Avô

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ROSTO de velho a trescalar meiguice
Dos lábios, da expressão, dos olhos francos;
Alma de avô, que sente a meninice
Voltar-lhe a rir sob os cabelos brancos.

Entre os netinhos meigos, contemplai-o:
Enche-lhe a face um resplendor de aurora,
E alegria e afeição – trêmulo raio
De sol, que ao fim do dia os céus colora.

Há que tempo se foram risos, graças
Da juventude, rápidos, voando!
E as fibras, sem calor, penderam lassas,
E o desânimo veio brando e brando…

Foi-se-lhe tudo o que sonhara, tudo:
Aspirações, ideal, ledas quimeras;
E ele quedou-se frio, o olhar desnudo
Das miragens e sonhos de outras eras.

Onde morava o riso, veio o pranto;
E a robustez dos músculos em breve
Foi-se afrouxando mole, e, todo o encanto
Da vida se desfez em fumo e neve.

No entanto, ei-lo a sorrir todo ternura;
Ei-lo desfeito em bençãos e carinhos,
– Espelho de antiquíssima moldura –
Reflete o gozo puro dos netinhos.

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