Fandango

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Fandango – O que é

Fandango é um estilo espanhol de música e dança com uma variedade de formas que são definidos pela região específica de origem, ritmo e humor.

A dança Fandango é englobado dentro das formas de Flamenco.

Este tipo de dança é visto como uma fertilidade ou namoro dança feito entre os casais em um festival ou reunião.

A palavra vem do Fandango fado Português, o que significa dança e canto tradicional, e do fatus latim, que significa destino. É uma forma musical, que é característica de folclore espanhol.

O canto e dança contam uma história, normalmente de amor e namoro, simbolizando o jogo de perseguição que ocorre no amor.

Historicamente, a dança foi feita somente entre dois parceiros que nunca tocaram ao longo de toda a sequência de dança. Agora a dança evoluiu para assumir um maior número de dançarinos não apenas dois.

O Fandango geralmente começa com um ritmo lento aumentando gradualmente em passos rítmicos mais rápidos com rotura e clicando. Dançar, cantar e os estalos de castanholas são todos parte do Fandango. Castanholas são um pequeno instrumento que é usado nos dedos e rapidamente explorado em conjunto para produzir um som de clique.

Guitarras e pandeiros são usados agora na Fandango mas foram utilizados, inicialmente, apenas os dedos ou castanholas estalando.

Fandango – Origem

Fandango
Fandango

Fandango é um gênero de música popular espanhola.

A dança, provavelmente de origem árabe, era popular na Europa no século 18 e sobreviveu até o século 20 como uma dança folclórica da Espanha, Portugal, sul da França, e América Latina.

Fandango – História

Este animado folkdance começou a vida na Andaluzia, em Espanha.

O registro mais antigo conhecido da melodia usada para o Fandango está no Livro de diferentes melodias de guitarra em 1705.

A dança em si foi documentada pela primeira vez por um padre espanhol em 1712.

No entanto, especialistas do Fandango estão em desacordo sobre as verdadeiras origens da dança.

De um lado, a teoria mais proeminente é que o Fandango evoluiu a partir das danças Andaluzia como a Malagueña ou Murciana.

Outro diz que o Fandango poderia ser de um fundo mourisca, enquanto outros acreditam que poderia ser derivado de danças na América Latina e nas Índias Ocidentais.

Fandango – Dança

História

Fandango
Fandango

Fandango é uma dança em pares conhecida em Espanha e Portugal desde operíodo Barroco caracterizada por movimentos vivos e agitados, com certo arde exibicionismo, em ritmo de 3/4, muito frequentemente acompanhada desapateado ou castanholas e seguindo um ciclo de acordes característico (lámenor, sol maior, fá maior, mi menor).

É a arte trazida pelos nossos antepassados, ainda hoje sentida e vivida, que orgulhosamente queremos preservar. É por isso que aqui continua a respirar- se folclore.

Danças, cantares, ritmos e movimentos que se executam com a pujança ímpar de uma terra assumida na integridade, A ribatejana.

No início do Século XIX, o Fandango era dançado e, por vezes, cantado pelosvários estratos sociais, sendo considerado por alguns visitantes estrangeiroscomo a verdadeira dança nacional.

Ao longo da sua história foi dançado ebailado, tanto em salões nobres e teatros populares de Lisboa, como nas ruas,feiras, festas e tabernas, normalmente entre homem e mulher, entre pares dehomens ou entre pares de mulheres.

Nesses tempos idos, os dançarinosdançavam também em pleno campo, defronte das árvores. Os mais hábeis tentavam a sorte a “fandangar” nas tabernas, com um copo de vinho na cabeça, sem o entornar.

Hoje em dia, o Fandango é dançado em quase todas as províncias de Portugal,através das mais diversas formas musicais e coreográficas.

Atualmente existem, só no Ribatejo, quase vinte variantes de fandangos, tocados não sópor acordeões, mas também por pífaros, gaitas-de-beiços, harmónios eclarinetes.

