodes -, em que o primeiro par pode estar modificado e ter forma de pinça, passando a designar-se quelípedes.

Os apêndices do abdómen são muitas vezes reduzidos ou modificados para a natação – pleópodes – ou outras funções.

O sistema nervoso é centralizado como o dos aracnídeos, mas ao contrário destes, os crustáceos apresentam olhos pedunculados bem desenvolvidos e compostos provavelmente com visão a cores, bem como um grande número de outros órgãos sensitivos (tato e quimioreceptores localizados nas antenas, por exemplo).

Nos crustáceos pequenos a respiração pode ser feita em zonas de cutícula fina mas nos maiores existem brânquias, localizadas de cada lado do cefalotórax ou nos apêndices.

A excreção pode ser igualmente feita pela superfície do corpo ou através de glândulas verdes ou antenais, assim designadas pela sua localização na base das antenas, onde filtram o sangue. Estes órgãos regulam igualmente a quantidade de sal no sangue. Não existem tubos de Malpighi.

A reprodução é sexuada, com sexos separados e desenvolvimento indireto com metamorfoses.

A fecundação é geralmente interna e a fêmea pode transportar os ovos em câmaras especiais ou nas patas, durante o seu desenvolvimento.

Classe Crustácea – Espécies

O grupo dos crustáceos (do latim crusta = carapaça dura) é composto por caranguejos, siris, camarões, lagostas, cracas e outros.

A maioria das mais de 35 mil espécies conhecidas é marinha, mas existem os que vivem em água doce a até alguns, como o tatuzinho-de-jardim, que habitam a terra úmida. Os microcrustáceos, que vivem na superfície dos ambientes aquáticos, ocupam uma posição básica nas cadeias alimentares.

Geralmente são de vida livre e alguns representantes aquáticos vivem em grupo. As cracas são sésseis e existem espécies que vivem associadas a animais aquáticos, podendo exercer até o parasitismo.

Os crustáceos formam a classe dos artrópodes que domina os ambientes aquáticos. Embora apresentem menor número de espécies que o grupo dos insetos, são mais variados na morfologia e nos hábitats ocupados.

A grande diferença entre os crustáceos e os demais artrópodes é a existência de dois pares de antenas. O corpo tem uma segmentação evidente, sendo menor o número de segmentos nas formas mais complexas, nas quais há uma tendência ao agrupamento de segmentos adjacentes.

Geralmente há três partes: cabeça, tórax e abdome, mas, em muitos representantes, a cabeça e o tórax estão fundidos, formando o cefalotórax.

A cabeça é a parte mais uniforme, com cinco segmentos: os dois anteriores apresentam as antenas; o terceiro, as mandíbulas e os dois posteriores, as maxilas, que servem para manipular o alimento.

Apresentam um par de olhos compostos, que geralmente situam-se na extremidade de dois pedúnculos, sendo, por isso, chamados de olhos pedunculados, possibilitando, dessa maneira, uma ampla exploração do ambiente.

Os crustáceos possuem na maioria respiração branquial. No tórax e no abdome, o número de segmentos varia de acordo com o tipo de crustáceo. A maioria apresenta cinco pares de patas (decápodes), mas alguns apresentam numerosas patas semelhantes (isópodes), que é o caso do tatuzinho-de-jardim. A quantidade de patas pode ser utilizada como critério de classificação dos crustáceos. O número de apêndices é variado e estão especializados em diferentes funções, como captura e manipulação de alimento e locomoção. A cutícula é bem mais endurecida que nos outros artrópodes, pois é reforçada pela deposição de carbonato de cálcio. O desenvolvimento é indireto, com a eclosão de uma larva náuplio livre-nadante, um organismo arredondado, com cauda e espinhas laterais muito longas. Vai-se transformando, em vários estados sucessivos, em diferentes tipos de apêndices acessórios; algumas larvas apresentam olhos altamente desenvolvidos.

Os crustáceos dividem-se primariamente em dois grandes grupos, malacóstracos, ou crustáceos superiores, com o corpo dividido em 21 segmentos, e os entomóstracos, ou crustáceos inferiores, com um número variável de segmentos, porém nunca igual a 21.

O último grupo apresenta as mais diversas formas, entre as quais os microscópicos seres do plâncton, com apêndices de complicadas ramificações e belas cores.

Denomina-se plâncton o conjunto de animais marinhos de vida flutuante, ao qual pertencem também as larvas livres e plantas microscópicas, cujo número é incalculável e que forma a maior fonte alimentícia dos habitantes do mar.

Com exceção das cracas e dos tatuzinhos-de-jardim, os crustáceos são dióicos. Existem técnicas de corte variadas. Em caranguejos, por exemplo, os machos de muitas espécies usam suas grandes pinças para atrair as fêmeas. Rituais de combate podem ser realizados entre machos, com a pinça sendo usada como escudo.

As cores variadas e sinais acústicos também servem de atrativo para fêmeas de várias espécies. A fecundação é interna, com certos apêndices funcionando como órgãos copuladores e transferindo espermatóforos para a fêmea. Os ovos são frequentemente incubados.

