Apolo

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Apolo
Apolo – Deus Grego

Apolo era o filho de Zeus e de Leto, irmão gêmeo de Artemis.

Ele era o deus da música, e ele é muitas vezes representado tocando uma lira de ouro.

Ele também era conhecido como o Archer, longe atirando com um arco de prata; o deus da cura, dando ciência da medicina ao homem; o deus da luz; e o Deus de verdade.

Uma das mais importantes tarefas diárias de Apolo foi para aproveitar o seu carro de quatro cavalos, a fim de mover o Sol através do céu.

Apolo era um deus oracular, como ele era a divindade profética no Oracle no Delphi. Pessoas de todo o mundo viajavam para lá para saber o que o futuro reservava para eles, através de sua sacerdotisa Pítia.

O deus também era adorado na ilha de Delos, que foi inicialmente dedicado à sua irmã gêmea Ártemis. Em relação aos rituais e práticas que ocorreram em Delos e Delfos, poderia ser dito que havia dois cultos completamente distintas em honra de Apolo.

Como já mencionado, Apolo também foi considerado como o deus da cura e da medicina, quer através de si mesmo ou através de seu filho Asclepius. Ao mesmo tempo, ele também pode trazer doenças e pragas com as suas setas; considerou-se que um deus que pode causar a doença também é capaz de impedi-lo.

Ele nasceu em Delos, onde sua mãe Leto buscaram refúgio; Hera, tendo percebido que Leto foi engravidada por seu marido Zeus, Leto proibido de dar à luz em terra. Então, Leto conseguiu ir para Delos, que havia sido recentemente formado, e, portanto, não foi considerado uma verdadeira ilha ainda. Os habitantes da ilha, juntamente com Artemis que haviam nascido um dia antes, ajudou Leto dar à luz Apolo. Leto, em seguida, prometeu aos Delians que Apolo sempre favorece-los por ter ajudado ela.

Sua santa árvore era o louro, e seu santo animal era o golfinho.

Lenda

Apolo – Filho de Zeus e de Leto, também chamado Febo, irmão gêmeo de Ártemis, nasceu às fraldas do monte Cinto, na ilha de Delos. É o deus radiante, o deus da luz benéfica.

A lenda mostra-nos Apolo, ainda garoto, combatendo contra o gigante Títio e matando-o, e contra a serpente Píton, monstro saído da terra, que assolava os campos, matando-a também.

Apolo é porém, também concebido como divindade maléfica, executora de vinganças.

Em contraposição, como dá a morte, dá também a vida: é médico, deus da saúde, amigo da juventude bela e forte. É o inventor da adivinhação, da música e da poesia, condutor das Musas, afasta as desventuras e protege os rebanhos.

Apolo – História

Apolo
Apolo – Deus Grego

Figura complexa e enigmática, que transmitia aos homens os segredos da vida e da morte, Apolo foi o deus mais venerado no panteão grego depois de Zeus, o pai dos céus.

Os santuários dedicados a essa divindade, sobre cuja origem – oriental ou indo-européia – existem dúvidas, se estendiam por todo o Mundo Helênico; a ele era consagrado o templo de Delfos, o de maior importância na Grécia, mencionado já na Ilíada.

Nesse santuário, centro do culto “Apolíneo”, a Pítia, ou Pitonisa, aspirava os vapores que saíam de uma fenda na terra e, em profundo êxtase, pronunciava o oráculo sob a influência do deus.

Apolo e sua irmã gêmea Ártemis (identificada pelos romanos com Diana) eram filhos de Zeus e Leto, da estirpe dos Titãs. Segundo a lenda, os dois nasceram na ilha de Delos, outro dos lugares importantes de seu culto, onde Leto se havia refugiado, perseguida pelo implacável ciúme de Hera, esposa de Zeus.

Apolo, com um ano de idade e armado de arco e flechas, perseguiu a serpente Píton, também inimiga de sua mãe, até o lugar sagrado de Delfos, e ali a matou.

Zeus recriminou o filho pela profanação do santuário e, em memória da serpente, instituiu os Jogos Píticos.

O poder de Apolo se exercia em todos os âmbitos da natureza e do homem.

Por isso, suas inovações eram múltiplas e variadas. Além de ser por excelência o deus dos oráculos e fundador de importantes cidades, sua proteção – e sua temível ira – abarcava desde a agricultura e o gado até a juventude e seus exercícios de ginástica, assim como os marinheiros e navegantes. Tinha poder sobre a morte, tanto para enviá-la como para afastá-la, e Asclépio (o Esculápio Romano), o deus da medicina, era seu filho. Considerado também o “Condutor das Musas”, tornou-se deus da música por ter vencido o deus Pã em um torneio musical. Seu instrumento era a lira.

A identificação de Apolo com o Sol – daí ser chamado também Febo (brilhante) – e o ciclo das estações do ano constituía, no entanto, sua mais importante caracterização no mundo helênico.

Apolo, que durante o inverno vivia com os hiperbóreos, mítico povo do norte, regressava a Delos e Delfos a cada primavera, para presidir às festas que, durante o verão, eram celebradas em sua honra.

O culto de Apolo também teve grande amplitude em Roma.

As numerosas representações que dele fizeram artistas de todos os tempos, tanto na antiguidade Greco-Romana como nos períodos Renascentista e Barroco, mostraram-no como um deus de beleza perfeita, símbolo da harmonia entre corpo e espírito.

Fonte: www.greekmythology.com

Apolo

Segundo a mitologia grega, Apolo era filho de Zeus e Leto.

Era um músico talentoso que deliciava os deuses tocando lira.

Também ficou famoso como arqueiro e atleta veloz e foi o primeiro vencedor dos jogos Olímpicos.

Deus da agricultura e pecuária, da luz e da verdade, ensinou aos humanos a arte da medicina.

Divindade

Divindade que recebeu grande reverência desde os tempos dos gregos primitivos até os romanos, Apolo era o filho de Zeus e da titã Leto, e irmão gêmeo de Artemis.

Leto foi seduzida por Zeus e foi obrigada a se esconder da ciumenta Hera que a perseguiu através de toda a Terra.

Ela conseguiu refúgio na ilha de Asteria (Delos), onde deu à luz Artemis e logo depois ao gêmeo Apolo.

Existe porém uma versão que diz que Apolo nasceu em Delos enquanto Artemis nasceu em Ortygia.

Na realidade, nem seu nome nem sua origem podem ser definitivamente explicados. De qualquer modo, parece certo que ele não era um deus originalmente grego, tendo derivado dos hiperbóreos no norte longínquo ou dos habitantes da Ásia Menor (provavelmente da Lícia).

Na Grécia seu culto expandiu principalmente a partir de Delos e Delfos. De acordo com a lenda, logo após seu nascimento Apolo matou Python, o guardião do Oráculo de Delfos, e tomou o lugar de Temis, tornando-se o senhor do oráculo. Para celebrar seu feito ele organizou os Jogos Pítios.

Apolo, porém, teve de pagar penitência na Tessália pelo assassínio de Phyton. Em seus mitos, Zeus por duas vezes forçou Apolo a ser escravo de um mortal para pagar pelos seus crimes.

