Culinária Afro-Brasileira

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Uma das heranças mais importantes da inserção dos negros na sociedade brasileira está na gastronomia. Entretanto, muita gente, como boa parte da população brasileira e principalmente os nossos negros desconhecem ou “acostumaram” a ignorar o fato.

O negro é história no Brasil, e sua história é cultura, é saber, é aprender, que para nosso conhecimento e desenvolvimento social e cultural, infelizmente não estudamos e nem ensinamos nas escolas.

Apesar da lei de nº 10.639 que altera a lei nº 9394-96, ou seja, modifica a Lei das Diretrizes e Bases da Educação incluindo a cultura afro-brasileira, ainda não há, ao meu modo de ver, um “reconhecimento” do vigor da mesma e nem uma exigência de sua aplicação nas escolas.

Não sei se é por falta de informação da população, ou talvez de uma mobilização da etnia negra com seus direitos, ou então, é por mera displicência dos orgãos legisladores, ninguém enfatiza a importância didático – pedagógica da cultura negra no país, que por lei, vigora nos PCNs (parâmetros curriculares Nacionais), mas por algum “descuido”, não prevalesce como devia prevalescer nos estabelecimentos de Ensino.

Enfim! Nosso recado esta dado, e como parte dessa luta, dessa história, dessa “vitória”, aí vai um pouco da nossa cultura negra para dentro das salas de aulas, de cada escola desse Brasil.

A seguir iniciaremos uma prévia sobre a arte, a cultura e os sabores da culinária africana e no decorrer da pesquisa, sua influência na cozinha brasileira. Logo após, mensalmente, uma dica culinária da D.na Marina, com receitas maravilhosas para a Nossa Cor.

Bom proveito a todos! DA OPRESSÃO À CRIATIVIDADE ara entendermos como a técnica culinária dos africanos desenvolveu-se no país, precisamos primeiro entender sua condição de escravo no período colonial.

Aprisionados na África e viajado em péssimas condições até chegar ao Brasil, os negros não traziam consigo nenhuma bagagem e nem tão pouco ingredientes culinários nos bolsos. Porém, por outro lado uma grande bagagem etnocultural consigo.

Da necessidade de improvisação para alimentarem-se no novo território, que, por sua vez, tinha uma estrutura bem pouco eficaz, surgiu a própria maneira de cozinhar, preparar, improvisar e principalmente reiventar sua arte de cozinhar, pois até mesmo a elite da época, tinha de importar vários gêneros, devido a precariedade de desenvolvimento e produtividade da terra.

Os colonizadores vieram sem suas mulheres e na supra das necessidades que incumbiam á mulher, usavam as negras para diversos serviços como, lavar, passar, cozinhar, servir, e muita vezes atender as necessidades sexuais dos opressores.

Nos engenhos de açúcar, para onde foram levados os escravos, as negras eram responsáveis pela alimentação dos senhores brancos, e passaram a adaptar sua arte culinária aos ingredientes da colônia que ali dispunham.

Com a necessidade de suprir a colônia e a sua própria demanda, os negros tiveram que reinventar a sua arte de cozinhar na terra brasilis.

Na carência de alimentos e ingredientes típicos de sua cultura, improvisavam com os que encontravam aqui. A mandioca por exemplo, era utilizada quando não tinha o inhame. Na falta das pimentas que utilizavam na África, aproveitavam o azeite-de-dendê, que já conheciam da sua terra. As primeiras arvores chegaram aqui em meados do sec XVI.

Sementes, raízes, folhas, frutas e tudo que pudesse suprir a carências dos alimentos na colônia e nas senzalas, passaram a dar um novo sabor na sua arte de cozinhar e assim, na própia cozinha brasileira, que essencialmente com a incorporação de animais que a dieta africana trazia em seus cardápios, previlegiava a mesa dos Senhores nas colônias. Adeptos da caça, utilizaram os animais que encontravam no estranho território como, tatus, lagartos, cutias, capivaras, preás e caranguejos. Os animais eram muitos frequentes nos cardápios das senzalas e praticamente passou a incorporar os cardápios dos colonizadores.

Da Culinária Afro-Brasileira é muito comum o uso do caldo dos alimentos, pois ele é um item fundamental no preparo de outros, como por exemplo, sua mistura com a farinha.

Proveniente tanto do próprio alimento assado ou cozido, quanto do alimento preparado com água e sal, o caldo deu origem a pratos típicos da cozinha brasileira, como o Angu (caldo com farinho de milho), e o pirão (caldo com farinha de mandioca), já conhecido pela cultura indígena.