Camarões

O camarão é um crustáceo muito conhecido, pertencente às famílias dos peneídeos (marinhos) e palemonídeos (água doce). Caracteriza-se pelas suas longas patas e pelo abdome não-dobrado por baixo por baixo da carapaça. Menores que as lagostas, os camarões comuns atingem de 20 cm de comprimento, mas a maioria das espécies é de tamanho reduzido e algumas possuem dimensão microscópica. Encontrado em mares, junto das costas marítimas, nos leitos lamacentos dos riachos, rios e lagoas, bem como nos alagados deixados pelas marés. Geralmente são habitantes do fundo e nadam para frente com o auxílio dos pés abdominais, mas quando amedrontados, movem-se rapidamente para trás. Constituem importante elemento na economia biológica marinha, pois servem de alimento a diversos peixes. Entram em grande escala na alimentação do brasileiro do litoral e são consumidos frescos, secos e enlatados. Os camarões de água doce são particularmente apreciados no Nordeste e na Amazônia, onde as espécies do gênero Bithynis recebem os nomes de pitu e potiaçu.

O cefalotórax anterior é rígido e coberto por uma carapaça que recobre o dorso e as laterais. Muitos dos apêndices no cefalotórax e no abdome relacionam-se com a defesa, a captura de alimento, a locomoção e a reprodução, permitindo uma melhor exploração do ambiente. Os camarões podem alimentar-se de detritos encontrados nos ambientes aquáticos em que vivem, ou de pequenos animais do zooplâncton, sobretudo outros pequenos crustáceos chamados copépodes, que capturam. Existem camarões que se especializaram em limpar brânquias de peixes, removendo ectoparasitas e detritos, que usam como alimento.

O krill é um crustáceo de alto mar semelhante a um camarão, medindo cerca de 3 centímetros de comprimento. São animais geralmente filtradores que vivem em grandes grupos, constituindo o principal alimento de muitas espécies de baleias. Um grupo de krill pode cobrir uma área equivalente a vários quarteirões de uma cidade e, visto de cima, parece uma ameba gigante. As baleias azuis podem comer uma tonelada deles em apenas uma refeição, podendo fazer até quatro por dia. Estes animais têm recebido crescente atenção como fonte de alimento humano. Russos e japoneses já realizam a pesca de krill, cuja proteína é extraída e usada para enriquecer outros alimentos.

Caranguejos e Siris

Do latim, Cancer e Carabus e do grego, Karkinos, o nome aplica-se a todos os crustáceos, decápodes braquiúros, caracterizados por terem 5 pares de patas e o abdome dobrado por baixo do cefalotórax.

Os ameríndios chamavam de uçás os caranguejos terrestres, com patas terminadas em unhas, e de siris as espécies aquáticas ou nadadoras, com o último par de patas terminadas em remo ou foliáceas. Essa divisão é mantida até hoje pelos pescadores.

Os caranguejos alimentam-se de detritos, restos de carne etc. As espécies que vivem em manguezais costumam sair de suas tocas em grande número na época da reprodução, período do ano no qual são capturados aos milhares e vendidos nos mercados, sobretudo no Nordeste e no Pára.

No sentido mais restrito, chamam-se caranguejos as espécies do gênero uçá, família dos ocipodídeos, cujo habitat é o lodo; e os siris as espécies marítimas, de tamanho menor, da família dos portunídeos. Várias espécies de caranguejos possuem nomes específicos, como aratu, guaiá, guaiamu e chama-maré.

 Os caranguejos geralmente não são capazes de nadar.

Os siris, entretanto, são nadadores ágeis devido, principalmente, ao último par de patas transformado em uma espécie de remo de barco, largo e achatado. O caranguejo-eremita ou paguro aloja o abdome em conchas vazias de moluscos gastrópodes (caramujos), arrastando-se quando se desloca. O abdome está modificado, encaixando-se nas câmaras espiraladas da concha.

O caranguejo-fantasma é um extraordinário corredor, podendo alcançar velocidade de 1,6 metro por segundo. Quando em velocidade máxima, o corpo fica bem levantado em relação ao substrato, que é tocado por apenas dois ou três pares de patas. Muitos caranguejos diminutos vivem no interior de animais maiores, como esponjas ou holotúrias.

Lagostas

Crustáceo decápode, representado no Brasil pela família dos panilurídeos, gênero Panilurus, no qual se incluem lagostas brasileiras.

De alto valor comestível, vive em fundos rochosos, perto do litoral. As lagostas verdadeiras mais conhecidas são a americana, Homarus vulgaris, que pode atingir 15 kg de peso, sendo as de consumo comum de 3 a 2 kg; a européia, Panilurus vulgaris, do Mediterrâneo, e a africana, do cabo da Boa Esperança. As lagostas brasileiras não possuem as pinças nos três primeiros pares de patas.

As fêmeas produzem milhares de ovos, que trazem presos ao corpo e protegidos por apêndices especiais, embaixo do abdome, durante um espaço de três meses, até nascerem as larvas. Durante os dois primeiros meses de vida, a larva pertence ao plâncton, arrastadas pelas correntes superficiais. As que sobrevivem a esse período, em que são devoradas aos milhares por outros animais, logo se adaptam ao fundo. Nas costas brasileiras existe também a lagosta-sapateira ou lagostim, Scyllarus aequinoctialis, facilmente indentificável por não ter as antenas tão longas como os Panilarus.

Cracas

Pertencem à ordem dos cirrípedes, família dos balanídeos e lepadídeos. Esses curiosos animais vivem dentro de concha ou craca calcária, fixos em corais, rochas, no couro das baleias, na carapaça das tartatugas, nos cascos dos navios etc. O número desses artrópodes nos cascos dos navios chega a ser tanto que, frequentemente, lhes atrasam a marcha, pela deformação que imprimem à superfície dos cascos. As cracas formam o único grupo séssil de crustáceos, com exceção das formas parasitas.