Suas numerosas características e funções, assim como seus muitos epítetos (algumas vezes não traduzíveis), indicam que os atributos de diversas divindades locais foram gradualmente transferidos para ele e para sua irmã. Provavelmente muito desses atributos não correspondiam à suas naturezas originais, o que deu origem ao caráter multifacetado desses deuses.

Origem

Apolo tinha uma natureza intrinsicamente dual, podendo, por um lado, trazer a boa fortuna e afastar o mal, enquanto por outro lado ele podia dar origem a desastres.

Foi Apolo quem fez o acampamento dos gregos nas planícies de Troia sofrer com a peste, guiou a flecha mortal de Páris que atingiu Aquiles, matou os filhos de Niobe, e após derrotar Marsyas em um concurso, esfolou-o vivo.

Ainda assim ele era louvado como o deus da agricultura e dos rebanhos, a quem os camponeses oravam por ajuda, deus da expiação e cura, guardião dos portões, protetor da lei e da ordem, e deus das artes (sobretudo da música) e das ciências. Como Febo, ele era o próprio deus-Sol, comparado a Hélio.

Devido à sua inspiração musical, ele era chamado Musagetes (Líder das Musas).

Apolo desempenhava seu mais importante papel dentro e fora da Grécia como o senhor de muitos oráculos, dos quais os mais famosos eram Delos e Delfos, que ajudaram a unificar os gregos politicamente.

Já no 5. século a.C., os romanos o adotaram como divindade, associando-o com o Sybilem Cumae e adorando-o como o deus da medicina. Logo após a batalha de Actium (31 a.C.) o imperador Augusto ergueu um templo magnífico em sua honra no Palatino. Outro templo foi erguido em sua homenagem no ano de 433 a.C. como tentativa de conter de uma praga.

Através da atenção da família real, Apolo se tornou objeto de especial veneração entre os cidadãos de Roma.

Existem diversas representações de Apolo feitas na antiguidade. Inicialmente, e até cerca do sexto século a.C., ele era representado como um homem barbado, mas a partir desta época ele passou a personificar o ideal de beleza masculina, na forma de um jovem desnudo. Ele também era comumente representado como um jovem tocador de cítara.

Mitos

Apolo e Dafne: Apolo perseguiu Dafne, que se transformou em um loureiro na fuga.

Apolo e Jacinto

Apolo estava apaixonado por um jovem chamado Jacinto. Acompanhava-o em suas diversões, levava a rede quando ele pescava, conduzia os cães quando ele caçava, seguia-o pelas montanhas e chegava a esquecer-se do arco e da lira por sua causa.

Certo dia os dois se divertiam com um jogo de discos e Apolo, impulsionando o disco com força e agilidade, lançou-o muito alto no ar. Jacinto, excitado com o jogo, observou o disco e correu para apanhá-lo. Zéfiro (o Vento Oeste), que também tinha uma grande admiração pelo jovem, porém tinha ciúme de sua preferência por Apolo, fez o disco desviar seu rumo e atingir o jovem bem na testa.

Jacinto caiu no chão desacordado, e nem com todas as suas habilidades de cura, Apolo conseguiu conservar sua vida. Do sangue que escorreu nasceu uma bela flor, semelhante ao lírio.

Apolo e Marsyas

Apolo foi desafiado pelo sátiro Marsyas, que tendo inventado a flauta (ou encontrado a flauta que pertencia à Atena), ficou muito orgulhoso do seu talento musical.

Os dois contendores acordaram que aquele que fosse o vencedor poderia estipular o castigo ao perdedor. Havendo vencido a disputa com sua lira, Apolo matou Marsyas, pendurando-o em uma árvore e tirando sua pele.

Apolo e Marpessa

Apolo perseguiu Marpessa, mas ela foi salva por Idas em uma carruagem alada que este havia recebido de Poseidon.

Apolo então enfrentou Idas, e os combatentes foram separado por Zeus, que permitiu Marpessa escolher seu esposo dentre os dois. Marpessa escolheu Idas (segundo uma interpretação, por temer que Apolo o abandonasse quando ela ficasse velha).

Apolo e Coronis

Apolo apaixonou-se por Coronis, e ela ficou grávida do deus.

Apolo, porém, ouviu de um corvo que Coronis o estava traindo com Ischys e matou-a com uma flecha.

Enquanto o corpo da moça estava queimando na pira funeral, Apolo retirou Asclépio, seu filho, do corpo inerte e entregou para ser criado pelo centauro Quiron.

Apolo e Niobe

Niobe, a esposa do rei Amphion de Tebas, se vangloriou de ser mais abençoada que Leto, por possuir maior número de filhos e de filhas. Irada, Leto pediu punição à mortal orgulhosa, e Artemis matou todas as filhas enquanto Apolo matou os filhos de Niobe.

Apolo e os Cíclopes

Quando Zeus matou Asclépio com um relâmpago, Apolo se vingou matando os Cíclopes, os quais haviam fabricado para Zeus os relâmpagos.

Zeus puniu Apolo, condenando-o a servir ao rei Admetus como pastor por um ano.

Apolo e as Muralhas de Tróia

Apolo e Poseidon resolveram colocar o rei Laomedon de Tróia à prova, e assumiram a aparência de homens e construíram as muralhas de Tróia em troca de um pagamento combinado.

Porém o rei não cumpriu sua parte, e Apolo mandou uma peste e Poseidon um monstro marinho contra a cidade.

Apolo e Crisei

Capturada durante a Guerra de Tróia, Crisei foi mantida cativa por Agamemnon e os Aqueus, que se recusaram a devolvê-la ao seu pai, um sacerdote de Apolo.

Por causa disto, Apolo enviou uma peste ao acampamento dos gregos, e assim convenceu-o a libertar sua prisioneira após um longo período.

Apolo e Páris

Apolo guiou a flecha de Páris que atingiu o guerreiro Aquiles em seu ponto vulnerável.

Apolo e Laoconte

Apolo foi responsável pela morte de Laoconte, que, durante uma oferenda à Poseidon foi atacado por serpentes. Laoconte havia falado aos seus compatriotas contra o Cavalo de Tróia, deixado pelos exércitos gregos em partida.

Apolo e Cassandra

Apolo ensinou à Cassandra a arte da profecia, porém esta recusou seus favores ao deus.

Apolo então condenou-a a nunca ter crédito em suas profecias.

Fontes:

The Chiron Dictionary of Greek and Roman Mythology
The Encyclopedia of Classical Mythology, Arthur Cotterell
O Livro de Ouro da Mitologia, Bulfinch
As Mais Belas Histórias da Antigüidade Clássica, Gustav Schwab

Fonte: historia3c.cvg.com.pt/www.geocities.com

Apolo

Apolo
Apolo – Mitologia Grega

Filhos

Filhos com Cirene: Aristeu
Filhos com Talia:
Coribantes
Filhos com Urânia:
Lino
Filhos com Calíope:
Orfeu
Filhos com Corônis:
Asclépio
Filhos com Manto:
Mopso
Filhos com Creúsa:
Íon
Filhos com Evadne:
Iamo

Etimologia

Em grego (Apóllon), Muitas tem sido as tentativas de explicar o nome do irmão de Artemis, mas, até o momento, nada se pode afirmar com certeza. Hà os que procuram aproximá-lo do dórico (Ápella) ou mais precisamente de (apéllai), “assembléias do povo”, em Esparta, onde Apolo, inspirador por excelência, seria o “guia” do povo, como Tiaz, com o nome de Thingsaz, dirigia as reuniões dos germanos. Outros preferem recorrer ao indo-europeu apelo-, “forte”, que traduziria bem um dos ângulos do deus do arco e da flecha, mas tais hipóteses não convencem.