O modo africano na arte de cozinhar e temperar incrementou elementos culinários de portugueses e indígenas, recriando tanto sua própria arte de cozinhar, quanto a propria forma á cozinha brasileira.
Dos pratos portugueses era comum as galinhas e os ovos nas dietas dos escravos doentes, pois os opressores acreditavam que fossem alimentos revigorantes. Com o passar dos tempos, a galinha passou a ser incluída nas cardápios afro-brasileiros. Assim, desenvolveram-se pratos típicos da cozinha brasileira, como o vatapá e o xinxim, resistentes até hoje, nos cardápios típicos regionais do país.

Dos pratos indígenas, a Culinária Afro-Brasileira além de diversas ervas, frutas e raízes, utilizou a mandioca. Um dos pratos afro-indígena brasileiro bem popular é o caruru. Feito apenas de ervas socadas ao pilão. Com o passar dos anos ganhou outros ingredientes, como peixe e legumes cozidos.

Na cozinha afro-brasileira, além do popular acarajé, feito da mistura de feijão-fradinho, azeite-de-dendê, sal, cebola, camarões e pimenta, é comum encontramos a pamonha de milho, originado de um prato típico africano, o acaçá.

A Vinda dos africanos ao país, não significou somente a inclusão de formas de preparo e ingredientes na cozinha colonial, por sua vez, brasileira. Representou também a transformação da sua própria arte de cozinhar. Muitos dos pratos africanos reinventados com os ingredientes brasileiros, retornaram com um novo sabor para culinária africana. Hoje vários pratos típicos da Culinária Afro-Brasileira compreendem a culinária do continente africano.

Portanto, tanto os alimentos e ingredientes, quanto tudo que concerne da arte e cultura dos africanos que vieram para o Brasil na epoca da escravidão africana, durante o periodo de colonização, foi determinante para “explicar” o desenvolvimento da nossa cozinha brasileira e consequentemente a própia gastronomia afro-brasileira.

Fonte: nossacor.ubbihp.com.br

Culinária Afro-Brasileira

Na época das grandes navegações, Portugal vivia de forma pioneira o fenômeno da globalização, lançando-se mar ao encontro da ampliação comercial, da conquista de novas rotas em busca de alimento e especiarias. Sem duvidas, as grandes matrizes da diversa e variada cozinha brasileira está em um Portugal ampliado com a África, com o Oriente e com as centenas de culturas indígenas.

Pode-se caracterizar a cozinha de herança africana no Brasil como adaptativa, criativa e legitimadora de muitos produtos africanos e não africanos que foram incluídos regionais e em outros de presença nacional. O nosso tão celebrado coco-verde vem da índia, passando antes pela África Oriental, África Ocidental, Cabo Verde e Guiné para então fixar-se no Nordeste brasileiro.

O dendê é uma das marcas da cozinha genuinamente africana no Brasil e o dendezeiro é sagrado para os Ioruba, sendo conhecido como igí-opé . A mundialização sempre aconteceu na boca.

Por volta do século 16 a alimentação cotidiana na África, que foi incorporada à comida brasileira pelos escravos, incluía arroz, feijão, sorgo, milho e cuscuz. A carne era predominantes de caça (antílopes, gazelas, búfalos e aves).

Os alimentos eram preparados assados, tostados ou cozidos. Feijão variados, inhames, quiabos, acréscimos de camarões defumados, gengibre, pimentas e óleos vegetais como o azeite-de-dendê fazem a base de uma mesa em que vigoram acarajés, abará, vatapás de peixe e galinha, bobós, carurus, entre tantos outros pratos.

Ainda os cardápios sagrados dos terreiros de candomblé trazem alimentos como o ipeté, amalá acaçá e bebidas como aluá, feito de milho rapadura, gengibre e água. A alimentação dos escravos nas propriedades ricas incluía canjica, feijão-preto, toucinho, carne-seca, laranjas, bananas, farinha de mandioca e o que conseguisse pescar e caçar; e nas pobres era de farinha, laranja e banana.

Os temperos utilizados na comida eram o açafrão, o óleo de dendê e o leite de coco. O cuscuz já era conhecido na África antes da chegada dos portugueses ao Brasil, e tem origem no norte da África, entre os berberes.

No Brasil, o cuscuz é consumido doce, feito com leite e leite de coco, a não ser o cuscuz paulista, consumido com ovos cozidos, cebola, alho, cheiro-verde e outros legumes. O leite de coco é usado para regar peixes, mariscos, arroz-de-coco, cuscuz, mungunzá e outras iguarias.

Culinária Afro-Brasileira

O que vem da Costa

Genericamente os produtos originários da ampla costa atlântica do continente africano são conhecidos como da-costa, por exemplo, pimenta-da-costa, inhame-da-costa, pano-da-costa, palha-da-costa. Há um longo caminho histórico e econômico unindo o que vem da costa na formação do povo brasileiro.

