Escorpiões

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Escorpiões
Escorpião Amarelo

Escorpião – O que é

O escorpião é um tipo de artrópode.

Eles têm 8 pernas e eles têm uma cauda muito longa que ondula sobre a parte superior.

Eles também têm um ferrão que está cheio de veneno.

No entanto, apenas cerca de ¼ deles têm veneno que é muito perigoso.

Escorpiões são membros da classe Arachnida e estão intimamente relacionadas com aranhas, ácaros e carrapatos.

Escorpião – Animais

Os escorpiões são aracnídeos, muitas pessoas os chamam de insetos, mas basta observar que este animal tem 4 (quatro) pares de patas ao invés de 3 (três) como os insetos.

A origem destes animais remonta a mais de 400 milhões de anos, sobrevivendo a todos os grandes cataclismos que destruíram milhares de espécies vivas.

Portanto o escorpião foi um observador privilegiado tanto do fim dos dinossauros assim como do surgimento do homem na face da Terra.

Existem centenas de espécies de escorpiões, mas para nós em particular só interessam, por enquanto três, são elas :

Tityus serrulatus o escorpião amarelo, responsável pelos acidentes mais graves
Tityus bahiensis
o escorpião preto, também pode causar acidentes graves
Bothriurus araguayae escorpião
também preto, mas bem pequeno e brilhante, parecendo que foi “envernizado”.

Destes apenas os dois primeiros apresentam perigo para as pessoas, podendo causar acidentes graves e inclusive morte de seres humanos e animais.

O Bothriurus araguayae é um animal inofensivo não oferecendo perigo algum, por isto nós não controlamos este animal, nos o preservamos.

Os escorpiões se alimentam principalmente de outros insetos, portanto um ambiente livre destes dificulta a sua presença.

Os escorpiões são animais temidos pela grande maioria das pessoas.

Afinal, juntamente com aranhas e serpentes, estão sempre presentes em filmes de horror e sua simbologia mais conhecida é a da representação da morte.

Não são merecedores deste conceito apesar de algumas espécies possuírem toxinas fatais aos seres humanos.

Das 1500 espécies já descritas na literatura pouco mais de 20 possuem o veneno ativo no homem, principalmente em crianças e idosos.

Escorpiões
Escorpião Negro

Vivem em regiões desérticas, semidesérticas e úmidas da terra, do Saara à Amazônia.Com mais de 350 milhões de anos mudaram muito pouco quanto seu aspecto externo.

Suas dimensões tornaram-se diminutas onde os maiores representantes hoje não ultrapassam os 25 cm.

Seu corpo é uma verdadeira “armadura medieval” formada por diversas placas que lhe permitem grande mobilidade.

Foram um dos primeiros animais a conquistar o ambiente terrestre e a composição de seu esqueleto (uma proteína chamada de quitina) possibilitou a manutenção de seus líquidos corporais num ambiente seco, uma vez que é impermeável.

Não são agressivos e causam acidentes apenas quando tocados ou provocados à curta distância.

Vamos tentar entendê-los melhor e assim podermos perceber o quão útil estes animais são dentro do equilíbrio ecológico.

São grandes predadores de artrópodos nocivos ao homem, como as baratas e as aranhas de veneno ativo no homem.

Os escorpiões são artrópodos (patas formadas por vários segmentos), como os siris e as lacraias, e pertencem à Classe Arachnida , como as aranhas e os opiliões.

São carnívoros e de hábitos noturnos ou crepusculares.

Escorpiões
Escorpião

O corpo do escorpião

Seu corpo, diferentemente das aranhas, é dividido em três partes:

Prossoma: região anterior, conhecido também por “cefalotórax”
Mesossoma:
região larga do corpo, após o prossoma.
Metassoma:
região estreita do corpo, chamada também de cauda.

O mesossoma, dividido em sete segmentos, juntamente com o metassoma, dividido em cinco, constituem o abdômen.

Na extremidade da cauda existe uma estrutura cilíndrica com um espinho na ponta, o telson.

Em seu interior existem duas glândulas de veneno e o espinho, que é oco como uma agulha de injeção, é o mecanismo utilizado para a inoculação.

Assim sendo os escorpiões são animais peçonhentos e algumas espécies possuem veneno neurotóxico que pode matar um homem.

As placas que revestem o corpo de um escorpião, principalmente no prossoma e mesossoma, apresentam diferenciação, cuja finalidade é permitir o aumento de volume, decorrente da alimentação, absorção de líquidos ou prenhez.

As placas dorsais são chamadas de tergitos, as laterais de pleuritos e as ventrais de esternitos.

Como todos os artrópodos e portadores de exoesqueleto, os escorpiões trocam de pele quando crescem.

Quanto mais jovens mais frequentes são as trocas.

Depois de adultos podem permanecer anos sem realizar a muda.

Os escorpiões possuem pelos recobrindo o corpo, chamados de tricobótrias.

Estes pelos tem atividade sensorial e são usados para orientação noturna, da mesma forma que nas aranhas caranguejeiras.

Possuem dois olhos medianos e de três a cinco laterais.

Como todo aracnídeo apresentam quatro pares de patas e dois palpos, também chamados de pedipalpos.

Nas aranhas os palpos tem grande importância na reprodução pois os órgãos copuladores, dos machos, ficam exatamente em suas extremidades.

Nos escorpiões os palpos possuem função de pinça, para segurar e dilacerar alimentos antes de serem sugados.

Na ponta dos palpos existem dois “dedos” um fixo, unido ao conjunto, e um móvel. Apesar de sua função nitidamente de contenção os palpos também têm importância no acasalamento (veja detalhes mais abaixo).

Na região ventral encontramos três estruturas importantes: o opérculo genital, o pente e as aberturas pulmonares.

O opérculo genital é a abertura reprodutiva por onde o macho libera seu sêmen (pelo espermatóforo) e a fêmea os recebe após uma dança de acasalamento característica.