Apolo
Apolo – Mitologia Grega

Apolo nasceu no dia sete do mês délfico Bísio, que corresponde, no calendário ático, ao mês Elafebólion, ou seja, segunda metade de março e primeira de abril, nos inícios da primavera. Tão logo veio à luz, cisnes, de uma brancura imaculada, deram sete voltas em torno da ilha de Delos. Suas festas principais celebravam-se no dia sete do mês. As consultas ao Oráculo de Delfos se faziam primitivamente apenas no dia sete do mês Bísio, aniversário do deus. Sua lira possuía sete cordas. Sua doutrina se resumia em sete máximas, atribuídas aos sete Sábios. Eis aí o motivo por que o pai da tragédia, Ésquilo, o chamou augusto deus Sétimo, o deus da sétima porta.

Sete é, pois, o número de Apolo, o número sagrado.

Zeus enviou ao filho uma mitra de ouro, uma lira e um carro, onde se atrelavam alvos cisnes. Ordenou-lhes o pai dos deuses e dos homens que se dirigissem todos para Delfos, mas os cisnes conduziram o filho de Leto para além da Terra do Vento Norte, o páis dos Hiperbóreos, que viviam sob um céu puro e eternamente azul e que sempre prestaram ao deus um culto muito intenso.

Ali permaneceu ele durante um ano: na realidade, uma longa fase iniciática. Decorrido esse período, retornou à Grécia, e, no verão, chegou a Delfos, entre festas e cantos.

Até mesmo a natureza se endomingou para recebê-lo: rouxinóis e cigarras cantaram em sua honra; as nascentes tornaram-se mais frescas e cristalinas.

Anualmente, por isso mesmo, se celebrava em Delfos, com hecatombes, a chegada do deus.

Lutanto contra Pitón – Pintura sobre tela – DesconhecidoO filho de Zeus estava pronto e preparado para iniciar a luta, que, alías, foi rápida, contra Pitón, o monstruoso dragão, filho da Terra, que montava guarda ao Oráculo de Géia no monte Parnaso e que a ira ainda não apaziguada da deusa Hera lançara contra Leto e seus gêmeos.

Este deus que se está apresentando, já em roupas de gala, paramentado e etiquetado, não corresponde ao que foi no primórdios o senhor de Delfos.

O Apolo grego, o Apolo do Oráculo de Delfos, o “exegeta nacional”, é, na realidade, resultante de um vasto sincretismo e de uma bem elaborada depuração mítica.

Na Ilíada, aparentando a noite, o deus de arco de prata, Febo Apolo, brilha (e por isso é Febo, o brilhante) como a Lua.

É necessário levar em conta uma longa evolução da cultura e do espírito grego e mais particularmente da interpretação dos mitos, para se reconhecer nele, bem mais tarde, um deus solar, um deus da luz, de esorte que seu arco e suas flechas pudessem ser comparados ao sol e a seus raios. Em suas origens, o filho de Leto estava indubitavelmente ligado à simbólica lunar.

No primeiro canto da Ilíada, apresenta-se como um deus vingador, de flechas mortíferas: o Senhor Arqueiro, o toxóforo; o portador do arco de prata, o argirótoxo.

Violento e vingativo, o Apolo pós-homérico vai progressivamente reunindo elementos diversos, de origem nórdica, asiática, egéia e sobretudo helênica e, sob este último aspecto, conseguiu suplantar por completo a Hélio, o “Sol” propriamente dito. Fundindo, numa só pessoa e em seu mitologema, influências e funções tão diversificadas, o deus de Delfos tornou-se uma figura mítica deveras complicada.

São tantos os seus atributos, que se teme a impressão de que Apolo é uma amálgama de várias divindades, sintetizando num só deus um vasto complexo de oposições.

Tal fato possivelmente explica, em terras gregas, como o futuro deus dos Oráculos substituiu e, às vezes, de maneira brutal, divindades locais pré-helênicas: na Beócia, suplantou, por exemplo, a Ptóos, que depois se tornou seu filho ou neto; em Tebas, particularmente, sepultou no olvido o culto do deus-rio Ismênio e, em Delfos, levou de vencida o dragão Píton. O deus-sol, todavia, iluminado pelo espírito grego, conseguiu, se não superar, ao menos harmonizar tantas polaridades, canalizando-as para um ideal de cultura e sabedoria.

Realizador do equilíbrio e da harmonia dos desejos, não visava a suprimir as pulsões humanas, mas orientá-las no sentido de uma espiritualização progressiva, mercê do desenvolvimento da consciência, com base no (gnôthi s’autón), “conhece-te a ti mesmo”.

Apolo é saudado como (Smintheús), um deus-rato, a saber, um deus agrario, não propriamente como propulsor da vegetação, mas como guardião das sementes e das lavouras contra os murídeos. Como seu filho Aristeu, o filho de Leto zela pelos campos com seus rebanhos e pastores, de que é, aliás, uma divindade tutelar. Com os epítetos de (Nômios), “Nômio”, protetor dos pastores e (Karneîos), “Cárnio”, dos rebanhos e particulamente dos carneiros, Apolo defende os campos e sua grei contra os lobos, daí talvez seu nome de (Lýkeios), “Lício”.

Sua ação benéfica, porém, não se estende apenas ao campo: com a designação de (Aguyieús), “Agieu”, representado por um obelisco ou pilar, ele se posta à entrada das casas e guarda-lhes a soleira. Vigia igualmente tanto a Fratria, com o nome de Phrátrios, quanto os viajantes nas estradas, como atesta Ésquilo, e nas rotas marítimas, sob a forma de delfim, predecessor zoomórfico dos deus, salva, se necessário, os marinheiros e tripulantes. Sob a denominação de (Akésios), “o que cura”, precedeu em Epidauro, como médico, a seu filho Asclépio. Já na Ilíada, curara a peste que ele próprio havia lançado contra os aqueus, que lhe apaziguaram a ira com sacrifícios e entoando-lhe um belo peã, nome este, que, sob a forma de (paián), peã, após designar (Paieón), “Peéon”, médico dos deuses, passou a qualificar outrossim não só Apolo como deus que cura, mas ainda cum canto sobretudo de ação de graças.

Médico infalível, o filho de Leto exerce sua arte bem além da integridade física, pois é ele um (Kathársios), um purificador da alma, que a libera de suas nódoas.