O amplo patrimônio gastronômico de civilizações africanas e de soluções e recriações afrodescendentes fazem um dos mais notáveis caminhos para compreender o que come o brasileiro.

Fonte: www.bahia.com.br

Culinária Afro-Brasileira

Se você observar; muitas das receitas que nós costumamos comer,são de origem africana ou seja são comidas afro-brasileiras.

Culinária Afro-Brasileira

Entre vários aspectos da cultura- como a literatura, a música, a dança, o teatro-a culinária tem sua importância reconhecida e é tomada como uma indicação da indentidade de como grupo humano. A sua variedade revela os recursos naturais de que dispõe o homem na região onde vive, também, a cultura que desenvolve.

Algumas comidas afro-brasileiras:

Acarajé

Bolo de feijão-macaça temperada e moída com camarão seco, sal e cebola,frito com azeite de dendê.

Mungunzá

Alimento preparado com milho em grão e servido doce(com leite de coco) ou salgado (com acompanhamento de carne -de-sal/ ou torresmo) com leite.

Vatapá

Papa de farinha-de-mandioca com azeite de dendê e pimenta, servida com peixe e crustáceos.

Quibebe

Papa ou purê de abóbora(jerimum)com leite.

Abará

Bolinho de origem afro-brasileira feito com massa de feijão-fradinho temperada com pimenta, sal, cebola e azeite-de-dendê, algumas vezes com camarão seco, inteiro ou moído e misturado à massa, que é embrulhada em folha de bananeira e cozida em água. (No candomblé, é comida-de-santo, oferecida a Iansã, Obá e Ibeji).

Aberém

Bolinho de origem afro-brasileira, feito de milho ou de arroz moído na pedra, macerado em água, salgado e cozido em folhas de bananeira secas. (No candomblé, é comida-de-santo, oferecida a Omulu e Oxumaré).

Abrazô

Bolinho da Culinária Afro-Brasileira , feito de farinha de milho ou de mandioca, apimentado, frito em azeite-de-dendê.

Acaçá

Bolinho da Culinária Afro-Brasileira , feito de milho macerado em água fria e depois moído, cozido e envolvido, ainda morno, em folhas verdes de bananeira. (Acompanha o vatapá ou caruru. Preparado com leite de coco e açúcar, é chamada acaçá de leite.) [No candomblé, écomida-de-santo, oferecida a Oxalá, Nanã, Ibeji, Iêmanja e Exu.]

Ado

Doce de origem afro-brasileira feito de milho torrado e moído, misturado com azeite-de-dendê e mel. (No candomblé, é comida-de-santo, oferecida a Oxum).

Aluá

Bebida refrigerante feita de milho, de arroz ou de casca de abacaxi frmentados com açúcar ou rapadura, usada tradicionalmente como oferenda aos orixás nas festas populares de origem africana.

Quibebe

Pato típico do Nordeste, de origem africana, feito de carne-de-solou com charque, refogado e cozido com abóbora.

Tem a consistência de uma papa grossa e pode ser temperado com zeite-de-dendê e cheiro verde.

O africano introduziu na cozinha o leite de coco, o azeite de dendê, confirmou a excelência da pimenta malagueta sobre o reino; dou ao Brasil o feijão preto, o quiabo, ensinou a fazer vatapá, mungunza, acaragé, angu e pamonha.

A cozinha africana, pequena mas forte, fez valer os seus temperos, os verdes, a sua maneira de cozinhar. Modificou os pratos portugueses, substituindo ingredientes; Faz a mesma coisa com os pratos da terra; E finalmente criou a cozinha brasileira, ensinando a fazer pratos com macarrão seco e a usar as panelas de barro e a colher de pau.

As deliciosas comidas típicas, como cuzcuz e muita carne de carneiro, são servidas em quase todos os lugares, como entrada o mais comum é ter pão e harissa (uma pasta de pimenta vernelha que deve ser comida com bastanate azeite).

As sopas de legumes com cereais apaerecem frequentemente, acompanhados de debri (um bolinho de massa, semelhante ao pastel recheado com ovo frito e, as vezes, atum).

“O paladar não é tão universal como a fome” disse Luis da Câmara Cascudo em 1968. A feijoada para ele, era preciso uma predisposição especial para que se pudesse apreciar os sabores do prato.

O africano contribuiu com a difusão do inhame, da cana de açúcar e do dendezeiro, do qual se faz o azeite-de-dendê. O leite de coco, de origem polinésia, foi trazido pelos negros, assim como a pimenta malagueta e a galinha de Angola.

