Origem dos Sobrenomes

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Origem dos Sobrenomes
Brasão da família Silva, o sobrenome mais comum na língua portuguesa

Eles foram criados para diferenciar os nomes repetidos – fato comum desde as culturas mais antigas.

Os primeiros sobrenomes de que se tem notícia são os patronímicos – nomes que fazem referência ao pai: Simão Filho de Jonas, por exemplo.

Esse gênero difundiu-se bastante na língua inglesa, em que há uma grande quantidade de sobrenomes que terminam em son (filho) – como Stevenson, ou “filho de Steven”.

Como esse método era limitado, alguns sobrenomes começaram a identificar também o local de nascimento: Heron de Alexandria.

Eles se tornaram hereditários à medida que a posse das terras passou a ser transmitida de geração em geração.

Por isso mesmo, nobreza e clero foram os primeiros segmentos da sociedade a ter sobrenome, enquanto as classes baixas eram chamadas apenas pelo primeiro nome.

O último nome, identificando a família, era inclusive usado como “documento” na hora da compra e venda da terra, um luxo reservado apenas aos mais favorecidos.

“Existem documentos de 1161 em que as pessoas citadas já tinham sobrenomes”, diz a historiadora Rosemeire Monteiro, da Universidade Federal do Ceará.

O costume se ampliou com a inclusão de características físicas e geográficas ou de nomes de profissões.

Assim, o nome Rocha significa que o patriarca dessa família provavelmente vivia numa região rochosa. Silveira, por exemplo, vem do latim silvester (de floresta), que também deu origem ao popular Silva.

O registro sistemático dos nomes de família, independente de classe social, começou no século XVI, por decreto da Igreja Católica, no Concílio de Trento (1563).

História

Foi na Idade Média que muitos sobrenomes europeus surgiram, sobretudo os sobrenomes franceses, alemães e ingleses. Geralmente se dizia o nome da pessoa e o nome do feudo ou região a que pertencia, isso era mais comum entre nobres, por exemplo: Felipe de Volois, Eleonor da Aquitânia, etc.

Se a pessoa tivesse um título dizia-se o título e o nome do feudo, exemplo: Duquesa de Maudribourg, Condessa de Peyrac, Duque de Órleans; se no histórico da família havia muitas posses, muitos feudos, pronunciava-os todos, dependendo da ocasião, exemplo: Angelique de Sancé de Monteloup de Peyrac Morens d’Iristrus.

No caso dos pobres camponeses, que nada possuíam, seu sobrenome originou-se de sua função ou de seu aspecto físico.

Dentro do feudo existiam diversas atividades além da agricultura, por exemplo, a função do ferreiro, do padeiro, do cobrador de pedágio, etc. A França, hoje em dia, é rica de sobrenomes que significam profissões, assim como a Alemanha.

Alguns exemplos são:

Isabelle Dupont: Dupont significa “da ponte”, provavelmente a Isabelle tem um ancestral que era da ponte, ou seja, cobrava o pedágio para atravessar a ponte.

Charles Dufour: Dufour significa “do forno”, certamente o ancestral do Charles era do forno, ou seja, cobrava imposto dos camponeses que utilizavam o forno.

Pierre Moulin: Moulin significa “do moinho”. O ancestral do Pierre cobrava imposto para poderem usar o moinho.

Luc Dubois: o ancestral dele morava em um bosque ou cuidava de um (consequentemente morava nele).

Esses sobrenomes relacionados a profissões sobreviveram principalmente porque tanto no feudo quanto depois nas corporações de ofícios a profissão era passada de pai para filho.

Exemplo de sobrenomes / profissões na França:

Boulanger: Padeiro. Backer em alemão (de Baker)

Boucher: açougueiro

Marchand: vendedor

Tisserant: tecelão

Charpentier: carpinteiro

Ferrand: ferreiro, em alemão se diz Schmidt

Tailleur: Alfaiate, em alemão Schneider

Chevalier: cavaleiro, Caballero em espanhol.

Müller: moleiro em alemão.

Há inda os sobrenomes provenientes do aspecto físico, exemplo:

Petit: pequeno, um dos sobrenomes mais comuns na França.