Mestre eficaz das expiações, mormente as relativas ao homicídio e a outros tipos de derramamento de sangue, o próprio deus submeteu-se a uma catarse no vale de Tempe, quando da morte de Píton. Incentivava e defendia pessoalmente aqueles com cujos atos violentos estivesse de acordo, como foi o caso de Orestes, que matou a própria mãe Clitemnestra, conforme nos mostra Ésquilo em sua Oréstia. Fiel intérprete da vontade de Zeus, Apolo é (Khrestérios), um “deus oracular”, mas cujas respostas aos consulentes eram, por vezes, ambíguas, donde o epíteto de (Loksías), Lóxias, “oblíquo, equívoco”.

Deus da cura por encantamento, da melopéia oracular, chamado, por isso mesmo, pai de Orfeu, que tivera com Calíope, Apolo foi transformado, desde o século VIII a.e.c., em mestre do canto, da música, da poesia e das Musas, com o título de (museguétes), “condutor das Musas”: as primeiras palavras do deus, ao nascer, diz o Hino homérico, foram no sentido de relcamar “a lira e seu arco recurvado”, para revelar a todos os desígnios de Zeus.

Apolo
Apolo – Mitologia Grega

Deus da luz, vencedor das forças ctônias, Apolo é o Brilhante, o sol. Alto bonito e majestoso, o deus da música e da poesia se fazia notar antes do mais por suas mechas negras, com reflexos azulados, “como as pétalas do pensamento”. Muitos foram assim seus amores com ninfas e, por vezes, com simples mortais.

Amou a ninfa Náiade Dafne, filha do deus-rio- Peneu, na Tessália. Esse amor lhe fora instilado por Eros, de que o deus gracejava.

É que Apolo, julgando que o arco e a flecha eram atributos seus, certamente considerava que as flechas do filho de Afrodite não passavam de brincadeira.

Acontece que Eros possuía na aljava a flecha que inspira amor e a que provoca aversão. Para se vingar do filho de Zeus, feriu-lhe o coração com a flecha do amor e a Dafne com a da repulsa e indiferença.

Foi assim que, apesar da beleza de Apolo, a ninfa não lhe correspondeu aos desejos, mas, ao revés, fugiu para as montanhas. O deus a perseguiu e, quando viu que ia ser alcançada por ele, pediu a seu pai Peneu que a metamorfoseasse. O deus-rio atendeu-lhe as súplicas e transformou-a em loureiro, em grego (dáphne), a árvore predileta de Apolo.

Com a ninfa Cirene teve o semideus Aristeu, o grande apicultor, personagem do mito de Orfeu.

Também as Musas não escaparam a seus encantos. Com Talia foi pai dos Coribantes, demônios do cortejo de Dionisio; com Urânia gerou o músico Lino e com Calíope teve o músico, poeta e cantor insuperável, Orfeu. Seus amores com a ninfa Corônis, de que nasceu Asclépio, terminaram tragicamente para ambos, a ninfa foi assassinada e o deus sol, por ter morto os Ciclopes, cujos raios eliminaram Asclépio, foi exilado em Feres, na cortet do rei Admeto, a quem serviu como pastor, durante um ano. Com Marpessa, filha de Eveno e noiva do grande herói Idas, o deus igualmente nao foi feliz.

Apolo a desejava, mas o noivo a raptou num carro alado, presente de Posídon, levando-a para Messena, sua pátria. Lá, o deus e o mais forte e corajoso dos homens se defrontaram. Zeus interveio, separou os dois contendores e concedeu à filha de eveno o privilégio de escolher aquele que Apolo e as musas – Pintura sobre tela – Jan van Orly 1665-1735desejasse. Marpessa, temendo que Apolo, enternamente jovem, a abandonasse na velhice, preferiu o mortal Idas. Com a filha de Príamo, Cassandra, o fracasso foi ainda mais acentuado. Enamorado da jovem troiana, concedeu-lhe o dom da manteía, da profecia, desde que a linda jovem se entregasse a ele. Recebido o poder de profetizar, Cassandra se negou a satisfazer-lhe os desejos.

Não podendo tirar o dom divinatório, Apolo cuspiu-lhe na boca e tirou-lhe a credibilidade: tudo que Cassandra dizia era verídico, mas ninguém dava crédito às suas palavras.

Em Cólofon, o deus amou a adivinha Manto e fê-la mãe do grande adivinho Mopso, quando profeta do Oráculo de Apolo em Claros, competiu com outro grande mántis, o profeta Calcas. Saiu vencedor, e Calcas, envergonhando e, por despeito, se matou.

Pela bela ateniense Creúsa, filha de Erecteu, teve uma paixão violenta: violou-a numa gruta da Acrópole e tornou-a mãe de ìon, ancestral dos Jônios.

Creúsa colocou o menino num cesto e o abandonou no mesmo local em que fora amada pelo deus. Íon foi levado a Delfos por Hermes e criado no Templo de Apolo.

Creúsa, em seguida, desposou Xuto, mas, como não cencebesse, visitou Delfos e, tendo reencontrado o filho, foi mãe, um pouco mais tarde, de dois belos rebentos: Diomedes e Aqueu.

Com Evadne teve Íamo, ancestral da célebre família sacerdotal dos iâmidas de Olímpia. Castália, filha do rio Aquelôo, também lhe fugiu: perseguida por Apolo junto ao santuário de Delfos, atirou-se na fonte, que depois recebeu seu nome e que foi consagrada ao deus dos oráculos. As águas de Castália davam inspiração poética e serviam para as purificações no templo de Delfos. Era dessa água que bebia a Pítia.

Das três provas por que passou Apolo com os três consequêntes exílios (em Tempe, Beres e Tróia), a terceira foi a mais penosa. Tendo tomado parte com Posídon na conspiração urdida contra Zeus por Hera e que fracassou, graças à denúncia de Tétis, o pai dos deuses e dos homens condenou ambos a se porem ao serviço de Laomedonte, rei de Tróia.

Enquanto Posídon trabalhava na construção das muralhas de Ílion, Apolo apascentava o rebanho real. Findo o ano de exílio e do fatigante trabalho, Laomedonte se recusou a pagar-lhes o salário combinado e ainda ameaçou de lhes mandar cortar as orelhas.

Apolo fez grassar sobre toda a região da Tróada uma peste avassaladora e Posídon ordenou que um gigantesco monstro marinho surgisse das águas e matasse os homens no campo.

Não raro, Apolo aparece como pastor, mas por conta própria e por prazer. Certa feita, Hermes, embora ainda envolto em fraldas, lhe furtou o rebanho, o que atetsta a precocidade incrível do filho de maia.

Apolo conseguiu reaver seus animais, mas Hermes acabava de inventar a lira e o filho de Leto ficou tão encantado com os sons do novo instrumento, que trocou por ele todo o seu rebanho.

Como também tivesse Hermes inventado a flauta, Apolo a obteve imediatamente, dando em troca ao astuto deus psicopompo o caduceu.

Um dia em que o deus tocava sua flauta no monte Tmolo, na Lídia, foi desafiado pelo sátiro Mársias, que, tendo recolhido uma flauta atirada fora por Atena, adquiriu, à força de tocá-la, extrema habilidade e virtuosidade.

Apolo
Apolo – Mitologia Grega

Os juízes de tão magna contenda foram as Musas e Midas, rei da Frígia. O deus foi declarado vencedor, mas o rei Midas se pronunciou por Mársias.