Entre os vários aspectos da cultura como a literatura, a música, a dança, o teatro, a culinária tem a sua importância reconhecida e é tomada como uma indicação de identidade de cada grupo humano.

Os africanos trouxeram ao Brasil o gosto por novos temperos e a habilidade de improvisar receitas, misturando ingredientes europeus e indígenas. Na falta de inhame usavam mandioca, na falta de pimenta africana, abusavam do azeite de dendê.

Na dieta do brasileiro, a influência africana pode ser percebida em dois aspectos: no modo de preparo e na introdução de ingredientes, como o coco e o milho.

A cozinha africana privilegia os assados e não as frituras. O caldo é um item importante, proveniente do alimento assado ou simplesmente preparado com água e sal. No Brasil ,esta pratica popularizou o pirão.

Em países como Angola e Moçambique as influências portuguesas foram muito fortes e duradouras.

Especiarias, pimentas, abacaxi, banana, tomate, porco doméstico, técnicas de assados, cozidos e marinados foram introduzidos pelos portugueses, que se misturaram a culinária africana.

A comida que está em nossa mesa todos os dias é composta por muitas contribuições dos povos africanos e dos seus descendentes.

Cuscuz

É uma herança dos povos islamizados da África ,e é composto de farinha de trigo ou de arroz e servida com carne e verdura, já as nossa cozinheiras introduziram leite de vaca e leite de coco mais carne-seca e o torresmo como complemento.

Munguzá

Esse alimento utiliza o milho debulhado e é preparado com o amido, cozido no leite-de-vaca ou no leite-de-coco, e é adoçado em algumas regiões e temperadas com sal em outras.

Acarajé

Bolo de feijão-macaça temperado temperado e moído com camarão seco, sal cebola, frito em azeite-de dendê.

Abará

Bolo de feijão-macaça preparado com azeite-de-dendê, envolvido em folha de bananeira e cozido em banho-maria.

Arroz-de-hauçá

Arroz cozido em apenas em água, que pode ser servido com picadinho de carne-seca frita com molho de pimenta. 2.sem o molho de pimenta, comida oferecida ao orixá oxalá.

Bobó

Pequeno bolo de massa de feijão mulatinho cozido em água, com sal e banana-terra, a que se junta azeite-de-dendê, podendo ser comido com farinha-de-mandioca.

Caruru

Comida feita a base de quiabo cortado, fervido e temperado com camarões secos, azeite-de-dendê, cebola e pimenta.

Quibebe

Papa ou purê de abóbora (jerimum) com leite.

Vatapá

Papa de farinha-de-mandioca temperada com azeite-de-dendé e pimenta, servida com peixes e crustáceos.

E a nossa famosa feijoada, feita de acordo com o gosto de cada um.

Mas nunca esquecendo que a feijoada surgiu nas senzalas, feitas pelos escravos que cozinhavam o feijão nas horas de seus intervalos e aproveitavam os restos de porco (rabinho e pés) jogados fora pelos seus senhores.

Fonte: websmed.portoalegre.rs.gov.br

Culinária Afro-Brasileira

Aromas da Culinária Afro-Brasileira

Como se sabe, o continente africano é habitado por uma vasta gama de etnias e, portanto, de culturas, as quais, de norte a sul, são marcadas por suas especificidades. A diversidade cultural existente na África reflete-se também nos hábitos alimentares dos africanos e na preparação dos alimentos, ou seja, na culinária africana.

Tradicionalmente, esta combina as frutas disponíveis nas localidades, grãos, vegetais, leite e carne. Porém, em algumas regiões do continente, o alimento tradicional predominante deriva do leite, como a coalhada e o soro. Alguns alimentos como o milho, a mandioca e a abóbora, originários da América, foram introduzidos na África pelos europeus, ao longo do século XVI. Lembramos também que as influências das culinárias árabe, asiática e européia se fizeram sentir ao longo da história do continente.

Culinária Afro-Brasileira
Acarajé

Cruzando as águas do atlântico, a culinária africana, herança dos negros trazidos para as terras brasileiras, misturou-se aos temperos e sabores dos indígenas e dos portugueses que cá se encontravam. Das adaptações e recriações dos alimentos e das técnicas culinárias, nasceu a Culinária Afro-Brasileira , feita de improviso, embalada pelos sabores e aromas do Atlântico.

A mandioca, as ervas e algumas plantas indígenas foram fundamentais para a criação do caruru; o óleo-de-dendê, vindo pelos mares, deu o toque especial ao acarajé e a muitos outros pratos da Culinária Afro-Brasileira , sobretudo, a nascida no Recôncavo Baiano.