Nas suas variadas tonalidades, o fandango pode ser também umaversão apenas instrumental, pode ser cantado, dançado em roda ou dançado apares com várias combinações – homem/homem (mais frequente),homem/mulher (em alguns casos) e mulher/mulher (raramente), para além depequenos grupos.

No Ribatejo, a versão mais conhecida é aquela que se denomina por”Fandango da Lezíria”, dançada entre dois campinos vestidos com “fato degala”.

Trata-se de uma dança de agilidade entre dois homens, onde seadivinha uma espécie de torneio de jogo de pés, em que o homem pretendeatrair as atenções femininas, através da destreza dos seus movimentos,promovendo a coragem, a altivez e a vaidade do homem ribatejano.

O poeta Augusto Barreiros, num trabalho ao qual intitulou de “Aguare la Ribatejana”, escreve assim sobre o Fandango: “ A dança é uma briga. Um duelo frenético em que dois competidores se medem, a princípio receosos, logo mais desinibidos.

Os sapatos de salto de prateleira, a que teve o cuidadode tirar as esporas, exigem resposta pronta às frases cantadas que atiram de jato.

O Fandango está enraizado entre os portugueses, mas é, por excelência, adança ribatejana, descrevendo na perfeição aquilo que foi e ainda é o Ribatejo.

Como se Dança o Fandango?

Cabeça erguida, corpo firme e pernas leves, estes são os requisitosnecessários para ser um bom fandangueiro.

De polegares nas covas dos braços “fogoso e impaciente como um puro lusitano.

O autêntico fandangoaparece-nos na pessoa do campino, que só se digna dançar de verdade,quando baila sozinho”. Como refere Pedro Homem de Mello, no seu livro “ Danças Portuguesas ”. Quer seja na lezíria quer seja na charneca, o fandango é o rei da dança no Ribatejo.

É uma dança de despique e de desafio que ohomem leva a cena, ostentando toda a sua virilidade e capacidades individuais.Houve quem o definisse como dança inebriante , viril, alucinante, interpretadapor garbosos e orgulhosos campinos, temerários e arrojados nas lides taurinas,pois dela não se pode excluir o trabalho na lezíria bem como o gosto e a forçapara enfrentar a braveza do touro.

Ao percorrermos a província ribatejana, acabamos por descobrir algumasdiferenças na forma de dançar e de trajar.

Ao norte, na margem direita do RioTejo, ficam os ‘bairros’, onde os campinos usam trajes mais escuros e asdanças são mais lentas; ao sul adivinham-se já os montados de charneca, masé na grande lezíria que o campino veste roupas mais garridas e dança deforma mais agitada. Aí vamos encontrá-los com o fato de trabalho cinzento e afaixa e o barrete encarnados.

Na zona da charneca, o ritmo da dançaassemelha-se muito ao da lezíria. É que os campinos dessa região, (que seaproxima bastante do Alentejo e que muitas vezes e já confundida com ele),fazem questão de demonstrar que são ribatejanos. O traje típico da mulher dalezíria que anda nos arrozais é composto por duas saias e meias sem pés, àsquais se dá o nome de canos ou sacanitos .

A mulher do bairro veste trajesmais escuros em tons de castanho e preto, tal como o campino daquela região,que ao contrário do da lezíria, usa cinta e barrete preto.

Ao contrário do que é do conhecimento comum, o fandango não é uma dançaexclusiva do Ribatejo. Pelo menos é assim que reza a historia desta dança que já vem de longe. Já no século XVI, Gil Vicente usou o termo “ esfandangado ”, no entanto, nada comprova que a sua utilização tivesse algo a ver como que se chama hoje “fandango”.

Mas foi só em setecentos que as influências vindas de Espanha foram um marco importante no destino do fandango. Várias foram asfases que estiveram nos bastidores da dança, ao longo destes séculos. Asmitologias que se foram edificando fazem-nos crer que o fandango é umadança exclusiva do Ribatejo, mas a verdade é que a história desmente estaideia.

