Hércules

História

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Hércules é mais conhecido como o mais forte de todos os mortais, e até mesmo mais forte do que muitos deuses.

Ele foi o último filho mortal de Zeus, e o único homem nascido de uma mulher mortal para se tornar um deus após a sua morte.

Hércules
Hércules – Mitologia Grega

Quem foi

A figura de Hércules, aclamado como herói e depois adorado como deus, talvez corresponda originalmente a uma figura histórica, cuja bravura militar ensejou a lenda homérica de que venceu a morte.

Filho de Zeus, senhor dos deuses, e de Alcmena, mulher de Anfitrião, Hércules (Heracles para os gregos) foi concebido para tornar-se grande herói.

Um engenhoso estratagema de Zeus gerou a oportunidade: visitou Alcmena caracterizado como Anfitrião, enquanto este combatia Ptérela, rei de Tafos, para vingar afronta à família da esposa.

Hera, esposa de Zeus, enciumada com o nascimento de Hércules, pois desejava elevar o primo Euristeu ao trono da Grécia, enviou duas serpentes para matá-lo no berço, mas o herói, com sua força prodigiosa, destruiu-as.

Casado com Mégara, uma das princesas reais, Hércules matou-a, e aos três filhos, num acesso de fúria provocado por Hera.

Para expiar o crime, ofereceu seus serviços a Euristeu, que o incumbiu das tarefas extremamente arriscadas conhecidas como

Os 12 Trabalhos de Hércules:

1) estrangulou um leão, de pele invulnerável, que aterrorizava o vale de Neméia;
2)
matou a hidra de Lerna, monstro de muitas cabeças;
3)
capturou viva a corça de Cerinéia, de chifres de ouro e pés de bronze;
4)
capturou vivo o javali de Erimanto;
5)
limpou os estábulos de três mil bois do rei Augias, da Élida, não cuidados durante trinta anos;
6)
matou com flechas envenenadas as aves antropófagas dos pântanos da Estinfália;
7)
capturou vivo o touro de Creta, que lançava chamas pelas narinas;
8)
capturou as éguas antropófagas de Diomedes;
9)
levou para Edmeta, filha de Euristeu, o cinturão de Hipólita, rainha das guerreiras amazonas;
10)
levou para o rei de Micenas o imenso rebanho de bois vermelhos de Gerião;
11)
recuperou as três maçãs de ouro do jardim das Hespérides, por intermédio de Atlas, que sustentava o céu sobre os ombros e executou por ele esse trabalho, enquanto Hércules o substituía;
12)
apoderou-se do cão Cérbero, guardião das portas do inferno, de três cabeças, cauda de dragão e pescoço de serpente.

Hércules realizou outros atos de bravura e participou da viagem dos argonautas em busca do velocino de ouro.

No fim, casou-se com Dejanira, que involuntariamente lhe causou a morte, ao oferecer-lhe um manto impregnado de sangue mortal, que ela acreditava ser o filtro do amor.

O corpo de Hércules foi transportado ao Olimpo, onde se reconciliou com Hera e casou-se com Hebe, deusa da juventude.

Hércules – Aventura

Hércules
Hércules matando as serpentes

Hércules, em mais uma das suas aventuras, cumpria as tarefas que o Rei Euristeu lhe havia submetido e enfrenta agora um terrível leão que, constantemente, destruía a região de Neméia, matando os habitantes, devorando os rebanhos e destruindo as plantações.

Encontra-o perto de uma caverna a devorar os restos mortais de um humano, mas nem fazendo uso de todas as suas armas o consegue sequer arranhar, chegando à conclusão que o leão é invulnerável.

Durante o ataque, o leão esconde-se na caverna, mas nem assim Hércules o consegue encurralar porque a fera escapa por uma segunda saída, o que obriga o herói a recomeçar a sua caçada.