O corpo dos Balorifício retal e o dos Lepas (famílias da ordem dos cirrípedes) sofrem modificações de acordo com o tipo de vida desses animais, sendo bem visíveis, de qualquer maneira, os seis pares de patas que podem expelir da carapaça, quando está retendo plâncton e filtrando a água.

CRUSTÁCEOS – TIPOS

A maioria dos crustáceos é marinha, porém muitos ocorrem em água-doce e uns poucos vivem em lugares úmidos na terra, como o tatuzinho de jardim. Os crustáceos são animais de vida livre, com exceção de algumas formas que são sésseis ou parasitas,

O corpo é formado por um exoesqueleto de quitina, um polissacarídeo nitrogenado carbonato de cálcio transforma o exoesqueloto numa carapaça rígida.

Apresenta um cefalotórax (cabeça e tórax) rígido e abdômen anterior segmentado. No cefalotórax, a cabeça apresenta 5 segmentos e o tórax 8. O abdômen está dividido em 6 segmentos. Em cada segmento existe um par de extremidades articuladas.


Morfologia de um crustáceo

O aparelho digestivo é formado pela boca, que se abre acima das mandíbulas, um esôfago curto e tubular, um estômago de parede fina, dividido em uma câmara cardíaca anterior e dilatada e uma câmara pilórica posterior, um intestino médio e um intestino tubular que se estende dorsalmente até o ânus. Abaixo do estômago existem duas glândulas digestivas, o hepatopâncreas (“fígado”). O alimento que é trazido para a boca pelo segundo e terceiro pares de pernas vai para o esôfago e daí para a câmara cardíaca, onde é triturado pelo moinho gástrico, uma estrutura formada por dentes calcificados. Na câmara pilórica o alimento recebe as enzimas digestivas, eliminadas pelo hepatopâncreas que, juntamente com o intestino médio, fazem a absorção do alimento. A matéria que não foi digerida e partículas mais duras, é transformada em fezes que serão eliminadas pelo ânus.

O sistema circulatório dos crustáceos é um sistema aberto ou lacunar onde o sangue preenche espaços abertos ou seios, que estão distribuídos em diversas partes do corpo. O coração dos crustáceos se encontra dentro do seio pericárdio. O sangue que preenche este seio, passa para o coração através de três pares de válvulas. Do coração ele é bombeado para seis artérias que o distribuem para todo o corpo. O sangue, então, corre para os espaços abertos (seios), que estão entre os órgãos. Daí ele é coletado em um grande seio externo, no assoalho do tórax, passando para os canais aferentes e então para as brânquias, onde ocorre a oxigenação. Das brânquias o sangue volta para o seio pericárdico e coração. O sangue, neste grupo, geralmente contém um pigmento respiratório chamado hemocianina.

A respiração é realizada por brânquias, projeções plumosas da parede do corpo, irrigadas com vasos sangüíneos e que estão localizadas ao longo de cada lado do tórax.

Na maioria dos crustáceos os sexos são separados, ocorrendo dimorfismo sexual. A fecundação é interna. Nos crustáceos os indivíduos jovens, principalmente, podem sofrer regeneração quando da perda de extremidades pares e olhos. Tal perda é reposta na muda, onde a estrutura é parcialmente formada.

ARATU (Aratus pisoni)

Características – também conhecido como marinheiro é um caranguejo pequeno, com carapaça quadrada, trapezoidal, de cor acinzentada.
Habitat –
manguezais
Ocorrência –
litoral Atlântico Ocidental
Hábitos –
a rborícola. É extremamente ágil em correr entre os galhos das pequenas árvores e arbustos onde se instala. Quando se sente ameaçado, ele foge rapidamente para outro galho, correndo de um lado para outro. Raramente desce até a água. Fazem as tocas em fundos arenosos e lodosos para refugiar-se. 
Alimentação –
folhas de mangue
Ameaças –
é apanhado em grande quantidade para alimentação. A apanha, o desmatamento de manguezais e poluição, são as principais ameaças.

BARATINHA DA PRAIA (Ligia exotica)

Características – pequeno crustáceo de no máximo 4 cm de comprimento, com carapaça acinzentada.
Habitat –
praias com rochas batidas pelas ondas.
Ocorrência –
em todo o Brasil.
Hábitos –
é vista, em dias nublados ou chuvosos, correndo em bandos nas rochas, acompanhando o ritmo das marés. Nos dias ensolarados, procura abrigo entre as frestas das rochas. Tem hábitos terrestres, mas necessita de umidade e geralmente deixa seu abrigo ao entardecer. É muito ágil: pode dar 16 passos por segundo.
Alimentação –
algas e de animais menores do que ela.
Reprodução –
a fêmea procura lugares mais úmidos para liberar os jovens das bolsas incubadoras.
Predadores naturais –
aves, pássaros e outros crustáceos
Ameaças –
muito caçada para isca de pesca. Poluição é a principal ameaça.

