Eudaimonia

O que é eudaimonia?

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Qual o fim último da existência humana? Para responder a essa questão, apresentamos a reflexão do filósofo grego Aristóteles que por volta de 300 anos a.C. já sinalizava a felicidade (eudaimonia) como o fim último da existência humana, realizada através da vida contemplativa e virtuosa.

Assim posto, segundo o filósofo, a busca por uma vida boa, justa e feliz é universal a todos os homens, independente dos caminhos que eventualmente venham a trilhar.

Na Ética a Nicômaco, ao assinalar que todos os homens desejam a felicidade como fim último de sua existência, Aristóteles apresenta a sua ética eudaimônica (espécie de “manual da felicidade”) cuja função é apresentar aos homens o caminho para o alcance da plenitude existencial. Essa busca da felicidade não se associa necessariamente à vivência dos prazeres, à posse de riquezas e honrarias. Todos os demais objetivos, paralelos à felicidade, a ver do filósofo, não passam de instrumentos que usamos tendo em vista atingir o bem supremo que é a vida feliz.

Eudaimonia

A compreensão da felicidade como bem que se busca em si mesmo, portanto autossuficiente, e não como meio para alcançar outras coisas nos conduz a repensar o status que a riqueza assume, especialmente nas sociedades capitalistas. Buscam-se as riquezas, mas não com a finalidade de ter riqueza, e sim em razão do benefício que esse bem trará para o cidadão possuidor. Ela é um instrumento para se obter conquistas, realizações. Sua única e exclusiva posse não garante a ninguém a felicidade, especialmente se aliado à posse não estiver o livre usufruto dos bens possuídos.

Todavia, também não podemos cair na ilusão de achar que a ausência completa dos bens exteriores possa ser fator garantidor ou facilitador do alcance da felicidade, quase sempre é justamente o contrário. Aristóteles inclusive chega a afirmar: “a felicidade necessita igualmente dos bens exteriores, pois é impossível, ou pelo menos não é fácil, praticar ações nobres sem os devidos meios”. Nesse sentido, ainda que a felicidade seja resultado duma vida contemplativa, os bens exteriores podem ser usados como instrumentos para o alcance da plenitude existencial, mas jamais como fim em si mesmos.

Referências Bibliográficas

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Antonio de Castro Caiera. São Paulo: Atlas, 2009.

COSTA, Thaís Cristina Alves. Eudaimonia e o problema das ações virtuosas em Aristóteles. Griot: Revista de Filosofia, v. 10, n. 2, p. 164-172, 2014.

DO AMARAL, Roberto Antonio Penedo; SILVA, Deyse Amorim; GOMES, Luciene Izabel. A eudaimonía aristotélica: a felicidade como fim ético. 2012.

DE PAIVA, Anderson Gomes. Eudaimonia: um estudo sobre o papel da felicidade na ética a nicômaco. Revista Eletrônica de Educação e Ciência, v. 5, n. 1, p. 14-24, 2015.

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