Apolo o puniu, fazendo que nascessem nele orelhas de burro. No tocante ao vencido, foi o mesmo amarrado a um tronco e escorchado vivo.

A grande aventura de Apolo e que há de fazer del o senhor do Oráculo de Delfos foi a morte do Dragão Píton. Miticament, a partida do deus para Delfos teve como objetivo primeiro matar o monstruoso filho de Géia, com suas flechas, disparadas de seu arco divino.

Seria importante não nos esquecermos do que representam o arco e flecha num plano simbólico: na flecha se viaja e o arco configura o domínio da distância, o desapego da “viscosidade” do concreto e do imediato, comunicado pelo transe, que distancia e libera.

Quanto à guardiã do Oráculo de Géia pré-apolíneo, era, ao que parece, a princípio, uma (drákaina), um dragão fêmea, nascida igualmente da Terra, chamada Delfine.

Mas, ao menos a partir do século VIII a.e.c., o vigilante do Oráculo primitivo e o verdadeiro senhor de Delfos era o dragão Píton, que outros atestam tratar-se de uma gigantesca serpente. Seja como for, o dragão, que simboliza a autoctonia e “a soberania primordial das potências telúricas” e que, por isso mesmo, protegia o Oráculo de Géia, a Terra primordial, foi morto por Apolo, um deus patrilinear, solar, que levou de vencida uma potência matrilinear, telúrica, ligada às trevas. Morto Píton, Apolo teve primeiramente que purificar-se, permanecendo um ano no vale de Tempe, tornando-se, desse modo, o deus Kathársios, “o purificador”, por excelência. É que, todo (Míasma) toda “mancha” produzida por um crime de morte era como que uma “nódoa maléfica, quase física”, que contaminava o génos inteiro. Matando e purificando-se, substituindo a morte do homicida pelo exílio ou por julgamentos e longos ritos catárticos, como foi o sucedido com Orestes, assassino de sua própria mãe, Apolo contribuiu muito para humanizar os hábitos antigos concernentes aos homicídios.

As cinzas do dragão foram colocadas num sarcófago e enterradas sob o (omphalós), o umbigo, o Centro de Delfos, aliás o Centro do Mundo, porque, segundo o mito, Zeus, tendo soltado duas águias nas duas extremidades da terrra, elas se encontraram sobre o omphálos A pele de Píton conbria a trípode sobre que se sentava a sacerdotisa de Apolo, donominada, por essa razão, Pítia ou Pitonisa.

Embora ainda se ignore a etimologia de Delfos, os gregos sempre a relacioaram com (delphýs), útero, a cavidade misteriosa, para onde descia a Pítia, para tocar o omphalós, antes de responder às perguntas dos consulentes. Cavidade se diz em grego (stómion), que significa tanto cavidade quanto órgão genital feminino, daí o ser o omphalós tão “carregado de sentido genital”. A descida ao útero de Delfos, à “cavidade”, onde profetizava a Pítia e o fato de a mesma tocar o omphalós, ali representado por uma pedra, configuravam, de per si, uma “união física” da sacerdotisa com Apolo.

Para perpetuar a memória do triunfo de Apolo sobre Píton e para se ter o dragão in bono animo )e este é o sentido dos jogos fúnebres, celbravam-se lá nas alturas do Parnaso, de quatro em quatro anos os jogos píticos.

Ruínas do oráculo de Delfos

Do ponto de vista histórico, é possível ter-se ao menos uma idéia aproximada do que foi Delfos arqueológica, religiosa e politicamente.

Múltiplas escavações, realizadas no local do Oráculo, demonstraram que, à éóca micênica Sec. XIV-XI, Delfos era um pobre vilareijo, cujos habitantets veneravam uma deusa muito antiga, que lá possuía um Oráculo por “incubação”, cujo omphalós certamente era da época pré-helênica. Trata-se, como se sabe, de Géia, a mãe-Terra, associada a Píton, que lhe guargava o oráculo.

Foi na Época Geométrica, que Apolo chegou a seu habitat definitivo e, nos fins do Século VIII a.e.c. a “apolinização” de Delfos estava terminada; a Manteía por “incubação”,ligada a potências telúricas e ctônias, cedeu lugar à manteía por “inspiração”, embora Apolo jamais tenha abandonado, de todo, algumas “práticas como se observa no sacrifício de uma porca feito por orestes, em Delfos, após sua absolvição pelo Areópago. Tal sacrifício em homenagem às Erínias se constitui num rito tipicamente Ctônio.

A própria descida da Pitonisa ao Ádyton, ao “impenetrável, localizado, ao que tudo indica, nas entranhas do Templo de apolo, atesta uma ligação com as potências de baixo.

De qualquer forma, a presença do deus patrilinear no Parnaso, a partir da Época Geométrica, é confirmada pela substituição de estatuetas femininas em terracota por estatuetas masculinas em bronze.

O novo senhor do Oráculo do monte Parnaso trouxe idéias novas, idéias e conceitos que haveriam de exercer, durante séculos, influência marcante sobre a vida religiosa, política e social da Hélade. Mais que em qualquer oura parte, o culto de Apolo testemunha, em Delfos, o caráter pacificador e ético do deus que tudo fez para conciliar as tensões que sempre existiram entre as póleis gregas. Outro mérito não menos importante do deus foi contribuir com sua autoridade para erradicar a velha lei do talião, isto é, a vingança de sangue pessoal, substituindo-a pela justiça dos tribunais. Buscando “desbarbarizar” velhos hábitos, as máximas do grandioso Templo Délfico pregam a sabedoria,o meio-termo, o equilíbrio, a moderação. O (gnôthi s’autón), “conhece-te a ti mesmo” e o (medèn ágan), o “nada em demasia” são um atestado bem nítido da influência ética e moderadora do deus Sol.

E como Heráclito de Éfeso (Séc. V a.e.c.), já afirmara que “a harmonia é resultante da tensão entre contrários, como a do arco e da lira, Apolo foi o grande harmonizador dos contrários, por ele assumidos e integrados num aspecto novo. “A sua reconciliação com Dionisio”, Salienta M. Eliade, “faz parte do mesmo processo de integração que o promovera a padroeiro das purificações depois do assassinato de Píton. Apolo revela aos seres humanos a trilha que conduz da ‘visão’ divinatória ao pensamento. O elemento demoníaco, implicado em todo conhecimento do oculto, é exorcizado.

A lição apolínea por excelência é expressa na famosa fórmula de Delfos: ‘Conhece-te a ti mesmo’. A inteligência, a ciência, a sabedoria são consideradas modelos divinos, concedidos pelos deuses, em primeiro lugar por Apolo. A serenidade apolínea torna-se, para o homem grego, o emblema da perfeição espiritual e, portanto, do espírito. Mas é significativo que a descoberta do espírito conclua uma longa série de conflitos seguidos de reconciliação e o domínio das técnicas extáticas e oraculares”.

Deus das artes, da música e da poesia, é bom que se repita, as musas jamais o abandonaram. Note-se, a esse respeito, que os Jogos Píticos, ao contrário dos Olímpicos, cuja tônica eram os concursos atléticos, deviam seu esplendor sobretudo às disputas musicais e poéticas. Em Olímpia imperavam os músculos; em Delfos, as Musas.