Grand: Grande

Brun: marrom (moreno)

Blanc: branco

Todos esses sobrenomes, principalmente Petit e Dubois são bastante freqüentes na França, tanto quanto o Smith, nos Estados Unidos, que também significa ferreiro em inglês, herança dos ferreiros ingleses, ou ainda como o “da Silva”, no Brasil, que significa “da selva”, mesma raiz de silvícola.

Ricardo Freire

Você sabe a origem do sobrenome ?

A invenção dos sobrenomes foi realizada das mais distintas formas.

“Ei! você conhece o fulano?”; “Que fulano?”; “Fulano de Sousa, Guimarães ou Rocha?”. Sem dúvida, muitas pessoas já tiveram a oportunidade de desenvolver um diálogo como esses. Contudo, não ache você que os sobrenomes sempre estiveram por aí, disponíveis em sua função de distinguir pessoas que tivessem o mesmo nome ou revelando a árvore genealógica dos indivíduos.

Até por volta do século XII, os europeus tinham o costume de dar apenas um nome para os seus descendentes. Nessa época, talvez pelo próprio isolamento da sociedade feudal, as pessoas não tinham a preocupação ou necessidade de cunharem outro nome ou sobrenome para distinguir um indivíduo dos demais. Contudo, na medida em que as sociedades cresciam, a possibilidade de conhecer pessoas com um mesmo nome poderia causar muita confusão.

Imaginem só! Como poderia repassar uma propriedade a um herdeiro sem que sua descendência fosse comprovada? Como enviar um recado ou mercadoria a alguém que tivessem duzentos outros xarás em sua vizinhança? Certamente, os sobrenomes vieram para resolver esses e outros problemas. Entretanto, não podemos achar que uma regra ou critério foi amplamente divulgado para que as pessoas adotassem os sobrenomes.

Em muitos casos, vemos que um sobrenome poderia ser originado através de questões de natureza geográfica. Nesse caso, o “João da Rocha” teve o seu nome criado pelo fato de morar em uma região cheia de pedregulhos ou morar próximo de um grande rochedo. Na medida em que o sujeito era chamado pelos outros dessa forma, o sobrenome acabava servindo para que seus herdeiros fossem distinguidos por meio dessa situação, naturalmente construída.

Outros estudiosos do assunto também acreditam que alguns sobrenomes apareceram por conta da fama de um único sujeito. Sobrenomes como “Severo”, “Franco” ou “Ligeiro” foram criados a partir da fama de alguém que fizesse jus à qualidade relacionada a esses adjetivos. De forma semelhante, outros sobrenomes foram cunhados por conta da profissão seguida por uma mesma família. “Bookman” (livreiro) e “Schumacher” (sapateiro) são sobrenomes que ilustram bem esse tipo de situação.

Quando você não tinha fama por algo ou não se distinguia por uma razão qualquer, o seu sobrenome poderia ser muito bem criado pelo simples fato de ser filho de alguém. Na Europa, esse costume se tornou bastante comum e pode ser visto alguns sobrenomes como MacAlister (“filho de Alister”), Johansson (“filho de Johan”) ou Petersen (“filho de Peter”). No caso do português, esse mesmo hábito pode ser detectado em sobrenomes como Rodrigues (“filho de Rodrigo”) ou Fernandes (“filho de Fernando”).

Hoje em dia, algumas pessoas têm o interesse de remontarem a sua arvore genealógica ou conhecer as origens da família que lhe deu sobrenome. Talvez, observando algumas características do próprio sobrenome, elas possam descobrir um pouco da história que se esconde por detrás do mesmo. Afinal de contas, o importante é saber que a ausência desses “auxiliares” nos tornaria mais um entre os demais.

ORIGEM GERAL E CLASSIFICAÇÃO DOS SOBRENOMES

A origem de sobrenomes em um sentido mais moderno é algo de poucos séculos. Entretanto, sempre houve alguma forma de identificação dos indivíduos ou dos grupos aos quais pertenciam. Estudar os antropônimos, para a origem familiar, é similar ao estudo dos fósseis para as origens da humanidade.

CONCEITO E OPINIÃO EM GENEALOGIA

O vocábulo GENEALOGIA, em seu sentido amplo, refere-se ao estudo das origens (gen, geneo= engendrado por, que gera; logia= discurso, ciência). Pode-se tratar da genealogia de uma ideia, de um mito, de uma palavra, entretanto o uso mais corrente desse vocábulo refere-se ao estudo da ascendência de um indivíduo com os possíveis dados biográficos, traçando a história familiar nos aspectos genéticos e culturais. Pode-se pesquisar também a descendência.

