Empirismo

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O que é empirismo?

O ambiente histórico-filosófico moderno é marcado, dentre outras características pelo surgimento da ciência empírica. E é nesse contexto que surgem duas grandes correntes filosóficas: o racionalismo e o empirismo que, embora diversas quanto ao método, pretendem estabelecer uma base segura de investigação a cerca dos limites e possibilidades do conhecer. Nesse texto, atentaremos para o empirismo, suas bases epistemológicas e citaremos os nomes de alguns dos empiristas mais renomados na História da Filosofia fazendo, sempre que possível, paralelo com a realidade atual.

Rejeitando o postulado da origem inata de nossas ideias na mente tal qual postulava os filósofos da vertente racionalista, os filósofos empiristas elevam a experiência a uma outra dimensão, tornando-a única fonte objetiva do conhecimento humano da realidade que o cerca. Para tanto, os empiristas tomam como base as ciências naturais e a sua observação cuidadosa por meio dos sentidos.

Empirismo

Empirismo e Metafísica:

O grande problema que essa corrente terá de lidar é com os fenômenos metafísicos: alma, liberdade, justiça, Deus que não podem ser conhecidos mediante a experiência concreta e cientificamente comprovada. É neste sentido, que o empirismo, levado às derradeiras consequências, conduzirá fatalmente a um ceticismo ainda que apenas metafísico, tal qual o ceticismo humano. Caso tenha interesse em se aprofundar no conceito de ceticismo sugerimos a leitura do texto Ceticismo disponível neste Portal, o link encontra-se presente na bibliografia.

Representantes:

Os representantes que aderiram à vertente empírica e a sistematizaram em seu corpus teórico são dos mais diversos filósofos desde a Antiguidade (Sofistas, Estoicos e Epicuristas) à Contemporaneidade, mas dentre os mais relevantes para o objetivo deste texto, cumpre citar: John Locke (1632-1704); David Hume (1711-1776); Étienne Bonnot de Condillac (1715-1780); John Stuart Mill (1806-1873), dentre outros.

Hume: Sentido versus Razão

Em sua obra Ensaio Sobre o Entendimento Humano, Hume é bastante claro quanto à importância dos sentidos na observação cuidadosa da realidade. Segundo o filósofo britânico, as faculdades da razão “podem imitar ou copiar as percepções dos sentidos, porém nunca podem alcançar integralmente a força e a vivacidade da sensação original”. E, a seguir, fazendo um paralelo com a poesia, afirma: “Todas as cores da poesia, apesar de esplêndidas, nunca podem pintar os objetos naturais de tal modo que se tome a descrição pela imagem real”. Desse modo, Hume não só valoriza os sentidos, mas mostra a incapacidade de a razão, sozinha, ser objetiva o suficiente para descrever, com precisão, a realidade sensível.

Para os filósofos empiristas o conhecimento pleno da realidade não seria possível fazendo uso estrito da faculdade da razão, mas só se efetivaria mediante a experimentação por meio dos órgãos dos cinco sentidos. E para entender isso basta recorrermos à ideia de computador ou celular com o qual você neste exato momento pode estar lendo este texto.

Para conhecer o que é um computador, segundo os empiristas, faz-se necessário estabelecer contato com ele. Esse contato pode ser: visual, quando o vejo diante dos meus olhos de forma física ou representado por imagem; auditivo, quando alguém que já o conhece me descreve nos mínimos detalhes; tátil, quando tenho acesso à materialidade do computador; olfativo, quando consigo detectá-lo pelo cheiro próprio às maquinas; palatável, quando mediante o paladar o indivíduo consegue detectar a presença de um computador e não de um alimento, por exemplo.

Fábio Guimarães de Castro

Referências Bibliográficas

CASTRO, Fábio G. Ceticismo. Disponível em: <https://www.portalsaofrancisco.com.br/filosofia/ceticismo>. Acesso em: 04 mar. de 2018.

HESSEN, Johannes. Teoria do conhecimento. 7ª ed. Coimbra – Portugal: Martins Fontes.

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