O pente é uma estrutura dupla, em forma de “V” localizada de maneira diagonal ao opérculo genital.

O nome vem da semelhança com um pente de cabelo, pela presença de dentes enfileirados.

Têm função sensorial e podem emitir sons quando o escorpião os vibra rapidamente e os esfrega sobre a superfície áspera do primeiro esternito.

Este som, característico de algumas espécies como os do gênero Rhopalurus (norte do Brasil), servem para intimidar possíveis predadores e para o período de pré-acasalamento.

As aberturas pulmonares (chamados também de estigmas) são em número de oito, dois pares nos primeiros quatro esternitos, e representam um fator importante na sobrevida destes animais quando colocados em locais alagadiços.

Reprodução

Os escorpiões são, em sua grande maioria, monóicos ou seja existem machos e fêmeas.

Algumas poucas espécies são partenogenéticas (são fêmeas que não necessitam acasalar para reproduzirem-se).

O dimorfismo sexual (diferenciação entre machos e fêmeas pelo aspecto externo do corpo) ocorre em algumas espécies, onde os machos podem apresentar as pinças (também chamadas de quelas) maiores e com a formação de um orifício quando o dedo móvel fica junto do fixo.

Este buraco, presente quando a pinça está fechada, é usado na dança nupcial.

O acasalamento ocorre quando um macho é aceito pela fêmea.

O macho segura a fêmea pelas pinças ficando um de frente para o outro.

Após alguns “passos” para frente a para trás, o macho deixa cair, pelo seu orifício reprodutor (opérculo genital) uma espécie de bastonete que se adere ao solo, em uma das extremidades, ficando com a outra ponta ligeiramente inclinada e apontada para a fêmea.

Este bastonete (chamado de espermatóforo) possui, na extremidade apontada para a fêmea, o seu sêmen.

Após a soltura do espermatóforo o macho puxa a fêmea até que a ponta deste bastonete, com o sêmen, seja encaixada no opérculo genital, fecundando-a.

Nas espécies partenogenéticas não ocorre fecundação pois a fêmea, única representante da espécie, produz ovos com o número completo de cromossomas, não necessitando fecundá-lo com os cromossomas do macho, cromossomas estes que estariam em seu sêmen.

Dessa forma uma única fêmea pode parir vários filhotes sem um companheiro e cada filhote será uma fêmea que também não necessitará cruzar para se reproduzir.

A espécie brasileira que possui este tipo de reprodução é o escorpião amarelo ( Tityus serrulatus ).

Os escorpiões são vivíparos e, consequentemente, não põem ovos.

Sua gestação dura em média de 3 a 6 meses, dependendo da espécie.Os filhotes, que nascem completamente brancos, são paridos pela fêmea um após o outro (o número pode variar de 20 a 80) e, com auxílio de suas patas anteriores, são colocados em suas costas até que seu exoesqueleto esteja duro o suficiente para que consigam caçar suas presas.

Isto pode levar de duas a três semanas.Conforme seu exoesqueleto vai endurecendo vai deixando de ser branco e adquire um tom amarronzado.

Durante esta etapa o filhote trocas várias vezes de pele.

Habitat

São encontrados basicamente em locais que favoreçam o aparecimento de alimento, normalmente insetos.

Telhas, tijolos e troncos empilhados, rachaduras e montes de pedra são locais de fácil encontro.

Muitas espécies amazônicas vivem em árvores, algumas dentro de bromélias.

Também são muito comuns em cupinzeiros e covas humanas.

Algumas espécies de animais não tão conhecidos muitas vezes são confundidos com escorpiões e em deles até é chamado popularmente de escorpião Vinagre.

Comportamento

Picam rapidamente quando tocados.

Seu corpo é incrivelmente maleável e permite que se curve totalmente, golpeando a presa com seu ferrão localizado na ponta da cauda.

Diferentemente das aranhas que picam com a parte anterior do corpo, os escorpiões utilizam a outra extremidade do corpo para inocular sua toxina.

Uma das lendas mais comuns, que envolvem estes animais, está a de seu “suicídio” quando colocado em uma roda de fogo.

Nenhum escorpião se mata

Devido ao calor, gerado pelo fogo, ele se contorce de dor e desidratação e assume aparentemente a mesma postura de quando esta picando um predador, ou seja ele curva seu corpo e acaba morrendo pelo calor.

Mas não perfura seu esqueleto… é lenda!

Prevenção

Os escorpiões, assim como as aranhas, são bastante difíceis de serem repelidos por ação de inseticidas.

Estes produtos possuem curta ação com aracnídeos e a maioria das empresas de detetização não garantem sua eficiência por muitos meses.

Ralos bem tampados, terrenos limpos e evitar o acúmulo de lixo (que atrai os insetos, seu alimento) são ótimas medidas.

Vários animais alimentam-se de escorpiões e também podem ser usados em seu controle como galinhas, patos, etc…

ACIDENTES COM ESCORPIÕES

Escorpiões
Escorpião

Em Uberlândia ocorrem em média 5 a 6 acidentes notificados com escorpiões por mês, mas nossa experiência pessoal confirma que este número é bem maior do que as estatísticas oficiais. Em um trabalho conjunto com o Hospital Escola da Universidade Federal de Uberlândia, somos informados sistematicamente destes acidentes que são prontamente investigados por nossa equipe.

O grupo de maior risco em acidentes com estes aracnídeos são crianças, pessoas idosas e pessoas alérgicas. O principal sintoma em acidentes escorpiônicos é a

DOR que pode ser localizada ou não. O veneno atua principalmente sobre o sistema nervoso podendo ocorrer morte por insuficiência cardíaca e respiratória; náuseas, vômitos, sudorese e agitação podem estar presentes entre os sintomas.

Em casos de acidentes a pessoa agredida deve ser encaminhada imediatamente para o Pronto Socorro da UFU, pois só uma avaliação médica poderá determinar se existe necessidade de aplicação de soro anti-escorpiônico.