Muitas culturas de diversos modos cultuaram seus antepassados, os egípcios, por exemplo, atribuíam à repetição dos nomes ancestrais, semelhante aos- –Mantras- -indianos, a força de uma oração para lhes garantir proteção e a Vida Eterna.

A genealogia familiar pode necessitar de estudos auxiliares como o da etnologia, a paleografia, a onomatologia, a heráldica e a vexilologia. A genealogia é parte integrante do estudo da história. Um genealogista deve ser antes de tudo um amante e estudioso da história e ter a percepção sistêmica dos diversos aspectos relacionados à pesquisa, contextualizando suas informações.

A busca dos ancestrais pode ter vários propósitos: curiosidade pessoal, respeito aos antepassados, dupla cidadania, herança, direito aos títulos nobiliárquicos, auxiliar de pesquisa histórica e outros tantos. Pode também, como outras ciências, ser conduzida profissionalmente e auferir renda desse trabalho ou simplesmente ser uma pesquisa amadora sem qualquer interesse comercial.

Ao divulgar as informações deve-se estar sempre documentado e declarar quando forem indícios ainda sem comprovação. O registro dessa pesquisa pode ser denominado de- –GENEOGRAFIA- -[Grafar, registrar as origens – – –Termo proposto]. Pertence à geneografia a elaboração de- –GENEOGRAMAS- -[Apresentação por esquemas – Termo proposto], síntese das relações de parentesco, numerados ou não, sendo a mais popular e mais conhecida a Árvore Genealógica ou de Costados.

Sabendo-se que à medida que nos afastamos do presente rumo ao passado aumenta-se a possibilidade de parentescos entre ancestrais de linhagens distintas torna-se extremamente desejável e útil a divulgação dos resultados, ainda que parcialmente, para que outros pesquisadores, tendo acesso à pesquisa, avancem em suas próprias investigações.

O direito de autoria não pode ser aplicado aos nomes dos ancestrais e sim, quando existir, aos métodos particulares de pesquisa  e ao modo de divulgação.

Esta pesquisa, ao tratar de uma saudável curiosidade e exclusiva busca individual do estudo histórico da família, sem prescindir do respectivo método, impregna-se de fortes relações pessoais e abre espaço para um pouco de  “licença poética” que poderá relaxar alguns aspectos do rigor profissional em prol de uma cultura familiar própria sem jamais prescindir da precisão da informação quando pertinente.

SOBRE AS ORIGENS DOS SOBRENOMES

Os nomes, incluindo-se uma espécie de proto-nomes de família, remontam às necessidades humanas ancestrais de identificar indivíduos, funcionavam mais como apelido. Normalmente foram atribuídos por suas características físicas ou pelos desejos idealizados por seus ancestrais. Muitas razões são apontadas para o uso de nomes e sobrenomes, das mais práticas como simplesmente chamar ou apelidar alguém, contar histórias sobre um indivíduo ou até questões de identidade cultural, proteção da descendência, heranças familiares como uma forma de certificar-se sobre a origem desse indivíduo.

Os etruscos já empregavam uma fórmula de pré-nomes, nomes e cognomes muito semelhante às atuais e depois influenciando os romanos espalhou-se pelos quatro cantos do mundo. O pré-nome tinha o mesmo significado atual do nome (de batismo p.ex.), o nome deu origem ao sobrenome ou nome de família e os cognomes eram uma espécie de apelido identificador ou título daquele indivíduo.

Os nomes de família (sobrenomes, nomes de família, surnames, lastnames, cognomi, apellidos, prénoms, familiennames, nachnames) surgiram da necessidade de identificação das pessoas especialmente durante a Idade Média. Até então, a alta nobreza, por razões de sucessão e heranças, utilizavam alguma forma de identificação de filiação. Imitando os costumes de pessoas proeminentes ou para diferenciação das famílias ou ainda para aspectos práticos de censos populacionais, os homens mais comuns passaram a utilizar como sobrenomes as designações de seus ofícios ou habilidades, de seus lugares de origem (toponímicos), de suas condições sócio-econômicas, de plantas ou animais ou, ainda, referentes aos nomes próprios devido à filiação, vassalagem, exércitos, tribos ou clãs de origem (Homeonímicos).

