Soyuz

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Embora Sergei Korolev tenha projetado as naves Soyuz (Soyuz, em russo, significa “união”) que sucederam as Vostok e Voskhod, o fato é que ele não viveu para ver o primeiro teste. Faleceu em janeiro de 1966 e o primeiro vôo tripulado foi em 23 de abril de 1967, com a morte trágica de Vladimir Komarov a bordo da Soyuz 1.

Uma nave Soyuz é composta, de modo geral, por:

Soyuz

Montados da seguinte forma:

Soyuz

As Soyuz, em quase 40 anos de carreira, foram as naves espaciais que mais evoluíram. Os protótipos iniciais foram desenvolvidos com alguns exemplares da série Kosmos.

As naves Soyuz têm o mais extenso currículo entre todas as naves espaciais, pois nas centenas de missões efetuadas, realizaram acoplamentos com praticamente todos os tipos de objetos espaciais: satélites Kosmos, outras naves Soyuz, uma nave Apollo, diversas estações espaciais da série Salyut, e as estações Mir e ISS. Carregaram astronautas de diversas nacionalidades, inclusive de países ocidentais como Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos.

Breve Histórico das Naves Soyuz

Ao contrário das outras naves, que tiveram uma vida curta e praticamente nenhuma evolução, as naves Soyuz estão em operação desde 1967, e sofreram muitas transformações.

Novas tecnologias foram incorporadas e novas missões foram dadas às Soyuz: desde o fracassado programa lunar soviético até os vôos até as estações Salyut, Mir e ISS.

Também foi desenvolvido, a partir do projeto original da Soyuz, o cargueiro automático Progress, capaz de reabastecer uma estação espacial com água, oxigênio e combustível sem interferência humana, e ainda fornecer energia elétrica e impulsão à estação, além de levar experimentos científicos e suprimentos para os astronautas (roupas, trajes espaciais, presentes da família e alimentos – uma das cargas alimentares preferidas dos russos nos tempos da Mir eram chocolate, cebola e alho…)

O objetivo inicial de Sergei Korolev com as naves Soyuz era adquirir a tecnologia de encontros e acoplamentos espaciais em órbitas baixas, com vistas a um futuro vôo circunlunar. O projeto de dezembro de 1962 (Soyuz-A) tinha lugar para dois astronautas.

No entanto, para frustração de Korolev, seu rival Chelomei recebeu o financiamento para as versões militares da Soyuz, e a Soyuz-A não foi incluída no Programa Espacial Soviético e foi cancelada. Houve, na realidade, muita ingerência política no Programa Espacial Soviético, o que foi talvez a causa mais importante do fracasso soviético no seu intento de sobrepujar os norte-americanos na conquista da Lua.

Em 14 de outubro de 1964 Nikita Khrushchev foi deposto do poder da União Soviética, e Chelomei perdeu o seu poderoso padrinho. Assim, Korolev viu seu projeto ser tirado da gaveta, e a antiga Soyuz-A acabou evoluindo para um desenho mais moderno, para três astronautas, que recebeu o nome de Soyuz 7K-OK (uma versão orbital).

Em 25 de outubro de 1965 (menos de 3 meses antes da sua morte prematura e mal explicada até hoje), Korolev obteve a vitória que esperava: o projeto da nave que faria vôos circunlunares – a Soyuz 7K-L1.

O primeiro teste geral da nave Soyuz foi efetuado em 28 de novembro de 1966 (já após a morte de Korolev), com o lançamento do Kosmos 133 (Soyuz 7K-OK). Ocorreram problemas sérios no controle de atitude da cápsula. Apesar do esforço da equipe de controle em terra, a nave consumiu combustível em excesso e entrou em rotação. Foi considerado um teste fracassado.

Soyuz
Torre de Escape da Soyuz Original

Em 14 de dezembro de 1966 foi tentado novo lançamento de uma nave Soyuz, com resultados catastróficos. Ocorreu uma falha no lançamento, e a equipe de terra começou a retirar o combustível do foguete.

Após 27 minutos da tentativa de lançamento, o sistema de escape de emergência foi acionado, incendiando os tanques do terceiro estágio e causando uma explosão que causou muitos danos à torre de lançamento, matou pelo menos um técnico e feriu muitos outros. Entre outros problemas, foram constatados diversos erros no projeto da torre de escape.

O acidente foi similar ao verificado nos Estados Unidos em 21 de novembro de 1960, com a nave Mercury Redstone 1, porém com conseqüências muito mais sérias.

Novo teste, realizado em 7 de fevereiro de 1967 com o Kosmos 140 (Soyuz 7K-OK), demonstrou uma evolução nos sistemas da nave, que no entanto apresentou problemas sérios na seqüência de pouso, que poderiam ter sido fatais a qualquer ser humano, caso se tratasse de um vôo tripulado. A nave acabou naufragando no gelado Mar Aral, a centenas de quilômetros do local previsto para o pouso.

Em 10 de março de 1967 foi lançado o Kosmos 146, que era um protótipo da nave Soyuz 7K-L1P, em órbita elíptica alta, numa trajetória translunar. A nave não tinha como objetivo atingir a Lua, não tinha escudo térmico para o reingresso na atmosfera nem estava prevista a sua recuperação.

Em 8 de abril de 1967 foi registrado um fracasso, quando um protótipo da nave 7K-L1P (Kosmos 154) não alcançou a órbita correta, caindo de volta à Terra dois dias após o lançamento em função da sua decadência orbital.

Apesar dos graves problemas verificados nos testes anteriores da Soyuz 7K-OK, o próprio Brezhnev pressionou para que fosse programada uma missão tripulada, consistindo do lançamento das naves Soyuz 1 e Soyuz 2, que deveriam realizar um acoplamento com transferência da tripulação de uma nave para outra.

Os Cargueiros Progress

Com o objetivo de permitir o reabastecimento das estações espaciais Salyut 6, Salyut 7 e Mir, a União Soviética partiu para o desenvolvimento de cargueiros espaciais automáticos, não tripulados.

Baseados no projeto bem sucedido e confiável da Soyuz, os cargueiros espaciais Progress têm a capacidade de carregar até 1.400 quilos de carga (água, comida, roupas, material para experiências, etc.) e 1.000 quilos de combustível para as estações espaciais.

Foram utilizados 3 modelos: Progress original (estações Salyut), Progress-M (Mir) e Progress-M1 (ISS).

Soyuz

Soyuz 1

O objetivo da missão da Soyuz 1 (modelo 7K-OK), lançada em 23 de abril de 1967, era o teste do desenvolvimento dos componentes e sistemas da nave nas condições reais de um vôo espacial.

A Soyuz 1 foi pilotada por Vladimir Komarov, que já havia voado na Voskhod 1.

Um dos painéis solares não conseguiu abrir corretamente, permanecendo “enroscado” ao redor da nave, que assim passou a operar apenas com a metade da energia elétrica necessária.

Mesmo assim, foi tentada a realização de uma manobra orbital, o que não foi possível devido a outros problemas técnicos. Komarov teria urrado, em desespero diante do mau funcionamento da nave, algo como “esta nave do demônio não obedece a nenhum dos meus comandos”.

Soyuz

Diante do insucesso da missão, foi dada a ordem de retorno e cancelado o vôo da Soyuz 2 no dia 24 de abril, com 3 tripulantes, que deveria realizar operações de encontro espacial, acoplamento e transferência de tripulação através de um passeio espacial.

Como a manobra de reingresso ocorreu na parte escura da Terra (noite), Komarov não pode utilizar o sistema de alinhamento óptico (Vzor) para orientar a nave para o disparo dos retrofoguetes. Então foi utilizado o periscópio da nave e a Lua como ponto de referência, a partir de uma experiência realizada na Voskhod 2.

Este mesmo procedimento foi utilizado posteriormente pela Apollo 13, num reingresso de emergência, em abril de 1970. Komarov disparou os retrofoguetes sem maiores problemas, e a nave entrou normalmente na atmosfera.

No entanto, o pára-quedas principal não abriu, devido a problemas com um sensor de pressão, e o pára-quedas de reserva, acionado manualmente, também não funcionou.

Komarov estava consciente e no comando da Soyuz até o momento do acidente, que espatifou completamente a nave e matou o astronauta imediatamente, despedaçando o seu corpo.

Soyuz
Soyuz 1 completamente despedaçada após a queda

O acidente da Soyuz 1 se deu 3 meses após a morte dos astronautas americanos Virgil Grissom, Edward White e Roger Chaffee, ocorrida em 28 de janeiro de 1967, com a explosão da Apollo AS-204, demonstrando claramente que tanto os soviéticos quanto os americanos estavam apressando demais o ritmo da corrida espacial, chegando às raias da irresponsabilidade.

O trágico acidente com a Soyuz 1 atrasou o programa espacial soviético em 18 meses e obrigou os russos a reprojetarem completamente a nave.

Em 17 de maio de 1967 foi lançado o Kosmos 159, com o objetivo de testar o rastreamento e as redes de comunicação com vistas ao programa lunar soviético.

Em 27 de setembro de 1967 foi lançada uma cápsula Soyuz 7K-L1 (a diferença básica entre as naves Soyuz 7K-OK e 7K-L1 é que o segundo modelo não possuía o módulo orbital, que era substituído por um adaptador da torre de escape), a primeira tentativa soviética de circundar a Lua.

O foguete falhou e caiu a 65 km da torre de lançamento, mas a nave foi salva pela torre de escape e recuperada.

Em 30 de outubro de 1967 foi realizado o primeiro teste completo bem sucedido entre duas naves Soyuz 7K-OK (com a denominação de Kosmos 186 e Kosmos 188), incluindo controle de atitude, encontro espacial, acoplamento, desacoplamento e retorno.

A concepção artística ao lado mascarou, intencionalmente, o desenho da nave Soyuz 7K-OK, de forma a manter secreto o fato de que eram cápsulas Soyuz não tripuladas.

Soyuz
Encontro espacial e acoplamento entre os Kosmos 186 e 188

As duas naves foram recuperadas sem problemas.

Nova tentativa de vôo circunlunar em 22 de novembro de 1967, quando mais uma cápsula Soyuz 7K-L1, chamada de Zond 4A, foi lançada. Novamente se repetiram os problemas do foguete, e novamente a cápsula foi salva pela torre de escape e recuperada.

Nova cápsula Soyuz 7K-L1 foi lançada em 2 de março de 1968, com o nome de Zond 4B. Apesar do vôo ter sido um sucesso, a nave foi destruída por um comando do controle da missão, em virtude de estar descendo muito longe do local previsto. A atitude de explodir a nave foi duramente criticada pelas autoridades soviéticas, pois a mesma poderia ter sido recuperada sem maiores problemas.

Em abril de 1968 os russos realizaram novo acoplamento entre duas naves Soyuz 7K-OK não tripuladas, denominadas de Kosmos 212 e Kosmos 213. Os objetivos eram testar o controle de atitude e os sistemas automáticos de encontro e acoplamento. As duas naves retornaram à Terra sem problemas.

O último teste não tripulado com uma nave Soyuz 7K-OK (para 3 astronautas) foi realizado em 28 de agosto de 1967, com o lançamento do Kosmos 238.

O sucesso do Programa Zond e das naves Kosmos relacionadas ao Projeto Soyuz, e principalmente a resolução dos problemas sérios relacionados ao reingresso na atmosfera e pouso seguro na Terra, serviram para alertar a NASA quanto à probabilidade de os soviéticos conseguirem pousar na Lua antes dos americanos, possivelmente até dezembro de 1968.

Em outubro de 1968, a NASA lançou a Apollo 7, com 3 tripulantes, com absoluto sucesso. No entanto, o Módulo Lunar, que deveria ter sido testado neste vôo, ainda não estava pronto, obrigando a NASA a novos lançamentos para testá-lo, o que foi feito em março de 1969 (Apollo 9).