CONTROLE DE ESCORPIÕES

Como já colocamos, a limpeza e a eliminação de insetos que servem de alimentos constituem a principal medida de controle de escorpiões.

Até o momento

NÃO existe nenhum veneno comprovadamente eficaz contra este animal. O CCZ já testou e continua testando vários sem resultados satisfatórios. O uso de venenos tem provocado até aumento de aparecimento de escorpiões pois estes os irritam e os desalojam.

Um fato curioso que observamos em nossa cidade é que perto de 80% dos escorpiões entram nas casas pelas redes de esgoto; portanto vedamento de ralos, caixas de gordura, tanques são medidas obrigatórias para se evitar o aparecimento dos escorpiões.

Vedar soleiras de portas, evitar plantas próximas às paredes das casas, retirar todo o entulho, tijolos, telhas acumuladas em quintais , assim como rebocar paredes e pisos internos e externos também são medidas importantes de controle.

Nossa equipe também promove abertura de quarteirões e busca ativa de escorpiões tanto dentro quanto fora das casas, mas o número de animais capturados é reduzido, pois, repetimos, em Uberlândia as redes de esgoto são o principal abrigo destes perigosos aracnídeos.

Apresentamos abaixo as três principais espécies de escorpiões:

Escorpiões
Tityus serrulatus

Escorpiões
Tityus bahiensis

Escorpiões
Bothriurus araguayae

Anatomia – Escorpião

Escorpiões
Anatomia – Escorpião

1 = Cefalotórax
2 = Abdomen
3 = Cauda
4 = Garras
5 = Pernas
6 = Boca
7 = Pinças
8 = garra Móveis ou mãos
9 = Garra fixa ou Tarso
10 = Ferrão ou telson

Escorpiões – animais enigmáticos

Escorpiões

Os escorpiões reconhecem-se facilmente devido ao seu aspecto inconfundível. Animais com uma excepcional capacidade de sobrevivência, as gentes do campo conhecem-nos pela designação popular de lacraus e temem as suas picadas muito dolorosas.

Apesar de à primeira vista os escorpiões apresentarem poucas semelhanças com as aranhas, os sistematas incluem-nos na classe dos Aracnídeos juntamente com as aranhas e os ácaros. Como acontece com os restantes artrópodes, apresentam um esqueleto externo quitinoso e apêndices articulados, necessitando de mudas sucessivas para que o exoesqueleto acompanhe o crescimento do animal.

Os escorpiões são predadores nocturnos ou crepusculares, que se alimentam principalmente de insetos e aranhas, podendo incluir também na sua dieta outros animais de maior tamanho, como pequenos roedores e répteis. Para capturar as presas de menores dimensões os escorpiões utilizam somente as quelíceras, evitando dessa forma gastar desnecessariamente o seu veneno mas, nas presas de maior tamanho, recorrem ao veneno do seu aguilhão caudal que as paralisa, facilitando assim a sua captura. O processo de ingestão do alimento é lento, podendo demorar duas horas para devorar completamente uma barata.

Em relação ao tamanho, é variável de espécie para espécie, indo desde 9 mm no escorpião cavernícola Typhlochactas mitchelli até 20 cm de comprimento na espécie africana Pandinus imperator.

Na realidade, são organismos extremamente fascinantes, pois possuem uma enorme resistência à radioatividade (pensa-se que são 150 vezes mais resistentes do que o Homem!) e às condições adversas dos meios inóspitos, onde geralmente habitam. No entanto, as suas proezas não se ficam por aqui. Conhecem-se relatos de escorpiões que viveram três anos sem se alimentarem, que suportaram temperaturas extremas de -10 ºC e +60 ºC, que não foram afetados por condições extremas de desidratação e que sobreviveram a um período de imersão de 2 dias.

Possuem uma distribuição geográfica cosmopolita, não existindo acima dos 45º de latitude Norte. Encontram-se por todo o hemisfério Sul com excepção da Nova Zelândia, Sul da Patagónia e Ilhas Antárcticas. Desde a zona das marés até às altas montanhas, a cerca de 6000 metros de altitude, colonizaram os mais diferentes habitats. Viram desaparecer os dinossáurios e crê-se que poderão assistir à extinção da espécie humana, nomeadamente se tal ocorrer devido a guerras nucleares.

Um namoro ritualizado

Os fósseis de escorpiões são raros. Os mais antigos datam do Silúrico (420 milhões de anos a 400 milhões de anos – M.A.) e pertencem à espécie Praearcturus gigas, um escorpião aquático que diferia pouco das espécies atuais exclusivamente terrestres. No Carbonífero inferior, aproximadamente há 140 M.A., julga-se que terá surgido o primeiro espécime terrestre. Os escorpiões encontravam-se entre os animais pioneiros que colonizaram as primeiras florestas. Foram dos primeiros predadores, constituindo animais poderosos e agressivos, que podiam atingir um metro de comprimento. Aproximar-se de um destes “monstros” pré-históricos era uma aventura arriscada até para o parceiro, mesmo que com intenções puramente sexuais. Julga-se que a união sexual dos escorpiões exigiu, pela primeira vez no reino animal, a proteção ritualizada do namoro, conhecida pelo nome de parada nupcial.

Ainda na atualidade, o escorpião macho aproxima-se da fêmea com imensa cautela, apesar de a ter avisado previamente dos seus interesses através da libertação de feromonas (substâncias químicas). Ao tocarem-se, seguram-se mutuamente pelas pinças. Assim unidos, com as “armas” neutralizadas, o par inicia a sua dança nupcial, movendo-se de um lado para outro, com as caudas eretas e às vezes até enlaçadas. Os seus passos arrastados limpam a pista de dança de gravetos e entulho. O macho expele então do seu orifício genital, no tórax, uma pequena quantidade de esperma, o espermatóforo, depositando-a no chão. Segurando com firmeza a fêmea pelas pinças, dirige-a na dança até que o orifício genital desta esteja diretamente em cima do espermatóforo. A fêmea então recolhe o espermatóforo e os parceiros separam-se, seguindo caminhos diferentes.