No ocidente europeu foi a partir dos séculos XV e XVI que os nomes de identificação tornam-se de fato sobrenomes de família  e passam a ser sistematicamente registrados, normalmente nas igrejas de batismo. Pesquisar a árvore genealógica até essas épocas é uma possibilidade real ainda que apresentem dificuldades para se encontrar documentação comprobatória. Para épocas anteriores as dificuldades se multiplicam.

Em 1564 o Concilio di Trento ordenou que as paróquias registrassem cada indivíduo com seu próprio nome e o respectivo sobrenome. Desde então cada um de nossos ancestrais vem transmitindo o Nome de Família a seus descendentes, definindo e registrando os graus de parentescos.

Nesse ponto me permito, solicitando licença aos linguistas e genealogistas profissionais, para destacar outro tópico de classificação: HOMEONÍMICOS.

Não encontrei um nome apropriado a esse tipo de classificação por isso estou chamando-a de homeonímicos. Observando diversos estudos sobre o tema e sobre a antroponímia e, simultaneamente, olhando a origem possível de alguns ancestrais mais remotos e a história correspondente, percebe-se que as tribos, clãs, grupos e núcleos humanos atribuem muitas vezes um nome de identidade desse grupo a um indivíduo, independentemente do lugar (toponímico) onde se encontram ou do nome do patriarca (patronímico). São possuidores de uma identidade própria cultural muitas vezes associada às características físicas provenientes de filhos gerados em um mesmo núcleo humano com pais aparentados. Neste caso os sobrenomes, (mesmo que proto-nomes de família), são por demais distantes da origem de uma única família, ainda que aparentados, de um único patriarca ou ainda da classificação como TOPONÍMICOS ou TOTÊMICOS. Por isso destaco essa classificação: HOMEONÍMIOS, HOMEONÍMICOS (homeo=semelhante, mesmo, igual, identidade).

CLASSIFICAÇÃO DOS SOBRENOMES

A classificação de sobrenomes é uma disciplina interdisciplinar com ênfase na linguística. Permite perscrutar, com mais ou menos certeza, sobre uma possível origem ancestral similar ao estudo dos fósseis na antropologia e arqueologia.

As classificações são muitas. Resume-se aqui uma das possibilidades:

PATRONÍMICOS:- –Refere-se a um nome próprio, geralmente do patriarca (capostípite) da família (grupo, tribo clã), em geral referenciado como o filho de… Pode designar um clã familiar. (De Giovanni, Di Giacomo, Henriques, MacBeth, De Marco, Henriques, Marchi, Perez – filho de Pero ou Pedro, Hissnauer – família Hiss, Gallucci);

MATRONÍMICOS:- -Semelhante ao anterior porém referindo-se ao nome da mãe (Di Grazia);

HOMEONÍMICOS:- -Designa origem em uma mesma tribo, clã, núcleo humano definido por uma identidade. Pode ser compreendido como uma subclassificação de Toponímicos ou Patronímicos. Entretanto fornece maior precisão pois esse grupo humano poderá ter vivido em diversas regiões e não ter uma única liderança ou patriarca ainda que possam ter uma origem em um lugar ou em uma liderança distanciam-se desse início e, mesmo assim mantém um forte laço de identidade. Ex. Gallucci, Conu, Hissnauer – dos Hesseanos [Veja argumentos em: Sobre a origem dos sobrenomes].

TOPONÍMICOS: HABITACIONAL ou ÉTNICOS:- -Do lugar ou povo de origem. (Oliveira, Ferreira, Calabresi, Franco, Germano, Morano, Santiago, Ort, Conu, Cartolano). Outro exemplo: entre os germanos, Wittekind era o nome de quem nascesse no campo ou floresta, (Como em William) e por abreviação kind transformou-se em Guido, Gui, Guy, relacionado à Guilherme. Tem correspondente latino em Silva, Silvester.