Desta vez, o nosso herói coloca uma pedra enorme a bloquear essa saída, atrai o leão e consegue fazê-lo entrar novamente na caverna onde o acaba por encurralar, mas agora vai ter de o enfrentar com as únicas armas que realmente funcionam: as mãos, a coragem e a força.

A luta é muito difícil mas Hércules concentra-se e consegue sufocar o monstro, estrangulando-o entre os braços. Tira-lhe a pele e cobre-se com ela, tornando-se assim invulnerável.

Vitorioso, o herói leva o cadáver do leão para Neméia e parte para completar os outros trabalhos que o livrariam da escravidão de Euristeu.

Foi em memória desta grandiosa façanha de seu filho, que Júpiter transformou o animal na constelação de Leão.

Mito de Hércules

Héracles ou Hércules era filho de Zeus e Alcmena, rainha de Tirinto.

Zeus encantado com a beleza de Alcmena a possuiu, tomando a forma de Anfitrião, seu esposo.

Quando Héracles estava para nascer, Zeus profetizou aos Olímpicos que a próxima criança a nascer na Casa de Perseu reinaria sobre toda a região argiva:

Tirinto, Micenas e Midéia. Hera, tomada de ciúmes pelo amor adúltero de seu marido com uma mortal, atrasou o nascimento de Héracles e acelerou o de Euristeu, filho de Nikkipe, para que este usufruisse do poder político que Zeus havia destinado ao filho.

Precocemente, manisfestou-se a natureza semi-divina de Héracles. Hera enviou duas serpentes ao seu berço, mas o bebê pegou cada uma com uma mão e as estrangulou ante os aterrorizados mãe e padrasto.

Anfitrião pressentia algo de especial naquela criança. Chamou Tirésias, o profeta de Zeus, que anunciou que ele livraria a terra e os mares de muitos monstros, venceria os gigantes e, ao final de sua vida, seria recebido no Olimpo. Orgulhoso de seu pretenso filho, Anfitrião encarregou-se de dar-lhe a melhor educação possível e, desde muito cedo, Héracles aprendeu artes marciais.

Entre seus mestres, encontrava-se Lino, filho de Apolo, encarregado de ensinar-lhe música.

Héracles, apesar de habilidoso, não aceitava receber punições. Um dia, Lino o criticou durante uma de suas lições e o jovem, enraivecido, atirou sua lira em sua cabeça, matando-o. Anfitrião, temeroso dos problemas que a força desmedida do garoto pudesse causar, enviou-o aos Montes Citéron, onde vigiaria seus rebanhos.

Héracles cresceu e se tornou o homem mais forte de toda a Grécia, realizando seus primeiros atos de bravura.

Hera, contudo, não estava disposta a ceder. Héracles havia recebido a mão de Megara, filha do rei de Tebas, Creonte, como recompensa por haver liberado os tebanos do pagamento dos onerosos tributos impostos por Ergino, rei dos mínios.

Um dia, a deusa enlouqueceu o herói. Em seu acesso de loucura, Héracles matou seus filhos, queimando-os na frente de Megara. Retornando ao seu juizo, o herói, horrorizado, somente pensou em purificar-se deste terrível crime.

O oráculo de Apolo determinou que ele deveria submeter-se a Euristeu durante doze anos, executando doze trabalhos.

Héracles curvou-se a Euristeu e a todos os seus caprichos, numa tentativa de limpar a própria alma da mancha do crime cometido e tentando livrar-se do remorso que o atormentava. O invejoso monarca não mais precisava temer que Héracles disputasse seu trono e seu poder.