O cuscuz, originário da África do Norte, foi recriado aos moldes brasileiros, e ganhou um toque açucarado, feito com leite e leite de coco; além, claro, do cuscuz paulista, feito com ovos cozidos, cebola, alho, cheiro-verde e outros legumes. Estes são apenas alguns exemplos da riqueza de nossa Culinária Afro-Brasileira , com a qual as matrizes africana, indígena e européia muito contribuíram.

Fonte: africaemnos.netguestdns.com.br

Culinária Afro-Brasileira

A escravidão deixou marcas indeléveis, em sua grande maioria negativas, na trajetória socioeconômica do Brasil. No que diz respeito ao legado cultural, porém, uma das heranças mais importantes da inserção dos negros na sociedade está na gastronomia.

A influência africana na dieta do brasileiro possui dois aspectos. O primeiro diz respeito ao modo de preparar e temperar os alimentos. O segundo, à introdução de ingredientes na culinária brasileira.

A condição de escravo foi determinante para explicar como a técnica culinária dos africanos desenvolveu-se no Brasil. Tendo sido aprisionados na África e viajado em péssimas condições, os negros não traziam consigo nenhuma bagagem, muito menos ingredientes culinários.

Isso reforçou a necessidade da improvisação para alimentarem-se no novo território, que, por sua vez, tinha uma estrutura ainda pouco eficaz. A própria elite tinha de importar vários gêneros.

Nos engenhos de açúcar, para onde foram levados, as cozinhas eram entregues às negras, pois, no começo, os colonizadores vieram sem suas mulheres. Responsáveis pela alimentação dos senhores brancos e com a necessidade de suprir sua própria demanda, os negros passaram a adaptar seus hábitos culinários aos ingredientes da colônia.

Na falta do inhame, usaram a mandioca; carentes das pimentas africanas, usaram e abusaram do azeite-de-dendê, que já conheciam da África (as primeiras árvores vieram no começo do século 16). Adeptos da caça, incorporaram à sua dieta os animais a que tinham acesso: tatus, lagartos, cutias, capivaras, preás e caranguejos, preparados nas senzalas.

A cozinha africana privilegia os assados em detrimento das frituras. O caldo é um item importante, proveniente do alimento assado ou simplesmente preparado com água e sal. É utilizado na mistura com a farinha obtida de diversos elementos.

No Brasil, essa prática popularizou o pirão _já conhecido pelos índios_, mistura do caldo com farinha de mandioca e o angu (caldo com farinha de milho).

O modo africano de cozinhar e temperar incorporou elementos culinários e pratos típicos portugueses e indígenas, transformando as receitas originais e dando forma à cozinha brasileira.

Da dieta portuguesa vieram, por exemplo, as galinhas e os ovos. Em princípio, eram dados apenas a negros doentes, pois acreditava-se que fossem alimentos revigorantes. Aos poucos, a galinha passou a ser incluída nas receitas afro-brasileiras que nasciam, como o vatapá e o xinxim, e que resistem até hoje, principalmente nos cardápios regionais.

Da dieta indígena, a Culinária Afro-Brasileira incorporou, além da essencial mandioca, frutas e ervas. O prato afro-indígena brasileiro mais famoso é o caruru. Originalmente feito apenas de ervas socadas ao pilão, com o tempo ganhou outros ingredientes, como peixe e legumes cozidos.

O acarajé, hit da cozinha afro-brasileira, mistura feijão-fradinho, azeite-de-dendê, sal, cebola, camarões e pimenta. A popular pamonha de milho, por sua vez, origina-se de um prato africano, o acaçá.

A vinda dos africanos não significou somente a inclusão de formas de preparo e ingredientes na dieta colonial. Representou também a transformação da sua própria culinária. Muitos pratos afro-brasileiros habitam até hoje o continente africano, assim como vários pratos africanos reinventados com o uso de ingredientes do Brasil, como a mandioca, também fizeram o caminho de volta.

No que se refere aos ingredientes africanos que vieram para o Brasil durante a colonização, trazidos pelos traficantes de escravos e comerciantes, esses constituem hoje importantes elementos da cultura brasileira. Seu consumo é popular e sua imagem constitui parcela importante dos ícones do imaginário do país.

Vieram da África, entre outros, o coco, a banana, o café, a pimenta malagueta e o azeite-de-dendê. Sobre este, dizia Camara Cascudo: “O azeite-de-dendê acompanhou o negro como o arroz ao asiático e o doce ao árabe”. No Nordeste, são também populares o inhame, o quiabo, o gengibre, o amendoim, a melancia e o jiló.