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS:- –Estatura, cor de pele ou cabelo, sinais marcantes etc. (Rossi, Moreno, Bianchi, Penteado, Morano);

QUALIDADE MORAL e COMPORTAMENTAL:- -Normalmente compreende antigos sobrenomes ou alcunhas (Vero, Gentil, Guerra, Henrique – primeiro entre os principais, Amodeo, Bento);

TEÓFOROS:- –Fórmula votiva ou religiosa ( Laudadio, Dioguardi, Amodeo, Bárbara, Santiago, Bento). De muitas maneiras surgiram os nomes vocativos às divindades, como forma de prestar honra às mesmas, afirmar ou disfarçar a adoção de um credo. Outra possibilidade é a adoção desses nomes em crianças órfãs ou abandonadas e recolhidas por conventos e instituições similares, também era comum nesses casos receberem nomes invocativos de santos do dia e dias da semana (Francisco, Santiago).

TOTÊMICOS:- –Difere dos Teóforos por estarem associados à uma identidade de núcleo humano, tribo ou clã. Tem um sentido de proteção divina ao grupo e não a um indivíduo. Ex: Conu.

MAESTRIA, OFÍCIO ou PROFISSÃO: Referente diretamente à profissão ou aos seus instrumentos de trabalho. (Machado, Wagner, Cartolano);

QUALIDADES METAFÓRICAS: Referem-se às qualidades de qualquer natureza sem explicitá-las, mencionando-as de modo metafórico (De Marco, Marchi, Marques – além do significado patronímico, podem ser referentes em sua origem a um marco de território, fronteiras ou ao deus da guerra, Marte)).

CRONOLOGIA: Indica a seqüência de nascimento como Primus, Primitius: o primeiro nascido; Tertius: o terceiro; Ottavo: oitavo.

HOMENAGEM: Rende uma homenagem a alguém ou lugar ou a outros interesses, como os religiosos (Santiago).

CIRCUNSTÂNCIAS: Define o nascimento em alguma circunstância que merece algum destaque. Exemplo: Entre os romanos Lucius que nasceu à luz do dia ou ao romper da manhã; Dominicus ou Domingos por nascer em um domingo. Nascimento ou Natalia podem ser pessoas nascidas no (ou próximas) do ano novo ou no dia do Natal; ou ainda Januário e o italiano Gennaro: nascidos em janeiro.

ONOMÂNICOS: Para os nomes atribuídos a alguém com a finalidade de transmitir determinada qualidade.

HÍBRIDO: Inclui duas ou mais possibilidades de classificação dos nomes familiares. Pode ser grafado Teo-Comportamental, p.exemplo.

INOVADO ou INVENTADO ou ADOTADO: Pode ser produzido por diversas razões como a falta de compreensão de nomes anteriores, grafias equivocadas, apelidos recentes que tornam sobrenomes incorporados, grafias equivocadas de lembrança de sobrenomes ancestrais que não aparecem nos pais ou avós imediatos (Gobet – Gobete; Hissnauer – Missnauer).

Adoção de um nome sugerido como nome composto que torna-se sobrenome nas gerações futuras, modismos e tantos outros motivos. Com o passar do tempo poderão ser classificados em um dos outros itens acima. Uma pessoa recebeu o nome de “Vaspiano”, em homenagem à empresa VASP, pois nasceu em um avião. (O Estado do Paraná, 19-6-1957), também poderia ser classificado como de Homenagem.

AS ORIGENS DO SOBRENOME

As origens do sobrenome podem ser classificadas em quatro categorias distintas:

1. Sobrenomes de origem local (toponímicos ou locativos);

2. Sobrenomes de parentesco: patronímicos e matronímicos;

3. Sobrenomes apelativos (vindos de um apelido ou alcunha);

4. Sobrenomes ocupacionais (derivados da ocupação,
trabalho ou ofício da pessoa)

Vamos falar mais sobre estas categorias:

1. Sobrenomes de origem local:

Toponímicos: derivam do nome do lugar de procedência de seu  portador inicial.

Locativos: derivam de características topográficas do lugar de
residência de seu primeiro portador.
Ex: Flávio Belmonte (belo monte).

2. Sobrenomes de parentesco:

Patronímicos: derivam do nome pessoal paterno.

Matronímicos: derivam do nome pessoal materno.

OBS.: Na maioria dos países era comum o sobrenome derivar do nome próprio do pai.O sufixo inglês “son”, agregado a um nome, denota “filho de”.