Determinou ao herói, na tentativa de destrui-lo, uma série de trabalhos:

1. Trazer a pele do monstruoso leão da Neméia – Héracles estrangulou a besta e levou a pele como troféu, utilizando as afiadas garras do leão para o desfolar.
2.
Matar a Hidra de Lerna – Como duas cabeças da Hidra nasceriam no lugar de uma cabeça que fosse cortada, Héracles solicitou a ajuda de seu sobrinho Iolau. O herói cortava uma cabeça e Iolau queimava o toco com uma tocha ardente, impedindo o surgimento de novas cabeças.
3.
Capturar viva a corça da Cerinéia.
4.
Capturar vivo o javali de Erimanto – Héracles gritou na entrada da toca do javali, até que o animal saiu correndo disparado e enfurecido. Preso na neve, foi capturado pela rede do herói.
5.
Limpar o estábulo de Augias – Héracles desviou o curso de dois rios, dirigindo-os aos estábulos. A força das águas limpou o chão.
6.
Espantar as estinfálidas: Héracles abateu algumas aves com suas flechas, afugentando as restantes com castanholas de bronze, confeccionadas, para esta finalidade, por Hefestos.
7.
Domar o touro enlouquecido de Creta.
8.
Conduzir a Euristeu as éguas carnívoras de Diomedes.
9.
Satisfazer o desejo da vaidosa filha de Euristeu, presenteando-a com o cinturão de Hipólita, a rainha das Amazonas.
10.
Entregar ao ambicioso Euristeu o gado do gigante Gérion.
11.
Colher as maçãs de ouro das Hespérides – sem saber o que fazer com as frutas, Euristeu entregou-as a Atena que as devolveu às Hespérides.
12.
Submeter o cão Cérbero, guardião dos Infernos, conduzindo-o à superfície. Na execução desta tarefa, o herói venceu Hades, deus dos mortos e seu tio natural, tornando-se imortal.

Após cumprir essas doze tarefas, a escravidão de Héracles a Euristeu terminou.

Não podendo mais viver com Megara, por haver matado seus filhos, consentiu que ela desposasse Iolau, seu sobrinho e companheiro de batalhas.

Depois de outros feitos, Héracles chegou a Calidon, nas terras do rei Eneu, pai de uma moça encantadora chamada Djanira.

Sua beleza atraira, como pretendente, o deus-rio Aquelôo. Djanira, no entanto, recusava-se a se casar com ele.

Héracles também se ofereceu como pretendente.

O rei Eneu, que não queria contrariar nenhum dos dois poderosos seres, prometeu a mão de sua filha ao vencedor em um duelo.

Héracles venceu o confronto, e desposou Djanira, com quem teve um filho, Hilo. Os três seguiram viagem para Tráquis onde vivia um amigo do herói. Quando chegaram ao rio Eveno, encontraram o centauro Nesso que, em troca de uma moeda, atravessava os viajantes pelo rio.

Héracles dispensou a ajuda, mas o centauro transportou Djanira em seus ombros. No meio da travessia, o centauro, enlouquecido pela beleza da mulher, ousou tocá-la de maneira impudica. Héracles ouviu os gritos de sua esposa e, com uma flecha, acertou as costas dele. Esta foi talvez a mais trágica demonstração de sua ira, pois o manhoso centauro, antes de morrer, disse a Djanira que guardasse seu sangue e o usasse em um encantamento para manter para sempre o amor do herói. Djanira teceu uma bela camisa que banhou com o sangue do centauro morto.

Héracles realizaria um sacrifício aos deuses, em agradecimento à uma vitória conquistada e Djanira enviou-lhe o presente. Ao vestir a camisa o herói foi tomado de dores terríveis e feridas incuráveis. Chegara o fim do grande guerreiro.

Djanira, tomada de remorsos, suicidou-se. Héracles, agonizante, pediu que o levassem ao monte Eta para cumprir a previsão de um oráculo, segundo a qual, ele terminaria seus dias naquele monte. Mandou que erguessem uma pira onde seu corpo seria queimado, antes mesmo de sua morte. Sobre esta pira deitou-se o herói. Enquanto as chamas ardiam, raios de sol brilharam no céu, fortalecendo as labaredas, e uma nuvem de fumaça cobriu a pira, enquanto trovões soavam no firmamento. Quando seus companheiros buscaram os restos do herói entre as cinzas, nada foi encontrado. Seu corpo ascendera ao Olimpo.