Fonte: www1.folha.uol.com.br

Culinária Afro-Brasileira

Acarajé

Ingredientes

2 kg de feijão fradinho
3 dentes de alho
Azeite de dendê para fritar
Sal a gosto.

Modo de Preparar

Coloque o feijão fradinho de molho em água fria por 4 horas.

Quando o feijão começar a inchar, lave-o com água fria até soltar toda a casca.

Moer o feijão sem casca (em moinho especial ou processador) até formar uma massa branca espessa e acrescente o alho previamente moído.

Aquecer frigideira ou tacho com quantidade suficiente de azeite de dendê para cobrir os bolinhos de acarajé enquanto são fritos.

Os bolinhos devem ser feitos com uma colher (quantidade de massa que é retirada com uma colher do recipiente)

Frite em azeite bem quente virando-os uma única vez. Os bolinhos devem ficar com uma tonalidade avermelhada por fora e claro por dentro.

Sirva com pimenta, vatapá, caruru, camarão seco e salada de tomate verde, cebola e coentro.

Feijoada

Ingredientes

Ingredientes
1 Kg de feijão preto
100 g de carne seca
70 g de orelha de porco
70 g de rabo de porco
70 g de pé de porco
100 g de costelinha de porco
50 g de lombo de porco
100 g de paio
150 g de linguiça portuguesa
Tempero:
2 cebolas grandes ppicadinhas
1 maço de cebolinha verde picadinha
3 folhas de louro
6 dentes de alho
Pimenta do reino a gosto
2 laranjas
40 ml de de pingaSal se precisar
1 talo de salsão

Modo de Preparar

Coloque as carnes de molho por 36 horas ou mais, vá trocando a água várias vezes, se for ambiente quente ou verão, coloque gelo por cima ou em camadas frias

Coloque para cozinhar passo a passo: as carnes duras, em seguida as carnes moles

Quando estiver mole coloque o feijão, e retire as carnes

Finalmente tempere o feijão

Acompanhamentos

Couve, arroz branco, laranja, bistecas, farofa, quibebe de abóbora, baião de dois, bacon, torresmo, linguicinha e caldinho temperado – copinhos

Feijoada caseira

Ingredientes

1 Kg de feijão-preto
500g de lombo de porco
500g de toucinho defumado magro
500g costelinha salgada magra
500g de linguiça calabresa
500g de paio
500g de carne seca
4 colheres (sopa) de óleo
4 dentes de Alho picado
1 Cebola grande picada
4 folhas de louro
sal à gosto

Modo de Preparar

Escolha o feijão-preto, lave e deixe de molho em água de véspera. As carnes que são salgadas deixe também de molho em água de véspera trocando a água de vez em quando para tirar o sal. No dia que for fazer a feijoada, coloque numa panela de pressão grande o feijão-preto, a linguiça e o toucinho defumado para cozinhar junto. Em outra panela coloque o restante das carnes, sendo que as carnes salgadas sejam aferventada antes do cozimentos com as outras carnes. O feijão cozinha em aproximadamente em 30 minutos e as carnes também. Depois de tudo já cozido faça a parte a fritura dos temperos, o óleo, cebola, alho e o louro e em seguida jogue no feijão com as carnes e deixe ferver até engrossar o caldo. Sirva depois as carnes separadas em outra travessa. Faça o acompanhamento com arroz branco, couve, farofa e um molhinho de tomate, cebola e salsinha colocando uma concha do caldo de feijão e temperando.

Dicas

As carnes para a feijoada devem ser magras e que estejem vermelhas, de boa qualidade para ficar uma feijoada gostosa e light.

Rendimento

15 pessoas

Tempo de preparação

1 hora

Tempo de cozimento

45 minutos

Feijoada

Ingredientes

Meio quilo de feijão preto
250 g de carne-seca
250 g de linguiça calabresa
250 g de lombo de porco salgado
250 g de costeleta de porco salgada
1 paio
1 pé de porco
1 orelha de porco salgada
150 g de toucinho
2 laranjas
2 colheres (sopa) de óleo
2 cebolas raladas
2 tabletes de Caldo Maggi de Carne , esfarelados

Modo de Preparar

Caldo Maggi de Carne

De véspera coloque o feijão e as carnes salgadas de molho, separadamente. Troque a água das carnes algumas vezes. No dia seguinte, cozinhe o feijão em três litros de água. Lave novamente as carnes e cozinhe-as em outra panela. Quando o feijão estiver quase cozido, junte as carnes, a linguiça e o paio, picados. Acrescente o suco das laranjas e retire a espuma que se formar na superfície, com uma escumadeira. Se necessário, junte mais água. Doure a cebola no óleo, acrescente os tabletes de Caldo Maggi. Junte um pouco de caldo de feijão e deixe refogar bem. Despeje na panela em que está a feijoada, misture bem e deixe no fogo por cerca de 20 minutos.