Tal como já referimos, o fandango chegou até Portugal no século XVIII,vindo dos palcos do teatro espanhol. Em Portugal, o seu ritmo contagianteinvadiu o país, primeiro no círculo da aristocracia como dança de salão, depoisnas tabernas, em ambiente de homens. E a sua influência foi tal que até aosconventos o fandango chegou, nessa altura dançado também por mulheresque rodopiavam ao som da música e do estalido dos dedos.

A voluptuosidadee o ginete com que era dançado eram tais que o fandango acabou por ser caracterizado como uma dança obscena, que servia muitas vezes de instru-mento de sedução. Assim, na segunda metade do século XVIII vivia-se uma onda de “obsessão” pelo fandango que se estendeu a todo o pais e que adquiriu um cunho próprio, de acordo com a região em que se radicou.

Dançava-se no Minho, no Douro Litoral na Beira Interior e na Beira Litoral, ondeainda no início do século se tocavam fandangos nos arraiais. E no Minho aindahá quem chame ” afandangados ” a alguns viras. Mas foi no Ribatejo que eles ficaram conhecidos como tal.

Consta que no século VXIII, o fandango era dançado por homem e mulher empé de igualdade. No entanto o fato de ele ter sido adoptado pelos convivasdas tabernas, que o dançavam sobre as mesas ao som do harmónio e ao toque dos „copos’, é interpretado como um dos motivos que conduziu àmasculinização da dança. Hoje, o fandango é uma dança exclusiva de homensque deixou de ser apanágio das tabernas e bailes da aldeia para setransformar numa manifestação de espetáculo folclórico.

Fandango – História

O fandango é uma dança ou bailado com conotação marítima, pois seus personagens são todos ligados aos homens do mar: capitão, imediato, mestre e piloto, daí ser também conhecido como marujada em algumas partes do Brasil, pois essa dança vai com variações diversas, do Norte ao Sul.

Fandango
Fandango

A música, de origem européia (Portugal e Espanha), é executada em instrumentos de corda, como rabeca, violão, viola e, mais recentemente, cavaquinho e banjo.

O elenco se compões dos personagens acima citados e de duas alas de marujos, cantando e dançando temas atinentes do mar, como Nau Catarineta e Capitão da Armada.

A influência ibérica nota-se principalmente no Ceará, Bahia e Paraíba, onde é denominada barca e em que mouros atacam uma nau, são dominados e, finalmente, batizados.

O fandango retratando a epopéia dos homens do mar torna-se um tanto longo, durando até quatro horas, dividido em mais de vinte pares.

A dança em si é bastante diversa, segundo o local e a tradição.

Em São Paulo, litoral sul, o fandango tem duas variações distintas: o rufado e o bailado, sendo o rufado dançado com o bater dos pés e o bailado apenas valsado, ainda que a liberdade que existe nessa dança permita também um grupo misto com a união do rufado-bailado. No Rio Grande do Sul, por exemplo, o fandango pode ser dançado apenas por um par.

Fandango – O que é

Fandango
Fandango

fandango é o cante flamenco mais antigo e aquele que mais influenciou os demais cantes. Não obstante, a flamencología tradicional sempre o desmereceu e o relegou a um lugar que não faz jus a sua importância para o contexto geral desta arte.

As primeiras mostras de fandangos que chegaram até nós datam de 1705 e foram incluídas em uma antologia de peças musicais para violão barroco chamado “Libro de diferentes cifras” que está, atualmente, guardado na Biblioteca Nacional Espanhola.

Trata-se de um manuscrito de vital importância formado por 107 peças para violão dentre as quais estão estes primitivos fandangos.

O fandango era, em sua origem, uma dança de procedência africana que entrou na Península Ibérica pelas mãos dos escravos negros.

Com o passar do tempo, e a partir de misturas com as tradições musicais populares andaluzas, converteu-se em um grande tronco que deu origem a boa parte dos estilos do flamenco, uma vez que malagueñas, granaínas e cantes de minas também são fandangos. Além disso, as soleás, os pólos e a caña também derivaram dessa família.