Na mesma época, os soviéticos obtinham péssimos resultados com o seu foguete lançador mais potente, o N-1 (chamado por analistas ocidentais de G-1), que era equivalente ao Saturn V americano. Houve uma série de problemas, acidentes e explosões, comprometendo profundamente o Programa Lunar Soviético.

Soyuz
Lançamento da Soyuz 19

As características dos módulos das naves Soyuz 2 a Soyuz 9 (modelo Soyuz 7K-OK) eram as seguintes:

módulo de descida em forma de sino, com um diâmetro de 2,3 metros e peso de 2.700 quilos,
módulo de instrumentos com um diâmetro de 2,3 metros e peso de 2.100 quilos,
módulo orbital com um diâmetro de 2,25 metros e peso de 1.000 quilos, e
eventualmente um módulo de acoplamento com um diâmetro de 1,7 metros e peso de 325 quilos
O módulo de instrumentos possuía um par de painéis solares para o fornecimento de energia elétrica. Um motor KTDU-35 impulsionava a nave, cujo peso beirava as 6 toneladas (máximo de 6.646 quilos).

Soyuz 2

A Soyuz 2 (modelo Soyuz 7K-OK) acabou sendo lançada sem tripulantes, em 25 de outubro de 1968. Realizou algumas manobras espaciais, mas fracassou no seu objetivo de acoplar com a Soyuz 3; no entanto, conseguiu pousar a salvo, demonstrando estarem corrigidos os problemas que mataram Komarov.

Soyuz 3

A Soyuz 3 (modelo Soyuz 7K-OK), lançada em 26 de outubro de 1968, foi o primeiro vôo tripulado bem sucedido de uma nave Soyuz.

Fracassou, no entanto, na tentativa de acoplamento com a Soyuz 2, porque o controle manual da nave, acionado pelo astronauta Georgi Beregovoy, anulava a orientação do sistema automático de acoplamento.

Enquanto os soviéticos enfrentavam grandes dificuldades com técnicas básicas, como manobras orbitais e acoplamento de naves, os americanos já tinham concluído o seu Projeto Gemini, e dominavam estas técnicas perfeitamente. Agora avançavam rapidamente rumo aos objetivos do Projeto Apollo. Sem dúvida, a morte de Korolev reduziu grandemente a capacidade soviética no espaço.

Em 10 de novembro de 1968 foi lançada a Zond 6 (Soyuz 7K-L1), que efetuou um vôo circunlunar, tendo chegado a apenas 2.400 km da Lua, de onde tirou algumas fotos espetaculares.

Foi a primeira nave a conseguir realizar a reentrada na atmosfera com duplo salto, de modo a reduzir a desaceleração a níveis aceitáveis para seres humanos (ao redor de 7 Gs).

No entanto, houve dois problemas que teriam matado eventuais astronautas: despressurização da cabine e abertura prematura do pára-quedas.

Soyuz 4

Finalmente os russos obtiveram sucesso no acoplamento de duas naves espaciais tripuladas, quando a Soyuz 4 (modelo Soyuz 7K-OK), lançada em 14 de janeiro de 1969 e tripulada por Vladimir Shatalov realizou esta façanha em conjunto com a Soyuz 5.

Soyuz 5

A Soyuz 5 (modelo Soyuz 7K-OK) foi lançada em 15 de janeiro de 1969 e tripulada pelos astronautas Yevgeni Khrunov, Alexsei Yeliseyev e Boris Volynov.

Soyuz

O encontro espacial foi realizado de forma automática, até que as naves se aproximassem a 100 metros uma da outra. A partir desta distância, o acoplamento foi realizado sob comando manual.

As naves acopladas interligaram seus controles, comunicações e conexões elétricas. Na 51ª órbita da Soyuz 4, os astronautas Yeliseyev e Khrunov (da Soyuz 5) passaram para o módulo orbital, vestiram seus trajes pressurizados, abriram a escotilha externa e se deslocaram pelo espaço, agarrando-se às alças de segurança das naves, até a escotilha aberta da Soyuz 4.

Soyuz
Transferência dos astronautas entre as Soyuz 4 e 5
1. Painéis solares
2. Módulo de Instrumentos, responsável pela propulsão
3. Módulo Orbital
4. Escotilha lateral do Módulo Orbital
5. Antenas responsáveis pela aproximação
6. Equipamento de acoplamento
7. Portinholas

As experiências realizadas incluíram orientação manual, correções de órbita, experimentos científicos e tecnológicos diversos, investigações biomédicas, observações geográficas e geológicas, entre outras.

Todos os procedimentos foram filmados. As duas naves permaneceram acopladas por 4 horas e meia, e os soviéticos anunciaram o feito como sendo a primeira estação espacial da humanidade. A Soyuz 4 voltou com 3 astronautas (Shatalov, Yeliseyev e Khrunov).

Volynov retornou sozinho na Soyuz 5, vindo a tornar-se o astronauta que mais próximo esteve da morte até aquela data: o módulo de serviço não se desprendeu do módulo de comando (tal como freqüentemente acontecia com as naves Vostok e Voskhod), impedindo que a nave tomasse a posição adequada no reingresso na atmosfera e se posicionasse com o nariz para baixo; apenas no último instante o problema foi corrigido, e Volynov desceu a salvo.

O escudo térmico suportou picos de temperatura da ordem de 10.000° C.

Soyuz

Com o acoplamento e transferência da tripulação de uma nave para outra, os soviéticos finalmente conseguiram realizar o que tinham planejado para as naves Soyuz 1 e Soyuz 2 em abril de 1967, com quase 2 anos de atraso.

Novo problema com o foguete lançador foi registrado em 20 de janeiro, quando uma nave Soyuz 7K-L1 teve de ser salva novamente pela torre de escape, indo pousar (a salvo) na Mongólia.

Mais um problema sério com um foguete lançador, desta vez com o malfadado N-1, que em 3 de julho tentava carregar uma nave Soyuz 7K-L1S. O foguete explodiu, destruindo todo o local de lançamento, mas a cápsula, mais uma vez, foi salva.

Em 8 de agosto de 1969 (menos de 20 dias após o vôo histórico da Apollo 11, que levou Neil Armstrong a ser o primeiro ser humano a pisar em território lunar, em 21 de julho), os russos lançaram a Zond 7B (Soyuz 7K-L1), com a missão de estudar o espaço circunlunar, obter fotos coloridas da Terra e da Lua de diversas distâncias e testar sistemas de vôo; a nave efetuou com absoluto sucesso um vôo circunlunar e pousou suavemente em território soviético, a menos de 50 km do local pré-determinado, num vôo de apenas 5 dias.

A nave Soyuz 7K-L1 estava completamente pronta para vôos lunares tripulados com a segurança necessária, mas era tarde demais. A União Soviética havia perdido a corrida para a Lua, devido aos problemas técnicos enfrentados com as naves Soyuz, com o fracasso completo do gigantesco foguete N-1 e, principalmente, devido à falta de objetivos claros e precisos do seu Programa Espacial.

Soyuz 6

Em 11 de outubro de 1969 foi lançada a Soyuz 6 (modelo 7K-OK), pilotada por Valeriy Kubasov e Georgi Shonin, numa missão conjunta com as naves Soyuz 7 e Soyuz 8.

Os objetivos eram: teste em condições de vôo espacial da nave Soyuz com a estrutura modificada; teste dos sistemas de controle, orientação e estabilização orbital e sistemas de auxílio à navegação; depuração dos sistemas de navegação e controle através de manobras orbitais conjuntas das 3 naves; observações científicas e fotográficas de alvos geográficos e geológicos e exploração da atmosfera terrestre; estudo do espaço ao redor da Terra, e condução de experimentos de engenharia e relacionados à biomedicina.

Também foram realizadas importantíssimas experiências de solda no vácuo nos módulos orbitais despressurizados das três naves, utilizando-se três métodos distintos e comparando-se os resultados.

Apesar de todo o aparato destinado a fotografar e filmar amplamente a missão, o fato é que as naves não conseguiram realizar o almejado acoplamento, devido a problemas eletrônicos nas três Soyuz.

Soyuz 7

Em 12 de outubro (1 dia após a Soyuz 6) foi lançada a Soyuz 7 (modelo 7K-OK), pilotada por Anatoli Filipchenko, Viktor Gorbatko e Vladislav Volkov.

Além das outras experiências realizadas, a Soyuz 7 deveria ter se acoplado com a Soyuz 8 e deveria ter sido realizada a transferência da tripulação, enquanto a Soyuz 6 se encarregaria de filmar o evento.

Soyuz 8

Em 13 de outubro (1 dia após a Soyuz 7) foi lançada a Soyuz 8 (modelo 7K-OK), pilotada por Vladimir Shatalov e Aleksei Yeliseyev, que era a nave ativa, equipada para se acoplar com a Soyuz 7, que seria o alvo passivo do acoplamento.

As Soyuz 6, 7 e 8 não conseguiram realizar o acoplamento esperado, mas voaram próximas entre si e desceram em segurança.

Em 28 de novembro de 1969, uma semana após o pouso da nave americana Apollo 12 na Lua, os soviéticos lançaram uma cápsula Soyuz 7K-L1E (não tripulada) em vôo de teste do foguete N-1, com o objetivo de controlar o último estágio (“Bloco D”) do foguete a partir da nave, que estava equipada com câmaras de TV para filmar o comportamento do bloco D nas condições de vôo.

O conjunto estava programado para colidir contra a Lua. Houve nova falha do primeiro estágio do N-1.

Soyuz 9

Em 1 de junho de 1970 (1 mês e meio após o acidentado vôo da nave americana Apollo 13) foi lançada a Soyuz 9 (modelo 7K-OK), tripulada por Andrian Nikolayev e Vitali Sevastyanov, num vôo de 17 dias destinado a testar a capacidade de adaptação dos tripulantes a vôos de longa duração.

Foram realizadas observações geológicas e geográficas, de formações de nuvens, superfície dos oceanos e coberturas de neve e gelo. Também foram observados corpos celestes e desenvolvidas técnicas de astronavegação, utilizando as estrelas Vega e Canopus.

Os resultados das pesquisas de caráter médico foram inconclusivos, porque a rotação a que a nave foi submetida para poupar combustível causou enjôo nos dois astronautas.

Em 20 de outubro de 1970 foi lançada a Zond 8, que objetivava testar sistemas de bordo e obter fotografias coloridas da Terra e da Lua. A nave voltou e pousou suavemente no Oceano Índico.

Havia sido planejado um vôo tripulado circunlunar para o dia 31 de outubro de 1970, utilizando uma cápsula Soyuz 7K-L1, mas o mesmo foi cancelado.

Em 24 de novembro de 1970 foi lançado o Kosmos 379, o primeiro teste do estágio de ascensão do módulo lunar. Em 2 de dezembro de 1970 foi lançado o Kosmos 382, aparentemente o primeiro teste completo do módulo lunar.

Foi simulada, em órbita, uma descida na Lua e uma subida (com o descarte dos respectivos estágios e partes do módulo lunar). Em 26 de fevereiro foi repetido o teste completo, novamente com sucesso, com o lançamento do Kosmos 398.

Em virtude do sucesso do programa lunar americano (e da constatação de que havia riscos muito grandes na viagem, como comprovava a desastrada missão Apollo 13, em troca de benefícios altamente discutíveis), o programa lunar soviético começou a ser desaquecido, e substituído por um programa mais consistente de construção de estações espaciais (civis e militares).

Em 19 de abril de 1971 foi lançada a Salyut 1, a primeira estação espacial terrestre, cujo objetivo maior era, na realidade, adquirir a tecnologia necessária para o futuro desenvolvimento das estações civis e militares soviéticas.

Soyuz 10

No dia 23 de abril foi lançada a Soyuz 10 (modelo 7K-OKS), tripulada por Vladimir Shatalov, Alexei Yeliseyev e Nicolai Rukavishnikov. O sistema automático de acoplamento trouxe a Soyuz 10 a uma distância de 180 metros da Salyut 1, que servia como alvo passivo.