Em síntese, temos de um lado Géia e o dragão Píton; de outro, o omphalós, Apolo e sua Pitonisa.

Ora, se examinarmos as coisas mais de perto, vamos encontrar em Delfos o seguinte fato incontestável: Apolo com seu culto implantou-se no monte Parnaso, porque substituiu a mântica ctônia, por incubação, pela mântica por inspiração, embora se deva obserar que se trata tão-somente da substituição de um interior por outro interior: do interior da Terra pelo interior do homem, através do “êxtase e do entusiasmo” da Pitonisa, assunto aliás controvertido e que se tentará explicar.

Ademais disso, convém repetir, os gregos sempre ligaram Delfos a delphýs, útero, e a descida da sacerdotisa ao ádyton é um símbolo claro de uma descida ritual às regiões subterrâneas.

Bibliografia

BRANDÃO, Junito de Souza. Mitologia Greva Vol II. Petrópolis, Vozes, 2004;
ELIADE, Mircea. Op. cit., p. 104sq;
PLUTARCO, Pítia, 7, 397.

Odsson Ferreira

Fonte: www.templodeapolo.net

Apolo

Apolo
Apolo – Escultura de François Girardon

Nascimento de Apolo e Diana

Apolo e Diana são filhos de Júpiter e de Latona, personificação da Noite, divindade poderosa cuja união com Júpiter produziu o Universo. Segundo a tradição, Latona vê-se, em seguida, relegada ao segundo lugar e quase não aparece na mitologia a não ser como vítima de Juno.

A Terra, por instigação de Juno, quis impedi-la de achar lugar onde pudesse dar à luz os filhos que trazia no seio. Entretanto, Netuno, vendo que a infeliz deusa não encontrava abrigo onde quer que fosse, comoveu-se e fez sair do mar a ilha de Delos. Sendo essa ilha, a princípio, flutuante, não pertencia à Terra, que assim não pôde nela exercer a sua funesta ação.

Delos, diz o hino homérico, rejubilou-se com o nascimento do deus que atira os seus dardos para longe. Durante nove dias e nove noites, foi Latona dilacerada pelas cruéis dores do parto.

Todas as deusas, as mais ilustres, reúnem-se-lhe em torno. Dionéia, Réa, Têmis que persegue os culpados, a gemedora Anfitrite, todas, exceto Juno dos braços de alabastro, que ficou no palácio do formidando Júpiter. Entretanto, somente Ilitia, deusa dos partos, é que ignorava a nova; achava-se sentada no topo do Olimpo, numa nuvem de ouro, retida pelos conselhos de Juno, que sofria um ciúme furioso, porque Latona dos cabelos formosos iria certamente dar à luz um filho poderoso e perfeito.

Então, a fim de levarem Ilitia, as demais deusas enviaram de Delos a ligeira Íris, prometendo-lhe um colar de fios de ouro, com nove cúbitos de comprimento. Recomendam-lhe sobretudo que a advirta, à revelia de Juno, de medo que esta a detenha com as suas palavras. Íris, rápida como os ventos, mal recebe a ordem, parte e cruza o espaço num instante.

Chegada à mansão dos deuses no topo do Olimpo, Íris persuadiu Ilitia, e ambas voam como tímidas pombas. Quando a deusa que preside aos partos chegou a Delos, Latona experimentava as mais vivas dores. Prestes a dar à luz, abraçava uma palmeira e os joelhos apertavam a relva mole. Em breve nasce o deus; todas as deusas dão um grito religioso. Imediatamente, divino Febo, elas te lavam castamente, purificam-te em límpida água e te envolvem num véu branco, tecido delicado, que elas cingem com um cinto de ouro.

Latona não aleitou Apolo de gládio resplendente. Têmis, com as suas imortais mãos, oferece-lhe o néctar e a divina ambrósia. Latona alegrou-se enormemente por ter gerado o valoroso filho que empunha um temível arco.

Apolo e Diana nasceram, pois, em Delos, e é por isso que Apolo se chama, freqüentemente, o deus de Delos.

Latona e a Serpente Pitão

Entretanto Juno, não conseguindo perdoar à rival ter sido amada por Júpiter, instigou contra ela um monstruoso dragão, filho da Terra, chamado Delfíneo ou Pitão, que fora incumbido da guarda dos oráculos da Terra, perto da fonte de Castalia. Obedecendo às sugestões de Juno, Pitão perseguia sem cessar a infeliz deusa, que escapava da sua presença apertando entre os braços os filhos. Num vaso antigo, vemo-lo sob a forma de uma longa serpente que ergue a cabeça, desenrolando o corpo, e persegue Latona. A deusa teme, enquanto os filhos, que não percebem o perigo, estendem os bracinhos para o monstro.

Os Camponeses Carianos

Quando Latona, perseguida pela implacável Juno, fugia com os dois filhos ao colo, chegou à Caria. Num dia de intenso calor, deteve-se aniquilada pela sede e pelo cansaço às margens de um tanque do qual não ousava aproximar-se. Mas alguns camponeses ocupados em arrancar caniços impediram-na de beber, expulsando-a brutalmente. A infeliz Latona rogou-lhes, em nome dos filhinhos, que lhe permitissem sorver umas gotas de água, mas eles a ameaçaram se não afastasse quanto antes, e turvaram as águas com os pés e as mãos, a fim de que a lama revolvida aparecesse à tona.

A cólera de que Latona se sentiu possuída fez com que se esquecesse da sede, e lembrando-se de que era deusa: “Pois bem, disse-lhes, erguendo as mãos ao céu, ficareis para sempre neste tanque”. O efeito seguiu de perto a ameaça, e aqueles desalmados se viram transformados em rãs. Desde então, não cessam de coaxar com voz rouca e de chafurdar na lama. Alguns lobos, mais humanos que os camponeses, conduziram-na às margens do Xanto, e Latona pôde fazer as suas abluções nesse rio, que foi consagrado a Apolo. Rubens, no museu de Munich e Albane no Louvre possuem quadros em que vemos Latona e os filhos na presença dos camponeses de Caria, que a repelem e se transformam em rãs. Na fonte de Latona, em Versalhes, Balthazar Marsy representou a deusa, com os dois meninos, implorando a vingança do céu contra os insultos dos camponeses. Cá e lá, rãs, lagartos, tartarugas, camponeses e camponesas cuja metamorfose se inicia, lançam contra Latona jatos de água que se cruzam em todos os sentidos.

O Tipo de Apolo

Esplendente é o epíteto que se dá a Apolo, considerado deus solar.

Apolo atira ao longe as suas setas, porque o sol dardeja ao longe os seus raios. É o deus profeta, porque o sol ilumina na sua frente e vê, por conseguinte, o que vai suceder; é o condutor das Musas e o deus da inspiração, porque o sol preside às harmonias da natureza; é o deus da medicina, porque o sol cura os doentes com o seu benéfico calor.