Todos os escorpiões são ovovivíparos, ou seja, os ovos fecundados desenvolvem-se no interior da mãe, deles nascendo os pequenos escorpiões envoltos numa membrana (podem nascer mais de 50 pequenos escorpiões). Dilaceram a membrana com os aguilhões e libertam-se, subindo de seguida para o dorso da progenitora. Aí permanecem até à primeira muda da carapaça, que geralmente ocorre ao fim de duas semanas, findas as quais os jovens escorpiões estarão aptos para uma vida autónoma e solitária. Efetuarão cerca de oito mudas, até atingirem a maturidade sexual, o que acontece ao fim de um a dois anos isto se, entretanto, sobreviverem aos períodos de muda, em que ficarão totalmente desprotegidos tornando-se presas fáceis. Os adultos, dependendo das espécies, podem viver 2 a 20 anos, mantendo ano após ano um ritual de namoro, que tem lugar durante os meses mais quentes, onde os machos muitas vezes pagam com a vida (um em cada três machos é devorado pela fêmea) a perpetuação da espécie.

Durante o dia escondem-se debaixo das pedras e troncos ou em buracos escavados no solo. Nunca foram observados a beber, mesmo em situações de cativeiro quando lhes forneciam água. São de fato habitantes característicos de zonas áridas e como acontece com os restantes aracnídeos podem sobreviver muito tempo sem se alimentarem.

Quando se deslocam levam as suas pinças horizontalmente à frente, utilizando-as como órgãos sensitivos e de captura. O único sentido bem desenvolvido parece ser o do tato, que reside nos pêlos que recobrem o corpo e os apêndices. As pectinas são órgãos em forma de pente, especializados no tato, sendo de grande utilidade para determinar a natureza do solo sobre o qual se deslocam. Pensa-se que estarão também relacionadas com o sexo, uma vez que as dos machos são geralmente de maiores dimensões do que as das fêmeas. Apesar de apresentarem vários olhos, possuem uma visão muito limitada.

Tal como acontece com a maioria dos animais venenosos, a sua ferocidade tem sido exagerada, pois não fazem mal a não ser quando são molestados. Além disso, não parecem merecer grande credibilidade as histórias populares referentes ao fato de, em determinadas circunstâncias, os escorpiões adultos matarem os seus juvenis ou de se suicidarem (picando-se com o seu aguilhão venenoso) quando se sentem ameaçados. Segundo vários autores, o veneno do escorpião não tem qualquer efeito no seu próprio corpo ou no de espécies afins.

Escorpiões ou Lacraus

Escorpiões ou Lacraus são aracnídeos da ordem Scorpiones que habitam nosso planeta desde o período Siluriano, ou seja, há cerca de 400 milhões de anos.

Atualmente, existem ao redor de 1.600 espécies de escorpiões, porém somente 25 delas podem causar acidentes escorpiônicos (envenenamento por picada de escorpião). Isso representa aproximadamente 1,5% da diversidade mundial do grupo, portanto apenas um pequeno número de escorpiões causa prejuízo à saúde humana. Conheça as principais empresas no controle de escorpiões.

De modo geral, o corpo dos escorpiões é separado em duas regiões: o prosoma (cefalotórax) e o opistosoma (abdome). O prosoma dos escorpiões são coberto dorsalmente por uma carapaça. Parcialmente abaixo dessa carapaça, posiciona-se um par de quelícera responsável por rasgar e dilacerar a presa. Acima da carapaça dos escorpiões existem 5 pares de olhos. O primeiro par, grande e primitivo, possui capacidade de percepção da presença ou ausência da luz.

Os demais pares dos escorpiões provavelmente regulam o relógio biológico do animal. Além disso, na região do prosoma há 4 pares de patas e um par de pedipalpos. Estes servem para capturar, conter e esmagar a presa, além disso, podem dar proteção contra um predador. Já o opistosoma dos escorpiões são composto pelo mesosoma (pré-abdome) e metasoma (pós-abdome).

O mesosoma dos escorpiões apresentam dorsalmente 7 segmentos (Tergitos) e ventralmente 5 segmentos (Esternitos). Por sua vez, o metasoma erroneamente denominado de cauda, possuí 5 segmentos arredondados e o Telson. O Telson é composto de uma vesícula com duas glândulas de veneno e um ferrão (aguilhão) que serve para inocular o veneno na presa.

O veneno do escorpião, cuja principal função é imobilizar um animal e, secundariamente, auxiliar na defesa contra um predador, contém um complexo químico composto principalmente de neurotoxinas que agem no sistema nervoso e causam dor e aumento da pulsação cardíaca. Em alguns casos, a toxicidade desse veneno dos escorpiões podem ser comparada com o volume dos pedipalpos, ou seja, quanto mais robusto os pedipalpos do animal, menos poderoso é o seu veneno e vice-versa.

No Brasil, os escorpiões de importância médica pertencem ao gênero Tityus, que é o mais abundante em espécies, representando cerca de 60% da fauna escorpiônica neotropical. Do ponto de vista da saúde pública, existem 5 espécies principais de escorpiões que podem acarretar um sério prejuízo ao homem.

A espécie Tityus serrulatus é a mais importante devido a potência do seu veneno e a abundância de indivíduos no ambiente urbano, já que esse escorpião se reproduz por partenogênese (sem presença de um macho). Esse animal, popularmente chamado de escorpião-amarelo, mede aproximadamente de 6 a 7 cm e possui coloração marrom, porém com pedipalpos, patas e cauda amarelada. Além disso, os dois último segmentos do metasoma apresentam uma serrilha dorsal e, ventralmente, uma mancha escura. A espécie Tityus bahiensis mede também cerca de 6 a 7 cm e possui coloração do corpo e do metasoma marrom.