Hércules foi aceito como um dos imortais, e a própria Hera, finalmente, aceitou sua presença, apaziguando sua ira. Heracles recebeu a mão da deusa Hebe, da eterna juventude, como sua esposa.

Fonte: www.nomismatike.hpg.ig.com.br/www.geocities.com

Hércules

Hércules – Sua morte

Num ímpeto de loucura Hércules havia matado Ifitus, e por isso fora condenado pelos deuses a tornar-se escravo da lendária rainha Onfale, da Lídia. Os escritores gregos descrevem o herói continuando suas proezas, apesar de seus amores com a soberana, a qual, admirando sua coragem, lhe teria devolvido a liberdade.

Segundo os latinos, enquanto cumpria essa pena Hércules se apaixonou por Onfale, a ponto de, esquecido de sua própria condição de herói viril, ficar vestido de mulher, fiando lã a seus pés.

Livre da pena, Hércules desposou Djanira, filha de Eneu, rei da Etólia, com a qual viveu em paz durante três anos. Numa ocasião em que viajava com a esposa, os dois chegaram a um rio onde o centauro Néssus transportava os viajantes mediante pagamento.

Hércules o vadeou, mas encarregou Néssus de transportar Djanira. Ao fazê-lo, o centauro tentou fugir com ela, porém Hércules, alertado pelos gritos da esposa, disparou uma flecha que atingiu o coração de Néssus.

Moribundo, o centauro disse a Djanira para recolher uma porção do seu sangue e guardá-la, pois o mesmo serviria de feitiço para conservar o amor do marido.

Djanira assim o fez, e não demorou muito tempo para chegar a ocasião em que ela entendeu que precisava se valer do recurso. Em uma de suas expedições vitoriosas, Hércules aprisionara uma linda donzela chamada Iole, por quem parecia estar muito mais interessado do que sua esposa achava razoável. Certa manhã, quando ia oferecer sacrifícios aos deuses, o herói pediu que Djanira lhe mandasse uma túnica branca para usar na cerimônia, e esta, achando que aquele era o momento oportuno para experimentar o feitiço, embebeu a peça de roupa no sangue de Néssus, tendo o cuidado de eliminar os sinais de sangue.

Mas o poder mágico permaneceu, e logo que a túnica se aqueceu ao contato de Hércules, o veneno penetrou em seu corpo, provocando-lhe dores terríveis.

Desesperado, Hércules agarrou Licas, que lhe levara a túnica fatal, e o atirou ao mar, enquanto procurava arrancar do corpo a roupa envenenada. Mas não conseguia fazê-lo, porque ela de tal forma se lhe colara à pele que só saía com pedaços de sua própria carne. Nesse estado ele foi levado para casa, de barco, e Djanira, ao ver o que fizera, não suportou a angústia e enforcou-se.

Então, preparando-se para morrer, Hércules subiu ao monte Eta e lá construiu uma pira funerária de árvores: deu o arco e as flechas a Filocretes, deitou-se na pira, apoiou a cabeça na clava, cobriu-se com a pele de leão, e com a fisionomia serena, assim como se estivesse à mesa de um festim, mandou que Filocretes aplicasse a chama da tocha à pira. O fogo se espalhou com rapidez, e em pouco tempo envolveu tudo.

Os próprios deuses ficaram perturbados ao verem o fim do herói terrestre, mas Zeus (Júpiter), com fisionomia jovial, assim se dirigiu a eles:

Sinto-me satisfeito ao ver vossas fisionomias, meus príncipes, e feliz ao perceber que sou rei de súditos leais, e que meu filho goza de vossa simpatia. Se bem que vosso interesse por ele provenha de seus nobres feitos, isso não é menos grato para mim. Posso voz dizer, porém, que não há motivos para temor. Aquele que venceu tudo, não será vencido por aquelas chamas que vedes crepitar no monte Eta. Apenas pode perecer sua parte materna, pois a que ele recebeu de mim é imortal. Eu o trarei até as praias celestes, e peço-vos que o recebais com benevolência. Se algum de vós se sente ofendido pelo fato de ele haver alcançado essa honra, ninguém poderá negar, porém, que ele a merece.