CAMARÃO BRANCO (Litopenaeus schmitti)

Características – possui dez pernas e abdome alongado. Rosto reto e serrilhado em cima com 8 a 11 farpas, embaixo somente com 2. É de cor cinza-clara, sendo espécie muito freqüente entre nós. Chegam a ter 20 cm de comprimento.
Habitat –
regiões arenosas e lodosas nas enseadas de pouca profundidade ou ao longo da costa
Ocorrência –
do litoral do nordeste ao sul do Brasil.
Hábitos –
bom nadador, o camarão nada com movimentos rítmicos. Um movimento rápido com a parte terminal da cauda aberta faz com que ele se movimente para trás. Forma grandes grupos, principalmente no período reprodutivo.
Alimentação –
pequenos animais ou matéria orgânica em decomposição.
Reprodução –
a fecundação dos camarões é externa; o macho fecunda os óvulos após a postura e os ovos são mantidos entre as pernas abdominais da fêmea, durante todo o período da incubação. Eclodidos, os camarões passam por fases larvais, cuja forma é diferente da adulta, recebendo cada estágio, denominação especial; o primeiro estágio tem o nome de neuplios, que são larvas microscópicos e transparentes, sendo encontrado, por vezes, no plancto marinho; o segundo de protozoea, onde já aparecem os olhos, os apêndices complicam-se e o tórax funde-se com a cabeça; depois de outra muda, surge a forma denominada de zoea , de olhos já móveis, passando esta para a forma denominada misis. Na última, temos então o camarão, na sua forma definitiva e adulta.
Predadores naturais –
peixes e aves.
Ameaças –
constituem explêndido alimento, rico em proteínas e sais minerais; possuem também certa percentagem de iodo. A pesca predatória, a poluição e destruição do habitat são as principais ameaças à espécie.

CAMARÃO ROSA (Farfantepenaeus paulensis)

Características – é uma espécie nativa considerada de interesse para aqüicultura. É um dos principais recursos pesqueiros das regiões Sudeste e Sul do país.
Habitat –
regiões arenosas e lodosas nas enseadas de pouca profundidade ou ao longo da costa em profundidade em torno de 15 a 150 m
Ocorrência –
a partir de Ilhéus-BA, estendendo-se até o litoral nordeste da Argentina
Hábitos –
bom nadador, o camarão nada com movimentos rítmicos. Um movimento rápido com a parte terminal da cauda aberta faz com que ele se movimente para trás. Forma grandes grupos, principalmente no período reprodutivo.
Alimentação –
pequenos animais ou matéria orgânica em decomposição.
Reprodução –
formam grandes grupos, principalmente no período reprodutivo. A fecundação dos camarões é externa; o macho fecunda os óvulos após a postura e os ovos são mantidos entre as pernas abdominais da fêmea, durante todo o período da incubação. Eclodidos, os camarões passam por fases larvais, cuja forma é diferente da adulta, recebendo cada estágio, denominação especial; o primeiro estágio tem o nome de neuplios , que são larvas microscópicos e transparentes, sendo encontrado, por vezes, no plancto marinho; o segundo de protozoea , onde já aparecem os olhos, os apêndices complicam-se e o tórax funde-se com a cabeça; depois de outra muda, surge a forma denominada de zoea , de olhos já móveis, passando esta para a forma denominada misis. Na última, temos então o camarão, na sua forma definitiva e adulta.
Predadores naturais –
peixes e aves.
Ameaças –
constituem explêndido alimento, rico em proteínas e sais minerais; possuem também certa percentagem de iodo. A pesca predatória, a poluição e destruição do habitat são as principais ameaças à espécie.

CAMARÃO SETE BARBAS (Xiphopenaeus kroyeri)

Características – é considerado o camarão de maior interesse econômico. Possui cerca de 8 cm de comprimento e rostro com a ponta curvada para cima.
Habitat –
águas marinhas costeiras de até 30 metros de profundidade
Ocorrência –
dos Estados Unidos ao sul do Brasil
Hábitos –
bom nadador, o camarão nada com movimentos rítmicos. Um movimento rápido com a parte terminal da cauda aberta faz com que ele se movimente para trás. Forma grandes grupos, principalmente no período reprodutivo.
Alimentação –
pequenos animais ou matéria orgânica em decomposição.
Reprodução –
a fecundação dos camarões é externa; o macho fecunda os óvulos após a postura e os ovos são mantidos entre as pernas abdominais da fêmea, durante todo o período da incubação. Eclodidos, os camarões passam por fases larvais, cuja forma é diferente da adulta, recebendo cada estágio, denominação especial; o primeiro estágio tem o nome de neuplios, que são larvas microscópicos e transparentes, sendo encontrado, por vezes, no plancto marinho; o segundo de protozoea, onde já aparecem os olhos, os apêndices complicam-se e o tórax funde-se com a cabeça; depois de outra muda, surge a forma denominada de zoea , de olhos já móveis, passando esta para a forma denominada misis. Na última, temos então o camarão, na sua forma definitiva e adulta.
Predadores naturais –
peixes e aves.
Ameaças –
constituem explêndido alimento, rico em proteínas e sais minerais; possuem também certa percentagem de iodo. A pesca predatória, a poluição e destruição do habitat são as principais ameaças à espécie.

CARANGUEJO ARANHA (Lybinia sp.)