A partir daí, Vladimir Shatalov comandou um acoplamento suave com a estação. Foram utilizados novos sistemas de telemetria, encontro e acoplamento, em virtude da complexidade da operação de acoplar uma nave Soyuz com um objeto do tamanho da Salyut.

A partir da Soyuz 10, as naves foram modificadas para permitir que a tripulação se deslocasse para a Salyut através de um túnel de ligação durante um acoplamento, ao invés de necessitar de uma caminhada espacial, como acontecia anteriormente.

No entanto, a porta de passagem da Soyuz 10 não conseguiu ser aberta, e os três astronautas não conseguiram entrar na Salyut. A porta defeituosa também dificultou o desacoplamento das duas naves, o que precipitou a volta da Soyuz apenas 2 dias após o lançamento.

Durante a descida, ocorreu um problema de intoxicação do suprimento de ar, causando a inconsciência do astronauta Nicolai Rukavishnikov (semelhante ao problema ocorrido com Vance Brand na descida da nave Apollo ASTP).

Soyuz 11

Em 6 de junho de 1971 foi lançada a Soyuz 11 (modelo 7K-OKS), tripulada por Giorgi Dobrovolski, Vladislav Volkov e Victor Patsayev (era a tripulação reserva, que foi escalada para o vôo por causa de um problema médico no astronauta Valeriy Kubasov, cujos companheiros seriam Alexey Leonov e Pyotr Kolodin.

Foi o primeiro vôo bem sucedido de uma nave espacial acoplada a uma estação espacial. Infelizmente, porém, os três astronautas morreram na volta, vítimas de uma embolia devido a problemas em uma válvula de equalização de pressão, que abriu indevidamente a cerca de 168 km de altura.

Soyuz

A Soyuz 11 acoplou com a Salyut 1 no dia 7 de junho, após uma aproximação automática que levou a nave a 100 metros da estação espacial.

Dobrovolsky, então, manobrou a Soyuz manualmente, e realizou um acoplamento suave, após o qual foram conectados os cabos de comunicação e elétricos entre as duas naves.

Os três astronautas então se dirigiram para a Salyut 1, verificaram os sistemas de bordo e realizaram diversas experiências bio-médicas e científicas (observações astronômicas com o telescópio Anna III, crescimento de plantas, fotografias da Terra, etc.), bem como transmissões ao vivo de TV. Foram realizados teste de telecomunicação utilizando o satélite Molniya 1. Também foram testados os controles de atitude da estação.

A missão da tripulação da Soyuz 11 a bordo da Salyut 1 era:

a) verificar e testar projetos, unidades, sistemas de bordo e equipamentos da estação;

b) testar a autonomia e os métodos de orientação e navegação da Salyut, bem como a capacidade dos sistemas em controlar a estação durante manobras orbitais;

c) estudar acidentes geográficos e formações geológicas, formações atmosféricas e a cobertura de gelo da Terra;

d) estudar características físicas, processos e fenômenos da atmosfera e do espaço exterior, utilizando várias freqüências do espectro eletromagnético; e

5) conduzir estudos médicos e biológicos para determinar a capacidade do corpo humano em trabalhar na estação e estudar a influência de diversos fatores do vôo espacial no corpo humano.

Aparentemente a missão estava prevista para uma duração de 30 dias, mas problemas (dificuldades operacionais e um pequeno incêndio) a bordo da Salyut precipitaram o seu final após 22 dias.

No dia 27 os astronautas reativaram a Soyuz e no dia 29 carregaram o módulo de descida com filmes e os demais resultados das experiências, desconectaram e desacoplaram as duas naves.

Soyuz
A tripulação da Soyuz 11 havia voado um total de 570 horas e executado 383 órbitas – 18 antes do acoplamento, 362 com as naves acopladas e 3 após o desacoplamento.

O acidente fatal ocorreu na separação do módulo orbital, 12 minutos após terem sido disparados os retrofoguetes.

Uma seqüência incorreta no disparo dos dispositivos explosivos de separação dos dois módulos causou a abertura prematura de uma válvula de equalização de pressão (que somente deveria abrir a baixa altitude), causando a despressurização da cabine em 30 segundos, a uma altitude de 168 km.

Como os astronautas, devido ao pouco espaço disponível, não podiam usar trajes pressurizados, a morte dos três foi inevitável. Eles ainda tentaram fechar manualmente a válvula, mas não obtiveram sucesso.

A nave pousou normalmente, mas quando a equipe de resgate foi abrir a escotilha, encontrou Dobrovolski, Volkov e Patsayev imóveis em seus assentos, mortos por embolia pulmonar. Ainda foram feitas tentativas de reanimação dos astronautas, como respiração boca-a-boca e massagem cardíaca, mas era tarde demais.

O acidente teve conseqüências sérias: a substituição do chefe dos astronautas, General Nicolai Kamanin pelo astronauta Vladimir Shatalov, o atraso do projeto Soyuz por 2 anos e novo reprojeto da nave.

A estação Salyut 1 ainda tinha combustível e suprimentos para mais uma viagem, mas não comportava um atraso desta ordem. Os soviéticos ainda executaram manobras com a Salyut vazia, para testar mais seu comportamento, e finalmente, no início de outubro, ela foi tirada de órbita.

As novas naves Soyuz foram modificadas para servirem de transporte até as novas estações espaciais Salyut; o novo modelo (Soyuz 7K-T) agora comportava apenas dois astronautas com seus trajes espaciais pressurizados (a serem utilizados nos momentos de decolagem, acoplamento, desacoplamento e pouso), com o objetivo de evitar a repetição de acidentes fatais como o ocorrido com a Soyuz 11.

O primeiro protótipo foi o Kosmos 496, lançado em 26 de junho de 1972, ainda com painéis solares.

O equipamento de sobrevivência colocado a mais ocupava o espaço de um astronauta, por isto a capacidade de transporte tinha sido reduzida.

As novas Soyuz tinham um peso de 6.700 quilos; a maior diferença aparente em relação às suas predecessoras era a ausência de painéis solares. Assim, uma vez acopladas a uma estação Salyut, esta tinha que se encarregar de abastecer a Soyuz também.

Os soviéticos lançaram a estação militar Salyut 2 (Projeto Almaz) em 3 de abril de 1973; porém, nenhuma tripulação chegou a visitar esta estação, que acabou se fragmentando em órbita. Seus pedaços caíram de volta à Terra em 28 de maio.

Nova tentativa fracassada de lançamento de uma estação espacial Salyut civil, denominada de Kosmos 557, ocorreu em 11 de maio de 1974. A estação sofreu uma falha e caiu de volta à Terra no dia 22 de maio.

Enquanto os soviéticos reformavam as naves Soyuz e enfrentavam problemas com suas estações espaciais, os norte-americanos lançavam o seu laboratório espacial Skylab, no dia 14 de maio de 1973.

Em 15 de junho de 1973 foi lançado um protótipo da nova nave Soyuz 7K-T sem tripulação, com o nome de Kosmos 573, uma versão sem painéis solares e alimentada por baterias elétricas, e destinada a levar tripulações para uma estação espacial.

Soyuz 12

Em 27 de setembro de 1973 foi lançada a Soyuz 12 (modelo 7K-T), tripulada por Vasili Lazarev e Oleg Makarov. Na falta de alguma estação espacial na qual pudesse acoplar-se, foi realizado um vôo de curta duração (2 dias), que também se destinava a testar as modificações no novo projeto. A nave desceu a salvo, com seus tripulantes ilesos.

No dia 30 de novembro de 1973 foi lançado o Kosmos 613, na realidade uma nave Soyuz 7K-T não tripulada, com o objetivo de testar os sistemas de bordo para uma permanência mais longa no espaço (no caso, 60 dias).

Tudo correu normalmente, e a Soyuz retornou à Terra sem problemas após ter simulado um acoplamento com uma estação espacial, incluindo o desligamento e religamento da nave e diversas mudanças orbitais.

Soyuz 13

Mais um lançamento, em 18 de dezembro de 1973, com o objetivo de testar a cápsula com painéis solares: a Soyuz 13 (modelo 7K-T), tripulada por Pyotr Klimuk e Valentin Lebedev.

Num vôo de quase 8 dias, foram feitas experiências bio-médicas, bem como observações ultravioleta de estrelas e fotografias multiespectrais de regiões específicas da superfície terrestre.

Também foram feitas observações do cometa Kohoutek. A tripulação da Soyuz 13 esteve em órbita simultaneamente à missão americana Skylab 4, mas as duas tripulações não mantiveram nenhum tipo de contato.

A nave pousou no meio de uma tempestade de neve, mas a tripulação foi salva alguns minutos após o pouso.

Em 3 de abril de 1974 foi lançado o Kosmos 638, uma cápsula modelo 7K-T modificado, chamado de modelo 7K-M, equipada com um sistema de acoplamento universal, com os sistemas de suporte à vida adaptados para 4 pessoas e com novos painéis solares.

Era um teste para o vôo conjunto com uma nave Apollo (Projeto ASTP). Teste idêntico foi realizado com o Kosmos 652, lançado em 15 de maio de 1974. Os dois vôos tiveram sucesso absoluto.

Em 27 de maio de 1974 foi lançada nova nave Soyuz 7K-T sem tripulação, com o nome de Kosmos 656, destinada a testar um novo sistema de encontro e acoplamento.

Em 25 de junho de 1974 foi lançada a primeira estação espacial militar soviética bem sucedida, a Salyut 3 (visitada pela nave Soyuz 14; também deveria ter sido visitada pela Soyuz 15, mas esta não conseguiu realizar o acoplamento).

Soyuz 14

Em 3 de julho de 1974 foi lançada a Soyuz 14 (modelo 7K-T), tripulada por Yuri Artyukhin e Pavel Popovich. Após acoplar-se com a Salyut 3 (foto abaixo) com sucesso, a tripulação dedicou-se a atividades militares de reconhecimento, dentro do Projeto Almaz.

Soyuz

A duração da missão foi de 15 dias. Foi a primeira missão soviética bem sucedida numa estação espacial (recorde-se que, apesar de a Soyuz 11 ter permanecido acoplada à Salyut 1 durante 22 dias, em junho de 1971, e diversas experiências terem sido realizadas com sucesso, a tripulação morreu devido a um vazamento de ar durante a reentrada na atmosfera).

O objetivo maior da missão Soyuz 14 era testar o potencial da Salyut como estação tripulada de reconhecimento militar. Foram feitas observações exaustivas sobre o território soviético, especialmente pontos de interesse militar.

Foram escolhidos alvos especiais localizados no Cosmódromo de Baikonur. Havia uma rede de comunicação constante com navios de rastreamento e satélites Molniya. A tripulação se utilizava de freqüências especiais de rádio, normalmente usadas em missões militares.

Os astronautas realizaram uma bateria completa de testes na estação espacial, visando validar o seu funcionamento; também realizaram exercícios físicos (2 horas por dia), para evitar os problemas causados pela falta de gravidade (redução da massa óssea e muscular), o que permitiu que eles desembarcassem da nave sozinhos, após o pouso, sem esperar pela equipe de resgate.

No dia 6 de agosto de 1974 foi lançado o Kosmos 670, na realidade uma nave Soyuz 7K-S não tripulada, com objetivos ainda não muito bem esclarecidos. Aparentemente, o modelo 7K-S foi um precursor da nave de carga Progress.

Em 12 de agosto de 1974 foi lançado o Kosmos 672, uma nave Soyuz 7K-M não tripulada, novo teste automático da nave que iria participar do Projeto ASTP e do foguete A-2.

Soyuz 15

Em 26 de agosto de 1974 foi lançada a Soyuz 15 (modelo 7K-T), tripulada por Gennadi Sarafanov e Lev Demin. A nave, que deveria ter se acoplado com a Salyut 3 (também dentro do Projeto Almaz) na 16a volta, não conseguiu o acoplamento desejado, mesmo após diversas tentativas.

Sem sobra de combustível, a tripulação da Soyuz 15 trouxe a nave de volta à terra apenas 2 dias após o lançamento.