Se centramo-nos na malagueña (circunscrita geograficamente na província de Málaga), que, como dissemos anteriormente, trata-se de uma variedade do fandango, percebemos que desde 1874 essa familiaridade era reconhecida.

Usando as palavras de Eduardo Ocón em seus “Cantos Españoles” comprovamos essa afirmação: “Sob a denominação de Fandango compreende-se a malagueña, a rondeña, as granaínas e as murcianas que só se diferenciam entre si pelo tom e por algumas variações de acordes”.

São estes, todo o grupo mencionado acima, alguns dos primeiros cantes flamencos elencados nas catalogações mais antigas que se tem notícia (como a de Estébanez Calderón ou Gevaert) já descritos com seus nomes e estruturas musicais básicas fixadas (segundo nos mostram as transcrições musicais de outrora).

A estrofe poética da malagueña pode estar composta por um quarteto ou um quinteto octassílabo, ainda que sempre se mantenha em seis versos devido à repetição de alguns deles. Desde o ponto de vista harmônico é um cante bimodal que combina o modo de mi com o modo maior ou menor.

Outro aspecto importante das malagueñas é o que se refere à autoria dos cantes uma vez que, em muitos casos, sabemos quem é o compositor de determinada letra ou, ao menos, a quem a tradição atribui sua paternidade.

Nesse sentido temos que falar de figuras míticas como Don Antonio Chacon, Enrique “El Meliizo”, Juan de los Reyes “El Canário”, Concha “La Peñarada” ou “Fosforito El Viejo”.

Essa transcrição é, talvez, a malagueña mais famosa de todas. Sua autoria é atribuída ao cantaor gaditano Enrique “El Mellizo” (Antonio Enrique Jiménez Fernández, 1848-1906). Trata-se de um cante de beleza arrebatadora e de grande profundidade expressiva.

Fandango – Danças Populares

Fandango
Fandango

O termo Fandango designa uma série de danças populares, chamadas de “marcas”, que presidem o encerramento das fainas de um “Pixirão” (mutirão) ou divertimento rotineiro de qualquer ocasião.

PARANÁ

No Paraná, os dançadores, denominados “folgadores” e “folgadeiras”, executam as variadas coreografias que configuram as danças e lhes dão nomes determinados: Anu, Andorinha, Chimarrita, Tonta, Caranguejo, Vilão do Lenço, Sabiá, Marinheiro, Xarazinho Xará Grande, etc.

O acompanhamento musical é feito com duas violas, uma rabeca e um pandeiro rústico, chamado adufo e maxixe. As Violas possuem geralmente cinco cordas duplas e mais meia corda, a que chamam turina e são construídas de madeira denominada caxeta com requintes de acabamento artístico.

A Rabeca tem três cordas, ou às vezes quatro. É também feita de caxeta, esculpida em madeira maciça, tendo o braço e o arco de canela preta ou cedro. O Adufo é coberto com couro de cotia ou de mangueiro (cachorro do mangue) sendo de salientar a superioridade do couro da cotia.

Os cantos a duas vozes são “tirados” pelos violeiros, que reproduzem versos tradicionais ou improvisam letras circunstanciais. As coreografias, uma grande roda ou pequenas rodas fileiras opostas, pares soltos e unidos.

Os passos podem ser valsados, arrastados, volteados, etc., entremeados de palmas e castanholar de dedos. O sapateado vigoroso é feito somente pelos homens, enquanto as mulheres arrastam os pés e dão volteios soltos.

O Fandango chegou ao litoral do Paraná com os primeiros casais de colonos açorianos e com muita influência espanhola, por volta de 1750 e passou a ser batido principalmente durante o Intrudo (percussor do Carnaval).

Nestes 04 dias a população não fazia outra coisa senão bater o Fandango e comer Barreado, que é um prato típico a base de carne e toucinho. Três séculos já se passaram e nesse correr dos anos, o Fandango paranaense, tornou-se uma dança típica do caboclo litorâneo, folclórico por excelência.