Características – também conhecido como siri-da-areia, caranguejo-da-areia, caranguejo-espinhoso, é de fato um caranguejo tipicamente praiano. Possui corpo triangular com parte dorsal apresentando algumas protuberâncias pontiagudas e pernas delgadas e longas, lembrando uma aranha. Parte frontal da carapaça parecendo com um nariz pontudo. A carapaça pode atingir 10 cm de diâmetro. Os machos são maiores que as fêmeas. Coloração geralmente marron-escura para pardacenta.
Habitat –
praias
Ocorrência –
todo o litoral brasileiro.
Hábitos –
vive em tocas cavadas perto da vegetação da praia. Quando muito importunado com uma vareta, sai correndo desesperado. À noite, é facilmente visto movimentando-se em busca de alimento ou comendo animais mortos. Dentro d’água vive em áreas rochosas e normalmente se camufla com plantas que se fixam sobre sua carapaça e pernas.
Alimentação –
carnívoro e detritos
Ameaças –
destruição do habitat e caça para servir aquariofilistas.

CORRUPTO (Lysiosquilla scabricaud)

Características – chega a atingir cerca de 25 cm de comprimento. O primeiro par de patas, muito desenvolvido, é usado tanto para atacar a presa como para se defender. O urópodo, quando aberto, também funciona para defesa, fechando a galeria em que o animal está instalado.
Habitat –
fundo lodoso ou arenoso
Ocorrência –
litoral do Brasil.
Hábitos –
cava seus buracos ou aproveita-se dos orifícios deixados por outros animais para neles se instalar.
Alimentação –
carnívora, alimentando-se de camarões, caranguejos, moluscos, peixes e até mesmo animais da mesma ordem.
Reprodução –
a fêmea desova no local onde se abriga e, em caso de perigo, enrola os ovos como uma bola, prendendo-os junto ao corpo até encontrar um abrigo mais protegido.
Ameaças –
é muito utilizado como isca para pesca de robalo. Poluição e destruição do habitat são as principais ameaças.

CRACA (Balanus balanus)

Características – crustáceo marinho séssil, tem forma totalmente aberrante. Pequeno animal semelhante a um camarão, permanentemente dentro de sua casa calcária e que joga alimento na boca. A abertura da carapaça ou manto está dirigida para o lado oposto da fixação. Assim, os apêndices torácicos podem filtrar o plâncton. Corpo mal segmentado, provido de 6 pares de patas que mais se parecem com fios enrolados na pontas. A casca é de feitio variável, em geral em forma de tulipa.
Habitat –
águas litorâneas.
Hábitos –
fixam-se em rochas ao nível das marés, em animais marinhos tais como, baleias, tartarugas, além de cascos de embarcações, sempre em contato com a água.
Ocorrência –
em todo o litoral do Brasil. Abrem sua concha debaixo d’água e fecham a tampinha quando a maré baixa.
Alimentação –
plâncton
Reprodução –
é hermafrodita.
Ameaças –
poluição

ERMITÃO (Clibanarius vittatus)

Características – crustáceo marinho de coloração marrons escura, desprovido de carapaça no abdômen. Se utiliza de concha de moluscos para se abrigar.
Habitat –
mares
Ocorrência –
litoral do Brasil.
Hábitos –
vive junto de rochas e arrasta uma concha onde se abriga. Fora da concha ele fica vulnerável, pois seu abdômen é desprovido de carapaça. Quando a concha em que se refugia fica pequena, ele procura outra maior e chega a matar o molusco do qual quer a concha. Chegam a retirar as actínias fixas em rochas e as alojam sobre a concha que lhes serve de proteção. A actínia protege o ermitão com suas células urticantes, que afastam os predadores,  tendo  em  troca a vantagem de ser deslocada junto com o crustáceo, ampliando assim seu campo de ação, além de receber as sobras de alimento.
Alimentação –
animais em decomposição, plâncton, outros crustáceos, pequenos peixes.
Ameaças –
poluição

GUAIAMU (Cardisoma guanhumi)

Características – caranguejo de grande porte, pode chegar a mais de 11 cm de carapaça e de pesar mais de 500 g. O macho apresenta uma garra bem maior que a outra. G arras extremamente fortes capazes de quebrar carapaças de outros crustáceos. Coloração azulada ou acinzentada. As puãs são esbranquiçadas, sem pêlos nas pernas.
Habitat –
restingas e manguezais
Ocorrência –
mais comuns no Nordeste do Brasil, mas podem ser encontrados em todo o litoral do Brasil.
Hábitos –
fazem tocas no lodo para se abrigarem . Esses buracos são cavados  até  a linha d’água,  e  no  fundo  de  cada  buraco  existe  uma pequena piscina. Cada goiamu tem seu próprio buraco e estes não tem comunicação entre si. Conseguem respirar dentro e fora da água, mas passam a maior parte do tempo fora da água. São totalmente inofensivos e frágeis.
Alimentação –
folhas e frutos, mas também podem comer insetos, animais mortos, ou qualquer outro alimento que possam carregar para seu buraco, detritos encontrados no lodo e podem capturar outros caranguejos na falta de alimento.
Reprodução –
atinge a maturidade sexual com 4 anos. O ciclo reprodutivo é totalmente ligado às estações quentes do ano e as fases da lua. Os machos cortejam a fêmea e a fertilização é interna. As fêmeas carregam os ovos consigo por aproximadamente duas semanas. Em noite de lua cheia do verão as fêmeas migram juntas para o mar para liberar as larvas recém eclodidas para o mar, que dependem da água salgada para sobreviver.
Ameaças –
devido sua excessiva captura e destruição de seu habitat está ameaçada de extinção.