Até hoje há controvérsias sobre a causa da falha: parece ter havido problemas no novo sistema de acoplamento, e a tripulação teria se mostrado incapaz de corrigi-los ou sequer compensá-los. Após o fracasso na tentativa de acoplamento da Soyuz 15, a Salyut 3 foi tirada de órbita em 24 de janeiro de 1975, um mês após o lançamento da Salyut 4.

Soyuz 16

Em 2 de dezembro de 1974 foi lançada a Soyuz 16 (modelo 7K-M), tripulada por Anatoly Filipchenco e Nicolai Rukavishnikov. Foi o primeiro teste tripulado da nave que seria utilizada no Projeto ASTP, após terem sido realizados 3 testes não tripulados (Kosmos 638, Kosmos 652 e Kosmos 672).

A nave realizou diversas manobras orbitais, simulando o acoplamento com uma Apollo (foi utilizado um anel especialmente projetado para este fim).

A tripulação reduziu a pressão atmosférica na Soyuz 16 de 760 mm, 20% de oxigênio, para 540 mm, 40% de oxigênio, para diminuir o tempo de adaptação durante o acoplamento (as naves soviéticas e americanas utilizavam uma atmosfera diferente em pressão e composição).

Foram realizadas diversas transmissões de TV, testes dos sistemas da nave e experimentos científicos e biológicos. O vôo de 7 dias foi um sucesso absoluto.
Rumo à Salyut 4

Em 26 de dezembro de 1974 foi lançada a Salyut 4, uma estação espacial civil que evoluiu a partir da Salyut 1.

Soyuz 17

Em 11 de janeiro de 1975 foi lançada a Soyuz 17 (modelo 7K-T), tripulada por Aleksei Gubarev e Georgiy Grechko. Este lançamento foi realizado 16 dias após o lançamento da Salyut 4, com quem a Soyuz 17 se acoplou no dia 12 de janeiro.

Os astronautas ativaram a estação espacial e estabeleceram os elos de comunicação com um satélite Molniya e com os navios de rastreamento Korolev, Ristna e Nevel.

Os astronautas demoraram de 5 a 8 dias para se adaptarem à falta de gravidade. Apesar das instruções em contrário, eles trabalhavam de 15 a 20 horas por dia no início da missão. Eles realizavam cerca de 2,5 horas diárias de exercícios físicos.

Ainda foram testados diversos equipamentos, entre os quais pode-se citar:

o telescópio solar OST, que foi danificado em órbita, mas conseguiu ser operado graças à perícia e capacidade de improvisação dos astronautas, que conseguiram posicionar um espelho escutando, com um estetoscópio de uso médico, os ruídos que o mesmo fazia ao ser movimentado;

um sistema de reciclagem de água, capaz de gerar 1 litro de água por pessoa por dia;

telescópios infravermelho e de raio-X.

Também foram realizadas experiências médicas e biológicas.

A missão teve a duração de 29 dias. Cada astronauta perdeu cerca de 3,5 quilos, que foram recuperados uma semana após o pouso.

Soyuz 18A

Em 5 de abril de 1975 foi lançada a Soyuz 18A (modelo 7K-T), tripulada por Vasili Lazarev e Oleg Makarov. A nave, que deveria ter se acoplado com a Salyut 4, sofreu uma pane no terceiro estágio, e foi obrigada a realizar um pouso de emergência.

Após abortar automaticamente o vôo, a uma altitude de 180 km e uma velocidade de quase 20.000 km/h, a Soyuz 18A ativou os retrofoguetes, sujeitando os astronautas a uma desaceleração brutal de cerca de 20 Gs (gravidades).

O pouso foi realizado próximo à fronteira com a Mongólia e a China, nas montanhas Altai, o que causou uma grande preocupação à tripulação, que rapidamente abandonou a Soyuz em meio a uma noite gelada e fez uma fogueira, para alertar as forças de resgate. Especula-se que Lazarev teria sofrido lesões internas, devido à desaceleração violenta. Ele nunca mais voou.

Soyuz 18B

Em 24 de maio de 1975 foi lançada a Soyuz 18B (modelo 7K-T), tripulada por Pyotr Klimuk e Vitaly Sevastyanov (a tripulação de reserva da Soyuz 18A). Foi o recorde soviético até aquela data, com um total de 63 dias (menos do que os 84 dias da missão americana Skylab 4, lançada em 16 de novembro de 1973).

O acoplamento foi bem sucedido, tendo sido realizado no lado escuro da Terra (noite); a Salyut 4 foi ativada e sofreu as manutenções necessárias para o seu perfeito desempenho.

A tripulação realizou uma bateria de exames bio-médicos (inclusive sobre os efeitos da ausência prolongada da gravidade), estudaram as estrelas, os planetas, o Sol, a Terra e a atmosfera.

A rotina diária da tripulação era assim dividida: 8 horas de sono, 8 horas de trabalho, 3 horas para atividades pessoais, 2,5 horas de exercícios físicos, 2,5 horas para alimentação. A tripulação reserva da missão realizava os mesmos testes em terra, num simulador da estação espacial, para comparação de resultados e algum eventual socorro.

No final da missão da Soyuz 18B, as condições de habitação da estação espacial haviam se degradado. Os astronautas retornaram no dia 26 de julho, e suas condições físicas não eram muito boas, embora eles tivessem saído sozinhos da nave. Cada um perdeu cerca de 3 quilos, e eles só se recuperaram plenamente uma semana após o pouso.

Em 1975, a partir de um certo arrefecimento da chamada “Guerra Fria”, americanos e soviéticos realizaram uma missão espacial tripulada conjunta, chamada de Apollo-Soyuz Test Project (ASTP).

Soyuz 19

Em 15 de julho de 1975 foi lançada a Soyuz 19 (modelo 7K-M), tripulada por Alexey Leonov e Valeriy Kubasov, numa missão conjunta com a nave americana Apollo ASTP.

A missão Soyuz 18B permaneceu em vôo durante toda a missão conjunta da Soyuz 19 e Apollo ASTP, o que causou a ira dos norte-americanos, que não acreditavam que os soviéticos pudessem controlar 2 naves Soyuz e a estação espacial Salyut 4 simultaneamente.

No entanto, tudo correu bem, e as tripulações das duas naves Soyuz trocaram mensagens, rapidamente, por duas ocasiões.

A nave Soyuz foi lançada primeiro, e manobrou rumo a uma órbita de acoplamento. A Apollo foi lançada 7,5 horas depois, com 3 astronautas (Thomas P. Stafford, Vance D. Brand e Donald K. Slayton).

O acoplamento das duas naves ocorreu no terceiro dia da missão. A tripulação de cada nave visitou a outra, e foram realizadas experiências conjuntas e reportagens de rádio e TV.

Esta missão, cujos objetivos políticos foram mais importantes do que os científicos, é analisada em detalhes no Projeto ASTP.

No dia 29 de setembro de 1975 foi lançado o Kosmos 772, na realidade uma nave Soyuz 7K-S não tripulada. Provavelmente, tratava-se do protótipo de uma nave automática Progress.

Parece ter havido problemas com a nave, pois ela transmitiu apenas na freqüência de 166 MHz, o que era incomum para as naves soviéticas. Missão similar à do Kosmos 670.

Soyuz 20

Em 17 de novembro de 1975 foi lançada a Soyuz 20 (modelo 7K-T), sem tripulação, com o objetivo de testar os sistemas automáticos da Progress, embora se tratasse de uma nave Soyuz. A nave também cumpriu uma missão biológica, levando a bordo tartarugas e pulgas, além de sementes e plantas variadas. O vôo teve longa duração: cerca de 3 meses.

As Missões na Estação Militar Salyut 5

Em 22 de junho de 1976 foi lançada a estação Salyut 5, a última estação soviética exclusivamente militar. As naves Soyuz 21, 23 e 24 tiveram como objetivo levar astronautas soviéticos à Salyut 5.

Soyuz 21

A Soyuz 21 (modelo 7K-T), lançada em 6 de julho de 1976 – 14 dias após o lançamento da Salyut 5, efetuou uma missão militar a bordo da estação espacial, dentro do Programa Almaz.

Os astronautas foram Boris Volynov e Vitaly Zholobov. Embora a estada prevista fosse de 60 dias, o retorno foi antecipado para 24 de agosto, em função de problemas diversos. Foram testados os recursos da estação Salyut 5.

Soyuz 22

A Soyuz 22 era, originalmente a nave de “backup” da Soyuz 19, que realizou a missão conjunta com a Apollo ASTP (Projeto ASTP). Era uma nave Soyuz 7K-M modificada para o modelo 7K-MF6.

Tripulada por Valeriy Bykovsky e Vladimir Aksyonov, foi lançada em 15 de setembro de 1976, numa missão militar, destinada a fotografar os exercícios militares da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), realizados na Noruega.

Assim, a Soyuz foi equipada com uma câmara multiespectral Zeiss MKF-6, de 204 quilos, construída na Alemanha Oriental, que substituía o mecanismo de acoplamento. Esta mesma câmara foi posteriormente utilizada na estação Salyut 6.

Esta câmara tinha uma resolução de 20 metros e era capaz de cobrir 800.000 km2 da superfície terrestre em 10 minutos. Em termos atuais estes parâmetros são bastante pobres, mas na época eram considerados muito bons. Foram tiradas cerca de 2.400 fotografias.

Soyuz 23

Lançada em 14 de outubro de 1976, a Soyuz 23 (modelo 7K-T) deveria ter realizado um acoplamento com a estação Salyut 5. A Soyuz conseguiu se aproximar até a distância de 100 metros, e então o sistema de acoplamento automático falhou. Como a tripulação, composta por Vyacheslav Zudov e Valeriy Rozhdestvensky, não havia sido treinada para o acoplamento manual, foi ordenado o regresso à Terra assim que possível.

A Soyuz 23 pousou à noite, em meio a uma terrível tempestade de neve no Lago Tengiz, parcialmente congelado, e houve muita dificuldade em recuperar os astronautas na manhã seguinte.

Em 29 de novembro de 1976 foi lançado o Kosmos 869 (Soyuz 7K-S), mais um provável predecessor das naves Progress. Missão similar às do Kosmos 670 e Kosmos 772.

Soyuz 24

Em 7 de fevereiro de 1977 foi lançada a Soyuz 24 (modelo 7K-T), tripulada por Viktor Gorbatko e Yuri Glazkov. A tripulação acoplou sua nave com a Salyut 5, reativou os sistemas da estação e substituiu alguns componentes do computador de bordo. Foram realizados diversos experimentos, principalmente no que diz respeito a observações da superfície terrestre (coleta de fotos com objetivos militares).

A missão havia sido prevista para 50 dias; no entanto, como a Salyut 5 havia gasto mais combustível do que o previsto para manter a sua orientação, a estada foi abreviada para 18 dias. Foi a última missão a acoplar-se com a estação espacial.

As Missões Soyuz e a Salyut 6

As missões Soyuz 25-40 e as Soyuz-T 2-4 foram utilizadas para levar astronautas soviéticos e de outros países para a Salyut 6, lançada em 29 de setembro de 1977.

Soyuz

Soyuz 25

A Soyuz 25 (modelo 7K-T), tripulada por Vladimir Kovalyonok (comandante) e Valeriy Ryumin, foi lançada em 9 de outubro de 1977. Após diversas tentativas mal sucedidas de acoplamento com a porta dianteira da Salyut 6, foi dada a ordem de regresso da nave, uma vez que a Soyuz não dispunha de combustível suficiente para contornar a estação e tentar o acoplamento na porta traseira.

Soyuz

Soyuz 26

Em 10 de dezembro de 1977 foi lançada a Soyuz 26 (modelo 7K-T), tripulada por Yuri Romanenko (comandante) e Georgi Grechko.