Outros exemplos:

Noruega e Dinamarca: “-sen”

Grécia: “-pulor”

Polônia: “-wiecz”

Espanha: “-ez”

Finlândia: “-nen”

Escócia: “mac e mc”

Quando um sobrenome inglês termina em “s”, este pode indicar uma pessoa que estava a serviço de outra.
Ex: Parsons foi alguém que trabalhou para o Senhor Parson.
Em outros casos o “s” significava que o marido de uma mulher havia falecido e, portanto, ela era viúva.

3. Sobrenomes apelativos:

São aqueles que geralmente denotam características físicas ou atributos pessoais do primeiro portador a quem ele foi dado.

Ex: Alexandre Costa Curta; José Calvo, João Lobo, etc.

4. Sobrenomes ocupacionais:

Durante a Idade Média a Europa era composta de vilarejos que pertenciam aos senhores. Estas vilas precisavam dos serviços de pessoas para arar a terra, cuidar dos animais, carpinteiros para construir casas e outros. As ocupações descreviam o trabalho desempenhado por cada indivíduo. Quando o escrivão registrava a pessoa em um arquivo, era normal identificá-la por meio de sua ocupação ou trabalho. Os feudos precisavam destas pessoas e de seus ofícios e muitas vezes os filhos continuavam desempenhando as mesmas atividades para os mesmos senhores feudais que seus pais haviam servido.

Os Sobrenomes ou Nomes de Família

Os sobrenomes ou nomes de família – surgiram para identificação das pessoas do povo durante a baixa Idade Média. Anteriormente, só eram utilizados pelos reis e nobres. Para reproduzir os hábitos de personagens importantes, ou, simplesmente, para buscar diferenciação numa época de grande expansão demográfica, os homens mais comuns passaram a utilizar como sobrenomes as designações de seus ofícios ou habilidades, de seus lugares, de suas condições sócio-econômicas, de plantas ou animais, adotando, enfim, as mais variadas nomeações que os identificassem.

Muito além de mera designação, o sobrenome é um patrimônio da família, marca exclusiva que representa toda uma linhagem, nomeação que se estende por gerações e gerações, identificando características físicas e comportamentos semelhantes. Entretanto, a descendência não se limita ao plano genético, mas se desenvolve no campo histórico. Nesse sentido, a recomposição das linhagens, ilustrada por árvores genealógicas com nomes e datas, tão útil na esquematização das pesquisas, não se apresenta como registro muito esclarecedor.

A história de família, percorrendo os marcos dos sobrenomes, abrange necessariamente os cenários e as circunstâncias nos quais viveram os personagens, enfrentando seus desafios e assumindo suas venturas. A reconstrução histórica da formação familiar conduz, portanto, a interpretações capazes de estabelecer uma ponte entre o passado e o presente, entre os ancestrais e seus descendentes, revelando-se como a maior homenagem que se pode prestar aos antepassados.

Os Cognomes ou Apelidos de Família

Os cognomes, apelidos, sobrenomes ou nomes de família já eram utilizados na antigüidade, os romanos possuíam um sistema próprio de distinguir uma pessoa de outra pelo nome e por outros apostos a ele.

Pela historia desse povo, julga-se que este sistema tenha surgido em épocas remotas e que já fosse de uso comum logo após o inicio da expansão do poderio de Roma, os romanos possuíam um sistema pelo qual identificavam no nome do indivíduo qual seu clã de origem, foi a primeira forma de se identificar um grupo familiar em especifico, porem, com a queda do Império Romano em 476 d.c. este sistema virtualmente deixou de existir, caindo em desuso.

Na idade média (476-1453) passou, pois, a vigorar tão somente o nome de batismo para designar, distinguir e caracterizar as pessoas. Fala-se em nome de batismo porque, na época da queda do Império Romano Ocidental, a península itálica já era praticamente toda cristã. Por outro lado, os povos invasores foram cristianizados em massa no período que se segue à desagregação do Império. O cristianismo se tornou um elemento aglutinador que aproximou todos estes povos.

O estabelecimento de vários povos estrangeiros introduziu uma grande variedade de nomes e palavras que paulatinamente foram sendo latinizadas, salienta-se que os povos estrangeiros não possuíam a tradição da sobrenominização das pessoas, fato este que influiu sistematicamente no abandono de tal costume.

O aporte de grande acervo de novos nomes, trazidos pelos povos invasores, principalmente germânicos, o abandono da sistemática latina de individualizar pessoas, a influencia do cristianismo que difundia os nomes de seus mártires e santos criaram uma confusão generalizada. Os nomes se repetiam com freqüência o que tornava difícil distinguir um indivíduo de outro.