LAGOSTA (Panulirus argus)

Características – crustáceo com corpo robusto e revestido de uma carapaça espessa, cheia de espinhos, com cerdas duras no tórax. As fêmeas são menores que os machos, alcançando 25 cm de comprimento, enquanto que os machos podem ir a 36 cm ou mesmo 60 cm. As lagostas sofrem mudanças de pele para crescer; quando isso se processa o animal torna-se bastante vulnerável para seus inimigos naturais. Ela, então, se esconde no meio das rochas, nada comendo, e assim permanece até que se forme uma nova carapaça. Depois disto a carapaça velha se fende dorsalmente e a lagosta, com novo revestimento, vai aos poucos saindo do antigo envólucro.  A  forma  nova  é  mole,  mas  logo  adquire consistência, impregnando-se de sais calcários até tomar seu aspecto definitivo. Nessa época, devido ao jejum que se impôs, a lagosta abandona sua toca e procura o alimento, podendo então ser capturada pelo homem.
Habitat –
fundo do mar com locais de vegetação ou áreas rochosas, longe da costa e grande profundidade, sendo as vezes encontradas até a 50 ou 70 metro0s, desde que exista abundância de moluscos e anelídeos.
Ocorrência –
desde o norte até Santa Catarina, porém é em Pernambuco e na Paraíba que se a pesca em larga escala.
Hábitos –
crustáceo reptante marinho. São marchadoras e passeiam sobre os rochedos. Durante o dia, permanece em seu abrigo (cavidade de rochas, corais ou emaranhados de algas), com o corpo oculto e antenas estendidas. À noite, sai em busca de alimento, retornando ao abrigo de manhã. Quando ameaçada, a lagosta dobra o abdômen, com a nadadeira caudal aberta em leque, ao mesmo tempo em que mantém as patas e antenas orientadas para a frente, facilitando assim um rápido deslocamento. É um animal voraz.
Alimentação –
principalmente animais mortos, mas caça toda espécie de crustáceos, devorando mesmo os da sua espécie. Além disso gosta muito de caramujos de concha calcária.
Reprodução –
o desenvolvimento embrionário de uma lagosta se processa no interior dos ovos. Estes ficam presos sob o ventre da fêmea. Do ovo surge a larva que se encontra dobrada sobre si mesma e que, logo ao sair do ovo, expande-se e se transforma num corpo delgado e chato, completamente transparente, chamado filóssomo. Fica vagando ao sabor das correntes e é tal modo transparente que não seria possível distinguí-lo na água se não fossem os pontos negros dos seus olhos. Daí vai-se transformando e aumentando de volume. Quando adquire todos os seus órgãos, mede apenas 2 a 3 centímetros, incluindo as pernas. Passa-se então sua última transformação chegando à forma da lagosta adulta. Põem em média 100.000 ovos.
Ameaças –
pesca predatória, dificuldades de reprodução e inimigos naturais. Sua carne é muito apreciada e é considerada alimento de luxo

LEPA (Lepas anatifera)

Características – animal dotado de pedúnculos coriáceos em cujas extremidades ocorrem as valvas, mais finas do que as das cracas e com maior mobilidade que elas.
Habitat –
águas litorâneas
Ocorrência –
todo o litoral do Brasil.
Hábitos –
fixa-se em objetos inanimados flutuantes.
Alimentação –
plâncton
Reprodução –
fase larval tem náuplios típicos e é seguida pelo estágio de cypris, quando apresenta duas valvas. Depois de pouco tempo, a larva se fixa através da glândula de cimento, até alcançar a forma adulta.
Ameaças –
poluição.

MARIA FARINHA (Ocypode albicans)

Características – pequeno caranguejo também conhecido como c aranguejo-da-areia, caranguejo-branco-da-areia.
Habitat –
praias
Ocorrência –
todo o litoral do Brasil
Hábitos –
para ficar longe do alcance da água, a maria-farinha cava buracos na areia, preferindo o limite extremo da praia, onde a vegetação se instala. É aí que constrói sua toca, cavando-a com as quelas, que usa como escavadeiras, e transportando para longe a areia retirada.
Alimentação –
detritos
Ameaças –
destruição do habitat

PITU (Macrobrachium carcinus)

Características – trata-se de um camarão de água doce. Os adultos apresentam corpo com faixas longitudinais pretas e amarelas. Podem atingir grande tamanho (até 27 cm de comprimento). Além de sua importância ecológica, como elo das cadeias alimentares aquáticas, os pitus têm reconhecido valor econômico, sendo pescados artesanalmente em várias regiões do Brasil, onde alcançam preços elevados no mercado consumidor. É uma das três espécies de camarão de água doce nativas do Brasil com potencial para utilização em atividades de cultivo.
Habitat –
rios correntosos, de leito pedregoso.
Ocorrência –
do Pará ao Rio Grande do Sul, em rios que desembocam no Oceano Atlântico.
Hábitos –
geralmente vivem entocados. Noturnos.
Alimentação –
restos de animais e vegetais. Podem comer também organismos vivos, como algas, larvas de insetos e moluscos ou outros crustáceos.
Reprodução –
parte do seu ciclo de vida é dependente de água salobra, isto é, com um certo grau de salinidade. A fêmea do pitu, após a cópula, pode desovar até 200 mil ovos, de tamanho muito pequeno e coloração alaranjada, que são carregados, após a postura, nas patas localizadas na parte posterior do animal. O período de incubação dos ovos pode durar de 2 a 4 semanas. As fêmeas ovadas migram em direção ao estuário, onde ocorre a eclosão, isto é o nascimento das larvas, que passarão por vários estágios de desenvolvimento e metamorfose, até atingirem a fase juvenil. As larvas morrem se permanecerem em água doce, por isso os pitus só habitam rios que estão conectados ao oceano. Os jovens migram rio acima, onde crescem e atingem a maturidade sexual. A mortalidade na fase larval é bastante elevada, pois muitas são predadas por outros animais.
Ameaças –
a captura do pitu, bem como de outras espécies de camarões de água doce exploradas pela pesca artesanal no Brasil, tem declinado devido à poluição, destruição dos ambientes naturais e pesca excessiva. O tamanho médio dos animais capturados também reduziu-se acentuadamente. No Rio de Janeiro, uma recente revisão da fauna ameaçada de extinção coloca o pitu como espécie vulnerável no estado, isto é, que apresenta um alto risco de extinção a médio prazo. Para que seja evitada a extinção do pitu, é necessário que seja dado apoio à realização de estudos de biologia básica das populações destes crustáceos, especialmente sobre sua reprodução. Estes estudos forneceriam subsídios para a preservação e exploração sustentável destes camarões de grande importância econômica, social e ambiental.