Após o acoplamento bem sucedido na porta traseira, tornou-se a primeira tripulação residente na Salyut 6; Romanenko e Grechko estabeleceram novo recorde de permanência no espaço, com 96 dias; foram visitados por outros astronautas (Soyuz 27 e Soyuz 28) e receberam suprimentos trazidos pela nave não tripulada Progress 1; a tripulação retornou à Terra a bordo da Soyuz 27.

Soyuz

A tripulação conseguiu estabelecer uma rotina diária que compreendia 2,5 a 3 horas de exercícios, 8 horas de trabalho e 2,5 horas para as refeições. Havia um dia de folga a cada 5 ou 6 dias.

Além de um passeio espacial no dia 20, o primeiro dos soviéticos nos últimos 9 anos, foram realizadas dezenas de experiências médicas, biológicas, eletrônicas, físicas e astrofísicas.

Romanenko e Grechko examinaram minuciosamente a porta dianteira, na qual a Soyuz 25 não tinha conseguido realizar o acoplamento, e concluíram que ela estava em condições normais de uso.

Soyuz 27

Ainda com a Soyuz 26 acoplada à Salyut 6, foi lançada em 10 de janeiro de 1978 a Soyuz 27 (modelo 7K-T), tripulada por Vladimir Dzhanibekov (comandante) e Oleg Makarov.

Enquanto Romanenko e Grechko esperavam dentro da Soyuz 26 fechada (por motivos de segurança, caso houvesse um problema sério no acoplamento), Makarov e Dzhanibekov acoplavam com sucesso na mesma porta dianteira (que não havia permitido o acoplamento da Soyuz 25 em outubro de 1977).

Soyuz

A missão básica da Soyuz 27 era reabastecer a Salyut 6 com combustível, oxigênio, água e mantimentos em geral: comida, livros, cartas, filmes, jornais, etc. Também trazia equipamentos para a realização de novos experimentos.

Em 16 de janeiro a tripulação da Soyuz 27 (Dzhanibekov e Makarov) retornou a bordo da Soyuz 26. A Salyut 6 permanecera com uma tripulação de 4 homens durante 5 dias, de 11 a 16 de janeiro de 1978. Agora permanecia a Soyuz 27 acoplada à Salyut 6, tripulada por Romanenko e Grechko.

Soyuz

Progress 1

No dia 20 de janeiro de 1978 foi lançado o cargueiro espacial Progress 1, primeira nave automática de transporte de carga da série Progress. O acoplamento na porta traseira da Salyut 6 ocorreu sem problemas no dia 22.

Soyuz

A carga consistia em 1 tonelada de combustível e 1,3 toneladas de suprimentos em geral: equipamentos de reposição para sistemas vitais, roupas, unidades de condicionamento de ar, linhos, novos sensores de orientação e controle de movimento da Salyut, oxigênio para as EVAs (caminhadas espaciais) e comida, incluindo maçãs, alho e cebola, bem como material para experimentos diversos.

A Progress 1 também trazia trajes Pingüim – um traje especial de exercícios físicos, com elásticos, que auxiliava a evitar o desgaste provocado pela ausência de gravidade.

A Progress também levava um forno Splav, cuja finalidade era testar a fusão de diferentes ligas metálicas (cobre-índio, índio-antimônio, alumínio-tungstênio, molibdênio-gálio e alumínio-antimônio) em situação de micro-gravidade.

A nave Progress 1 desacoplou-se da Salyut 6 no dia 6 de fevereiro, afastou-se até a distância de 13 km e realizou nova aproximação, para testar o sistema de acoplamento de reserva. A seguir, foi desviada para uma reentrada destrutiva na atmosfera.

A Soyuz 27 permanecia acoplada à Salyut 6, e os astronautas Romanenko e Grechko continuavam trabalhando a bordo.

Soyuz

Soyuz 28

A Soyuz 28 (modelo 7K-T), lançada em 2 de março de 1978, levou a primeira tripulação internacional: o russo Aleksei Gubarev (comandante) e o tchecoeslovaco Vladimir Remek. O objetivo do Programa InterKosmos era conduzir pilotos militares de outros países do bloco soviético à estação espacial.

Foram realizados diversos experimentos médicos e várias experiências científicas durante os 8 dias que a tripulação da Soyuz 28 permaneceu na Salyut 6, juntamente com Romanenko e Grechko.

No dia 10 de março, a tripulação comemorou um recorde importante: Romanenko e Grechko haviam quebrado o recorde de permanência no espaço, até então em poder dos americanos Gerald P. Carr, Edward G. Gibson e William R. Pogue, que haviam permanecido 84 dias a bordo do Skylab (missão Skylab 4).

Soyuz

 

 

A Soyuz 28 retornou em 10 de março, deixando novamente Romanenko e Grechko sozinhos a bordo da Salyut 6.

Soyuz

Os Recordes Soviéticos de Permanência no Espaço

Finalmente, em 16 de março de 1978, a nave Soyuz 27 retornou à Terra, trazendo consigo os astronautas que subiram na Soyuz 26 – Yuri Romanenko e Georgi Grechko.

Eles haviam quebrado o recorde de permanência no espaço, então em poder dos norte-americanos, e que agora passava a ser de 96 dias. Era a primeira vez que os soviéticos quebravam este recorde, desde a missão Soyuz 11, em 1971, que havia custado a vida de Giorgi Dobrovolski, Vladislav Volkov e Victor Patsayev.

Pela primeira vez, desde 11 de dezembro de 1977, a Salyut 6 estava vazia, e assim permaneceria pelos próximos 3 meses.

Soyuz

Em 4 de abril de 1978 foi lançado o Kosmos 1001, teste não tripulado da nova nave Soyuz-T (modelo 7K-ST). O teste foi bem sucedido e a nave reingressou na atmosfera e pousou normalmente 11 dias após o lançamento.

Soyuz 29

A Soyuz 29 (modelo 7K-T), lançada em 15 de junho de 1978 e tendo a bordo Vladimir Kovalyonok (comandante) e Aleksandr Ivanchenkov, conseguiu realizar o acoplamento com a porta dianteira da Salyut 6 no dia 17. A uma distância de 22 km da estação, o sistema de aproximação “Igla” assumiu o controle e completou a tarefa automaticamente.

A carga de trabalho nesta missão era menor do que a da Soyuz 26. Os astronautas trabalhavam 5 dias por semana e dedicavam o sábado e o domingo para a arrumação da estação e tarefas administrativas.

Para evitar o desgaste físico acelerado, causado pela ausência da gravidade, a tripulação vestia o traje “Pingüim” até 16 horas por dia.

Kovalyonok e Ivanchenkov dedicaram seu tempo, basicamente, para a realização de tarefas relativa à manutenção e operação da Salyut 6 e experiências científicas, com destaque para exames médicos diversos e observação da superfície terrestre, utilizando uma versão aperfeiçoada da câmara Zeiss testada na Soyuz 22, a MKF-6M.

Soyuz

Soyuz 30

A Soyuz 30 (modelo 7K-T) foi lançada em 27 de junho de 1978. Foi a segunda missão com tripulação internacional : o soviético Pyotr Klimuk (comandante) e o polonês Miroslaw Hermashevsky. A nave realizou o acoplamento com a porta traseira da Salyut 6 no dia 29.

Embora fosse mais uma missão de caráter político, foram realizadas interessantes experiências de crescimento de cristais para semicondutores.

Soyuz

 

A Soyuz 30 voltou à Terra em segurança no dia 5 de julho, trazendo a sua tripulação original (Klimuk e Hermashevsky).

Soyuz

Progress 2

No dia 7 de julho de 1978 foi lançado o cargueiro espacial Progress 2, nave automática de transporte de carga da série Progress, que realizou o acoplamento na porta traseira da Salyut 6.

Soyuz

Além do habitual suprimento de ar para a renovação da atmosfera da Salyut 6, a Progress 2 trouxe suprimentos para 50 dias: 200 litros de água, 250 quilos de comida, 600 quilos de combustível, regeneradores de ar, peças de reposição para a estação, novos sub-sistemas de computadores, 100 quilos de filmes e material para experimentos diversos.

A Progress 2, carregada com os dejetos da estação, desceu em 4 de agosto, rumo a uma reentrada destrutiva na atmosfera.

Soyuz

Progress 3

A Progress 3, nave automática de transporte de carga da série Progress, foi lançada em 8 de agosto de 1978, e acoplou com a porta traseira da Salyut 6 no dia 10. Carregava suprimentos (inclusive moranguinhos e leite, além doa inevitáveis alho e cebola), água, ar, filmes, materiais para pesquisas diversas, cartas, jornais, equipamento médico e biológico, e também o violão de Ivanchenkov, que ele havia solicitado.

Uma das grandes preocupações dos soviéticos era cercar os astronautas de coisas triviais do dia-a-dia, de modo a minorar a solidão que eles sentiam no exíguo espaço da estação Salyut 6. Este é o motivo que os fazia abastecer a estação com alho e cebola, mesmo que isto exigisse mais dos sistemas de renovação de ar.

Soyuz

 

A Progress 3 foi descartada no dia 23 de agosto.

Soyuz

Soyuz 31

A Soyuz 31 (modelo 7K-T) foi lançada em 26 de agosto de 1978, tripulada pelo russo Valeriy Bykovsky (comandante) e pelo alemão oriental Sigmund Jaehn, na terceira missão internacional, dentro do Programa InterKosmos.

A Soyuz 31 realizou o acoplamento com a porta traseira da Salyut 6 no dia 27. Levava 4 quilos de comida: cebolas frescas, alho, limões, maçãs, leite, sopa, mel, carne de porco, pimenta da Bulgária e pão de gengibre. Sem dúvida, era mais que o suficiente para uma lauta refeição de recepção para os recém-chegados.

Soyuz

 

A tripulação de 4 membros realizou diversas experiências médicas e científicas. O forno Splav continuou sendo utilizado para experiências de fusão de materiais na micro-gravidade, e a câmara Zeiss MKF-6M foi utilizada para pesquisa de recursos naturais terrestres.

A tripulação preparou a Soyuz 29 para o retorno, testando seus sistemas e o propulsor. Carregaram os resultados de mais de 100 experimentos realizados, e então Bykovsky e Jaehn retornaram no dia 3 de setembro, deixando a Soyuz 31 recém-chegada para Kovalyonok e Ivanchenkov.

No pouso ocorreu um fato curioso: menos de 2 minutos após o pouso, a equipe de resgate chegou ao local. Os astronautas já tinham aberto a escotilha e estavam começando a sair da nave.

Soyuz

Como a Salyut precisava ser reabastecida e a nave Progress precisava acoplar na porta traseira, onde haviam conexões para o reabastecimento de combustível, a tripulação desacoplou a Soyuz 31 da porta traseira e manobrou até a algumas centenas de metros da Salyut 6.

A estação espacial foi então comandada para efetuar uma manobra de rotação em torno do seu eixo vertical, de modo a oferecer à Soyuz 31 a sua porta de acoplamento dianteira. A Soyuz 31 então voltou a acoplar-se com a Salyut.

Foi ainda necessária uma correção de atitude no conjunto Soyuz-Salyut. Toda a manobra durou o tempo aproximado de 1 órbita, algo em torno dos 90 minutos.

Soyuz

Progress 4

A Progress 4, nave automática de transporte de carga da série Progress, foi lançada em 4 de outubro de 1978, e acoplou com a porta traseira da Salyut 6 no dia 6.

Entre os 124 quilos de comida, havia diversas carnes, morangos, leite fresco, nozes, coalhada e, claro, cebola e alho. Também havia bombons com licor, que a esposa de um dos astronautas tinha enviado clandestinamente à nave, embrulhado como se fosse um chocolate convencional. A propósito, era permitido o consumo de álcool a bordo, mas em pequena quantidade.

A Progress também levava equipamentos de manutenção e reposição da estação espacial, revistas, jornais, roupas, filmes, um gravador para entretenimento e fitas com música, novos trajes de exercício “Pingüim”, água, combustível e ar fresco (certamente para combater os odores de tanto alho, cebola e coalhada…)

Soyuz

 

Após o reabastecimento da Salyut, completado em 13 de outubro, a Progress 4 foi utilizada para efetuar manobras orbitais. Foi descartada no dia 26.