Sua coreografia possui características comuns, com nomes e ritmos fixos para cada marca, ou seja, uma suíte ou reunião de várias danças, que podem ser bailadas (dançadas) ou batidas (sapateadas), variando somente as melodias e textos.

SÃO PAULO

Em São Paulo há duas modalidades de Fandango: de interior e o do litoral.

O primeiro revela influências do tropeiro paulista nas regiões de Tatuí, Sorocaba, São Miguel Arcanjo, Guareí, Capela do Alto, Cesário Lange, Itapetininga, Itararé e Sarapuí. Dançam somente homens, em número par.

Vestem-se com roupas comuns, chapéu, lenço no pescoço, botas com chilenas de duas rosetas, sem dentes. Estas chilenas, batidas no chão, funcionam como instrumento de percussão no acompanhamento das “marcas”, como Quebra-chifre, Pega na bota, Vira corpo, Pula sela, Mandadinho, dentre outras.

No quebra-chifre, os dançadores recordam os bois, quando brigam um com o outro, entrelaçando os chifres. Essa figura consiste em bater o lado do pé direito no pé esquerdo do parceiro e vice-versa. Para executá-la, os fandangueiros sempre a sapatear, ficam frente a frente. A marca encerra-se com um sapateado vivo, no qual os dançadores fecham a roda.

No Pega-na-bota, os dançadores a sapatear, dão palmadas no cano dos botins. Isso se realiza em andamento bastante rápido. Tanto assim que, ao fecharem a roda, como na “marca” anterior, os dançadores demonstram intenso cansaço.

0 Vira-corpo é uma das “marcas” mais sugestivas e difíceis. Batendo a ponta dos pés, planta e calcanhar, os dançadores, com os braços voltados para trás, vão-se deitando ao solo. E, a seguir, dão rápida virada de corpo e levantam-se. Depois que todos os fandangueiros realizam esse figurado, a “marca” é encerrada como as outras”.

No Pula-sela, os dançadores ficam frente à frente e um deles se abaixa, apoiando as mãos nos joelhos.

Depois vai-se aproximando de um dos companheiros, ao ritmo do sapateado. Quando ambos se juntam, o que está de pé bate as mãos às costas do outro e o pula. Essa figura e executada por todos os fandangueiros. Para finalizar, fecha-se a roda em sapateado vivo.

A derradeira “marca” do fandango é o “mandadinho”, que tem esse nome porque no seu transcurso o marcante vai dizendo o que os outros dançadores devem fazer. Na coreografia, descrevem o plantio, a colheita, o ensacamento e o armazenamento do feijão.

Ao som da viola e do sapateado, diz o marcante: “Pran feijão”, “Coie feijão”, “Ensaca feijão”, “leva feijão pro mercado”. A esse mandadinho, que apresenta um conteúdo narrativo, com unidade de ação, dá-se o nome de continuado.

Há também o “simples”, no qual o marcante manda fazer coisas que não se relacionam. O final do mandadinho, como o das demais “marcas”, apresenta a mesma figuração.

A música é a moda de viola comum, tocada e cantada por um violeiro e seu “segunda”, que o acompanha três tons abaixo ou acima da linha melódica. O palmeado e as castanholas de dedos estão presentes no início e entre as “marcas”.

Em Itararé, segundo informação de Oswaldo de Andrade Filho, há duas violas, cujos tocadores ficam sentados ao lado. Também aparecem as mulheres, que permanecem girando dentro da roda.

Todos têm chapéu na cabeça: “senão desequilibra”, dizem eles. O canto não é a moda-de-viola mas quadrinhas soltas, improvisadas, num ritmo declamatório.

O Fandango do litoral compreende uma série de danças de pares mistos, tais como: Dão-dão, Dão-dãozinho, Graciana, Tiraninha, Rica senhora, Pica-pau, Morro-seco, Chimarrita, Querumana, Enfiado, Manjericão, etc.