SIRI AZUL (Callinectes sapidus)

Características – é um dos maiores siris do litoral brasileiro, chegando a ter mais de 15 cm de envergadura. A fêmea é menor do que o macho. O último par de patas locomotoras é modificado, funcionando como remos. A quela pode pinçar com muita rapidez, causando pequenos ferimentos. A fêmea apresenta abdômen largo e arredondado, cujos apêndices são usados para carregar os ovos quando está ovígera.
Habitat –
praias lodosas, tanto rasas como profundas, e pode subir pelos riachos que desembocam no mar, sendo abundante sua ocorrência em água salobra.
Ocorrência –
em todo o litoral do Brasil.
Alimentação –
detritos
Reprodução –
a fêmea, na época da  eclosão dos ovos, retorna ao mar para que as larvas se desenvolvam. Possui duas fases em seu ciclo de Vida: uma marinha (fase pelágica) onde os ovos eclodem e os organismos se desenvolvem para o estádio de zoea, permanecendo em águas marinhas até o estádio de megalopa quando então migram para águas estuarinas em busca de proteção e salinidades mais baixas; e uma estuarina onde as megalopas recrutam (fase bentônica) e se desenvolvem para os primeiros estádios juvenis. Após sucessivas mudas, os animais se tornam adultos e aptos à cópula que ocorrerá em águas estuarina. A cópula é “estimulada” através de uma mudança na salinidade. Após a cópula, as fêmeas fertilizadas migram para regiões de maior salinidade. As fêmeas então liberam os ovos, resultantes da cópula em águas estuarinas de baixa salinidade, em águas marinhas de maior salinidade. 
Ameaças –
pesca predatória, destruição do habitat e poluição.

TATUÍ (Emerita brasiliensis)

Características – pequeno crustáceo de mais ou menos 4 cm de comprimento, também conhecido por “tatuíra” ou “tatuzinho”. Cefalotórax alongado, semicilíndrico, com abdômen dobrado por baixo. O tempo para esses animais corre junto com as batidas de seu coração, locais  de muito calor faz o coração bater mais rápido, o animal vive menos, ao passo que em locais mais frescos, o coração trabalha mais lento, e garante longevidade maior ao animal.
Habitat –
praias
Ocorrência –
em quase todas as praias despoluídas do litoral brasileiro.
Hábitos –
se movimenta junto com as ondas e perfura a areia com o retornar da água, produzindo bolhas e um “furinho” característico. Costumam ser encontrados em nossas praias agrupados em áreas de mais de  2 m 2 , grupos esses sempre próximos uns dos outros, sendo mais ou menos os mais novos nas camadas mais superficiais da areia, e os grandes, um pouco mais abaixo.
Predadores naturais –
peixes, crustáceos e aves.
Ameaças –
é muito utilizado para isca de pesca e também como alimento. Por não tolerar poluição é excelente bioindicador. A poluição por esgotos e excessiva freqüência humana são algumas ameaças.

UÇÁ (Ucides cordatus)