Soyuz

A tripulação da Salyut 6 (Kovalyonok e Ivanchenkov) retomou as suas atividades normais, e eles observaram um eclipse lunar. Faltando um mês para o regresso, concentraram-se nos exames médicos e aumentaram os exercícios físicos.

O retorno à Terra ocorreu no dia 2 de novembro. A TV soviética cobriu ao vivo a descida da nave, e mostrou os dois astronautas saindo da nave e caminhando alguns poucos metros sem ajuda. No entanto, as condições médicas dos dois não eram muito boas, e eles apenas recuperaram completamente os seus movimentos normais em 25 dias.

Após 140 dias em órbita, eles tiveram alguns problemas de fala depois do pouso. Tinham perdido em média 3 quilos cada um, e a contagem das células vermelhas e da hemoglobina estava abaixo do normal.

Vladimir Kovalyonok e Aleksandr Ivanchenkov haviam batido o segundo recorde de permanência no espaço no mesmo ano (após os 96 dias de Yuri Romanenko e Georgi Grechko), com um total de 140 dias. A Salyut 6 estava novamente vazia.

Soyuz

Em 31 de janeiro de 1979 foi lançado o Kosmos 1074, novo teste não tripulado da nave Soyuz-T (modelo 7K-ST). Realizou manobras orbitais e “hibernou” no espaço por 60 dias, para testar sua capacidade de permanecer íntegra no espaço por longos períodos. A nave pousou normalmente em 1 de abril.

Soyuz 32

A Soyuz 32 (modelo 7K-T) foi lançada em 25 de fevereiro de 1978, tripulada pelos russos Vladimir Lyakhov (comandante) e Valeriy Ryumin, realizou o acoplamento com a porta dianteira da Salyut 6 no dia 26. A missão básica era revisar e reparar todos os sistemas da estação e prepará-la para futuras missões de longa duração.

Soyuz

A rotina diária envolvia exames médicos e psicológicos, cerca de 2,5 horas diárias de exercícios (o equivalente a uma caminhada de 4,5 km e uma corrida de 4 km), eles utilizavam o traje “Pingüim” por até 10 horas por dia. Os astronautas consumiam em média 3.100 calorias diárias e bebiam 2,5 litros de água.

Em função de problemas ocorridos com a Soyuz 33, que havia sido construída com os mesmos componentes da Soyuz 32, esta foi considerada pouco confiável e, posteriormente, descartada.

Progress 5

A Progress 5, nave automática de transporte de carga da série Progress, foi lançada em 12 de março de 1979, e acoplou com a porta traseira da Salyut 6 no dia 14. A Progress levou um total de 300 itens, distribuídos em 27 recipientes. Claro, entre os alimentos havia alho, cebolas, mel, maçãs e morangos.

Soyuz

Logo após o acoplamento, o controle da missão descobriu um problema nos tanques de combustível da Salyut. Não havia risco de explosão, mas a tripulação somente conseguiu resolver completamente o problema no dia 23 de março.

A Salyut 6 começava a apresentar sinais de estresse, pois os astronautas passavam um tempo significativo dedicando-se à realização de manutenções preventivas e consertos.

Mas ainda sobrava muito tempo para as pesquisas científicas e médicas, e também para a diversão: além da leitura de cartas e jornais, eles ouviam 50 fitas com músicas e liam histórias em quadrinhos soviéticas (quem sabe, não havia algum herói a salvar o mundo do capitalismo – uma versão comunista do ridículo Capitão America…)

Em 5 de abril a Progress 5 efetuou uma reentrada destrutiva na atmosfera. Permanecia a Soyuz 32 acoplada à Salyut 6, com Lyakhov e Ryumin a bordo.

Soyuz

Soyuz 33

Em 10 de abril de 1979 foi lançada a Soyuz 33 (modelo 7K-T), quarta tripulação internacional, com o russo Nikolai Rukavishnikov (comandante) e o búlgaro Georgi Ivanov. Rukavishnikov seria o primeiro civil russo a comandar uma missão espacial.

A uma distância de 9 km da Salyut 6, o sistema de acoplamento Igla foi ativado. Quando a nave chegou a 1 km da Salyut, o motor principal foi disparado, mas desligou sozinho, de modo indevido, impossibilitando o acoplamento. Nova tentativa de acionamento do sistema Igla resultou no mesmo problema, e foi cancelada a tentativa de acoplamento.

Soyuz

Foi constatado o mau funcionamento do motor principal da Soyuz 33, e havia risco de explosão caso houvesse nova tentativa de ligá-lo. Posteriormente se descobriu um defeito num sensor de pressão montado dentro da câmara de combustão do motor principal, que desligava o fluxo de combustível, impedindo o motor de trabalhar.

O comando da missão solicitou aos astronautas que dormissem, coisa que Rukavishnikov não conseguiu fazer. A nave tinha suprimento para 5 dias, e a decadência orbital levaria 10 dias para fazer com que a nave caísse de volta à Terra por gravidade. Em outras palavras, eles corriam risco de vida – por um lado, um acionamento do motor (mesmo do motor auxiliar) poderia explodir a nave; por outro, uma morte por inanição os esperava.

A alternativa de acionar repetidamente os motores de atitude para alterar a órbita da nave era demasiado complexa e provavelmente não haveria combustível para tanto. Outra possibilidade seria a de manobrar a estação Salyut, mas a diferença de velocidade entre as naves era muito alta, o que tornava a operação muito complexa. Com estes pensamentos na cabeça, o comandante da missão, Rukavishnikov, tinha dificuldades em conciliar o sono.

Enquanto esperavam a solução do problema, Rukavishnikov e Ivanov consumiram parte dos seus mantimentos, entre os quais uma garrafa de conhaque. Ao que parece, o búlgaro Ivanov teria consumido bem mais da metade da garrafa…

No dia seguinte, 12 de abril, foi ordenado o disparo do motor auxiliar, que funcionou, mas teve de ser desligado manualmente porque o desligamento automático falhou. O excessivo tempo de disparo (213 segundos, contra os 188 necessários) jogou a nave numa reentrada balística, tendo sido os astronautas submetidos a forças de desaceleração de 10 Gs. No entanto, o pouso foi tranqüilo, sem outros problemas.

Foi verificado que a peça responsável pela pane havia sido testada 8.000 vezes sem falhas. O motor da nave Soyuz havia funcionado sem falhas desde 1967, com mais de 2.000 disparos bem sucedidos. No entanto, foi projetada uma nova versão do motor da Soyuz.

A pane da Soyuz 33 obrigou o centro de controle a decidir pelo descarte da Soyuz 32, ainda acoplada à Salyut 6. Foi preparado o lançamento de uma nave vazia para substituí-la, a Soyuz 34.

Progress 6

A Progress 6, nave automática de transporte de carga da série Progress, foi lançada em 13 de maio de 1979, e acoplou no dia 15, sendo comandada por rádio a partir da Salyut 6. A Progress não estava afetada pelo problema verificado com o motor da Soyuz 33, pois utilizava o Módulo de Serviço da Soyuz-T, cujo projeto era completamente diferente.

Soyuz

Enquanto isso, a tripulação da Salyut (Lyakhov e Ryumin) continuava sua rotina de tarefas e experiências.

A Progress 6 carregava comida, água, combustível, novas experiências, lâmpadas para reposição, um novo painel de controle do sistema de navegação, cartas, jornais, etc.

Antes de ser descartada, a Progress 6 acionou o seu motor para reposicionar a estação numa órbita mais elevada. A seguir, carregando 150 quilos de dejetos, lixo e equipamento descartado, ocorreu o desacoplamento e a reentrada destrutiva.

Soyuz

Soyuz 34

Em 6 de junho de 1979, enquanto a Progress 6 ainda estava acoplada com a Salyut 6, foi lançada a Soyuz 34 (modelo 7K-T), sem tripulação, em substituição à Soyuz 32, colocada sob suspeita após o problema ocorrido com a Soyuz 33.

Após o lançamento, seu motor foi testado, e funcionou normalmente. O acoplamento com a estação ocorreu sem problemas no dia 9. Além de servir como nave de resgate, a Soyuz 34 também foi utilizada para levar alguns experimentos biológicos à estação espacial.

Soyuz

Após o acoplamento bem sucedido da Soyuz 34, a Soyuz 32 foi carregada com 50 quilos de resultados de experiências e 130 quilos de instrumentos da Salyut que haviam sido substituídos. O peso do material era equivalente ao peso dos dois astronautas. No dia 13 a Soyuz 32 foi desacoplada e desceu normalmente. Seu motor não apresentou qualquer problema.

Soyuz

Em 14 de junho de 1979 a tripulação desacoplou a Soyuz 34 da porta traseira, comandou um giro da Salyut em torno de seu eixo vertical e acoplou novamente na porta dianteira, para dar espaço para o acoplamento do cargueiro Progress 7.

Soyuz

Progress 7

A Progress 7, nave automática de transporte de carga da série Progress, foi lançada em 28 de junho de 1979, e acoplou no dia 30 na porta traseira da Salyut 6. Carregava comida, água, combustível, filme, roupas, unidades de regeneração de ar, plantas, correspondência, um livro de pinturas de Moscou, um rádio-telescópio KRT-10, novos trajes Pingüim e material para outros experimentos.

Soyuz

Enquanto isso, a tripulação da Salyut (Lyakhov e Ryumin) continuava sua rotina de tarefas e experiências. Entre outras atividades, realizaram um passeio espacial (EVA), mas Lyakhov teve algumas dificuldades para retornar à Salyut.

A Progress 7 foi desacoplada e descartada no dia 18 de julho; na porta onde ela estava acoplada foi montada a antena do rádio-telescópio KRT-10.

Soyuz

No dia 15 de agosto os astronautas realizaram uma EVA para desmontar a antena do rádio-telescópio KRT-10.

Em 18 de agosto a tripulação reativou a Soyuz 34 e testou os seus motores, com sucesso. Encerrando a sua permanência de 175 dias no espaço, Lyakhov e Ryumin prepararam a nave e desceram no dia 14 de junho de 1979, sem maiores transtornos.

Era o terceiro recorde soviético consecutivo permanência no espaço, após os 140 dias de Vladimir Kovalyonok e Aleksandr Ivanchenkov e os 96 dias de Yuri Romanenko e Georgi Grechko. Mais uma vez, a Salyut 6 estava vazia.

Soyuz

Recordes de Permanência no Espaço – Problemas e Soluções

A União Soviética havia conseguido bater 3 recordes de permanência no espaço consecutivos:

Período Nave Astronautas Tempo Total
10/dez/1977 a
10/mar/1978
Soyuz 26 Yuri Romanenko
Georgi Grechko
96 dias
15/jun/1978 a
3/set/1978
Soyuz 29 Vladimir Kovalyonok
Aleksandr Ivanchenkov
140 dias
25/fev/1979 a
13/jun/1979
Soyuz 32 Vladimir Lyakhov
Valeriy Ryumin
175 dias

Os cientistas haviam conseguido resolver quase todos os grandes problemas envolvidos na complexa tarefa de montar uma estação espacial e torná-la habitável por longos períodos: o foguete Soyuz era extremamente confiável, a infra-estrutura de comunicações, tele-controle e logística em geral funcionava muito bem, as técnicas de acoplamento, tanto as automáticas quanto as manuais, se mostravam precisas e confiáveis, e a nave Soyuz estava sendo remodelada, mas o projeto estava consolidado (apesar das dificuldades enfrentadas pela Soyuz 33).

O cargueiro Progress realizava perfeitamente bem as suas tarefas, e a estação Salyut 6 tinha algumas características de projeto extremamente mais avançadas do que seu concorrente americano, o laboratório espacial Skylab, entre as quais sistemas de regeneração de ar e água bastante aperfeiçoados, duas portas de acoplamento e a capacidade de reabastecimento totalmente automático a partir de naves de carga Progress.