Apolo, o Sol, o mais belo dos poderes celestes, o vencedor das trevas e das forças maléficas, tem sido representado pela arte sob vários aspectos. Nos tempos primitivos, um pilar cônico, colocado nas grandes estradas, bastava para lembrar o poder tutelar do deus. Quando nele se pendem as armas, é o deus vingador que premia e castiga; quando nele se pendura uma cítara, torna-se o deus cujos harmoniosos acordes devolvem a calma à alma agitada.

O Apolo de Amicleu, reproduzido em medalhas, pode dar uma idéia do que eram, na época arcaica, as primeiras imagens do deus, sensivelmente afastadas do tipo que a arte adotou mais tarde. Em bronzes de data menos antiga, mas ainda anteriores à grande época.

Apolo está representado com formas mais vigorosas do que elegantes, e os anéis achatados da sua cabeleira o aproximam um pouco das figuras de Mercúrio.

No tipo que tem dominado, Apolo usa cabelos longuíssimos, separados por uma risca no meio da cabeça e afastados de cada lado da testa. Às vezes, eles se prendem atrás, na nuca, mas, outras, flutuam. Vários bustos e moedas nos mostram tais diferentes aspectos.

Apolo é sempre representado jovem e emberbe, porque o sol não envelhece. Algumas das suas estátuas o mostram até com os caracteres da adolescência, por exemplo o Apollino de Florença.

No Apolo Sauróctone, o jovem deus está acompanhado de um lagarto, que ele sem dúvida acaba de excitar com a flecha para o arrancar ao torpor e obrigá-lo a caminhar.

Apolo, sem caráter, é considerado o sol nascente, ou o sol da primavera, porque a presença do lagarto coincide com os seus primeiros raios.

O grifo é um animal fantástico, que vemos freqüentemente perto da imagem do deus ou atrelado ao seu carro. Tem a cabeça e as asas de águia, com corpo, patas e cauda de leão. Os grifos têm por missão guardar os tesouros que as entranhas da terra ocultam, e é para obter o ouro de que são detentores, que os Arimaspes lutam constantemente contra eles. Os combates constituem o tema de grandíssimo número de representações, principalmente em terracotas ou em vasos. Os Arimaspes são guerreiros fabulosos, que usam vestes análogas às das amazonas.

Delfos, Centro do Mundo

O sol vê antes dos homens porque produz a luz com os seus raios; é por isso que prevê o futuro e pode revelá-lo aos homens. Esse caráter profético é um dos atributos essenciais de Apolo; dá os seus oráculos no templo de Delfos, situado no centro do mundo. Ninguém duvida de tal fato, porque tendo Júpiter soltado duas pombas nas duas extremidades da terra, elas voltaram a encontrar-se justamente no ponto em que está o altar de Apolo. Assim, em vários vasos, vemos Apolo sentado no omphalos (o umbigo da terra), de onde dá os oráculos.

Delfos chama-se também às vezes Pito, do nome da serpente Pitão, que ali foi morta por Apolo.

Apolo, provido de temíveis setas, quis experimentá-las ferindo o perseguidor da sua mãe. Mal o monstro se sente atingido, é presa das mais vivas dores e, respirando com esforço, rola sobre a areia, assobia espantosamente, torce-se em todas as direções, atira-se ao meio da floresta e morre exalando o hálito empestado.

Apolo contentíssimo com o triunfo, exclama: “Que o teu corpo seco apodreça nesta terra fértil; não serás mais o flagelo dos mortais que se nutrem dos frutos da terra fecunda, e eles virão imolar-me aqui magníficas hecatombes; nem Tifeu, nem a odiosa Quimera poderão arrancar-te à morte; a terra e o sol no seu curso celeste farão apodrecer aqui o teu cadáver.” (Hino homérico).

Aquecidos pelos raios do sol, o monstro começa a apodrecer.

Foi assim que aquela região tomou o nome de Pito: os habitantes deram ao deus o nome de Pítio, porque em tais lugares o sol, os seus raios devoradores, decompôs o terrível monstro.

Segundo as narrações dos poetas, o fato deve ter-se verificado quando Apolo era ainda adolescente, mas o crescimento dos deuses não está submetido às mesmas leis que o dos homens, e quando os escultores representam a vitória de Apolo, mostram o deus com as feições de um jovem que já atingiu a plenitude da força.

É o que se nos depara numa das maiores obras-primas da escultura antiga, o Apolo do Belvedere. Essa estátua, de mármore de Luni, foi descoberta no fim do século quinze, perto de Capo d’Anzo, outrora Antium, e, adquirida pelo papa Júlio II, então cardeal em vésperas de ser eleito para o pontificado, mandou ele a colocassem nos jardins do Belvedere.

Todas as fórmulas da admiração foram esgotadas diante do Apolo do Belvedere, e a estátua, desde que se tornou conhecida, não deixou de provocar o entusiasmo dos artistas.

A Disputa do Tripé

Apolo, após matar a serpente Pitão, envolveu o tripé com a pele do monstro que, antes dele, possuía o oráculo.

Uma medalha de Crotona nos mostra o tripé entre Apolo e a serpente: o deus dispara a seta contra o inimigo.

Foi por ocasião dessa vitória que Apolo institui os jogos pítios.

Uma vivíssima disputa, freqüentemente representada nos baixos-relevos da época arcaica, verificou-se entre Apolo e Hércules em torno do famoso tripé.

Hércules consulta Pítia em circunstância na qual esta se recusara a responder.

O herói, enfurecido, apoderou-se do tripé, que Apolo resolveu imediatamente reconquistar. Foi tão viva a luta entre os dois combatentes que Júpiter se viu obrigado a intervir mediante o raio.

O tripé de Apolo foi freqüentemente representado na arte antiga, e restam-nos monumentos em que vemos até que ponto se unia o bom gosto à riqueza na escultura ornamental dos antigos.

O Oráculo de Delfos

O oráculo de Apolo, em Delfos, era o mais famoso da Grécia. Foi o acaso que levou ao descobrimento do lugar em que deveria erguer-se o santuário. Umas cabras errantes nos rochedos do Parnaso, aproximando-se de um buraco do qual saíam exalações malignas, foram tomadas de convulsões. Acorrendo à notícia daquele prodígio, os habitantes da vizinhança quiseram respirar as mesmas exalações e experimentar os mesmos efeitos, uma espécie de loucura misto de contorções e brados, e seguida de dom de profecia. Tendo-se alguns frenéticos atirado ao abismo de onde proviam os vapores proféticos, colocou-se sobre o buraco uma máquina chamada tripé, por três pés sobre os quais pousava, e escolheu-se uma mulher para a ele subir e poder, sem risco, receber a embriagadora exalação.

Na origem, a resposta do deus, tal qual a davam os sacerdotes, era sempre formulada em versos; mas tendo tido um filósofo a idéia de perguntar porque o deus da poesia se exprimia em maus versos, a ironia foi repetida por todos, e o deus passou a falar somente em prosa, o que lhe aumentou o prestígio.

A crença de que o futuro pudesse ser predito de maneira certa pelos oráculos, desenvolveu singularmente na antigüidade a idéia da fatalidade, que em nenhuma parte transparece tão nitidamente como na lenda de Édipo; os seus esforços não conseguem livrá-lo à sentença que lhe foi anunciada pelo oráculo, e tudo quanto ele faz para evitar o destino só lhe acelera os inclementes decretos.

