Pornochanchada

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O que é pornochanchada?

O termo pornochanchada está ligado a um gênero do cinema brasileiro, que ganhou forças na década de 1970. Essas produções, que se tornaram extremamente lucrativas à época, eram uma resposta às demandas de um público que estava numa transição de comportamento, por conta de certa liberação dos costumes.

Na pornochanchada, a figura da mulher surge para ser contemplada e desejada. Tanto é que, nos filmes, elas eram enquadradas em ângulos que transformassem num objeto de adoração. Já os homens eram retratados, de certa forma, com a figura do malandro e do conquistador.

A palavra pornochanchada é fruto da fusão das palavras “pornô” com “chanchada”. Vale ressaltar que esse gênero teve como característica criar uma nova tendência no cinema nacional em determinados questionamentos dos costumes e, inclusive, na exploração do erotismo.

Na virada da década de 1960 para 1970, o Brasil estava plena ditadura militar, o que fazia com que a censura moral fosse muito influente no País, principalmente, por conta das ligas femininas, as quais estavam ligadas à Igreja Católica (um dos braços civis no Golpe Militar). Para conseguir se adequar, o cinema nacional se adaptou a uma nova vertente do mercado, aliando sensualidade e erotismo. Nascia assim a pornochanchada, que era constituída por filmes de certa forma “pornográficos”, mas que eram “inócuos” quanto à censura militar.

Pornochanchada

Segundo o trabalho da mestranda em Comunicação Social pela PUC do Rio Grande do Sul, Cristina Kessler, pode-se destacar como filmes que deram o pontapé inicial neste novo ciclo da cinematografia nacional as seguintes produções: “Toda donzela tem um pai que é uma fera” (Roberto Farias, 1966);“As cariocas” (Fernando de Barros, Roberto Santos e Walter Hugo Khouri, 1966); “Garota de Ipanema” (Leon Hirzsman, 1967); “Todas as mulheres do mundo” (Domingos de Oliveira, 1967); “A penúltima donzela” (Fernando Amaral, 1969); “Adultério à brasileira”  (Pedro Carlos Rovai, 1969); “Os paqueras” (Reginaldo Faria, 1969) e “Memórias de um gigolô” (Alberto Pieralisi, 1970).

Vale ressaltar que, para muitos críticos, esse gênero de cinema nacional era extremamente apelativo e vulgar, sendo que setores mais conservadores fizeram campanhas para proibir a exibição dos filmes, além de que houve centenas de cortes nas produções, feitas por censores federais.

Juliano Schiavo é jornalista

Referências Bibliográficas

KESSLER, Cristina. Erotismo à brasileira: o ciclo da pornochanchada. Sessões do Imaginário, v. 14, n. 22, p. 14-20, 2009.

SELIGMAN, Flávia. Um certo ar de sensualidade: o caso da pornochanchada no cinema brasileiro. Sessões do Imaginário, v. 8, n. 9, 2003.

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