Também conhecido como escorpião-marron, os pedipalpos e patas desses animais apresentam manchas escuras. Já o Tityus stigmurus, de coloração amarelo-escuro, apresenta um triângulo negro no cefalotórax, uma faixa escura longitudinal mediana e manchas laterais escuras nos tergitos. Essa espécie de escorpião também mede cerca de 6 a 7 cm e está presente somente na região nordeste do Brasil. Por sua vez, a espécie Tityus cambridgei, presente somente na região amazônica, possui coloração do corpo, patas e pedipalpos quase negra e mede aproximadamente 8,5 cm.

Tanto Tityus stigmurus como a espécie Tityus cambridgei são vulgarmente chamados de escorpião-preto. Finalmente, a espécie Tityus metuendus possui coloração do corpo vermelho-escuro, quase negro, com manchas avermelhadas no dorso. As patas desses escorpiões contêm manchas amareladas e o metasoma apresenta um espessamento no 4° e 5° artículos. O indivíduo adulto dessa espécie também mede por volta de 6 a 7 cm de comprimento.

Os escorpiões surgiram no mar e com certeza formam um dos grupos mais remotos de aracnídeos a conquistar a superfície da Terra. Esses animais adaptaram-se muito bem ao meio ambiente urbano e atualmente, convivem desarmonicamente com a sociedade devido ao mal-estar biológico que seu veneno pode causar no corpo humano. Apesar do pavor psicológico que os escorpiões representam para algumas pessoas, no seu ambiente natural esses artrópodes têm uma participação importante na cadeia alimentar como predadores e, portanto, controlam o crescimento populacional de outras espécies, principalmente de insetos como as baratas.

Habitat dos Escorpiões

Os escorpiões geralmente possuem hábitos noturnos e vivem sob cascas de árvores, pedras, fendas de rochas ou buracos no solo, onde descansam e protegem-se dos seus predadores. A maioria das espécies de escorpiões vivem em ambiente terrestre como florestas, pastagens ou desertos, porém, algumas vivem em cavernas, zonas entremarés, sobre as árvores ou associadas às bromélias. Freqüentemente, espécies como escorpião-amarelo e escorpião-marrom coexistem com a sociedade humana e causam acidentes escorpiônicos.

Assim, no ambiente doméstico habitam lugares escuros e úmidos, como armários, guarda-roupas, debaixo de móveis, dentro de vasos e outros lugares que possam oferecer proteção. Além disso, são comuns em construções onde se abrigam em acúmulo de entulho, principalmente tijolos de argila, telhas e lages de concreto.

Reprodução dos Escorpiões

A corte de acasalamento dos escorpiões é complexa, porque envolve uma dança nupcial que pode durar algumas horas. Inicialmente, o macho prende os pedipalpos da fêmea com seus pedipalpos e, juntos caminham no ambiente. Depois, o macho conduz a fêmea até a região onde está depositado seu espermatóforo. O espermatóforo é um órgão que consiste de uma alavanca, haste, aparato de ejeção e um reservatório de esperma que o macho deposita no solo.

Finalmente, o macho manobra a fêmea para que a sua área genital permaneça sobre o espermatóforo e o esperma seja alavancado para o interior do sistema reprodutivo feminino e assim ocorra a fecundação. Essa corte nupcial ocorre para maioria das espécies, entretanto em Tityus serrulatus a reprodução é assexuada, ou seja, os espermatozóides de um macho não são necessários para que a fêmea deixe descendentes. Esse processo é denominado partenogênese, nele os ovos desenvolvem-se a partir de uma célula reprodutiva capaz de repetir exatamente o código genético da fêmea. Inclusive, nessa espécie, raramente observa-se um indivíduo macho na população.

Os escorpiões são invertebrados vivíparos (o embrião se desenvolve dentro do corpo da fêmea) e podem gerar de 1 a 95 indivíduos por estação reprodutiva dependendo da espécie. Quando nascem, os filhotes apresentam coloração branca, possuem poucos milímetros de comprimento e, imediatamente, rastejam sobre o dorso da mãe onde permanecem de uma a quatro semanas. Em seguida, acontece a primeira ecdise (muda) e gradualmente os filhotes abandonam o dorso e passam a obter seu próprio alimento. Entretanto, a maturidade sexual só ocorre posteriormente, por volta dos 6 meses de vida, e o desenvolvimento completo do indivíduo pode levar mais de um ano.

Nutrição dos Escorpiões

Para capturar o alimento, os escorpiões permanecem em posição de espera, ou seja, mantêm as pinças dos seus pedipalpos abertas e aguardam a passagem da presa.

Então, eles capturam a presa e paralisam-na por meio da inoculação do veneno armazenado no seu ferrão. Paralisada, essa presa é alojada na cavidade pré-oral onde começa o processo de digestão. Inicialmente, esse processo é extra-corporal, sendo o alimento umedecido e degradado por enzimas digestivas regurgitadas pelo próprio animal. Quando o alimento está na forma líquida, ele é sugado para dentro do intestino onde ocorre a digestão propriamente.

Os escorpiões são exclusivamente carnívoros e alimentam-se de invertebrados como cupins, grilos, baratas, moscas, mutucas e pequenas aranhas. Porém, na ocasião de escassez alimentar ou elevada densidade populacional já se observou o canibalismo em algumas espécies. Geralmente forrageiam no período noturno, porém num ambiente infestado cerca de 10% da população procura por alimento mesmo com presença da radiação solar. Mais de 90% do tempo, esses escorpiões permanecem em repouso, com baixo metabolismo, e podem sobreviver pouco mais de um ano sem comer. Além disso, quando se alimentam podem aumentar seu peso inicial em aproximadamente um terço.

Ações do veneno escorpiônico e quadro clínico

Os venenos escorpiônicos apresentam uma mistura complexa de componentes e de acordo com a distribuição de suas espécies no país, pode haver uma variação regional nas manifestações clínicas.