A manutenção e evolução dos sistemas da estação espacial também eram problemas que haviam sido resolvidos corretamente. Os astronautas conseguiam realizar as suas experiências médicas e científicas sem riscos desnecessários e com objetividade e tranqüilidade.

Os soviéticos demonstravam para quem quisesse ver (e, principalmente, para quem não queria ver!) que dominavam perfeitamente todas as rotinas envolvidas na ocupação permanente do espaço.

Militarmente falando, isto era uma ameaça real para os Estados Unidos, que naquele momento não tinham condições de responder à altura.

Para os soviéticos, colocar 10 estações militares em órbita permanentemente tripuladas era só uma questão de vontade e investimento em tecnologia já dominada. Para os americanos, isto não passava de um sonho distante.

Mas restava um problema significativo – as condições físicas (e às vezes psicológicas) dos astronautas se deterioravam seriamente em longas permanências no espaço, pois todas as tripulações reportaram os mesmos sintomas: a sensação de cair para trás (desequilíbrio do labirinto, no ouvido interno), sensação de fluxo sangüíneo muito forte na cabeça, nariz entupido, rosto inchado, falta de apetite e desconforto ao mover a cabeça.

Em diversos astronautas, estes sintomas eram tão fortes que causavam vômitos após a alimentação. Muitos sintomas desapareciam após o quarto dia de vôo, mas a sensação de fluxo sangüíneo muito forte na cabeça permanecia até o décimo dia, e durante a realização de trabalhos físicos intensos.

Além destes sintomas, também ocorria uma perda de tecido ósseo e muscular, que era combatido com o uso do traje “Pingüim”, muitos exercícios físicos e o uso de medicações.

Após o pouso das missões de longa duração, a tripulação demonstrava problemas de locomoção e de fala. Estes problemas eram posteriormente solucionados. O que chama a atenção é que, a cada novo recorde, o tempo de recuperação total dos astronautas começou a diminuir, ao invés de aumentar. Isto demonstra que os médicos soviéticos estavam obtendo progressos significativos no controle dos efeitos de longos períodos sem gravidade no corpo humano.

No entanto, muitos destes problemas permanecem até hoje, e são ainda o grande obstáculo para a realização de vôos de longa duração (como, por exemplo, um hipotético vôo a Marte, cuja duração seria de aproximadamente 500 dias de ida e 500 de volta).

O Fim da Nave Soyuz e o Surgimento da Soyuz-T

O novo projeto da nave Soyuz (Soyuz-T) já podia enfrentar uma missão orbital completa, após os vôos das naves Kosmos 1001 e Kosmos 1074.

As principais modificações do novo modelo eram:

sistema de aproximação Igla revisado;
melhorias no sistema de controle de atitude do módulo de serviço;
reintrodução dos painéis solares;
novos controles aviônicos;
melhorias no sistema de acoplamento;
acomodação para 3 astronautas usando novos trajes espaciais pressurizados, e
novo sistema de escape de emergência.

Soyuz

As naves Soyuz-T 1, Soyuz-T 2, Soyuz-T 3 e Soyuz-T 4 foram utilizadas em missões junto à Salyut 6.

Soyuz-T 1

Em 16 de dezembro de 1979 foi lançada a Soyuz-T 1 (modelo 7K-ST), sem tripulação. No dia 18 ocorreu a primeira tentativa de acoplamento com a Salyut 6, mas a Soyuz-T 1 não se posicionou corretamente.

Nova tentativa, desta vez bem sucedida, ocorreu no dia 19, quando a nave conseguiu o acoplamento na porta dianteira da Salyut, onde permaneceu por 95 dias.

Soyuz

Em 29 de fevereiro foi acionado o motor principal da Soyuz-T 1 para modificar a órbita da estação. No dia 24 de março a nave desacoplou e ainda realizou testes e manobras orbitais por 2 dias, quando desceu a salvo (26 de março).

Soyuz

Progress 8

Como preparação para a próxima missão de longa duração, foi lançada em 27 de março de 1980 a Progress 8, nave automática de transporte de carga da série Progress. O acoplamento com a porta traseira da Salyut 6 ocorreu no dia 29, poucos dias após o desacoplamento da Soyuz-T 1. O abastecimento da Salyut a partir da Progress ocorreu automaticamente, antes da chegada da nova tripulação.

Soyuz

Além de combustível, a Progress carregava comida, ar, roupas, regeneradores de ar, água, novos painéis de controle para substituição de velhos, baterias, componentes do sistema de controle de temperatura e novos equipamentos para a Salyut. A Progress 8 retornou em 26 de abril.

Soyuz 35

Em 9 de abril de 1980, com a Progress 8 ainda acoplada com a Salyut 6, foi lançada a Soyuz 35 (modelo 7K-T), com os astronautas Leonid Popov (comandante) e Valeriy Ryumin (em substituição de Valentin Lebedev, que teve uma contusão séria num joelho, durante um treinamento). Embora Ryumin tivesse realizado um vôo de 175 dias (Soyuz 32) há pouco tempo, os médicos o liberaram para mais uma missão de longa duração.

A Soyuz 35 acoplou automaticamente na porta dianteira da Salyut 6 no dia 10. Curiosamente, Ryumin encontrou a bordo da estação uma carta que ele havia escrito aos membros da próxima missão. Mal poderia saber que ele mesmo voltaria tão cedo, muito menos que faria parte da próxima tripulação…

Soyuz

Os astronautas ativaram a Salyut, que “hibernava” há 10 meses, e começaram a descarregar a Progress. Eles substituíram uma das unidades de controle de atitude, os regeneradores de ar e de água, unidades de outros sistemas, tais como ventilação e comunicações, e adicionaram uma bateria de 80 quilos ao sistema de geração de energia elétrica.

A Progress 8 foi desconectada em 26 de abril e efetuou a sua reentrada destrutiva.

Soyuz

Progress 9

A Progress 9, nave automática de transporte de carga da série Progress, foi lançada em 22 de abril de 1980, e acoplou no dia 29 na porta traseira da Salyut 6. Carregava comida, água, roupas, correspondência e material para diversas experiências.

Soyuz

A Progress 9 foi utilizada para manobrar a estação, foi desacoplada no dia 22 de maio e desceu para a reentrada destrutiva.

Soyuz

Soyuz 36

Em 26 de maio de 1980, com a Progress 9 ainda acoplada com a Salyut 6, foi lançada a Soyuz 36 (modelo 7K-T), com os astronautas Valeriy Kubasov (comandante) e o húngaro Bertalan Farkas (quinta missão com tripulação internacional, dentro do Programa InterKosmos). O acoplamento ocorreu sem problemas no dia 27 e eles foram recebidos a bordo por Popov e Ryumin.

Soyuz

Foram realizadas a bordo diversas experiências científicas e médicas, biológicas e farmacêuticas, inclusive relacionadas à produção de interferon (medicação utilizada no combate à rejeição de órgãos transplantados). O velho forno Splav continuava sendo utilizado intensamente na pesquisa de ligas metálicas. A programação nesta fase era tão intensa que os astronautas dormiam poucas horas por dia.

Antes da partida de Kubasov e Farkas, os astronautas carregaram os dejetos da estação no módulo de serviço (descartado na reentrada) da Soyuz 35. O desacoplamento ocorreu no dia 3 de junho e o pouso foi normal. Popov e Ryumin permaneceram com a Soyuz 36.

O motivo destas trocas de nave era simples: a tripulação da estação espacial sempre ficava com a nave mais nova, menos desgastada pelas intensas variações de temperatura, impactos de micro-meteoritos e outros danos causados em órbita, e a nave mais antiga descia assim que possível.

Soyuz

Como já tinha se tornado rotina, a tripulação manobrou a Soyuz 36, acoplada na porta traseira, para a porta dianteira, visando liberar o acesso habitual para futuras missões Progress.

Soyuz

Soyuz-T 2

Em 5 de junho de 1980 foi lançada a primeira nave Soyuz-T 2 (modelo 7K-ST) tripulada, tendo a bordo Yuri Malyshev (comandante) e Vladimir Aksenov. Entre outras novidades, a Soyuz-T contava com um novo computador responsável pelo acoplamento e pela reentrada, o “Argon”, o que havia exigido dos astronautas um treinamento adicional na programação do novo equipamento.

Durante a aproximação com a Salyut 6, o Argon posicionou a nave de uma forma que os astronautas e o controle da missão consideraram incorreta. Malyshev desligou o Argon e acoplou as naves manualmente, com sucesso. Posteriormente ficou esclarecido que, se o Argon não tivesse sido desligado, ele teria realizado o acoplamento corretamente.

Como é comum no teste de novas tecnologias, a tripulação não estava habituada aos novos recursos, e não ainda confiava plenamente neles.

Soyuz

A tripulação da Soyuz-T 2 permaneceu apenas 2 dias a bordo da Salyut, porque o objetivo da missão era testar a nova nave com pessoas a bordo. No dia 9, a Soyuz-T 2 desligou-se da Salyut, tirou algumas fotos e realizou uma inspeção visual da estação. O pouso ocorreu normalmente.

Soyuz

Após a partida dos seus camaradas, Popov e Ryumin foram consertar o sistema de controle de atitude redundante “Kaskad”. Para a realização desta tarefa, gastaram muito mais combustível do que o previsto.

Progress 10

A Progress 10, nave automática de transporte de carga da série Progress, foi lançada em 29 de junho de 1980, e acoplou no dia 1 de julho na porta traseira da Salyut 6. Carregava uma câmara Polaroid, um monitor de TV colorido lentes de aproximação para um telescópio, fitas de música soviética, sementes para experiências biológicas, cartas, jornais e comida, incluindo as inevitáveis cebolas, além de pêras, salsa, abóboras, rabanetes e peixe enlatado (sardinha em lata, certamente).

Soyuz

Os motores da Progress ainda foram acionados para mudar a órbita da Salyut, e o cargueiro foi desacoplado e descartado no dia 19.

Soyuz

No curto intervalo de tempo entre a saída da Progress 10 e a chegada da Soyuz 37, ocorreu a formação de uma névoa dentro da Salyut, indicando provavelmente um problema no sistema de controle de ambiente.

Soyuz 37

A Soyuz 37 (modelo 7K-T) foi lançada em 23 de julho de 1980. Tripulada pelo experiente russo Viktor Gorbatko (comandante) e pelo norte-vietnamita Pham Tuan, foi a sexta missão com tripulação internacional, dentro do Programa InterKosmos. A nave acoplou com a porta traseira da Salyut 6 no dia 24.

Soyuz

Pham Tuan era um aviador de caça, herói norte-vietnamita. Consta que tinha derrubado o primeiro B-52 americano durante a Guerra do Vietnam, coisa que os americanos obviamente nunca admitiram. Como era habitual nestas missões internacionais, foram tiradas muitas fotos multi-espectrais com a câmara Zeiss MKF-6M do país do visitante, em programas científicos conjuntos, visando a pesquisa de recursos naturais.

Também foram realizadas algumas experiências médicas e biológicas. No final da missão internacional, Gorbatko e Tuan retiraram seus assentos personalizados e objetos pessoais da Soyuz 36 e os instalaram na Soyuz 37, deixando a nave mais nova para Popov e Ryumin.

Soyuz

Novamente a tripulação manobrou a Soyuz 37, acoplada na porta traseira, para a porta dianteira, visando liberar o acesso habitual para futuras missões Progress.

Soyuz

Soyuz 38

A Soyuz 38 (modelo 7K-T) foi lançada em 18 de setembro de 1980, tripulada pelo russo Yuri Romanenko (comandante) e pelo cubano Arnaldo Tamayo-Mendez, na sétima missão internacional, dentro do Programa InterKosmos. A Soyuz 38 realizou o acoplamento com a porta traseira da Salyut 6 no dia 20.

Soyuz

 

A missão internacional foi dedicada quase exclusivamente a experiências médicas, porque a Salyut não voaria sobre Cuba durante o dia no período em que Tamayo-Mendez estava a bordo, o que inviabilizaria o uso da câmara MKF-6M. A pesquisa que fazia parte da programação foi feita posteriormente, mas sem a presença do astronauta cubano.

