O Almoço

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“VOU almoçar, Mimi.
Não sejas imprudente: espera; espera.
Depois serás servida, e mais Peri.
A muita pressa em males degenera.

“Eu sou capaz até,
Vendo esse feio e inesperado aspecto,
De enxotar-vos, amuada, com o pé,
E retirar-vos todo o meu afeto.

“Ambos vós, por um triz,
Não vos meteis, comendo, no meu prato…
Sois grosseiros, intrusos e incivis,
E eu não tolero nunca um desacato.”

Mimi volve-me, então,
Sua carinha esperta e buliçosa.
“Compreendo: estás dizendo, e com razão,
Que achas a minha sopa apetitosa.

“E tu, Peri, também;
Mas conservas-te a um lado, e te contentas
Em lamber o focinho, abrindo bem,
Para sentir-lhe o cheiro, as largas ventas.

“Estais com pressa, enfim;
Mas eu fico zangada e ensaio um momo,”
Se vejo algum dos dois, junto de mim,
Faminto, olhando fixo o que eu como.

Que feio é ser voraz!
“Postar-se a gente assim, cheia de gula,
Com esse modo com que agora estás,
Peri, e que o teu preço todo anula!

“Detesto a impolidez.
Agora almoço eu. Ficai quietinhos.
Depois e, cada um por sua vez,
Tereis vosso quinhão, meus amiguinhos.”

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