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Cinismo – O que é
O cinismo é uma corrente filosófica que integra as chamadas filosofias do período helenístico juntamente com o Epicurismo, Estoicismo e Ceticismo. Todas essas correntes, embora guardem diferenças conceituais têm em comum o afastamento dos clássicos sistemas metafísicos que predominaram durante grande parte da filosofia antiga e até mesmo medieval quer seja de forma direta ou indireta.
O cinismo foi criado por Antístenes e teve como representante máximo o filósofo Diógenes.
Características do Cinismo
Melani, atribui como sendo as principais marcas do Cinismo:
A oposição às convenções sociais;
A adequação da vida à natureza humana;
O desprezo pelos prazeres e o despojamento ante as riquezas, honrarias.
Desse modo, para os cínicos, o critério para a felicidade estaria bastante distante da busca por riquezas, honrarias, ou mera adequação aos padrões sociais vigentes, tudo isso se reduziriam a “ornamentos ostentatórios dos vícios”, mas estaria no viver de acordo com a sua natureza (essência), sem em nada exceder. E o virtuoso seria aquele que soubesse domar seus instintos, seus desejos, reduzindo-os ao mínimo.
A imagem que ilustra este texto é bastante simbólica e uma referência clássica para o cinismo, pois além de trazer a imagem de Diógenes, o principal representante da escola filosófica em questão, o traz portando uma lanterna em seu barril. Conta a história que Diógenes viveu boa parte de sua vida em um barril (nada mais digno e coerente com o modo de vida que o filósofo pregava) e tinha somente o necessário à sobrevivência biológica do corpo.

É clássica a anedota que conta que um certo dia o estava Diógenes tomando um banho de sol, quando chegara o Imperador Alexandre dizendo que daria a ele tudo o que quisesse.
E a resposta do filósofo surpreendera o imperador: – Saia da minha frente, pois está atrapalhando o meu banho de sol, só isso que peço. Essa resposta, para alguém que nada tinha diante de outro que tudo tinha, é sem dúvida bastante expressiva e extremamente coerente com os ensinamentos dos cínicos que pregavam o total despojamento ante as riquezas e honrarias.
Cinismo – Definição
Escola filosófica de origem grega, fundada em Atenas por Antístenes no século V a.C. e cujo representante mais famoso foi Diógenes de Sinope.
A palavra “cinismo” vem de Cynosarge, o nome do ginásio dedicado a Hércules, onde Antístenes ensinava, ou de kunos (“cachorro” em grego), porque Diógenes queria ser enterrado como um cachorro. Recusando-se a escrever qualquer tratado, optando pelo caminho mais curto para a virtude, os pensadores cínicos vivem sua filosofia praticando um ascetismo rigoroso.
Dizem que Diógenes beijava estátuas cobertas de neve no inverno e rolava na areia escaldante no verão para que seu corpo aprendesse a suportar o clima rigoroso.
O objetivo do cínico é retornar a um modo de vida natural, não por regressão, mas pelo desejo de viver em harmonia com o universo. Consequentemente, ele adota uma atitude provocativa em relação às convenções sociais. Assim, Diógenes, que vivia num jarro, masturbava-se em público, pregava o canibalismo, aconselhava as mulheres a darem à luz nos templos… Apelidado por Plutarco de “Sócrates furioso”, adversário de Platão que ele julgava desonesto e orgulhoso, ele não respeitava nenhum costume para melhor denunciar a hipocrisia de seus contemporâneos.
Finalmente condenados em Roma pelo poder que via neles uma ameaça à ordem pública, os cínicos influenciaram a filosofia estoica e o monarquismo cristão por meio do rigor de seu ascetismo. Caindo no esquecimento, seu pensamento foi reabilitado no século XX por Foucault, Sloterdjik e Michel Onfray, principalmente para denunciar o cinismo moderno, uma atitude egoísta, fatalista e desdenhosa que se opõe radicalmente à preocupação com a autenticidade e à coragem do cinismo antigo.
Diógenes de Sinope
Diógenes de Sinope, apelidado de Cínico, é o filósofo mais famoso da escola cínica, cujos discípulos criticavam todas as convenções sociais.
Diógenes zombava da nobreza e da glória, chamando-as de ornamentos do vício. Definindo-se como um cidadão do mundo, possuía o talento supremo da persuasão, de modo que conquistava facilmente todos os seus interlocutores com seus discursos.
Alexandre, tendo-se apresentado um dia diante dele e dito: ‘Eu sou o grande monarca Alexandre’; Ele respondeu: “E eu sou Diógenes, o cão.”
Alguém lhe perguntou o que ele tinha feito para ser chamado de cachorro; ao que ele respondeu: ‘É que eu acaricio aqueles que me dão algo, que eu lati para aqueles que não me dão nada, e que eu mordo os maus.’ Ele defendia o princípio de que nada na vida é bem feito sem exercício, e que por esse meio tudo pode ser alcançado. Ele concluiu disso que se, renunciando a trabalhos inúteis, alguém se dedicar àquelas que são de acordo com a natureza, viverá feliz.
Fonte: Colégio São Francisco/Fábio Guimarães de Castro/www.philomag.com
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