Como resultado dessa mistura de componentes e manifestações clínicas, a literatura classifica os acidentes escorpiônicos como manifestações locais e manifestações sistêmicas. No primeiro caso, a dor é no local da picada (comum em acidentes com escorpiões), e ocorre imediatamente após o acidente, podendo ser discreta ou até mesmo em forma de agulhadas e queimação. Juntamente com a dor local, ocorre também a parestesia (sensações simultâneas de calor, frio, pressão e formigamento), podendo irradiar-se para o todo o membro atingido.

Já as manifestações sistêmicas caracterizam-se por desordens em diversos sistemas de nosso organismo. Entre elas, podem-se citar as manifestações:

Gerais: Sudorese profusa e alteração da temperatura
Digestiva:
Náuseas, vômitos, hipersalivação e, mais raramente, dor abdominal e diarréia;
Cardiovasculares:
Arritmias cardíacas, hipertensão ou hipotensão arterial, insuficiência cardíaca congestiva e choque.
Respiratórias:
Falta de ar, respiração acelerada e edema pulmonar agudo;
Neurológicas:
Agitação, dor de cabeça, sonolência, confusão mental e tremores.

De uma forma geral, os acidentes podem ser classificados em 3 categorias quanto a sua gravidade, de acordo com suas manifestações.

Os acidentes podem receber a seguinte classificação:

Leves: Apresentam apenas dor no local da picada e, às vezes, parestesia.
Moderados:
Caracterizam-se por dor intensa no local da picada e manifestações sistêmica do tipo sudorese discreta, náuseas, vômitos ocasionais, respiração e freqüência cardíaca aceleradas e hipertensão leve.
Graves:
Além dos sinais e sintomas já mencionados, apresentam uma ou mais manifestações como sudorese profusa, vômitos, salivação excessiva, alternância de agitação com estado de depressão física e emocional, freqüência cardíaca acelerada, edema pulmonar, choque, convulsões e coma. Os óbitos estão relacionados a complicações como edema pulmonar agudo e choque.

A gravidade também leva em consideração fatores como a espécie e tamanho do escorpião, a quantidade de veneno inoculado, a massa corporal do acidentado, se individuo adulto ou criança, geralmente os casos mais graves estão associados as crianças, e a sensibilidade do paciente ao veneno.

No Brasil, os acidentes por Tityus serrulatus são mais graves que os produzidos por outras espécies de Tityus. As manifestações variam desde locais, podendo ser acompanhadas também pelas sistêmicas.

No geral, o envenenamento escorpiônico determina alterações locais e sistêmicas, decorrentes da estimulação do sistema nervoso. O quadro clínico inicia-se com dor local imediata com intensidade variável, eritema e sudorese ao redor da picada. Na maioria dos casos, o quadro tem uma boa evolução, porém crianças, principalmente abaixo de 6-7 anos, podem apresentar manifestações mais graves nas primeiras 2-3 horas. Por tal motivo, é que se aconselha o rápido atendimento em unidades de saúde para as devidas condutas médicas.

Tratamento em caso de acidentes com Escorpiões

O tratamento de acidentes com escorpiões visa neutralizar o mais breve possível os componentes do veneno, combater os sintomas do envenenamento e dar suporte aos sinais vitais do paciente. Todas as vitimas de picada de escorpião, mesmo em casos considerados leves, devem ficar em observação hospitalar, principalmente as crianças.

O tratamento sintomático consiste no alívio da dor através da administração de anestésicos no local da picada. O combate à dor, como medida única adotada, é geralmente suficiente para todos os casos leves e, em adultos, para a maioria dos casos moderados.

O tratamento específico envolve a administração de soro antiescorpiônico aos pacientes com formas moderadas e graves de escorpionismo. O objetivo da soroterapia específica é neutralizar o veneno circulante deverá se instituído mais breve possível, pois melhor será o prognóstico do acidentado. Ela também contribui no combate a dor local e os vômitos. A administração do soro é segura, sendo pequena a freqüência e a gravidade das reações de rejeição precoce.

A manutenção dos sinais vitais do paciente também possui grande importância. Os pacientes com manifestações sistêmicas, especialmente crianças (casos moderados e graves), devem ser mantidos em regime de observação continuada das funções vitais, objetivando o diagnóstico e tratamento precoces das complicações.

Como auxilio no diagnóstico e acompanhamento dos sinais vitais do paciente, exames complementares podem auxiliar no tratamento. O uso de eletrocardiograma monitorização continua, radiografia de tórax, ecocardiograma e exames bioquímicos também podem ajudar no acompanhamento dos pacientes.

Primeiros Socorros em caso de acidentes com Escorpiões

Algumas recomendações são importantes em caso de acidentes com escorpião.

Abaixo estão listadas medidas a serem tomadas e outras que não se deve utilizar, pois estas podem prejudicar a recuperação do acidentado:

Recomenda-se:

Lavar o local da picada do escorpião de preferência com água e sabão.
Levar a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo para que possa receber o tratamento a tempo.
Fazer compressas mornas para alívio da dor até chegar a um serviço de saúde para as medidas necessárias.

NÂO se recomenda:

Fazer torniquete ou garrote
Furar, cortar, queimar, espremer ou fazer sucção no local da ferida
Aplicar folhas, pó de café ou terra sobre a picada para não provocar infecção
Dar à vítima bebidas alcoólicas, querosene ou fumo, como é de costume em algumas regiões do país.

Medidas Preventivas

Como já foi citado, o escorpião é um dos animais mais antigos do planeta, sendo muito difícil sua erradicação por inseticidas e outros agentes, já que eles podem sobreviver vários meses sem alimento ou água. Portanto, o mais importante é a prevenção dos acidentes, que deve ser realizado baseando-se nos hábitos e hábitat do escorpião.