Dicas

Sirva a feijoada acompanhada por laranjas fatiadas, couve refogada, arroz branco e farofa.

Congelamento

Embale, etiquete e leve a feijoada ao freezer ou duplex por até 2 meses. Para descongelar, deixe na geladeira de véspera.

Microondas

Por não apresentar benefícios, não indicamos o preparo desta receita em microondas.

Rendimento

8 porções

Quibebe

Ingredientes

Abóbora cortada em pedaços (bem madura, sem as cascas, miolo e sementes)
Óleo
Cebola batidinha
Sal
Pimenta-do-reino
1 pitada de açúcar
Cheiro-verde picadinho
Alho amassado

Modo de Preparar

Em óleo quente, frite um pouco a cebola, o alho, acrescente a abóbora, refogando bem.

Tampe a panela e leve para cozinhar em fogo brando.

Use o mínimo de água, pois a abóbora solta muita água.

Estando bem cozida, amasse-a ligeiramente com uma colher de pau ou com uma escumadeira, tempere-a com o sal, pimenta e uma colherinha de café, de açúcar.

O quibebe deve ficar bem cozido, mas sem caldo. O cheiro-verde picadinho, deve ser colocado quando o quibebe estiver pronto.

É um bom acompanhamento para carne, frango, peixe.

Feijoada

Ingredientes

500g de feijão-fradinho
6 folhas médias de bananeira
2 cebolas grandes em pedaços
250g de camarão defumado sem casca
1 colher (chá) de gengibre ralado
azeite-de-dendê

Para o molho

1 xícara de camarão defumado
1 cebola grande picada
3 colheres (sopa) de azeite-de-dendê

Modo de Preparar

Corte as folhas de bananeira em pedaços de 10cmx20cm. Passe o feijão-fradinho pelo processador ou pelo liquidificador até ficar bem quebrado. Coloque de molho na água de um dia para o outro. Retire as cascas que subirem à superfície. Passe em água corrente e escorra. Reserve. Cozinhe a folha de bananeira no vapor por 4 minutos ou até começar a murchar. Bata o feijão, a cebola, o camarão e o gengibre no processador, até ficar uma massa homogênea. Junte o azeite-de-dendê e misture bem. Enxugue bem as folhas e em cada uma coloque uma colher da mistura preparada. Numa das pontas, sobreponha um lado da folha sobre o outro. Dobre as laterais para o centro, como uma flecha. Dobre para baixo. Repita a operação com a outra extremidade. Cozinha os abarás no vapor por 30 minutos ou até aumentar de tamanho.

Prepare o molho: passe o camarão no processador. Frite a cebola no azeite-de-dendê até murchar. Junte o camarão e refogue por 10 minutos, em fogo baixo. Se secar, junte um pouco de água. Sirva o abará quente ou frio na própria folha de bananeira. Cada pessoa corta o abará ao meio e coloca um pouco do molho.

Rendimento

30 unidades

Aberém

Ingredientes

2 xícara(s) (chá) de canjica
quanto baste de sal
quanto baste de açúcar
quanto baste de folha de bananeira

Modo de Preparar

De véspera, deixe o milho de molho em água fria. No dia seguinte, cozinhe-o em uma panela com pouco de água, 1 pitada de sal e outra de açúcar. Quando o milho amolecer, bata-o no liquidificador, moa ou passe pelo processador. Corte folhas de bananeira em tirasver vídeo de 10 cm de largura e passe-as na chama do fogão para amolecer. Coloque 1 colher de sobremesa do minguau sobre cada tira, enrole e amarre as pontas Mergulhe-os numa panela com água fervente e cozinhe por alguns minutos.

Dicas

O aberém pode ser usado também como acompanhamento para pratos salgados ou como sobremesa. Neste caso, adicione à mais açúcar e um pouco de leite de coco.

Rendimento

6 porções

Acaça

Ingredientes

1 xícara e meia (chá) de farinha de arroz
1 xícara (chá) de leite de coco
1 colher (sopa) de Fondor Maggi
4 xícaras (chá) de leite

Modo de Preparar

Misture bem todos os ingredientes e leve ao fogo baixo, mexendo sempre até obter um angu consistente (que solte da panela). Sirva a seguir.

Dicas

O acaçá geralmente acompanha vatapá e outros pratos a base de peixe e frutos do mar.

Querendo o acaçá mais mole, para servir sem enformar, acrescente mais uma xícara (chá) de água e cozinhe até que fique com consistência cremosa.

Se desejar, acrescente ao acaçá uma colher (sopa) de manteiga.