Os deuses deram o seu consentimento. Hera (Juno) ouviu com certa contrariedade as últimas palavras, que lhe eram dirigidas em particular, mas não bastante para lamentar a resolução do marido. Assim, quando as chamas consumiram a parte materna de Hércules, a parte divina, em vez de ser afetada, pareceu receber maior vigor, assumir um porte mais altivo e maior dignidade. Júpiter envolveu-o numa nuvem e o levou num carro puxado por quatro cavalos, para morar entre as estrelas. E quando Hércules tomou seu lugar no céu, Atlas sentiu aumentar o peso do firmamento.

Fernando Kitzinger Dannemann

Fonte: www.fernandodannemann.recantodasletras.com.br

Hércules

Ouviu-se um enorme alarido, gritos altíssimos, um veloz tropel de passos apressados, baques de portas batidas, tudo quebrando subitamente o sossego e o silêncio que reinavam no Palácio Real de Tebas. Rostos ansiosos surgiram às janelas e aias acorriam, aflitas, com os olhos esbugalhados de pavor.

Que aconteceu ? Os inimigos penetraram na cidade? O Paço pegou fogo?

O tumulto prorrompera justamente nos aposentos da rainha Alcmena, onde dormia o pequeno Hércules, o filho que nascera poucos dias antes. Célere, a notícia correu por toda a Corte. A ama, ao entrar no quarto do menino, para amamentá-lo, encontra-o sentado no berço, com punhos fechados em redor do pescoço de duas cobras enormes, que ele estrangulara silenciosamente. Que aconteceria com aquele menino, quando crescesse, pois já era capaz de tais proezas ? Um herói, certamente, e um herói bem temível, se sua força crescesse na proporção da idade.

Realmente, depois dessa sua formidável estréia, Hércules continuou a assombrar amigos e preceptores: comia por vinte homens, bebia feito um odre, arrancava árvores somente para brincar, lutava vitoriosamente com touros e leões.

O sábio centauro Quiron ensinou-lhe a arte da caça e a manejar a lança e o arco; Lino, um velho filósofo, tornava-o ao mesmo tempo hábil na retórica, na poesia e na música. Todavia, quanto mais Quiron se orgulhava de seu aluno, tanto mais Lino o considerava fraco e apático, de maneira que censuras e punições choviam sobre o discípulo. O rapaz, já dera mostras bem cedo, era de temperamento impulsivo. Aconteceu, então, que, um dia, após a milésima repreensão do mestre, ele sentiu o sangue ferve-lhe nas veias, apanhou a cítara e deu com ela na cabeça do desventurado filósofo. Sob o tremendo golpe, Lino tombou ao chão, sem um gemido, morto.

A mágoa de Hércules foi imensa. Não sabendo como expiar seu crime involuntário, foi a Delfos, consultar o oráculo de Apolo. Este, porém, foi explícito.

Hércules devia ir servir seu irmão Euristeu, rei de Micenas, e obedecer-lhe cegamente.

Euristeu era, ao contrário de Hércules, débil, medroso, maligno. Quando se encontrou diante do gigantesco irmão, tremeu de pavor, supondo-o um provável concorrente ao trono.

Resolveu, portanto, desembaraçar-se dele, confiando-lhe tarefas tão difíceis que exporiam a morte certa.

Tais tarefas ficaram sendo denominadas “Os 12 Trabalhos de Hércules”.

A primeira coisa que lhe ordenou foi trazer-lhe a pele do “Leão de Neméia”, uma fera que assolava as montanhas da Argólida.

Hércules ouviu as ordens e retirou-se.