Em função da pequena duração desta missão, não valia a pena fazer a troca de cápsulas, de modo que Romanenko e Tamayo-Mendez retornaram na mesma Soyuz 38 no dia 26. O pouso foi tranqüilo, embora tivesse ocorrido à noite. O módulo de descida da cápsula foi doado para Cuba, e se encontra num Museu Cubano.

Soyuz

Mais uma vez, Popov e Ryumin estavam sozinhos a bordo da estação espacial.

Progress 11

A Progress 11, nave automática de transporte de carga da série Progress, foi lançada em 28 de setembro de 1980, e acoplou no dia 30 na porta traseira da Salyut 6. Levava a carga necessária para o fim da missão de Popov e Ryumin (água, oxigênio e comida), bem como combustível para mais um período em que a Salyut 6 ficaria sem tripulação.

Soyuz

A Progress 11 somente voltaria no dia 11 de dezembro.

A tripulação agora estava ocupada em limpar a estação espacial, terminar os experimentos ainda inacabados, embalar os resultados e aprontar a estação para mais um período de vôo solitário. Finalmente, no dia 11 de outubro de 1980, Popov e Ryumin desacoplaram a Soyuz 37 e desceram rumo à Terra.

Eles haviam batido novo recorde de permanência no espaço – 185 dias. No entanto, mais importante do que o recorde em si, foi o estado físico e clínico dos astronautas ao retornarem.

Suas condições cardiovasculares e musculares eram quase normais, e eles se recuperaram mais rapidamente do que os seus antecessores. Mesmo Valeriy Ryumin, que havia passado exatos 360 dias no espaço em menos de 2 anos (entre 25 de fevereiro de 1979 e 11 de outubro de 1980), estava muito bem de saúde.

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Soyuz-T 3

Em 27 de novembro de 1980 foi lançada a nave Soyuz-T 3 (modelo 7K-ST, Soyuz-T), tendo a bordo Leonid Kizim (comandante), Oleg Makarov e Gennadiy Strekalov. Foi o primeiro lançamento soviético com 3 astronautas em 9 anos, desde a morte de Giorgi Dobrovolski, Vladislav Volkov e Victor Patsayev na Soyuz 11.

O acoplamento com a porta dianteira da Salyut 6 ocorreu no dia 28. Desta vez, a tripulação estava melhor treinada com o computador Argon, e o acoplamento automático ocorreu sem problemas. A Progress 11 ainda estava acoplada.

Soyuz

 

As principais tarefas realizadas pelos 3 astronautas foram de manutenção: trocaram uma unidade hidráulica do sistema de controle de temperatura, repararam uma unidade de comutação do sistema elétrico e unidades do sistema de telemetria, substituíram e reprogramaram o sistema de controle e temporização da Salyut e substituíram uma unidade do sistema automático de reabastecimento, que havia falhado durante o abastecimento recente da Progress 11.

Antes da volta de Kizim, Makarov e Strekalov, a Progress ainda foi utilizada para manobras orbitais. O módulo de descida da Soyuz-T 3 desacoplou e desceu no dia 10, permanecendo acoplado o módulo orbital, que foi posteriormente descartado. Devido à curta estadia e agenda lotadíssima, a tripulação negligenciou os exercícios. Em conseqüência, eles voltaram, para surpresa geral, em piores condições físicas do que os astronautas das missões anteriores de longa duração.

Soyuz

A Progress 11 foi desacoplada e descartada no dia 11 de dezembro.

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Progress 12

A Progress 12, nave automática de transporte de carga da série Progress, foi lançada em 24 de janeiro de 1981, e acoplou no dia 26 na porta traseira da Salyut 6. Após a realização de manobras orbitais, foi efetuado o reabastecimento automático da estação. Carregava regeneradores de ar, filtros, comida e água, filmes, material para experiências diversas e partes de reposição para a Salyut.

Soyuz

A Progress 12 aguardava a chegada da nova tripulação, e somente seria desacoplada no dia 19 de março.

Antes da chegada da próxima tripulação, um dos painéis da Salyut 6 perdeu a capacidade de rastrear a posição do Sol, o que provocou uma subalimentação elétrica na estação. Este problema obrigou os controladores da missão a manobrar a Salyut manualmente durante 2 semanas, de modo a tentar manter sempre o painel danificado na orientação mais adequada possível.

Soyuz-T 4

Em 12 de março de 1981 foi lançada a Soyuz-T 4 (modelo 7K-ST, Soyuz-T), missão de longa duração tripulada por Vladimir Kovalyonok (comandante) e Victor Savinykh (engenheiro de vôo).

O acoplamento automático (controlado pelo computador Argon) ocorreu com a porta dianteira da Salyut 6, no dia 13, estando a Progress 12 ainda acoplada.

Soyuz

A principal tarefa da tripulação foi consertar o painel solar defeituoso, que provocava um descontrole térmico dentro da estação. Quando Kovalyonok e Savinykh chegaram, a temperatura era de 10° C e a umidade tinha condensado nas paredes internas. Também consertaram o moinho, uma bomba do sistema de regulagem térmica e uma câmara de TV, e realizaram diversas experiências científicas.

A tripulação da Soyuz-T 4 não iria tentar bater outro recorde de permanência no espaço. O principal objetivo da missão era hospedar mais duas tripulações internacionais, na Soyuz 39 e Soyuz 40.

A Progress 12 foi descartada no dia 19.

Soyuz

Soyuz 39

A Soyuz 39, penúltima missão de uma nave Soyuz do modelo 7K-T, foi lançada em 22 de março de 1981, tendo a bordo o russo Vladimir Dzhanibekov (comandante) e o mongol Jugderdemidiyn Gurragcha, na oitava missão internacional, dentro do Programa InterKosmos. O acoplamento com a porta traseira da Salyut 6 ocorreu no dia 23.

Soyuz

Como era habitual nestes vôos internacionais, o grande foco da missão era a pesquisa dos recursos naturais do país do astronauta visitante. Também houve a continuidade de outras pesquisas científicas, com a substituição do forno Splav pelo Isparital, mais moderno.

Em 30 de março a Soyuz 39 voltou à Terra, permanecendo Kovalyonok e Savinykh a bordo da Salyut.

Soyuz

No dia 25 de abril de 1981 foi lançado o módulo Star, sob o nome de Kosmos 1267, semelhante ao Kosmos 929. Era quase do tamanho da Salyut.

Soyuz 40

Em 14 de maio de 1981 foi lançada a Soyuz 40, tendo a bordo o russo Leonid Popov (comandante) e o romeno Dumitru Prinariu, na nona missão internacional, dentro do Programa InterKosmos. O acoplamento com a porta traseira da Salyut 6 ocorreu no dia 15.

Soyuz

Tal como as suas antecessoras, esta missão internacional visava a pesquisa dos recursos naturais do país do astronauta visitante. A nave retornou com a sua tripulação no dia 22 de maio, após uma correção orbital.

Soyuz

Esta foi a última missão de uma nave Soyuz do modelo 7K-T.

O Fim da Salyut 6 e da Soyuz (modelo original)

No dia 26 de maio de 1981 a tripulação da Soyuz-T 4 (Vladimir Kovalyonok e Victor Savinykh) retornou à Terra, após uma permanência de 74 dias. Foi a última missão tripulada rumo à Salyut 6, que passaria a ser utilizada para a realização de testes com o Kosmos 1267. A Salyut 7 seria lançada a seguir.

Com mais de 40 vôos realizados de 1967 a 1981, a tecnologia da Soyuz original estava consolidada, mas obsoleta. O novo projeto Soyuz-T já se mostrava confiável.

O Modelo Soyuz-T

A nave Soyuz-T era uma versão bastante modificada em relação à sua predecessora, a Soyuz original.

O módulo de pouso, pesando cerca de 3.000 quilos, foi aumentado, comportando agora 3 astronautas vestindo seus trajes pressurizados. O módulo orbital, pesando 1.100 quilos, sofreu poucas alterações.

O módulo de instrumentos, com um peso de 2.750 quilos, contava agora com um novo com um novo computador responsável pelo acoplamento e pela reentrada, o “Argon”, e também com um sistema de propulsão melhorado, que permitia a transferência de combustível entre o motor principal e os controladores de atitude.

Os painéis voltaram a fazer parte da nave (haviam sido retirados), resultando numa envergadura de 10,6 metros.

O peso médio da nova Soyuz-T era de 6.850 quilos.

As Soyuz-T 2 a 4 foram utilizadas no transporte de astronautas soviéticos para a estação Salyut 6.

As naves Soyuz-T 5 a 14, sem alterações significativas em relação às anteriores da mesma série, foram utilizadas no transporte de astronautas soviéticos (e seus convidados de outros países, dentro do Programa InterKosmos) para a estação Salyut 7. A tripulação da Soyuz-T 5 quebrou novo recorde de permanência no espaço, com 211 dias. A Soyuz-T 8 não conseguiu acoplar com a Salyut.

O lançamento da Soyuz-T 10A foi abortado, após um princípio de incêndio na base do foguete SL-4. A cápsula efetuou uma decolagem de segurança utilizando, pela primeira vez em condições reais, seu sistema de escape de emergência. A tripulação foi salva sem maiores problemas. Novo recorde de permanência foi estabelecido pela tripulação da Soyuz-T 10B, com um total de 237 dias.

A Soyuz-T 15 realizou uma viagem épica, pois sua missão consistiu em desativar a estação Salyut 7 e ativar a nova estação espacial Mir (ou, mais precisamente, o seu núcleo – “Core module”).

O Modelo Soyuz-TM

A nave Soyuz-TM foi adaptada da Soyuz-T, para uso com a estação Mir. Externamente, houve poucas alterações em relação à Soyuz-T. Internamente, foram realizadas melhorias no sistema de geração de energia elétrica e nos controles dos retro-foguetes do módulo de pouso. A TM podia levar 100 quilos de carga a mais, e podia decolar com 200 quilos a mais, graças a melhorias no foguete lançador, o SL-4. O peso total da nave beirava os 7.000 quilos.

As naves Soyuz-TM 2 a 29 foram utilizadas para o transporte de astronautas soviéticos e de outros países para a estação modular Mir, que pode ser considerada como a iniciativa espacial de caráter científico mais importante do século XX, em função dos resultados alcançados.

Foram quebrados todos os recordes de permanência no espaço, por diversas vezes.

O Modelo Soyuz-TMA

A nave Soyuz-TMA foi uma nova evolução dos modelos anteriores, para uso com a estação ISS.

Depois do acidente com o transportador espacial Columbia, em 01 de fevereiro de 2003, a nave Soyuz-TMA passou a ser o único veículo de transporte disponível para levar e trazer astronautas para a ISS, tal como acontecia nas décadas de 70 e 80, com as estações da série Salyut ou nos primeiros anos da Mir.

O Projeto Básico das Naves Soyuz

Apesar da evolução da nave, o projeto básico permaneceu o mesmo desde o início. Assim, as fotos mostradas abaixo servem para se ter uma boa idéia de alguns detalhes da Soyuz.

Soyuz
Um assento da nave Soyuz mostrado em proporção ao módulo de reentrada.

Apesar do pouco espaço destinado ao astronauta (que usa seu traje pressurizado Sokol) a posição não é tão desconfortável quanto parece.

Soyuz
Maquete da Soyuz, mostrando a porta de conexão ao módulo orbital (à esquerda da foto, no eixo longitudinal da nave), a porta do pára-quedas no topo e o controle de atitude (parte esquerda inferior da foto).

Soyuz
Foto que representa dois dos três astronautas sentados no módulo de pouso.

O pouco espaço é compartilhado com os pára-quedas, localizados nas bolsas entre as suas cabeças.

Soyuz
Foguete lançador Soyuz. A nave está protegida pela cobertura branca.

Fonte: www.karl.benz.nom.br

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