Enquanto estiver no fogo mexa sempre e rapidamente para não formar grumos.

O acaçá da Bahia é feito com milho de canjica, que se deixa de molho e depois moe-se bem fino e cozinha-se com água e sal, até o ponto.

Rendimento

8 porções

AAAA

Ingredientes

450 gr de milho verde
2 litro(s) de água
500 gr de rapadura
3 unidade(s) de limão
200 gr de casca de abacaxi

Modo de Preparar

Escolha, lave e leve o milho ao sol, para secar. Bote uma caçarola, sem gordura nenhuma, ao fogo, coloque o milho e mexa para tostar todo por igual e depois retire do fogo e deixe esfriar. Ponha a água numa jarra com o milho já frio. Tampe bem a jarra e deixe em Infusão durante oito a dez dias, todos os dias dê uma mexida e, logo em seguida, tampe a jarra. No dia de servir, raspe ou corte em pedaços pequenos as rapaduras e coloque tudo dentro da jarra, já com a água e o milho. Mexa bem até dissolver as rapaduras e as cascas de abacaxi. Coe num coador de pano. Coloque o suco dos limões. Caso prefira mais doce, pode botar mais açúcar, de acordo com o gosto da pessoa. 0 aluá também pode ser feito com açúcar comum.

Rendimento

10 porções

Caruru

Ingredientes

3 kg de quiabo verdinho
300 ml de azeite de dendê
250 g.de castanha de caju (triturada)
250 g. de amendoins torrados (triturado)
300 g de camarão seco (triturado)
4 cebolas médias
5 tomates médios
2 pimentões grandes
1 maço de coentro
1 maço de cebolinha
sal com alho
3 limões

Modo de Preparar

Cortar os quiabos em pedacinhos passar no liquidificador as cebolas, os tomates, os pimentões, os coentros e as cebolinhas (separadamente). processar os camarões, os amendoins e as castanhas. tirar o suco dos limões e reservar.

Na panela coloque os ingredientes, um pouco de água, o alho e sal. vá colocando o dendê aos poucos e sempre mexendo em fogo brando.

O limão serve para cortar a baba do quiabo, e quando formar a baba deve ser retirada.

Para acompanhar

Farofa e arroz

Cuscuz

Ingredientes

½ xícara (chá) de óleo
3 xícaras (chá) de farinha de milho amarela
sal a gosto
molho de pimenta a gosto
1 pimentão picadinho
1 colher (sopa) de salsinha picada
1 colher (sopa) de cebolinha verde picada
½ xícara (chá) de molho de tomate
2 ovos cozidos picados
1 lata de palmito picado
1 lata de ervilhas
10 azeitonas picadinhas
1 lata de sardinha ou frango desfiado
1 cebola grande ralada
2 xícaras (chá) de água

Modo de Preparar

Modo de Preparo Misture bem todos os ingredientes e leve para cozinhar por 10 minutos. Mexa sempre durante o cozimento para não grudar no fundo da panela. Despeje essa mistura em um refratário e desenforme ainda morno.

Dica

Para acompanhar: arroz, feijão, saladas diversas.

Tempo de preparo da Receita

30 min

Rendimento

4 pessoas

Vatapá

Ingredientes

1 kg de camarão médio limpo
2 cebolas grandes picadas
4 colheres (sopa) de azeite-de-dendê
½ xícara (chá) de castanha de caju
½ xícara (chá) de amendoim torrado
1 vidro (200 ml) de leite de coco
2 pimentas vermelha sem sementes picadas
6 tomates sem pele e sem sementes picados
3 colheres (sopa) de azeite ou óleo
3 xícaras (chá) de leite
5 pães francês , descascados, picados em pedacinhos
4 tabletes de caldo de camarão
2 colheres (sopa) de suco de limão
1 colher (sopa) de fondor

Modo de Preparar

Tempere o camarão com o Fondor Maggi, o limão e deixe tomar gosto, por pelo menos 1 hora. Aqueça o azeite ou óleo e doure a cebola. Junte o camarão, os tomates, a pimenta e cozinhe em panela tampada, em fogo baixo por aproximadamente 30 minutos. Junte então os pães embebidos no leite fervente, misture muito bem, tampe a panela e deixe ferver. Acrescente os tabletes de Caldo Maggi, o leite de coco, o amendoim, a castanha e ferva por mais 3 minutos. Misture o azeite-de-dendê e sirva a seguir com arroz ou paçoca.

Rendimento da Receita

12 porções

Tempo de preparo da Receita

40 min

Fonte: www.rotadoacaraje.com.br

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2 comments

  1. Bem gostei, mais podia ser mais resumido.

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