Assim, as principais medidas preventivas são:

Usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem.
Examinar roupas pessoais, de cama, de banho e calçados antes de usá-los.
Não acumular lixo orgânico, entulhos e materiais de construção.
Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés.
Utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos.
Manter limpos os locais próximos das residências como jardins, quintais, paióis e celeiros.
Combater a proliferação de insetos, principalmente baratas e cupins.
Preservar predadores naturais como corujas, sapos, lagartixas e galinhas.
Limpar terrenos baldios pelo menos na faixa de um a dois metros junto ao muro ou cercas.
Manter a casa limpa, evitando acúmulo de lixo.

Curiosidades sobre Escopiões

Os primeiros escorpiões eram aquáticos e possuíam brânquias.

Os escorpiões emitem fluorescência que pode ser observada durante noite e com auxilio de uma luz ultravioleta.

A menor espécie de escorpião é a Typhlochactas mitchelli que mede apenas 9 milímetros de comprimento e a maior é a espécie africana Hadogenes troglodytes, com 21 centímetros.

Tempo estimado para o movimento da ferroada é de 0,75 segundos.

O veneno da espécie Androctonus australis pode matar um ser humano entre 6 e 7 horas após a ferroada se não tomada nenhuma providência.

Escorpiões podem viver até 25 anos.

Principais Espécies de Escorpiões

Os escorpiões de importância médica no Brasil pertencem ao gênero Tityus, que é o mais rico em espécies, representando cerca de 60% da fauna escorpiônica neotropical.

As principais espécies são: Tityus serrulatus, responsável por acidentes de maior gravidade, Tityus bahiensis e Tityus stigmurus. O Tityus cambridgei (escorpião preto) é a espécie mais freqüente na Amazônia Ocidental (Pará e Marajó), embora quase não haja registro de acidentes. As diversas espécies do gênero Tityus apresentam um tamanho de cerca de 6 a 7cm, sendo o Tityus cambridgei um pouco maior.

Tityus serrulatus

Também chamado escorpião amarelo, podendo atingir até 7cm de comprimento. Apresenta o tronco escuro, patas, pedipalpos e cauda amarelos sendo esta serrilhada no lado dorsal. Considerado o mais venenoso da América do Sul, é o escorpião causador de acidentes graves, principalmente no Estado de Minas Gerais.
Distribuição geográfica:
Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.

Tityus bahiensis

Apresenta colorido geral marrom-escuro, às vezes marrom-avermelhado, pernas amareladas com manchas escuras. Fêmures e tíbias dos pedipalpos com mancha escura. A mão do macho é bem dilatada. É o escorpião que causa os acidentes mais freqüentes no Estado de São Paulo.
Distribuição geográfica:
Bahia até Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

Tityus stigmurus

Apresenta colorido geral amarelo-claro com um triângulo negro na cabeça e uma faixa longitudinal mediana e manchas laterais no tronco.
Distribuição geográfica:
Nordeste do Brasil.

Tityus cambridgei

Apresenta colorido geral castanho-avermelhado, com pontos de cor clara. O macho apresenta uma cauda mais longa que a fêmea.

Escorpiões classe dos aracnídeos

Escorpiões

Os escorpionídeos, conhecidos popularmente como escorpiões, pertencem à classe dos aracnídeos. Não são insetos, como pensam erradamente algumas pessoas. Juntamente com as aranhas, os carrapatos e os ácaros, que são seus companheiros de classe, os escorpiões pertencem ao filo dos artrópodes, que inclui, além dos aracnídeos, a classe dos insetos, dos crustáceos e outras.

Como linhagem, os escorpiões provêm de eras remotas. Seus mais antigos fósseis ocorrem em rochas formadas no Período Siluriano, cerca de 420 milhões de anos atrás. Ou seja, cerca de 200 milhões de anos antes que os dinossauros aparecessem! A linhagem à qual os escorpiões modernos pertencem surgiu no Período Carbonífero mais recente, há cerca de 300 milhões de anos. De lá para cá, os escorpiões pouco mudaram.

O maior de todos os escorpiões, em comprimento, é provavelmente o sul- africano Hadogenes troglodytes, cujos machos podem atingir até 21 cm.

Entre as espécies de pequeno comprimento, o menor dos escorpiões talvez seja o Microtityus waeringi, que mal chega a 12 mm, quando adulto.

Os escorpiões se destacam entre os aracnídeos por terem uma duração de vida que vai além de uma estação. Chegam à maturidade em 1-3 anos, e atingem normalmente um período de vida de 2-6 anos. O maior tempo de vida registrado para um escorpião chega até 8 anos.

O atributo mais notório de um escorpião é seu ferrão venenoso. Embora seja verdade que os escorpiões estejam entre os animais mais venenosos que vivem em terra, os relatos sobre seu efeito mortal são provavelmente exagerados.

Todas as espécies de escorpião são venenosas. Para os insetos, que são alimento potencial de escorpiões, todos os escorpiões são mortalmente venenosos.

Entretanto,entre as cerca de 1050 espécies conhecidas, apenas um pequeno número é perigoso para os seres humanos. A maioria produz uma reação semelhante à da ferroada da abelha.

Veneno dos Escorpiões

O que é e como funciona o ferrão do escorpião?

O ferrão do escorpião fica localizado na extremidade do metassoma, conhecida como “cauda”, embora não seja propriamente uma cauda, e sim a parte final do abdômen. O último anel abdominal — o telso — constitui a base do ferrão e contém a vesícula, que tem forma globular e vai se afinando posteriormente até terminar em um espinho curvo, chamado acúleo.

A vesícula contém um par de glândulas que produzem e armazenam os vários constituintes do veneno do escorpião.

O acúleo é semelhante a uma agulha hipodérmica: é oco e muito fino. Cada saco glandular liga-se, através de dois canais, a duas aberturas perto da ponta, por onde sai o veneno. Ao dar a ferroada, o escorpião regula a quantidade de veneno injetado através da contração dos músculos da vesícula. Alguns escorpiões não injetam veneno algum quando cravam o ferrão.