Características – crustáceo de grande porte, sendo u m dos maiores caranguejos que habitam os manguezais do litoral brasileiro. Tem 10 pernas de cor arroxeada providas de grandes cerdas rijas na face interna. O primeiro par de patas é bem desenvolvido e forte, terminando numa garra ou pinça (puã), servindo para alimentação, defesa e atração da fêmea. Com as patas distendidas, ele alcança 30 cm de envergadura. Como todo artrópode, realizam mudas (trocas de carapaça) para o crescimento do indivíduo. Apresenta carapaça inflada lateralmente, com coloração que varia entre o azul, verde, amarelo e branco. Apresentam dimorfismo sexual: os machos possuem abdome em forma de “t” invertido e as fêmeas, abdome arredondado. Os machos desta espécie podem alcançar cerca de 70 e 89 mm de comprimento e largura da carapaça, respectivamente, e as fêmeas 54,5 e 65 mm.  ,
Habitat –
manguezais
Ocorrência –
todo o Atlântico Ocidental. No Brasil, do Pará à Santa Catarina.
Hábitos –
vivem em substrato arenoso ou lodoso onde escavam tocas ou podem refugiar-se entre fendas. Suas tocas na lama são cobertas pela maré alta e ficam à mostra na maré baixa. Durante a maré alta refugiam-se em tocas e na maré baixa saem em busca de alimento. Essas tocas têm de 0,5 a 1,5 m de profundidade, são habitadas por um único animal, sendo pronunciado o territorialismo da espécie. Assim como outros caranguejos do mangue, apresenta grande importância ecológica. A atividade escavadora proporciona oxigenação e drenagem do sedimento.
Alimentação –
s ão onívoros, alimentando-se de tudo. Sua dieta é constituída principalmente por matéria vegetal (folhas em decomposição, frutos e sementes das árvores do mangue), contribuindo para a aceleração da reciclagem dos nutrientes, mas alimenta-se também de outros invertebrados, como crustáceos e moluscos. Podem comer também fungos que crescem nas folhas de mangue, após estas serem transportadas para o interior da toca.
Reprodução –
quando chega o momento da reprodução, que se dá nos meses mais quentes do ano, os animais deixam suas tocas em busca de parceiro para a cópula e/ou realizar a desova e desta forma se tornam presas fáceis não só para os catadores, mas também para pessoas que usualmente não realizam a captura destes crustáceos. Este fenômeno, ainda muito pouco investigado cientificamente, é conhecido como “andada” ou “carnaval”. A fêmea do caranguejo, após a cópula, põe dezenas de milhares de ovos muito pequenos e coloração avermelhada. Os ovos são carregados, após a postura, nas patas do abdome, que tem formato arredondado e pode ser observado na região ventral (embaixo do corpo do animal). As fêmeas ovadas migram em direção à água, onde ocorre o nascimento das larvas, que seguem para o mar e, após passarem por uma fase de crescimento rápido e metamorfose, retornam para o mangue, onde continuarão crescendo e atingirão a maturidade sexual. A mortalidade na fase larval é muito elevada.
Ameaças –
é a espécie mais procurada para alimentação humana. Sua carne é muito apreciada e é comum observar o comércio desta espécie principalmente no litoral. É de grande importância sócio-econômica no Norte/Nordeste do Brasil pois, além de ser um recurso de subsistência, sua captura constitui a única fonte de renda de inúmeras famílias. A pesca predatória, associada à falta de uma fiscalização efetiva e a degradação dos manguezais, e ao desrespeito das leis ambientais, são fatores que têm sido responsáveis pela redução acentuada das populações do caranguejo-uçá nos últimos anos. Hoje, a espécie encontra-se ameaçada de extinção.Visando proteger o uçá durante seu período reprodutivo, o IBAMA, em sua portaria no 124, de 25 de setembro de 2002, proibiu a captura, a manutenção em cativeiro e a comercialização de machos e fêmeas nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, de 1º de outubro a 1º de dezembro e a captura de fêmeas de 1º a 31 de dezembro. A portaria proíbe, ainda, a captura de fêmeas ovadas em qualquer época do ano, assim como de animais com largura da carapaça inferior a 6 cm. Estudos sobre o caranguejo-uçá, especialmente sobre sua reprodução, devem ser incentivados e acelerados, sobretudo no Norte e Nordeste do Brasil, onde o consumo em algumas capitais é elevado e o volume de informações sobre sua biologia é escasso. Os resultados destes estudos, somados ao conhecimento empírico dos catadores, serão fundamentais para a criação de leis protecionistas para o uçá nestas regiões. De um caranguejo, as partes com mais carne são as patas da frente, terminadas em pinça. O resto do bicho é quase todo descartado. Quando catavam caranguejos, os povos da floresta retiravam-lhes só a pinça. Como qualquer crustáceo, a pata regenera e o bicho não é sacrificado. Assim, nunca faltaria caranguejo no mangue. O problema é que o corte deve ser feito na articulação junto à base e, na maioria das vezes, o apêndice é retirado sem nenhum cuidado, danificando estruturas respiratórias ligadas à pinça e causando a morte do bicho. Seria injusto dizer que somente a pesca indiscriminada é responsável pela diminuição dos estoques dos crustáceos. O aterro dos mangues, as indústrias que lançam o esgoto nos rios e o desmatamento contribuem para a quebra da cadeia alimentar, expulsando e eliminando espécies.

UCA ou CHAMA MARÉ (Uca pugnax)

Características – caranguejo pequeno, medindo 3 cm de largura, de coloração azeitona ou parda, com pequenas manchas claras. Carapaça trapezóide e garras muito desiguais. A fêmea desse caranguejo possui as duas pinças pequenas, enquanto o macho apresenta uma pequena e a outra grande. A pinça pequena é para alimentar-se e a grande serve para atrair a fêmea na época de reprodução e afugentar outros machos. O nome chama-maré provém do movimento que o animal faz com a pinça maior quando estão sobre o substrato durante a maré baixa, como quem está “chamando a maré”.
Habitat –
fundos arenosos e lodosos de manguezais
Ocorrência –
todo Atlântico Ocidental
Hábitos –
costuma aparecer em grande número e correndo, ágil, pelo lodo. Fazem suas tocas para refugiar-se na maré alta nos fundos arenosos e lodosos. A toca tem em média 5 cm de comprimento com 2 a 3 cm de diâmetro e termina em galerias. Ao menor sinal de perigo, ele pára à espreita próximo de sua toca, na qual se refugia. Durante a maré baixa saem para se alimentar.
Alimentação –
animais mortos
Ameaças –
destruição do habitat e poluição.

Fonte: bugs.bio.usyd.edu.au/www.marcobueno.net/curlygirl.naturlink.pt/geocities.com

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