Surgiu então a necessidade de se estabelecer uma modalidade para se distinguir um cidadão do outro, para tal finalidade foram criadas algumas formulas que auxiliavam em tal distinção.

Na verdade, não foram estabelecidas normas baixadas pôr autoridades, mas sim o surgimento de um modo espontâneo na pena do escrivão, no convívio social e na linguagem popular que inventava formas para distinguir os dez ou vinte Johannes (João) que viviam na mesma comunidade.

Os primeiros registros do uso de sobrenomes familiares como hoje os conhecemos foram encontrados por volta do século VIII, ou seja após o ano 701 d.c.

Na Inglaterra por exemplo, só passaram a ser usados depois de sua conquista pelos normandos, no ano de 1066. Foi só no inicio do renascimento que os cognomes voltaram a ter aceitação geral.

No ano de 1563, o Concílio de Trento concretizou a adoção de sobrenomes, ao estabelecer nas igrejas os registros batismais, que exigiam, além do nome de batismo, que teria de ser um nome cristão, de santo ou santa, um sobrenome, ou nome de família.

Os Locais de Nascimento Davam Origem aos Sobrenomes

A maior parte dos sobrenomes que circulam no Brasil é de origem portuguesa e chegou aqui com os colonizadores. Alguns tinham origem geográfica, ou seja, no local em que a pessoa nasceu ou em que morava. Desta forma, Guilherme, nascido ou vindo da cidade portuguesa de Coimbra, passou a ser, como seus parentes, Guilherme Coimbra. Assim, também Varela, Aragão, Cardoso, Araújo, Abreu, Lisboa, Barcelos, Faro, Guimarães, Braga, Valadares, Barbosa e Lamas eram nomes de cidades ou regiões que identificavam os que lá nasceram, passando a funcionar, com o tempo, como sobrenomes.

Alguns desses sobrenomes, aliás, não se referem a localidades, mas a simples propriedades rurais onde um determinado tipo de plantação era privilegiado. Por exemplo, os moradores de numa quinta em que se cultivavam oliveiras passaram a ser conhecidos como Oliveira, o mesmo acontecendo com Pereira, Amoreira, Macieira e tantos outros.

As Alcunhas ou Apelidos Davam Origem aos Sobrenomes

Outra origem de sobrenomes foram as alcunhas, ou apelidos, atribuídos a uma pessoa para identificá-la e que depois se incorporava a seu nome como se dele fizesse parte. É o caso de Louro, Moreno, Guerreiro, Bravo, Pequeno, Calvo e Severo, por exemplo. Muitos nomes de família se originaram também de nomes de animais, fosse por traços de semelhança física ou de características de temperamento: Lobo, Carneiro, Aranha, Leão e Canário são alguns deles.

Os Pais Davam seu Nome aos Filhos

Vários sobrenomes de origem portuguesa/espanhola podem ser classificados como sendo um patronímico, pois tem sua origem no nome próprio do fundador deste tronco familiar. Por exemplo: Nunes é uma forma alternada de Nunez, o qual é o patronímico do nome Nuno.

Situação semelhante podemos observar em alguns sobrenomes ingleses quando estes terminam em “son”, esta palavra significa “filho”. Assim um nome como John Richardson significava, antigamente, simplesmente “João filho de Ricardo” (John Richard’s son). O mesmo valendo para John Peterson, Peter Johnson, etc.

Veja abaixo uma lista com alguns sobrenomes comuns e seu correspondente paterno:

Antunes – origem em “António”

Alves ou Álvares – origem em “Álvaro”

Bernardes – origem em “Bernardo”

Diniz – origem em “Dionísio”

Domingues – origem em “Domingos”

Ferraz – origem em “Ferraci” (latim)

Gonzáles – origem em “Gonzalo” (espanhol)

Gonçalves – origem em “Gonçalo” (português)

Guedes – origem em “Gueda”

Hernandez – origem em “Hernan”

Lopes – origem em “Lopo”

Martinez – origem em “Martin” (espanhol)

Martins – origem em “Martin” ou “Martino” (português)

Mendes – origem em “Mendo” ou “Mem”

Nunes – origem em “Nuno”

