Mapinguari

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Gigante, com pelos negros e fome insaciável.

Boca rasgada do nariz ao estômago, num corte vertical de lábios rubros de sangue.

Seus pés têm forma de cascos.

Devora só a cabeça do homem.

Monstro amazonense.

Fonte: ifolclore.vilabol.uol.com.br

Mapinguari

O mapinguari é um animal fabuloso, humanóide e todo cabeludo. Seus pelos o tornam invulnerável à bala, exceto na parte correspondente ao umbigo. Segundo a lenda, é um terrível inimigo do homem, de quem devora somente a cabeça.

Em uma história contada por Câmara Cascudo, um mapinguari, macacão enorme, peludo como um coatá (Ateles marginatus, macaco do Pará), com pés de burro virados para trás, trazia debaixo do braço um pobre homem, morto, gotejando sangue. O monstro, com unhas que pareciam de onça, começou a arrancar pedaços do desgraçado e metia-os na boca, grande como uma solapa, rasgada à altura do estômago.

A maioria dos que dizem ter visto o mapinguari o descrevem como uma criatura alta, que atingiria dois metros de altura quando se põe sobre as duas pernas. Ele também emitiria um cheiro muito forte e extremamente desagradável. Para uns, ele é coberto de pelos, porém usa uma armadura feita do casco da tartaruga, para outros, a sua pele é igual ao couro de jacaré. Há quem diga que seus pés tem o formato de uma mão de pilão.

O mapinguari emite um grito semelhante ao grito dado pelos caçadores. Se alguém responder, ele logo vai ao encontro do desavisado e o ataca e devora, começando pela cabeça. Poucos conseguem sobreviver a um encontro com esse animal e, quando isso acontece, geralmente ficam aleijados ou com marcas horríveis pelo corpo.

Dizem que o mapinguari só percorre a floresta durante o dia, porque prefere dormir e descansar durante a noite, mas também existe a versão de que ele só pode ser visto em feriados e dias santos. Em suas andanças esse bicho segue gritando, quebrando galhos e derrubando árvores, deixando atrás de si um rastro de destruição.

Segundo o pesquisador David Oren, uma explicação lendária para o Mapinguari é que seria um índio, um pajé que descobriu o segredo da imortalidade, mas o preço que ele pagou por isso foi se transformar num animal horrível e fedorento.

Segundo Domingos Parintintin, cacique de uma tribo amazônica, a única maneira de matar o mapinguari é dando uma pancada na cabeça do animal. Porém, ele afirma que o melhor a fazer é subir em uma árvore e se esconder, em vez de tentar matá-lo, já que a criatura tem o poder de fazer a vítima ficar tonta e “ver o dia virar noite”.
Mapinguari e Preguiças gigantes

O ornitólogo estadunidense David Oren, ex-diretor de pesquisa no Museu Emílio Goeldi, em Belém, acredita que a lenda do mapinguari é baseada no contato de humanos tiveram com os últimos representantes de preguiças-gigantes que habitavam o solo, que talvez ainda existissem na Amazônia. Procurou-os por mais de vinte anos, sem resultado.

Cerca de 100 pessoas disseram para Oren ter tido contato ou pelo menos ter ouvido o grito do Mapinguari, e 60 são testemunhas que dizem ter visto o animal. Algumas afirmam te-lo matado, mas não conseguiram chegar perto porque ficaram embriagadas, desnorteadas e intoxicadas com o fedor.

Um seringalista chegou a oferecer uma recompensa para quem matasse o bicho, e um seringueiro entrevistado por Oren afirma que o matou, mas não conseguiu chegar perto para tirar uma amostra de cabelos e unhas para levar para o dono do seringal. Ele tirou a camisa e a envolveu no pescoço, tapando o nariz, mesmo assim ficou embriagado. A sorte dele é que estava acompanhado de um amigo que havia corrido assim que o bicho apareceu. O amigo serviu de guia para abandonar o local depois.

Histórias análogas são contadas na Patagônia argentina. Na década de 1890, o explorador argentino Ramon Lista disse ter encontrado um grande animal desconhecido ao caçar na Patagônia. Tentou atirar, mas as balas aparentemente não fizeram efeito. O paleontólogo Florentino Ameghino, ou ouvir a história de Lista, ligou-a a relatos nativos dos indígenas da Patagônia, sobre um animal semelhante em cuja pele as flechas penetravam com dificuldade. Pedaços de pele de preguiças pré-históricas que foram preservados mostram ossículos dermais que podem tê-las protegido contra predadores e, possivelmente, também as protegeriam de flechas e balas. Ameghino chamou a suposta preguiça gigante moderna de Neomylodon listai em homenagem a Lista.

Sites de criptozoologia frequentemente identificam o mapinguari com o Megatério, a maior das preguiças gigantes. Esse animal de quatro toneladas ou mais, 6 metros de comprimento e mais 3 metros de cauda era grande demais para ser relacionado à lenda, mas houve dezenas de outros gêneros e centenas de espécies de preguiças terrestres, incluindo muitas espécies de tamanho adequado e que sobreviveram até tempos suficientemente recentes (cerca de 8.000 a.C.) para terem sido vistas pelos ancestrais dos ameríndios e, talvez, sobreviverem em seu folclore. O Mylodon, preguiça gigante da Patagônia, pesava cerca de 300 kg, tinha 3 metros de comprimento e seus subfósseis (incluindo pedaços de pele congelada) foram encontrados em cavernas associadas a ocupação humana. Pelo menos uma espécie, Megalocnus rodens, de até 90 kg, parece ter sobrevivido nas montanhas de Cuba até o século XVI, a julgar por subfósseis encontrados na região.

Referências

Luís da Câmara Cascudo. Dicionário do folclore brasileiro. São Paulo: Global, 2000.
Elson Martins, “Verdades, sustos e mentiras sobre o Mapinguari da Amazônia”
The New York Times: Cientistas tentam encontrar “monstro da Amazônia”
Mapinguari and Giant Ground Sloth Stamps
Pará, Cultura, Flora e Fauna: Mapinguari
The Feral World: And here’s the mapinguari!

Fonte: pt.fantasia.wikia.com/

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