Cada “marca” apresenta coreografia própria, assim como também a linha melódica e o texto poético.

Em Cananéia, litoral do sul de São Paulo, o fandango é dividido em dois grupos: rufado ou batido e bailado ou valsado; no primeiro, mais rústico, o bate-pé é obrigatório, enquanto no segundo é proibido.

O canto, sempre em falso bordão (terças), é tirado em geral pelos instrumentistas, que não dançam. A dança é executada durante os intervalos do canto, por provável influência espanhola, e ocorrem coreografias de valsa (rocambole, chimarrita), de polca (dandão) e de mazurca (faxineira).

RIO GRANDE DO SUL

“… o Fandango Gaúcho é raíz, é semente, é flor, é a sanga da água mais pura, é a cura para os males do amor …”

No Rio Grande do Sul, o Fandango apresenta um conjunto de vinte e uma danças, cada qual com nomes próprios: Anú, Chimarrita, Chula, Rancheira, Tirana, Pericom, Maçarico, Pezinho, Balaio, Tirana-do-lenço, Quero-mana, Tatu, etc.

O acompanhamento é feito por uma gaita e violão.

A coreografia recebe nomes também distintos: “Passo de juntar”, “Passo de marcha”, “Passo de recuo”, “Passo de valsa”, “Passo de rancheira”, “Sapateio”, etc.

As danças gaúchas receberam influências de outras, européias, como o Reel escocês, que gerou o Rilo; a Mazurek polaca, que formou a Mazurca; a Polca-boêmia, a nossa Polca; a Schottish dos escoceses que gerou o Xote.

Há de se considerar ainda o intercâmbio ocorrente na fronteira do Prata, conforme ocorreu com o Pericom, dança registrada na Argentina e no Uruguai, presente no solo gaúcho com o mesmo nome.

O principal traje do gaúcho para o fandango é a pilcha, mas deve ser uma pilcha apropriada para ocasiões sociais, não é permitido uso de facas, boleadeiras, chapéus, boinas, bonés, armas de qualquer espécie, coberturas, esporas, tiradores e outros recursos “campeiros” que devem ficar guardados em outro local por não serem próprios para a sala de baile.

O Movimento Tradicionalista Gaúcho faz recomendações quanto ao uso da pilcha do peão e da prenda em ambos os casos preservam o princípio de serem simples, discretas e bem cuidadas.

Também é importante notar que existe uma Lei Estadual que reconhece e formaliza o uso da pilcha em eventos sociais e oficiais do Estado do Rio Grande do Sul.

A pilcha é o principal traje para o fandango gaúcho, entretanto em muitas ocasiões não é comum o seu uso, porém isso não impede a realização do fandango.

Exceto em bailes oficiais de entidades tradicionalistas, os trajes sociais ou auto-esporte para homens e vestidos recatados, discretos e sem adornos excessivos para as mulheres geralmente ficam bem aos pares dançantes sem causar prejuízos à beleza e o andamento do baile.

DANÇAS

Anú

HISTÓRIA

Dança típica do fandango gaúcho, o “Anú” divide-se em duas partes bastante distintas: uma para ser cantada e outra para ser sapateada.

O período em que o Anú gozou de maior popularidade, no Rio Grande do Sul, foi em meados do século passado. A partir daí – tal como ocorreu como as demais danças do fandango – foi cedendo lugar às danças de conjunto que surgiam, ou se amoldou às características desta nova geração coreográfica.

Em princípios de nosso século já estava em desuso na campanha rio-grandense, permanecendo seus vestígios, entre tanto, nos bailes dos mais afastados rincões da Serra Geral.

COREOGRAFIA

O Anú é legítima dança de pares soltos, mas não independentes.É dança grave mas ao mesmo tempo viva. Há um marcante que ordena as figuras e sapateados. Damos, abaixo, a suscessão das diversas partes que compõem o Anú rio-grandense; cada figura pode ser mandada repetir, pelo marcante, à voz de “Outra vez que ainda não vi!”