Rodrigues – origem em “Rodrigo”

Ruiz – origem em “Rui”

Sanches – origem em “Sancho”

Soares – origem em “Soeiro” ou “Suário”

Teles – origem em “Telo”

Vasquez – origem em “Vasco”

Os Sobrenomes no Interior de Minas

O interior de Minas, fugindo da região do ouro, ou da fronteira com o café, foi povoado lentamente, pelas famílias de origem portuguesa, que à partir de Ouro Preto, Mariana, Sabará e demais cidades que primeiro concentraram a migração em busca do ouro, foram se espalhando, se misturando e miscigenando com negros e índios, ocupando o território.

Quanto mais longe da influência portuguesa, da riqueza e dos títulos, menor a relação dos sobrenomes com tradição e preocupação com herança e prestígio, e maior o uso dos sobrenomes como mecanismo de identificação da pessoa com a sua família, e auto-identificação. No Brasil, a lei ou talvez a tradição, até o início do século XX, determinava que as crianças fossem registradas apenas com seu prenome.

Em tempos anteriores, era muito comum que as mulheres, principalmente, adotasses, sobrenomes de teor católico, como “do Espírito Santo”, “de Jesus”, “da Anunciação”, e vários outros. Alguns desses sobrenomes foram transmitidos para gerações seguintes e se difundiram bastante, como Nascimento, Santana e Assunção, muito comuns por aqueles e por outros lados.

Algumas outras práticas comuns eram seguir um hábito trazido de Portugal, de se batizar as mulheres com sobrenomes de origem materna o os homens com sobrenomes de origem paternos. Em alguns casos, adotava-se sobrenomes de avós, não usados na geração dos pais, como forma de homenagem, e ainda como homenagem, eventualmente se emprestava o sobrenome do padrinho de batismo.

Além de todas as situações descritas, existia também o hábito por parte de servos e escravos de tomarem emprestados por falta de imaginação ou aspiração os sobrenomes de seus senhores, o que gera, no estudo da geneologia com frequência a falsa impressão de se encontrar um parente.

Outra prática comum de se identificar uma criança na vida cotidiana, era agregar ao seu primeiro nome ou apelido, o nome do pai. Há casos em que algumas dessas crianças adotaram como sobrenome o nome de seu pai.

Sobrenome dos Cristão Novos (antigos Judeus Ibéricos)

Quando os judeus foram obrigados a adotar a religião católica, desapareceram os Isaac, Jacob, Judas, Salomão, Levi, Abeacar, Benefaçam, etc., e ficaram somente nomes e sobrenomes cristãos. Tomaram nomes vulgares, sem nada que os diferenciasse da maioria dos cristãos velhos, a não ser por vezes a manutenção de algum sobrenome antigo judaico pelo qual o indivíduo era vulgarmente conhecido. Assim aconteceu com Jorge Fernandes Bixorda, Afonso Lopes Sampaio, Henrique Fernandes Abravanel, Duarte Fernandes Palaçano, Duarte Rodrigues Zaboca, etc.

É, portanto, falsa a idéia de que os cristãos novos usavam nomes de árvores como Nogueira, Pereira, Pinheiro Carvalho, etc., para distinguir-se. Estes já eram sobrenomes existentes e pertencentes a própria nobreza de épocas anteriores.

Nas listas de processados pelo Santo Ofício, por serem judeus ou cristão-novos, encontram-se milhares de nomes e sobrenomes genuinamente portugueses, causando mesmo estranheza que nomes hebraicos raramente sejam mencionados.

Analisando essas listas, nota-se que qualquer sobrenome português poderá ter sido, em algum tempo ou lugar, usado por um judeu ou cristão-novo. Não escaparam ao uso sobrenomes bem cristãos, tais como “dos Santos”, “de Jesus”, “Santiago”, etc. Certos sobrenomes, porém, aparecem com maior freqüência, tais como “Mendes”, “Pinheiro”, “Cardoso”, “Paredes”, “Costa”, “Pereira”, “Henriques”, etc. O de maior incidência, no entanto, foi o “Rodrigues”.

Fonte: super.abril.uol.com.br/ artigos.netsaber.com.br/www.sindepolpb.com.br/www.genealogia.amodeoweb.com/www.nomesebrasoes.com.br/www.joberto31.oi.com.br

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