Os escorpiões usam o ferrão para diversos fins. O mais óbvio é para dominar suas presas, que antes são agarradas firmemente pelas pinças dos palpos. Os escorpiões fazem uso do ferrão quando não conseguem matar a presa por esmagamento com as pinças. Devido ao veneno que inoculam, pequenos escorpiões com pinças fracas conseguem dominar presas até do seu próprio tamanho.

Um segundo uso do ferrão é na defesa

Através de um ferrão bem posicionado, os escorpiões podem manter afastados potenciais predadores. Apesar disso, eles são presa fácil para muitos animais, para os quais seu ferrão parece ser inócuo.

Um terceiro uso do ferrão é durante o acasalamento

Observam-se freqüentemente machos aguilhoando as fêmeas ou golpeando-as com o telso. Parece provável que alguns escorpiões possuam feromônios que possam aumentar a receptividade da fêmea ou permitam reconhecimento de espécies durante o ritual de acasalamento.

O VENENO

Segundo relatos clínicos, parece existirem diversos fatores que modulam a toxicidade do veneno do escorpião para humanos.

Os principais fatores são:

1) a toxidez do veneno do tipo de escorpião envolvido;
2) a quantidade de veneno injetada pelo escorpião;
3)
o tamanho do corpo da vítima;
4)
a condição médica geral da vítima.

Devido a seu pequeno tamanho, as crianças sofrem maior risco de envenenamento grave do que os adultos. A maior parte das mortes resultantes de picadas de escorpião ocorre em crianças pequenas.

Algumas pessoas são alérgicas ao veneno dos escorpiões, da mesma forma que outras podem ser ao veneno das abelhas. Nestes casos, conseqüências muito graves, inclusive a morte, podem ocorrer rapidamente, mas não têm relação à toxicidade do veneno. Mortes ocorridas por envenenamento causado por espécies de escorpião sem importância médica resultam de choque anafilático induzido por alergia.

O veneno do escorpião compreende uma variedade de substâncias, nem todas completamente investigadas. O veneno de um único escorpião pode incluir diversas neurotoxinas, histimina, seratonina, enzimas, inibidores de enzimas, e outros compostos não identificados. O veneno pode conter, ainda, sais diversos, muco, peptídeos, nucleotídeos e aminoácidos.

Foram as neurotoxinas que receberam a maior atenção dos pesquisadores. As numerosas toxinas do veneno do escorpião são geralmente consideradas como sendo específicas. Cada uma visa atingir a célula nervosa de uma determinada espécie animal. Algumas neurotoxinas podem ter sua maior atividade contra insetos, outras podem ser mais letais para moluscos, e outras, ainda, podem ser dirigidas contra células nervosas de mamíferos. Além disso, toxinas diferentes podem visar locais diferentes na célula nervosa.

O veneno de escorpiões tipo T.Serrulatus age sobre o sistema nervoso periférico. Causa dor muito intensa, com pontadas intermitantes, provoca abaixamento de temperatura do corpo e acelera a pulsação. Comumente a vítima fica prostada.

O sinal da picada às vezes não se percebe, porém a dor forte e imediata que ela provoca faz com que a vítima possa ver o animal causador. É importante saber se a picada foi produzida por escorpião ou aranha, uma vez que os sintomas das picadas de escorpião são semelhantes aos das picadas de aranhas com veneno neurotóxico.

O escorpião T. serrulatus é mais importante sob o ponto de vista médico que o T. bahiensis, por provocar mais ocorrências graves. O veneno do T. serrulatus pode não ser mais tóxico, mas este escorpião injeta, em cada picada, praticamente o dobro de peçonha injetada pelo T. bahiensis.

Primeiros Socorros

Nos acidentes por aranhas e escorpiões, que provocam dor intensa, práticas como espremer ou sugar o local da picada, têm demonstrado ser de pouca eficácia.

O tratamento sintomático, à base de anestésicos e analgésicos, tem sido utilizado com resultados satisfatórios na maioria dos casos.

Se o acidentado for criança menor de 7 anos, o procedimento mais indicado é levá-la à Unidade Básica de Saúde (posto de saúde) mais próxima. Na cidade de São Paulo, o Hospital do Instituto Butantan está sempre aberto para atendimento às vítimas.

OBS.: Capturar o animal que causou o acidente e trazê-lo junto com a pessoa picada facilita o diagnóstico e o tratamento correto.

O Hospital Vital Brazil, que funciona no Instituto Butantan (São Paulo-SP), permanece aberto dia e noite. O tratamento é gratuito para qualquer pessoa picada por animal peçonhento.

O Instituto Butantan orienta sobre a captura de aranhas e escorpiões. O transporte por via férrea é gratuito, existindo um sistema de permuta de animais enviados por ampolas de soro antipeçonhento.

O soro é feito a partir do veneno que é extraído dos animais vivos que são enviados ao Instituto.

Como tratar

O único tratamento necessário costuma ser aplicação local de anestésico (4 ml de Lidocaína a 2% sem adrenalina, até 3 vezes, com intervalo de 1 hora). Nos casos graves também deve ser usado o soro ANTIESCORPIÔNICO ou ANTIARACNÍDICO, conforme instruções da bula.

As seguintes medidas são eficazes para o controle e prevenção de acidentes:

Manter limpos quintais, jardins e terrenos baldios, não acumulando entulho e lixo doméstico.
Aparar a grama dos jardins e recolher as folhas caídas.
Vedar soleiras de portas com saquinhos de areia ou friso de borracha, colocar telas nas janelas, vedar ralos de pia, tanque e de chão com tela ou válvula apropriada; colocar o lixo em sacos plásticos, que devem ser mantidos fechados para evitar o aparecimento de baratas, moscas e outros insetos, que são o alimento predileto de aranhas e escorpiões.
Examinar roupas, calçados, toalhas e roupas de cama antes de usá-las.
Andar sempre calçado e usar luvas de raspa de couro ao trabalhar com material de construção, lenha, etc.

Fonte: www.scorpionworlds.com/www.escorpiao.vet.br/www.bioterium.com.br/www.escorpiao-escorpioes.com.br

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