Balaio

HISTÓRIA

Balaio é uma dança proveniente do Nordeste brasileiro. Em suas estrofes o Balaio relembra quadrinhas dos sertanejos.

Por exemplo: “não quero balaio não”muito estranho ao linguajar gauchesco. Constitui-se em uma dança bastante popular em toda campanha do Rio Grande do Sul.

O nome balaio origina-se pelo aspecto de cesto que as mulheres dão às suas saias quando o cantador diz:”Moça que não tem balaio, bota a costura no chão”. A esta última voz as mulheres giram rapidamente sobre os calcanhares e se abaixam, fazendo com que o vento se embolse em suas saias.

COREOGRAFIA

Balaio trata-se de uma dança sapateada e, ao mesmo tempo, uma dança de conjunto. A coreografia se divide em duas partes, que correspondem às duas partes do canto.

A formação da dança se procede da seguinte forma: forma-se duas rodas concêntricas uma dos homens e outra das mulheres. Cada peão fica de frente para sua respectiva prenda.

Na primeira parte da dança há o passeio ao som do canto:”Eu queria ser Balaio, Balaio eu queria ser… , percorrendo o sentido da roda e, ao se encontrarem de novo as mulheres sarandeiam e os homens sapateiam ao som do canto:”Balaio meu bem, Balaio sinhá…” E a dança continua na repetição desta coreografia por mais três vezes.

Chimarrita

HISTÓRIA

A Chimarrita é uma dança que os colonos açorianos trouxeram para o Rio Grande do Sul na segunda metade do século XVIII. A partir de sua chegada, a Chimarrita foi adotando diferentes estilos coreográficos, chegando, até mesmo a apresentar a forma de pares enlaça- dos.

Do Rio Grande do Sul, a dança passou para outros estados brasileiros, como Santa Catarina, Paraná, São Paulo, e também para as províncias argentinas de Corrientes e Entre-Rios.

Entre os campeiros do Rio Grande do Sul, a denominação mais usual dessa dança é “Chimarrita”, enquanto nas províncias argentinas são as populares variantes “Chamarrita” e “Chamamé”.

Quando os colonos açorianos, na segunda metade do século XVIII, trouxeram ao Rio Grande do Sul a”Chamarrita”, esta dança era então popular no Arquipélago dos Açores e na Ilha da Mandeira.

Desde a sua chegada ao Rio Grande do Sul, a “chamarrita” foi-se amoldando às subsequentes gerações coreográficas, e chegou mesmo a adotar, em princípios de nosso século, a forma de dança de pares enlaçados, como um misto de valsa e chotes.

Do Rio Grande do Sul (e de Santa Catarina) a dança passou ao Paraná, a São Paulo, bem como às províncias argentinas de Corrientes e Entre-Rios, onde ainda hoje são populares as variantes “Chamarrita” e “Chamame”. A corruptela “Chimarrita” foi a denominação mais usual desta dança, entre os campeiros do Rio Grande do Sul.

COREOGRAFIA

Em seu feito tradicional, a “Chimarrita” é dança de pares em fileiras opostas. As fileiras se cruzam, se afastam em direções contrárias e tornam a se aproximar, lembrando as evoluções de certas danças tipicamente portuguesas.

Tatú

HISTÓRIA

O “Tatú” era uma das cantingas do fandango gaúcho (entremeladas de sapateado). O tatú é o mais longo e o mais importante de nossos cantos populares.

Mesmo após o desaparecimento das danças sapateadas, o Tatú continuou a existir, sob a forma de uma décima (história contada em versos) popular em todo oRio Grande do Sul. Entre os campeiros do Rio Grande do Sul se conhece 109 quadrinhas, que cantam a vida do Tatú (personagem meio gente, meio bicho, símbolo do pobre diabo sempre atraiçoado pela sorte).