Dois dias depois, reapareceu, sujo de sangue e poeira, e atirou aos pés do rei a enorme juba dourada.

Mas Euristeu já planejara outra tarefa: matar a Hidra de Lerna, um monstro de sete cabeças, que vomitava veneno.

Hércules descobriu-o nos pântanos em que vivia, conseguiu decepar-lhe as cabeças, que tornavam a crescer assim que eram cortadas e abateu-o definitivamente. Antes de retirar-se, porém, embebeu suas flechas no sangue da Hidra, tornando-as assim, venenosíssimas.

Regressando a Micenas, o herói precisou partir quase logo para o país das Amazonas, as terríveis mulheres guerreiras. Competia-lhe arrancar o cinto de ouro da rainha Hipólita e entregá-lo a Euristeu. Desta vez, a empresa foi muito mais dura, porque a resistência oposta pelas Amazonas foi tenacíssima, mas, finalmente, a clava de Hércules derrubou todos os obstáculos. Depois deste trabalho, o filho de Alcmena teve que capturar o gigantesco javali Erimanto e, a seguir, matar um touro selvagem, que devastava as montanhas de Creta, e, também alcançar, na corrida, a “corça de pés de ouro”, Cerinítica; liquidar com os pássaros do lago Estinfale, de bicos de aço, e apoderar-se dos bois do gigante Gerionte. Euristeu já estava perdendo a esperança de desembaraçar-se do incômodo servidor, mas impôs-lhe, ainda, a obrigação de limpar as estrebarias de Áugias, rei da Élida que estavam transbordando de estrume.

Hércules desviou o curso do rio Alfeu, que corria nas proximidades, fazendo com que as águas levassem consigo todo o esterco. O rei ordenou-lhe, outrossim, a captura das éguas antropófagas de Diómedes, rei da Trácia, e Hércules conseguiu-o, dando-lhe, antes, como alimento o próprio Diómedes, e levando-as à presença do irmão, completamente domadas. Em seguida, Euristeu mandou-o ao Jardim das Hespérides, em busca dos pomos de ouro que ali cresciam.

Nessa tarefa, Hércules somente triunfou após enganar o gigante Atlas, que desejava ludibriá-lo. Finalmente, farto de vê-lo regressar sempre vitorioso, Euristeu impôs ao herói, como último trabalho, que lhe trouxesse Cérbero, o medonho cão de três cabeças, que guardava a entrada do Inferno. Algumas semanas depois, o filho de Alcmena reapareceu em Micenas, arrastando consigo o monstro, preso à corrente e uivando de raiva. O prazo imposto pelo oráculo estava terminado.

Além desses “12 trabalhos”, Hércules praticou outras façanhas.

Estrangulou, nos braços, o gigante Anteu, filho da Terra; exterminou o bandido Caco: livrou Hesíone do monstro que a ia devorar; separou os montes Calpe e Abila (chamados, depois, “colunas de Hércules”); libertou Prometeu, acorrentado no Cáucaso; venceu o rio Aquelos, além de outras aventuras.

Já senhor de si, Hércules passou a correr mundo, punindo os prepotentes e os malvados. Suas numerosas proezas lhe haviam granjeado uma enorme fama, tanto na terra como no Olimpo, mansão dos Deuses.

Quando resolveu casar-se, escolheu a mais bela e a mais bondosa das princesas: Dejanira, filha de Eneu, rei de Calidon. Celebradas as núpcias, os noivos seguiram para Tebas. Após alguns dias de viagem, pararam junto às margens do rio Eveno, que transbordara devido às fortes chuvas recentes, e pediram o auxílio do centauro Nesso, que ali desempenhava as funções de atravessador. Em primeiro lugar, passou Dejanira, que se agarrou às largas costas do centauro, mas este, improvisadamente apaixonado por ela, ao chegar à outra margem, sacudiu a água de cima de si e partiu a galope.