Fonte: www.mundodosfilosofos.com.br

Apolo

Apolo era considerado um ás da pontaria, desde que abatera a serpente Tifão, a fera que perseguira sua mãe, Leto, quando o deus era ainda criança.

Um dia Apolo caminhava pela estrada que margeava um grande bosque, quando se encontrou com Eros. O jovem deus, filho de Afrodite, estava treinando a sua pontaria, solitariamente, em cima de uma pedra.

Sem ser notado, Apolo parou para observar a postura do jovem. Com um dos pés escorado sobre uma saliência da rocha, o deus do amor procurava ganhar o máximo de equilíbrio para assestar com perfeição a pontaria. Seu braço esticado, que segurava o arco, era firme sem ser demasiado musculoso; o outro, encolhido, segurando a flecha, tinha o cotovelo apontado para suas costelas, enrijecendo o seu bíceps; todo o conjunto, desde o porte até a dignidade dos gestos, demonstrava grande elegância, e mesmo os músculos das pernas pareciam distendidos, como a corda presa às duas extremidades do arco.

Apolo não conseguiu deixar de sentir uma certa inveja diante da graça do seu involuntário rival. Não podendo mais se conter, saiu das sombras e revelou ao deus do amor a sua presença.

— Olá, jovem arqueiro. Treinando novamente a sua pontaria? — disse Apolo, pondo um indisfarçado tom de ironia na voz.

— Sim — disse Eros, sem virar o rosto para o outro. — Quer treinar um pouco, também?

Apolo, imaginando que o outro debochava dele, reagiu com inesperada rudeza:

— Ora, e quem vai me ensinar alguma coisa? Você?

Eros, guardando suas setas, já se preparava para se retirar, quando Apolo o provocou novamente:

— Vamos, treine, treine sempre, garotinho, e um dia chegará a meus pés! — disse o deus solar, com um riso aberto de triunfo.

Eros, no entanto, revoltado com a presunção do deus, sacou de sua aljava duas flechas: uma de ouro e outra de chumbo. Seu plano era acertar em cheio o peito de Apolo, com a primeira flecha.

— Vamos provar agora, um pouco, da minha má pontaria! — disse o deus do amor, mirando o coração de Apolo.

Num segundo a seta partiu, assobiando ao vento e indo cravar-se no alvo com perfeita exatidão. Apolo, sem perceber o que atingira seu peito — pois as flechas do deus do amor tornam-se invisíveis assim que atingem as vítimas —, sentou-se ao solo, abatido por um langor nunca antes sentido.

Mas Eros ainda não estava satisfeito. Por isso, enxergando Dafne, a filha do rio que se banhava no rio Peneu, mirou em seu coração a segunda flecha, a da ponta de chumbo, e a disparou. Enquanto a primeira seta provocava o amor, esta, endereçada a Dafne, provocava a repulsa. Assim, Eros dava início à sua vingança.

— Divirta-se, agora! — disse Eros, sumindo-se no céu com seu arco. Apolo, após recuperar suas forças, ergueu-se e entrou no bosque, como que impelido por alguma atração irresistível. Tão logo atravessou as primeiras árvores, seus olhos caíram sobre a bela ninfa, que secava os cabelos, torcendo-os delicadamente com as mãos.

— Se são belos assim em desalinho, como não serão quando arrumados? -perguntou ele, já bobo de amor.

A ninfa, escutando a voz, voltou-se para o lugar de onde ela partira. Assustada ao ver que aquele homem de louros cabelos a observava atentamente, juntou suas vestes e saiu correndo, mata adentro. Apolo, num salto, ergueu-se também.

— Espere, maravilhosa ninfa, quero falar com você.

Nunca em sua vida Dafne havia sentido tamanha repulsa por alguém como sentia pelo majestoso deus solar. O pior e mais feio dos faunos não lhe parecia no momento mais odioso do que aquele homem que a perseguia com fúria.

— Afaste-se de mim! — gritava Dafne, enojada. Apolo, acostumado a ser perseguido por todas as mulheres, via-se agora repelido de forma tão definitiva.

— Por que foge assim de mim, ninfa encantadora? — dizia, sem compreender. Sem saber como agir diante de uma situação tão inusitada, o desnorteado deus pôs-se a falar de si, da sua beleza tão elogiada por todos, de seus dotes, suas glórias, seus tributos e as infinitas vantagens que Dafne teria em juntar-se a ele, o mais cobiçado dos deuses. Mas o mais belo dos deuses desconhecia um pouco a mentalidade feminina, senão teria falado mais da bela deusa em vez de falar tanto de si próprio.

Ao perceber, porém, que a corrida desenfreada da jovem acabaria por deixá-la extenuada, o deus gritou:

— Espere, diminua o seu passo que diminuirei também o meu! A ninfa, reconhecendo a gentileza de seu perseguidor, diminuiu um pouco o ritmo.

Apolo, no entanto, que diante da diminuição da distância vira aumentar os encantos da sua amada, acelerou involuntariamente o seu passo, renovando o terror na amedrontada Dafne.

— Mas que canalha! — indignou-se a ninfa, tomando novo impulso para a corrida, mas já estava exausta e não era páreo para Apolo, o deus do astro que jamais se cansa de percorrer o Universo, todos os dias.

Sentindo um peso nas pernas, Dafne voltou o rosto aterrado para trás e percebeu que as mãos do deus quase tocavam os seus fios de cabelo.

Contornando a mata, retornou outra vez à margem do rio Peneu, clamando pela ajuda do velho rio:

— Socorro, Peneu! Faça com que eu perca de vez esta beleza funesta, já que ela é a causa de todos os meus sofrimentos! — disse, disposta a entregar à natureza todos os seus dons em troca da liberdade.

Dafne, a alguns passos do rio, deu um salto, pretendendo atingir a água. mas seu tornozelo foi agarrado pela mão firme de Apolo, fazendo com que seu corpo caísse sobre a grama verde e fofa das margens. Um suspiro forte escapou de seus lábios entreabertos, com o impacto da queda. Ainda tentou rastejar em direção à água, porém sem sucesso. Apolo, cobrindo-a de beijos, recusava-se a largá-la. Finalmente, com um suspiro de alívio, a ninfa sentiu que seu corpo começava a se recobrir com uma casca áspera e grossa, enquanto seus cabelos viravam folhas esverdeadas. Descolando finalmente seus pés da boca do agressor, Dafne sentiu que eles se enterravam na terra, transformando-se em sólidas e profundas raízes.

Apolo, ao ver que sua amada estava para sempre convertida numa árvore — um loureiro -, ainda tentou extrair do resto de seu antigo corpo um pouco do seu calor, abraçando-se ao tronco e procurando-lhe os lábios. Não encontrou a suavidade do antigo hálito da ninfa, mas apenas o odor discreto da resina.

Apolo, desconsolado, despediu-se levando consigo, como lembrança, algumas folhas, com as quais enfeitou sua lira. Enfeitou também a fronte com estas mesmas folhas, em homenagem a Dafne — a mulher que nunca foi nem jamais será sua.

Fonte: www.mitologiagrega.templodeapolo.net

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