COREOGRAFIA

No início, o Tatú, como legítima dança de fandango, consistia em um sapateado de pares soltos.

Depois, o Tatú sofreu a intromissão, em sua coreografia, da “Volta-no-Meio” – dessa fusão nasceu um novo Tatú, que se subdivide em duas partes: na primeira, os pares estão soltos, as mulheres sarandeiam em volta do homem, e estes sapateiam acompanhando a sarandeio da mulher.

Na segunda parte (a volta no meio), a mulher tomada pela mão do seu companheiro, gira como se fosse realizar várias voltas, mas interrompe a volta no meio do verso, passando a girar no sentido contrário.

Enquanto isso, o homem sapateia no lugar segurando a mão de sua companheira. No que diz respeito à parte sapateada, o Tatú é a dança gaúcha que oferece maior liberdade aos dançarinos. Então eles podem abrilhantar os passos com os mais diversos “floreios”de acordo com a habilidade de cada um.

Rancheira de Carreirinha

A rancheira é uma versão da mazurca argentina e uruguaia. No Brasil, sua difusão se dá após o aparecimento do rádio. É importante notar que a rancheira é uma “valsa abagualada”, com ritmo mais animado e dançante que a própria valsa. A primeira rancheira de sucesso no Rio Grande foi a argentina Mate Amargo.

É interessante notar que poucos conjunto musicais têm em seu repertório rancheiras. O ritmo musical é mais difundido nas regiões missioneiras do que no lado centro-sul do Estado.

Pezinho

O “Pezinho” constitui uma das mais simples e ao mesmo tempo uma das mais belas danças gaúchas. A melodia, muito popular em Portugual e Açores, veio a gozar de intensa popularidade no litoral dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

É necessário frisar que o “Pezinho”é a única dança popular rio-grandense em que todos os dançarinos obrigatoriamente cantam, não se limitando, portanto, à simples execução da coreografia.

Coreografia: Na primeira figura, há uma marcação de pés, e na segunda os pares giram em redor de si próprios, tomados pelo braço.

Maçanico

Essa dança, por suas características coreográficas, parece ser portuguesa (apesar da música adquirir, quando executada por violinistas autenticos do Rio Grande do Sul, um estilo sincopado muito próprio, alheio à música portuguesa). Com o nome de “Maçanico” surgiu no Estado de Santa Catarina e daí passou ao nordeste e litoral-norte do Rio Grande do Sul.

É uma das danças mais animadas. De fácil aprendizagem, é aconselhável aos principiantes na interpretação de danças regionais gaúchas.

Tirana

Dança de origem espanhola, porém difundida em Portugal. Dança de pares soltos e com sapateios. Nos primeiros tempos a Tirana era exclusivamente de pares soltos, mas com o tempo, foi se transformando em contradança, com momentos de pares soltos e outros de pares enlaçados.

Algumas formas da Tirana: Tirana do Ombro (peões e prendas tocam-se no ombro) e Tirana do Lenço (peões e prendas acenam lenços, em manifestações amorosas).

Cana-Verde

É uma dança sem sapateado, originária de Portugal e se tornou popular em vários estados brasileiros.

Coreografia: Cada par, de “braço dado”, passeia um atrás do outro até formar um círculo. Soltam-se as mãos e se postam frente a frente, formando então dois círculos, homens por fora, mulheres ao centro. Seguem evoluções e “oitos”, tomados pelos braços. Podem cantar enquanto dançam.

Chula

Reveste-se de particular importância no nosso folclore, pois encarna os traços do propalado machismo gaúcho. Num universo de masculinidade, a Chula era o símbolo do espírito másculo, retratando a força e a agilidade do peão, em clima de disputas.

Dança muito difundida em Portugal e também dançada pelos Açorianos. A Chula caracteriza-se pela agilidade do sapateio do peão ou diversos peões, em disputas, sapateando sobre uma lança estendida no salão.

Fonte: www.msu.edu/www.britannica.com/scribd.com/www.rosanevolpatto.trd.br

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