Mas Hércules velava: seu arco funcionou fulmíneo, com um tremendo silvo, e o raptor tombou num lago de sangue, varado por uma flecha.

Antes de morrer, porém, Nesso murmurou a Dejanira: “Banha tua túnica em meu sangue, princesa; e se algum dia duvidares da fidelidade de teu marido, faze com que ele a vista, pois te amará novamente.” Dejanira, sem refletir, obedeceu, e escondeu a túnica embebida de sangue do moribundo centauro.

Passaram-se muitos anos. Um dia, a profecia de Nesso se concretizou e Dejanira, louca de ciúmes, ofereceu ao marido a túnica purpúrea, esperando obter o efeito desejado.

Mas, assim que a vestiu, Hércules sentiu que a túnica o queimava qual uma fogueira: o veneno da Hidra de Lerna, que passara para o sangue do centauro, abrasava-lhe a pele. Gritando de dor, sentindo a proximidade da morte, o filho de Alcmena erigiu uma imensa pilha de lenha, subiu ao alto dela e, dizendo adeus à esposa desesperada e aos amigos, expirou, após ele mesmo ter ateado fogo à pira. Já as primeiras línguas de chamas lambiam o corpo exânime do herói e um irresistível fulgor cegou os olhos dos presentes.

Era a alma de Hércules que ascendia ao céu, rumo às glórias do Olimpo, para a companhia dos deuses.

Fonte: greek.hp.vilabol.uol.com.br

Hércules

Hércules – Origem

Hércules
Hércules – Mitologia Grega

Héracles dos gregos, gigante filho de Alcmene, que houvera de Júpiter disfarçado no seu legítimo esposo, Anfitrião, que se achava ausente na guerra de Tebas.

Ao nascer, Júpiter, para torná-lo imortal, aproximou-o dos seios de Juno, quando esta deusa dormia, e fê-lo mamar. A criança sugou com tal violência, que o leite da deusa continuou a correr depois da mamada; e as gotas caídas formaram, no céu, a via láctea e, na terra, a flor de lis.

Foi Hércules o mais célebre dos heróis da mitologia greco-romana, símbolo do homem em luta com forças da natureza. Desde que nasceu teve de vencer as perseguições da ciumenta Juno.

Assim é que, apenas com alguns dias de existência, estrangulou, a mãos desarmadas, duas serpentes que a deusa mandara ao seu berço para o devorarem.

Quando homem, salientou-se pela sua musculatura de aço e invencível força. Tendo, em acesso de loucura, assassinado sua mulher Megéra, e os filhos dela havidos, Hércules foi a Delfos e consultou Apolo sobre o meio de expiar esse crime. Respondendo, o oráculo aconselhou-o a servir, durante nove anos, ao seu primo Euristeu, rei lendário de Micenas e de Tirinto. Apresentando-se ao serviço, o rei, insinuado por Juno, que não cessava de perseguir os filhos adulterinos de Júpiter, impôs-lhe, com oculta intenção de eliminá-lo, doze perigosíssimas tarefas, das quais o herói saiu vitorioso.

Assim é que:

No Peloponeso, estrangulou o famoso leão, terror do vale de Neméa, e, tirando proveito da façanha, cobriu seus ombros com a pele do animal, tornando-os invulneráveis;
matou a Hidra de Lerna, monstro de sete cabeças, flagelo de Argélida, e as suas flechas, mergulhadas no sangue da vítima, daí por diante, só produziam feridas mortais;
capturou vivo o javali de Eurimanto que assolava os arredores. Euristeu ao ver o animal no ombro do herói, teve tal pavor, que foi se ocultar sob uma cuba de bronze;
alcançou, na carreira, a corça de pés de bronze;
matou, a flechadas, as aves do lago Estínfale ( Stymphale ), monstros cujas asas, cabeça e bico eram de ferro, e que, pelo seu gigantesco tamanho, interceptavam, no vôo, os raios do sol;
subjugou o touro de Creta, terror da cidade, mandado por Netuno contra Minos;
castigou o sanguinário Diómedes, filho de Marte, possuidor de cavalos que vomitavam fumo e fogo, e aos quais ele dava a comer os estrangeiros que a tempestade arrolava à costa do seu país. O herói subjugou-o e o entregou à voracidade dos furiosos animais;
guerreou e venceu as amazonas, raptou-lhes a rainha Hipólita, e apossou-se do cinturão mágico que lhe cingia a cintura;
limpou, em um dia, os currais de Aúgias, que continham três mil bois e que, havia trinta anos, não se limpavam;
10º
matou o gigante Gerion, monstro de seis corpos e seis asas, e tomou-lhe os bois que se achavam guardados por um cão de duas cabeças, e um dragão de sete;
11º
colheu os pomos de ouro do jardim das Hespérides, depois de matar o dragão de cem cabeças que os guardava. Segundo alguns, o dragão foi morto por Atlas, a seu pedido, e, durante o trabalho, ele sustentou o mundo nos ombros; e
12º
desceu ao palácio de Hades, nos infernos, e de lá trouxe, vivo, Cérbero – célebre cão trifauce.

Depois de todos esses trabalhos, Hércules entregou-se, espontaneamente, a muitos outros, na defesa dos oprimidos: matou, no Egito, o tirano Busíris que cruelmente sacrificava todos os estrangeiros que aportavam aos seus Estados; tendo encontrado Prometeu acorrentado, por ordem de Júpiter, no cume do Cáucaso, entregue à voracidade de um abutre que lhe devorava fígado, libertou-o; estrangulou o gigante Anteu que, em luta, recuperava a força sempre que conseguia tocar, com os pés, o solo, etc…

Entre as façanhas de Hércules, conta-se ainda haver ele separado os montes Calpe ( da Espanha ) e Ábila ( da África ), que antes se achavam unidos, abrindo assim o estreito de Gibraltar. Depois disso, ele disputou com o terrível Aquelos, a posse de Dejanira, filha de Eneu, rei da Etólia.

Como a princesa lhe desse preferência, Aquelos, furioso, tranformou-se em serpente, e investiu contra ele; repelido, tranformou-se em touro, e de novo arremeteu; mas o herói enfrentou-o, pela segunda vez, quebrou-lhe os chifres, e desposou Dejanira. Em seguida, tendo de atravessar o rio Eveno, pediu ao Centauro Nesso que conduzisse Dejanira ao ombro, enquanto ele faria a travessia a nado. No meio do caminho, tendo Nesso se recordado de uma injúria que outrora lhe fora dirigida por Hércules, resolveu, por vingança, raptar-lhe a esposa, passando, com esse intuito, a galopar rio acima.

O herói, tendo percebido as suas intenções, aguardou que ele alcançasse terra firme, e então atravessou-lhe o coração com uma das flechas envenenadas.

Nesso tombou, e, ao expirar, deu a Dejanira a sua túnica manchada do sangue envenenado, convencendo-a de que seria, para ela, um precioso talismã, com a virtude de restituir-lhe o esposo, se este viesse, em qualquer tempo, a abandoná-la.

Mais tarde, Hércules apaixonou-se pela sedutora Iole, e se dispunha a desposá-la, quando recebeu de Dejanira, como presente de núpcias, a túnica ensangüentada, e, ao vestí-la, o veneno infiltrou-se-lhe no corpo; louco de dores, ele quis arrancá-la, mas o tecido achava-se de tal forma aderido às suas carnes, que estas lhe saíam aos pedaços. Vendo-se perdido, o herói ateou uma fogueira e lançou-se às chamas. Logo que as línguas de fogo começaram a serpentear no espaço, ouviu-se o rebumbar do trovão. Era Júpiter que arrebatava seu filho para o Olimpo, onde, na doce tranqüilidade, recebeu Hebe em casamento.

Fonte: mithos.cys.com.br

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